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Dicionario juridico

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DICIONÁRIO JURÍDICO BRASILEIRO

WASHINGTON DOS SANTOS

Professor de História, Sociologia e Psicologia.Membro da ADL (Academia Divinopolitana de Letras).

DICIONÁRIO JURÍDICO BRASILEIRO

CONTENDO:

Terminologia jurídica, comalgumas notas, observações ecomentários.

Brocardos latinos (jurídicose forenses).

Belo Horizonte2001

Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, sejam quais forem os meiosempregados, sem a permissão, por escrito, da Editora.

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

Editor: Arnaldo Oliveira

Conselho Editorial: Prof. Antonio Augusto Junho AnastasiaProf. Ariosvaldo de Campos PiresProf. Aroldo Plínio GonçalvesDr. Edelberto Augusto Gomes LimaProf. Hermes Vilchez GuerreroDr. José Edgard Penna Amorim PereiraProfa. Misabel Abreu Machado DerziProf. Rodrigo da Cunha PereiraDes. Sérgio Lellis Santiago

Produtora Editorial: Roseli Carlos PintoDiagramação: Know-how Editoração Eletrônica

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Santos, Washington dos.S337 Dicionário jurídico brasileiro / Washington dos

Santos. - Belo Horizonte : Del Rey, 2001.340 p. - 15,5 x 22,5 cm.ISBN 85.7308-458-8Inclui terminologia jurídica, com algumas notas,

observações e comentários. Brocardos latinos(jurídicos e forenses).

1. Dicionário jurídico. I. Título.

CDD: 340.03CDU: 34 (038)

À minha dedicada esposa, Lila (Maria daConceição de Oliveira Santos), aos meus queridos

filhos, Sandra, Susana, Rosana, Carlos Roberto,Sérgio, Paulo Washington e Marcelo;

aos queridos genros e noras, Pedro Menta,Antonio Loschi, Gianni Cettiga, Arlete, Silvana, Valéria, Cristina

e aos meus amados netos, Roberto, Sandro,Frederico, Renata, Carla, Guilherme, Mauro,

Stephania, Paula, Felipe, Thayná e Talys,manancial bendito, que me ajudaram dando-me

inspiração, força, apoio, torcida e paciênciapara o término desta obra.

Que Deus os abençoe sempre.

Aos caros cunhados Zezito e Inez, ÁguidaLéia, Eliana e Júlio, pelo apoio, incentivo e ânimo

que sempre me deram nesta minha existência.

Às minhas queridas irmãs, Maria Santose Fátima Carvalho, pelo afeto

e apoio que sempre me têm dado.

In memoriam

Da minha querida e sempre amada esposa,Maria da Conceição de Oliveira Santos (Lila),

falecida aos 19 de novembro de 2000.Cinqüênta e um anos de convivência

afetiva e amorosa.

Dos meus queridos pais, José Rosa dos Santose Maria Carolina dos Santos, que concederam

a honra de vir até suas presenças parauma jornada evolutiva.

Dos pais de minha esposa;e dos meus queridos irmãos e

irmãs, que sempre meajudaram e apoiaram.

Ao caríssimo amigo e confrade,Dr. Mercemiro O. Silva, professor, advogado,

grande incentivador e orientador da presente obra,que muito trabalhou na correção da Língua

Portuguesa (falada no Brasil), da terminologiajurídica e de seus conceitos, enquadrando-os

dentro da nova nomenclatura jurídica e forensebrasileira. Considero-o co-autor desta obra,

dando-lhe o meu mais caloroso agradecimento.Que o Altíssimo o recompense.

A Educacional Informar, sua Diretoria efuncionários, por terem transformado a edição

deste pequeno dicionário num gratificantetrabalho de grupo. O meu muito obrigado.

Ao Dr. Arnaldo Oliveira, DD.Diretor-Presidente da Livraria Del Rey Editora,

que sempre me acolheu, incentivando-me atrabalhos como este que acaba de vir a lume.

Um obrigado de todo o meu coração.

Ao Prof. Dr. Adriano Perácio de Paula, pelasua dedicação e apresentação de meus trabalhosjunto a opinião pública. Um muito obrigado, que

o Altíssimo o ilumine sempre.

APRESENTAÇÃO

O que pode significar para o operador do Direito um dicio-nário jurídico?

Seria a muleta de que se vale o coxo? A bóia que resgata onáufrago ou a bússola que orienta o andarilho?

O dicionário, decerto, não é o barco que flutua e corta aságuas, não é o leme, não é o mastro e nem é o vento.

Não pode ser a flor do jardim ou o pássaro que pousa nasárvores do pomar e ali assenta seu ninho, porque um dicionárionão é isso.

Ele não faz a doutrina que orienta, não é o argumento de umarrazoado ou a sentença que absolve ou condena.

O dicionário não determina os motivos de um parecer, nãoliberta o réu ou apregoa os valores de uma tese, pois o dicionáriose diferencia desses valores.

Sim, o valor de um dicionário possui outra motivação, suaraiz percorre, fecunda e freqüenta outras terras. Mas o dicionárionão é a semente dessa terra, e nem mesmo é a terra.

Um dicionário é o ponto cardeal de todas as direções, atémesmo da direção do vento. Se não é a luz ou a força do argumento,é seu calor e sua intensidade, e se não é a razão do convencimento,é o afago de seu espírito. E mesmo não sendo a flor do jardim, éo significado da flor para quem não conhece esta flor.

Por tantos e bons motivos, apraz saber que este trabalho doProf. Washington dos Santos – um dicionário – cumpre e realizatodas as causas que justificariam uma obra como tal. Que seja felize saudável o autor para outras empreitadas e também que felizes esaudáveis sejamos nós, que do livro-dicionário tanto precisamos.

Adriano Perácio de Paula

ABREVIATURAS , SIGLAS E SINAIS CONVENCIONAIS

USADOS NESTE DICIONÁRIO

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADCT Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

Adj. Adjetivo

Adj. 2g. Adjetivo – dois gêneros

Al. Alemão

AK Allan Kardec

Ant. Antigo

Antôn. Antônimo

Ar. Árabe

Aram. Aramaico

Art. Artigo

Arts. Artigos

Atr. Através

Bras. Brasileirismo

CÁgs. Código de Águas

Cat. Catalão

Cap. Capítulo

Cast. Castelhano

CBAr Código Brasileiro de Aeronáutica

CC Código Civil

CCaça Código de Caça

CCom Código Comercial

CDCan Código de Direito Canônico

CDefCons Código de Defesa do Consumidor

CDRom Código de Direito Romano

Cf. Reportar-se a; confira

CF Constituição Federal

CLT Consolidação das Leis Trabalhistas

CMin Código de Mineração

CNT Carteira Nacional de Trânsito

Com. Comércio Jurídico.

CP Código Penal

CPC Código de Processo Civil.

CPP Código de Processo Penal

CTN Código Tributário Nacional

DAdm Direito Administrativo

DC Direito Civil

DCan Direito Canônico (o mesmo que Direito Eclesiástico)

DCom Direito Comercial

DComMar Direito Comercial Marítimo

DConst Direito Constitucional

Der. Derivado

Dec.-lei Decreto-lei

DIMar Direito Internacional Marítimo

DIP Direito Internacional Privado

DIPúb Direito Internacional Público

Dir. Direito

D.Jud.Civ.Pen. Direito Judiciário, Civil e Penal

DMar. Direito Marítimo (brasileiro)

DOU Diário Oficial União

DP Direito Penal

DPC Direito Processual Civil

DPP Direito Processual Penal

DRom Direito Romano

DTrab Direito do Trabalho

DTrib Direito Tributário

Ecl. eclesiástico

Ec. Pol. Economia Política

Esp. Espanhol

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

Ex. Exemplo

Fem. Feminino

Fig. Figurado

Filos. Filosofia

Fsubst. Forma substantivada

Fr. Francês

Germ. Germânico

Gót. Gótico

Gr. Grego

Gram. Gramática

Hol. Holandês

Infl. Influência

Ingl. Inglês

It. Italiano

JT Justiça Trabalhista

Jur. Jurídico

Lat. Latim

Lat.a. Latim antigo

Lat.m. Latim medieval

Lat.t. Latim tardio

Lat.vulg. Latim vulgar

L E Livro dos espíritos de Allan Kardec

L. Fal. Lei de Falência

LICC Lei de Introdução ao Código Civil

Loc.adv.bras. Locução adverbial brasileira

Loc. lat. Locução latina

Lóg. Lógica

Lomb. Lombardo

Min. Ministro

ML Medicina legal

Mor. Moral

MP Ministério Público

OAB Ordem dos Advogados do Brasil

Org. Jud. Organização Judiciária

P/ Por ou pelo

Part. Particípio ou partícula

P. Civil Processo Civil

P. ex. Por exemplo

P. ext. Por extensão

Pl. Plural

Pol. Polonês

Pop. Popular

Port. Português

P. Penal Processo Penal.

Pref. Prefixo

Prep. Preposição

P.R.I. Publique-se, registre-se, intime-se

Prom.Púb. Promotor Público

Pron. Pronome ou pronúncia

R I Regimento Interno

RT Revista dos Tribunais

S. Substantivo

Sânsc. Sânscrito

Séc. Século

Seç. Seção

Seg. Seguinte

S.f. Substantivo feminino

Símb. Símbolo ou simbologia

Sing. Singular

S.m. Substantivo masculino

Sm. 2g. Substantivo masculino de dois gêneros

SPC Serviço de Proteção ao Crédito

STF Supremo Tribunal Federal

STJ Superior Tribunal de Justiça

Súm. Súmula

T. Termo

Tb. Também

TST Tribunal Superior do Trabalho

V. Ver

v. Verbo

V.i. Verbo intransitivo

Vol. Volume.

V.t. Verbo transitivo

V.t.d. Verbo transitivo direto

V.t.d. e i. Verbo transitivo direto e indireto

V.t.i. Verbo transitivo indireto

Vulg. Sentido vulgar, corrente

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A – (Gr. alpha.) Pref. Abreviatura das palavrasautoria, autuado e atue-se. Nas palavrascompostas, indica privação (ex. amoral).

AA – Abreviatura de autores.

Ab – (Lat. a, ab, abs.) Prep. que introduzvários complementos, indicando separação,privação, ausência ou com o significado dedesde. ab initio (desde o começo).

Abacial – (Lat. ecles. abbatialis.) Adj.DCan. Relativo a abade, abadia.

Abacto – O mesmo que abigeato. NoDRom e brasileiro antigo, é roubo, subtra-ção, apreensão, furto de animais, em espe-cial, de gado. Conceituação bastante com-plicada, pode ser crime ou não conforme aação do agente (CP, art. 155; CC, arts. 394a 602; CCaça, art. 68).

Abactor – (Lat. abactore.) S.m. Ladrão degado. O mesmo que abígio.

Abade – (Fem. abadessa.) S.m. Autoridadeeclesiástica subalterna, nomeada e designa-da pelo prelado apostólico, geralmente oPapa, que deverá estar à frente de um terri-tório próprio, com clero e povo, não estan-do este unido à diocese. Os direitos do aba-de são idênticos àqueles que competem aosbispos em suas dioceses, tanto em relaçãoaos deveres como nas sanções. O abade étambém chamado de prelado nullius(CDRom. arts. 319 a 328).

Abadesco – Adj. O mesmo que abacial, comsentido pejorativo: bem nutrido, gordo, lu-zidio, anafado.

Abalienação – S.f. DRom. Transferênciade escravos, propriedades ou coisas entreos romanos, quando estavam em pleno gozodo jus civile.

Abalo de Crédito – Desconfiança sobre acapacidade, idoneidade, situação financei-ra ou econômica de alguém para saldar seuscompromissos; do que resulta o desapare-cimento ou a diminuição de seu crédito.Observação: Se essa desconfiança foi infun-dada ou resultar de ato injusto, como a pu-blicação em periódicos locais ou bancários,veiculando notícia falsa sobre a situação fi-nanceira ou que foi tomada qualquer medidajudicial sobre o caso, devido ao qual lhe foicortado o crédito, fica o autor do abalo obri-gado por lei a reparar o abalo causado.

Abalroamento – S.m. Ato ou efeito deabalroar, isto é, ir de encontro a. Choque deveículos automotores; colisão de aerona-ves no ar ou em manobras terrestres; colisãode embarcações, estando ao menos uma emmovimento. Ao Tribunal Marítimo, segun-do a Lei n. 2.180, de 05.02.1954, competejulgar os acidentes e fatos da navegação (CBAr, art. 128; Lei n. 7565 de 19.12.1986,arts. 273 a 279).

Ab alto – Loc. lat. Do alto, por conjetura.

Abandonado – Adj. Posto de lado; deixa-do, largado; diz-se do menor desocupadoque anda pela via pública, sem abrigo e sus-tento dos pais, que não conhece.

INformar

18Abandonado noxal – Abandono da posse e da propriedade

Abandonado noxal (cs) – DRom. Medi-da penal, limitadora da vingança de san-gue, que consiste na entrega do filho docriminoso, pelo pater familias, à parteofendida, a fim de livrar-se da reparaçãodo dano patrimonial oriundo do delito;faculdade concedida ao dono de animaisdomésticos, causadores de prejuízo à pro-priedade alheia, que ainda se usa, de aban-donar seu domínio em favor do lesado, atítulo de ressarcimento.

Abandonatário – S.m. Aquele que se apos-sa de coisa abandonada, ou a ela tem direi-to. Aquele em cujo favor se opera o aban-dono liberatório, que recebe direitos, os bensrenunciados pelo abandonador.

Abandono – S.m. Cessação voluntária deuma relação jurídica, ao direito respectivo,quer pela renúncia, quer pela abstenção deseu exercício; abandono da posse e da pro-priedade, da herança, de coisa imóvel; re-núncia à continuação no exercício de umapretensão (abandono da acusação, abando-no da causa); ato de deixar, com intençãodefinitiva, local, comunidade ou pessoa(abandono da sede, da associação, abando-no do lar); ato de deixar ao desamparo, oude não prestar assistência moral e/ou mate-rial a quem tem o dever legal de fazê-lo(abandono do menor, do incapaz, da famí-lia) (CC, arts. 589, III, e 592).

Abandono coletivo do trabalho – O aban-dono coletivo do trabalho é, na técnica jurí-dico-penal, uma parede, uma greve, quan-do há abstenção por parte de pelo menostrês empregados das atividades a que estãosujeitos pelo contrato de trabalho, seja pelosimples afastamento do local onde devemprestar seu serviço ou, mesmo permane-cendo no mesmo do trabalho, se houverrecusa a realizá-lo, usando de violência ouperturbando a ordem estabelecida; consti-tui crime, sendo seguido de violência ouperturbação da ordem ou sendo interrom-pida obra pública ou serviço de interessecoletivo (CP, arts. 200 e 201).

Abandono da casa paterna – Ato peloqual o menor deixa, com intenção definiti-va, a casa de seus pais.Observação: Se o abandono da casa forpermitida pelos pais, é aqui constituída aperda do pátrio poder, por ato judicial (CC,art. 395, II).

Abandono da causa – Extinção do proces-so pelo fato de o autor não promover atosde diligências que lhe competirem, por maisde 30 dias (CPC, arts. 297, III, e 268, pará-grafo único).

Abandono da coisa – Ato voluntário peloqual alguém abdica da posse e propriedadede uma coisa, por não querê-la mais (CC,arts. 520, I, 589, III e 592, parágrafo único)(v. derrelição).Observação: “Se, correndo risco o objetodo comodato juntamente com outros docomodatário, antepuser este a salvação dosseus, abandonando o do comodante, res-ponderá pelo dano ocorrido, ainda que sepossa atribuir a caso fortuito, ou forçamaior” (CC, art. 1253).

Abandono da herança – Renúncia volun-tária do herdeiro em receber a herança, paranão ser obrigado a pagar dívidas e legadosdo espólio, que passam à responsabilidadedos co-herdeiros, legatários e credores.Observação: A renúncia deve constar, ex-pressamente, de escritura pública ou termojudicial (CC, arts. 1581 e segs.).

Abandono da posse e da propriedade – Atopelo qual o titular de Direito abandona a coi-sa, com a intenção de não mais tê-la para si.Observação: Este é um modo pelo qual seperde a posse, quer de bem imóvel ou mó-vel, independente de transcrição, em favorde quem a detém, pois oferece a prescriçãoaquisitiva. O imóvel abandonado arrecadar-se-á como bem vago e passará para o domí-nio do Estado, Território, Distrito Federal,se se achar nas respectivas circunstâncias,dez anos depois, quando se tratar de imó-vel localizado em zona urbana (CC, art. 520e art. 589, § 2.o).

19 Abandono da servidão – Abandono de descendente

Abandono da servidão – Ato do proprie-tário do prédio serviente, deixando-o, porsua livre e espontânea vontade, ao proprie-tário do dominante, que será obrigado a fa-zer obras necessárias à sua conservação euso (CC, art. 701).

Abandono de aeronave – Ato do proprie-tário, de forma expressa, ou a deixa semtripulação, não se podendo determinar sualegítima procedência (CBAr, art. 17, § 2.o,Dec.-lei n. 32, de 18.02.1966).Observação: Em caso de avaria que atinja75% do valor do seguro da aeronave, é elaabandonada, pelo proprietário, ao segura-dor, contra o pagamento integral da indeni-zação. Em linguagem de seguro, é a chama-da Perda Total Compreensiva.

Abandono de animais – Ato de deixar àvontade animal domesticado ou manso deque se tenha a propriedade, com a intençãode despojar-se dele, ou, se este não for as-sinalado, fica sujeito à apropriação; equi-vale ao abandono não andar à procura doanimal que fugiu do dono (CC, art. 593, II).

Abandono de ascendente – Ato do indiví-duo deixar um ascendente seu ao desamparo,sendo sabedor de sua carência de recursos,não tomando as providências necessárias paraa sua subsistência ou deixando de prestar-lhea assistência necessária durante enfermidadegrave, se não tiver cônjuge, companheiro, ounão dispuser de meios financeiros, ou de pla-no de saúde, suficientes para o respectivotratamento. O ascendente tem o direito deexigir dos descendentes mais próximos emgrau os alimentos de que necessite para suasubsistência (CC, arts. 397 e 400).Observação: Segundo o nosso CP, art. 244,in fine, é crime de abandono material, “(...)deixar, sem justa causa, de socorrer ascen-dente ou descendente, gravemente enfermo”,com pena de detenção de um a quatro anos,e multa de uma a dez vezes o valor do salá-rio mínimo vigente no País (Redação deter-minada pela Lei n. 5.478, de 25.07.1968).

Abandono de cargo público – Demissãodecorrente do abandono de cargo público,por mais de 30 dias consecutivos. Podeocasionar, também, crime contra a Admi-nistração Pública (Lei n. 1.711, arts. 207,II, § 1.o, e 228).

Abandono de casa – Desocupação da casalocada, pelo locatário, sabedor da existênciade ação de despejo, antes de proferida a sen-tença. Nesse caso, o autor do despejo podeir ao juiz e solicitar a expedição de mandadode emissão de posse (CPC, art. 1218, II).

Abandono de depósito – Reputam-se aban-donados o dinheiro, pedras preciosas, ob-jetos de prata, platina e ouro, em quaisquerestabelecimentos bancários, comerciais enas Caixas Econômicas, depositados, quan-do tiver ficado sem movimento na conta dedepósito durante 30 anos, contados da datado depósito (Lei n. 370, de 04.01.1937).

Abandono de descendente – É o abando-no do descendente em geral, daquele quenão está mais submetido ao poder pátrio(não se trata de filho menor, pois este casoestá especificado no CC, como causa deperda de pátrio poder, cf. Abandono defilho). Trata-se, aqui, de descendente emgeral, que não tem recurso suficiente parase alimentar e sobreviver, ou gravementeenfermo, sendo abandonado ao desampa-ro, sem nenhuma assistência de seus ascen-dentes que possuam bens suficientes parasocorrê-lo, quando não possua ninguémpróximo que o atenda, no caso de cônjugeou companheiro, constituindo crime con-tra a assistência familiar (CP, art. 244, infine, pena de um a quatro anos de detençãoe multa de uma a dez vezes o maior saláriomínimo do país. Redação determinada pelaLei n. 5.478, de 25.07.1968).Observação: No caso de alienação mentalou grave enfermidade, o desamparo do fi-lho ou neto autoriza a deserdação dos as-cendentes (CC, art. 1.745, V).

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Abandono de emprego – Ato pelo qualalguém abandona o emprego por mais de30 dias e que constitui justa causa para res-cisão do contrato de trabalho pelo empre-gador (CLT, art. 482, I; Súm. 32–TST).Observação: O abandono do trabalho, quan-do for ato coletivo, com prática de violên-cia contra pessoa ou coisa, constitui crimecapitulado no artigo 200-CP.

Abandono de filho – Ato de os pais deixa-rem seu filho menor sem moradia e sem aconvivência familiar, sem o devido susten-to alimentar, educação, ou sem reclamaçãojudicial pela sua subtração por outra pes-soa, ou deixando de procurá-lo se este aban-donar a casa, abandonando-o entregue àprópria sorte.Observação: O pai ou a mãe que deixar ofilho em abandono, não lhe dando assistên-cia quanto à saúde, educação e bem-estarsocial, perderá o pátrio poder (CC, art. 395,II; ECA, Lei n. 8.069, de 13.07.1999).

Abandono de incapaz – Crime do indiví-duo que, tendo sob sua guarda cuidados evigilância de uma pessoa incapaz, deixa decumprir o seu dever.

Abandono do lar – É o afastamento vo-luntário de um dos cônjuges do lar conju-gal, podendo isso ser considerado violaçãograve dos deveres do casamento para a fun-damentação de processo de separação judi-cial, ou seja, o pedido do divórcio (L.Div.n. 6.515, de 26.12.1977).Observação: A separação judicial pode sersolicitada somente por um dos cônjugesquando imputar ao outro desonrosa ou qual-quer ato que importe em grave violação dosdeveres do casamento e torne insuportávela vida em comum. O pedido de separaçãonão poderá ser fundamentado como aban-dono do lar, quando: o marido tiver autori-zado a mulher a residir fora do teto conju-gal, a fim de exercer profissão (CC, art. 233);para o cumprimento do serviço militar emtempo de guerra; por longa permanênciaem algum lugar por motivo de saúde; pormotivo de expulsão, receio fundamentado

em violências, maus-tratos, ameaça de mor-te, sevícia, medo de punição etc. Quando amulher abandona sem justo motivo a habi-tação conjugal, e se recusa a voltar, o juizpode, segundo as circunstâncias, ordenar,em proveito do marido e dos filhos, o seqües-tro temporário de parte dos rendimentosdela (CC, art. 234).

Abandono do recém-nascido – Crime damãe que, para ocultar desonra própria, ex-põe sem qualquer proteção o filho recém-nascido (CP, art. 143).

Abandono intelectual – Delito que con-siste em deixar de prover, sem justíssimacausa, a instrução primária de filho em ida-de escolar (CP, art. 246).

Abandono liberatório – Ato pelo qual,para livrar-se das dívidas contraídas pelocapitão, em conserto, habilitação e aprovi-sionamento, seus proprietários ou compa-res abandonam o navio, bem como os fre-tes vencidos e a vencerem na respectivaviagem (CCom. art. 494).

Abandono material – Crime do indivíduoque deixa, sem justa causa, de prover à sub-sistência do cônjuge, do filho menor de 18anos ou inapto para o trabalho ou de ascen-dente inválido ou valetudinário, não lhesproporcionando recursos necessários ou fal-tando com o pagamento da pensão alimentí-cia judicialmente ajustada, deixando, semjusta causa, de socorrer descendente ou as-cendente, gravemente enfermo (CP art. 244).

Abarregamento – É o mesmo que man-cebia.

Abdução – (Lat. abductione.) S.f. Confor-me a área do conhecimento, é: raciocíniocuja conclusão é imperfeita, sendo por issosomente plausível; movimento que afastaum membro do plano sagital do corpo e aposição resultante desse movimento; silo-gismo em que a premissa maior é evidente,mas a menor e a conclusão são apenas pro-

Abandono de emprego – Abdução

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váveis. Na área jur., é rapto através de vio-lência, sedução ou fraude.

À beça – Loc. adv. bras. À farta, em grandequantidade; segundo alguns, sua origem se-ria uma referência ao grande jurista alagoanoGumercindo Bessa: “ter argumentos segun-do Gumercindo Bessa”, por sua exuberan-te eloqüência na altercação com o tambémgrande e internacional jurista Rui Barbosa,lutando renhidamente para que o territóriodo Acre não fosse incorporado ao Estadodo Amazonas.Comentário: “O senhor tem argumentos àBessa”, teria sido dito pelo presidenteRodrigues Alves (1848-1919), pela primei-ra vez, ao ouvir surpreso as idéias expos-tas por um cidadão. A expressão firmou-sena língua falada no Brasil para exprimir osargumentos que alguém tinha pró ou contrauma idéia. Com o decorrer do tempo, ‘àBessa’ perdeu a inicial maiúscula e os ‘ss’foram substituídos pelo cê-cedilha.

Abessa – (Lat. ad versa.) Loc. adv. Àsavessas.

Abigeato – (Lat. abigeatus.) S.m. Furto degado de propriedade de outrem.Nota: A captura de animais selvagens nãocaracteriza o delito.

Abjudicação – (Lat. abjudicatione.) S.f.Ato ou efeito de abjudicar.

Abjudicador – Adj. e s.m. Que ou aqueleque abjudica.

Abjudicante – O mesmo que abjudicador.

Abjudicar – (Lat. abjudicare.) V.t.d. Tirar,judicialmente, ao possuidor ilegítimo, coi-sa que pertence a outrem.

Abonação – S.f. Ato ou efeito de abonar.Hipoteca, penhor, fiança, garantia.

Abonado – Adj. Que se abonou; rico, endi-nheirado, abastado.

Abonador – Adj. O que abona, fia ou quepresta fiança; fiador do fiador.

Observação: Ao abonador aplica-se o dis-posto no CC sobre fiança quando o credor,sem justa causa, demorar a execução iniciadacontra o devedor, podendo o fiador, promo-ver-lhe o andamento (CC art. 1.482 a 1.898).

Abortamento – S.m. O mesmo que abor-to. Fig. anulação do efeito, fracasso, êxitotruncado.

Abortar – (Lat. abortare.) V.i. Produzirantes do tempo; v.i.; dar à luz antes de fin-da a gestação.

Aborto – (Lat. abortu ou abortio.) S.m.Impedimento de nascer, interrupção dolosado processo de gravidez, com a morte ounão do feto; ato ou resultado de parir pre-maturamente; monstruosidade, anomalia.Fig. insucesso.Comentário: O tipo penal seria o impedi-mento do nascimento, por provocação, naintenção de impedi-lo, sendo provocado poragente ou agentes. O CP de 1940, art. 128,admite o aborto legal: “Não se pune o abor-to, se não há outro meio de salvar a vida dagestante ou se a gravidez resulta de estu-pro.” Tal preceito foi o obedecido no Brasilpor apenas oito hospitais. Em vista disto,os parlamentares elaboraram o Projeto deLei n. 20/91, que regulamenta o seu atendi-mento na rede pública de saúde. Esse proje-to, aprovado recentemente pela comissãode constituição e justiça da câmara federal,na prática, é uma reafirmação do artigo 128,garantindo às mulheres o efetivo exercíciode um direito. A CNBB (Conferência nacio-nal dos Bispos do Brasil) pede, em docu-mento, que todas as pessoas de boa vontadefaçam chegar aos parlamentares seu apelocontra o projeto que obriga os hospitaispúblicos a realizarem abortos em caso deestupro ou risco para a mãe, sob a alegaçãode que o aborto é a morte deliberada e diretade um ser humano. Outra proposta legisla-tiva pretende revogar e alterar dispositivosque tratam do crime do aborto.O jurista e deputado federal Hélio Bicudo,no jornal Folha de S. Paulo, de 12.09.1997,diz que a discussão que se vem travando a

Abdução –Aborto

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propósito do chamado aborto legal não temlevado em conta a CF de 1988, lei magna dopaís, para verificar se aqueles dispositivosda lei penal que liberam o aborto nos casosque especificam – para salvar a vida da ges-tante ou em decorrência de estupro – aindaestão em vigor. O próprio CP estabelece adescriminante, ao dizer que não é punido“aquele que pratica um ato tipificado comocrime para evitar mal maior”. Assim, se agestante corre real risco de vida, o médicopode intervir, caso de outro modo não pu-der salvá-la. Nesse sentido, o Dr. Bicudo,analisando o artigo 5.o da Constituição de1988, vigente, é de parecer que ali está es-crito, com todas as letras, que se assegura“a inviolabilidade do direito à vida”. E jus-tifica que a vida inicia-se no momento daunião dos gametas masculino e feminino,quando se desenha o quadro genéticodeterminante da pessoa, que é e continuaráa ser durante toda a sua existência. Portan-to, conclui o Dr. Bicudo, “não há que falarem aborto senão para preservar a vida dagestante”.

Abreviaturas forenses (As mais comuns)– A. autoria, autuado, autue-se. Cc. comcusto. D. distribuída. FJ. faça-se justiça.PJ. pede-se justiça. J. junte-se. P. provas.PD. pede deferimento. PRI. publique-se,intime-se, registre-se. SMJ. salvo melhorjuízo.

Ab-rogação – S.f. Ato ou efeito de ab-rogar.Observação: Ab lat. significa separação erogatio significa rogação. Era a proposiçãode leis feitas nas assembléias popularesromanas, ali ditadas e logo entrando em vi-gor. Muita atenção para esta locução devi-do a palavra ab dar idéia de oposição, don-de ab-rogatio ser o contrário de rogatio, ouseja, revogação da lei, o que não é verídico.

Ab-rogar – (Lat. abrogare.) V.t.d. Fazer ces-sar a existência de uma lei em sua totalidade.Nota: Ab-rogando a lei antiga: “Chindas-vinto e seu filho Recisvinto quiseram subs-

tituir (...) o direito territorial ao direito pes-soal” (HERCULANO, Alexandre. Opús-culo V, p. 282).

Abuso de poder – O mesmo que exercícioarbitrário do poder; crime contra a admi-nistração da justiça que consiste em orde-nar ou executar medida privativa de liber-dade individual sem as formalidades legais(CP, art. 350).Comentário: A CF, art. 37, § 6.o, estabeleceque as pessoas jurídicas e as de direito pri-vado prestadoras de serviço público res-ponderão pelos danos que seus agentes,nessa qualidade, causarem a terceiros, as-segurado o direito de regresso contra o res-ponsável nos casos de dolo ou culpa. V.ainda CP, arts. 150, § 2.o, 322 e 332.

Abuso do poder econômico – Crime de usodo poder econômico, de modo ilícito, preju-dicando, de qualquer forma, tanto os inte-resses nacionais e do povo, quanto as uniõese agrupamentos de empresas individuais ousociais, de qualquer natureza, que tenhampor finalidade a dominação dos mercadosnacionais, eliminando a concorrência para oaumento abusivo de lucros (CF, art. 173, § 4.o;Lei n. 4.137, 10.10.1962, Dec. n. 92.323, de23.01.1986).Observação: Richard Lewinsohn nos alertapara o abuso do poderio econômico dizen-do: “O regime da liberdade de comérciodepois das revoluções burguesas sem dis-ciplina legal que protegesse os indivíduos eas empresas economicamente mais fracas,permitiu a formação de grandes organiza-ções financeiras, cuja atuação na vida co-mercial importou na própria supressão edenegação do regime. A supremacia dasempresas economicamente mais poderosase seu agrupamento com o objetivo de do-minar os mercados, fizeram desaparecer alivre concorrência com todas as vantagensem relação aos preços e à própria liberdadede comércio” (grifo nosso).

Ação – (Lat. actione.) S.f. Efeito ou ato deatuar; DRom. “Ação nada mais é, que o

Aborto – Ação

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direito de se pleitear em juízo o que lhe édevido”; faculdade de invocar o poderjurisdicional do Estado por julgar ter direi-to; meio processual pelo qual se pode re-clamar à justiça o reconhecimento, a decla-ração, a atribuição, efetivação de um direi-to ou, ainda, a punição de um infrator dasleis penais. No DCom, cota-parte do capi-tal das sociedades anônimas ou em co-mandita por ação é considerada unidade.Comentário: CPC, art. 263: “Considera-seproposta a ação, tanto que a petição inicialseja despachada pelo juiz, ou simplesmen-te distribuída, onde houver mais de umavara. A propositura da ação, todavia, sóproduz, quanto ao réu, os efeitos mencio-nados no artigo 219 depois que forvalidamente citado”; e no art. 219: “A cita-ção torna prevento o juízo, induz litispen-dência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quan-do ordenada por juiz incompetente, cons-titui em mora o devedor e interrompe a pres-crição”. V. ainda CPC, arts. 2.o, 36, 37, 267,IV e 282.

Ação acessória – Ação que se liga à prin-cipal, da qual é parte acessória, e, devendoser proposta ao mesmo juízo da causa emquestão, processada e julgada, não esgota apretensão do autor; pode ser: a) prepara-tória ou voluntária, quando é propostaantes da ação principal: arresto, separa-ção de corpos; b) preventiva ou obrigató-ria, quando, antecedendo ou realizando-seao mesmo tempo da ação principal, ordenaou dispõe de meios suficientes para ampa-ro e garantia dos direitos ou interesses daspartes: vistorias, seqüestros; c) incidente,quando aparece no conflito da questão ju-dicial e é solucionado antes do julgamentoda ação principal: detenção pessoal, buscae apreensão.

Ação acidentária – Ação na qual o autor,inicialmente, deverá juntar documentaçãosuficiente, comprovando o esgotamento doscaminhos legais por meio da Previdência

Social, conforme o que determina o seu re-gulamento, mencionado no art. 15 da Lei n.5.316/67 e do Dec. n. 79.037/76.

Ação anulatória – (Lat. actione abolitia.)Ação que fixa de antemão a anulação ou extin-ção de ato, de uma questão jurídica ou mesmode um contrato.Nota: A pessoa que propõe a anulação ou aextinção de um ato, uma questão jurídicaou mesmo um contrato deve ter motivosuficientemente legal para tal, como, p. ex.,a incapacidade de alguma das partes emquestão.

Ação anulatória de casamento – Açãoque, atendendo à disposição legal, pode sersolicitada à justiça, por qualquer uma daspartes conflitantes, ou seja, pelo maridoou pela esposa, ou por outrem, havendointeresse de ordem moral ou ou econômica.Nota: Por ser uma ação de interesse social,é tida como Ação de Estado e terá a media-ção do promotor de justiça (CC, arts. 76,222 a 224 e 400; CPC, arts. 3.o, 82).

Ação anulatória de Direito Fiscal – Açãofeita por contribuinte da Fazenda Pública,pleiteando a anulação de débitos relativosa lançamentos indevidos a ele consignados(CTN, arts. 165 e segs.).

Ação anulatória de partilha – Ação quetem por finalidade defender uma partilhaamigável, quando nesta partilha houve coa-ção, dolo ou intervenção de pessoa inca-paz; a ritualística é a ordinária e o efeitooriundo dessa ação somente prescreverá emum ano. Se houver sentença, devido ao jul-gamento, esta só será anulada por outraação, a chamada Ação de nulidade de parti-lha amigável (CPC, arts. 1.029 a 1.036 eCC, art. 495).

Ação apropriatória – Ação que é movidapelo proprietário de um terreno contra umindivíduo que semeia, planta ou edifica emsua propriedade, sem a sua permissão, ten-do o dono do solo direito à indenização seagiu de boa-fé; mas, não será indenizado, se

Ação – Ação apropriatória

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procedeu de má-fé; se o invasor, no caso,agiu de má-fé, sem consultar o proprietário,segundo a lei, ele será constrangido a reporas coisas no estado anterior e pagar os pre-juízos porventura causados. Se, entretanto,houver má-fé de ambas as partes, do invasore do proprietário do terreno, este adquiriráas sementes, plantas e construções, comencargo, porém, de ressarcir o valor dasbenfeitorias (CC, arts. 547 e 548).Nota: No parágrafo único do art. 548 doCC, “presume-se má-fé no proprietário,quando o trabalho de construção ou la-voura se fez em sua presença e sem impug-nação sua.”

Ação aquisitiva – Ação pela qual “o proprie-tário de um terreno vago, impetra ao seu vizi-nho, permissão, para que, através doarbitramento de uma indenização, servir-seda parede divisória do prédio contíguo paranele madeirar, ou seja, fincar ou meter travesnecessárias a uma construção nova que aí pre-tenda fazer, desde que a parede divisória te-nha condições de suportar o travamento”,ou de cercar o seu imóvel (vago), seja urbanoou rural, segundo explícito nos cinco parágra-fos do artigo 588 – CC (LEVENHAGEM,Antônio José de Sousa. Código Civil: comen-tários didáticos. Direito das coisas. São Pau-lo: Atlas, 1987, p. 149-156).

Ação cambiária – Ação executória de co-brança judicial da letra de câmbio, promis-sória, cheque, duplicata etc., vencida, pro-testada ou não. Se houver mais de um cre-dor, pode, somente um deles, representaros demais. Se houver vários devedores, ocredor pode pedir o recebimento total ouparcial do que lhe é devido, somente de umou mais devedores. Mas, para que a açãoseja promovida, a petição inicial dirá tudoisso nos mínimos detalhes, incluindo o forocompetente, e o domicílio do réu tem de virespecificado no verso do título, seja qualfor.Nota: O devedor pode, legalmente, oporembargos à cobrança judicial (CPC, arts.583, 585, 741 e 745).

Ação cautelar – Ação pela qual se pleiteiamedida que assegure eficácia de sentençada ação principal a que está relacionada.

Ação cível – (Lat. actione civile.) Toda equalquer ação de natureza civil pleiteadaem juízo.

Ação civil pública de responsabilida-de – Ação especial para reparação de da-nos causados ao meio ambiente, ao consu-midor, ao patrimônio artístico, estético,histórico e paisagístico; a iniciativa compe-te ao Ministério Público (CF, 129, III; Lein. 7.347, de 24.07.1985).

Ação coletiva trabalhista – Ação impe-trada à JT para a criação ou modificação detrabalho, quando do interesse ou direitosde grupo ou categoria trabalhista; pode sersolicitada tanto pelos trabalhadores comoempregadores; quando feita coletivamente,é denominada dissídio coletivo (CLT, arts.856 a 875).

Ação cominatória – Ação que obriga al-guém a fazer ou a não fazer alguma coisaou, ainda, cumprir uma obrigação positivaou negativa. Esse tipo de procedimento,explícito no CPC de 1939, hoje revogado,sobrevivendo apenas alguns procedimen-tos especiais, como, p. ex., a ação de pres-tação de contas (CPC, art. 287); ação paraimpedir o mau uso da propriedade vizinhaque ameace a segurança, o sossego e a saú-de (CC, art. 554); exigência de demoliçãoou reparação necessária do imóvel vizinho,quando este ameace ruir, ou que preste cau-ção pelo dano iminente (CC, art. 555).Nota: Cominatória, feminino de cominató-rio, é um adj. que significa envolvimentoem cominação, ameaça de pena, prescriçãopenal. Era, no CPC de 1939, nada mais queum sentido figurativo para amedrontar osouvintes com a descrição dos males, de quepodem ser vítimas.

Ação compensatória – Ação que o tutor ouo curador formula ou propõe em juízo contrao seu tutelado ou curatelado após o términoda tutela ou curatela (CC, arts. 451 e 453).

Ação apropriatória – Ação compensatória

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Ação constitutiva – Ação de informação,cujo objetivo é a criação, alteração ou extin-ção de uma relação jurídica, como, p. ex.,um ou mais atos jurídicos de um processosão anulados.Nota: A sentença pode ter efeito retroati-vo (ex tunc) ou não (ex nunc).

Ação contra ato administrativo – Açãode qualquer cidadão que se sentir prejudica-do por determinado ato administrativo queseja ilegal, através de habeas corpus, poração de nulidade ou por uma ação popular.

Ação contratual – Ação pela qual o deve-dor fica obrigado a cumprir a obrigaçãoassumida.

Ação criminal – O mesmo que ação pe-nal; meio legítimo de solicitar castigo, pu-nição, da pessoa que cometeu algum delito.

Ação da mulher casada – Ação que asse-gura à mulher casada o direito de propor ouintentar ação judicial, para a retirada da cláu-sula que a classifica como incapaz (CPC,arts. 10 e 11).

Ação de adjudicação compulsória – Açãodo comprador de um imóvel, que, tendo-opago integralmente ao vendedor, este serecusa a fornecer a escritura definitiva.(Dec.-lei n. 58, de 10.12.1937).

Ação de alimentos – Ação especial pelaqual, por determinação legal e obedecida alegislação específica, uma pessoa é obriga-da a prestar à outra subsistência material,auxílio à educação, à formação intelectual eà sua saúde física e mental.Comentário: Esse direito é recíproco entrepais e filhos, podendo ser exigido uns dosoutros; pode, também, segundo determina-ção judicial, ser estendido ao descendente eao ascendente inválido ou valetudinário; sen-do esta ação personalizada, não é admitidarenúncia aos direitos que dita ação prescre-ve, especificamente quando se trata de di-vórcio (Lei n. 6.515/77). No caso de divór-cio, aqueles que estão se separando judicial-mente deverão contribuir para a manuten-ção dos filhos do casal, fixada em juizo, de

acordo com as suas possibilidades materiais.Os alimentos podem ser: Provisionais, seconcedidos por mercê revogável, até o julga-mento da ação principal; Definitivo, se a con-tribuição for fixada por sentença transitadaem julgado. Aquele que sonegar alimentosestá sujeito a penalidades previstas em lei.O foro competente é a residência ou domicí-lio do alimentando, sendo que processo devecorrer em segredo de justiça (CF, art. 5.o,LXVI; CC, arts. 155, II, 520, 732 a 735; CP,art. 244; e Lei n. 5.478/68).

Ação de alimentos provisórios – Ação que,na separação conjugal, abandono do lar ouanulação de casamento, o cônjuge inocenteimpetra para pedir auxílio alimentício.

Ação de anticrese – Ação pela qual o credoranticrético tem o direito de cobrar do seu de-vedor o pagamento total da dívida vencida.

Ação de atentado – Ação medianeira eao mesmo tempo preventiva, chamadacautelar, proposta contra aquele que co-mete atentado no transcurso do processo.Esta medida pode ser processual, autuan-do este criminoso em petição separada e,sendo processada e julgada pelo mesmojuízo ou tribunal, onde corre, contra ele, acausa principal. Sendo julgada procedentea petição, o julgamento da causa principalserá suspenso, dando-se início ao julgamen-to do processo originário da petição. As-sim sendo, o réu é proibido de se manifes-tar até a conclusão do processo cautelarproposto e aceito. O juiz poderá intimar oréu, a pagar a parte contrária pelos danossofridos (CPC, arts. 879 a 881).

Ação declaratória – Ação que consistenuma simples declaração, sem ter a forçade execução, que o juiz confirma existir ounão uma relação jurídica ou a falsidade ouautenticidade do documento.

Ação de comodato – Ação movida pelocomodante, sumariamente, para obter docomodatário a coisa emprestada e indeniza-ção por perdas e danos, se cabível no caso(CPC, art. 275, II; CC, arts. 1.248 e segs.).

Ação constitutiva – Ação de comodato

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Ação de concubinato – Ação movida pelaconcubina, para a obtenção do direito quetem sobre o patrimônio do concubino queveio a falecer, provando que ela teve parti-cipação na aquisição do mesmo (Súm. n.380 – STF).

Ação de consignação em pagamento –Entrega em depósito de valores, bens neces-sários para pagamento de dívida ou despe-sas obrigatórias, ou para se entregarem aquem pertencer, com a finalidade da extinçãoda obrigação, em lugar, dia e hora designa-dos, a um oficial público, de justiça, ou a umestabelecimento de crédito.

Ação de declaração de ausência – Por estaação, é solicitada que, por sentença judicial,seja declarada a ausência da pessoa executa-da judicialmente, seja-lhe nomeada um pro-curador ou curador (CC, art. 463).

Ação de desapropriação – Transferênciaforçada da propriedade particular para opatrimônio público.Nota: É proposta por petição, acompanha-da da procuração e um exemplar (ou cópiadevidamente autenticada em cartório) dojornal que publicou o ato desapropriativo,como também a planta do imóvel e do valorda indenização oferecida. É diferente doconfisco, pois, no caso da desapropriação,ato exclusivo do Poder Executivo, o desa-propriante oferece um valor pela coisa desa-propriada (Dec.-lei n. 3.365, de 21.06.1941,CF, art.184,§ 2.o).

Ação de despejo – Ato ou efeito da deso-cupação compulsória dum imóvel alugado,por decisão judicial.

Ação de divórcio – Ação movida por umadas partes, ou conjuntamente, solicitandoa dissolução da sociedade conjugal. Apro-vado legalmente, cessam todos os efeitoscivis do matrimônio (Lei n. 6.515/77, art.2.o, IV).

Ação de emancipação – Ação impetradapelo menor, ao completar 18 anos de idade,contra seu pai, mãe ou tutor, para obter aemancipação (ECA, art. 148, § 1.o, e).

Ação de esbulho – Ação que dá direito aolegítimo proprietário (dono) de ter devolvidaa posse de seu imóvel (CPC, arts. 926 a 931).

Ação de evicção – Ação que cabe aoadquirente de determinado bem, sendo estejá onerado em benefício de outra pessoa(CC, art. 1.117).Comentário: Por esta ação é solicitado oreembolso integral do preço pago; o paga-mento das despesas de transmissão de pro-priedade; custas judiciais; perdas e danos.Esta ação não caberá, se o segundo adqui-rente foi privado do bem por fato acidentalou fortuito ou era sabedor de que o bempertencia a outra pessoa ou era bem litigio-so; se o bem foi adquirido por força maiorou se proveio de roubo ou furto.

Ação de falsidade – Ação promovida paraa obtenção de declaração escrita, que pro-ve, legalmente, se determinado documentoé autêntico ou inautêntico, que deverá seranexada ao processo da ação principal, àqual pertence (CPC, arts. 390 a 394).

Ação de gestão de negócio – Ação queexige prestação de contas da pessoa que,sem poderes concedidos pelo proprietário,administrou bens ou negócios pertencen-tes ao impetrante da ação. O intimado teráde restituir a coisa ao estado anterior oufazer o respectivo pagamento da diferença(CC, art. 1.333).

Ação de habeas corpus – Ação penal pelaqual é garantido à pessoa ameaçada de vio-lência ou coação o direito de liberdade elocomoção, quando esta estiver ameaçadapor ilegalidade ou abuso de poder (CF, art.5.o, LXVIII, e CPP, art. 647).

Ação de habeas data – Ação cautelar con-cedida judicialmente que assegura o conhe-cimento de informações relativas à pessoado impetrante, constantes de registros oubancos de dados de entidades governamen-tais ou de caráter público, podendo aindaefetuar retificação de dados, quando não seprefira fazê-lo por processo sigiloso, judi-cial ou administrativo (CF. Art. 5.o, LXXII).

Ação de concubinato – Ação de habeas data

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Ação de honorários – Ação de naturezaexecutiva, que pode ser também judicial.Cabe a um profissional liberal, seja advoga-do, médico, professor, engenheiro etc., coma finalidade única de receber seu salário ouremuneração previamente combinados(contrato escrito) ou mediante processoordinário.Nota: “Observar-se-á o procedimentosumaríssimo: (...) para a cobrança dos ho-norários dos profissionais liberais, ressal-vado o disposto em legislação especial”(CPC, arts. 275 e 585).

Ação de inconstitucionalidade – Proces-so judicial com a finalidade de eliminar,abolir um ato, ou mesmo impedir uma co-missão de fazer alguma coisa que contrarieuma norma fundamental. Ação direta quepode ser proposta por: Presidente da Re-pública; mesas da Câmara, do Senado; As-sembléias Legislativas; Governadores; Pro-curador-geral da República; conselho daOAB; partido político; entidade de classee Confederação Sindical Nacional (CF, arts.102, 103 e 129).

Ação de inventário – Ação destinada à ar-recadação, descrição e partilha dos bens (mó-veis, imóveis, semoventes, ações, títulos oudireitos do de cujos (CPC, art. 465 e segs.).

Ação de investigação de maternidade –Ação que, em primeiro lugar de investiga-ção e depois de julgamento, é promovidapelo chamado filho natural, contra sua su-posta mãe ou herdeiros, quando interessa-do no reconhecimento sobre sua filiação ounos direitos que diz possuir (CC, arts. 358,364 a 366).Observação: Qualquer pessoa que tenhainteresse no caso do reconhecimento filial,do suposto filho natural ou dos direitosque o mesmo alega ter como herdeiropresumível, poderá, seguindo os trâmiteslegais, contestar a ação impetrada, se tiverdocumentação legal que prove o contrário.Mas, se a sentença for julgada procedente,a ação de investigação impetrada pelo filhonatural produzirá os mesmos efeitos do

reconhecimento. Só não será autorizada sea sua finalidade for a atribuição de famíliailegítima à mulher casada, caso de adulté-rio, ou no caso de incesto, atribuído à mu-lher solteira.

Ação de investigação de paternidade –Ação impetrada pelo filho ilegítimo contrao pai ou, se falecido, contra seus herdeiros,para a obtenção de reconhecimento legal desua filiação (CC, art. 363).

Ação de laudêmio – Ação de competênciado senhorio direto, impetrada quando hou-ver a transferência do domínio útil, porvenda ou dação em pagamento do imóvelaforado ou de domínio útil, para receber doalienante, se o senhorio não usar de opção,o laudêmio que estiver fixado no título deaforamento (CC, art. 686).

Ação de mandado de segurança – Açãocível, cujo objetivo é a proteção de um di-reito líquido e certo do cidadão, quando ailegalidade ou abuso de poder for cometidopor autoridade pública ou agente de pessoajurídica no exercício de atribuições do Po-der Público, não estando o requerente am-parado pelo habeas corpus ou habeas data(CF, art. 5.o, LXIX, e Lei n. 1.533/51).

Ação de manutenção na posse – Açãocujo objetivo visa a conservar legalmentedeterminada posse, protegendo-a contra aturbação (CPP, arts. 926 a 931).

Ação de mútuo – Ação pela qual o mutuan-te – pessoa que dá de empréstimo, coisafungível – exige do mutuário a restituição dobem cedido, devendo este ser-lhe entreguenas mesmas condições de gênero, qualidadee quantidade, mais os juros legalmente con-vencionados (CC, arts. 1.250 a 1.264).

Ação de nulidade – Ação de rito ordináriocuja finalidade é solicitar declaração da ine-ficácia de ato, quando neste são verificadosvícios ou defeitos primordiais que o tor-nam nulo de pleno direito.Nota: Cabe a qualquer interessado, ao Mi-nistério Público, ou mesmo ao juiz, após o

Ação de honorários – Ação de nulidade

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conhecimento do ato ou dos seus efeitos.Dita declaração deverá ser anexada nos au-tos e não poderá deles ser cortada ou elimi-nada mesmo a requerimento das partes (CC,art. 146 e §; CPC, art. 82).

Ação de reintegração na posse – Açãocuja finalidade é garantir ao possuidor legal,no caso de espoliação, a sua reinvestidura naposse de coisa imóvel, de sua propriedadeplena, através de mandado de reintegração.Nota: O CPC fala em reintegração de pos-se, mas o mais exato seria “reintegração naposse” pois possuidor de posse, ele já o é(CPC, arts. 920 a 931).

Ação de seguros – Ação proposta pelosegurado contra o segurador para solicitarindenização do valor da coisa que desapa-receu, sofreu dano ou extravio.Nota: Para que tenha valor legal, o segura-do deve fazer a solicitação dentro da vigên-cia do contrato, cujo risco fora assumidopelo segurador (CC, art. 1.432 e segs., e legis-lação subseqüente).Comentário: “Embora o artigo 1432 donosso Código Civil se refira genericamenteà indenização, a cobertura garantida pelocontrato de seguro nem sempre tem o cará-ter específico de indenização. Essa cober-tura será, de fato, uma indenização quandovisa ressarcir prejuízos decorrentes de acon-tecimentos que afetam coisas e bens do se-gurado. Quando visa aos riscos a que estãoexpostos sua existência, sua integridade fí-sica e sua saúde, não se trata propriamentede indenização, pois não ocorre um prejuí-zo no patrimônio que possa ser ressarcível,indenizável.” (LEVENHAGEM, AntônioJosé de Sousa. Código Civil: comentáriosdidáticos. Direito das obrigações. São Pau-lo: Atlas, 1987, p. 180/181).

Ação executiva – Ação que se inicia com acitação do réu, intimando-o a pagar a dívidareclamada, dentro de 24 horas, ou ceder parao seu ressarcimento, bens de sua proprieda-de. Somente depois dessas providências éque a ação continuará o seu o ritmo normal.

Ação indenizatória – O mesmo que açãode perdas e danos ou simplesmente açãode danos. Visa a restabelecer uma situaçãoexistente antes do ato ilícito ocorrer, sejaele por negligência ou imprudência de ou-trem, para ressarcimento do dano causado(CC, art. 159).

Ação mista – Aquela pela qual se exerceum direito real e um direito pessoal.

Ação penal privada – Aquela estabelecidapela lei, em que somente o ofendido ou seurepresentante legal, se tiver uma base séria,pode formular a acusação e requerer ao juizcriminal a apuração do fato gerador do deli-to e a responsabilidade da pessoa envolvi-da, e que se supõe ter cometido crime.Comentário: Somente o advogado, com aprocuração especial do ofendido, pode pro-por a ação penal privada, que apresentaráao juiz criminal a denúncia ou queixa crime,contendo “a exposição do fato criminoso,com todas as suas circunstâncias, a qualifi-cação do acusado ou esclarecimentos pelosquais se possa identificá-lo, a classificaçãodo crime e, quando necessário, o rol dastestemunhas” (CP, art. 41).

Ação penal pública – Ação penal propos-ta pelo MP, podendo ser condicionada,caso dependa de representação do ofendi-do ou de requerimento do Ministro da Jus-tiça; ou incondicionada.Comentário: Em geral, esta ação penal nãoestá subordinada a qualquer condição, sendopromovida pelo MP. Entretanto, existem ca-sos que dependem de autorização da vítimaou de seu representante legal (representação)ou do Ministro da Justiça (requisição).

Ação penal pública condicionada – Açãopenal pública que exige representação davítima ou seu representante legal ou de re-quisição do Ministro da Justiça (CP, art.100, § 1.o).

Ação petitória – Ação pela qual se pre-tende reconhecer ou garantir o direito depropriedade ou um direito real qualquer.

Ação de nulidade – Ação petitória

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Ação popular – Processo judicial que podeser proposto por qualquer cidadão, eleitor,na posse de seus direitos; tem por objetivoanular ato que seja lesivo ao patrimôniohistórico-cultural, ao meio ambiente e àmoralidade administrativa, ficando o autor,salvo comprovada má-fé, isento de custasjudiciais e do ônus da sucumbência (CF,art. 5.o, LXXIII; Lei n. 4.717/65 e art. 1.o

da Lei n. 4.348/85).

Ação redibitória – Ação do adquirente dedeterminada coisa, móvel ou imóvel, pararestituição do preço, acrescido de todas asdespesas, se a coisa apresentar vício oudefeito oculto, que lhe diminuam o valor oua torna inadequada ao uso (CC, arts. 1.101a 1.106).Observação: Cabe nos casos de doação gra-vada por encargos. Não cabe no caso decoisa adquirida em hasta pública.

Ação reipersecutória – Ação em que oautor reclama o que lhe pertence, ou lhe édevido, achando-se, o bem, fora de seu pa-trimônio, inclusive interesses e penas con-vencionais.

Ação rescisória – Processo judiciário, pre-visto na CF, que pretende revisar em favordo réu, com a apresentação de novos ele-mentos, uma decisão judicial na qual nãocaiba mais recursos.

Ação revocatória falimentar – Açãoimpetrada pelo síndico ou qualquer cre-dor de uma massa falida para solicitar dajustiça a revogação ou a impropriedade doato jurídico, praticado pelo devedor, an-tes da falência, para fazer voltar à massafalida o bem que indevidamente foi retira-do de seu patrimônio (Dec.-lei n. 7.661/45, arts. 52, 53 e 55).

Ação sumaríssima – O mesmo que pro-cedimento sumaríssimo (CPC, arts. 572,583 a 585, 614 e 615).

Ação universal – Ação que cabe ao verda-deiro interessado para que lhe seja atribuí-da a totalidade de um legado ou de umpatrimônio.

Acareação – S.f. Ato de acarear; acareamen-to, careação. Destina-se a apurar a verdadee esclarecer as contradições e divergênciashavidas nos depoimentos das partes e dastestemunhas, colocando cada depoente nafrente do outro.

Acareamento – S.m. O mesmo que aca-reação.

Acarear – V.t.d. Pôr cara a cara ou frente afrente; confrontar, afrontar, enfrentar,acarar. Pôr em presença uns dos outros au-tores de depoimentos ou declarações quenão são concordes, para novos depoimen-tos (CPC, art. 418, II).

Acaudilhar – Comandar como caudilho;capitanear; chefiar uma facção política ouum partido; seguir as ordens de um caudi-lho; associar-se em partido, grupo, facção.

Aceitante – (Lat. acceptante.) Adj. 2 g.Manifestar anuência aos termos essenciaisde uma proposta de contrato, que com issose torna perfeito e acabado.

Aceptilação – (Lat. tard. acceptilatione.)S.f. Quitação de dívida que se dá a um deve-dor, com efeito extensivo aos demais coobri-gados, pela entrega do título não pago aodevedor. Remissão de dívida não paga.

Acessório – (Lat. accessu, ‘que chegou’ +ório.) S.m. e adj. Que não é fundamental,suplementar, adicional; que acompanha apeça fundamental. Cláusula, processo oucoisa que para ter existência depende deuma outra principal, sendo dela parte inte-grante (CC, arts. 61 (do solo), 716 (do usu-fruto), 810, 864, 1.003 (dívida) e 1.463 (dapropriedade)).

Aclaração – (Lat. Acclarare, de aclarar)S.f. Ato ou efeito de aclarar, aclaramento,esclarecimento. Aditamento que se faz aum texto legal ou contratual para esclarecercertas cláusulas ou artigos.

Ações – (Lat. actiones.) S.f. Em terminolo-gia jurídica elas podem ser classificadascomo: reais (actiones in rem), quando

Ação popular – Ações

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provenientes do direito de propriedade, emqualquer de suas evidências; pessoais(actiones in personam), ação direta nas pes-soas, obrigando a dar, fazer ou não fazeralguma coisa; inclui-se a obrigação dimanadade contratos ou quase contratos legais.

Acoitamento – S.m. Ato de acoitar, de es-conder, de dar refúgio, para proteger dapolícia ou da justiça; ocultamento; crime,se o acoitado é um criminoso ou procuradopela justiça. Acoitante é também crimino-so por conivência.

Acórdão – S.m. De acordam, ou seja, con-cordam (3.a p.p. presente do indicativo deacordar); decisão proferida em grau de re-curso por tribunal coletivo e superior(CPC, arts. 163 a 165, 556, 563, 564 e 619).

Acordar – (Lat. vulgar acordare.) V.t.d.Conciliar, acomodar, concordar.

Acordo – (It. accordo.) S.m. Combinação,conformidade de idéias, ajuste, pacto departes litigiosas.

Acordo amigável – Apesar da superflui-dade de palavras, um pleonasmo, a repeti-ção da idéia tem por fim diferenciá-lo doacordo judicial. Mas, julgamos convenien-te nunca usar essa expressão, pois não existeacordo que não seja por vontade de ambasas partes.

Acordo coletivo de trabalho – Convêniorecíproco realizado entre o sindicato de umacategoria profissional e uma empresa (CLT,art. 611).

Acusação – S.f. Exposição escrita ou oralda parte que acusa; pode ser pública, quan-do é diligenciada pelo Estado, e a imputa-ção feita através do promotor de justiça;particular, quando é provocada por queixada parte ofendida ou seu representante le-gal (CPC, arts. 452, 471 a 474 e 558).

Acusador – (Lat. accusatore.) Adj. Queacusa, acusante.

Acusador particular – Advogado contra-tado pelo ofendido, para auxiliar o MP nos

crimes de ação pública nos quais tenha in-teresse (CPP, arts. 268, 420 e 561).

Acusar – V.t.d. Demonstrar, perante o juiz,ou tribunal competente, a responsabilida-de de alguém.

Adenda – (Lat. addenda.) S.f. Aquilo quese apresenta em um livro, em uma obra paracompletá-la; apêndice, suplemento, adendo.

Adendo – S.m. O mesmo que adenda.

Aderido – (De aderir.) Adj. Ligado, unido,colado.

Adéspota – (Gr. a (privação) + despotès(senhor).) Adj. Que não tem um só dono;comum, de todos; “terreno que não estásob o domínio ou posse”, segundo TorrieriGuimarães.

Ad hoc – Loc. lat. Usada na eventual subs-tituição ou designação oficial para determi-nado ato.Nota: Quando um réu não tem ou não podeconstituir um advogado, o juiz pode no-mear um ad hoc. Somente o promotor pú-blico, não pode ser nomeado ad hoc (CC,art. 198, §§ 1.o e 2.o).

Adição da herança – Aceitação, tácita ouexpressa, da herança, por parte do herdeiro.

Adimplemento – S.m. Ato ou efeito deadimplir; adimplência; extinção de uma obri-gação por qualquer forma, pagamento,novação, transação, compensação etc.

Adimplência – S.f. O mesmo que adim-plemento

Adimplente – Adj. 2 g. Que cumpre nodevido termo todas as obrigações contra-tuais; que adimple.

Adimplir – (Lat. tardio adimplere.) V.t.d.Cumprir, executar, completar um contrato.

Adir – (Lat. adere.) V.t.d. Aditar, aumen-tar, juntar; entrar na posse de herança.

Aditamento – S.m. Ato de aditar; o que seadita (CPC, art. 264).

Ações – Aditamento

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Aditar – (Lat. additare.) V.t.d. Juntar,adicionar.

Adjeto – (Lat. adjectu.) Adj. Unido; acres-centado.

Adjudicação – (Lat. adjudicatione.) S.f.Ato de transferir àquele que promoveu aexecução judicial os bens penhorados, ouos respectivos rendimentos, para pagamen-to de seu crédito.

Adjudicador – Adj. Aquele que adjudica.

Adjudicar – (Lat. adjudicare.) V.t.d.e i. Fa-zer adjudicação de.

Adjucativo – Adj. Adjucatório.

Adjudicatório – Adj. Que tem relação coma adjudicação.

Ad Judicia – Loc. lat. Para o foro em geral.

Adjunção – (Lat. adjunctione.) S.f. Ato ouefeito de ajuntar ou de associar como adjun-to; uma das formas de adquirir um bem mó-vel, acrescentando uma coisa a outra, for-mando, assim, um todo (CC, arts. 615 e 616).

Adjunto – (Lat. adjunctu.) S.m. e adj. Unido,associado, contíguo; agregado, associado,auxiliar; complemento gramatical.

Adoção – (Lat. adoptione.) S.f. Ato ou efei-to de adotar.

Ad referendum – Loc. lat. Com o referendo.

Aduzir – (Lat. adducere.) V.t.d. Trazer,conduzir, expor, apresentar.

Advocacia – S.f. O exercício da profissãode advogado, de defesa; ação de advogar,interceder a favor de alguém, defendo-o comrazões e argumentos.

Advocacia Geral da União – Instituiçãoque, diretamente ou através de órgão vin-culado, representa a União, judicial eextrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termosda lei complementar que dispuser sobre aorganização e funcionamento, as ativida-

des de consultoria e assessoramento jurídi-co do Poder Executivo. Está dividida em:Advocacia Geral e Defensoria Pública (CF,cap. IV, seção II, art. 131).

Advogado – (Lat. advocatu.) S.m. Pessoahabilitada legalmente para prestar assistên-cia profissional a terceiros em assuntos jurí-dicos, defendendo-lhes os interesses, comoconsultor ou como procurador em juízo.Nota: “O advogado é indispensável à ad-ministração da justiça, sendo inviolável porseus atos e manifestações no exercício daprofissão, nos limites da lei” (CF, TítuloIV, Seção III, art. 133).

Advogado constituído – Aquele profissio-nal liberal contratado particularmente poralguém para a defesa de seus interesses oudireitos, em juízo ou fora dele, mediante umaremuneração previamente estipulada emdocumento escrito ou mesmo verbalmente.

Advogado dativo – Aquele que é nomeadopelo juiz e não por determinação legal.

Advogado de ofício – Aquele que, nomea-do pelo juiz, defende o réu, quando este,em processo crime, não tem defensor. Naárea cível, o advogado de ofício é nomeadopela Assistência Judiciária ou pela OAB.

Afiançável – Adj. 2g. O que pode ser mo-tivo, causa de fiança.

Afinal – Expressão forense que indica o fimda demanda, quando concluído o processo.

Afinidade – (Lat. affinitate.) S.f. Relação,semelhança; vínculo do parentesco afim.

Aforação – S.f. O mesmo que aforamento.

Aforado – Adj. Deverbal de aforar; o mes-mo que enfiteuticado.

Aforamento – S.m. O mesmo que enfiteuse;contrato pelo qual o proprietário de imó-vel transfere seu domínio útil e perpétuo,mediante o pagamento de um foro anual,valor certo e invariável (CC, arts. 678 a694).

Aditar – Aforamento

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Aforar – V.t.d. Dar, ou tomar por afora-mento ou enfiteuse.

Agente do crime – Autor ou co-autor deum crime;

Agente público – Pessoa física que exercecargo ou função administrativa pertencen-te ao serviço público.

Ágio – (Lat. aggio.) S.m. Interesse resul-tante do câmbio; usura; especulação jogode fundos públicos; diferença entre o valornominal e o real das moedas.

Agiota – S.m e adj. 2g. Aquele que praticaa agiotagem. Pessoa que procura ágio, viven-do de empréstimos a terceiros, descontan-do cheques e letras de câmbio a juros eleva-dos; usurário; pessoa interesseira.

Agiotagem – (Fr. agiotage.) S.f. É o pro-cedimento do agiota; usura, especulação so-bre fundos públicos e mercadorias; crimecontra a economia popular.

Agnição – (Lat. agnitione.) S.f. Conheci-mento; sistema contratual, que mesmo so-mente se ultima pela declaração do aceitante.Nota: O CC, seguindo o que preceituava oCCom de 1850, inclui o sistema de agnição,mas, na forma de subteoria, a expedição,abandonando o princípio da forma vincu-lante da expedição, a despeito de expedidaa aceitação, se antes desta ou com ela che-gar ao proponente a retratação do aceitante.Cf. RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil –3, p. 72 e 73 (art. 192, § 3.o e Lei n. 1521/26, art. 4.o, a.).

Agravante – Adj. 2g. Circunstância do cri-me, revelando sua maior gravidade e acarre-tando aumento da pena, ficando esta à crité-rio do juiz, dentro do limite máximo da pres-crição penal. Pessoa que interpõe agravo.

Agravar – (Lat. agravare.) V.t.d. Tornarmais grave. V.t.i. Recorrer judicialmente con-tra um despacho ou decisão.

Agravo – (Lat. agravare.) S.m. Ato de agra-var; ofensa, injúria, motivo grave de queixa;

recurso judicial contra uma presumida in-justiça (CPC, arts. 524 a 532).

Agravo de instrumento – Recurso quecabe contra despacho interlocutório ou ter-minante (CPC, arts. 522 a 529 e 559; CLT,art. 897 e Dec.-lei n. 7.661/45, art. 17).

Agravo de petição – Só existe no processotrabalhista, suprimido no processo civil(CLT, art. 897, a e §§ 1.o e 2.o).Comentário: Recurso cabível contra qual-quer decisão na execução de um processotrabalhista, no prazo de oito dias. Será jul-gado pelo próprio tribunal que proferiu asentença ou ao presidente do TRT, quandoa autoridade recorrida for o presidente dajunta ou juiz de direito.

Agravo retido nos autos – Recurso cabí-vel contra despachos interlocutórios, quan-do o agravante pode requerer que fique re-tido nos autos para que o tribunal tome,com antecedência, conhecimento dele porocasião do julgamento da apelação (CPC,arts. 522, § 1.o e 527, § 2.o).

Agressão – (Lat. aggressione.) S.f. Ato ouefeito de agredir; ofensa ou ataque moralou físico (CP, art. 25).

Ajuda de custas – O mesmo que ajuda decusto.

Ajuda de custo – Adiantamento em di-nheiro que as empresas privadas ou a ad-ministração pública faz aos funcionários,titulares de cargo ou a militares, além deseus vencimentos, para provimento de des-pesas necessárias com viagens a serviço,mudança, instalação, estadia etc. Não inte-gra os vencimentos dos funcionários públi-cos. Também na Justiça do Trabalho, tantoajuda de custo como as diárias de viagensque não excedam a 50% do salário do em-pregado, não são incluídas no salário (CLT,art. 457, § 2.o).

Ajuizamento – S.m. Ato de propor umaação judicial; julgamento, decisão.

Ajuste – S.m. Acordo, trato, combinação;acordo feito para praticar o crime.

Aforar – Ajuste

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Albergue – (Gót. haribaírgo.) S.m. Localpara onde são enviados, temporariamenteou em caráter permanente e por caridade,aqueles que não têm onde residir, sem em-prego fixo ou passam por necessidade ma-terial premente. A palavra também signifi-ca hospício, abrigo, asilo, refúgio.

Alçada – (Do v.t. lat. altiare.) S.f. Compe-tência, jurisdição, esfera de ação ou influên-cia de alguém. Atualmente, significa limitede jurisdição, de competência de juízo outribunal, prefixando limites de qualquerjuiz, tribunal de justiça, oficial de justiça,em relação ao julgamento do valor da causaconstante da petição.

Aleatório – (Lat. aleatoriu.) Adj. Que de-pende de acontecimento incerto; sujeito àscontingências do futuro.

Alegações – S.f. Razões de fato e de direi-to produzidas em juízo pelos litigantes.

Alegações finais – Última explanação dosfundamentos de fato e de direito invocadospelas partes na defesa de uma causa.Comentário: “Essas alegações podem serdivididas em duas partes: preliminar, so-mente haverá, quando se quiser alegar umanulidade processual, quando alguma maté-ria de direito tiver sido afrontada, ou quan-do houver cerceamento de defesa ocorridodurante a instrução processual. Se nenhu-ma nulidade houver a ser alegada, a defesafinal resumir-se-á ao mérito e a defesa ex-porá as razões de fato e de direito que pro-vem a inocência do réu, sua personalidadee antecedentes. A matéria de fato a ser de-monstrada nas razões finais diz respeito àsprovas coligidas, o álibi do acusado; entre-tanto, haverá processos em que não se possaintentar à absolvição do réu, face à provacoligida; nestes casos pleitear-se-á a apli-cação de uma pena reduzida.” (FELIPPE,Donald J. Dicionário jurídico de bolso. 9.ed. Campinas: Conan).

Alhear – (Lat. alienare.) V.t.d. O mesmoque alienar.

Álibi – Adv. Em outro lugar; emprega-secomo substantivo, na linguagem jurídica, parasignificar fato de que o acusado, na ocasiãodo delito, estava em lugar diferente.

À lide – Expressão forense que significa àcausa, à demanda. O mesmo que ad litem.

Alienação – (Lat. alienatione.) S.f. Ato dealienar; cessão de bens.

Alienação fiduciária – Cessão de bensem confiança, como garantia de uma dívida:o devedor transfere ao credor um bem de suapropriedade, como garantia da dívida assu-mida. Após cumprido o compromisso quegerou a dívida, o bem será imediatamenterestituído.

Alienar – (Lat. alienare.) V.t.d. Tornaralheio, alhear; transferir bens ou direitosdo patrimônio de uma pessoa para outra.

Alimentando – S.m. Pessoa que, por deci-são judicial, deve receber alimentação, porparte de terceiro, aqui chamado de alimentante.O mesmo que alimentário e alimentado.

Alimentante – S. 2g. Pessoa obrigada porlei a manter a alimentação de alguém, aquichamado de alimentado.

Alimentício – Adj. Próprio para alimenta-ção, que alimenta.

Alimento – (Lat. alimentu.) S.m. No sen-tido jurídico, no Brasil, compreende impor-tância em dinheiro ou qualquer prestaçãoin natura que o alimentante se obriga porforça de lei a prestar ao alimentando. Alémda subsistência material, os alimentos com-preendem despesas ordinárias e especiais àformação intelectual e educação (CF, art.5.o LXVII; CC, art. 396 e segs.).

Alínea – Subdivisão de um dispositivo le-gal, geralmente pré-dividida em parágrafose indicada por algarismos romanos ou ará-bicos. Normalmente é uma frase curta, for-mando sentido à parte que interrompe ou-tra mais importante.

ALbergue – Alínea

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Alíquota – Adj. Percentual com que deter-minado imposto incide sobre o valor dacoisa tributada.

Aliter – Adv. De outra maneira; de outromodo; diversamente; no caso contrário.

Alistamento – S.m. Ato de ser posto emlista; arrolamento.

Almoeda – (Ár. almunãdiya.) S.f. Vendaem público por arrematação; leilão judicial.

Alodial – (Lat. alodiale.) Adj. 2g. Livre deencargos ou direitos.

Alteração contratual – Modificação queé feita no texto de um contrato ou simples-mente em alguma de suas cláusulas, alte-rando ou modificando o seu conteúdo (CC,arts. 129, 132 e 133).

Alugar – (Lat. locare.) V.t.d. Ceder ou to-mar como aluguel.

Aluguel – S.m. O preço que se paga pelaocupação do imóvel alheio.

Aluguel pena – Pagamento que o locatá-rio deve fazer ao locador, quando, termina-do o prazo contratual do imóvel alugado,nele continuar a residir sem a reformulaçãodo aluguel. O aluguel pena está legalmenteembasado no art. 1.196 do CC, que diz: “Senotificado, o locatário não restituir a coisa,pagará, enquanto a tiver em seu poder, oaluguer que o locador arbitrar e responderápelo dano, que ela venha a sofrer, emboraproveniente de caso fortuito.”

Aluguer – O mesmo que aluguel.

Aluvião – Depósito de terra trazida pelaságuas; posse legal de terreno incluído napropriedade pelo acúmulo de depósitos eaterros naturais ou pelo desvio das águasdos rios, os quais passam a ser proprieda-de dos donos dos terrenos marginais aosdepósitos, aterros ou aos rios (CC, art. 539e Dec.-lei n. 24.643/34).

Alvará – (Ár. al-barã = carta, cédula.) S.m.Documento que uma autoridade judicial ouadministrativa passa a favor de um interes-sado, seja de interesse público ou particu-

lar, certificando, autorizando ou aprovan-do certos atos ou direitos.

Alvará de soltura – Ordem judicial de ime-diata liberação de preso que obteve habeascorpus ou de condenado com pena cumpri-da ou extinta.

Álveo – Superfície que as águas cobremsem transbordar para o solo natural e ordi-nariamente enxuto (CÁg, art. 10).

Amancebado – Adj. Designação daqueleque vive em mancebia, concubinato; amiga-do, amasiado.

Ambicídio – S.m. Pacto de morte entreduas pessoas; homicídio-suicídio.

Ambigüidade – (Lat. ambiguitate.) S.f.Propriedade daquilo que admite duplo sen-tido ou dupla interpretação.

Ambíguo – (Lat. ambiguu.) Adj. Que podeser tomado em mais de um sentido; confu-so, incompleto.

Ameaça – (Lat.v. minacia.) S.f. Palavra ougesto intimidativo; promessa de castigo oumalefício.

Amear – V.t.d. Meiar, dividir ao meio.

Amigável – (Lat. amicabile.) Adj. 2g.Amistoso; por meio extrajudicial, por acor-do; consensual.

Amissível – (Lat. amissibile.) Adj. 2g. Sus-ceptível de perder-se.

Amoral – Adj. 2g. Destituído de sensomoral. Diz-se da conduta humana que, sus-ceptível de qualificação moral, não se pau-ta pelas regras morais vigentes em um dadotempo e lugar, seja por ignorância do indi-víduo ou do grupo considerado, seja pelaindiferença, expressa ou fundamentada, aosvalores morais.

Amortização de ações – Operação pormeio da qual as sociedade anônimas, dosfundos disponíveis e sem redução do capi-tal, distribuem por todos os acionistas, oupor alguns deles, a título de antecipação,

Alíquota – Amortização de ações

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somas de dinheiro que caberiam às açõesem caso de liquidação.

Anistia – (Gr. Amnestía.) S.f. Ato pelo qualo poder público declara impuníveis, pormotivo de utilidade social, todos quantos,até certo dia, perpetraram determinados de-litos, em geral políticos, seja fazendo cessaras diligências persecutórias, seja tornandonulas e de nenhum efeito as condenações;perdão geral. Não confundir com o perdão,ou indulto, que se inspiram no valor subjeti-vo do condenado, com o indivíduo.

Ano-base – Período que se toma, conven-cionalmente, como referência no cômputode um fenômeno jurídico, tributário ou fi-nanceiro.

Anomalia – (Gr. anomalía.) S.f. Irregulari-dade, anormalidade.

Antecessor – (Lat. ancessore.) S.m. Aqueleque antecede, predecessor; indivíduo queocupou cargo ou fez alguma coisa antes deoutro.

Antecipação de legítima vontade – S.f.Ato inter vivos pelo qual o pai ou a mãeviúvos doam, de modo especial, certos bensaos filhos.

Anteriodade da lei – Princípio segundo oqual não há crime sem lei anterior que odefina como tal e não há pena sem préviacominação legal.

Nota: Essa expressão é também é usadacom o significado de prioridade de data.(CP, art. 1.o).

Anticrese – (Gr. antíchresis.) S.f. Contra-to pelo qual o devedor entrega ao credorum imóvel, dando-lhe o direito de receberos frutos e rendimentos como compensa-ção da dívida; consignação de rendimento.

Antijuridicidade – S.f. Ilegalidade jurídi-ca; propriedade do que é contrário ao direi-to ou antijurídico. Para Enrique Bacigalupo,“antijurídica é uma ação típica que não estájustificada (...)”.

Comentário: Ensina-nos Enrique Baciga-lupo: “A antijuridicidade consiste na faltade autorização da ação típica. Matar alguémé uma ação típica porque infringe a normaque diz não deves matar; esta mesma açãotípica será antijurídica se não for praticadasob o amparo de uma causa de justificação(por exemplo, legítima defesa, estado denecessidade etc.” (Manual de derecho pe-nal. Bogotá: Temis, 1984; Typo y Error.Buenos Aires: Cooperativa de Derecho,1973). Alguns juristas admitem ser aantijuridicidade apenas subjetiva, isto é, elasomente existe em relação à qualificação deerro ou crime, os quais podem ser compreen-didos e orientados de acordo com a norma.Outros, entretanto, acham que ela é objeti-va, independente do fato de ser a pessoaque pratica a ação, responsável ou não.

Antijurídico – Adj. Contrário à boa justi-ça, ao direito estatuído, aos princípios darazão jurídica.

Anuência – (Lat. annuentia.) S.f. Ato deanuir. Aquiescência, permissão, aprovação.

Anuente – (Lat. annuente.) S. e adj 2g.Que ou quem anui.

Anuir – (Lat. anuire.) V.i. Dar consenti-mento, condescender, assentir.

Anulação – S.f. Decisão judicial, que de-clara falta de fundamento, insubsistênciapara os efeitos de direito; o ato de anular.

Apelação – (Lat. appellatio.) S.f. Recursoque se interpõe às decisões terminativasdo processo a fim de os tribunais reexamina-rem e julgarem de novo as questões decidi-das na instância inferior.

Apelado – Adj. Adversário, no litígio, da-quele que interpõe recurso de apelação.Sentença apelada é a decisão com a qual aparte não se conformou, apelando para su-perior instância.

Apenação – S.f. Ato de apenar; aplicaçãoda pena.

Amortização de ações – Apenação

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Apenado – Adj. Condenado a pena; punido.

Apenar – V.t.d. Condenar, punir, imporpena, multar; intimar, ameaçando com pena,a comparecer, prestar serviços etc.

Apenso – (Lat. appensu.) Adj. Junto, ane-xo; aquilo que se apensa; acréscimo.

Aplicação da lei – “Na aplicação da lei, ojuiz atenderá aos fins sociais a que ela sedirige e às experiências do bem comum”(CC, art. 5.o).Comentário: A interpretação sociológicaacabou por conquistar um novo métodointerpretativo da lei, sem ser desprezado ométodo tradicional, devendo este ser a basepara a boa compreensão da lei, não prescin-dindo o intérprete do atendimento à finali-dade social. É a chamada interpretação mo-derna, hoje adotada na França, Alemanha eoutros países desenvolvidos. ReinaldoPorchat proclama: “Sendo o direito um fe-nômeno eminentemente social, não pode sersatisfatoriamente compreendido sem o co-nhecimento da natureza da sociedade, que éo meio em que ele se realiza.” Mas, necessá-rio se faz, que o intérprete da lei, neste casoo juiz, não caia em exageros, compreenden-do e orientando-se bem pelas palavras deSeverino Sombra, que diz: “Os indivíduosdão lugar, na verdade, a um ser novo – o sersocial, a sociedade – com caracteres próprios,mas, não desaparecem como realidadesirredutíveis, dotadas de uma consciência quegoza de liberdade e tem um destino superiorà própria sociedade.”

Aposentadoria – S. f. Estado de inatividaderemunerada de funcionário público ou deempresa particular, ao fim de certo tempode serviço, com determinado vencimento.

Aposentadoria compulsória – ConformeCF de l988, a aposentadoria compulsóriase verifica por implemento de idade, po-dendo ser definida como o período de des-canso imposto pelo Estado ao funcionáriopúblico que atingiu determinado limite deidade, com proventos proporcionais ao tem-po de serviço.

Apregoado – Adj. Publicado por pregão;notório, proclamado.

Apropriação indébita – Ato pelo qual al-guém, abusando da confiança de outrem,converte dolosamente em própria a coisa alheiamóvel de que tenha guarda, posse ou de-tenção para qualquer fim.

Aqüestos – Adj. Bens adquiridos na vigên-cia da sociedade conjugal.

Aquiescer – (Lat. acquiescere.) V. i. e t.i.Consentir, anuir, transigir.

AR – Abreviatura de Aviso de Recepção.

Arbitramento – S.m. Julgamento, decisão,veredicto, valição ou estimação de bens fei-ta por um árbitro.

Arbítrio – (Lat. arbitriu.) S.m. Deliberaçãoque depende da vontade de quem resolve.

Arbítrio de – À vontade de; à mercê de.

Árbitro – (Lat. arbitru.) S.m. Aquele quedirime questões por acordo das partes liti-gantes por designação oficial; mediador.

Ardil – (Cat. ardit.) S.m. Astúcia, manha,artimanha, artifício; estratagema, ardileza;sagacidade para enganar.

Aresto – S.m. O mesmo que arresto; deci-são de um tribunal que serve de paradigmapara solução de casos análogos; acórdão.

Argüente – (Lat. arguente.) Adj. Que ouquem argúi ou argumenta; argumentante;autor da reclamação nos processos disci-plinares submetidos a julgamento nos Con-selhos da OAB (RI do STF, art. 328).

Argüição – S.f. Ato de argüir; impugnação,censura, acusação, objeção; combate comargumentos; argumentação fundamentada.

Argüição de falsidade – Medida de con-testação acessória, que sobrevém no decur-so de uma ação judiciária, suscitando a falsi-dade de assinatura ou de documento (CPC,arts. 390 a 395).

Apenado – Argüição de falsidade

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Argüição de nulidade – Suscitação denulidade no processo civil ou no processopenal (CPC, arts. 243 e 145; CPP, art. 571).

Argüição de relevância – Antigo recursoextraordinário feito para o STF, que, em ca-pítulo específico e destacado, solicitava, jus-tificando, em argumentação fundamentada,o porquê de sua objeção, juntando-se a do-cumentação necessária e mencionando obri-gatoriamente a sentença de primeiro grau, oacórdão recorrido, a própria petição do re-curso extraordinário e o despacho resultantedo exame aceitável pelo Tribunal.Observação: Com a Constituição de 1988,essa figura desapareceu, pois a Lei n. 8.038,de 28.05.1990, Diário Oficial do dia 29, ins-tituiu novas normas, inclusive para o Recur-so Especial e o Extraordinário, excluindo,assim, a chamada argüição de relevância.

Argüição de testemunha – Ato atravésdo qual a parte contradiz a outra testemu-nha, argüindo-lhe a incapacidade, o impe-dimento ou a suspeição; ato de escutar oespectador do delito sobre o que ele tem arelatar ao juiz sobre o fato argüido peloautor e pelo réu (CPC, art. 414, § 1.o).

Argüir – (Lat. arguere.) V.t.d. Repreender,censurar, criminar, condenar com argumen-tos ou razões.

Argumento aríete – Argumento forte,contundente; que abre caminho; decisivo;convincente.

Arquivo morto – Local onde se guardampapéis que não estão mais em uso. Hojeusa-se o mesmo nome para os arquivos emdesuso que estão no computador ou guar-dados em disquetes.

Arras – (Gr. arrhabón – origem semítica.)S.f. Garantia ou sinal de contrato; penhor;sinal que uma das partes contratantes en-trega à outra como garantia de um contrato.

Arrebatamento de preso – Ato de tirar,com violência, um preso de quem o tenhasob custódia ou guarda, com a única finali-dade de maltratá-lo (CP, art. 353).

Arrematação – S.f. Ato ou efeito de arre-matar; adjudicação em hasta pública, com-pra em leilão.

Arrematar – V.t.d. Comprar ou tomar dearrendamento em leilão.

Arrendamento – S.m. Ato de arrendar;contrato em que alguém cede a outrem, porcerto tempo e determinado preço, um bemde sua propriedade.

Arrestado – Adj. e s.m. Que ou aquele quesofreu arresto.

Arrestar – (Lat. v. arrestare.) V.t.d. Fazerarresto em; embargar.

Arresto – S.m. Providência cautelar queconsiste na apreensão judicial de bens nãolitigiosos do devedor, para a garantia de umadívida cuja cobrança foi ou vai ser ajuizada;embargo.

Arrimo – S.m. Auxílio material proporcio-nado a alguém para sua subsistência; pes-soa que representa única fonte de sustentode família.

Arrolamento – S.m. Ato de arrolar; inven-tário, lista.

Arrolar – V.t.d. Colocar em rol ou lista;inventariar.

Artigo – (Lat. articulu.) S.m. Cada umadas divisões, respectivamente numeradasem ordem, de uma lei, decreto, código etc.;capítulo das réplicas, solicitações e de ou-tros documentos forenses.

Ascendente – (Lat. ascendente.) Adj. Ante-passado; qualquer parente em linha reta. Osascendentes dos filhos são os pais; dos pais,os avós; avós são ascendentes dos netos, nasucessão, por direito de representação dospais pré-mortos.

Às de costume – Forma abreviada da ex-pressão “às perguntas de costume”, empre-gada nos termos de depoimento; jurispru-dência baseada no uso e não da lei escrita.

Argüição de nulidade – Às de costume

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Asfixiologia forense – Parte da medicinajudiciária que estuda as asfixias por gases,enforcamento, estrangulamento etc., sob oponto de vista legal.

Asilo político – Lugar onde ficam livres daspenas da lei, os que a ele se recolhem, emrazão de perseguição política. São conside-rados locais onde se possam obter asilo: asembaixadas, os aviões militares e os naviosde guerra considerados extraterritoriais.

Assembléia Nacional Constituinte –Reunião de parlamentares (deputados fe-derais e senadores) para discutir, votar,aprovar e promulgar a Constituição.

Assentada – S.f. Sessão forense para depoi-mento de testemunhas; declaração exaradado depoimento de testemunha; testemunhoescrito e assinado pela parte declarante.

Assentamento – Registro de ato públicoou privado; averbação.

Assessor – (Lat. assessore.) S.m. Adjun-to, auxiliar, assistente.

Assessório – (Lat. assssoriu.) Adj. Relati-vo a assessorar.

Assistência judiciária – Instituição pú-blica destinada a proporcionar os benefíciosda justiça gratuita, às pessoas juridicamen-te pobres, que necessitam do amparo da leie não dispõem dos recursos para promovê-los e efetivá-los.

Ata – (Lat. acta.) S.f. Coisas feitas; registroescrito no qual se relata o que se passounuma sessão, convenção, congresso etc.

Atávico – (Lat. Atavu, quarto avô + ico.)Adj. Transmitido por atavismo.

Atavismo – S.m. Herança de caracteres ine-rentes a antepassados remotos. Não é ahereditariedade através de uma linha diretade ascendente para descendentes avós, pais,filhos, mas a reprodução, neste ou naquelemembro da família, de certos caracterespróprios de avoengos ou de antepassadosainda mais longínquos.

Comentário: O atavismo criminal busca a cau-sa da criminalidade nas degenerescências deantepassados mais recuados, admitindo quedormitam na subconsciência do criminoso osresquícios raciais que lhe corrompem o cará-ter. Existem teorias doutrinárias, especialmen-te as religiosas, que são contrárias à teoriacriminal e não adotam o modo de pensar dosjuristas. Elas vêem os antecedentes do crimi-noso nato através das “vidas sucessivas” pelocurso da reencarnação. Segundo essas teorias,a inclinação criminal é peculiar à individuali-dade psíquica e não à linha ancestral, ou seja,à sua personalidade. Clóvis Beviláqua, emsua obra Criminologia e Direito, nos ensina:“Certamente o delinqüente deve ter uma cons-tituição fisiológica adequada à eclosão do cri-me, ao menos em sua generalidade. É umaconseqüência imediata da doutrina, há muitovitoriosa em psicologia, segundo a qual osfenômenos mentais de qualquer modalidadetêm, por concomitantes necessários, certasmodificações do sistema nervoso, que nãopodemos deixar de considerar comodeterminantes ou como condições do apare-cimento dos fenômenos psíquicos.”

Atenta – (Lat. Attentu, de attendere.) Adj.Atendido; na linguagem forense pode ser:considerando, acolher, acolhendo, tomar oudemonstrar consideração, prestar atenção.

Atentatório – (Do v.t. lat. Attentare.) Adj.Que constitui atentado.

Atenuante – Adj. 2g. Que atenua, que di-minui a gravidade; diz-se de circunstânciacasual, legalmente prevista, que, à critériodo juiz, ocasiona a diminuição da pena, res-peitando, entretanto, o limite mínimo dograu do castigo imposto ao réu.

Atestado de óbito – Certidão ou atestadode falecimento ou morte de pessoa. O ates-tado médico instruirá a emissão da certidãopelo registro civil.

Atipicidade – S.f. Qualidade de atípico;condição do ato que, por não enquadrartodos os seus elementos na descrição legalde crime, é indiferente ao Direito Penal.

Asfixiologia forense – Atipicidade

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Atípico – (Gr. átypos.) Adj. Que se afastado normal; não coincide com a descrição denenhum tipo.

Ato – (Lat. actu.) S.m. Aquilo que se fez ouque se pode fazer; ação; que decorre de umser, que tendo vontade e livre arbítrio, opratica.

Ato adicional – Ato político, que altera eintegra o texto constitucional, lei máximade um país.

Ato anulável – Ato que produz efeitosaté que haja a declaração judicial de sua ine-ficiência.Comentário: O nosso CC dispõe que “éanulável o ato jurídico: a) por incapacidaderelativa do agente; b) por vício resultantede erro, dolo, coação, simulação ou fraude”(CC, arts. 6.o, 86 a 113 e 147).

Ato atributivo – Ato cuja finalidade é atransferência de um direito para umbeneficiário.

Ato autêntico – Ato passado ou emanadode uma autoridade, ou apresentado e pro-vido pela fé pública.

Ato criminoso – Ação ou omissão, cujadescrição se ajusta à de uma conduta típicadelituosa, isto é, conduta que correspondea “tipo” de crime, especificado na lei.

Ato de libidinagem – União carnal ouqualquer de seus equivalentes no alívio dodesejo sexual, ou seja, da libido.

Ato doloso – (Lat. dolosu acto.) Ato feitoatravés do dolo, ou seja, de modo conscien-te, de má-fé, astúcia ou maquinação, e coma intenção de obter um resultado criminosoou de assumir o risco de o produzir.

Ato formal – Ato que, para ser válido, alei exige que seja solene e revestido deformalidades.

Ato gratuito – Ato livre da obrigação dacontraprestação, não obrigando a pessoa anenhum encargo ou pagamento de nenhu-ma espécie.

Ato ilícito – Ação ou omissão voluntária,negligência ou imprudência de alguém, cujosefeitos, antijurídicos, ofendem o direitoalheio, ou causam prejuízo a outrem.Comentário: O CC, art. 159, obriga o autorde tal ato a reparar o dano causado.

Ato Inconstitucional – Ato que se opõe àConstituição, viola qualquer parte da CF,estatuto político de um Estado (União ouEstado-membro).

Ato institucional – Declaração solene, esta-tuto ou regulamento baixado pelo governo.

Ato judicial – Ato emanado do poder ju-diciário ou que perante ele é realizado.

Ato jurídico – Ato cujo fim imediato éadquirir, resguardar, transferir, modificar,ou extinguir direitos, dentro do que é legal-mente lícito, para que o mesmo produzaefeitos jurídicos válidos.Nota: No ato jurídico há sempre a manifes-tação da vontade, e quando esta vontadenão está direcionada para fins legítimos, ouquando o efeito produzido pelo ato não forlegítimo, apesar da vontade de o ser, carac-teriza-se um ato ilegítimo, portanto, ilícito(CC, arts. 81, 82, 129, 130,133,134,136 e145; Dec.-lei n. 2.627, de 17.07.1941, art.26; CCom art. 134).

Ato lícito – Ato da vontade, fundado no di-reito, que produz efeitos jurídicos válidos.Nota: Segundo o art. 81 do CC, somente osatos lícitos são capazes de criar direitos afavor do agente.

Ato nulo – Aquele que não pode produzirnenhum efeito. É como se jamais tivesseexistido.Nota: O CC, art. 145, dispõe o seguinte:“É nulo o ato jurídico: I – Quando pratica-do por pessoa absolutamente incapaz. II –Quando for ilícito, ou impossível o seuobjeto. III – Quando não revestir a formaprescrita em lei. IV – Quando for preteridaalguma solenidade que a lei considere es-sencial para a sua validade. V – Quando alei taxativamente o declarar nulo, ou lhenegar efeito.”

Atípico – Ato nulo

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Ato obsceno – Ato que, praticado em lugaraberto ou exposto ao público, fere o pudor.

Ato oneroso – Aquele, do qual resulta obri-gação, responsabilidade ou contraprestação.

Ato probatório – (Lat. acto probatoriu.)Ato que contém a prova, servindo como ale-gada na ação, como o depoimento de tes-temunhas etc.

Ato resolúvel – Ato ou contrato que nopróprio título de sua constituição é men-cionado o prazo de seu vencimento ou acondição futura, que, quando verificada, oresolve de pronto.

Ato solene – O mesmo que ato formal.

Atos normativos – Atos que têm por ob-jetivo imediato explicar leis, decretos, re-gulamentos, regimentos, resoluções ou de-liberações.

Atos processuais – Segundo Calmon dePassos, “atos jurídicos praticados no pro-cesso, pelos sujeitos de relação processualou por terceiros e capazes de produzir efei-tos processuais” (A Nulidade. Rio de Ja-neiro: Forense, p. 27).Observação: No ordenamento jurídico bra-sileiro, prevalece o princípio da publicida-de dos atos processuais, exceto “quando adefesa da intimidade ou o interesse social oexigirem” (CF, art. 5.o, LX, in verbis).

Ato violador da lei – Ato que, em matériacriminal, é o mesmo que delito ou crime; oque viola o direito subjetivo individual cha-ma-se ato ilícito.

Atravessadouro – S.m. Caminho atravésde terreno alheio; travessa, atalho.

Atributivo – Adj. Que atribui ou indica umatributo.

Atributos do crime – Ação contrária aodireito, abrangência total na definição dodelito, qualidade de culpado, sendo estasas condições para a imposição de uma de-terminada pena.

Audiência – (Lat. audientia.) S.f. Sessãosolene por determinação de juízes ou tribu-nais, para a realização de atos processuais;julgamento.

Audiência de reconciliação – Audiênciana qual o juiz tenta levar as partes a umareconciliação ou a um acordo.

Auditor – (Lat. auditore.) S.m. Ouvidor;aquele que ouve e que tem conhecimentostécnicos para emitir um parecer sobre ma-téria ou assunto de sua especialidade;magistrado com exercício na Justiça Mili-tar e que desfruta de prerrogativas honorá-rias de oficial do exército.

Ausência – (Lat. absentia.) S.f. Desapare-cimento de pessoa de sua habitação, nãodeixando notícia alguma sobre o seu para-deiro, nem mesmo alguém que cuide de suasobrigações e interesses.

Ausente – (Lat. absente.) Adj. Pessoa cujaausência, em juízo, se reconhece.

Ausentes – S. 2g. Pessoas que se encon-tram fora de seus domicílios costumeiros eque somente podem ser conectadas atravésde um intermediário, como, p. ex., o curadorde órfãos e ausentes.

Autarquia – (Gr. autarchia.) S.f. Entidadeautônoma, auxiliar e descentralizada da ad-ministração pública, sujeita à fiscalização etutela do Estado (União ou Estado mem-bro), com patrimônio constituído de recur-sos próprios e cujo fim é executar serviçosde caráter estatal ou interessantes à coleti-vidade, como, entre outros, as caixas eco-nômicas e os institutos de previdência.

Autismo – S.m. Fenômeno psicológico oupsiquiátrico caracterizado pelo desligamen-to da realidade objetiva, em que o pacientecria para si um mundo autônomo.Nota: Este termo é muito usado quando apessoa, perante um tribunal, alheia-se detudo, parecendo viver noutro mundo.

Auto – (Lat. actu.) S.m. Peça escrita poroficial público que contém a narração for-

Ato obsceno – Auto

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mal, circunstanciada e autêntica de deter-minados atos judiciais ou de processos.

Auto-acusação falsa – Acusação que oindivíduo faz a si mesmo, perante uma au-toridade, de um crime inexistente ou prati-cado por outra pessoa (CP, art. 341).

Auto de flagrante delito – Diz-se do ato,diferente do ato de prisão em flagrante,pois, apesar de lavrado, o acusado conti-nua solto.

Auto de infração – Peça inicial do proces-so fiscal, no qual fica constatada a infraçãoverificada pela autoridade.

Auto de prisão em flagrante – Auto oupeça escrita, em que são registradas as decla-rações do indivíduo preso em flagrante, doseu condutor e das testemunhas, ou seja, da-queles que presenciaram o delito em questão.

Autógrafo – (Gr. autógraphos.) S.m. Es-crito original feito pelo próprio autor; assi-natura ou grafia autêntica de próprio pu-nho, original.

Autonomie – Originária do Direito Ger-mânico, designativo da tendência de associa-ções e instituições privadas regularem-se porestatutos próprios ou regulamentos inter-nos especiais, dotados de força cogente, emseu círculo restrito de alcance social.

Autópsia – (Gr. autopsía.) S.f. Exame de simesmo; na Medicina, necrópsia, examemédico feito nas diferentes partes do cor-po de um cadáver, para o conhecimento dacausa que o levou à morte.

Autor – (Lat. auctore.) S.m. Agente de umdelito ou contravenção; parte da relaçãoprocessual que provoca a atividade judi-cial, iniciando a ação.

Autoria – S.f. Qualidade ou condição de au-tor; presença do autor numa audiência; res-ponsabilidade daquele que é citado como réu.

Autoridade – (Lat. autoritate.) S.f. Pessoaque, desempenhando função pública, éinvestida do direito ou poder de se fazerobedecer, de dar ordens e de tomar decisões.

Autos – Plural de auto, com o mesmo sentido.

Autuação – S.f. Ação de autuar.

Autuado – Adj. Indivíduo multado ou deti-do em pleno flagrante.

Autuar – V.t.d. Lavrar um auto contra al-guém; reunir as peças de um processo; pro-cessar, juntar um documento ao processo.

Auxílio – (Lat. auxiliu.) S.m. Amparo,proteção, socorro; ajuda material, presta-da na preparação ou execução do crime(CP, art. 14, II).

Aval – S.m. Garantia, caução, segurança.

Avalista – Adj. Que fornece garantia pessoal,plena e solidária a outra pessoa, que tenhaobrigação monetária para com terceiros.

Avença – (Lat. advenentia.) S.f. Acordoentre litigantes para colocar fim nas desa-venças ou demandas; é um ajuste.

Averbação – S.f. Ato ou efeito de averbar;averbamento, registro; anotação à margemde um título ou registro de alguma coisainerente a ele.

Averbamento – S.m. O mesmo que aver-bação.

Aviso – S.m. Participa da natureza dos de-cretos, circulares e regulamentos etc.; obri-ga tão-somente a hierarquia administrativae nunca se admitem contra legem.

Aviso prévio – Comunicação do emprega-dor ou empregado, ou vice-versa, pela qualum faz saber ao outro a rescisão do respec-tivo contrato de trabalho dentro de deter-minado período.

Avocação – S.f. Chamamento que faz a au-toridade ou órgão judiciário ou administra-tivo, para seu juízo o exame e decisão deum processo pendente de apreciação porautoridade ou órgão de grau inferior.

Avocar – V.t.d. e i. (Lat. avocare.) Atribuir-se, arrogar-se em juizo, algo que se proces-sa perante outro.

Auto – Avocar

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Avocatório – Adj. Ato processual em que ojuiz chama para seu juízo causas sob suajurisdição.

Avocatura – O mesmo que avocação.

Avuncular – (Lat. Avunculu.) Adj. Perten-cente ou relativo a tia ou tio materno.

Avunculicida – S. 2g. Aquele que cometeavunculicídio

Avunculicídio – S.m. Assassínio de pró-prio tio materno.

Axioma – S.m. Proposição filosófica ad-mitida como universalmente verdadeira semexigência de demonstração.

Azar – (Ár. az-zahr.) S.m. Má sorte, fortu-na adversa, acaso, casualidade, fatalidade,infortúnio; motivar, ensejar, dar azo.

Observação: Todo jogo de azar, em localpúblico, com entrada paga ou não, consti-tui contravenção penal. Só o Estado podebancar jogos de azar, os quais deixam deconstituir contravenção.

Azienda – (It. azienda. ) S.f. Bens materiaise direitos que constituem um patrimônio,considerado juntamente com a pessoa natu-ral ou jurídica que tem sobre ele poderes deadministração e disponibilidade.

Avocatório – Azienda

Bacalaureato – V. Bacharelado.

Bacharel – (Lat. > fr. baccalarius >bacheller.) S.m. Indivíduo que obteve oprimeiro grau de formatura em faculdadede nível superior.

Bacharela – Fem. de bacharel.

Bacharelado – S.m. O título de bacharel; ocurso para a obtenção desse grau.

Bacharelar – V.i. Colar grau de bacharel.

Bagulho – S.m. Semente da romã ou queestá no bago da uva; mercadoria sem valor,proveniente de contrabando ou de furto(gíria).

Baixa – Fem. substantivado do adj; ato detornar sem efeito; cancelar; efeito de bai-xar, reduzir.

Baixa na culpa – Devolução que o juizfaz, ao cartório dos autos do processo queestavam em seu poder, para despachar ousentenciar.

Bala – (Lomb. > germ. palla > balla.) S.f.Projétil metálico, aredondado ou ogival,revestido por cartucho, com que é carrega-da uma arma de fogo.

Balança – (Esp. balanza.) S.f. Instrumen-to de pesar.Comentário: A balança é o símbolo do di-reito desde a mais remota antigüidade. NaGrécia, Têmis, a deusa da justiça, já erarepresentada por uma mulher com os olhos

vendados, segurando uma balança, inter-pretando a imparcialidade, isto é, “justiçasem olhar a quem” e pesando “as razõesde cada um”.

Balística – S.f. Ciência que estuda o traje-to dos projéteis, especialmente os dispara-dos por armas de fogo.

Bancarrota – (It. bancarrota, banco que-brado.) S.f. Falência ou quebra culposa oufraudulenta de negociante ou do Estado,quando este suspende arbitariamente o paga-mento de suas obrigações legais e vencidas.

Banco dos réus – Assento, banco ou ca-deira onde o réu se assenta, no tribunal dojúri, assistindo a seu julgamento.

Bandido – S.m. Salteador, malfeitor, fací-nora, bandoleiro; aquele que pratica assal-to ou outros crimes isoladamente ou embando.

Banimento – S.m. Ato ou efeito de banir.

Banir – (Lat. tard. bannire.) V.t.d. Expul-sar, exilar, deportar, expatriar, desterrar.

Barregã – S.f. O mesmo que concubina.

Barregão – S.m. Homem amancebado,amigado, amasiado.

Barriga de aluguel – O mesmo que gesta-ção de substituição.

Bastardo – S.m. Filho que nasceu fora domatrimônio, filho ilegítimo.

44Beca – Bens dominicais

Beca – S.f. Toga; veste talar, preta, usadapor magistrados ou funcionários judiciais,advogados, catedráticos e formandos degrau superior; p. ext., magistratura.Nota: Rui Barbosa faz um comentário inte-ressante sobre magistrado ou bacharel emDireito: “O que aumenta ainda o meu es-panto, é que, sendo apenas uma beca, estehomem [Francia] capitaneou soldados como pulso de um rijo cabo-de-guerra, e, paraadquirir tamanho ascendente sobre eles, oseu meio não foi a avidez, mas a disciplina”(Cartas de Inglaterra, p. 257).

Bem comum – Bens e condições sociaisque possibilitam a felicidade coletiva paravida humana, de ordem material e imaterial.

Bem de família – Construção residencialdestinada a domicílio familiar pelo chefe defamília. O mesmo é isento de execução pordívidas, salvo as fiscais a ele referentes,durante a vida conjugal e até a maioridadedos filhos do casal; em ing. homestead (Lein. 6.015/73, arts. 261 a 266).

Bem público – Tudo aquilo que for deinteresse do povo em geral, como, p. ex.,a ordem.Observação: “Salus populi suprema lex est”(o bem público ou do povo é a supremalei). São bens públicos aqueles que perten-çam à União, aos Estados ou aos Municí-pios, que podem ser de uso comum do povo,como o mar, rios, estradas, ruas e praçasou de uso especial, como os edifícios outerrenos aplicados a serviço ou estabeleci-mento federal, estadual ou municipal, sen-do inalienáveis. (CC, arts. 65 a 68).

Benefício – (Lat. beneficiu.) S.m. Serviçoou bem que se faz gratuitamente; favor,mercê; vantagem, ganho, proveito.

Benefício de desoneração – Desobrigaçãodo fiador, em virtude de moratória ou no-vação de contrato combinados, à sua reve-lia, entre o credor e o devedor.

Benefício de divisão – Cláusula contratualque reduz a responsabilidade daqueles quese obrigaram como co-fiadores a um per-centual da dívida.

Benefício de excussão – Benefício jurídi-co que confere direito ao fiador para so-mente fazer o pagamento ao credor ou cre-dores, após terem sido executados todosos bens do devedor principal.

Benefício de inventário – É a concessãodada aos herdeiros, outorgada por algumaslegislações estrangeiras e a brasileira ante-rior ao CC de 1917, de antes de aceitar ourenunciar a herança, que seja realizado pri-meiramente o inventário.

Bens – S.m. O que é propriedade de al-guém; possessão, domínio.

Bens antifernais – Doados pelo marido àmulher na escritura antinupcial.

Bens aqüestos – Adquiridos na vigênciado matrimônio.

Bens colacionáveis – Recebidos pelosherdeiros em vida dos pais, a título de libe-ralidade, e que devem ser repostos no montepara estabelecer igualdade nas partilhas.

Bens comuns – Pertencem a duas ou maispessoas, em estado de indivisão ou condo-mínio; e os de propriedade e uso geral, comoo mar, o ar etc.

Bens de mão-morta – Bens inalienáveis,como são os das agremiações religiosas, doshospitais etc.

Bens de raiz – As propriedades territoriaisde qualquer natureza; prédios rústicos ouurbanos.

Bens de reserva – Bens aquinhoados quetêm na partilha com algum destino espe-cial, como alimentos da viúva etc.

Bens divisos – Aqueles que foram objetode divisão.

Bens do casal – Todos aqueles que fazemparte da comunhão dos cônjuges.

Bens dominicais – Aqueles que formam opatrimônio da União, dos Estados ou dosMunicípios como objeto de direito real oupessoal de cada uma dessas entidades.

45 Bens fungíveis – Bons costumes

Bens fungíveis – Bens substituíveis poroutros da mesma espécie, qualidade equantidade.

Bens hereditários – Os que são transmi-tidos por herança.

Bens imóveis – Aqueles que não podemser removidos sem que a sua forma sejaalterada.

Bens incomunicáveis – São próprios deum dos cônjuges, excluídos do regime dacomunhão.

Bens indivisos – Os que não foram objetode divisão.

Bens litigiosos – Os que são objeto dedemanda.

Bens livres – Aqueles que o proprietáriopode dispor livremente, visto não se acha-rem sujeitos a encargos ou ônus de qual-quer natureza.

Bens parafernais – São aqueles que, noregime dotal de casamento, constituem pro-priedade da mulher, que sobre eles exerceadministração, gozo e livre disponibilidade,não podendo, contudo, alienar os imóveis.

Bens profetícios – Os que fazem parte dodote constituído pelo pai, mãe ou qualquerascendente.

Bens semoventes – Os constituídos poranimais selvagens, domesticados ou domés-ticos.

Bens vacantes – São aqueles de herançade imóvel, pelos quais, depois de feitas asdiligências legais cabíveis, não aparecem osherdeiros.

Bens vagos – Os que não têm dono ouherdeiros conhecidos, ou se o têm, forampor ele abandonados; o mesmo que bensvacantes.

Bens vinculados – Aqueles que, por lei,ou por disposição de alguém, são inalie-náveis, impenhoráveis, podendo tais res-trições apresentar-se em conjunto ouseparadamente.

Bigamia – S.f. Estado ou crime de bígamo.

Bígamo – S.m. Aquele que contrai matri-mônio com alguém sendo já casado; quetem dois cônjuges ao mesmo tempo (CP,art. 235 §§ 1.o e 2.o).

Bilateral – Ato jurídico no qual existe oacordo de vontades entre ambas as partes.

Biologia criminal – Estudo genético dedelinqüentes, abrangendo aspectos anatô-micos, fisiológicos, patológicos e bioquímicosdo criminoso.

Biotipologia – S.f. Ciência das constitui-ções, temperamentos e caracteres das pes-soas; biologia diferencial.Comentário: A biotipologia tem relaçõesmuito acentuada com a criminologia, espe-cialmente pelos índices de referência quepodem oferecer ao estudo da criminalidade,em face das diferenças características deindivíduo para indivíduo. Essas diferençaspodem ser: internas ou genotípicas, relati-vas ao plasma germinativo e ao equipamen-to biológico; externas ou fenotípicas, rela-tivas à influência do clima, da alimentação,da profissão etc. Segundo Frederico Delga-do Ordoñez (Apuntes Biotipológicos. Qui-to: Equatoriana, 1980), “as investigações dapsicologia experimental comprovam a ínti-ma relação que existe entre as tendênciasdelituosas e as deficiências mentais”.

Blitz – (Al. blitzkrieg.) S.f. Batida policialde improviso e que utiliza grande aparatobélico; (pl. blitze).

Boa-fé – Intenção pura; condição de quempratica um erro, julgando-o lícito.

Bons costumes – “São as regras de condutalimpa nas relações familiares e sociais, emharmonia com os elevados fins da vida hu-mana e com a cultura moral de nossos dias.A cultura moral de nossos dias representavinte séculos de civilização pelo império dosprincípios cristãos, princípios esses que sin-tetizam, na mais elevada expressão, a maisalta finalidade da vida humana”. (LIMA, J.Franzen de. Curso de Direito Civil Brasilei-ro. Rio de Janeiro: Forense, p. 107).

46Borla – Busca e apreensão

Borla – (Lat. burrula = floco de lã). S.f.Barrete, gorro mole e flexível.Comentário: É purpúreo, em forma de cam-pânula e, ornado de franjas que, juntamentecom o capelo (espécie de murça que antiga-mente era usada por freiras e viúvas), e abeca, constitui as insígnias que os douto-res, catedráticos de Universidades, usamdurante certas solenidades.

Brocardo – S.m. Axioma, aforismo, premis-sa; sentença moral breve e conceituosa; prin-cípio de direito enunciado de forma sucinta.

Burla – S.f. Motejo, logro, trapaça, fraude.

Busca e apreensão – Medida preventivaque consiste no ato de investigar e procurar,seguido da apreensão da coisa ou pessoa queé o objeto da diligência policial ou judicial.

Cabedal – (Lat. capitale.) S.m. O conjun-to dos bens livres e desobrigados que for-mam o capital de alguém.

Cabedal hereditário – Todo o bem livre,que o de cujus, ao falecer, deixa aos seusherdeiros.

Cadastro – (Gr. katástikhon.) S.m. Regis-tro geral; registro policial de criminosos oucontraventores.

Cadáver – (Lat. cadavere.) S.m. O corposem vida de um ser humano ou animal.Comentário: O CP, art. 211, diz que des-truir, subtrair, abandonar ou ocultar cadá-ver (humano) ou parte dele acarreta penade um a três anos e multa.

Cadeia – (Lat. catena.) S.m. Casa públicade detenção provisória; cárcere, prisão.Pop.: xilindró, gaiola, calabouço, cana, gra-des, xadrez.

Caducidade – S.f. Estado de decadência;juridicamente; qualidade do ato, garantiaou contrato que perdeu a sua validade pe-rante a justiça por não ter sido cumpridauma obrigação ou cláusula do mesmo, umainadimplência.

Caixa – (Gr. kápsa.) S.f. Recipiente, arca,cofre; responsável por recebimento e paga-mento em loja.

Calúnia – (Lat. calumnia.) S.m. Delito queconsiste em falsa imputação consciente aalguém, vivo ou morto, de um fato, que a leidefine como crime.

Câmara – (Gr. kamára.) S.f. Assembléiadeliberativa, constituída em corpo legisla-tivo: senado, câmara dos deputados, dosvereadores; câmara de comércio, assembléiade comerciantes cuja missão é defender erepresentar junto ao governo os interessescomerciais e industriais de determinada re-gião; câmara sindical: tribunal disciplinar,que julga as infrações aos estatutos de umaentidade; câmara judiciária, cada turmajuízes de um tribunal, para o julgamento dedeterminadas questões.

Câmbio marítimo – Contrato de emprés-timo de dinheiro ou valores sob garantia deum navio, sua carga, fretes ou pertences,subordinado ou não ao perecimento do na-vio; dinheiro a risco.

Câmbio negro – Comércio ilegal de moedaestrangeira; é o chamado câmbio paralelo.

Câmbio oficial – Taxa de conversão fixa-da pelo governo entre a moeda nacional e ade outros países.

Canais competentes – Expressão usadano meio forense para significar os meioslegais ou processuais próprios.

Capacidade civil – Condição que uma pes-soa tem para exercer atos jurídicos.

Capitulação – (Lat. med. capitulatione.)S.f. Ato ou efeito de capitular; acordo entrelitigantes.

Carência de ação – Falta, ausência deatuação.

48Carta Constitucional – Causa de exclusão da culpabilidade

Carta Constitucional – O mesmo queConstituição.

Carta de consciência – Disposições deúltima vontade confiadas sem segredo aotestamenteiro.

Carta de ordem – “Aquela em que o juizrequisita de outro, de juízo inferior, na ju-risdição do deprecado, a realização de atoou diligência com prazo prefixado de cum-primento; a que o comerciante envia o seucorrespondente, autorizando-o a fazer opagamento a terceiro; em que o armador dáas devidas instruções ao comandante donavio, sobre a viagem a ser realizada, nestecaso também chamada de Carta de Prego”(GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Di-cionário Jurídico. 2. ed. São Paulo: Ridel,1998, p. 39 e 40).

Carta guia – Documento assinado pelojuiz, encaminhando o réu à prisão, em cum-primento de sentença.

Carta Magna – O mesmo que Constituição.

Carta precatória – Documento pelo qualum órgão judicial demanda a outro a práti-ca de ato processual que necessita ser rea-lizado nos limites de sua competênciaterritorial (CPP, arts. 200, 212 e 1.231).

Carta testemunhável – Interposição ca-bível contra a decisão que nega recurso ouque, embora admitido o recurso impede asua expedição e seguimento para o juízo.Nota: Se o recurso negado for o de apelaçãonão caberá a carta, mas somente recurso emsentido estrito.

Cartório – S.m. Local privativo onde umserventuário da justiça exerce o seu ofício eno qual são guardados livros, documentos,processos importantes, quer sejam parti-culares ou oficiais.

Casa de prostituição – É o local onde sepratica o comércio habitual e profissional,com intenção ou não de lucro, do amor se-xual, dirigido por alguém (conta própria)ou por ordem de terceiro.

Casamento – (Lat. med. casamentu.) S.m.União solene entre duas pessoas de sexodiferentes, para constituição de família.Esse ato, além do civil, feito perante umjuiz autorizado, é legitimado pela religião àqual pertençam os nubentes.

Casamento nuncupativo – Celebrado porqualquer pessoa, na presença de testemu-nhas não parentes dos nubentes, quandoum deles se encontra em risco de vida, e apresença do juiz respectivo, para presidiro ato, é impossível.

Casamento putativo – Contraído indevi-damente, por ignorância de ambas as par-tes dos motivos contrários à presente união.

Caso sub judice – Que está sendo proces-sado em juízo.

Cassado – Adj. Diz-se da pessoa a quemforam tirados ou anulados todos os direi-tos políticos.

Caução – (Lat. cautione.) S.f. Cautela, pre-caução; garantia, segurança; penhor; depó-sito de valores aceitos para tornar efetivauma determinada responsabilidade.

Caução fidejussória – O mesmo quefiança.

Caução legal – Aquela imposta por lei;caução necessária.

Caução necessária – O mesmo que cau-ção legal.

Caução promissória – A que se fundaunicamente na promessa do devedor.

Caução real – É aquela cujos fundamen-tos são os direitos reais cedidos em garan-tia, como hipoteca, penhor, anticrese oudepósito em dinheiro, quer em títulos decrédito, quer em títulos de dívida pública.

Causa – S.f. O motivo por que alguém pro-põe contratar: causa lícita; causa ilícita.

Causa de exclusão da culpabilidade – Omesmo que causa dirimente; que exclui aculpabilidade, excluindo, assim, a pena, masnão a existência do crime.

49 Causa de exclusão da culpabilidade – Chamamento à autoria

Comentário: Segundo os irmãos Maximi-lianus e Maximiliano Führer (Resumo deDireito Penal. São Paulo: Malheiros, p. 75– Parte geral da coleção 5.) “as dirimentesexcluem a culpabilidade: a) pela inimputa-bilidade, ou seja, a-1) por idade inferior a18 anos (art.27-CP); a-2) por doença men-tal ou desenvolvimento incompleto ou re-tardado (art. 26-CP); a-3) embriaguez for-tuita completa (art. 28-§1.o); b) pela im-possibilidade de conhecimento do ilícito:b-1) erro de proibição (art. 21); b-2) errosobre excludente putativa (art. 20, § 1.o) ouerro de proibição indireto; c) pela inexigi-bilidade de conduta diversa; c-1) coaçãoirresistível (art. 22), obediência hierárquica(art. 22); d) por causas supralegais, para osautores que as admitem”.

Causa de tradição – (Lat. causa traditio-nis.) V. expressões latinas.

Causídico – S.m. O mesmo que advogado,defensor de causas.

Cautelar – Adj. 2g. Que acautela; própriopara acautelar; cautelatório; acautelatório.Comentário: “As medidas cautelares, oupreventivas, podem ser processuais penaisou civis.” (GUEIROS, Neemias. A Advo-cacia e o seu Estatuto, p. 122).

Cela – S.f. Local, na cadeia penitenciária,onde cada condenado é colocado, isolada-mente ou em grupos.

Censo – (Lat. censu.) S.m. Recenseamentodos habitantes de uma cidade, nação ouEstado-membro; estatística de sua indús-tria, riquezas etc.

Cerceamento de defesa – Supressão oudiminuição das garantias que a lei concedeao réu, desde o momento em que é intima-do a comparecer e defender-se em juízo;pode motivar a anulação do processo queoriginou a causa do ocorrido.

Cerimônia funerária – Ato religioso oucivil realizado em homenagem ao falecido(CP, art. 209).

Certidão – (Lat. certitudine.) S.f. Docu-mento passado por funcionário que tem fépública (escrivão, tabelião etc.), no qual sereproduzem peças processuais, escritosconstantes de suas notas, ou se certificamatos e fatos que eles conheçam em razão doofício.

Certidão de casamento – Documento re-gistrado em cartório, expedido quando docasamento, com a finalidade de provar queo consórcio foi efetuado (CC, art. 202).

Certidão de óbito – Documentação com-probatória do falecimento de alguém, quedeverá ser apresentada no cemitério para odevido sepultamento do falecido (CF, art.5.o, LXXVI e Lei n. 6.015, art. 77).

Certidão negativa – Documento cedidopor autoridade oficial, judiciária ou admi-nistrativa, que atesta o não comprometi-mento da pessoa com nenhum fato que acomprometa ou venha a comprometer(CTN, arts. 205 a 208).

Cessação da eficácia da lei – Não se des-tinando à vigência temporária, a lei vigoráaté que outra a modifique ou revogue (CC,art. 2.o).Nota: É incumbência do STF suspender aexecução total ou em parte de lei ou decre-to declarados inconstitucionais (CF, art.102, I, a); somente por outra lei é que umalei existente pode ser revogada. Nem o Po-der Executivo, nem o Poder Judiciário, nemos usos e costumes de um lugar podem re-vogar as leis existentes e emanadas do po-der legal, o Legislativo.

Cessão – (Lat. cessione.) S.f. Ato inter vi-vos de ceder; ato pelo qual o cedente passaao cessionário, de modo oneroso ou gratui-to, o bem ou direito ou crédito que lhe édevido.

Chamamento à autoria – Expressão an-tiga, substituída pelo CPC de 1939, pordenunciação à lide, que significa o chama-mento de terceiro, verificada sua implica-ção na causa durante o curso do processo.

50Chamamento ao processo – Cláusula

Chamamento ao processo – É uma ma-neira judicial, e legal, que o réu tem de po-der convocar o devedor ou o fiador, para,além de intervir no processo, também res-ponder judicialmente pelo débito em ques-tão (CPC, arts. 77 a 80).

Charlatanismo – (It. ciarlatano + ismo.)S.m. O mesmo que charlatanice; qualidade,ação, modos ou linguagem daquele que ex-plora a boa-fé do público.

Cheque – S.m. Ordem de pagamento à vis-ta, de certa quantia em dinheiro, favorávela uma determinada pessoa, nominativo, aoportador, ou não, contra o estabelecimentobancário ou comercial no qual o emitentetenha fundos suficientes, saldo disponívelpara a sua devida cobertura.

Ciência do direito – Ciência que tem porobjeto os sistemas de leis, consideradosindividualmente para cada povo em umdado tempo, como, p. ex.: Direito romano,italiano, alemão, português, brasileiro, ame-ricano etc.Observação: Há diferença entre Ciência doDireito e Filosofia do Direito, que reside nomodo pelo qual cada uma delas considera odireito: a primeira tem o seu aspecto univer-sal e a segunda, o seu aspecto particular.

Circular – (Lat. circulare.) V.t.d. Rodear;andar ao redor. Adj. e s.f. Que tem a formade círculo; carta, ofício ou manifesto dirigi-do a vários destinatários; participa da na-tureza dos decretos e, particularmente, dosregulamentos, obrigando diretamente ape-nas a hierarquia administrativa e jamaisadmite contra legem.

Circunstâncias agravantes da pena (quan-do não constituem ou qualificam o crime) – I– A reincidência; II – Ter o agente cometido ocrime: a) por motivo fútil ou torpe; b) parafacilitar ou assegurar a execução, a ocultação,a impunidade ou vantagem de outro crime; c)a traição de emboscada, ou mediante dissi-mulação, ou outro recurso que dificultou ou

tornou impossível a defesa do ofendido; d)com emprego de veneno, fogo, explosivo,tortura ou outro meio insidioso ou cruel, oude que poderia resultar perigo comum; e) con-tra ascendente, descendente, irmão ou cônju-ge; f) com abuso de autoridade ou prevale-cendo-se de relações domésticas, de co-habi-tação ou de hospitalidade; g) com abuso depoder ou violação de dever inerente a cargo,ofício, ministério ou profissão; h) contra crian-ça, velho ou enfermo; i) quando o ofendidoestava sob a imediata proteção da autoridade;j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inunda-ção ou qualquer calamidade pública, ou dedesgraça particular do ofendido; l) em estadode embriaguez preordenada (CP, art. 61).

Citação – S.f. Intimação judicial, feita noinício de qualquer causa, emanada de umjuiz competente, a alguém, em prazo fixa-do, para que compareça perante uma auto-ridade judiciária com a finalidade de serouvida em negócio de seu interesse ou res-ponder à ação que lhe é imputada, ou pro-nunciar, positiva ou negativamente, acercade tal intimação.

Citar – (Lat. citare.) V.t.d. Avisar, intimarou aprazar para comparecer em juízo oucumprir qualquer ordem judicial.

Cível – (Lat. civilis.) Adj. 2g. Relativo aocidadão e às relações dos cidadãos entre si,reguladas por normas do Direito Civil; tra-ta-se de variante do adj. civil, com desloca-ção do acento.

Civil – Adj. 2g. O mesmo que cível.

Clandestinidade – S.f. Condição de clan-destino; condição ilegal, do que é realizadoàs ocultas, com o fim de violar a lei, ou obtervantagem para si ou terceiro.

Clandestino – (Lat. clandestinu.) Adj.Oculto, furtivo.

Cláusula – S.f. Cada um dos artigos oudisposições de um contrato, tratado, testa-mento, ou qualquer outro documento se-melhante, político ou privado.

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Cláusula ad judicia – Disposição de umaprocuração, que concede ao procuradorpoderes para representá-lo em todos osatos judiciais, qualquer foro ou instância.Nota: Modernamente, usa-se a expressão“para o foro em geral” ou “procuração ge-ral para o foro”. Note-se, ainda: nunca grafaro termo com ‘t’: juditia, pois o certo éjudicia.

Cláusula condicional – A que subordinao efeito de ato jurídico à evento futuro eincerto.

Cláusula de escala móvel – A que noscontratos, estabelece revisão de pagamen-tos a serem efetuados de acordo com asvariações do preço de determinadas merca-dorias, dos serviços, dos índices do custode vida, dos salários etc.

Cláusula de estilo – A que é usada deforma constante em negócios da mesma es-pécie ou natureza e aceita, tacitamente,pelas partes, mesmo não sendo formuladatextualmente.

Cláusula de inalienabilidade – Dispo-sição contratual proibindo a transferênciade bem, sob qualquer título, para o domí-nio alheio.

Cláusula ouro – A que, nos contratos,estabelece pagamento em ouro, ou em moe-da estrangeira, ou nos seus equivalentesem moeda nacional, para assegurar a ma-nutenção do valor pecuniário da obriga-ção, diante da depreciação ou oscilação damoeda do Estado em que será cumpridatal obrigação.

Cláusula preempção – Disposição con-tratual que dá ao vendedor de um bem odireito de preferência para, em iguais con-dições, adquiri-lo novamente.

Cláusula R.S.S. (Rebus Sic Stantibus) –Estabelece para o cumprimento do contra-tado a preservação dos pressupostos e cir-cunstâncias que ensejaram o contrato, “es-tudando assim as coisas”.

Comentário: No DIP, “é cláusula resolutó-ria tácita, num tratado internacional, pelaqual este deixa de vigorar ou pode ser de-nunciado desde quando houver modifica-ção essencial no estado das coisas que lheserviram de objeto, e já existentes na oca-sião em que o ato foi celebrado, ou quandosobrevêm circunstâncias que o tornam ino-perante.” No DC e DCom, “é condição im-plícita de que resulta resilição de contratosucessivo, se posteriormente à sua conclu-são sobrevierem circunstâncias imprevisí-veis, diante do que não poderia ser cumpri-do, senão com considerável dano ou prejuí-zo econômico do obrigado, ou quando oseu estado econômico sofreu tal alteraçãoque não proporciona ao credor as mesmasgarantias que lhe oferecia ao realizar-se acompra e venda. É matéria sujeita a contro-vérsia no direito pátrio, mas que transpa-rece em vários preceitos seus. O mesmoque cláusula de imprevisão” (FELIPPE,Donaldo. Dicionário jurídico de bolso. 9. ed.Campinas: Conan, p. 44).

Cleptomania – S.f. Impulso mórbido parao furto; doença; uma forma de obsessãomotora, na qual o indivíduo tem sempreum impulso de furtar objetos de pequenovalor, ou mesmo sem nenhuma utilidade,que estejam a seu alcance.

Coação – (Lat. coatione.) S.f. Ato de coa-gir; constrangimento ou pressão psicológi-ca exercida sobre alguém para fazer ou dei-xar de fazer algo (CC, arts. 98 e 100).

Coação moral – Qualquer grave e irresis-tível ameaça, física ou não, contra alguém.

Coação no curso do processo – Segundoa legislação brasileira, é o usar de violênciaou grave ameaça, com a finalidade defavorecimento de terceiro, contra a autori-dade, parte, ou qualquer outra pessoa quefunciona ou é chamada a intervir em pro-cesso judicial, policial, administrativo ouem juízo arbitral (CP art. 344).

Cláusula ad judicia – Coação no curso do processo

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Co-acusado – S.m. Pessoa acusada de cri-me praticado por outra, que, apesar de nãoter praticado o delito, ajudou de algumaforma o criminoso; conivente.

Coalizão – (Fr. coalition.) S.f. União decapitais, com vistas a lucros arbitrários,dificultando ou colocando seus concorren-tes em grande desvantagem quanto à vendade determinado produto.

Co-autor – Adj. Cúmplice de alguém naprática de um delito; participação, indire-ta, mas, ativa.

Co-autoria – S.f. Autoria coletiva, plura-lidade de agentes de um crime; sua caracte-rística é a simultaneidade de dois ou maisagentes na prática do mesmo delito.

Cobrança judicial – Aquela promovidapor via da execução judicial, na falta dopagamento espontâneo, sendo este feitosob coação por sentença condenatória.

Co-delinqüência – S.f. Cumplicidade deuma pessoa, que, apesar de não participardiretamente do ato delituoso, participacomo mentor, auxiliar, ou, sabedor do quefoi feito, encobre o ato do culpado.

Co-delinqüente – S. 2g. O mesmo queco-autor.

Co-denunciado – S.m. O mesmo que co-acusado e co-autor.

Co-devedor – S.m. Aquele que, juntamen-te com outrem, é responsável pela mesmadívida.

Códex – S.m. O mesmo que códice ou có-digo antigo.

Códice – S.m. Código antigo; volume demanuscritos antigos.

Codicilo – (Lat. codicillu.) S.m. Declaraçãode última vontade, ditada à pessoa capaz detestar, geralmente um tabelião, quanto: a seuenterro, distribuição de pequenas esmolas,roupas, jóias e móveis de sua propriedade,nomeação de novos testamenteiros (CC, arts.1.651 e segs., CPC, art. 1.134).

Codificação – (Fr. codification.) S.f. Reuniãosistemática e harmônica de leis em código.

Código – (Lat. codice.) S.m. Coleção deleis, de regras ou preceitos; conjunto metó-dico e sistemático de disposições legais re-lativas a um assunto ou ramo do direito.

Código Civil brasileiro – O CC é um cor-po orgânico e sistemático referentes às re-gras do Direito, que, na sociedade nacional,regem as relações de ordem civil entre aspessoas, habitantes dessa nação.Nota: Conforme nos ensina DeolindoAmorim, no seu livro Espiritismo ecriminologia. 3. ed. Rio de Janeiro, p. 100,1991, o primeiro projeto de Código Civil foiainda no tempo do Império, consolidado porTeixeira de Freitas. Nosso Código Civil,como se sabe, é de 1916. Durante muitotempo, já depois da Independência, aindavigeu o velho sistema português das ordena-ções, alvarás, regimentos e leis. Houve di-versos projetos de Código Civil, mas foi, jána República, no Governo de Campos Sales,que se levou mais a sério o problema, espe-cialmente porque, como dizia aquele presi-dente, em mensagem ao Congresso Nacio-nal: “O Código das Ordenanças Filipinas,por mais previdente e completo que tenhasido ao tempo de sua promulgação, já nãopode traduzir as necessidades, os interessese os sentimentos da época atual” (SALES,Campos. Da Propaganda à Presidência).Apesar disso, não se promulgou o códigodurante o governo de Campos Sales (1898-1902) e coube a glória, finalmente, ao gover-no de Wenceslau Braz (1914-1918).

Código Comercial – O CCom, derivado doCC, é o conjunto de normas que rege as rela-ções de comércio em geral. “É um complexode atos de intromissão”, segundo o ProfessorInglez de Souza, “entre o produtor e o consu-midor, que, exercidos habitualmente com fimde lucros, realizam, promovem ou facilitam acirculação dos produtos da natureza e da in-dústria, para tornar mais fácil e pronta a pro-cura e a oferta”. É de Ulpiano a definição:“Latu sensu commercium est emendi, venden-dique invicem jus”, ou seja, em sentido am-plo, o comércio é o direito de comprar e ven-der reciprocamente.

Co-acusado – Código Comercial

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Código de Divisão e Organização Judi-ciária – Código que os tribunais têm e quedetermina funções de seus membros, da ad-ministração, do funcionamento da justiça ede seus órgãos auxiliares.

Código de Ética Profissional – Conjuntonormativo que regulamenta direitos e deve-res de uma categoria.Nota: Os advogados devem observar o có-digo definido pela OAB.

Código de Menores – Corpo orgânico,metodicamente articulado de preceitos le-gais, que regula as infrações, o processo,julgamento e penalidades relativas aos me-nores de ambos os sexos, abandonados ounão, de 14 a 18 anos de idade.Nota: O art. 27 do CP diz o seguinte: “Osmenores de 18 (dezoito) anos são penal-mente inimputáveis, ficando sujeitos às nor-mas estabelecidas na legislação especial”.

Código de Processo Civil – O CPC é areunião metódica de regras que regulamen-tam os atos e termos essenciais ao desem-penho das ações cíveis e comerciais.

Código de Processo Penal – O CPP tratados atos, termos e prazos para a formaçãoda culpa, nos crimes e contravenções, seujulgamento, interposição de recursos e exe-cução das penas.

Código Eleitoral – O CE é o conjunto dasleis e normas que regulam a Justiça Eleito-ral, formação dos partidos políticos, as elei-ções, os processos e recursos.

Código Nacional de Trânsito – O CNT éo conjunto de normas que regulamenta otrânsito de veículos automotores, sejam elesquais forem, em vias públicas, ruas ou es-tradas, em todo o território nacional.

Código Penal – O CP é o conjunto de leis,nas quais são definidos os delitos e apunibilidade para cada espécie de infração.Nota: O atual CP foi instituído pelo Dec.-lein. 2.848/40, nos termos do art. 180 da Cons-tituição de 1937. Tivemos, no correr dosanos, muitas mudanças, sendo que as prin-cipais estão contidas nas Leis n. 6.416 e n.

7.209/84, mas o código ainda deve ser mo-dernizado, dentro do que preceitua a moder-na sociologia e a relação humana hodierna.

Código Tributário Nacional – O CTN é acoleção de leis que regulam o sistemafazendário do país, Estados-membros e mu-nicípios, como o lançamento, arrecadação dosimpostos e taxas estatuídos por lei, bem comoa sanção aplicável a cada infração.

Códigos Antigos – Código das Leis Assírias:1500 a.C., mantinha a pena de morte.

Código de Hamurabi: promulgado por vol-ta do 2000 a.C.; o mais remoto documentolegislativo de que se tem notícia; já pres-crevia a pena de morte.

Código de Manu: datado provavelmentede 1300 ou 800 a.C., cominava a pena capi-tal para as mulheres que não tivessem con-duta virtuosa.

Código de Moisés: (O Decálogo, Tábuasda Lei, Os Mandamentos Bíblicos): 1200a.C. aproximadamente. Dez normas de com-portamento, conduta ou princípios éticos,recebidos por Moisés no Monte Sinai,quando da fuga dos israelitas da escravidãono Egito, sendo transmitidas aos homens.Até hoje existente, existirá sempre, poisdeveria constituir a legislação de todos ospovos e com isso estaria estabelecida a jus-tiça no mundo; define o que o ser humanonão deve fazer e os fundamentos da justiçahumana, estabelecendo que nossos direitosterminam quando começam os direitosalheios, e que só nos é lícito fazer o que nãoimplique prejuízo para nosso semelhante.Observação: Apesar desse conjunto norma-tivo belíssimo, os israelitas, judeus ou he-breus, ainda tinham a pena de morte, numadesobediência ao próprio Decálogo. É ocaso da condenação por apedrejamento dasmulheres de má conduta e adoção, ainda, departes do Código de Hamurabi.

Lei das XII Tábuas: Primeiro Código Ro-mano (451-450 a.C.); legislação sumamen-te severa, incluindo a pena de morte, foi apedra angular do Direito Romano.

Código de Divisão e Organização Judiciária – Códigos Antigos

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Jus Civili: DC. Era essencialmente a Leide Roma e de seus cidadãos. Estavam in-clusos os estatutos do Senado, os decretosdo Príncipe, o primeiro dos senadores (omais velho entre os censores). Vieram de-pois o Jus Gentium, (Direito das Gentes)lei comum a todos os homens, sem consi-derar a sua nacionalidade, que definia: prin-cípios de compra e venda, das sociedades edos contratos e autorizava as instituiçõesda propriedade privada e da escravidão; nãoera superior ao DC, mas completava-o.Logo depois, apareceu o Jus Naturalis (Di-reito Natural), uma filosofia, não um pro-duto da prática jurídica; deriva das doutri-nas estóicas e afirmava o predomínio darazão e, portanto, uma ordem racional danatureza: reunião da justiça e do direito.Comentário: “Os Romanos deixaram ummonumento jurídico à espera de uma inter-pretação filosófica, mas constituíram o seuDireito segundo uma filosofia implícita,resultante de sua atitude perante o univer-so e à vida, subordinando todos os proble-mas humanos às exigências e aos interessesessenciais de uma comunidade política,moral e juridicamente unitária” (REALE,Miguel. Filosofia do Direito. 2. ed. SãoPaulo: Saraiva, 1957).

Coempção – S.f. DRom. Forma de casa-mento em que o homem adquiria a posseda mulher através de uma compra simuladae simbólica; compra recíproca, isto é, emcomum.

Coerção – (Lat. coertione.) S.f. Ato de coa-gir, coação.Nota: A força emanada das leis é coerciti-va, impondo respeito à soberania do Esta-do sobre seus súditos.

Cognição – (Lat. cognitione.) S.f. Conhe-cimento, ciência; direito do tribunal ou juizde apreciar e julgar. Jur. Fase processual deuma contenda, em que o juiz fica conhe-cendo o conteúdo do pedido, da defesa, dasprovas e a decide em confrontação à faseexecutória.

Coisa – (Lat. causa.) S.f. Aquilo que existeou pode existir, de natureza corpórea ounão, concebível pela inteligência, e que podeser utilizado pelo homem constituindo, as-sim, objeto de direito.

Coisa comum – Aquela que pertence emcomum a duas pessoas simultaneamente;designação também daquela que não perten-ce a pessoa alguma em particular, sendo oseu uso, indistintamente, comum a todos.

Coisa corpórea – Aquela que, por sua pró-pria substância, pode ser percebida pelavista ou tato; pode ser móvel, imóvel ouque anda, isto é, move-se por si.

Coisa fungível – É uma coisa que podeser substituída por outra, da mesma espé-cie, qualidade e quantidade.

Coisa julgada – Veredicto, do qual não sepode recorrer, pois o juiz tem o poder dedecidir e a sentença, dentro dos limites da ques-tão decidida, tem força de lei entre partes(CPC, art. 467).

Coisas – S.f. Propriedades, valores. Pl.bens.

Colendo – (Lat. colendus, gerundivo decolere.) Adj. Respeitável, venerável; qualifi-cativo dispensado aos tribunais de justiça.

Coletoria – S.f. Órgão governamental dearrecadação de tributos; onde se pagam ascoletas e os impostos.

Comarca – S.f. Circunscrição judiciária comsuas subdivisões sob a jurisdição de um oumais juízes de direito.

Cominação – (Lat. comminatione.) S.f.Ameaça de pena, prescrição penal.

Cominar – (Lat. comminare.) V.t.d. Amea-çar com pena; prescrever pena, castigo; es-tabelecer pena pecuniária ou multa comocastigo.

Cominatório – Adj. Que envolve comina-ção, ameaça.

Códigos Antigos – Cominatório

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Comissão – S.f. Grupo de pessoas comfunção específica ou encarregadas de tratarde algum assunto determinado.

Comissão Parlamentar de Inquérito –A CPI é aquela comissão criada, quandonecessário, pela Câmara ou pelo Senado,para a investigação e apuração de um fatoqualquer dentro de seu âmbito de compe-tência.

Comissário de polícia – Subdelegado deum distrito policial.

Comodato – (Lat. commodatu.) S.f. Em-préstimo contratual, gratuito, de coisa não-fungível, feito a uma pessoa, devendo estarestituir a mesma coisa, ao término do con-trato (CC, arts. 1.248 a 1.255).

Comodato mútuo – Empréstimo de coisafungível, pelo qual o mutuário fica na obri-gação de restituir ao mutuante, ao fim docontrato, coisa do mesmo gênero, qualida-de e quantidade (CC, art. 1.256).

Comoriência – (Lat. comurientia.) S.f.Simultaniedade da morte de duas ou maispessoas.

Comoriência presumida – Presunção decomoriência, quando duas ou mais pessoasmorrem na mesma ocasião, não se podendoaveriguar se alguma delas precedeu às ou-tras (CC, art. 11).

Comoriente – (Lat. commoriente.) Adj.Que morreu em conjunto, na mesma hora,no mesmo momento ou no mesmo sinistrode pessoas.

Compensação da mora – Anulação damora, quando há mora do credor, simultâ-nea à do devedor, não restando nenhumdeles em impedimento (CC, art. 1.092).

Competência – (Lat. competentia.) S.f.Poder concedido por lei a um funcionário,juiz ou tribunal para dar parecer e julgarcertos litígios ou questões.

Compilação – (Lat. compilatione.) S.f. Atoou efeito de compilar; reunião ou coleção

ordenada de leis, tratados etc.; conjunto detextos de vários autores; o mesmo que con-solidação.

Compilar – (Lat. compilare.) V.t.d. Coli-gir, reunir, elaborar.

Compropriedade – S.f. Propriedade emcomum, pertencente a várias pessoas.

Compulsória – S.f. Mandato de juiz paracompelir alguém a cumprir ou executar algo.

Comutação – (Lat. commutatione.) S.f.Ato ou efeito de comutar.

Comutar – (Lat. commutare.) V.t.d. e i.Substituir, trocar, permutar; substituir umapena imposta por sentença transitada emjulgado por outro castigo menor.Nota: A comutação de uma pena somentepode ser concedida pelo Presidente da Re-pública.

Conclusão – (Lat. conclusione.) S.f. Entre-ga ou remessa de um processo ao juiz, paraque esse lavre nele despacho ou sentença.Nota: Segundo Eliézer Rosa: “É a passa-gem dos autos às mãos do juiz mediante otermo de conclusão e que, enquanto durar aconclusão, isto é, a permanência dos autoscom o juiz, é como se o processo estivessefechado, e nada nele se pudesse fazer.”

Conclusos – (Lat. conclusu.) Adj. Diz-sedo processo concluído e entregue ao juiz,em cujo poder permanecerá para despachoou sentença.

Concubina – S.f. Mulher que vive regular-mente amasiada com um homem, ainda quecom menos periodicidade do que a esposa.Comentário: Em latim, concubito significao ato de se deitar com alguém, por motivosamorosos. O concubinato tem sido ao lon-go da história da humanidade uma das for-mas mais expressivas das sexualidades he-réticas consideradas ilegítimas.Nota: A CF brasileira de 1988 disciplinoue regulamentou as relações do concubinato.Hoje, existem direitos garantidos até entãoinexistentes a amantes, amásias, casos de

Comissão – Concubina

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outras relações amorosas. Tornou-se rapi-damente conhecida a expressão união está-vel, que alguns entenderam ser de 24 horas;outros, de meses e outros, de anos.

Concubinato – (Lat. concubinatu.) S.m.Mancebia; estado de quem tem amante oué amasiado.

Concussão – (Lat. concussione.) S.f. Delitocometido por funcionário público no exercí-cio de suas funções. Consiste na extorsão,peculato ou abuso de influência do cargoexigindo para si ou para terceiro vantagensou quantias não devidas (CP, art. 316).

Condescendência criminosa – Crimecontra a administração pública, que con-siste em deixar, por indulgência, de respon-sabilizar seu subordinado infrator; falta decompetência, não levando o fato ocorridoao conhecimento de autoridades superio-res (CP, art. 320).Comentário: Crime muito semelhante ao deprevaricação, a diferença entre um e outroé a seguinte: comete condescendência cri-minosa, o chefe do funcionário infrator, que,por piedade, indulgência ou outro motivo,não o responsabilizar pelo seu ato delituo-so; mas comete prevaricação, se sabedor dainfração, prefere calar, adotando uma con-duta puramente de interesse personalístico.

Condição – (Lat. conditione.) S.f. É qual-quer cláusula que condiciona a eficiênciado ato jurídico, a acontecimento incerto oufuturo.

Condição resolutiva – A que faz cessaros efeitos do ato jurídico, quando do acon-tecimento incerto ou futuro.

Condição suspensiva – Cláusula preesta-belecida para a validade do ato jurídico.

Conexão – (Lat. connexione.) S.f. Ligação,união, do nexo; da dependência, da analo-gia. Casos: Conexão de Causas: são as cau-sas que se encontram tão intimamente liga-das que não podem ser conhecidas separa-damente pelo julgador, visto que a decisão

de uma afetará o conteúdo da outra; Cone-xão de Crimes: determinados delitos estãotão intimamente ligados por uma relaçãotão estreita que não podem ser considera-dos isoladamente e devem ser unidos emum só processo e julgados em uma só juris-dição e juízo, ainda de que sejam diversosos agentes.

Confiança – S.f. Segurança íntima com quese procede; crédito, fé.

Confisco – (Deverbal de confiscar). S.m.Ato de confiscar; apreensão e transferên-cia de bens ao fisco ou ao exeqüente (CP,art. 91, II).Nota: Não confundir com desapropriação.

Conflito de competência – Choque cau-sado entre grupos e órgãos da administra-ção pública sem jurisdição contenciosa.

Conflito de jurisdição – Concorrênciaentre dois ou mais órgãos judiciários,quanto à decisão de uma lide; conflito po-sitivo, se se declaram todos competen-tes, ou negativo, se todos incompetentes(CPC, art. 115).

Conivência – (Lat. conniventia.) S.f. Cum-plicidade; ato de fechar os olhos para nãover.

Conivente – Adj. 2g. Cúmplice, conluiado;pessoa que encobre, propositalmente, umato delituoso, ou em vez de impedi-lo, pre-veni-lo ou denunciá-lo, se conheceu suapremeditação.

Conselho da república – Órgão superiorde consulta do Presidente da República.

Consertar – (Lat. consertare.) V.t.d. Re-parar, coser; conferir com, estar conformeo original.

Consolidação – (Lat. consolidatione.) S.f.Ato ou efeito de consolidar, tornar sólido; con-junção na mesma pessoa de direitos que seachavam separados; operação financeira pelaqual se designa receita especial para asseguraro patrimônio público; diz-se da conversão da

Concubina – Consolidação

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dívida flutuante em dívida permanente ou emis-são de títulos de renda vitalícia, dos quais sãoperceptíveis apenas os juros; compilação ecoordenação sistemática de diversas leis damesma natureza que se encontravam esparsas.

Consolidação das Leis Civis – Antes de1916, compilação das leis civis brasileiras,que vigoraram até a publicação do CódigoCivil.

Consolidação das Leis do Trabalho –Compilação das leis que regem as relaçõesde trabalho de ordem privada e a organiza-ção da Justiça do Trabalho.

Consorte – Adj. 2g. O mesmo de cônjuge,ou seja, companheiro na mesma sorte e queparticipa de direito e coisas juntamente comoutrem.

Constar – (Lat. constare.) V.i. Escrever,registrar, mencionar.

Constatar – V.t.d. Estabelecer; verificar averdade de um fato.

Constitucional – (Do lat. constitutione +al.) Adj. Relativo ou pertencente à Consti-tuição.

Constituição – (Lat. constitutione.) S.f. Leifundamental e suprema de um Estado; Car-ta Constitucional; Carta Magna, que con-tém normas para a formação dos poderespúblicos que formam a própria estruturado Estado.Comentário: A primeira Constituição domundo, no sentido moderno e restrito da pa-lavra, foi a magna carta que os barões e bis-pos ingleses impuseram ao rei João Sem-ter-ra, 19.06.215. A Constituição, segundo J. J.Conotilho (Direito Constitucional. Coimbra:Liv. Almedina, 1981, v. II, p. 11 e 12.), resu-me uma multiplicidade de princípios predo-minantes, tais como: princípios jurídicos fun-damentais, princípios políticos constitucio-nalmente conformadores, princípios consti-tucionais positivos, princípio-garantia, “as-segurando a cada cidadão, e bem assim aslimitações que em benefício dele a Constitui-ção impõe aos poderes públicos”; princípiosestruturantes e princípios concretos.

Constituto-possessório – Operação jurí-dica pela qual o indivíduo que tinha possesem seu próprio nome passa imediatamentea desfrutar a posse em nome alheio; tradi-ção ficta.

Consulente – Adj. e S.2g. Que ou quemconsulta um advogado, jurisconsulto, mé-dico etc., ou lhe pede um parecer sobre de-terminado caso.

Contabilidade – (It. contabilitá.) S.f. Dis-ciplina científica que estuda as funções,controle e registro dos atos e fatos de umadeterminada administração econômica, querseja ela particular ou estatal.

Conta de custas – Contas das despesas deum processo.

Contencioso – (Lat. contenciosu.) Adj.Relativo à contenção, litígio; litigioso; tudoaquilo, que, por via judicial, dá lugar à con-testação ou discussão; diz-se da jurisdição,do poder atribuído ao juiz ou tribunal parajulgar; um departamento de qualquer admi-nistração que tem a seu cargo os negócioslitigiosos.

Contenda – S.f. Litígio, disputa, contro-vérsia, peleja; contenda judicial, lide, de-manda judicial.

Contestação – (Lat. contestatione.) S.f.Ato de contestar; resposta feita, no pro-cesso, com razões fundamentadas, de quese recorre o réu, por seu representante le-gal, na qual nega ou refuta tudo aquilo quequer rebater.

Contestar – (Lat. contestare.) V.t.d. Refu-tar as alegações do autor, com argumentos eprovas; opor-se àquelas alegações; discutir.

Continência – (Lat. continentia.) S.f. Mo-deração, comedimento; diz-se da capacidadeou da extensão; Continência da Causa: o mes-mo que conexão de causas; Continência deCrimes: quando duas ou mais pessoas foremacusadas pela mesma infração, podendo serdo tipo de cometimento mediante concurso

Consolidação – Continência

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material ou formal de crimes, erro de execu-ção e resultado diverso do pretendido.

Continuidade dos prazos – Uma vez ini-ciado o curso dos prazos, este não párapor nenhum motivo, não sendo interrom-pido nem nos feriados (CPC, art. 178).

Contrabando – S.m. Circulação e consu-mo ilegal de mercadoria, entrada e saída clan-destina de mercadorias, sem o devido paga-mento de imposto e taxas aduaneiras obri-gatórias (CP, arts. 318 e 334).Nota: Incorre na pena do art. 334 quempratica navegação de cabotagem, fora doscasos permitidos em lei.

Contradição – (Lat. contradictione.) S.f.Incoerência entre afirmações atuais e asanteriores, prestadas pela mesma pessoa,ou entre um e outro ato seu.Observação: Diz-se, também, da discordân-cia nas respostas dos jurados a um dos que-sitos, perante o tribunal do júri, pelo que ojuiz submete-o novamente à votação; ou,ainda, do conflito de leis ou de disposiçõesda mesma lei.

Contradita – (fem. Substantivado.) S.f. Ale-gação em contrário, refutação, contestação;alegação forense apresentada por um doslitigantes contra outro; oposição por meiode testemunha ao depoimento de outra.

Contrafação – S.f. Falsificação, imitação;violação dolosa ou fraudulenta do direitoautoral, como a reprodução de obra alheia,sem a devida autorização de seu autor.

Contrafé – S.f. Cópia autêntica da citação,petição ou intimação feita através de des-pacho oficial, que se entrega por oficial dejustiça à pessoa citada ou intimada.

Contraminuta – S.f. Razões escritas e fun-damentadas oferecidas pela parte contra quemse interpôs ao agravo, isto é, o agravado.

Contraprestação – S.f. Prestação de umadas partes, no contrato bilateral, à outra,como compensação da que dela recebe porforça do mesmo contrato.

Contra-razões – Razões de fato e de di-reito apresentadas por uma das partes re-futando as razões do contendor.

Contrato – (Lat. contractu.) S.m. É o acordoentre duas ou mais pessoas, com a finalidadede adquirir, resguardar ou extinguir direito.Nota: Segundo Clóvis Beviláqua, “o con-trato é o acordo de vontades para o fim deadquirir, resguardar, modificar ou extinguirdireitos. Esse acordo contratual entre duasou mais pessoas produz efeitos jurídicos”.

Contrato aleatório – “É aquele contratobilateral e oneroso em que pelo menos umadas partes não pode antecipar o montanteda prestação que receberá, em troca da quefornece” (Obrigações 13).

Contrato consigo mesmo – Segundo Sil-vio Rodrigues (Direito Civil: dos contratose das declarações unilaterais da vontade.São Paulo: Saraiva, 1968, p. 14), trata-sede convenção em que um só sujeito de di-reito, revestido das qualidades jurídicas di-ferentes, atua simultaneamente em seu pró-prio nome ou de outrem. É o caso do indi-víduo que, como procurador de terceiro,vende a si mesmo determinada coisa.Comentário: Este tipo de contrato é bastan-te criticado e o CC proíbe a compra, aindaem hasta pública, pelos tutores, curadores,testamenteiros, administradores e manda-tários, os bens confiados a sua guarda ouadministração.Nota: Os códigos alemão e italiano admi-tem, excepcionalmente, este tipo de negó-cio. Pela Súmula n. 165 do STF, “a vendarealizada diretamente pelo mandante aomandatário não é atingida pela nulidade doart. 1.113, Inciso II, do Código Civil”.

Contrato de compra e venda – Aquelepelo qual o vendedor se obriga a transferiro domínio de certa coisa e o outro, o com-prador, a pagar-lhe em dinheiro o preço ajus-tado à compra feita.Nota: O CC, art. 1.122, diz: “Pelo contratode compra e venda, um dos contraentes seobriga a transferir o domínio de certa coisa, eo outro a pagar-lhe certo preço em dinheiro.”

Continência – Contrato de compra e venda

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Contrato comutativo – “É o contrato bi-lateral e oneroso, no qual a estimativa daprestação a ser recebida por qualquer daspartes pode ser efetuada no ato mesmo emque o contrato se aperfeiçoa” (Cf. Planiol eRipert. Traité Pratique, v. VI, n. 49).

Contrato gratuito – “É aquele em que umadas partes promete e a outra aceita; só aprimeira se obriga, ao passo que a segundanão faz qualquer promessa, não assumeobrigação alguma; exemplo típico é a doa-ção sem encargo.” (MONTEIRO, Washing-ton de Barros. Curso de Direito Civil. Obri-gações, São Paulo, 1956, p. 39).

Contrato mútuo – “É um empréstimo decoisa fungível, isto é, destinada ao consu-mo que o mutuário, ao receber, torna-seseu proprietário, podendo destruir-lhe asubstância, visto que não precisa devolvero mesmo objeto, mas apenas coisa da mes-ma espécie, qualidade e quantidade”(RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. SãoPaulo: Saraiva, v. 3, p. 263).

Contrato oneroso – Para Washington deBarros Monteiro, “(...) é aquele em que aspartes reciprocamente transferem algunsdireitos, como no de sociedade e no delocação”.

Contravenção – (Lat. contraventione.) S.f.Transgressão ou infração de lei, regulamentoou ordem; infração voluntária ou culposaao direito de paz, convivência pacífica den-tro da sociedade onde vive. Esse tipo deinfração recebe a sanção do Estado, umapenalidade branda e mínima.

Contravenção administrativa – Aquelaque é praticada contra os regulamentos ad-ministrativos.

Contravenção de trânsito – Aquela pra-ticada contra leis e regras do trânsito, sejaelas quais forem, em todos os seus aspec-tos legais, dentro da nação.

Contravenção fiscal – Aquela que é pra-ticada contra as leis fiscais ou de obrigaçãotributária suplementar.

Contravenção penal – Segundo NelsonHungria, “contravenção penal não é senãoum crime ‘anão’, ou seja, o crime menor,enquadrado dentro das normas legais queregem as Contravenções Penais”.Nota: A contravenção é apenas uma infra-ção penal, a que a nossa lei prescreve pe-nas de prisão simples ou multa, ou ambascomulativa ou alternativamente.Comentário: Países há que adotam três ti-pos de infrações penais: crimes, delitos econtravenção; no Brasil, como na maioriados países, somente são adotados crimes econtravenções. A diferença entre os doistermos é que o crime é mais grave que acontravenção. “O sistema jurídico brasilei-ro adotou o critério quantitativo, isto é, oque firma a diferença entre crimes e contra-venções, exclusivamente na pena estabeleci-da à infração penal, sem cogitar dos inte-resses tutelados, forma de agressão a taisinteresses, ou ainda do elemento subjetivoda ação (...). As contravenções, na genera-lidade dos casos, não oferecem a naturezaimoral ou maldosa do crime, justificando-se a sua punição, prevalentemente, a títulode prevenção criminal” (LEITE, ManuelCarlos da Costa. Lei das ContravençõesPenais. São Paulo: RT, 1976, p. 1).

Contravencional – Adj. Relativo à con-travenção.

Contraventor – Aquele que infringe qual-quer tipo de lei ou regulamento.

Controle – S.m. Fiscalização de um poderpor outro; fiscalização e verificação; contro-le administrativo, comercial ou financeiro deuma determinada firma; poder dominador,regulador, apto a guiar ou restringir.

Contumácia – (Lat. contumatia.) S.f. Qua-lidade de contumaz; teimosia; recusa deli-berada ou não de comparecer em juízo.

Contumaz – (Lat. contumace.) Adj. Tei-moso, obstinado; que usa a contumácia oudesta é acusado; que deixa de comparecer ounega o seu comparecimento em juízo, quan-do solicitado; DCan. Pessoa que reincide ou

Consolidação – Contumaz

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despreza as leis emanadas da Igreja, infrin-gindo, assim, um preceito eclesiástico.

Convalidar – V.t.d. Tornar juridicamenteválido um ato; reforçar, consolidar.

Convenção – (Lat. conventione.) S.f. Ajus-te, acordo, convênio, pacto entre as parteslitigantes.

Conveniência – (Lat. convenientia.) S.f.Qualidade do que é conveniente; utilidade,vantagem.

Conversão do julgamento em diligência– Depois de findos os debates na audiênciade instrução e julgamento, caso o juiz neces-site maiores provas ou esclarecimentos, elepode converter o julgamento em diligência.

Convolar – (Lat. convolare.) V.t.i. Mudarde estado civil; casar-se.

Copyright – (Ingl. pron. cóp’ráit). Direitoautoral, exclusivo de propriedade literária,do autor ou de seu concessionário, quantoa impressão, publicação e venda de umaobra literária, por um determinado tempo.

Co-réu – S.m. Aquele que está indiciadoou acusado, num mesmo processo, junta-mente com outra pessoa.

Corpo de delito – Conjunto de provasmateriais ou vestígios conjugados da exis-tência do fato criminoso obtido por examefeito na pessoa ou coisa.Observação: Costuma-se classificar o corpode delito como: direto, quando o criminosodeixa indícios materiais, passíveis de exameou perícia; indireto, quando o criminoso nãodeixa nenhum vestígio e a comprovação domesmo somente é feita pelo depoimentos detestemunhas (CPP, arts. 158 a 163, 167).

Corpo de jurados – Conjunto de pessoas,escolhidas pelo juiz anualmente, todas elasidôneas, para compor o júri na comarca.

Corpo legislativo – Em sentido genérico,é a instituição pública de caráter coletivo,que reúne, em assembléia, os representan-tes da nação, eleitos ou não pelo povo, cuja

finalidade é a elaboração de leis que regula-mentam o comportamento dos indivíduosdentro do território de um Estado.Comentário: As denominações dadas a essescorpos têm variado extremamente no cursoda história e nos diferentes países: assem-bléia, parlamento, dieta, corte etc. Entre ospovos primitivos e os chamados bárbaros,sobretudo os germânicos, os do oriente, e entreas tribos selvagens da atualidade, tem-se ve-rificado a existência de assembléias rudimen-tares, geralmente compostas de homens li-vres, principais da tribo ou anciãos, constituin-do uma espécie de órgão consultivo do chefetribal, de vez que a lei é considerada de ori-gem divina e imutável. Assim teria sido, aprincípio, entre as tribos helênicas da Grécia,onde nos tempos homéricos, os reis costu-mavam aconselhar-se com as assembléias, ge-ralmente de anciãos. Com o desenvolvimen-to das cidades-estados gregas, o governo, oraoligárquico, ora democrático, acusa sempre apresença de uma assembléia, chamada Eclésia,primeiramente uma oligarquia, passando de-pois a um corpo de cidadãos livres (tempo dePéricles), e Bulé, uma espécie de Senado com-posto de 500 membros eleitos por um ano,chamado também de o Conselho dos Qui-nhentos em Atenas e o de 28 membros emEsparta. Em Roma, tivemos a Contio (lê-seconcio). Depois, Comitium, plural Comitia(lê-se comícium e comícia, que era a reuniãoou assembléia do povo, dividida em: ComitiaCuriata, assembléias familiares; ComitiaCenturiata, assembléias dos centuriões;Comitia Tributa, assembléia de nobres(patrícios) e plebeus; e o Concilium Plebis,ou conselho do povo comum, chamado ple-be. Durante a República e o Império, o prin-cipal corpo legislativo romano era o Senado,semelhante à Bulé grega. Era a corporação depatrícios. Este estudo é importante, pelo sim-ples motivo de que a contribuição dessas ins-tituições foi importantíssima para a forma-ção e constituição dos corpos legislativos eassembléias legislativas modernas.

Correcional – Adj. 2 g. Relativo ao poderatribuído a tribunais comerciais.

Contumaz – Correcional

61 Corregedor – Credor quirografário

Corregedor – Adj. Magistrado com juris-dição sobre todas as autoridades judiciá-rias, os chamados juízes inferiores, e deserventuários da justiça, para fiscalizaçãode suas ações, bem como corrigir os seuserros e abusos, promovendo-lhes a respon-sabilidade como funcionários do povo; an-tigo magistrado cujas funções eram idênti-cas às dos atuais juízes de direito.

Corregedoria – S.f. Cargo ou jurisdiçãodo corregedor; a área de sua jurisdição.

Correição – (Lat. correctione.) S.f. Funçãoadministrativa, na qual o corregedor de jus-tiça visita e inspeciona as comarcas e os car-tórios de ofício público de sua jurisdição,corrigindo seus erros, irregularidades, omis-sões, abusos, negligências por ventura en-contrados, como também faltas das autori-dades judiciárias inferiores e seus auxiliares.

Corretor – (Lat. correctorem.) S.m. Agen-te comercial autônomo, mediador de nego-ciação de caráter mercantil. O seu ofíciolimita-se, em regra, a receber propostas deuma pessoa e a transmiti-las a outra; suaatividade se desenvolve na conclusão donegócio comercial, que imprime naturezamercantil à mediação.Nota: O corretor é comerciante.

Corrupção ativa – Crime de oferecimentoou promessa de vantagem indevida a fun-cionário público, induzindo-o à prática,omissão ou retardamento de ato de ofício(CP, art. 333).

Corrupção passiva – Crime contra a ad-ministração pública daquele que solicita ourecebe, para si ou para outrem, direta ouindiretamente, ainda que fora da função ouantes de assumi-la, mas em razão dela, van-tagem indevida (CP, art. 317, §§ 1.o e 2.o).

Costume – (Lat. consuetudine.) S.m. Uso,hábito ou prática geralmente observada; “éa observância constante e uniforme de de-terminada regra, com a convicção de suanecessidade jurídica. Brota da consciênciajurídica popular, como manifestação de di-

reito”. É a lei não escrita emanada do povo.“Direito não escrito ou de uso que consti-tui elemento subsidiário da lei, nos casosomissos; uma das fontes do Direito Positi-vo, sendo a mais adotada na vida comer-cial.” No DIP, modo tradicional, invariávele constante de agir, que se torna norma im-perativa, de caráter jurídico, político oueconômico nas relações recíprocas dos Es-tados (NEVES, Iêdo Batista. Vocabulárioprático de tecnologia jurídica e brocardoslatinos. Rio de Janeiro: APM, 1987).Observação: Costume com força de lei: oconjunto desses costumes forma o direitoconsuetudinário: “Pode-se definir o costu-me jurídico como uma regra de direito obri-gatório tradicional que aparece espontanea-mente, fora de qualquer organismo especia-lizado” (LÉVY-BRUHL, H. Pequeno voca-bulário da língua filosófica. São Paulo:Nacional, 1961, p. 33).

Créditos suplementares – Reforço doorçamento, para fazer face a determinadoserviço público.

Credor – (Lat. creditore.) Adj. Pessoa, emrelação ao devedor e à dívida, a quem sedeve algum dinheiro.

Credor pignoratício – Aquele que tem emseu poder um título de penhor ou contratode venda, de objetos móveis ou animais,estatuído em seu poder, estipulando que oproprietário do título pode usufruir dessesmesmos bens penhorados, podendo tornara comprar, que é ilícito por dissimular emempréstimo usuário.

Credor putativo – Aquele que se encontrana posse ostensiva e incontestada de títulosemelhante ao verdadeiro, legal e certo, semo ser, dando-lhe todo o direito de ação sobrea dívida, pensando ser o verdadeiro credor.

Credor quirografário – Aquele que pos-sui documento particular, escrito e assina-do a mão, não reconhecidos para efeito deexecução.

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Crime – (Lat. crimen.) S.m. Como nosensina Código Penal Anotado. 2. ed. SãoPaulo: Saraiva, 1991, crime é o comporta-mento humano positivo ou negativo, pro-vocando, este, um resultado e que segundoo seu conceito formal, é violação culpávelda lei penal, constituindo, assim, delito. Nocrime, temos de distinguir: O fato típico,característico, exposto na lei como ilícito,ou seja, antijurídico, contrário ao direito;segundo o Ministro do STJ, Professor Dr.Francisco de Assis Toledo, o crime envol-ve: ação típica, conduta, comportamento;ilícita, isto é, antijurídica; culpável (nullumcrimen sine culpa) (Princípios Básicos deDireito Penal. 5. ed. São Paulo: Saraiva,1994, p. 80).Nota: O nosso CP, art. 1.o, transcreve oque preceitua a CF, art. 5.o, XXXIX, quediz o seguinte: “Não há crime sem lei ante-rior que o defina, nem pena sem préviacominação legal”, já séculos atrás expostono DRom: “Nullum crimen, nulla poenasine lege scripta” (Não existe crime nempena, se não existir lei escrita à respeito). Eo art. 23 do CP preceitua: Não há crimequando o agente pratica o fato: em estadode necessidade; em legítima defesa; em es-trito cumprimento de dever legal ou no exer-cício regular de direito. Circunstância agra-vante da pena não constitui crime qualifi-cado; crime é o fato típico e antijurídico.Comentário: O crime surge na mente do in-divíduo sob a forma de idéia ou emoção,elabora-se na consciência e, produzindo vo-lição, tende a realizar-se. É claro que os es-píritos bem formados não se deixarão, senãoexcepcionalmente, arrastar à prática dessestristíssimos fatos, que são um forte grilhão anos prender inexoravelmente à bruteza daanimalidade, donde a cultura nos pretendedistanciar, mas onde nos arrastamos e nosdebatemos em vão, como frágeis insetosenvolvidos nos fios resistentes do vastoaranhol (BEVILÁQUA, Clóvis. Criminolo-gia e Direito. Rio de Janeiro: Forense, 1968,p. 55). O crime não é um fenômeno de purafisiologia cerebral, mas um fenômeno perti-

nente à responsabilidade do espírito, apesardos condicionamentos anatômicos e cultu-rais (AMORIM, Deolindo. Espiritismo eCriminologia, p. 106).

Crime bilateral – Crime que para ser pra-ticado exige, para a sua consumação, a par-ticipação de dois agentes. É o caso da biga-mia, adultério e outros.

Crime comissivo – Resultante de uma açãodo criminoso; crime doloso em oposição aocrime por omissão.

Crime complexo – Crime constituído pordois ou mais elementos penais, como, p.ex., roubo compreendido pelo furto acom-panhado de ameaça e violência à pessoa.Comentário: Júlio Fabbrini Mirabete fazdistinção entre o crime complexo em senti-do estrito, isto é, aquele que encerra dois oumais tipos de uma única descrição legal, comoaquele contido no CP, art. 157, do roubo; ecrime complexo em sentido amplo, que, “emuma figura típica, abrangem um tipo sim-ples, acrescido de fatos ou circunstânciasque, em si, não são típicos”, como o mencio-nado no CP, art. 213, o caso do estupro,encerrando este a violência, a ameaça e aconjunção carnal (Manual de Direito Penal.São Paulo: Atlas, 1985, p. 134).

Crime comum – Aquele que pode ser co-metido por qualquer pessoa.

Crime consumado – Que foi realizado comtodos os elementos que compõem a descri-ção do tipo penal (CP, art. 14, I).

Crime continuado – Crime praticado porum mesmo autor, duas ou mais vezes, damesma espécie, e com íntima relação entresi (CP, art. 71).

Crime contra a honra – Crime praticadocontra a idoneidade, dignidade ou decoromoral de uma pessoa: a calúnia, a difama-ção e a injúria (CP, arts. 138 a 145).

Crime contra a inviolabilidade da cor-respondência – Devassamento ou violaçãode correspondência devidamente fechada edirigida a outrem (CP, art. 151, §§ 1.o e 2.o).

Crime – Crime contra a inviolabilidade da correspondência

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Crime contra a inviolabilidade do do-micílio – Penetrar e permanecer em domi-cílio alheio, não tendo permissão de seuproprietário ou do residente do imóvelresidencial, clandestina ou astuciosamente.Comentário: A penalidade para esse tipode crime é aumentada, quando: cometidodurante a noite, ou em lugar ermo, ou quan-do é empregada a violência através de armapor um ou mais indivíduos; cometido porfuncionário público, fora dos casos legais,ou sem observância das formalidades esta-belecidas em lei, ou com abuso de poder.Não constitui crime a entrada ou permanên-cia em casa alheia ou em suas dependências:durante o dia, com observância das forma-lidades legais, para efetuar prisão ou outradiligência; a qualquer hora do dia ou da noi-te, quando algum crime está sendo cometi-do ou na iminência de ser praticado. A ex-pressão casa compreende: qualquer com-partimento habitado; aposento ocupadocomo habitação coletiva; compartimentonão aberto ao público, onde alguém exerceprofissão ou atividade. Não se compreendena expressão casa: hospedaria, estalagem,hotel ou qualquer outra habitação coletiva,enquanto aberta (CP, art. 150, §§ 1.o e 2.o).

Crime contra a liberdade pessoal – Aque-le que consiste em constranger alguém afazer ou não fazer algo, com violência, gra-ve ameaça, reduzindo-lhe a capacidade deresistência; seqüestro, cárcere privado eescravização (CP, arts. 146 a 149).

Crime culposo – Crime do agente que deucausa ao resultado por imprudência, negli-gência ou imperícia.

Crime de abandono intelectual – Crimepraticado por pessoa que, por motivos di-versos, impede filhos ou alguém de estudare aprender, segundo preceitua a CF, art.205, quando diz: “A educação, direito detodos e dever do Estado e da família, serápromovida e incentivada com a colabora-ção da sociedade, visando ao pleno desen-volvimento da pessoa, seu preparo para oexercício da cidadania e sua qualificação parao trabalho.”

Crime de bagatela – Crime pelo qual,depois de examinados, o juiz chega à con-clusão de que a pena fixada, mesmo sendomínima, é inteiramente desproporcional aofato.Comentário: Isso nada mais é que um per-dão judicial extralegal, sem previsão expres-sa, que de uns tempos para cá, tem sidoaplicado pelos tribunais, conforme vemosnas Revista dos Tribunais 713/361, 728/658, 71/652, 733/579, 734/748, 739/724,743/639. Em relação ao tipo, o dano deveser ínfimo, sendo que a análise da condutae da culpabilidade deverá ser favorável aoréu. Exemplos de crimes de bagatela: furtode objetos ou de alimentos em supermerca-dos; apropriação indébita de uma roupa ouqualquer objeto estragado; falsificação depasses para o não pagamento da passagemde ônibus; subtração de objetos de um res-taurante, como xícaras, saleiro, açucareiro,talheres etc. Essas infrações são, na suamaioria, examinadas pelos juízes como in-significantes e irrelevantes, com base nodito romano “o pretor não cuida de ninha-rias”. Entretanto, a análise deverá ser feitade conformidade com a gravidade do tipo,não podendo o juiz simplesmente fazer adeclaração de que o crime é insignificante,contrariando o próprio dispositivo legal docrime de contravenção (Revista dos Tribu-nais 717/431).

Crime de flagrante provocado – “É quan-do o agente é levado a praticar o crime porinstigação de alguém que, ao mesmo tem-po, toma todas as medidas para evitar aconsumação do delito, com a prisão em fla-grante do agente” (FÜHRER, MaxinilianusCláudio Américo; FÜHRER, MaximilianoRoberto Ernesto. Resumo de Direito Pe-nal: parte geral. 14. ed. São Paulo: Malhei-ros, 1982. Coleção 5 – Resumos).

Crime de lesa-majestade – Crime contraa família real, contra um de seus membrosou contra o soberano de um Estado.

Crime de lesa-pátria – Crime contra apátria.

Crime contra a inviolabilidade do domicílio – Crime de lesa-pátria

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Crime de lesa-razão – Crime contra arazão.

Crime de maus tratos – Aquele que ex-põe “a perigo a vida ou a saúde de pessoasob sua autoridade, guarda ou vigilância,para fim de educação, ensino, tratamentoou custódia, quer privando-a de alimenta-ção ou cuidados indispensáveis, quer su-jeitando-a a trabalho excessivo ou inade-quado, quer abusando demais da correçãoou da disciplina”(CP, art. 136).Comentário: “O crime de maus tratos, emqualquer de suas modalidades, é crime deperigo: necessário e suficiente para sua exis-tência é o perigo de dano à incolumidade davítima” (HUNGRIA, Nelson. Comentáriosao Código Penal. Rio de Janeiro: Forense,v. 5, p. 453). “Os limites do direito de cor-rigir são elásticos. Não se pode com qual-quer pancada dar por caracterizado o ex-cesso em seu uso. Hão de ser consideradostambém o nível social do acusado e a inten-sidade da peraltice da vítima” (Decisãopublicada na Revista dos Tribunais 567, p.334). Quanto à criança, o Estatuto da Criançae do Adolescente – Lei n. 8.069, art. 232,prevê, como crime, “submeter criança ouadolescente sob sua autoridade, guarda ouvigilâncias a vexame ou a constrangimento”.Nota: Veja, para o seu conhecimento, a dis-tinção entre Maus Tratos e Tortura, sendoeste último delito especial.

Crime de responsabilidade – Aquele pra-ticado por funcionário público quando esteabusa de seu poder ou viola o dever ligadoa seu cargo, emprego ou função.

Crime doloso – Aquele no qual o agentequis o resultado ou assumiu o risco de pro-duzi-lo.

Nota: Para o CP brasileiro, este crime édividido em duas partes importantes: Di-reto, quando o agente quis determinado re-sultado e teve a intenção de provocá-lo;Indireto, quando a vontade do agente nãovisa a um resultado preciso e determinado(CP, art. 18).

Crime exaurido – O mesmo que crimeconsumado (CP, art. 158).

Crime habitual – Aquele que é praticadopor vários atos iguais, completando umtodo ilícito, ou que pratica o exercício ilegalde professor, advogado ou médico etc., oumesmo mantém, para obtenção de vanta-gem pecuniária, uma casa de prostituição(CP, arts. 229 e 282).

Crime hediondo – Aquele que é cometidocom crueldade e perversidade, não haven-do para esse tipo de crime fiança, anistiaou graça com indulto ou liberdade provisó-ria, sendo que a pena para este caso serásempre em regime fechado; crime deprava-do, sórdido, vicioso, feio, imundo, repug-nante e nojento (CF, art. 5.o, XLIII, e Leisn. 8.072/90 e n. 8.930/94).Comentário: A expressão “crime hediondo”é puramente técnica e o seu alcance é diver-so daquele acima referido. Vejamos: A CFvigente desde 1988 diz que “todos são iguaisperante a lei, sem distinção de qualquer na-tureza, garantindo-se aos brasileiros e aosestrangeiros residentes no país a invio-labilidade do direito à vida, à liberdade, àigualdade, à segurança e à propriedade (...)”,acrescentando a consideração de crimes ina-fiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia“a prática da tortura, o tráfico ilícito de en-torpecentes e drogas afins, o terrorismo e osdefinidos como crimes hediondos, por elesrespondendo os mandantes, os executores eos que, podendo evitá-los, se omitirem” (art.5.o, caput e inciso XLIII). Para o cumpri-mento dessa ordem constitucional, está emvigor no país a lei federal n. 8.072, de 25 dejulho de 1990, que catalogou como hedion-dos os seguintes crimes: Latrocínio: matarpara roubar ou durante os roubos, que sãofurtos mediante violência ou grave ameaçacontra a pessoa; Extorsão: vulgarmente cha-mada “chantagem”, quando houver morte,ou mediante seqüestro de reféns, se o se-qüestro dura mais de 24 horas, se o seqües-trado é menor de 18 anos de idade, quandofor cometida por bando ou quadrilha, ou se

Crime de lesa-razão – Crime hediondo

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do fato resulta lesão corporal de naturezagrave ou morte; Estupro: relação sexual dehomem contra mulher, completa ou incom-pleta, mediante violência real ou presumidapor lei, isto é, quando a vítima for menor de14 anos de idade, for alienada ou débil men-tal e o agente conhecer esta circunstância, ouquando ela não puder, por qualquer outracausa, oferecer resistência, ocorrendo a mor-te; Atentado violento ao pudor: ato libidino-so diverso da conjunção carnal, podendo serum simples beijo lascivo ou até o coito analou oral, mediante violência real ou presumi-da, com ou sem morte; Epidemia: ato dedisseminar doenças, mediante a propagaçãode germes patogênicos, com resultado mor-te; Envenenamento de água potável ou desubstância alimentícia ou medicinal: conta-minar água de uso comum, bem como ali-mentos ou medicamentos, com resultadomorte; Falsificação de remédios; Genocídio:poderíamos definir, em suma, como elimi-nação humana, em tempo de paz, ou de guer-ra, por motivo de raça, nacionalidade, reli-gião ou opinião; Tortura: Mirabete, citadopor Antônio Lopes Monteiro. Crimes He-diondos, p. 69, define como “todo ato queinflinge intencionalmente dor, angústia, amar-gura, ou sofrimentos graves, sejam fisicosou mentais”; Narcotráfico: disseminação,gratuita ou mediante pagamento, de entorpe-centes e drogas afins; Terrorismo: cujo con-ceito é mais amplo possível (MOTA JU-NIOR, Eliseu F. Pena de Morte e CrimesHediondos à Luz do Espiritismo, p. 77/79 –Casa Editora o Clarim de Matão, SP).Nota: “Os chamados crimes hediondos,como a prática da tortura, o tráfico ilícitode entorpecentes e drogas afins e terroris-mo não comportam anistia, graça, indulto,fiança ou liberdade provisória. Além disso,a pena nesses crimes é cumprida integral-mente em regime fechado” (FÜHRER,Maximilianus Cláudio Américo; FÜRHER,Maximiliano Roberto Ernesto. Resumo deDireito Penal: parte geral. 14. ed. São Pau-lo: Malheiros. Coleção 5 – Resumos).

Crime impossível – Aquele que, por ine-ficiência absoluta do meio ou por absolutaimpropriedade do objeto, é impossível con-sumar-se (CP, art. 17).

Crime omissivo – Aquele decorrente dainércia do operador quando este poderiapromover uma ação de impedimento do seuresultado (CP, art. 13, § 2.o).

Crimes plurissubjetivos – São os crimesque necessitam do concurso direto de agen-tes, como, p. ex.: o crime de quadrilha oubando, que somente é completado com aparticipação de mais de três pessoas, com afinalidade de cometer crimes (CP, art. 288).

Crimes plurissubsistentes – Aquelesrealizados através de vários atos, como ocrime sob condição análoga à do escravo.

Crimes próprios – Aqueles que exigem doagente uma capacidade de determinação ouqualidade, como no infanticídio, no caso daprópria mãe; ou no peculato, no caso dofuncionário público.Observação: O art. 132 do CP nos fala queé crime expor a vida ou a saúde de outrem aperigo direto e iminente

Crimes qualificados – Aqueles a cuja tipi-ficação é acrescentada alguma circunstân-cia, para o agravamento das penalidades,como no caso do homicídio qualificado (CP,art. 121, § 2.o).

Crime simples – Aquele tipo já determi-nado, com forma básica do delito, sob cujomodelo se pratica o crime, como no art.121 do CP, caput, homicídio simples.

Crimes unissubsistentes – São aquelesrealizados somente com um ato, como nocaso de injúria verbal.

Crimes virtuais – O mesmo que crimespor computador.Nota: V. Delegacia Especializada em Cri-mes por Computador.

Criminalística – S.f. Ciência auxiliar doDireito Penal, pois esclarece os casos cri-

Crime hediondo – Criminalística

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minais; são suas atribuições: a colheita deprovas, o levantamento topográfico do cri-me e as perícias.

Crimininologia – S.f. Segundo AfrânioPeixoto, “é a ciência que estuda os crimes eos criminosos, isto é, a criminalidade”. Se-gundo Salgado Martins, “é o estudointerpretativo do delito, colimando todosos fatores que com ele se relacionam”.Comentário: “A Criminologia, ciência cau-sal explicativa que estuda o crime como fatosocial e que se preocupa em averiguar assuas causas, aponta, via de regra, dois fatoresprincipais da criminalidade; os caracterespsíquicos (relativos ao Espírito ou Alma) eos caracteres anatômicos (referentes ao cor-po). Ao lado desses, atuam aqueles ligadosao meio social em que o criminoso nasceu,vive ou viveu e que ela chama de MundoCircundante. Esses fatores se aplicam atodos os criminosos, entre os quais se in-cluem desde os autores dos crimes violen-tos mais em evidência em todo o mundo,tais como o homicídio, latrocínio (matarpara roubar), roubo, extorsão mediante se-qüestro (vulgarmente chamado seqüestro),estupro, atentado violento ao pudor etc.,aos praticantes dos sofisticados ilícitospenais a que se convencionou denominar‘Crimes do colarinho branco’.” AMORIM,Deolindo. Espiritismo e criminologia. 3. ed.Rio de Janeiro: CELD, 1991.

Criminosos cibernéticos – Pessoas quepraticam crime com a ajuda do computa-dor, violando senhas eletrônicas, invadin-do a privacidade alheia, praticando a pira-taria de softwares, veiculando vírus eletrô-nico e a pornografia infantil na internet.

Culpa – S.f. Falta, pecado, responsabilida-de; ato repreensível ou criminoso.

Culpa contratual – Violação de uma obri-gação preexistente, fundamentada num con-trato legal.

Culpa extracontratual – Violação de umdever preexistente, fundamentada em pre-ceito de caráter geral que resguarda a pes-soa ou bens alheios.

Culpa in abstrato – Aquela “quando o agen-te falta com a atenção que natural e comu-mente deve-se dispensar na administraçãode seus negócios” (LEVENHAGEM, An-tônio José de Souza. Código Civil: comen-tários didáticos. São Paulo: Atlas, 1987,p. 240).

Culpa in committendo – “É quando a culpase caracteriza pela prática de ato positivo,como uma imprudência” (LEVENHAGEM,Antônio José de Souza. Código Civil: co-mentários didáticos. São Paulo: Atlas, 1987,p. 240).

Culpa in concreto – Aquela “que se dáquando o agente deixa de atender a certasdiligências necessárias às próprias coisas”(LEVENHAGEM, Antônio José de Sou-za. Código Civil: comentários didáticos. SãoPaulo: Atlas, 1987, p. 240).

Culpa in custodiendo – “É a falta de aten-ção ou de cuidados sobre alguma pessoa,coisa ou animal que esteja sob a guarda oucuidados do agente” (LEVENHAGEM,Antônio José de Souza. Código Civil: co-mentários didáticos. São Paulo: Atlas, 1987,p. 240).

Culpa in eligendo – “É aquela provenien-te da má escolha de um representante oupreposto, como, por exemplo, a pessoaadmitir ou manter a seu serviço um empre-gado sem as aptidões necessárias ao traba-lho que lhe é confiado” (LEVENHAGEM,Antônio José de Souza. Código Civil: co-mentários didáticos 3. Direito das Coisas,São Paulo: Atlas, 1987, p. 240).

Culpa in ommittendo – “É a culpa decor-rente da omissão, da abstenção, como quan-do o agente deixa de praticar ato necessá-rio” (LEVENHAGEM, Antônio José deSouza. Código Civil: comentários didáti-cos. São Paulo: Atlas, 1987, p. 240).

Culpa in vigilando – “É a oriunda de faltade fiscalização por parte do empregador,quer com respeito aos empregados, quercom respeito à própria coisa, como por

Criminalística – Culpa in vigilando

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exemplo, o proprietário de uma empresade transporte que não fiscaliza convenien-temente a atuação de seus motoristas, oupermite o trânsito de veículos imprestáveise que, por isso, ocasiona acidentes.”

Nota: Do próprio autor Levenhagem: “Aculpa in vigilando é que justifica, também, aresponsabilidade dos pais por danos causa-dos por filhos menores” (Op. cit., p. 240).

Culpa stricto sensu – “É a não observânciade um dever objetivo de cuidado, quandoas circunstâncias objetivas tornavam pre-visível a produção do resultado criminoso(o agente não queria produzir o fato crimi-noso, mas por falta de cuidado, produziu).”

Cúmplice – (Lat. tard. complice.) S.m. Co-autor de um determinado fato, podendo serum crime ou um delito (CP, art. 29, §§).

Curador – (Lat. curatore.) S.m. Pessoa quetem, por determinação legal ou judicial, aobrigação de zelar pelos bens e interessesdos que, por si mesmos, não o podem fazer.

Curadoria – S.f. Lugar onde funcionam oscuradores; o exercício de sua função.

Curatela – (Lat. curatella.) S.f. O mesmoque curadoria.Nota: Segundo Clóvis Beviláqua, é o encar-go público, conferido por lei a alguém, paradirigir a pessoa e administrar os bens dosmaiores, que por si só não possam fazê-lo(CC, arts. 242, V, 446 a 448,451,453 a 455,462 e 463 a 468).

Curatelado – Adj. S.m. Aquele que estásujeito à curatela.

Custas – S.f.pl. Despesas regulamentadaspor normas, feitas com a promoção ou reali-zação de atos forenses, processuais; as quesão feitas registros públicos e as que sãocontra a parte derrotada na ação judicial.

Custas ex lege – Significa que as custasdevem ser suportadas e pagas na forma dalei.

Custas pro rata – Significa que as custasdevem ser pagas, por força da condenação,rateadas por ambas as partes.

Custeio – S.m. Relação de despesas; custea-mento.

Custódia – S.f. Ato ou efeito de custodiar;ato de custodiar um preso, exercendo sobreele guarda e vigilância, quando em sala livre,ou em um estabelecimento, que não é pro-priamente uma prisão, até a averiguação dealgum delito; detenção do um delinqüente,guardando-o, protegendo-o e vigiando-oconstantemente, enquanto cumpre a sua penadeterminada legalmente; ação de guardar coi-sa que pertença a uma pessoa ou a várias,que sob contrato, administrando, cuidandoe conservando até a entrega, na data mencio-nada em contrato, aos seus legítimos pro-prietários; guarda de títulos e valores de quese incumbem bancos ou sociedades especia-lizadas e que tenham esta finalidade; lugaronde se guarda com segurança, alguém oualguma coisa, dando-lhe proteção.

Culpa in vigilando – Custódia

Dação – (Lat. datione.) S.f. Entrega de umacoisa para pagamento de débito de outra aquem se devia.

Dação em pagamento – Aquela em que,com o consentimento do credor, é permiti-do ao devedor a substituição financeira poruma determinada coisa como pagamento dedívida.

Dactiloscopia – S.f. Sistema criminalísticoque, usando a anatomia e a antropologia,faz a identificação das pessoas por meio desuas impressões digitais.

Dano – (Lat. damno.) S.m. Mal que se faza alguém; prejuízo ou ofensa material oumoral, resultante da culpa extracontratualou aquiliana que importa em responsabili-dade civil; prejuízo causado por alguém aoutrem, cujo patrimônio seja diminuído,inutilizado ou deteriorado; qualquer atonocivo, prejudicial, produzido pelo delito(CP, arts. 163, 165, 166, 181, 182, 259 e346; CC, arts. 159 e 1.092; CPC, art.100).

Dano culposo – Aquele causado pela impe-rícia, negligência ou imprudência do agente.

Dano doloso – Aquele que é desejado, sen-do provocado deliberadamente.

Dano emergente – Prejuízo material oumoral, efetivo, concreto e provado, causa-do a alguém.

Dano ex delicto – Dano causado por infra-ção penal.

Dano infecto – Prejuízo presumível, even-tual, que está para acontecer em breve.

Dano material – O mesmo que dano real;dano causado por lesões corporais (coisacorpórea) ou atentado à integridade físicade alguém.

Dano moral – Aquele que atinge um bemjurídico de ordem moral ou pessoal, parti-cular, como a honra, a dignidade, a conside-ração social etc. (CC, art. 7.o).

Dano processual – Prejuízo causado aoutrem por aquele que, de má-fé, pleitear,em juízo, como autor, réu ou interveniente.Nota: O pleiteador ou questionador de má-fé terá de indenizar todos os prejuízos quea parte contrária sofreu, inclusive os hono-rários advocatícios e todas as despesasefetuadas no processo.

Dar baixa – Baixar, cancelar um processo,tornando-o sem efeito; arquivar o processo.

Dar baixa na culpa – Excluir o nome doréu do rol dos culpados, por motivo deabsolvição.

Dar fé aos documentos – Assegurar quea documentação processual seja verdadei-ra e que seu conteúdo seja devidamenteautenticado.

Datiloscopia – S.f. O mesmo que dacti-loscopia.

Dativo – (Lat. dativu.) Adj. Nomeado ouconferido por magistrado e não por lei.’

70Debate – Declinatório

Debate – (Fr. debat.) S.m. Disputa, con-trovérsia, discussão; contenda em que aspartes alegam, num juízo ou tribunal, ra-zões pró ou contra os fundamentos da es-pécie ou fato submetido à decisão.

Debate oral – Argumentação verbal apre-sentada pelos advogados, feita em juízo,cuja finalidade é provar, por meio de racio-cínio, concludentes direitos das partes(CPC, art. 454).

Debênture – (Ing. debenture.) S.f. Títulode dívida; obrigação; documento da alfân-dega para recuperar os direitos já pagos;ordem de pagamento do governo.

Debenture – Forma corrente de debênture,em língua inglesa.Nota: Este tipo de documento pode tam-bém ser emitido pelas sociedades anôni-mas ou por comanditas, através ações, oqual vence juros. Geralmente é emitido alongo prazo mediante garantia do ativo datomadora (o que não é obrigatório), po-dendo ser abonado por hipotecas, penho-res ou anticreses, isto é, contrato median-te o qual o devedor entrega ao credor umimóvel com todos os direitos de recebi-mento de seus rendimentos para compen-sação da dívida, a que chamam de consig-nação de rendimentos.

Decadência – (Lat. decadentia.) S.f. Ex-tinção do direito de oferecer queixa contraalguém, por decurso de prazo legal prefixa-do para o exercício dele (CC, arts. 161 a179; CP, art. 103; CPC, arts. 37 e 220; CPP,art. 38; CLT. arts. 11, 119 e 149).

Decadencial – Adj. 2g. Relativo à deca-dência.

Decair – (Lat. vulg. decadere.) V.t.i. Incor-rer em decadência.

Decálogo – (Gr. lat. dekálogo decalogu.)S.m. Conjunto de dez leis, ou mandamen-tos; leis atribuídas ao legislador Moisés echamadas de leis de Deus; contém princípiosmorais, filosóficos e políticos etc., contidos

na Bíblia do povo judeu, e aceitos pelos se-guidores do Cristo, acreditando-se queforam dadas por Deus a Moisés.

Decisão – (Lat. decisione.) S.f. Resolução,determinação, deliberação; as decisões par-ticipam da natureza dos decretos e, parti-cularmente, dos regulamentos, obrigandodiretamente a hierarquia administrativa ejamais admitem contra legem.

Decisão interlocutória – Despacho profe-rido pelo juiz no início, no decurso (para so-lucionar questões que possam ocorrer duran-te o trâmite do processo) e no final deste, ter-minando com a sentença definitiva.

Decisão normativa – Parecer e poder nor-mativo administrativo.

Declaração da vontade – Meio legal, ge-ralmente através de documento escrito, peloqual uma pessoa manifesta sua vontade,cuja finalidade é gerar efeitos jurídicos (CC,arts. 85 e 1.079).

Declaração de ciência – Documentocientificando o reconhecimento de débito;escritura para documentar fatos etc.

Declaração de falência – Sentença pas-sada por juiz competente, declarando queo comerciante está falido, de conformidadecom a lei em vigor (Dec.-lei n. 7.661/45,art. 14).

Declarante – Adj. Que declara; depoente.

Declarar – (Lat. declarare.) V.t.d. Esclare-cer, explicar, aclarar.

Declinar – (Lat. declinare.) V.i. Recusa dajurisdição de um tribunal ou juiz, por in-competência do mesmo.

Declinatória – (Fem. substantivado) Atode declinar; de recusar a jurisdição dum juizou tribunal, com a indicação daquele quefor competente (CPC, art. 114).

Declinatório – Adj. Próprio para declinarjurisdição.

71 Decoro parlamentar – Defloramento

Decoro parlamentar – Compostura, de-cência, dignidade que o mandato outorgadopelo povo exige do parlamentar.

Decreto – (Lat. decretu.) S.m. Determina-ção de uma autoridade superior, geralmen-te chefe de Estado (CF, art. 84, IV).

Decreto legislativo – Lei aprovada peloLegislativo, que dispensa aprovação (san-ção) do Presidente da República.

Decreto-lei – Lei oriunda do Executivo;forma totalmente exceptiva, inadmissíveldurante o funcionamento normal da repre-sentação popular no Congresso. No Brasil,admitiu-se em diversos períodos, entre osquais ressalta o de 1937 a 1945, Ditadurade Getúlio Vargas, e de 1964 a 1985, Go-verno Ditatorial Militar, épocas de gover-no constitucionalmente irregular, em que oPoder Legislativo foi exercido cumulativa-mente pelo chefe do Poder Executivo.

Deduzir – (Lat. deducere.) V.t.d. Concluir;diminuir; propor em juízo.

Defender – (Lat. defendere.) V.t.d. Falarem abono de; pleitear intercessão em favorde; interceder por.

Defensor dativo – Advogado nomeadopelo juiz, para defender o réu, que não pos-sui numerário suficiente para a contrataçãode um defensor.

Defensoria pública – “É uma instituiçãoessencial à função jurisdicional do Estado,incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defe-sa, em todos os graus, dos necessitados, naforma do art. 5.o, LXXIV” (Lei n. 1000/50).Comentário: O artigo 5.o, Título II, Cap. I,LXXIV, da CF, diz o seguinte: “O Estadoprestará assistência jurídica integral e gra-tuita aos que comprovarem insuficiência derecursos.”

Defensor público – Funcionário do Esta-do que presta serviços judiciários gratuitospara a defesa daqueles que não têm condi-ção de arcar com as despesas dos mesmosou não tenha advogado constituído.

Deferido – Adj. Atendido, outorgado, apro-vado, despachado favoravelmente.

Defesa – (Lat. defensa.) S.f. Ato ou efeitode defender; em juízo, “conjunto de alega-ções fundamentadas e provas pelas quais oréu demonstra, ou procura demonstrar, aimprocedência das pretensões do autor so-bre o objeto do direito em lide” (FELIPPE,Donaldo J. Dicionário Jurídico de bolso.9. ed. Campinas: Conan).

Defesa prévia – Segundo o CPC, art. 395:“O réu ou o seu defensor poderá, logo após ointerrogatório ou no prazo de três dias, ofere-cer alegações escritas e arrolar testemunhas.”Nota: Logo a seguir, no art. 396, temos:“Apresentada ou não a defesa, proceder-se-áà inquirição das testemunhas, devendo as daacusação ser ouvidas em primeiro lugar.”

Defeso – (Lat. defesu.) Adj. Proibido, ve-dado, interdito.

Deficiências da lei – Aquelas que resul-tem de: Obscuridade, “falta de clareza, osentido vago que a lei pode trazer, de modoa dificultar a sua aplicação aos casos que seapresentam”; ambigüidade ou indecisão,sentido dúbio, equívoco; diversos sentidosque podem resultar da lei, também dificul-tando a sua aplicação; Omissão ou lacunada lei, “falta de uma regra precisa para apli-car-se a um caso novo, que as várias e cons-tantes mutações da vida podem apresentar;é o silêncio da lei em face de uma hipótesecorrente”; “diante, pois, dos casos concre-tos que lhe são submetidos para julgamento,o juiz procurará na lei a norma aplicável àespécie. Em qualquer caso, portanto, o juizterá sempre que sentenciar ou despachar”(LIMA, J. Franzen de. Curso De DireitoCivil Brasileiro: Interpretação das Leis. Riode Janeiro: Forense, v. 1, p. 110).

Defloração – (Lat. defloratione.) S.f. Omesmo que defloramento.

Defloramento – S.m. Med. Leg. Resulta-do da primeira conjunção carnal da mulherainda virgem; perda da qualidade de donzela;

72Defloramento – Delegar

sua característica é o rompimento do hí-men, ocasionada pela introdução do órgãogenital masculino no órgão genital femini-no, podendo, com disso decorrer lesões nes-ses órgãos.Nota: Não é absolutamente necessária aruptura do hímen, pois existem casos demembrana ou hímen complacente que per-mite a penetração sem se romper (CC, art.178, § 1.o; CP, arts. 215 e 217).

Deflorar – (Lat. deflorare.) V.t.d. O mes-mo que desflorar; consumação da possecarnal, seja ela completa ou não de mulhervirgem; desonrar, desvirginar; tirar as flo-res; compilar as melhores passagens de umaobra.

Deformidade sexual – Qualquer defeitono órgão genital masculino ou feminino,considerado em Med. Leg., que venha aprejudicar ou impedir o coito, podendo sermotivo de anulação do casamento por erroessencial (CC, arts. 218 e 219, III).

Defraudação – (Lat. defraudatione.) Adj.e S.f. Espoliação fraudulenta; defraudamen-to; fraude.

Defraudação do penhor – Crime de espo-liação fraudulenta cometida pelo devedor,quando este, de posse do objeto empenha-do, faz sua alienação, sem o consentimentodo credor (CP, art. 171, § 2.o, III).

Degradar – (Lat. degradare.) V.t.d. Privarde grau ou dignidade, por meio infamante.

Degredado – Adj. e S.m. Pessoa que so-freu degredo.

Degredar – (Lat. decretare.) V.t.d. Impo-sição da pena de degredo a alguém.

Degredo – (Lat. decretu.) S.m. O mesmoque desterro, exílio, banimento; pena dedesterro imposta judicialmente em castigode um crime.

Delator – (Lat. delatore.) Adj. Denunciante;pessoa que delata, denuncia, à polícia ou à

Justiça, o autor de delito ou combinação en-tre duas ou mais pessoas para lesar outrem,sendo o ocorrido do seu conhecimento.

Delegação – (Lat. delegatione.) S.f. Atoou efeito de delegar poderes; no DCom, atode substituição da pessoa do devedor, demodo legal; o mesmo que novação.

Delegacia – S.f. Repartição pública na qualo delegado exerce a sua função.

Delegacia especializada em crimes porcomputador – “Criada pela Secretaria deEstado de Segurança Pública do Estado deMinas Gerais, Brasil, cuja especialidade é aresponsabilidade de apurar os crimes maiscomuns praticados com a ajuda do computa-dor, como violação de senhas eletrônicas, in-vasão de privacidade, pirataria de softwares,implantação de vírus eletrônico e divulgaçãode pornografia infantil na Internet.”Comentário: Essa delegacia é inédita em todoo país. O motivo de sua criação é que emtempos de virtuais, o ingênuo usuário podeser mais uma vítima dos golpes do séculoXXI; os chamados crimes por computador,aos poucos, tornam-se um doloroso calo nospés das autoridades, que, na maioria das ve-zes, contam com poucos instrumentos le-gais para punir os criminosos modernos,apesar de causarem vultosos rombos noscofres das empresas; “a ABES (AssociaçãoBrasileira das Empresas de Software) apon-ta que os prejuízos causados pela piratariano Brasil em 1996 ultrapassam a casa dosR$ 700 milhões. Em 1997, a perda chega aR$ 1 bilhão” (CUNHA, Newton. Estado deMinas Gerais. Crimes virtuais valem 1 bi-lhão – MG ganha delegacia para criminososcibernéticos, 15.11.1998, p. 38).

Delegado – S.m. Aquele a quem foi confia-do um cargo de serviço público, dependen-te de autoridade superior.

Delegar – (Lat. delegar.) V.t.d. Investir al-guém na faculdade de proceder, outorgan-do-lhe poderes; transmitir poderes.

73 Delinqüência – Denúncia

Delinqüência – (Lat. delinquentia.) S.f.Ato de delinqüir; prática de delitos e cri-mes; criminalidade; violação da lei.

Delinqüente – Adj. 2g. Pessoa que delin-qüe; que comete um delito ou crime.

Delinqüir – (Lat. delinquere.) V.i. Come-ter delito, falta, crime.

Delito – (Lat. delictu.) S.m. Toda infraçãodefinida na lei penal.Comentário: O Dr. M. C. Piepers nos apre-senta a noção de crime do ponto de vistaevolucionista, através de um relatório queenviou ao V Congresso Internacional de An-tropologia Criminal de Amsterdam. Diz ele:“O delito é a lesão social produzida pelo es-tado egoístico da psiquê humana, na qual aevolução altruística não está suficientementeavançada para dominar as tendênciasegoísticas, dentro do limite que exige deter-minado estado social.” Para Lanza, os siste-mas penitenciários significam a pedagogia dasprisões e, como se repetisse no campo jurídi-co os clarividentes magistérios de muitos ins-pirados defensores do codificador DenizardRivail, escreve o jurista que devemos “extin-guir a cela, o ergástulo, e substituí-lo pelaescola profissionalizante para compelir o de-linqüente ao hábito do trabalho e da vida so-cial. De modo que, fora de um delito absolu-to, mera abstração dogmática, o delito paraos espíritas é um conceito relativo que podeconcretizar-se unicamente quando se relacio-na com esse limite exigido por determinadoestado social. Nem outra coisa quis dizer acriminologia científica, desde o famoso anti-go princípio nullum crimem sine lege, queresiste vitorioso a toda tentativa de definiçãodo delito como conceito absoluto perse, oucomo conceito de fenômeno natural, segun-do pretendeu Garáfalo”.Conclusão: A posição racional intermediária,da doutrina espírita, considera o mal comoextremamente transitório e, portanto, deextinção gradual, tanto na esfera individual(in concreto), como no geral (in abstracto),por força da lei de evolução (SANTA MA-RIA, José Serpa de. A justiça natural e a evo-

lução; PIEPERS, M. C. Apud ORTIZ, F. Afilosofia penal dos espíritas: Estudo de Filo-sofia Jurídica. São Paulo: LAKE).

Delito civil – Todo ato ilícito ou abusivo deum direito de outrem, implicando este aobrigatoriedade da reparação.

Delivery order – Loc. ing. Ordem de entre-ga; no DComMar, autorização fornecida aoresponsável pelas mercadorias embarcadasà ordem, logo depois da partida do navio,ao capitão, ao agente ou ao consignatáriodo armador, para que estas sejam entreguesaos destinatários.

Demanda – S.f. Ação judicial para resol-ver conflito de contestação, disputa, pug-na, entre duas ou mais pessoas.

Demandar – (Lat. demandare.) V.t.d. In-tentar ação judicial, por processo civil, con-tra alguém; processar; acionar.

Demolir – (Lat. demolire.) V.t.d. Desfazeruma construção; destruir, derribar, arrasar;fig. aniqüilar.

Demolitório – Adj. Mandato que autorizaa demolição de alguma coisa.

Denegação de justiça – Indeferimento dapetição, pelo juiz, quando esta omite re-quisito legal, é contraditória e obscura; de-cisão que viola o direito expresso, não cum-pre as normas processuais legais em prejuí-zo do legítimo proveito da parte.

Denegar – (Lat. denegare.) V.t.d. Negar,recusar, indeferir.

Denúncia – S.f. Peça inauguratória da açãopenal, pela qual o Prom. Púb. faz a acusa-ção e a queixa-crime, dando início à açãopenal; no DCom, comunicação que uma daspartes contratantes faz à outra, avisando-ade que o contrato, entre elas assinado, che-gou ao seu término.Comentário: O CPP assim se expressa noart. 41: “A denúncia ou queixa conterá aexposição do fato criminoso, com todas ascircunstâncias, a qualificação do acusado

74Denúncia – Depósito legal

ou esclarecimentos pelos quais se possaidentificá-lo, a classificação do crime e, quan-do necessário, o rol das testemunhas.”

Denunciação caluniosa – Crime de calú-nia que consiste na solicitação da autorida-de policial ou da justiça, seja instauradainvestigação judicial contra outrem, impu-tando-lhe falsamente determinado crime oudelito, mesmo sabendo-o inocente (CP, art.339 e §§ 1.o e 2.o).

Denunciação da lide – Ato denominadochamamento à autoria, que consiste em: “Oautor de determinada demanda convida umterceiro para intervir na mesma, com a fi-nalidade da sua defesa e a garantia do direi-to de evicção” (CPC, arts. 70 a 76).

Denúncia vazia – Comunicação de umadas partes, geralmente o locador, ao locatá-rio, do término do contrato de locação porconveniência própria, independente da ex-posição de motivos.Nota: A Lei do Inquilinato (8.245/91) es-tabelece em seu art. 46, caput e §§ 1.o e 2.o,a denúncia vazia para as locações comerciaise residenciais.

De outiva – De oitiva, ouvido, audição; deter ouvido falar.

Depoimento – S.m. Ato de depor; aquiloque as testemunhas declaram, em juízo, eque vai fazer parte do processo.

Depoimento pessoal – Depoimento dospróprio litigante, prestado em juízo, numaaudiência de conciliação, instrução e julga-mento de causa; será sempre escrito, defe-rido pelo juiz, para que se apure, direta-mente do litigante, a prova da verdade dofato ou do direito (CPC, arts. 342 a 347;CPP, arts. 203, 204 e 210; CLT, arts. 819,820, 824 e 826).

Depor – (Lat. deponere.) V.t.d. Tirar docargo; declarar; prestar declaração em juízo.

Deportação – S.f. Pena de expulsão, im-posta ao estrangeiro em situação irregularno país; pena imposta, por crime político,ao nacional; o mesmo que degredo.

Nota: Enquanto não houver efetivação dadeportação, por ordem do Ministro da Jus-tiça, o estrangeiro poderá ser recolhido àprisão pelo prazo de 60 dias, sendo prorro-gado pelo mesmo tempo, quando será colo-cado em liberdade vigiada, em local designa-do pelo Ministro da Justiça, tendo, entre-tanto, de observar normas comportamentaisdeterminadas. O seu descumprimento im-plicará nova prisão por 90 dias.

Depositário – (Lat. depositariu.) S.m. Con-fidente; aquele que recebe um depósito ouuma coisa determinada para guardá-la comsegurança, restituindo-a, quando solicitado.

Depositário infiel – Aquele que se recusaa restituir a coisa que lhe foi entregue emdepósito, voluntário ou necessário (CF, art.5.o, LXVII; CC, art. 558; Dec. n. 85.450/80, arts. 748 e 749).

Depositário judicial – Servidor da Justi-ça encarregado da guarda dos bens executa-dos ou depositados em juízo (CPC, arts.148 a 150, 666, 672, 677, 678, 690, 824,825, 858, 859, 919).

Depositário particular – Pessoa nomea-da pelo juiz para ser guardiã de bens pe-nhorados ou apreendidos pela Justiça

Depósito – (Lat. depositu.) S.m. Contratopelo qual uma pessoa, o depositário, rece-be, para guardar, um objeto móvel, alheio,com a obrigação de restituí-lo quando odepositante reclamar.Nota: O CC, art. 1265, diz o seguinte: “Pelocontrato de depósito recebe o depositárioum objeto móvel, para guardar, até que odepositante o reclame.” E, em seu parágra-fo único: “Este contrato é gratuito; mas aspartes podem estipular que o depositárioseja gratificado.”

Depósito legal – “Entrega que, por lei,estão os editores de um país obrigados afazer, às bibliotecas nacionais ou órgãoscongêneres, de um ou mais exemplares detodos os livros que publiquem” (FER-REIRA, Aurélio Buarque de Holanda. NovoDicionário Aurélio da Língua Portuguesa.3.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999).

75 Deprecada – Despacho

Deprecada – (Subst.) S.f. O mesmo quedeprecação; documento em que um juiz outribunal pede a outro, de jurisdição dife-rente, a realização dum ato ou diligênciajudicial; deprecação, rogativa, deprecata.

Deprecado – Adj. Diz-se do juiz a quem seexpediu a deprecada, que é rogatória ouprecatória.

Deprecação – O mesmo que deprecada.

Deprecante – Adj. 2g. Que ou quem de-preca; pede com instância e submissão.

Deprecar – (Lat. deprecare.) V.t.d. Rogar,suplicar, pedir com instância e submissão.

Deprecata – S.f. O mesmo que deprecada.

Deprecatório – (Lat. deprecatoriu.) Adj.Referente a deprecação.

Derrelição – S.f. Abandono voluntário decoisa móvel, com a intenção de não a terpara si.

Derrelito – (Lat. derelictu.) Adj. Solitário,abandonado, sem amparo.

Derrogação – (Lat. derrogatione.) S.f. Anu-lação parcial de uma lei por ato do podercompetente.

Derrogar – (Lat. derrogare.) V.t.d. Abolir,revogar, anular; revogar parcial ou totalmen-te uma lei, por outra; praticar ato que que-bre, infringe ou cause prejuízo a alguma leiou uso; o mesmo que ab-rogar.

Desabamento – S.m. Ato de desabar oude fazer desabar; desmoronamento.Nota: No desabamento criminoso, o objetojurídico é a incolumidade pública e o CP,art. 256, diz: “Causar desabamento oudesmoramento, expondo a perigo a vida, aintegridade física ou o patrimônio de ou-trem: Pena – reclusão, de um a quatro anos,e multa, de...”; se a modalidade for culposaa detenção é seis de meses a um ano.

Desacato – S.m. Ato de desacatar; açãodolosa e ultrajante de falta ao respeito edesobediência ao superior hierárquico em

exercício ou a qualquer autoridade consti-tuída (CC, art. 331).

Desaforado – Adj. Que comete um desafo-ro; no meio forense, deslocado de foro oujuízo para outro.

Desagravar – V.t.d. Dar provimento ao pe-dido, corrigindo o agravo do juiz inferior.

Desagravo – S.m. Emenda de agravo, atra-vés de sentença de tribunal superior.

Desapropriação – S.f. Ato ou efeito dedesapropriar; o mesmo que expropriação.Comentário: O Estado, por necessidade,utilidade pública ou interesse social, trans-fere para si um bem de domínio particular,indenizando ao proprietário com numerá-rio financeiro ou títulos da dívida pública.

Desapropriando – S.m. Aquele ou aquiloque vai ser desapropriado.

Desapropriar – V.t.d. O mesmo que expro-priar; privar da propriedade; desapossar.

Desaquinhoar – V.t.d. Privar a pessoa doquinhão ou cota-parte a que tinha direitona partilha de bens.

Desembargador – S.m. Juiz do Tribunalde Justiça ou de Apelação; de 2.a instância.

Deserdação – S.f. Ato ou efeito de deserdar,isto é, privar um ascendente ou descenden-te da herança por motivos baseados na le-gislação vigente.

Desfloração – S.f. O mesmo que defloração;violação da virgindade, resultando odilaceramento do hímen.

Desídia – S.f. Negligência, ociosidade, pre-guiça; incúria, desleixo ou descaso.

Desindiciação – S.f. Ato ou efeito dedesindiciar.

Desindiciar – V.t.d. Excluir de um inquéri-to, o indiciado, livrando-o de um processocriminal.

Despacho – S.m. Anotação lançada por umaautoridade, pedindo, requerendo, deferin-do ou indeferindo alguma coisa.

76Despacho interlocutório – Direito

Despacho interlocutório – Aquele no qualo juiz não decide a ação judicial principal,mas somente questão de ponto incidente.

Despacho saneador – Aquele no qual ojuiz, antes de lavrar a sentença, faz um pro-nunciamento a respeito das irregularidadese nulidades, legitimação das partes, sua re-presentação etc., mandando sanar o querealmente for possível (CPC, art. 331).

Despejo – S.m. Decisão judicial compul-sória, que dá direito ao proprietário, loca-dor, de obrigar o locatário, sublocatário ouocupante do imóvel ao desocupá-lo, resti-tuindo-o dentro do prazo estipulado nadecisão emanada.

Desquitar – V.t.d. Separar, marido e mu-lher; deixar o cônjuge.

Desquite – S.m. Hoje, o correto é separa-ção judicial; dissolução da sociedade conju-gal, com separação dos cônjuges, divisão dosbens, sem quebra do vínculo matrimonial.

Desterro – S.m. Expatriação voluntária ouforçada; pena que obriga a pessoa condena-da a residir em determinado lugar, fora desua terra.

Detenção – (Lat. detentione.) S.f. Ato dedeter; prisão apenas provisória; a menordas penas impostas ao condenado, encar-cerando-o temporariamente, de conformi-dade com a infração cometida, em cela es-pecial de prisão comum, onde haja trabalhoobrigatório remunerado na forma da lei;penitenciária ou, na sua falta, onde o juizdeterminar, obedecido o CPP.

Determinação – (Lat. determinatione.) S.f.Resolução, decisão; instigação ou provoca-ção para que surja em outrem a vontade depraticar o crime.

Devassa – (Fem. substantivado) Sindicân-cia, para efeito da apuração; pesquisa deprovas e procura de testemunhas cuja fina-lidade é a averiguação da realidade de atoconsiderado criminoso.

Devedor insolvente – Aquele que não temcondições de saldar suas dívidas, por faltade recursos necessários, considerados em lei.

Dia legal – O mesmo que dia judicial.

Difamação – (Lat. diffamatione.) S.f. Atode difamar; divulgar, de modo intencional,fatos que ofendem a reputação de outrem,desacreditando-o perante a opinião pública.Nota: O art. 139 do CP diz: “Difamar al-guém, imputando-lhe fato ofensivo à sua re-putação: Pena – detenção, de três meses a umano, e multa.” E em seu parágrafo único, fala-nos: “A exceção da verdade somente se admi-te se o ofendido é funcionário público e aofensa é relativa ao exercício de suas funções.”

Digesto – (Subst. do adj. lat. digestu.) Co-leção de escritos, dividida em vários livros ecapítulos, em que estavam as decisões dosjurisconsultos romanos mais célebres. Jus-tiniano, imperador do Oriente (483-565),transformou essas decisões em leis, sendouma das quatro partes do Corpus Juris.

Dilação – (Lat. dilatione.) S.f. Prorrogaçãode prazo dado pelo juiz, dentro do qualdevem ser praticados determinados atos ju-rídicos.

Diligência – (Lat. diligentia.) S.f. Execu-ção de certos serviços judiciais fora do res-pectivo tribunal ou cartórios, do juiz, ser-ventuário de justiça, para audiências, arre-cadações, citações penhoras, avaliações,buscas e apreensões etc.

Diploma – S.m. Qualquer lei ou decreto.

Direito – (Lat. directu.) Adj. Correto, nãotorto. S.m. O Direito, estudo das leis; nes-se sentido, corresponde a jus dos romanos:Jus civile, Jus gentium, Jus romanum, Juspublicum etc.; aquilo que está de acordocom o que é reto, evoluindo de acordo coma lei, conjunto das leis e a ciência que estu-da as leis; mesmo neste novo sentido, apalavra tem várias acepções, como diziamos romanos: Jus pluribus modis dicitur (aJustiça tem muitos modos de ser dita). ODireito pode ser objetivo e subjetivo; podeser considerado como: ciência das normasobrigatórias que regulam a vida do homemem sociedade; jurisprudência; complexo denormas não escritas, conhecidas como Di-reito Universal.

77 Direito – Direito Autoral

Comentário: “O Direito como experiênciahumana, como fato social, existiu na Grécia,como entre os povos orientais, mas passoua ser objeto de ciência tão-somente no mun-do romano, pelo menos de maneira autôno-ma e rigorosa, quando adquiriu unidade sis-temática, pois não existe ciência sem certaunidade, isto é, sem entrosamento lógicoentre suas partes componentes.Foram os povos do Lácio que, pela primei-ra vez, tiveram a compreensão de que erapreciso discriminar e definir os tipos defatos jurídicos, buscando a lei entre essestipos, visando atingir os princípios quegovernam a totalidade da experiência doDireito. Quando a experiência jurídica en-controu suas correspondentes estruturaslógicas, surgiu a Ciência do Direito com sis-tema autônomo e bem caracterizado de co-nhecimento” (...). Se os gregos filosofaramsobre a justiça, desde os pré-socráticos atéos estóicos, os romanos preferiram indagarda experiência concreta do justo. A experiên-cia concreta do justo apresenta-se-lhescomo Lex ou como Norma. A justiça é umvalor que deve ser medido na experiênciasocial mas, para ser medido, exige um tatoespecial, um senso particular. A ciência quese destina a estudar a experiência humanado justo chamou-se Jurisprudência, por sero senso prudente da medida. Para o juristaromano, o que mais interessa é a RegulaJuris (lê-se: régula iuris) ou seja a medidade ligação ou a medida do enlace que a jus-tiça permite e exige, de tal modo que Justi-ça e Direito se tornam inseparáveis, consi-derado que seja como um todo o conjuntoda experiência jurídica” (...). Os romanosdeixaram um monumento jurídico à esperade uma interpretação filosófica, mas cons-tituíram o seu Direito segundo uma filoso-fia implícita, resultante de sua atitude pe-rante o universo e a vida, subordinando to-dos os problemas humanos às exigências eaos interesses essenciais de uma comuni-dade política, moral e juridicamente unitá-ria” (REALE, Miguel. Filosofia do Direito.2. ed. São Paulo: Saraiva, 1957). “O Direi-

to diante das Leis Divinas, está diretamen-te relacionado com o dever que cada umtem a cumprir, mediante os ditames da maislegítima fraternidade” (PALHANOJÚNIOR, L. Dicionário de Filosofia Espíri-ta. Rio de Janeiro: Celd, 1999). “O sábionão indaga dos prováveis direitos que terianas regiões celestes, antes de liquidar os seuscompromissos humanos” (Sabedoria deAndré Luiz, no Livro No Mundo Maior).

Direito Adjetivo – Conjunto de leis quedeterminam a forma por que se devem fa-zer valer os direitos; conjunto de leis regu-ladoras dos atos judiciários; Direito pro-cessual ou Direito judiciário.

Direito Administrativo – Conjunto denormas e princípios que superintendem aorganização e o funcionamento dos servi-ços públicos

Direito Adquirido – Aquele constituídode maneira definitiva, sendo incorporado,de maneira irreversível, ao patrimônio deseu possuidor.

Direito Aéreo – Conjunto de normas eprincípios internacionais que regulamentama navegação aérea, civil ou comercial, bemcomo as atividades que tenham relação como espaço aéreo.

Direito Assistencial – Complexo norma-tivo através do qual o Estado regulamentaas necessidades gerais do trabalhador, in-cluindo-o como beneficiário da assistênciae previdência social.

Direito Autoral – Conjunto de normas queregulamenta as relações entre autores ouseus descendentes, bem como as dos edito-res dos trabalhos destes, quanto à publica-ção, tradução e venda de suas obras.Comentário: O direito de propriedade deobras literárias, científicas e artísticas sãoainda hoje objeto de severas críticas, obje-ções doutrinárias e divergências entre os ju-ristas, baseados que estão no pronunciamen-to a respeito feito por Manzini, de que “opensamento, uma vez manifestado, perten-

78Direito Autoral – Direito de Defesa

ce a todos; é uma propriedade social; a ins-piração da alma humana não pode ser objetode monopólio” (MANZINI. L’Individua-lisme et le Droit, p. 146). Também existemopositores quanto ao fato de constituir-seum autêntico direito, pelo motivo, alegamos opositores, de que a literatura e a arte nãosão coisas venais. Entretanto, a CF, TítuloII, Capítulo I, art. 5.o, XXVII, assegura essedireito, quando diz: “Aos autores pertenceo direito exclusivo de utilização, publicaçãoou reprodução de suas obras, transmissívelaos herdeiros pelo tempo que lei fixar.” Al-guns vêem avanços e grandes acertos, comoo jurista mineiro Hildebrando Pontes, espe-cialista em Direito autoral. Mas, mesmo as-sim, ainda existem sérias polêmicas em tor-no do assunto, com críticas acerbas, especi-ficamente no que diz respeito à naturezajurídica do Direito autoral. Há os que sim-plesmente recusam o reconhecimento dodireito de propriedade às obras literárias,científicas e artísticas, e aqueles que sim-plesmente criticam, sem razões justificáveis.

Direito Cambiário – Conjunto normativoque regulamenta as relações jurídicas das pes-soas que trabalham com operações cambiais.

Direito Canônico – Complexo sistemáti-co de normas que regulamentam a organi-zação da Igreja Católica Romana, os seusdeveres e de seus fiéis.Observação: O título original do respecti-vo código é Corpus Juris Canonici, porqueo latim é a língua oficial da cidade-estadodo Vaticano.

Direito Civil – Conjunto de leis, normas edisposições reguladoras do comportamen-to de ordem privada atinentes às pessoas,seus bens e às suas relações.Comentário: Também como a palavra Di-reito, o Direito Civil tem tido vários senti-dos no decorrer dos anos. Vejamos: EmRoma, tempo de Caius, jurisconsulto ro-mano, o DC era definido como: “Quodquisque populos ipse sibi jus constituit, idvocatur jus civili quasi jus proprium ipsus

civitatis.” Isto é: “O que cada povo consti-tui para si mesmo e que é peculiar à suacidade.” O DC designava o Direito Roma-no representado pelo Corpus Juris Civilis,compreendendo ao mesmo tempo o Direi-to Público e o Direito Privado. Foi compi-lado por Justiniano, opondo-se ao DireitoCanônico. Hoje, o DC é apenas um ramodo Direito Privado, como está no art. 1.o doCC: “Este Código regula os direitos e obri-gações de ordem privada concernentes àspessoas, aos bens e às suas relações.”

Direito Clássico – O mesmo que DireitoRomano, hoje não mais estudado em nos-sas faculdades de Direito.

Direito Comercial – Conjunto de normasjurídicas que regulamentam e disciplinamos direitos, atividades e o comportamentohumano, especificamente aplicado à pro-dução, à apropriação e ao consumo das ri-quezas, nas operações comerciais e as rela-ções profissionais entre os produtores ecomerciantes.

Direito Constitucional – Complexo denormas e regulamentos que estruturam aorganização política de um Estado, sua for-ma de governo e seus limites, relações, bemcomo os direitos dos indivíduos que a elepertençam e a intervenção estatal nas áreaseconômica, social, intelectual e ética.

Direito Consuetudinário – Conjunto denormas não escritas, originárias dos costu-mes tradicionais de um povo.

Direito Costumeiro – O mesmo que Di-reito Consuetudinário.

Direito das Gentes – Direito Internacio-nal Público.

Direito de Acrescer – “É o que resulta e dizrespeito ao domínio das relações que a suces-são estabelece entre legatários e herdeiros”(BARBOSA, Rui. Réplica. R.I.P. v. 41).

Direito de Defesa – “Faculdade de obstarà violação dos direitos subjetivos” (GON-ÇALVES, C.).

79 Direitos de Estola – Direito Falimentar

Direitos de Estola – Contribuições, dízimos,que os paroquianos deviam ao seu vigário,geralmente pagos na época da Páscoa.Nota: Esta expressão é sinônima de direitosde pé-de-altar, dízimos diretos, benesses.

Direito de Família – Clóvis Beviláqua nosensina que o Direito de Família “é o comple-xo das normas que regulam a celebração docasamento, sua validade e os efeitos que deleresultam, as relações pessoais e econômicasda sociedade conjugal, a dissolução desta, asrelações entre pais e filhos, o vínculo de pa-rentesco e os institutos complementares datutela, da curatela e da ausência”.

Direitos de pé-de-altar – O mesmo quedireitos de estola.

Direito de Petição – Direito que tem ocidadão de representar ao governo de umpaís ou aos seus representantes, denuncian-do abusos ou iniqüidades de agentes da au-toridade, solicitando providências necessá-rias cabíveis a cada caso.

Direito de Preferência – Direito assegu-rado àqueles que têm determinados crédi-tos que deverão ter, no recebimento, prio-ridade em relação aos outros.

Direito de Propriedade – Direito que apessoa tem de usar, gozar e dispor dos bens,bem como reavê-los do poder de quem in-justamente os possua (CC, art. 524).Comentário: Essa ideologia é aceita pelaCF, art. 153, § 22, assegurando o direitode propriedade.

Direito de Regresso – Direito que tem opossuidor legal de uma letra de câmbio deexigir do sacador, endossadores e respecti-vos avalistas o pagamento do título não li-quidado no seu vencimento.

Direito de Remissão – Benefício que a leiconcede a uma pessoa, liberando os seusbens penhorados, de conformidade com aquitação da dívida, total ou em parte, obje-to da execução.

Direito de Representação – Direito dedeterminado parente, convocado pelo juízocomo sucessor do falecido, com todos seusdireitos, enquanto vivo.

Direito de Retorno – O mesmo que direi-to de regresso.

Direito de Seqüela – “É o privilégio, queassiste ao titular do direito real, de executaros bens que lhe servem de garantia para,com o seu produto, pagar-se de seu crédi-to, bem como de apreendê-los em poder dequalquer pessoa que os detenha” (FELIPPE,Donald J. Dicionário jurídico de bolso. 9.ed. Campinas: Conan, p. 65).

Direito do Trabalho – Conjunto normativoque regula as relações de trabalho entreempregados e empregadores e os direitoslegais resultantes da condição jurídica tra-balhista; segundo Cesarino Júnior, “é o con-junto de leis que consideram individual-mente o empregado e o empregador, uni-dos numa relação contratutual.”Comentário: “Ele é uma conseqüência da na-tureza corpórea do ser humano. É uma leinatural, constituindo, assim, uma necessi-dade, e a civilização obriga o homem a traba-lhar mais, porque lhe aumenta as necessida-des e os gozos” (LE. Questões 674/6).Nota: V. Encíclica Laborem Exercens(Exercendo o trabalho), do Papa João Pau-lo II, de 1978.

Direito Econômico – O mesmo que Direi-to Financeiro e Tributário.

Direito Escrito – Aquele que está explíci-to na lei.

Direito Falencial – Complexo de normassubstantivas e adjetivas que regulamentama falência e a concordata, regulando a con-dição, a responsabilidade e as obrigaçõesdo falido e do concordatário, bem como osdireitos dos credores.

Direito Falimentar – O mesmo que Di-reito Falencial.

80Direito Financeiro – Direito Internacional Público

Direito Financeiro – Aquele determina aforma da economia estatal, fixando as nor-mas de aplicação dos fundos públicos comas necessidades da administração.

Direito Fiscal – Aquele que regulamentaa arrecadação dos tributos e as obrigaçõesdos tributários, constituição, atribuições efuncionamento dos órgãos destinados à fis-calização da arrecadação.

Direito Hereditário – O mesmo que Di-reito das Sucessões; segundo Clóvis Bevi-láqua, “é o complexo dos princípios, se-gundo os quais se realiza a transmissão dopatrimônio de alguém, que deixa de existir.Essa transmissão constitui a sucessão; opatrimônio é a herança; quem recebe a he-rança é herdeiro ou legatário”.

Direito Individual – Aquele que se refereà dignidade humana, assegurando-lhe a vida,liberdade, segurança, propriedade etc.Nota: Tudo isso deve estar explícito dentroda Carta Magna (Constituição) que garanti-rá esse direito e os privilégios dele inerentes.

Direito Industrial – Complexo de leis e regu-lamentos que contemplam os proprietários deinvenções industriais, de marcas de fábrica edo comércio, e tudo o que se relacione com apropriedade e o trabalho industrial.

Direito Internacional – Complexo norma-tivo que regulamenta as relações legais entreas nações, objetivando a manutenção da con-vivência pacífica, dividido em dois camposdistintos: Direito Internacional Público eDireito Internacional Privado.Comentário: “Histórico: Os fundamentos doDireito Internacional podem ser encontra-dos já na antigüidade. Os gregos reconhecema inviolabilidade dos embaixadores, o direitode asilo político e a necessidade de declara-ção formal de guerra. Na Roma antiga, haviaum colégio de 20 sacerdotes encarregados dedecidir sobre questões de relações externas.Os romanos não são os primeiros a admitiros princípios de que uma nação não deveestar em guerra sem uma causa justa. O Tra-

tado de Paz de Westfália, em 1648, é consi-derado o início do Direito Internacional mo-derno. Elaborado e assinado por represen-tantes de vários Estados, reconhece a inde-pendência dos germânicos, da Confedera-ção Suíça e dos Países Baixos, criando a con-cepção do equilíbrio europeu. A prática doDireito Internacional intensifica-se e conso-lida-se com as duas Conferências de Paz deHaia (séculos XIX e XX), a Criação da Ligadas Nações Unidas, da Corte Permanentede Justiça Internacional e, finalmente, daONU” (CD-ROM Almanaque Abril – Mul-timídia. São Paulo: Abril, 1998).

Direito Internacional Privado – Ramo doDireito interno, cujo objetivo é estabelecernormas para lidar com as leis estrangeiras eos atos legais praticados no exterior e quedetermina, dentre as leis conflitantes de doisou mais países, qual a aplicável a certa rela-ção jurídica de direito privado.Comentário: O Direito Internacional Pri-vado trata do matrimônio, cujos nubentessejam de países diferentes e tenham reco-nhecida a cidadania; das questões comerciaise financeiras entre dois ou mais países(como é o caso dos mercados comuns, cujasleis e normas assinadas entre os países-membros deverão ser adequadas à legisla-ção e às normas previamente estabelecidas.

Direito Internacional Público – Com-plexo de normas e acordos que regulamen-tam os princípios doutrinários aceitos pe-los Estados, as relações de amizade e pro-váveis conflitos porventura surgidos entreambos, ou seja, seus direitos e deveres; o mes-mo que Direito das Gentes.Comentário: O Direito Internacional Públi-co trata das questões de territórios, nacionali-dade, a regulamentação dos mares e do espaçoaéreo. A maioria das regras do Direito Inter-nacional Público são estabelecidas pela suaconstante repetição e pelos atos permuta-dos entre dois ou mais Estados. Essas re-gras, quando firmadas em pactos e tratados,ou quando determinadas através de resolu-

81 Direito Internacional Público – Direito Normativo

ções das organizações internacionais, comoa ONU (Organização das Nações Unidas) eOEA (Organização dos Estados America-nos), podem ser transformadas em leis, re-gulando atos e ações dos países signatários,ficando estes subordinados aos ditames dasleis por eles pactuadas.

Direito Intertemporal – Conjunto de nor-mas e regulamentos que resolvem os con-flitos das leis no decorrer dos tempos.

Direito Judiciário – “É o conjunto denormas que assegura a paz social, sintetizaa necessidade de entendermos a organiza-ção judiciária como instrumentalizadora doPrincípio do Acesso à Justiça, pois houvetempo em que a verdadeira dificuldade nãoera conhecer os direitos de uma pessoa masfazê-la respeitar” (LIMA, Hermes. Intro-dução à Ciência do Direito. 31. ed. revistae atualizada. Rio de Janeiro: Freitas Bas-tos, 1996, p. 306).

Direito Líquido e Certo – Aquele quedispensa demonstração, isto é, pode ser re-conhecido de imediato.

Direito Marítimo – Complexo normativaque regulamenta as navegações marítima,fluvial e lacustre e as relações jurídicas de-las originárias.

Direito Natural – Direito inerente à natu-reza essencial do ser humano; congênito enão concedido pelo Estado sob forma delegislação ou convenção, como o direito àvida; a própria Lei Divina, ou seu resulta-do, que rege o Universo no plano moral,sendo substancialmente verdadeira e eficaz,por ser a única que nos proporciona o beme o nosso glorioso progresso, a única quenos conduz à felicidade, indicando o quedevemos fazer ou deixar de fazer; conjuntomínimo de certas regras normativas e fun-damentais de caráter social e ético, estabe-lecendo direitos e deveres, visando à regu-larização do ideal de justiça para o bemcomum e o progresso de todas as criaturas;tem por características: ser infalível, imu-

tável, perene, exeqüível e adaptável aos di-versos planos evolutivos da vida cósmica.Comentário: O Direito Natural sobrepairamuito além das ordens humanas, como umparadigma a inspirar os legisladores na for-mulação de suas normas, como perceptívelordenamento ideal. (SANTA MARIA, JoséSerpa de. Op. cit., p. 26/7.); Kant diz: “atuaexternamente de tal modo que o livre usodo teu arbítrio possa harmonizar-se com olivre uso do arbítrio dos outros, segundouma lei universal, de liberdade.” HerbertSpencer, por outro lado, como conseqüên-cia da observação das leis físicas e dos fe-nômenos, termina, por assim dizer, numamesma conclusão, com a seguinte fórmula:“cada homem é livre de fazer o que quiser,contanto que não prejudique a liberdadeigual dos outros homens.” Como ato de jus-tiça, merece destaque, também, o sugestivoconceito de Herder, quando diz: “Desde elsol que nos alumbra, desde todos los solesdel Universo, hasta las acciones humanaslas lenos importantes en apariencia, seestiende una sola y misma ley,que conser-va todos los seres y sus sistémas com ellos;esta ley es la relacion de las fuerzas en unórden y un reposo periódico.” Apesar deconceitos tão espontâneos, ainda acusam oDireito Natural de falta de fundamentação.Acusam-no de não ser ele confirmado pe-los fatos, de ser apenas idéia. Costuma-seafirmar, por exemplo, que o Direito Natu-ral quer os homens livres. No entanto, sem-pre existiram e ainda existem escravos.“Mas, o Direito Natural é essencialmentedistinto do Direito Positivo porque se afir-ma como princípio deontológico (indicaaquilo que deve ser, mesmo que não seja);existe enquanto vigora idealmente; e,idealmente vigora onde é de fato violado. Aviolação produz-se no mundo fenomênico,mas não destrói a lei que é sobreordenada(ou superior) ao fenômeno.”

Direito Normativo – Complexo normativoincluindo os regulamentos impostas peloEstado e de caráter obrigatório e que com-preende o Direito escrito, o consuetudiná-rio, Direito positivo e o Direito objetivo.

82Direito Objetivo – Direito Romano

Direito Objetivo – O mesmo que Direitonormativo; norma agendi, isto é, uma nor-ma de consulta ou o conjunto de normasque regulam de modo coercitivo as relaçõesdas pessoas. Planiol nos ensina que “é oconjunto das leis, isto é, das regras jurídi-cas aplicáveis aos atos humanos”.

Direito Penal – Conjunto de normas que“parte do ordenamento jurídico que fixa ascaracterísticas da ação criminosa, vinculan-do-lhe penas ou medidas de segurança”(WEZEL, Deutsche Strafrecht, p. 1). “É oconjunto de normas que regulam a defesapreventiva e repressiva contra os atos ofensi-vos das condições essenciais da vida social,pela imposição de certas penas e meios edu-cativos apropriados”, segundo J. Tavares.“É conjunto de normas jurídicas que regu-lam o exercício do poder punitivo do Esta-do, associando o delito, como pressuposto,a pena como conseqüência” (MEZGER.Tratado de derecho penal, v. 1, p. 3).

Direito Penitenciário – Direito Tributário.

Direito Personalíssimo – Aquele direitoque, relativo à pessoa de modo intransfe-rível, só por ela pode ser exercito.

Direito Pessoal – Direito que tem umapessoa de exigir de outra que dê, faça ou nãofaça alguma coisa.

Direito Político – Direito de participar davida política como cidadão; segundo Pontesde Miranda, “é o direito de participar de or-ganização e funcionamento do Estado”; Pau-lo R. Santos, professor de Ciência Política naFaculdade de Direito do Oeste de Minas, emDivinópolis-MG, anota: “o direito de parti-cipar na escolha dos governantes, e o direitode votar e ser votado”.Comentário: “O homem possui direitosfundamentais, congênitos, anteriores à exis-tência do Estado, que nada mais são que adelegação da parte de sua liberdade paraque uma instituição, o Estado no caso, ause em nome de todos. Os direitos funda-mentais a que nos referimos são o direito à

vida e à liberdade, que é um problema deordem ética (SANTOS, Paulo R. Espiritis-mo e Formação Política. Capivari: EME).

Direito Positivo – Princípios estabeleci-dos como base de comportamento social;normas jurídicas, que vigoram num país,podendo ser a Constituição, leis, decretos,regulamentos, ou outros instrumentos le-gais, “(...) deferidos pelo Estado por um con-junto de leis escritas, ou pelo reconheci-mento de práticas e costumes” (LOBO,Ney. Estudos de Filosofia Social Espírita.Rio de Janeiro: FEB, 1992, p. 279).

Direito Privado – Aquele que compreen-de a regulamentação e respectivas institui-ções, que dizem respeito às relações com eentre os particulares, dividido em: DireitoCivil, Direito Comercial e Direito Interna-cional Privado.

Direito Processual – “É o indispensávelpara estabelecer as regras, os preceitos e asformalidades concernentes aos atos a serempraticados em juízo, isto é, aos atos judiciaisou judiciários.” (ROSA, Borges da. ApudDicionário jurídico de bolso. 9. ed. Cam-pinas: Conan, 1994).

Direito Público – Parte do Direito que com-preende os princípios que regulamentam apolítica do Estado, que regulam as relaçõesentre os seus órgãos e entre estes e o indiví-duo, dividido em: Direito Constitucional,Direito Administrativo, Direito Penal, Direi-to Judiciário e Direito Internacional Público.

Direito Real – Faculdade oponível a to-dos, pertencente a uma pessoa, de tirar di-retamente de uma coisa determinada, emtodo ou em parte, a utilidade jurídica queesta coisa pode produzir.

Direito Regressivo de Recurso – O mes-mo que direito de regresso.

Direito Romano – O mesmo que DireitoClássico; conjunto de regras jurídicas ob-servadas pela população da antiga Roma,entre o século VIII a.C. e VI d.C.

83 Direitos de Mercê – Direito Urbanístico

Direitos de Mercê – Aqueles pagos pelaconcessão de algum favor, especificamentepela concessão de título honorífico ou mes-mo por algum cargo especial no governo.

Direitos do Homem – O mesmo que direi-tos naturais ou, como caracterizou o relatorCharles Malik, nos trabalhos da Comissãodos Direitos do Homem da Nações Unidas,“a expressão Direitos do Homem refere-seobviamente ao homem e, como direito só sepode designar aquilo que pertence à essên-cia do homem, que não é puramente aciden-tal, que não surge e desaparece na mudançados tempos, da moda, do estilo ou do siste-ma; deve ser algo que pertença ao homemcomo tal”; não são criações da lei no sentidojurídico; são revelações das leis eternas eimutáveis que dirigem a humanidade. (OEspiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB,Glossário – Ref. 130, p. 273-274).

Direitos Fundamentais – Direitos não es-tabelecidos pela Constituição, mas reconhe-cidos e garantidos. São anteriores à existên-cia do Estado e próprios da natureza huma-na, tais como: o direito ao trabalho, à segu-rança, à saúde, à seguridade social, a umaremuneração equitativa, à alimentação etc.Comentário: “Não se pode dizer que osdireitos anteriores, isto é, os direitos à vidae à liberdade e os direitos políticos estãoigualmente assegurados a todos e em todosos países” (SANTOS, Paulo R. Espiritis-mo e Formação Política. Capivari: EME,1998, p. 47-48).

Direitos Sociais – “É o complexo de prin-cípios e normas imperativas que têm porobjeto a adaptação da forma jurídica à rea-lidade social” (CASERINO JÚNIOR.Apud Dicionário jurídico de bolso. 9. ed.Campinas: Conan, 1994).

Comentário: “Os Direitos Sociais da Cons-tituição brasileira de 1988, que se prolon-gam no desdobramento da Ordem Social doTítulo VIII, e se exteriorizam nos direitosdos trabalhadores urbanos e rurais do arti-go 8.o e trinta e quatro incisos, impuseram

a adoção de normas programáticas, paraconcretização legislativa de seu dilatadoconteúdo material. As normas programáti-cas, que se distinguem pelo conteúdo e pelaeficácia diferida, são normas obrigatórias e,‘como normas definidoras de direitos e ga-rantias fundamentais’” (CF, art. 5.o § 1.o)submetem-se ao princípio da aplicação ime-diata, que se contém, no comando dirigidoao legislador ordinário, nos casos depen-dentes da contemplação legal. A omissãodo legislador, para frustrar o princípio, podeser corrigida na via do mandado de injunção,de modo a preservar a plenitude dos Direi-tos Sociais e realização dos benefícios evantagens coletivas que esses direitos as-seguram (Prof. Raul Machado Horta, cate-drático emérito da Faculdade de Direito daUFMG, membro da Academia Brasileirade Letras Jurídicas e Academia Mineira deLetras, in Jornal da Faculdade de Direitoda UFMG, O Sino de Samuel, set./98, p. 6).

Direito Subjetivo – Faculdade – FacultasAgendi – reconhecida pelo direito objetivo,assegurado às pessoas pela ordem jurídica, defazer ou deixar de fazer alguma coisa, ou deexigir de outrem que, a seu favor, faça oudeixe de fazer alguma coisa.Comentário: Existem teorias e doutrinas afavor e contrárias que negam a existênciado Direito subjetivo. Entretanto, é eleinsubstituível na construção jurídica, satis-fazendo plenamente a nossa inteligência arespeito, pois todos nós percebemos a suaexistência no próprio exercício da faculda-de ou poder que nos é assegurado.

Direito Substantivo – Direito material,que cria uma determinada relação jurídica.

Direito Tributário – Direito que tem aUnião, os Estados federados, o Distrito Fe-deral e as prefeituras de legislar sobre ostributos devidos conforme o estabelecido naConstituição em vigor (CTN, Lei n. 5.172,de 25.10.1966).

Direito Urbanístico – V. Direito Tributário.

84Dirimente – Divórcio

Dirimente – Adj. 2g. Que dirime; que anu-la de modo irremediável um ato realizado,podendo, também, excluir a culpabilidadeou isentar da pena.

Dirimir – (Lat. dirimere.) V.t.d. Tornarnulo; extinguir; impedir absolutamente.

Discromatopsia – S.f. Estado em que avista da pessoa tem dificuldade em distin-guir as cores.Nota: A disciplina interessa de perto aoDP quando se refere a crimes culposos.

Disminésia – S.f. Perturbação ou debilita-ção da memória; dificuldade de evocação delembranças.

Disposições finais – O mesmo que dispo-sições transitórias; normas de curta dura-ção numa lei, para determinar algumas rela-ções jurídicas, sujeitas a modificações oude efeito preestabelecido.

Dissídio – (Lat. dissidiu.) S.m. Em Direi-to do Trabalho, é a denominação que se dáàs controvérsias individuais ou coletivasentre empregados e empregadores que sãolevadas à deliberação da Justiça do Traba-lho (CLT, arts. 722, 763, 764, 768, 790 e837 a 875).

Dissídio coletivo – Denominação comumdada a controvérsias coletivas entre empre-gados e empregadores, podendo gerar con-flitos, sendo estes submetidos à Justiça doTrabalho.

Dissídio individual – Controvérsia parti-cular de um ou mais empregados com seuspatrões.

Dissídio individual plúrimo – Recla-matória de vários empregados numa mes-ma ação contra um único empregador.

Dissolubilidade – S.f. Qualidade do quepode ser dissolúvel, aquilo que pode ser dis-solvido; propriedade do contrato que podeser dissolvido ou o casamento pelo divór-cio ou o fim de legislatura antes do términodo mandato.

Distrato – (Lat. distractu.) S.m. Ato derescindir um determinado ajuste, quer sejaele um pacto ou contrato, desfazendo a re-lação jurídica existente entre os pactuantese obrigações contraídas anteriormente.

Distribuição – (Lat. distributione.) S.f. Atode o foro repartir os feitos ou serviços, coma designação de serventuário ou juiz, quan-do mais de um houver na comarca de modorotativo e obrigatório.

Distrito – (Lat. med. districtu.) S.m. Áreade uma determinada jurisdição, administra-tiva, judicial ou fiscal.

Distrito da culpa – Local onde houve atentativa ou consumação de um delito oucrime.

Ditador – (Lat. dictatore.) S.m. Déspota;governador absoluto; que concentra todosos poderes do Estado.

Ditadura do proletariado – Regime políti-co social e econômico, desenvolvido teorica-mente por Lenin; leninismo; poder absolutoda classe operária, origem do comunismo.

Dívida quesível – Dívida reclamável.

Divórcio – (Lat. divortiu.) S.m. Dissolu-ção do vínculo matrimonial; modo deextinção da sociedade conjugal, liberandoos cônjuges para contraírem novas núpcias;desvinculação jurídica definitiva entre aque-les que se separam legalmente (CF, art. 226,§ 6.o, e Lei n. 6.515/67).Comentário: “O divórcio é uma lei humanaque tem por fim separar legalmente o queestá separado de fato; não contraria à leide Deus, uma vez que não reforma senãoo que os homens fizeram, e não é aplicá-vel senão aos casos em que não se levouem conta a lei divina.” (KARDEC, Allan.O Evangelho Segundo o Espiritismo n. 5do Capítulo XXII). Segundo o Dir. Can.,da Igreja Católica Romana, o casamento éconsiderado sacramento, portanto, sagra-do e indissolúvel, como diz a expressão,dita evangélica: “O que Deus uniu não po-derá ser separado.”

85 DOação – Domínio

Doação – (Lat. donatione.) S.f. Ato de doar;contrato pelo qual uma pessoa, por livre eespontânea vontade, transfere bens de seupatrimônio a outrem, que os aceita, sobcondição ou não.Comentário: O art. 1.165 do CC assim de-fine doação: “Contrato em que uma pes-soa, por liberalidade, transfere do seupatrimônio bens e vantagens para o de ou-tra, que os aceita.”

Doação inter vivos – Ato pelo qual umapessoa, ainda em vida, renuncia, a partir dedata predeterminada, de uma coisa, seja elaqual for, em favor de outra, donatário.

Doação testamentária – Doação total ouparcial e explicita em testamento, somentecolocada à disposição dos herdeiros após amorte do doador.

Documentoscopia – S.f. Disciplina, cujoobjetivo é estudar a veracidade e autentici-dade de documento, definir, ou precisar asua autoria.

Doença mental – O mesmo que doençacerebral, condição para a exclusão deimputabilidade.

Dogmática penal – Sistema ou doutrinaque trata dos ilícitos penais e das penas,orientando-se por certezas prévias e crian-do dogmas indiscutíveis.Comentário: O Dogmatismo é um sistemafilosófico, o que significa discutível, mascontraria o próprio conceito de Filosofiaao forjar os dogmas indiscutíveis.

Dolo – (Lat. dolu.) S.m. Má-fé, logro, frau-de, astúcia, maquinação; consciência doautor de estar praticando ato contrário à leie aos bons costumes; intencionalidade doagente, que deseja o resultado criminosoou assume o risco de o produzir.Comentário: João Franzen de Lima regis-tra: “Dolo, no conceito de Tito Fulgêncio,é o artifício malicioso ou a maneira fraudu-lenta empregada para enganar uma pessoae levá-la a praticar uma ação, que, sem isso,não praticaria. Nesse conceito temos o dolo

que se poderia chamar ativo, porque a pes-soa que comete, age por meio de artifíciosmaliciosos ou de manobras fraudulentas,para induzir a outra à realização de um ato.Mas, no conceito de dolo se compreendetambém a omissão de má-fé, que leva o con-tratante a celebrar o ato, que não celebraria,se não houvesse a omissão. Neste caso odolo é passivo e toma o nome de omissãodolosa” (Curso de Direito Civil Brasileiro.Rio de Janeiro: Forense, v. 1, p. 300). Noerro, diz Clóvis Beviláqua: “a idéia falsa édo agente; no dolo, é uma elaboração damalícia alheia. A substância do dolo é a má-fé, que transpira no artifício malicioso, namanobra fraudulenta, ou na omissão inten-cional.” O CP, art. 18, fala sobre o crimedoloso e o crime culposo.

Dolo principal – Aquele que foi a causado ato jurídico, sem o qual o contrato nãoseria executado. Temos aí a causa determi-nando o ato.Comentário: O dolo principal pode ter duasmodalidades, ativa e passiva, também pre-vistas no art. 92 do CC. Os atos jurídicossão anuláveis por dolo, quando este for acausa: “Nos atos bilaterais, o silêncio in-tencional de uma das partes a respeito defato ou qualidade, que a outra parte hajaignorado, constitui omissão dolosa, provan-do-se que, sem ela, se não teria celebrado ocontrato” (CC, art. 94).

Domicílio – (Lat. domiciliu.) S.f. Lugaronde alguém estabelece residência com âni-mo de ali permanecer permanentemente(CF, arts. 5.o, XI, 14, § 3.o, IV e 139, V; CC,arts. 31 e 32; CPC, arts. 94 a 96, 111 e 172,§ 2.º; CPP, arts. 72, 73, 283, 369 e 534).

Domicílio eleitoral – Localidade onde apessoa está inscrita como eleitora.

Domínio – (Lat. dominiu.) S.m. Domina-ção, autoridade, poder, posse, senhorio;grande extensão territorial pertencente a umindivíduo; na matemática, conjunto dos va-lores que, numa função, as variáveis inde-pendentes podem tomar, ou um conjunto

86Domínio – Doutrina

conexo aberto que contém pelo menos umponto; no CC (arts. 527 e 528), direito deusar, gozar e dispor de um bem; proprie-dade plena; “direito real que vincula e le-galmente submete ao poder absoluto davontade de uma pessoa a coisa corpórea,na substância, acidentes e acessórios”(LAFAYETE. Apud Dicionário jurídico debolso. 9. ed. Campinas : Conan, 1994); noDIPúb, condição do Estado autônomo quan-to a sua vida internacional, mas cuja vidasoberana se subordina à política externa dametrópole: o Canadá, a Irlanda, a Austrá-lia, com relação à Inglaterra.

Domínio patrimonial do estado – O mes-mo que patrimônio público.

Domínio privado – Que é exercido poruma pessoa de direito privado em oposi-ção ao domínio público.

Domínio público – Condição daquilo é detodos e não é de ninguém em particular;bens que pertencem à pessoa de direitopúblico, à União, Estados ou Municípios.(Lei n. 5.988/73, arts. 32 e 42 a 44).

Domínio útil – “O domínio do enfiteuta,que consiste no aproveitamento da utilidadedas coisas aforadas e na percepção dos frutos

delas” (FERREIRA, Aurélio Buarque deHolanda. Novo Dicionário Aurélio da Lín-gua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1999); capacidade de abrangência,que tem o dono sobre o seu imóvel.

Dote – S.m. Bens, que, no casamento, amulher ou seus ascendentes transferem aomarido, para que estes, com os frutos ren-táveis que propiciarem, ajudem na manu-tenção do lar que está sendo formado, soba cláusula de restituição se houver dissolu-ção da sociedade conjugal.

Dote inoficioso – Aquele que excede aquota legítima, mais da metade disponível.

Dotes – Bens profetícios.

Doutrina – (Lat. doctrina.) S.f. Conjuntode princípios, opiniões, idéias, juízos críti-cos, conceitos e reflexões teóricas que ser-vem de base a um sistema que os autoresexpõem e defendem no ensino e interpreta-ção das ciências; como doutrina jurídica, éaquela formada pelos pareceres dos juris-tas, nas suas obras, artigos e arrazoados,que exercem real influência na interpreta-ção das normas jurídicas e na apresentaçãode novos projetos de lei.

Edital – (Lat. editale.) S.m. Ato escritooficial, divulgado pela imprensa ou afixadoem lugar próprio, que consiste em determi-nação ou aviso da autoridade competente.Nota: Editais forenses são afixados na sededo juizado e no vestíbulo do Fórum, alémde divulgação pela imprensa.

Edital de citação – Citação à pessoa des-conhecida ou com domicílio incerto, igno-rado ou inacessível, como também paraoutros casos previstos em lei, através deedital.

Édito – (Lat. editu.) S.m. O mesmo queedital; ordem judicial publicada por anún-cios ou editais.

Edito – (Lat. edictu.) S.m. Parte de lei em quese preceitua alguma coisa; decreto, ordem.

Efeito devolutivo – Efeito de recurso impe-trado, que consiste no reexame da matériaem si, mesmo esta já tendo sido examina-da anteriormente (CPC, arts. 515, 520 e543; CPP, arts. 318, 596, 637 e 646; CLT,art. 899).

Efeito diferido da lei – Princípio que per-mite que a lei velha seja aplicada a fatosfuturos mesmo depois de revogação.

Efeito imediato da lei – Permissão paraque a Lei seja aplicada aos fatos ainda nãoconsumados (CF, art. 5.o, XXXVI, e LICC,art. 6.o; CP, arts. 2.o e 3.o).

Efeito jurídico – Resultado prático, líci-to, legal, de conformidade com os princípiosdo Direito.

Egrégio – (Lat. egregiu.) Adj. Distinto, in-signe, excelente, ilustre, famoso, admirável.Nota: No linguajar forense, emprega-se estapalavra quando se diz dos Tribunais Supe-riores e seus juízes.

Egresso – (Lat. egressu.) Adj. Saído de;que saiu de algum convento, ordem religio-sa, penitenciária etc. (Lei n. 7.210/84, arts.26 a 78).

Elaboração da lei – Pelo regime constitu-cional vigente no Brasil, a elaboração dasleis federais é realizada no Congresso Na-cional, seguindo o mesmo princípio das As-sembléias Legislativas Estaduais e Câma-ras de Vereadores.Nota: São subfases da elaboração da lei: inicia-tiva do projeto; estudo e discussão; revisãocom possíveis emendas; aprovação final doprojeto, por votação aberta ou secreta.

Elegibilidade – S.f. Qualidade do que éelegível, da pessoa, que em pleno gozo deseus direitos, pode ser eleito para encargospolíticos através do eleitorado.

Elementos do Direito Subjetivo – Sãoestes os elementos: sujeito, objeto, relação,que vincula o objeto ao sujeito.Nota: A distinção entre os crimes de maustratos e de tortura se faz pelo elemento doDireito subjetivo.

Elementos do tipo – Existem no Tipo:Elementos Objetivos, aqueles que se refe-

88Elementos do tipo – Emigração

rem à materialidade do fato, descrevendo aação cometida pelo agente do fato crimino-so; Elementos Subjetivos, aqueles que, comexclusão do dolo genérico, pois vão alémdele, e da culpa, particularizam o aspectopsíquico do agente, tendo este um motivoou mesmo uma tendência qualquer ao co-meter a ação, podendo ser dolo específico,como, p. ex., o agente que visa a libidinagem(CP, art. 219) ou o lucro (CP, art. 141), oucomo no caso da tendência subjetiva da ação,atentado violento ao pudor (CP, art. 214)ou mesmo pela intenção de matar, homicíciodoloso (CP, art. 121); Elementos Norma-tivos, aqueles que exigem uma avaliaçãojurídica ou social.

Elidir – (Lat. elidere.) V.t.d. Suprimir, eli-minar (cf. ilidir).

Emancipação – (Lat. emancipatione.) S.f.Instituto jurídico pelo qual, no Brasil, omenor, tendo completado 18 anos, adquiregozo dos direitos civis, sendo julgado maiore capaz de reger sua pessoa e administrarseus bens.Nota: No CC, temos: Art. 9.o Aos 21 (vin-te e um) anos completos acaba a menorida-de, ficando habilitado o indivíduo para to-dos os atos da vida civil. § 1.o Cessará, paraos menores, a incapacidade: I – Por con-cessão do pai, ou, se for morto, da mãe, epor sentença do juiz, ouvido o tutor, se omenor tiver 18 (dezoito anos) cumpridos.

Emancipar – (Lat. emancipare.) V.t.d. Li-vrar-se do poder pátrio ou da tutela, habi-litando-se o menor a reger a sua própriapessoa e de seus bens, igualmente aos maio-res de 21 (vinte e um) anos.

Embargo – S.m. Meio judicial preventivo,com o qual um proprietário procura obs-tar, impedir a execução ou o prosseguimen-to de uma determinada obra, se esta estiverameaçando ou vier causar prejuízo ao seupatrimônio.

Embargos – S.m. Meio judicial para obstar ocumprimento de uma sentença ou despacho.Nota: O CPP assim explicita: Art. 619. Aos

acórdãos proferidos pelos Tribunais deApelação, câmaras ou turmas, poderão seropostos embargos de declaração, no prazode 2 (dois) dias contados de sua publica-ção, quando houver na sentença, ambigüi-dade, obscuridade, contradição, omissão.Art. 620. Os embargos de declaração serãodeduzidos em requerimento de que cons-tem os pontos em que o acórdão é ambí-guo, obscuro, contraditório ou omisso.

Embriaguez – S.f. Estado da pessoaembriagada.Nota: O CP, art. 24, declara que só a embria-guez acidental exclui a imputabilidade e nãoa culposa, “aquela que a pessoa emboranão desejando se embriagar bebe impruden-temente e chega a ebriedade” ou voluntária,“quando a pessoa quer se embriagar”.

Emenda – S.f. Alteração ou substituiçãoem um texto; alteração ou substituição quese faz em projeto de lei, que se acha emdiscussão numa câmara legislativa, propos-ta por um parlamentar ou pelo governo; omesmo que substitutivo.

Emenda constitucional – Lei que alterauma disposição inclusa na Constituição.Comentário: A proposta deve ser assinadapor 1/3, no mínimo, dos membros da Câ-mara ou do Senado ou pelo presidente daRepública, e será aprovada se obtiver 60%de cada uma das Casas do Congresso, emdois turnos de votação.

Ementa – (Lat. ementa. Pl. de ementum.)S.f. Sumário de um texto da lei, ou de umadecisão judiciária que compreende o térmi-no da proposição.

Ementário forense – Catálogo de juris-prudência com as respectivas localizaçõesde informações específicas dadas às ques-tões de Direito pelos tribunais superiores.

Emigração – (Lat. emigratione.) S.f. Mu-dança voluntária de um país para outro (cf.imigração).

89 Emigrado – Endosso

Emigrado – Adj. e S.m. Que emigrou; quedeixou um país.

Emigrar – (Lat. emigrare.) V.i. Sair da pá-tria para residir noutro país; homiziar-se.

Emolumento – (Lat. emolumentu.) S.m.Rendimento de um cargo, além do saláriofixo; taxas legalmente auferidas do exercí-cio da função pública.

Emprazamento – S.m. Ato de emprazar.

Emprazar – V.t.d. Solicitar comparecimen-to em juízo ou perante qualquer autoridadedentro do prazo preestabelecido na cita-ção; aforar ou ceder por contrato de enfi-teuse; ajustamento, entre duas ou mais pes-soas, de prazo para se encontrarem.

Empreitada – S.f. “É a locação de um tra-balho total ou em grosso, que o locadorexecuta por si ou por terceiros, por um pre-ço determinado” (MENDONÇA, Carva-lho de. Contratos. São Paulo: Saraiva, 1984,v. II, n. 213).Nota: “A empreitada é contrato bilateral,consensual, comutativo, oneroso e não so-lene” (RODRIGUES, Sílvio. Dos Contra-tos e das Declarações unilaterais da vonta-de. São Paulo: Saraiva, v. 3).

Empreiteira – (Substantivado) S.f. Empre-sa, firma ou organização que ajusta obrapor empreitada.

Empreiteiro – S.m. Aquele que ajusta obrade empreitada.Nota: O empreiteiro tem a obrigação basilarde entregar a obra ajustada no tempo e naforma ajustados, adimplindo, desse modo,os termos do contrato. Se não o fizer, ficarásujeito à obrigação de reparar o prejuízo, deacordo com a regra geral do art. 1.056 doCC. No art. 1.245 do CC, temos: “Nos con-tratos de empreitada de edifícios ou outrasconstruções consideráveis, o empreiteiro demateriais responderá, durante 5 (cinco) anos,pela solidez e segurança do trabalho, assimem razão dos materiais, como do solo, exceto,quanto a este, se, não o achando firme, preve-niu em tempo o dono da obra.”

Empresa – (It. impresa.) S.f. Estabele-cimento comercial ou Industrial; firma, so-ciedade.Comentário: A empresa, como firma ou so-ciedade, pode ser: Aberta, isto é, de capitalaberto, cujos títulos são negociáveis nas bol-sas de valores; de Capital Fechado, que temdeterminado número de sócios e o seu capi-tal não pode ser negociado livremente nasbolsas de valores; Pública, cujo capital so-cial somente pertence ao governo.

Empréstimo – S.m. “É o contrato pelo qualuma das partes entrega uma coisa à outra,para ser devolvida em espécie ou gênero”(RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil: doscontratos e das declarações unilaterais davontade, v. 3, p. 263).

Emulação – (Lat. aemulatione.) S.f. Riva-lidade, disputa; conflito que leva uma pes-soa, abusando de seu direito, recorrer à jus-tiça, só com a finalidade de satisfazer sen-timentos excusos, e penalizar a outrem comultrajes e danos materiais.

Encampar – V.t.d. Tomar posse de; anulação,invalidação de contrato de arrendamento.

Encargo – S.m. “Cláusula que impõe umônus àquele em cujo proveito se constituium direito por ato de mera liberalidade”(LIMA, João Franzen de. Curso de Direi-to Civil Brasileiro. Rio de Janeiro: Foren-se, 1984, v. 1).Comentário: Segundo Franzem de Lima, “oencargo é a última das modalidades do atojurídico” (Op. cit.). O art. 128 do CC dis-põe: “O encargo não suspende aquisiçãonem o exercício do direito, salvo quandoexpressamente imposto no ato, pelodisponente, como condição suspensiva.”

Enclaustrar – V.t.d. Prender, encarcerar,enclausurar.

Enclausurar – V.t.d. O mesmo que enclaus-trar; afastar alguém do convívio social.

Endosso – S.m. Transmissão da titularidadede um documento ou título de crédito, atravésde subscrição, no verso deste, com a cláusula“à ordem” e devidamente assinado e datado.

90Endosso completo ou em preto – Erro

Endosso completo ou em preto – Quenomeia o favorecido; endosso pleno, nomi-nativo e completo.

Endosso em branco – Aquele que tem so-mente o nome do endossante, não mencio-nando o nome do beneficiário.

Endosso em caução – O mesmo que en-dosso pignoratício.

Endosso em garantia – O mesmo que en-dosso pignoratício.

Endosso em penhor – O mesmo que en-dosso pignoratício.

Endosso mandatício – O mesmo que en-dosso procuratório.

Endosso mandato – O mesmo que endos-so procuratório.

Endosso nominativo – O mesmo que en-dosso completo ou em preto.

Endosso pignoratício – Aquele no qual oendossante fica sujeito ao pagamento deoutra obrigação, ficando o endossatário nodireito de conservação de posse, até que seefetue aquele pagamento; o mesmo que en-dosso em garantia, endosso em penhor,endosso em caução e endosso caução.

Endosso pleno – O mesmo que endossocompleto ou em preto.

Endosso por procuração – Aquele que umapessoa faz em nome do endossante, comoseu procurador.

Endosso póstumo – Aquele que uma pes-soa faz depois de vencido o título, somen-te válido como cessão.

Endosso procuratório – O mesmo que en-dosso mandatário; aquele que só confere aoendossatário poderes de procurador, median-te as seguintes declarações: “Pague-se”, “porprocuração a”, “valor em cobrança”.

Enfatizar – V.t.d. Dar ênfase, destaque,relevo especial.

Enfiteuse – (Gr. emphyteusis. Pron. enfi-teúse.) S.f. Direito real de fruição compreen-

dendo a posse, o uso e o gozo de imóvelpertencente a outrem, concedido pelo pro-prietário, com o ônus do pagamento de umapensão anual invariável.Nota: No art. 678 do CC, encontramos:“Dá-se a enfiteuse, aforamento ou empra-zamento, quando por ato entre vivos, oude última vontade, o proprietário atribui aoutrem o domínio útil do imóvel, pagandoa pessoa que o adquire, e assim se constituienfitueta, ao senhorio direto uma pensão,ou foro anual, certo e invariável.” Há quemsugira a pronúncia enfiteúse.

Enfiteuta – (Gr. emphiteute.) S. 2g. Pes-soa que, por enfiteuse, tomou o domínioútil de um prédio.

Enterro – S.m. Funeral, féretro; transpor-te do corpo do falecido ao local do sepulta-mento ou cremação.Nota: O art. 209 do CP diz que impedir ouperturbar enterro ou cerimônia funerária épassivel de pena de detenção que varia deum mês a um ano, ou multa. Se houver vio-lência, a pena será aumentada de um terço.

Epidemia – S.f. Doença contagiosa que atin-ge a muitos indivíduos ao mesmo tempo ena mesma terra ou região, como a cólera, avaríola, a febre tifóide, a febre amarela etc.Comentário: A pessoa que, sabedora de suadoença e intencionalmente a dissemina, pro-pagando os germes patogênicos da doença,sendo por isso causadora de morte, cometecrime hediondo, segundo a Lei n. 8.072, de25.07.1990.

Eqüipolência – (Lat. aequipollentia.) S.m.Atributo de eqüipolente; igualdade de po-der jurídico, entre duas ou mais pessoas.

Erário – (Lat. aerariu.) S.f. O mesmo quefazenda; fisco.

Erro – S.m. Ato ou efeito de errar; juízo falso,desacerto, engano; ter falsa noção das coisas.Comentário: segundo Antonio Rubião Sil-va Júnior, “é a incerteza decorrente do im-pulso momentâneo”.

91 Erro de tipo – Estado

Erro de tipo – Resultado da confusão doselementos descritivos do tipo do delito, du-rante o julgamento de uma hipótese; emcriminologia, segundo Celso Damato (Códi-go Penal Comentado. Rio de Janeiro: Reno-var, 1986), “é a descrição legal do comporta-mento proibido, ou seja, a fórmula ou modelousado pelo legislador para definir a condutapenalmente punível. Em vez de dizer [é proi-bido matar] ou [é proibido furtar], a lei des-creve, pormenorizadamente, o que é crime”.

Erro judiciário – Condenação injusta doacusado, sem cuidadoso exame e aprecia-ção das provas contidas no processo, con-trariando as circunstâncias que sugerem ainocência do réu.

Erro jurídico – Resultado da má compreen-são ou interpretação da lei inconveniente-mente aplicada.

Erro por ignorância – Resultado da au-sência de qualquer noção ou de conheci-mento sobre aquilo de que se trata; “a igno-rância não sabe; o erro quer saber e se enga-na” (LIMA, João Franzen de. Curso deDireito Civil Brasileiro. Rio de Janeiro:Forense, v.1, p. 293, item 354).Comentário: Para o nosso código, erro eignorância são sinônimos, e para que anuleo ato jurídico é necessário que o seja subs-tancial, isto é, sem o qual o ato não se efe-tuaria, sendo determinante do ato ou mes-mo a sua condição.

Erro substancial – O CC dá o seu conceitonos art. 87 e 88: “Considera-se erro substan-cial o que interessa à natureza do ato, o obje-to principal da declaração, ou algumas dasqualidades a ele essenciais (...). “Tem-se igual-mente por erro substancial o que disser a res-peito das qualidades essenciais da pessoa aquem se refira a declaração de vontade.”

Escoriações – S.f. Lesões profundas naepiderme, de grande importância para omédico legista, que, devido à sua particula-ridade específica no vivo ou no morto, le-vam a perícia à conclusão de qual foi o ins-trumento usado e a natureza do atentado.

Escrevente de justiça – Funcionário auxi-liar da justiça, que ocupa cargo criado emlei, também substituto do titular de ofícioou cartório.

Escrevente juramentado – Auxiliar deserventuário da justiça, que legalmente osubstitui em seus eventuais impedimentos.

Escrito ou objeto obsceno – Constituicrime de atentado ao pudor o fazer, criar,produzir, importar, obter a título onerosoou não ou ter sob sua guarda, para fins co-merciais, exposição ou distribuição, escri-to, desenho, pintura, estampa, fotos ouqualquer objeto obsceno (CP, art. 234).

Escritura – (Lat. scriptura.) S.f. Documentoautêntico de um contrato, feito por um oficialpúblico em cartório, que estabelece o que fi-cou tratado entre duas ou mais pessoas.

Espécies de fatos jurídicos – Os fatosjurídicos são: fortuitos, naturais, contrárioà vontade humana ou esta, para tais fatos,concorre apenas indiretamente, como o nas-cimento de uma pessoa, a morte, o decursodo tempo; de ações humanas, que resultamda vontade do agente, como nos contratos,quitação, testamentos; ou independem desua vontade, embora o resultado seja desua ação ou omissão, atos ilícitos.

Espécies de tipos – São espécies de tipos:normais, anormais, fechados, abertos.Nota: Mais sobre tipo, consultar: Resumode Direito Penal: parte geral. 14. ed. Cole-ção 5. (FÜHRER, Maximilianus CláudioAmérico e FÜHRER, Maximiliano RobertoErnesto. Resumos. São Paulo: Malheiros).

Espécies normativas – Espécies de leis,pela ordem de importância: Constituição,emenda constitucional, lei complementar,leis ordinárias, lei delegada, medida provi-sória, decreto legislativo, resoluções.

Estado – (Lat. statu.) S.m. Modo de existirna sociedade; situação civil, social ou pro-fissional; divisão administrativa de um país;sociedade politicamente organizada.

92Estado civil – Eutanásia

Estado civil – Situação jurídica de umapessoa em relação à família ou à sociedade,considerando-se o nascimento, filiação, sexoetc. (solteiro, casado, desquitado, viúvo,filho natural etc.)

Estado de necessidade – Iminência deperigo pessoal ou de direito, próprio oualheio (CP, art. 20).Comentário: Quem comete ato de violência,praticado para preservar um direito próprioou o alheio, ante perigo certo e atual, quenão provocou, nem podia de outra maneiraevitar, desde que o mal causado, pela suanatureza e importância, é consideravelmen-te inferior ao mal evitado, e o agente não estálegalmente obrigado a arrostar o perigo, éisento de pena.

Estamento – S.m. Cada um dos grupos dasociedade com status jurídico próprio,como os médicos, os burocratas, os profes-sores, os advogados etc.Nota: Na França, na época da Revolução,os três estados ou braços do reino eram:clero, nobreza e terceiro estado (o povo e aburguesia).

Estatuto de criança e do adolescente –Lei n. 8.069, de 13.07.1990, documento oulei que dispõe sobre a proteção integral àcriança e ao adolescente, de acordo com oque dispõe a Constituição brasileira de05.10.1988, Capítulo VII, Título VIII.

Estelionatário – S.m. Aquele que praticaestelionato.

Estelionato – (Lat. stellionatu.) S.m. Açãodelituosa contra o patrimônio, que consis-te no emprego de meio fraudulento, comardil, manobra ou artifício, para induzir oumanter alguém em erro com a finalidade deobter vantagem ilícita, para si ou outrem.

Estipulação – (Lat. stipulatione.) S.f. Ajus-te, convenção, contrato.

Estipulação em favor de terceiro – Se-gundo Clóvis Beviláqua, “há estipulaçãoem favor de terceiro quando uma pessoa

convenciona com outra certa vantagem embenefício de terceira, que não toma parteno contrato” (Código Civil, obs. 1 ao art.1.098).

Estupro – (Lat. stupru.) S.m. Posse por for-ça, violência, com grave ameaça, constrangea mulher de qualquer idade ou condição, aconjunção carnal; coito forçado; violação.Nota: O art. 213 do CP diz que, constran-ger mulher a conjunção carnal, medianteviolência ou grave ameaça, é crime punidocom reclusão de três a oito anos. O crimede estupro exige, sendo indispensável, oexame de corpo de delito. A simples con-fissão não o supre.

Ética – S.f. Corpo de normas que discipli-nam a postura moral, os deveres e obriga-ções das pessoas e da sociedade, ou dasclasses profissionais específicas.Observação: O Código de Ética Profissio-nal dos Advogados, como ocorre com os deoutras categorias, estabelece os deveres doadvogado no desempenho de seu nobrecompromisso.

Eutanásia – (Gr. euthanasia.) S.f. Mortesem sofrimento; Morte bela, feliz.Nota: É este um suposto direito de impedirque um paciente, com prognóstico fatal, te-nha sofrimentos ou penas dolorosas, pro-porcionando-lhe, por sua livre e espontâneavontade, a morte ou os meios de a conseguir.Mas, a Eutanásia é um crime, uma prática,sem amparo legal, na maioria dos paísesdeste planeta.Comentário: 1) A eutanásia é contra a LeiNatural, porque todos os seres possuem oinstinto de conservação, qualquer que sejao grau de sua inteligência. Nuns, é pura-mente maquinal, racionado noutros. (LE,item 702). Embora a questão eutanásia ain-da não tenha sido tomada em consideraçãopelas leis brasileiras, não diretamente men-cionada no Código Penal, Bento Faria, umadas maiores culturas jurídicas do país, emsua obra Código Penal brasileiro comen-tado. São Paulo: Saraiva, 1943, refere-se aela dizendo: “Não merece a tolerância de

93 Eutanásia – Eutanásia

nosso Sistema Jurídico o denominado ho-micídio piedoso; ninguém tem o direito dematar por compaixão, quer para abreviarsofrimento de uma vida, que deve, irremissi-velmente, se extinguir (eutanásia), querpara evitar a degradação de uma descen-dência ou para proporcionar o melhoramen-to de raça (Eugenia). E aduz: “Seria absur-do e ilógico admitir – o direito e matar –quando a vida é protegida pela LEI.” Afrâ-nio Peixoto, médico e literato muito ilus-tre, sentenciou: “Se o suicídio é condenadoe será criminoso, dada a circunstância defalhar a tentativa, como se há de consentira impunidade da eutanásia, ainda quandodesinteressada? Ninguém pode, arbitraria-mente, dispor da vida, própria ou alheia,ainda que desinteressadamente. A nossavida não é somente nossa, mas também dasociedade” (Criminologia. Rio de Janeiro,1933). 2) José Carlos Monteiro de Moura.(Reforma do Código Penal, I, Eutanásia,publicação do Reformador. Revista do Espi-ritismo Cristão n. 2.058, Ano 118, set. 2000)diz que Nelson Hungria, o insuperável mes-tre do Direito Penal Brasileiro, sempre lem-brado e relembrado por todas as gerações deadvogados que se formaram a partir de 1940,em conferência pronunciada na Faculdadede Direito de São Paulo, em 1955, deixoupara todos que se preocupam com a preser-vação da vida e com a sua valorização e coma destinação superior um legado de inesti-mável valor. Por uma questão de espaço,seguem-se, como exemplo, apenas dois tre-chos de seu pronunciamento, cuja atualida-de e total sintonia com os postulados espíri-tas é incontestável: “É sabido que a nossavigente lei penal desacolhe a tese da impuni-dade do homicídio eutanásico, isto é, do ho-micídio praticado para abreviar piedosamen-te os sofrimentos de um doente incurável.Apenas transige em considerá-lo um (homi-cídium priviligiatum, unum delictum excep-tum), facultando ao juiz a imposição dapena minorada, em atenção a que o agente éimpelido por motivo de relevante valor so-cial ou moral.

O nosso legislador de 1940 manteve-se fielao princípio de que o homem é coisa sagra-da para o homem (homo res homini sacra).A supressão dos momentos de vida que res-tam ao moribundo é crime de homicídio, poisa vida não deixa de ser respeitável mesmoquando convertida num drama pungente eesteja próxima o seu fim. O Ser Humano,ainda que irremediavelmente acuado pela dorou minado por incurável mal físico, não podeser comparado à rês pestilenta ou estropia-da, que o campeiro abate. Nem mesmo oangustioso sentimento de piedade ante oespetáculo do atroz e irremovível sofrimen-to alheio, e ainda que preceda a comoventesúplica de morte formulada pela própria ví-tima, pode isentar de pena o homicidaeutanásico, cujo gesto, afinal, não deixa deter um fundo egoístico, pois visa também alibertá-lo de sua própria angústia.Nenhum meio artificial pode ser emprega-do para truncar a existência ao enfermo de-senganado ou apressar a sua extinção imi-nente. A Parca inexorável deve agir sozi-nha, sem acólitos e sem cúmplices O mis-terioso fio da vida, seja no embrião huma-no dentro do claustro materno, seja na ple-nitude da idade viril, seja nos derradeirosarquejos do moribundo, não pode ser cor-tado senão pela fiandeira Atropos.”Mais adiante, referindo-se à ortotanásia,afirma:“Mas, se assim é, se nenhum artifício é líci-to para ajudar a Morte, indaga-se: será juri-dicamente permitida a omissão dos recur-sos que a medicina conhece, sob o nomegenérico de distanásia, para prolongar a vida?Será penalmente lícita a deliberada absten-ção ou a interrupção do emprego de tais re-cursos ou seja, a prática da ortotanásia, queconsiste em deixar o enfermo morrer natu-ralmente, nos casos em que a cura é conside-rada inviável? Tenho para mim que a res-posta deve ser, categoricamente, redonda-mente, esta: não! Se o fizer, comete umindubitável homicídio doloso, embora compena atenuada. Várias são as objeções quese podem opor aos adeptos da ortotanásia,

94Eutanásia – Exceção peremptória

que é, no fim das contas, uma eutanásia poromissão, ou se confunde com a própria eu-tanásia comissiva, quando importe em reti-rar o aparelho que esteja servindo ao susten-to da vida em declínio. Não há distinguir,como eles pretendem, para o emprego, ounão, da distanásia, entre vida artificial e vidanatural, entre vida vegetativa e vida conscien-te. Não existe gradação ou meio termo entrevida e morte, que são estados absolutamen-te antagônicos, inacessíveis a qualquer ouentendimento recíproco. Ou há vida ou hámorte. Não há meia vida ou meia morte.Trata-se de duo contradictoria: non daturtertium. Ainda que mantida por meios arti-ficiosos ou reduzida a mera estremeção mus-cular, alheia à consciência, a vida, como dizPoulet, não deixa de ser tal, não chegou ain-da ao término do seu curso, que começa nomomento da concepção e somente cessa como último suspiro” (Comentário ao CódigoPenal. Rio de Janeiro: Forense, 1958, v. VI,p. 379-387).

Evicção – (Lat. evictione.) S.f. É a privaçãoparcial ou total de alguma coisa, que apesarde adquirida de boa-fé, é ilegal, devido amesma já pertencer de direito a outra pes-soa, o verdadeiro dono, através de proces-so judicial, prova e solicita a sua posse.Comentário: “L’éviction est le résultat d’uvictoire judiciaire remportée contre lácheteur.Evinceri est vincendo in aliquid auferre” (TraitéThéorique et Pratique de Droit Civil). Cf.Baudry-Lacantinerie e Saignat. De la Vente etde l’Echange. 2. ed. Paris, 1900, v. XVII, n.350: “Cet mot, emprunté au droit romain,evictio, signifie ôter quelque chose à quelqu’unen vertu d’une sentence.” Cf. Troplong. LeDroit Civil Expliqué: de la Vente. 4. ed. Paris,t. I, n. 415; art. 1.107 do CC: “Nos contratoshonerosos, pelos quais se transfere domínio,posse ou uso, será obrigado o alienante a res-guardar o adquirente dos riscos da evicção,toda vez que se não tenha excluído expressa-mente esta responsabilidade”; art. 1.117:“Não pode o adquirente demandar pelaevicção: I) se foi privado da coisa, não pelosmeios judiciais, mas por caso fortuito, força

maior, roubo ou furto; II) se sabia que a coisaera alheia, ou litigiosa.”

Evicto – (Lat. evictu.) Adj. Que está sujeitoà evicção, coisa ou pessoa.

Exação – (Lat. exactione.) S.f. Cobrançarigorosa, de dívida ou de impostos (CP, art.316).

Exame de corpo de delito – V. Corpo deDelito.

Exame pericial – “Investigação, pesquisaou inspecção direta feita por técnico oupessoa versada no assunto, por ordem daautoridade competente, para esclarecimen-to, descoberta, verificação ou estimação dofato ou da coisa submetida à sua aprecia-ção” (FELIPPE, Donaldo J. DicionárioJurídico de Bolso. 9. ed. Campinas: Conan).

Exarar – (Lat. exarare.) V.t.d. Consignarou registrar por escrito um despacho ouuma sentença.

Exceção – (Lat. exceptione.) S.f. “Defesa in-direta, relativamente à contestação que é di-reta, em que o réu, sem negar o fato afirmado,elega direito seu com o intento de elidir ouparalisar a ação, suspeição, incompetência,litispendência, coisa julgada etc. (FERREIRA,Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicioná-rio Aurélio da Língua Portuguesa 3. ed. Riode Janeiro: Nova Fronteira, 1999).

Exceção de verdade – Meio específico dedefesa, ao qual se apega o agente, quandodos crimes de calúnia e difamação, para asprovas da verdade do fato, responsabili-zando a pessoa que se julga ofendida; emoutras palavras: provada a verdade das ale-gações do agente, fica, este, eximido de res-ponsabilidade penal.

Exceção dilatória – Aquela que, devido àincompetência ou suspeição, procura alon-gar o julgamento da causa.

Exceção peremptória – Aquela que, numarelação processual, faz extinguir decisiva-mente o direito da parte contrária, como seeste fosse de coisa já julgada.

95 Excesso de exação – Extinção de usufruto

Excesso de exação – Taxa, imposto ouemolumentos indevidos, exigidos por fun-cionário público, ou cobrança por meiosilícitos, vexatórios ou outros não autoriza-dos pela lei (CP, art. 316, § 1.o).

Exclusão – (Lat. exclusione.) S.f. Ato deexcluir.

Exclusão de ilicitude – O mesmo que ex-clusão de criminalidade.Nota: São excludentes: estado de necessi-dade; legítima defesa; estrito cumprimentodo dever legal ou exercício regular de direi-to (CP, arts. 23 a 27).

Exclusão de imputabilidade – O mesmoque exclusão de ilicitude.

Execução – (Lat. executione.) S.f. Fase deum processo judicial na qual é promovida aefetivação das penas civis ou criminais, cons-tante de julgamento condenatório; cálculoou avaliação de dívida líquida e certa, pro-cessada através de documentos públicos ouparticulares a que a lei atribui ação executória.

Execução pessoal – Aquela em que o réu éobrigado ao cumprimento de uma obriga-ção, efetivando-se pela penhora.

Executado – Adj. Réu num processo deexecução.

Executante – Adj. Autor num processo deexecução.

Executar – (Lat. exsecutu + ar.) V.t.d. Pro-mover a execução de uma sentença judicialou de documento de dívida que torne legíti-ma a ação executiva.

Executivo – S.m. e Adj. Um dos poderesdo Estado; aquele que procede a execuçãojudicial ou o que está encarregado de fazercumprir as leis; qualidade da ação de execu-ção ou do título que a enseja; o mesmo queexecutório; oriundo do ing. executive, dire-tor ou funcionário de categoria, que atue naárea administrativa.

Executoria – Adj. Repartição encarregadada cobrança dos créditos de determinadacomunidade.

Executório – Adj. O mesmo que executi-vo, quando qualifica um título ou sentença.

Exegese – (Gr. exégesis.) S.f. Explicação,comentário ou dissertação para esclareci-mento de um texto de lei ou outro; o mes-mo que hermenêutica jurídica, no caso doexame das leis.

Exeqüente – Adj. 2g. Que intenta ou soli-cita execução judicial.

Exerdação – “E a ação ou o efeito dedeserdar legalmente alguém de uma deter-minada herança.”Nota: Para haver a exerdação, a mesma temde ser solicitada por alguém interessadonela, a fim de que na sentença seja declara-da sua exclusão do testamento.

Exibição – (Lat. exhibitione.) S.f. Ato deexibir, apresentação; medida que uma partesolicita à parte contrária, em litígio, queapresente, para exame pericial, sob presen-ça do juiz, coisa que contém prova e queesteja em seu poder.

Exploração de prestígio – Solicitação ourecebimento de propina, com pretexto deinfluir o juiz, jurado, funcionário de justi-ça, perito, tradutor, intérprete ou testemu-nha (CP, art. 357).

Exposição de motivos – Reflexão e escla-recimento de ordem doutrinária através daqual é esclarecido, justificando um pontode vista sobre determinado assunto ou de-terminado projeto de lei ou de decreto.

Expulsão – (Lat. expulsione.) S.f. Afasta-mento violento, excreção; saída do territó-rio nacional, compelida a estrangeiro, emprocesso regular, por expor a perigo a se-gurança nacional, a estabilidade das insti-tuições econômicas ou políticas ou a tran-qüilidade pública.

Extinção de usufruto – Ação do proprie-tário de um bem contra o possuidor dafruição, para que a posse do bem em ques-tão seja declarada extinta e o bem devolvi-do a seu dono.

96Extorsão – Exumação

Extorsão – (Lat. extorsione.) S.f. Crime deconstrangimento a pessoa, através da vio-lência ou ameaça, com a intenção da obterpara si ou para outrem vantagem financeiraou econômica.

Extradição – (Lat. extraditione.) S.f. En-trega de uma pessoa pelo governo do paísonde se acha homiziada, ao país que o re-clama, para ser julgado perante os tribu-nais ou cumprir a pena que lhe foi imposta;“entrega à autoridade competente de indi-víduo que praticou delito dentro de sua ju-

risdição mas foi capturado fora” (FELIPPE,Donaldo J. Dicionário jurídico de bolso.9. ed. Campinas: Conan, 1994).

Extrajudicial – Adj. Ato praticado, vo-luntariamente, fora do juízo, sem formali-dade judicial, mas capaz de produzir cer-tos efeitos jurídicos.

Exumação – S.f. Retirada de cadáver hu-mano da sepultura, por ordem de autorida-de judiciária, a pedido das partes ou dos pró-prios peritos, a fim de ser submetido a pe-rícia médico-legal.

Face – (Lat. facie.) S.f. Rosto, feição; naexpressão fazer face a, o significado é pro-ver a, custear.

Facínora – S.m. Aquele que cometeu gran-des e hediondos crimes; perverso, cruel,desalmado.

Fac-símile – (Lat. fac simile.) S.m. Cópia;reprodução idêntica ao original, seja manualou não.

Faculdade – (Lat. facultate.) S.f. Podernatural ou adquirido de fazer alguma coisa;escola superior; unidade isolada ou de umconjunto universitário.Nota: O ensino superior no Brasil tem iní-cio com a fundação da Faculdade de Direitode São Paulo.

Falcatrua – S.f. Embuste, enganação,logro.

Falência – (Lat. fallentia.) S.f. Insolvên-cia comercial; bancarrota; estado do co-merciante que descumpre obrigações mer-cantis; execução do devedor comerciante,cuja finalidade é tomar posse do patrimô-nio disponível, verificar os créditos, re-solver o passivo, liquidando o ativo, me-diante o rateamento, observadas as prefe-rências legais.

Falência póstuma – Espólio do comercian-te falecido, sendo este, devedor.

Falencial – Adj. Relativo à falência;falimentar.

Falir – (Lat. fallere.) V.i. Deixar, o comer-ciante, de fazer os seus pagamentos na da-ta do vencimento ou realizar qualquer atoconsiderado pela lei, específico do estadofalimentar.

Falsa identidade – Crime de atribuição asi ou a terceiro de falsa identidade, com afinalidade da obtenção de vantagem, emproveito próprio ou alheio, ou para causardano a outrem (CP, art. 307).

Falsa perícia – Crime de afirmação falsa,ou de negar ou calar a verdade, como teste-munha, perito, tradutor ou intérprete emprocesso judicial, policial, administrativoou em juízo arbitral (CP, art. 342).

Falsidade – (Lat. falsitate.) S.f. Mentira,calúnia, fingimento, hipocrisia.

Falsidade do selo – O mesmo que falsida-de do sinal público; crime de falsificação,adulteração ou fabricação de qualquer do-cumento que tenha fé pública, especialmen-te o selo ou sinal público (CP, art. 296).Nota: Incorre nas penas incursas no nossoCP, quem faz uso do selo ou sinal falsifica-do e quem utiliza indevidamente o selo ousinal verdadeiro em prejuízo de outrem ouem proveito próprio ou alheio. Se o agentefor funcionário público e comete o crimeprevalecendo-se do cargo, a pena é aumen-tada na sexta parte da estabelecidas.

Falsidade em prejuízo na nacionalizaçãode sociedade – Crime de prestar-se a figurarcomo proprietário ou possuidor de ação, tí-

98Falsidade em prejuízo na nacionalização de sociedade – Fato típico

tulo ou valor pertencente a estrangeiro, noscasos em que a este é vedado por lei a proprie-dade ou a posse de tais bens (CP, art. 311).

Falsidade ideológica – Crime de omissãoda verdade, em documentos materialmenteverdadeiros, ou neles inserir declaração falsa,com a intenção de criar obrigação ou alterar averdade à respeito do fato juridicamente rele-vante; o mesmo que falsidade intelectual;

Falsidade intelectual – O mesmo quefalsidade ideológica.

Falsificação – S.f. Ato ou efeito de altera-ção de coisa ou documento verdadeiro.

Falsificação de um documento particu-lar – Crime constante da reprodução, adul-terando, falsificando, alterando, no todo ouem parte, um documento particular verda-deiro (CP, art. 298).

Falsificar – (Lat. falsificare.) V.t.d. Repro-duzir uma coisa ou documento verdadeiro,copiando e imitando em todos os detalhes,fazendo-o parecer o original e verdadeiro.

Falso – (Lat. falsu.) Adj. Mentiroso, adul-terado; coisa ou documento, errado, falsifi-cado, inexato.

Falso testemunho – Afirmação falsa, detestemunha, negando ou omitindo o quesabe sobre a verdade.

Falta – (Lat. fallita.) S.f. Ausência; engano;transgressão a disposição legal.

Família – S.f. Grupo de pessoas vinculadaspor casamento; todas as pessoas pertencen-tes a um tronco original até certo grau; emnossos dias, em sentido restrito, compreendeapenas o marido, a mulher e os filhos meno-res e solteiros, com seus fenômenos religio-sos, éticos, jurídicos, políticos, intelectuais eestéticos, correlacionados entre si. (SANTOS,Washington dos. Dicionário de sociologia.Belo Horizonte: Del Rey, p. 94).Nota: O CP tem todo o Título VII, Capítu-lo I, art. 235 a 248, dedicados aos crimescontra a família.

Fanático – (Lat. fanaticu.) Adj. Pessoa quese considera inspirada por uma divindade,achando-se um iluminado; que adere cega-mente a uma doutrina, um partido político,um time esportivo ou grupo de qualquernatureza, com dedicação excessiva, admi-ração ou amor exaltado e apaixonado, en-deusando febrilmente seus participantes,conceitos e ideologia.

Fanatismo – (Fr. fanatisme.) S.m. Proce-dimento do fanático.Nota: O fanatismo é uma degeneração reli-giosa (caso da Irlanda e alguns elementosdo Islamismo). Algumas formas de fanatis-mo descambam para a violência ou para ocrime organizado. É um fenômeno socialcujas causas devem ser examinadas à luz deaspectos diversos. Seria despropósito, noentanto, confundir fanatismo ou misticis-mo doentio com o verdadeiro sentimentoreligioso (AMORIM, Deolindo. Espiritis-mo e criminologia. 3. ed. Rio de Janeiro:Celd, 1991, p. 136-137).

Fato-gerador – Conjunto de fatos ou es-tado de fatos descritos em lei, que dão ori-gem à obrigação tributária.

Fato jurídico – O mesmo que fato jurígeno;conforme Edmond Picard, “são os aconte-cimentos através dos quais as relações dedireito nascem, se conservam, se transfe-rem, se modificam, ou se extinguem”; se-gundo Savigny, “é todo acontecimento quedetermina o nascimento e a extinção dosdireitos”.Nota: Os fatos jurídicos são as fontes oufatores das relações de direito. É o terceiroelemento do Direito subjetivo.

Fato notório – Aquele que dispensa pro-va, por ser de conhecimento geral (CPC,art. 334, I).

Fato típico – Aquele que reúne os elemen-tos: conduta (ação ou omissão); resultado(inerente à maioria dos crimes); relação decausalidade, relação entre causa e efeito,entre a conduta e o resultado; tipicidade,correlação da conduta com o tipo.

99 Favorecimento pessoal – Ficha datiloscópica

Favorecimento pessoal – Ação de auxílioao autor de crime no sentido de subtrair-seà ação de autoridade pública (CP, art. 348).

Favorecimento real – Aquele que é pres-tado ao criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, para que o mes-mo fique seguro com o proveito do crime(CP, art. 349).

Fazenda – (Lat. facienda.) S.f. Conjuntode bens; haveres.

Fazenda pública – Nome genérico dadoas finanças federais, estaduais ou munici-pais; erário, fisco.

Fazer face a – Loc. que significa prover a;custear.

Fé – S.f. Convicção do verdadeiro.Nota: Algumas repartições públicas ou de-terminados funcionários testemunham porescrito, fornecendo documento que ates-ta, com força em juízo, a veracidade decertos atos.

Federação – S.f. União política entre Es-tados e Nações; sociedades sindicais ousimplesmente união entre comerciantes eindustriais para um mesmo fim.Comentário: “Gênero de união de Estados deque são espécies: a Confederação e o EstadoFederal. A diferença entre ambos é que naconfederação os Estados preservam sua so-berania, podendo se retirar a qualquer mo-mento, ao passo que no Estado Federal, osEstados perdem sua soberania ao se unirem,submetendo-se todos a uma Constituição quelhes dá mera autonomia” (GUIMARÃES,Deocleciano Torrieri. Dicionário jurídico.2. ed. compacta. Campinas: Rideel, 1998,p. 79); é o caso dos Estados Unidos da Amé-rica do Norte e do Brasil. Seus Estados sãounidos, autônomos, mas não soberanos.

Fé pública – Juízo fundado sobre indíciosou princípio de provas, que comprovem aautenticidade, verdade ou legitimidade deato proveniente de uma autoridade ou defuncionário, que no exercício de suas fun-ções tenha autorização para tal.

Férias anuais remuneradas – Direito dotrabalhador, segundo a CF, Capítulo II, art.7.o, XVII, de gozar férias anuais remunera-das com, pelos menos, um terço a mais doque o salário normal (CLT, arts. 129 e segs.).

Férias forenses – Férias prescritas pelaLei n. 5.869/73, arts. 173 a 179, que sus-pendem, no fórum, toda e qualquer ativida-de por tempo determinado.

Feticídio – S.m. Morte dada a um feto;aborto provocado (CP, arts. 124 e 125).

Feto – (Lat. fetu.) S.m. Produto da concep-ção após o 4.º mês de gestação até antes deser dado à luz, mas que já possui as formasda espécie.Comentário: A legislação brasileira colocaa salvo desde a concepção os direitos donascituro (CC, arts. 4.o, 9.o, 357 e 1.718).

Fiador – Adj. Aquele que abona alguém,responsabilizando-se pelo cumprimento deuma obrigação dele.

Fiança – S.m. Contrato pelo qual, uma ter-ceira pessoa, submete-se perante o credorde, na falta do devedor, cumprir sua obri-gação; confiança, caução, fiadoria (CC, arts.1.481 a 1.504).

Fiança criminal – Valor pago pelo réu depequenos crimes a fim de aguardar julga-mento em liberdade.Comentário: “É a garantia que o acusadopresta à autoridade processante, de que nãovai furtar-se aos efeitos do processo. Jul-gar-se-á quebrada a fiança quando o réu,devidamente intimado para o ato do pro-cesso, deixar de comparecer sem provarincontinenti, motivo justo, ou quando, navigência da fiança, praticar outra infraçãopenal” (SYON NETTO, Sylvio. Termino-logia jurídica. Campinas: Conan, p. 67).

Ficha datiloscópica – Aquela que contémas impressões digitais de uma pessoa.

100Fideicomissário – Filosofia

Fideicomissário – S.m. Aquele que, pordeterminação de quem fez um testamento,recebe do fiduciário, a herança ou o legado.

Fideicomisso – (Lat. fideicomissu.) S.m.Disposição testamentária pela qual otestante estabelece dois ou mais herdeirostestamentários, impondo a um ou a algunsdeles a obrigatoriedade de, após a sua mor-te, transferir aos outros herdeiros, sob de-terminada condição e tempo, a herança oulegado deixado.

Fidejussor – S.m. Fiador; aquele que garan-te o pagamento de uma determinada dívida.

Fidejussória – (F. subst.) Qualidade dacaução ou fiança.

Fidejussório – (Lat. fidessoriu.) Adj. Re-lativo à caução, à fiança estipulada.

Fiduciário – (Lat. fiduciariu.) Adj. Quediz respeito à fidúcia; que merece confian-ça; pessoa encarregada de conservar um le-gado ou herança gravada com fideicomisso,devendo transmiti-la, na morte do testante,ao fideicomissário.

Filha – (Lat. filia.) S.f. Pessoa do sexo fe-minino em relação aos pais.

Filho – (Lat. filiu.) S.m. Pessoa do sexomasculino em relação aos pais.

Filho adulterino – Filho espúrio; filho depessoa casada com outra que não a suaconsorte.

Filho bastardo – O mesmo que filho ilegí-timo.

Filho espúrio – Filho nascido de pessoasque não podem contrair matrimônio entresi, devido a impedimentos legais perma-nentes ou no tempo da concepção; podeser incestuoso ou adulterino.

Filho ilegítimo – O que não provém dejustas núpcias; filho gerado e nascido forado matrimônio; filho bastardo, que podeser filho natural ou filho espúrio.

Filho incestuoso – Aquele proveniente daunião proibida por lei entre irmãos ou entre

ascendente e descendente, nunca podendoser ligitimado.

Filho legitimado – Filho que é reconheci-do como legítimo.

Filho legítimo – Filho de pais regularmen-te casados, ascido na vigência do casamento.

Filho natural – Filho de pais solteiros, judi-cialmente separados ou divorciados, que naépoca da concepção ou do parto não tenhamnenhum empecilho matrimonial, podendo,ser legitimado.

Filho póstumo – Aquele que nasce após amorte do pai.Nota: O filho póstumo somente é conside-rado legítimo, se originado de casamentolegal e tiver nascido até 300 dias após ofalecimento do pai.

Filho putativo – O que supõe ser filho dedeterminada pessoa cuja paternidade podeou não ser investigada.

Filho reconhecido – Aquele que é devida-mente legitimado.

Filho sacrílego – Em tempos passados,era o filho de sacerdote ou religioso quetenha feito votos de castidade; hoje, é ape-nas considerado como filho natural.

Filiação – (Lat. filiatione.) S.f. “Ato deperfilhar; vínculo que a geração cria entreos filhos e seus genitores; relação de paren-tesco entre os pais e seus filhos, considera-da na pessoa dos últimos” (FERREIRA,Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicio-nário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999).

Filiação legítima – A que resulta de paislegalmente casados entre si.

Filosofia – (Gr. philosophia.) S.f. Amor dasabedoria; ciência dos conhecimentos hu-manos, dos princípios das coisas, de suascausas e dos seus efeitos; investigação dasverdades fundamentais de uma ciência; se-gundo Aristóteles, “estudo dos primeiros

101 Fi losofia – Filosofia do direito

princípios e dos últimos fins”; segundoBacon, “é o conjunto de princípios formaiscomuns a todos ou a algumas ciências”; se-gundo Descartes, “é o estudo das causasprimeiras e dos primeiros princípios”.Comentário: Cada ciência tem a sua filoso-fia própria. Vejamos os comentários de L.Palhano Júnior, (Dicionário de filosofiaespírita. Rio de Janeiro: CELD, 1997,p. 155): “Estudo que se caracteriza pelaintenção de ampliar incessantemente a com-preensão da realidade, no sentido de apreen-dê-la na sua totalidade, quer pela busca darealidade capaz de abranger todas as ou-tras, o Ser (ora ‘realidade suprema’, ora‘causa primeira’, ora ‘fim último’, ora ‘abso-luto’, ‘espírito’, ‘matéria’ etc.), quer peladefinição do instrumento capaz de apreen-der a realidade, o pensamento (as respos-tas às perguntas: que é a razão?, o conheci-mento?, a consciência?, a reflexão?, que éexplicar?, provar?, um fundamento?, umalei?, um princípio? etc.), tornando-se ohomem o tema inevitável de consideração.Busca sistemática da verdade; conjunto deestudos ou de considerações que tendem areunir uma ordem determinada de conhe-cimentos em um número reduzido de prin-cípios que lhe sirvam de fundamento e lherestringem o alcance: filosofia da ciência;filosofia social; filosofia da matemática;filosofia católica; filosofia espírita etc. –Segundo o Espiritismo, Emmanuel, naquestão 115, na segunda parte do livro ‘OConsolador’, de Chico Xavier. ‘A filoso-fia constitui, de fato, a súmula das ativi-dades evoluídas do Espírito encarnado, naTerra. Suas equações são as energias quefecundam a Ciência, espiritualizando-lhe osprincípios, até que unidas uma à outra,indissoluvelmente, penetrem o átrio divinodas verdades eternas’.”

Filosofia do direito – “Parte da ciênciajurídica dedicada ao estudo e crítica do Direi-to na sua universalidade; seus princípios,ideal, suas causas, efeitos e transformações,à luz da razão pura, desde épocas remotas. Éa filosofia em si aplicada ao direito”

(FELIPPE, Donaldo S. Dicionário jurídicode bolso. 9. ed. Campinas: Conan, 1994).Comentário: Vejamos os comentários do Dr.Weimar Muniz de Oliveira, magistrado apo-sentado do Estado de Goiás, especialistaem Direito Civil e Processual Civil da UFG:“A filosofia do direito é mais antiga que aprópria ciência do direito, sendo, entretan-do, essa expressão mais ou menos recente,um século mais ou menos. A antiga e pro-vecta designação da disciplina era a de ‘iusnaturale’, ou ‘iuris naturalis scientia’. Masmuitos escritores antigos usaram a forma‘philosophia iuris’. Como claramente trans-parece do nome, a Filosofia do Direito éaquele ramo da Filosofia que concerne aodireito. A Filosofia, porém, tem por objetoo direito, enquanto estudado no seu aspec-to universal. Também pode definir-se a filo-sofia como estudo dos primeiros princí-pios, pois estes têm precisamente o cará-ter da universalidade. Mas, os primeirosprincípios tanto respeitam ao ser e ao co-nhecer como ao atuar; daí a divisão em:Teorética: estuda os primeiros princípiosdo ser e do conhecer e subdivide-se nos se-guintes ramos: Ontologia ou Metafísica, queabrange também a filosofia da religião e afilosofia da história; Gnoseologia ou Teo-ria do Conhecimento; Lógica, Psicologiapropriamente dita e Estética prática: estu-da os primeiros princípios do agir e divide-se em: Filosofia da Moral e Filosofia do Di-reito; freqüentemente a designam tambémpela palavra Ética” (Filosofia do direito:além da 3.a dimensão. Ed. Federação Espí-rita do Estado de Goiás – FEEGO).Nota: Convém advertir, desde já, que, porvezes, esta designação é tomada em senti-do amplo: neste caso é sinônima de Filoso-fia prática (abrangendo, por isso, a Filoso-fia do Direito); outras vezes, em um senti-do restrito, correspondendo neste caso ape-nas à Filosofia da Moral (excluída, então, ajurídica). Posição da disciplina Direito: éuma parte da filosofia prática.

102Fisco – Formas de investigação da filosofia do direito

Fisco – (Lat. fiscu.) S.m. É a reunião dediversas instituições do estado destinadasà arrecadação de impostos; o mesmo quefazenda pública, tesouro público, erário.

Flagrância presumida – Suposta autoriade um crime em virtude de a pessoa ser pegacom instrumentos ou objetos suspeitos.

Flagrante – (Lat. flagrans.) Adj. e S.m.Que está no calor da ação; aplicado a umato no momento que está sendo praticado;como s.m., o ato de flagrar.

Flagrante delito – Delito ainda em execu-ção, terminado ou ainda sob o seu efeito,não podendo ser negado, devido a sua evi-dência e aspecto, e aos objetos encontra-dos em poder do agente.Nota: O CPP, art. 302, prescreve: “Consi-derar-se em flagrante delito quem: I – estácometendo a infração penal; II – acaba decometê-la; III – é perseguido, logo após,pela autoridade, pelo ofendido ou por qual-quer pessoa, em situação em que faça pre-sumir ser autor da infração; d) é encontra-do, logo depois, com instrumentos, armas,objetos ou papéis que façam presumir serele o autor da infração.”

Folha corrida – Certidão que comprova anão existência de condenação criminal.

Folha de antecedentes – Documento noqual são declarados todos os registros cri-minais lançados anteriormente contra umapessoa. Este documento descreve com prio-ridade, um retrato moral do indiciado.

Fontes formais do direito – Meios pelosquais são formadas as normas judiciárias: alei, o costume, a jurisprudência, a doutrina.

Força executiva – Qualidade legal, que dádireito a uma determinada ação ser imedia-tamente executada.Nota: É o que chamam de força executória.

Força executória – O mesmo que forçaexecutiva.

Força maior – Aquela que, independe davontade das partes; fato imprevisível, origi-

nado da ação humana que gera efeitos jurídi-cos para uma relação jurídica (CC, art. 1.058).

Foreiro – S.m. Aquele que tem domínioútil de algum imóvel, pagando foro diretoao senhorio; o mesmo que enfiteuta.

Forense – Adj. 2g. Relativo ao foro, aostribunais; judicial.

Formação da lei – Em sentido estrito epróprio, forma-se a lei, ordinariamente, pormeio de quatro fases distintas: elaboração,sanção, promulgação, publicação.

Formação de culpa – Fase do processocriminal no qual se aplica a existência, na-tureza e circunstâncias do crime, bem comoos seus agentes; instrução criminal; sumá-rio de culpa.

Forma dos atos jurídicos – As formas damanifestação da vontade, que constituematos jurídicos: pela palavra, oralmente; pelaescrita, por gestos e sinais convencionais,ou pelo silêncio. Segundo Clóvis Beviláquae Tito Fulgêncio, “forma é o conjunto desolenidades que se devem guardar para quea declaração de vontade tenha eficácia jurí-dica” (CC, art. 129).

Formal de partilha – Peça autêntica dosautos de inventário que estabelece direitosatribuídos legalmente aos herdeiros, dan-do-lhes, formalmente, posse dos quinhõesde conformidade com a carta testamento(CC, arts. 495 e 496).

Formas de culpabilidade – São duas for-mas: dolo e culpa.

Formas de investigação da filosofia dodireito – Segundo o Professor Dr. WeimarMuniz de Oliveira, magistrado aposentadodo Estado de Goiás, especialista em DireitoCivil e Processual Civil da UFG são três osprocessos principais de investigação da Fi-losofia do Direito: a) o Lógico, processoinvestigatório, acentuadamente de ordemmental, com a valoração devida a conceitosvários, como, p. ex., de coercibilidade, desujeito de direito, de relação jurídica e ou-

103 Formas de investigação da filosofia do direito – Fraude imobiliária

tros, todos pertencentes à Filosofia do Di-reito; b) o Fenomenológico, investigação dodireito como fenômeno comum a todos ospovos, como fenômeno comum à naturezahumana, de ordem não apenas geral, indo umpouco além: de ordem universal; c) Deonto-lógico, aquele que investigando o Direito, nocampo filosófico, nos fornece o conceito deque “a mente humana jamais foi inteiramen-te passiva ante o direito, jamais se conten-tou com o fato consumado como se estefosse limite intransponível. Cada homemsente em si a faculdade de julgar e avaliar odireito existente e sobre ele ajuizar; todohomem possui o sentimento de justiça. Da-qui resulta a possibilidade de uma investiga-ção completamente distinta daquelas ciên-cias jurídicas particulares stricto sensu.Destarte, a filosofia do direito ocupa-se pre-cisamente daquilo que deve ser ou deveriaser direito, em oposição àquilo que é direito,contrapondo uma verdade ideal a uma reali-dade empírica” (Filosofia do direito: alémda 3.a dimensão. Ed. Federação Espírita doEstado de Goiás – FEEGO).

Foro – (Gr. lat. foru phorós.) S.m. Sinôni-mo de fórum; lugar onde se dão as lidesjudiciais: Tribunal de Justiça; o lugar ondefuncionam os órgãos do poder judiciário;jurisdição, alçada, poder.Comentário: No tempo dos romanos, era apraça pública, na qual se faziam os grandesdebates ou reuniões para a mesma finalida-de. Era o centro de variadas atividades doimpério (CPC, arts. 95, 96, 100, 111 e 578).

Foro contratual – Foro ou lugar escolhidopelas partes contratantes, para anular, dis-solver, extinguir, alterar dados do contratoque assinaram.

Fórum – S.m. O mesmo que foro; lugaronde se concentram e funcionam normal-mente, os órgãos do poder judiciário.

Franchising – V. Franquia.

Franquia – S.f. Efeito de tornar franco, livre;permissão ou concessão, colocação à dispo-sição de; isenção de determinados impostos

ou taxas, por concessão especial da lei, portempo predeterminado ou permanente.

Fratricida – S.m. Assassino de irmão.

Fratricídio – (Lat. fraticidiu.) S.m. É oassassínio, do próprio irmão.

Fraudar – (Lat. fraudare.) V.t.d. Enganar;lesar alguém por meio malicioso ou fraude,causando prejuízo, enganando as pessoas;adulterar coisas e documentos.

Fraude – S.f. Dolo, engano, burla; falsifi-cação de marcas e de produtos industriais.

Fraude à execução – Crime contra opatrimônio; simulação de dívidas, alienan-do, desviando, destruindo e danificandobens ou tornando irrealizável a execuçãojudicial, pela inexistência, real ou simulada,de bens (CP, art. 179).

Fraude contra credores – Ato prejudicialao credor (eventus damni), por tornar odevedor insolvente; ato praticado em esta-do de insolvência.Comentário: João Franzem de Lima, emCurso de direito civil brasileiro, diz que nafraude contra credores o ato jurídico é ver-dadeiro, mas a conseqüência dele é prejudi-car aos credores dos que o realizam, dentrodesse princípio; são considerados fraudu-lentos e, portanto, passíveis de anulação osseus atos (CC, arts. 106, 107, 110 e 111).

Fraude de lei sobre estrangeiros – Usode nome falso pelo estrangeiro para entrarou permanecer no território nacional (CP,art. 309).

Fraude fiscal – Ação ou omissão dolosa,cuja finalidade é o impedimento ou retar-damento da ocorrência do fato gerador.

Fraude imobiliária – Adiantamento deverbas à empresa construtora, sem que asobras contratadas tenham tido o seu ritmode trabalho de acordo com o organogramatraçado, sendo que o que foi realizado nãojustifica o adiantamento de verbas.

104Fruição – Furto qualificado

Fruição – (Lat. fruitione.) S.f. Ato ou efei-to de fruir; gozo, posse, usufruto; desfrutede vantagens possíveis, recebendo o pro-duto rentável que dela vier.

Frustração de direito assegurado por leitrabalhista – Constitui crime doloso a cons-ciente frustração de direito trabalhista.Comentário: Não há forma culposa, segun-do a escola tradicionalista, que o consideradolo genérico, mas o CP o classifica comodelito comum. A pena para tal delito é pú-blica incondicionada, da competência daJustiça Federal.

Fulcro na lei – Expressão muito usada nomeio forense para designar que se está apoia-do e fundamentado em lei.

Fundação – S.f. Complexo de bens dotadode personalidade jurídica e instituído queobjetiva a realização de uma finalidade so-cial; pessoa jurídica autônoma destinada afins de utilidade pública, mediante dotaçãoespecial de bens livres; instituição por atoestatal ou de idealização privada, por doa-ção ou testamento (CC, arts. 24 a 27; CPC,arts. 1.199, 1.202 e 1.204;CPP, art. 37).

Fundamento jurídico do pedido – Justi-ficação por escrito do motivo da ação, de-vidamente embasado na lei ou nos princí-pios da ordem jurídica (CPC, arts. 282, III,e 284).

Fundiário – Adj. Relativo a terrenos, abens de raiz; agrário.

Fundo de comércio – Complexo de bens,corpóreos e incorpóreos, que vêm facilitarà atividade referente ao comércio (Dec.-lein. 7.661/45, art. 116).

Fundo de garantia por tempo de serviço(FGTS) – Depósito feito pelo empregador,em banco autorizado, no valor de 8% dosvencimentos mensais do empregado, for-mando, assim, um pecúlio para o emprega-do (Lei n. 7.839/89 e Lei n. 8.036/90).

Fungível – (Lat. fungibile.) Adj. Que segasta.

Furto – S.m. Crime contra o patrimônioque consiste na subtração de coisa alheiamóvel para si ou para outrem, sem o con-sentimento do seu legítimo dono e com afinalidade de apoderar-se dela, de modo de-finitivo (CP, art. 155).

Furto famélico – Ato do indivíduo que,impedido pela fome ou pelo frio, subtraialimentos ou roupas para subsistir.

Furto qualificado – Aquele que além dasubtração do bem móvel, destrói e rompe osobstáculos que a protegem, abusa da confian-ça do subtraído, se o conhece, ou, mediantefraude, através de escalada ou destreza ou,ainda, mediante concurso de chave falsa eoutros companheiros (CP, art. 155, § 4.o).

Gabarito – (Fr. gabarit.) S.m. Medida ideal,padrão; medida de ferro para verificar bo-cas de fogo; modelo de navio, em miniatu-ra; dimensões prefixadas por lei municipalpara altura de um edifício.

Gabinete – (Fr. gabinet.) S.m. Conjuntodos ministros de um Estado; ministério;conjunto de auxiliares, colaboradores ime-diatos de um chefe de Estado, de um minis-tro, de um prefeito; ante-sala dessas auto-ridades; sala de estudos; cabine; reservado,latrina.

Gabinete militar – Conjunto de auxiliaresou colaboradores do chefe de governo, quetrata especificamente de assuntos militares.

Gaiola – (Lat. caveola.) S.f. Jaula, prisão,xadrez; cadeia.

Ganho de causa – Diz-se da vitória obti-da numa questão judicial, num litígio, numapendência.

Ganhos de capital – Lucros obtidos pelasimples aplicação do capital em estabeleci-mento bancário ou similar; lucros de inves-timentos; os juros.

Garantia – (Fr. garantie.) S.f. Ato ou efei-to de garantir; responsabilidade pela boaexecução de um trabalho ou contrato, fa-zendo tornar certo o recebimento de débi-tos existentes, caso não haja motivos jus-tos perante a lei.

Garantia constitucional – Complexolegislativo, tuteladas pela CF, que assegu-

ram os direitos de seus cidadãos, como odireito à vida, à liberdade, à igualdade, àsegurança e à propriedade (CF, art. 5.o).

Garantia fidejussória – O mesmo quegarantia pessoal.

Garantia fiduciária – Garantia de paga-mento de uma dívida mediante alienação,dependente de confiança ou que reveleconfiança.

Garantia locatícia – Aquela que garanteadimplemento das obrigações oriundas docontrato de locação do imóvel.Nota: “A lei do inquilinato n. 8.245/91, art.37, determina que, no contrato de locação,pode o locador exigir do locatário as seguin-tes modalidades de garantia: caução, fiança,seguro de fiança locatícia, sendo vedada,sob pena de nulidade, mais de uma dasmodalidades de garantia num mesmo con-trato de locação.”

Garantia pessoal – Que estabelece umdireito pessoal daquele a quem é dada; ga-rantia fidejussória.

Garantia real – Que constitui um direitoreal em favor daquele a quem é dada.

Gay – (Ing. pron. guei.) S. 2g e Adj. 2g.Homossexual.

Genealogia – S.f. Estudo de uma geração,da família desde a origem; conjunto de des-cendentes de um indivíduo; ramificações econstituição de famílias.

106Genitália – Governo

Genitália – S.f. Complexo dos órgãos dereprodução genética, especificamente osórgãos sexuais externos de um indivíduo,masculino ou feminino.

Genitores – S.m. Aqueles que geram, os pais.

Genocídio – S.m. “Crime contra a humani-dade, que consiste em, com o intuito de des-truir, total ou parcialmente, um grupo nacio-nal, étnico, racial ou religioso, cometer contraele qualquer dos atos seguintes: matar mem-bros seus; causar-lhes grave lesão à integrida-de física ou mental; submeter o grupo a con-dições de vida capazes de destruir fisicamen-te, no todo ou em parte; adotar medidas quevisem a evitar nascimento no seio do grupo;realizar a transferência forçada de crianças dumgrupo para o outro” (FERREIRA, AurélioBuarque de Holanda. Novo dicionário Auré-lio da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janei-ro: Nova Fronteira, 1999).

Genótipo – S.m. Tipo que caracteriza osindivíduos de um grupo; tipo dos indivíduosque têm mesmo aspecto e constituição ge-nética.

Gerente – Adj. 2g. Que gere ou administraos bens ou negócios.

Gestação – (Lat. gestatione.) S.f. Períodode nove meses do desenvolvimento do em-brião no útero; processo que se inicia nafecundação e termina no nascimento (CLT,arts. 1.331 a 1.345).

Gestão de negócios – Ato de gerenciarnegócio de terceiro, de modo próprio, semque para isso haja autorização do proprie-tário (CC, art. 1.331 a 1.345).

Gestor de negócios – O mesmo que ge-rente, administrador.

Gleba – S.f. Terreno próprio para cultura;terreno rural; leiva, torrão.

Glosador – S.m. Aquele que glosa;comentador, crítico.Comentário: Antigamente, eram gramáticose juristas italianos que comentavam textos

legais por meio de glosas; a partir do séculoXVI, eles fizeram anotações no Corpus JurisCivilis, o que possibilitou a aplicação doDireito romano no mundo medieval.

Glosar – V.t.d. Comentar, anotar, expli-car, censurar, criticar, interpretar uma lei;suprimir ou anular parte de conta ou deorçamento.

Glossário – (Lat. glossariu.) S.m. Vocabu-lário; livro em que se explicam palavras designificação obscura; elucidário; dicionáriode termos técnicos, científicos, poéticos;vocabulário que figura como apêndice deuma obra, principalmente para elucidarpalavras e expressões regionais, ou poucousadas; léxico de um autor, que figura, emgeral, como apêndice a uma edição crítica.

Gnose – (Gr. gnôsis.) S.f. Sabedoria, co-nhecimento.

Golpe de estado – Subversão da ordemconstitucional geralmente através de forçaarmada, implantando sem processo eletivo,como conseqüência, a ditadura.

Gorjeta – S.f. Pequena importância em di-nheiro, que por livre e espontânea vontadeo cliente dá ao empregado às vistas do em-pregador ou fora, que, conforme o caso es-pecífico, são incorporadas ao salário doempregado (CLT, art. 457).

Governo – S.m. Administração, gestão;direção; conjunto de órgãos da administra-ção do Estado; modalidades: Absoluto –centralizado em uma pessoa, sem interfe-rências e sem limitações; Colegiado – go-verno executivo exercido por um gabineteministerial; Constitucional – que é eleitocom sufrágio universal (pelo povo) e go-verna de conformidade com a Constitui-ção; Provisório – de caráter temporário,geralmente quando há vacância no poder,por motivos diversos; Representativo –quando o povo delega poderes a uma deter-minada pessoa, exercendo, esta, o mandatogovernamental; Totalitário – exercido atra-vés da força, em que os interesses do Esta-do sobrepujam os individuais.

107 Graça – Guia

Graça – (Lat. gratia.) S.f. Clemência con-cedida pelo poder público (no Brasil, peloExecutivo), favorecendo pessoalmente umcondenado que tenha cometido crime co-mum, ou contravenção, perdoando-lhe emsentido amplo e extinguindo-lhe a penali-zação, comutando-a ou reduzindo-a.

Gradação da pena – Variação de pena, con-siderados os antecedentes e personalidadedo condenado, a extensão do dolo ou grau deculpa, motivos crime e circunstâncias emque se deu, os quais orientam o juiz na fixa-ção da pena.

Grafotecnia – S.f. Exame gráfico de do-cumentos escritos, caso haja dúvida quan-to a sua autenticidade e possibilidade defalsificação.

Gratificação natalina – Segundo a Lei n.4.749/65, o Decreto n. 57.155/65 e os enun-ciados 45 e 78 do TST, é a gratificação de 1/12 da remuneração do empregado, que obri-gatoriamente é paga em duas parcelas, sen-do que a primeira deverá ser paga entre fe-vereiro e novembro e a segunda até o dia 20de dezembro; chamado 13.o salário.Nota: Integram nesta gratificação as horasextras, que porventura o empregado tenhadireito.

Gratuidade da justiça – Benefício conce-dido a determinadas pessoas, em determi-nadas condições, com a finalidade de nãopagarem as despesas processuais.

Grau de jurisdição – Hierarquia obedeci-da entre os juízes e tribunais.

Grau de parentesco – Relação existenteentre as pessoas que são unidas por paren-tesco, laços de sangue e afins.

Gravado – Que possui ônus ou encargopor força de lei, de disposição contratualou testamentária.

Gravame – S.m. Imposto, ônus, encargo;vínculo; ônus contratual que cerceia o di-reito de uma parte; encargo que recai sobredeterminada coisa: penhor, hipoteca, tri-buto, inalienabilidade, anticrese.

Gravar – (Lat. gravare.) V.t.d. Imporgravame.

Gravidez – S.f. Estado da fêmea, após a con-cepção e a fecundação; período de gestação.

Greve – (Fr. grève.) S.f. Cessação do traba-lho; parede; movimento coletivo de parali-sação, reconhecido pela lei; por extensão,movimento de estudantes.Nota: O nome é da praça de Grève, onde sereuniam os trabalhadores que não queriamtrabalhar.

Greve branca – Paralisação do trabalhosem represália.

Greve de braços cruzados – Mera paralisa-ção de atividades, sem a ausência do grevista.

Greve de fome – Recusa de alimenta-ção, para chamar a atenção para suas rei-vindicações.

Grileiro – S.m. Indivíduo que procura, atra-vés da fraude, apossar-se de terras alheias.

Guia – S.f. Pessoa que conduz outra; for-mulário para pagamento de taxas devidas,notificações etc., usado em repartições pú-blicas, para pagamento nas agências bancá-rias ou outra repartição designada pela au-toridade competente.

Habeas corpus – Garantia constitucionalconcedida a alguém que sofra ou se acheameaçado de s ofrer violência ou coação emsua liberdade de locomoção, por ilegalida-de ou abuso de poder (CF, art. 5.o, LXVIII).Nota: O CPP, arts. 647 e 648, assim seexpressa: “Art. 647. Dar-se-á habeas cor-pus sempre que alguém sofrer ou se acharna iminência de sofrer violência ou coaçãoilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo noscasos de punição disciplinar.” “Art. 648. Acoação considerar-se-á ilegal: I – quandonão houver justa causa; II – quando alguémestiver preso por mais tempo do que deter-mina a lei; III – quando quem ordenar acoação não tiver a competência para fazê-lo; IV – quando houver cessado o motivoque autorizou a coação; V – quando não foralguém admitido a prestar fiança, nos ca-sos em que a lei a autoriza; VI – quandoprocesso for manifestadamente nulo; VII –quando extinta a punibilidade.

Habeas corpus preventivo – Que é solici-tado, quando se chega à conclusão de umaviolência próxima que será feita à alguém.

Habeas corpus remediativo – Que é soli-citado para fazer sustar o embaraço, oumesmo o constrangimento de alguém queestá sendo tratado ilegalmente, de modoabusivo, tendo seus direitos violentados.

Habeas data – Garantia constitucional, a todobrasileiro, do conhecimento de toda e qual-quer informação sobre sua pessoa, existentes

em bancos de dados das entidades públicas,tais como, o SPC e outros, para, se necessá-rio fazer a sua devida retificação.

Hábil – Adj. Que tem habilidade; habilido-so; de conformidade com o que exige a le-gislação vigente.

Habilitação – S.f. Aptidão, capacidade;declaração fornecida em juízo, reconhecen-do a qualidade ou capacidade de alguém oude seus direitos relativos a créditos, comoherdeiros ou credores.

Habilitação coletiva multifamiliar –Documentação legal que habilita a pes-soa ou família a locação de uma “casa decômodos”.

Habilitação de credores – Declaração docredor do falido ou do concordatário, apre-sentada ao foro ou tribunal da causa, parademonstrar seu crédito legal (L.Fal., art. 82).

Habilitação de herdeiro – Prova legal quefaz um herdeiro ao foro ou tribunal ondeestiver ocorrendo o inventário (CPC, arts.1.152 e 1.153).

Habilitação incidente – Substituição deuma das partes, por motivo de falecimen-to, por seu sucessor ou interessado legal(CPC, arts. 1.055 e 1.062).

Habilitação profissional – Formalidadejurídica, necessária à aquisição do direitolegal para o exercício da profissão na qualse formou.

110Hábitat – Hermenêutica jurídica

Hábitat – (latinismo.) S.m. Local onde viveum organismo; meio ambiente; residênciahabitual.

Habite-se – S.m. 2n. Documentação hábil,fornecida por órgão específico da prefeitu-ra municipal, autorizando a ocupação e usode imóvel acabado de construir ou simples-mente reformado (Lei n. 4.591/64, art. 44).

Hasta – S.f. Pique, lança.

Hasta pública – Leilão, venda judicial;arrematação por quem oferecer maior lan-ço; pregão, por intermédio do leiloeiro, ou,onde não houver, pelos porteiros dos audi-tórios da comarca.

Hectare – S.m. Unidade de medição agrá-ria, correspondente a cem ares ou umhectômetro quadrado, isto é, dez mil metrosquadrados; símbolo: ha.

Hematologia forense – Parte da medicinalegal que estuda todos os aspectos do san-gue e dos órgãos hematopoéticos, isto é,relativos à formação e desenvolvimento dascélulas sangüíneas, com a finalidade de co-lher prova criminal.

Herança – (Lat. haerentia.) S.f. Aquilo quese transmite por hereditariedade; bem, di-reito ou obrigação, transmitidos a alguém,através de sucessão ou disposição testa-mentária, em virtude do falecimento do decujos, isto é, autor de herança.

Herança jacente – Herança legada, não seconhecendo os herdeiros (CC, arts. 1.591 e1.592; CPC, arts. 1.142 a 1.158).

Herança vacante – O mesmo que herançajacente ou vaga.Comentário: Praticadas as diligências legaise, após um ano do inventário concluído,não se apresentando os legítimos herdei-ros, a herança passa para o patrimônio doEstado (CC, arts. 1.593 e 1594 c/redaçãodada pelo Dec.-lei n. 8.207/45).

Herdar – (Lat. hereditare.) V.t.d. Receberpor herança.

Herdeiro – (Lat. hereditariu.) S.m. Aque-le que tem direito de receber, em virtude dalei ou por força testamentária, herança.

Herdeiro beneficiário – Aquele que, abenefício de inventário, aceita a herança.

Herdeiro forçado – O mesmo que herdei-ro necessário.

Herdeiro póstumo – O mesmo que her-deiro futuro; aquele cuja concepção já seacha concretizada e seu nascimento somentese dá depois abertura da sucessão.

Herdeiros necessários – Descendentes eascendentes do de cujo.

Hereditariedade – S.f. Qualidade daquiloque é hereditário; relacionado entre as gera-ções sucessivas; transmissão, aos descen-dentes, dos caracteres físicos, morais, psí-quicos, dos ascendentes; sucessão.

Heresia – (Lat. haeresis + ia.) S.f. Doutri-na que a Igreja Católica Apostólica Romanatem como contrária à sua matéria de fé; ação,palavra ou sentimento contrário aos dogmasde uma religião; opinião falsa ou absurda.

Hermeneuta – (Gr. hermeneutés.) S. 2g.Perito em hermenêutica.

Hermenêutica – (Gr. hermeneutiké.) S.f.Interpretação do sentido das palavras; artede interpretar as leis e os livros sagradosantigos. “‘Tanto a praxe como a boa herme-nêutica aconselhariam apresentar queixa emjuízo contra o delinqüente e prosseguir acausa’ (RANGEL, Alberto. Fura-Mundo!,p. 155).” FERREIRA, Aurélio Buarque deHolanda. Novo dicionário Aurélio da lín-gua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1999.

Hermenêutica jurídica – Interpretaçãocientífica dos textos da lei, com o objetivodo seu estudo e reunião num corpo doutri-nário dos processos a serem aplicados paraque o seu sentido se torne inalterável, seuconhecimento adequado e adaptados aosfatos sociais.

111 Hermenêutica jurídica – Hipossuficiente

Comentário: “Scire leges non est verbaearum tenere sed vim ac potestatem”, istoé, conhecer a lei não é conhecer as suaspalavras, porém a sua força e o seu alcance;o espírito da lei é a interpretação lógica. “Oapego às palavras é um desses fenômenosque, no Direito como em outros ramos dosaber, caracteriza a falta de madureza dedesenvolvimento intelectual” (In Principioerat Verbum). MAXIMILIANO, Carlos.Hermenêutica e aplicação do direito. 7. ed.Freitas Bastos, 1961.

Hermético – (Lat. hermetyicu.) Adj. Diz-se de tudo que fecha ou que se fecha perfei-tamente; que tem sentido obscuro; inteira-mente fechado.

Heteronomia – (Gr. héteros = diferente +nómos = lei.) S.f. Afastamento da lei co-mum, ordinária; ”Condição de pessoa oude grupo que recebe de um elemento quelhe é exterior, ou de um princípio estranhoà razão, a lei a que se deve submeter”(FERREIRA, Aurélio Buarque Holanda.Novo Dicionário Aurélio da Língua Portu-guesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Frontei-ra, 1999).

Heteronomia da norma jurídica – É aqualidade da norma jurídica, que é obriga-tória, impositiva e coercitiva ao indivíduo,forçando-o a observá-la, sendo penalizadose a infringir.Nota: É diferente da norma moral, que dá àpessoa inteira liberdade de ação, inclusivea intelectual, quando livre e espontânea. Aheteronomia do princípio jurídico é queserve de regra obrigatória, coercitiva se ne-cessária, mesmo sendo contrária à vontadeda pessoa, exige dela total obediência, sen-do penalizado se a desobedecer.

Heurema – (Gr. heúrema.) S.f. Disposi-ção preventiva ou precaução com a finali-dade de afirmar com segurança a validadedum ato jurídico para que o mesmo tenha oefeito desejado.

Heuremática – S.f. Conjunto normativoque regula o emprego dos heuremas.

Heuremático – Adj. Concernente aoheurema.

Hierarquia – (Gr. hierarkhia.) S.f. Ordeme subordinação dos poderes eclesiásticos,civis e militares; graduação da autoridade,correspondente às diversas categorias fun-cionais; segundo Mário Masagão, “é o vín-culo que coordena e subordina, uns aosoutros os órgãos de Poder Executivo, gra-duando a autoridade de cada um”.

Himeneu – (Gr. lat. hyménaios hymenæu.)S.m. Canto nupcial; nome da divindade quepresidia o casamento e a festa nupcial; ma-trimônio, casamento; festa de núpcias.Nota: “(...) o hábito de a moça solteira con-servar-se virgem é fato de verificação tri-vial” (A. Austregésilo, Obras Completas,III, p. 246).

Himeneulogia forense – “Parte da medi-cina legal que estuda os problemas médico-legais do casamento” (SYON NETTO,Sylvio. Terminologia Jurídica. Campinas:Conan, p. 77).

Hipocrisia – (Lat. hypocrisia.) S.f. Impos-tura, fingimento, simulação, falsidade.

Hipossuficiente – Adj. Pessoa economi-camente sem recurso, de pobreza constata-da e que deve ser amparada e auxiliada, se-gundo a lei, pelo Estado, inclusive a assis-tência jurídica, se esta vier a ser necessária.Nota: A CF, art. 203, diz o seguinte: “Aassistência social será prestada a quem delanecessitar, independentemente de contri-buição à seguridade social, e tem por obje-tivo: I – a proteção à família, à maternida-de, à infância, à adolescência e à velhice; II– o amparo às crianças e adolescentes ca-rentes; III – a promoção da integração aomercado de trabalho; IV – a habilitação ereabilitação das pessoas portadoras de de-ficiência e a promoção de sua integração àvida comunitária; V – a garantia de um salá-rio mínimo de benefício mensal à pessoaportadora de deficiência e ao idoso que com-provem não possuir meios de prover à pró-pria manutenção ou de tê-la provida porsua família, conforme dispuser a lei.”

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Hipoteca – (Gr. hypothéke.) S.f. Direito realsobre bens imobiliários, para garantir opagamento de uma dívida.Comentário: O credor hipotecário tem pre-ferência sobre todos os outros credores ins-critos depois dele, bem como sobre todosos credores quirografários e pode fazer ven-der os bens hipotecados em caso de nãopagamento, contanto que os seus créditosestejam devidamente resgatados na conser-vadoria respectiva; a mulher casada por con-trato dotal tem hipoteca legal nos bens doseu marido; os tutelados nos de seu tutores,e a fazenda nacional nos de seus fiadores(CC, arts. 809 a 862; Lei n. 6.015/73, arts.167 e 176).

Hipoteca legal – Aquela em que a lei ou-torga direito a determinada pessoa sobrebens imóveis, independendo esse direito ouprivilégio legal, de acordo entre as partes.

Hipotético – (Gr. hipothetikós.) Adj. Juízoduvidoso, incerto; juízo fundamentado nahipótese.

Histeria – (Gr. hystéra.) S.f. Nevroseproteiforme, caracterizada por sinais perma-nentes e por acidentes paroxísticos que con-sistem em ataques convulsivos e em manifes-tações que simulam afecções orgânicas as maisdiversas; perturbação do sistema nervoso quemuda de forma freqüentemente.Comentário: A histeria é um estado pato-lógico do sistema nervoso sem lesão orgâ-nica aparente, provocado nas pessoas mui-to emotivas, muitas vezes pela sugestão oupela auto-sugestão. Ela pode simular asdoenças mais diversas e é caracterizada porperturbação sensorial (anestesia, hipereste-sia, zonas histerogêneas), perturbações damotibilidade (paralisias, contrações, espas-mos), perturbações vaso-motoras. Mani-festa-se por acessos epileptóides e deliran-tes. A causa da histeria é ainda muito dis-cutida e a maior parte das vezes hereditá-ria. O seu tratamento é sobretudo do domí-nio da psicoterapia.

Histérico – (Gr. hysterikós.) Adj. Relativoà histeria; pessoa extremamente nervosa eirritadiça.

Holding – (Ing.) Posse, propriedade; es-pécie de títulos e ações.

Hombridade – (Esp. hombredade.) S.f.Aspecto varonil; qualidade do homem dig-no; dignidade, altivez, nobreza de caráter.

Homicida – S. e Adj 2g. Aquele que mataser humano; que produz a morte de alguém.

Homicídio – (Lat. homicidiu.) S.m. As-sassínio; morte de pessoa praticada poroutra; na definição de Carmignani, a maisem voga entre os criminalistas, “é a morteviolenta de um homem, injustamente prati-cada por outro”. Planiol diz com a sua ca-racterística concisão: “La personalité seperd avec les vies. Les morts ne sont plusde persones, ils ne sont plus rien.”Comentário: O homicídio pode ser assimqualificado: pela intensidade do dolo; pelaconsangüinidade entre agente e vítima; pe-los meios de execução; pelas causas perver-sas. O homicídio pode dar causa a indeniza-ções conforme dispõe o art. 1.537 do CC.

Homicídio consensual – O mesmo quehomicídio piedoso; aquele que é praticadoa pedido da vítima ou de seus parentes;eutanásia.

Homicídio culposo – Aquele que é pra-ticado por imperícia, imprudência ounegligência.

Homicídio doloso – Aquele, no qual, oagente quer tirar a vida de alguém ou assu-me o risco de o fazer.

Homicídio emocional – Aquele que écometido, sob grande comoção, após avítima ter passado por várias e injustasprovocações.

Homicídio necessário – Aquele que, ape-sar de ser um crime, é praticado em legíti-ma defesa, tendo por este motivo os ate-nuantes da lei.

Hipoteca – Homicídio necessário

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Homicídio qualificado – Aquele que épraticado por motivos torpes e vis, carac-terizado pelos meios cruéis empregados,tornando indefesa a vítima.

Homiziado – Adj. Foragido, oculto, escon-dido da ação da polícia.

Homiziar – V.t.d. Dar asilo, acoitar, darguarida a um deliqüentente, contra a açãoda justiça; na forma reflexiva, fugir à ação dajustiça; esconder-se.

Homizio – (Lat. homicidiu.) S.m. Ato ouefeito de homiziar; esconderijo, valhacoito;forma divergente de homicídio, seu signifi-cado na língua arcaica.

Homologação – S.f. Ato ou efeito de ho-mologar; decisão tomada pelo juiz quandoaprova ou confirma um ato processual ouuma convenção particular, para que produ-za efeitos jurídicos; “ato pelo qual o Su-premo Tribunal Federal aprova a executo-riedade duma sentença estrangeira no terri-tório nacional, depois de ter verificado queela atende a certos requisitos legais”(FERREIRA, Aurélio Buarque Holanda.Novo Dicionário Aurélio da Língua Portu-guesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Frontei-ra, 1999) (CPC, arts. 101, 158, 483, 484,874 a 876 e 1.098).

Homologar – V.t.d. Aprovar ou confirmarpor autoridade judicial ou administrativa.

Homologia – (Gr. homós + logos + ia.)S.f. Qualidade do que é homólogo; repeti-ção das mesmas palavras, conceitos, figu-ras etc., no mesmo discurso.

Homônimo – (Gr.> lat.t. homós + onyma> homonymu.) Adj. Que tem o mesmonome próprio de outra pessoa.

Honorários – (Lat. honorarius.) S.m. Re-tribuição paga às pessoas que exercem uma

profissão liberal, podendo ser convencio-nada ou não.Nota: Honorários de advogado: no Brasil,são de, no mínimo, 10% e no máximo de20% sobre o valor em que for condenado ovencido (CPC, arts. 20 e 21).

Honorífico – (Lat. hononorificu.) Adj. Quedá honra; honroso.

Honoris causa – Título honorífico dadopelas universidades às pessoas notáveis,especificamente o de doutor, professor etc.,documento independente de exames ouprovas.

Honra – S.f. “É a dignidade da pessoa, quevive honestamente, que pauta seu procedi-mento pelos ditames da moral” (BEVILÁ-QUA, Clóvis. Teoria geral do direito civil.2. ed. São Paulo: Francisco Alves, 1929).

Honra subjetiva – Sentimento que cadapessoa tem a respeito de seu decoro oudignidade.

Honrar – (Lat. honorare.) V.t.d. Venerar,respeitar, ilustrar, glorificar; acatar o com-promisso feito e cumprir a palavra dada.

Horas extras – Aquelas que vão além donormal do horário estabelecido em contra-to ou carteira de trabalho.

Horrendo – (Lat. horrendu.) Adj. Que hor-roriza, causa horror; hediondo.

Horista – S. e Adj. 2g. Empregado que re-cebe salário por hora trabalhada (CLT, art.478; Súm. n. 199-STF).

Horror – (Lat. horrore.) S.m. Sentimentode terror, repugnância; aversão; cena cruel;crime bárbaro; medo, pavor.

Hostilidade – (Lat. hostilitate.) S.f. Quali-dade daquilo que é hostil; provocação; atode inimigo.

Humoral – Adj. Relativo aos humores, aotemperamento.

Homicídio qualificado – Humoral

Idade – (Lat. aetate.) S.f. Número de anosde alguém, uma coisa ou acontecimento.

Identidade falsa – V. falsa identidade.Nota: Essa determinação surgiu no CPC de1939, revogado pelo atual art. 132, apro-vado em 1974, que prevê a substituiçãonos casos de transferência, promoção eaposentadoria do juiz.

Identificação criminal – Ato ou efeito deidentificar uma pessoa ou coisa que seja deinteresse para a justiça.

Identificação datiloscópica do indiciado– Sistema de identificação, feito através dasimpressões digitais (CPP, art. 6.o, VII).

Idôneo – (Lat. idoneu.) Adj. Que tem con-dições legais e morais para bem desempe-nhar certas responsabilidades; apropriado,apto, capaz, merecedor de confiança e decrédito.

Ignorância – (Lat. ignorantia.) S.f. Esta-do de quem é ignorante, ou seja, aquele queignora, que tem pouca ou nenhuma instru-ção; falta de saber.

Ignorância do direito – Princípio geral daslegislações, em que ninguém pode alegarignorância da lei para desculpar-se do não-cumprimento da mesma.

Ilação – (Lat. illatione.) S.f. Aquilo que seconclui ou deduz de certos fatos; inferência.

Ilaquear – (Lat. illaqueare.) V.t.d. Enlaçar,prender, pear; enredar no laço; cair ou fa-

zer cair em logro, iludindo a boa-fé de al-guém para tirar proveito próprio.

Ilegal – (Lat. med. illegale.) Adj. 2g. Que écontrário à lei, à soberania nacional, aosbons costumes e à ordem pública; ilegíti-mo, ilícito.

Ilegalidade – S.f. Condição do que é ilegal;estado do que contraria princípios e leis.

Ilegitimidade ad processum – Pessoa in-capacitada de estar em juízo, por si ou poroutrem.

Ilegítimo – (Lat. illegitimu.) Adj. Pessoaque, não tendo as condições exigidas pelalei, fica impedida de ingressar em juízo comosujeito ativo ou passivo de direito.

Ilibado – (Lat. illibatu.) Adj. Incorrupto,puro; não tocado; sem mancha.

Ilícito – (Lat. illicitu. ) Adj. Ato ou ação con-trária às leis ou à moral; que é proibido pelasnormas do Direito, da justiça, da moral so-cial, dos bons costumes e da ordem pública.

Ilícito administrativo – Infração a nor-mas de natureza administrativa.

Ilícito civil – Ação ou omissão que venhaa trazer prejuízo alheio.

Ilícito disciplinar – O mesmo que infra-ção disciplinar.

Ilícito penal – O mesmo que infração pe-nal; ofensa a disposições do CP e LCT.

116Il ícito tributário – Impenhorabilidade

Ilícito tributário – Descumprimento dasobrigações tributárias, quer sejam elas aces-sórias ou principais.

Ilícito tributário civil – Aquele que, ape-sar de ilícito, não chega a constituir crimede sonegação fiscal.

Ilícito tributário penal – Aquele que ve-nha a constituir crime de sonegação fiscal.

Ilicitude – S.m. Qualidade do que é ilícito.

Ilidir – (Lat. illidere.) V.t.d. Rebater, refu-tar; destruir.

Iliquidez – S.f. Qualidade de ilíquido, nãolíquido; bruto; bens e valores que não po-dem ser transformados de imediato em di-nheiro vivo.

Iludir – (Lat. illudire.) V.t.d. Causar ilusãoa alguém; enganar, lograr, frustrar alguém.

Ilusão – (Lat. illusione.) S.f. Erro dos sen-tidos ou da inteligência que faz tomar aaparência pela realidade; idéia quimérica;coisa efêmera, enganadora.

Ilusório – (Lat. illusoriu.) Adj. Que tendea iludir; que não se realiza; aparente, falso.

Imemorial – Adj. 2g. O de que não se temmemória; muito antigo.

Imigração – S.f. Entrada num país ondepassará a viver.

Imigrante – Adj. e S. 2g. Que imigrou; pes-soa que vem estabelecer-se num país quenão é o seu.

Imigrar – (Lat. immigrare.) V.i. Entrar numpaís estranho, para nele se estabelecer etrabalhar.

Iminente – Adj. 2g. Ameaçador; que estápara acontecer num futuro próximo.

Imissão – (Lat. immissione.) S.f. Ato ouefeito de imitir; introdução, penetração.

Imissão de posse – Ato judicial que dá auma pessoa possuir alguma coisa a que temdireito e da qual estava privada.

Imóvel rural – Imóvel cuja destinação é aexploração extrativa agrícola, pecuária ouagroindustrial, podendo a iniciativa serpública ou privada (Lei n. 4.504/64, art. 4).

Impasse – S.m. Situação difícil da qual pa-rece não haver saída; empecilho.

Impeachment – (Ing.) Impedimento; de-signa o afastamento, no regime presidencia-lista, do presidente ou governador, por cri-me de responsabilidade, em processo leva-do a efeito pelo Legislativo.

Impediente – Adj. 2g. Impeditivo, que im-pede; razão ou circunstância proibitiva deuma ação; que impede, p. ex., o casamento.

Impedimento do presidente da repúbli-ca – O mesmo que impeachment.

Impedimento judicial – Aquele que im-possibilita o juiz de executar determinadosatos funcionais de seu exercício regular; queinterrompe temporariamente o exercícioregular de suas atribuições.

Impedimento matrimonial – Ausência decondições legais ou a existência de motivoapresentado pelo contraente enganado, queimpeçam a celebração do casamento (CC,arts. 183 a 188; CP, arts. 238 e 239).

Impeditivo – Adj. O mesmo que impediente.

Impenhorabilidade – Garantia especialque se tem, de que, determinados benspatrimoniais, quer sejam oriundos de tes-tamento ou puramente por convenção, nãopodem ser objeto de penhora por credores,em virtude de disposição legal.Nota: Não podem ser penhorados: venci-mentos de magistrados, de professores, defuncionários públicos; soldo, salário, bensde família, pensões e montepios; ferramen-tas e utensílios necessários ao exercício deprofissão e o bem intransferível; produtode espetáculo; pensão alimentícia etc.(CPC, arts. 730, 731, 826, 838; Lei n. 8.009/90 – bem de família).Comentário: A CF, art.100 e §§, dispõesobre penhora de bens públicos discipli-

117 Impenhorabilidade – Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza

nando sobre a forma pela qual o seu paga-mento deva ser executado. As sentençasjudiciárias contra a Fazenda Pública nãopermitem a penhora de seus bens, mas ad-mitem o seqüestro necessário à solvênciado seu débito, de conformidade com certascondições processuais.

Imperícia – (Lat. imperitia.) S.f. Incom-petência da pessoa no desempenho de suaprofissão, função, ofício ou arte.Segundo Bento de Faria, “é a falta de co-nhecimentos necessários para evitar o malque o agente causou”; a imperícia constituium dos componentes do crime culposo.

Impertinente – (Lat. impertinenti.) Adj.2g. Estranho ao assunto que está sendo tra-tado; que não é admissível.

Ímpeto – (Lat. impetu.) S.m. Impulso, ata-que, fúria momentânea; vontade conscien-te dirigida com a finalidade de se obter umresultado criminoso ou assumir o risco deo produzir, nesse sentido, o mesmo quedolo irrefletido.

Impetrante – Adj. 2g. Que pede medidajurídica; que propõe ação.

Implicado – Adj. Comprometido, suspeito.

Implícito – (Lat. implicitu.) Adj. Subenten-dido; que se supõe estar contido num ato,ainda que não expressamente demonstrado.

Impoluto – Adj. Puro, virtuoso, imaculado.

Importação – S.f. Entrada legal em um país,Estado, província ou município de merca-dorias procedentes de outro.

Importunar – V.t.d. Provocar, incomodar,aborrecer.

Imposto – (Lat. impositu.) Adj. e s.m. Or-denado, obrigado, atribuído; como s.m., tri-buto, pagamento devido ao fisco, para fa-zer face às despesas da administração porserviços prestados à comunidade.Nota: Esta tributação está isenta de contra-prestação por parte daqueles que a reco-lhem e é distinta da taxa e da contribuição(CTN, art. 16).

Imposto de Importação – Imposto insti-tuído pela União, aplicado em produtos deoutra nação que entram no Território Nacio-nal; instituição protecionista e ao mesmotempo arrecadadora (CF, art. 153, I).

Imposto Predial e Territorial Urbano –Tributo devido aos municípios e a elespago, incidente sobre o domínio útil ou aposse da propriedade imobiliária urbana; éo chamado IPTU (CF, art. 156; CTN, arts.32 a 34).

Impostor – S.m. e Adj. Embusteiro, falso,enganador.

Imposto sobre a Propriedade de Veícu-los Automotores – O mesmo que IPVA;imposto de competência dos Estados e doDistrito Federal, incidente sobre a possede veículos (CF, art. 155, c).

Imposto sobre a Propriedade TerritorialRural – Imposto de responsabilidade daUnião; incide sobre a propriedade rural,localizada fora da área urbana, pelo domí-nio útil ou posse do imóvel, como está des-crito em legislação específica (CF, art. 153,VI; CTN, arts. 29 a 31).Comentário: Este imposto visa ao deses-tímulo às propriedade improdutivas; nãoincide sobre pequenas glebas, desde queexplorada pelo proprietário e que o mesmonão tenha outras propriedades idênticas.

Imposto sobre a Renda e Proventos deQualquer Natureza – O mesmo que im-posto de renda, de competência da União,incidindo sobre o capital, rendimento dotrabalho ou da junção de ambos e ganhos dequalquer natureza.Comentário: Segundo o inciso, II, § 2.o, doart. 153, esse imposto “não incidirá, nostermos fixados em lei, sobre rendimentosprovenientes de aposentadoria e pensão,pagos pela previdência social, da União,dos Estados, do Distrito Federal e dosmunicípios, a pessoa com idade superior asessenta e cinco anos, cuja renda total sejaconstituída, exclusivamente, de rendimen-tos do trabalho” (CF, art. 153, III; CTN,arts. 43 a 45).

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Imposto sobre Exportação – Imposto dacompetência da União, que incide sobre osprodutos nacionais ou nacionalizados, quesaem do país para o exterior e é pago poraquele que os exporta (CF, art. 153, II; CTN,arts. 23 a 28).

Imposto sobre Grandes Fortunas – Im-posto da competência da União, que de-pende de lei complementar, conforme pre-ceitua a CF, pois simplesmente fortuna nãosignifica grande fortuna.

Imposto sobre Operações de Crédito,Câmbio, Seguro, Títulos ou ValoresMobiliários – Imposto da competênciada União, incidindo sobre: operações decrédito, operações de câmbio, operaçõesde seguro, operações relativas a títulos evalores mobiliários.

Imposto sobre Operações Relativas àCirculação de Mercadorias e sobre Pres-tação de Serviços de Transporte Inte-restadual e Intermunicipal e de Comu-nicação – O mesmo que ICMS; impostoda competência dos Estados e do DistritoFederal, que incide sobre a circulação demercadorias, “absorvendo os impostos so-bre transporte, interestaduais e intermunici-pais, e o de comunicações”.

Imposto sobre Produtos Industrializa-dos – O mesmo que IPI; imposto da com-petência da União; incidência sobre a pro-dução de mercadorias industrializadas.Comentário: Produto industrializado é aque-le que foi submetido a qualquer modifica-ção quanto a sua natureza, finalidade ouseu aperfeiçoamento para o consumo (CF,art. 153, IV; CTN, arts. 46 a 51).

Imposto sobre Serviços de Qualquer Na-tureza – O mesmo que ISS; imposto da com-petência dos municípios, cujo fato gerador éa prestação de serviço de profissional autô-nomo, com ou sem estabelecimento fixo.Comentário: A base de cálculo desse im-posto é o preço do serviço prestado (CF,156, IV; Dec.-lei n. 406/68, arts. 8 a 12).

Imposto sobre Transmissão (causa mortis)– Imposto da competência dos Estados eDistrito Federal, sobre operação de trans-missão da propriedade de imóveis causamortis ou de quaisquer bens ou direitos, pordoação (CF, art. 155, I; CTN, arts. 35 a 42).

Imposto sobre Transmissão (inter vivos)–Imposto da competência dos municípios(CC, arts. 43 e 44).

Impostura – S.f. Embuste; artifício paraenganar; hipocrisia; montagem enganadorade uma situação embaraçosa; estelionato.

Impotência coeundi – Inaptidão para ocoito; falta de ereção (SYON NETTO,Sylvio. Terminologia jurídica. Campinas:Conan, 1993, p. 81).

Impotência concipiendi – Esterilidadefeminina; impossibilidade de conceber(SYON NETTO, Sylvio. Terminologia ju-rídica. Campinas: Conan, 1993, p. 81).

Impotência generandi – Esterilidade mas-culina; impotência para a fecundação.(SYON NETTO, Sylvio. Terminologia ju-rídica. Campinas: Conan, 1993, p. 81).

Impotência sexual – Incapacidade da pes-soa para a prática do ato sexual ou, conse-guindo a cópula, não atingir a procriação,devido a sua esterilidade.

Imprensar – V.t.d. Apertar, coagir à ma-neira de uma prensa; colocar alguém contraa parede.

Imprescritibilidade – S.m. Qualidade deimprescritível. “Caráter de direito ou daação que não está sujeito a prescrição” (GUI-MARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicioná-rio jurídico. 2. ed. São Paulo: Rideel, 1994,p. 97).Nota: “A imprescritibilidade dos bens pú-blicos é conseqüência lógica de sua inalie-nabilidade originária, daí não ser possível ainvocação de usucapião sobre eles” (GUI-MARÃES, Deocleciano Torrieri. Op. cit.,p. 97).

Imposto sobre Exportação – Imprescritibilidade

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Imprescritível – Adj. 2g. Que não prescre-ve; não é prescritível.

Imprevisão – S.f. Deixar de prever algumacoisa; base da punição do crime culposo,pelo motivo de o agente não ter previsto aconseqüência de seu ato que deveria e po-deria, se assim o quisesse.

Improbidade – (Lat. improbitate.) S.f. Faltade honradez, de caráter; maldade; falta deretidão do indivíduo; desonestidade.

Improcedência da ação civil – Julgamentoque o juiz faz, despachando negativamentea ação, quando esta não tem provas cabíveise verídicas sobre os fatos alegados.

Impugnação – (Lat. impugnatione.) S.f.Refutação, contestação; complexo de razõescom as quais são contestadas as da outraparte.

Impulsionar – (Lat. impulsio, onis + ar.)V.t.d. Dar impulsão; estimular, incitar; omesmo que impulsar (impulsare).

Impulsivo – (Lat. impulsivu.) Adj. Queatua obedecendo ao impulso de uma forçairresistível; sem prévia reflexão.

Imputabilidade – S.f. Responsabilidade;capacidade da pessoa em entender que ofato é ilícito e de agir de acordo com esseentendimento.Nota: A imputabilidade não é definida emlei, somente são enumerados os Estadosque a excluem, sendo ela considerada umpressuposto da culpabilidade, esta não exis-te ou pode ser minorada, pois falta a capa-cidade psíquica ou é proveniente de casofortuito ou de força maior, de compreendera ilicitude.Comentário: Na CF, art. 228 e CP, art. 27,encontramos o seguinte: “São penalmenteinimputáveis os menores de 18 anos, sujei-tos às normas da legislação especial”; Doen-ça mental ou cerebral – o CP, art. 26 e o § 2.o

do art. 28: “É isento de pena, o agente que,por doença mental ou desenvolvimento men-tal incompleto ou retardado, ou provenientede caso fortuito ou força maior, não pos-

Imprescritível – Inadimplência

suía, ao tempo da ação ou da omissão, aplena capacidade de entender o caráter ilíci-to do fato ou de determinar-se de acordocom esse entendimento.”

Imputar – (Lat. imputare.) V.t.d. Classifi-car de erro ou crime.

Imunidade – (Lat. immunitate.) S.f. Direi-to, privilégio ou vantagem que determina-das pessoas desfrutam devido o exercíciode cargo ou função; “É prerrogativa consti-tucional, só atribuída aos senadores e de-putados, de não serem processados porquaisquer crimes, sem autorização da res-pectiva corporação, enquanto durar o man-dato” (MEIRELLES, Hely Lopes. Dicio-nário jurídico de bolso. 9. ed. Campinas:Conan, 1994).Comentário: A prerrogativa subsistirá du-rante o estado de sítio, somente podendoser suspensa mediante voto de dois terçosdos membros da casa respectiva, nos casosde atos praticados fora do recinto do Con-gresso que sejam incompatíveis com a exe-cução da medida. O art. 142 do CP prevê aimunidade judiciária, sobre o qual há muitadivergência doutrinária. Segundo Hungria(Comentários ao Código Penal, 1958,v. VI, p. 116) e H. Fragoso (Lições de Direi-to Penal, 1976), o CP prevê casos de imu-nidade penal absoluta e exceções, nos art.181 a 183 (CF, arts. 27, 32, 53).

Inabilitação – S.f. Falta de aptidão legalou física para execução de ato jurídico ouobra e para a prática de um cargo.Comentário: No Direito Administrativo, oprocesso licitatório compreende duas fa-ses: habilitação e classificação. Candidatosque não apresentaram proposta de habi-litação ou que foram reprovados não po-dem concorrer à fase de classificação (Lein. 8.666/93, art. 33, § 2.o).

Inadimplemento – S.m. Descumprimento,inadimplência; descumprimento de qualquercláusula de um contrato; não observância dadata de vencimento de uma obrigação.

Inadimplência – S.f. O mesmo que ina-dimplemento.

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Inadimplente – Adj. 2g. Que não pagouou não cumpriu um compromisso.Comentário: A parte credora pode, por atopróprio e unilateralmente, rescindir o con-trato com o devedor inadimplente.

Inafiançável – Adj. 2g. Não afiançável.

Inalienabilidade – S.f. Qualidade jurídicado que não pode ser transferido, cedido,nem sujeito a ônus real, devido a sua pró-pria natureza, por força de lei, ou de algu-ma cláusula contida na parte testamentária(CP, art. 17; CC, arts. 67, 72, 293 a 296,309, 1676; Súm. n. 49 STF; Lei n. 5.988/73, art. 28).

Inalienável – Adj. 2g. Intransferível.

Inamovibilidade – S.f. Prerrogativa de quegozam os magistrados (juízes, desembar-gadores, ministros) de se manterem nacomarca e de certa categoria de funcionáriospúblicos, de não serem removidos, a nãoser por seu próprio pedido, por promoçãoaceita, ou decisão do tribunal competente,por interesse público.Comentário: O ato de remoção, disponibi-lidade e aposentadoria, também será efetua-do, a bem do serviço público, em decisãopor voto de dois terços do respectivo tri-bunal, na qual é assegurada ampla defesa(CF, arts. 93,VIII, e 96, II).

Inapto – Adj. Inepto, inábil, incapaz, nãohabilitado.

Incapacidade absoluta – V. Incapacidadecivil.

Incapacidade civil – Assim estabelecidano art. 5.o do CC: absolutamente incapa-zes são os menores de 16 anos; os loucosde todo o gênero; os surdos-mudos, quenão puderem exprimir a sua vontade; osausentes, declarados tais por ato do juiz.

Incapacidade jurídica – Falta de capaci-dade para exercício de direitos que são de-terminados pela lei (CC, arts. 5.o, 6.o, 145,I, e 147, I).

Incapacidade relativa – Aquela que tornaas pessoas dependentes da autorização deoutra para que a prática de seus atos sejamválidas: os maiores de 16 e menores de 21anos; as mulheres casadas, enquanto sub-sistir a sociedade conjugal; os pródigos; ossilvícolas (CC, art. 6.o, 147, 154 a 156).Comentário: Pela Lei n. 4.121, de 27 deagosto de 1962, ficou alterado o dispositi-vo contido no CC, sobre a situação da mu-lher casada, suprimindo dele o referente àsmulheres casadas. Não fala sobre o que ve-nha ser pródigo. Entretanto, vamos encon-trar o sentido de tal expressão nas Ordena-ções do Reino (Portugal) que dizia que pró-digo era aquele que desordenadamente gas-tava e destruía a sua fortuna. Para estes, ojuiz, após constatação judicial, nomeava umcurador a esse “incapaz”. Quanto aos sil-vícolas, são protegidos por legislação espe-cial e específica, consubstanciada nos Dec.n. 5.484, de 27.06.1928 e 1.886 de15.12.1939.

Incapaz – (Lat. incapace.) Adj. Que não temcapacidade, não é capaz de; inábil, inepto.

Incauto – (Lat. incautu.) Adj. Que não temcautela; imprudente; desprevenido

Incentivo fiscal – Prerrogativa concedidapelo Estado a uma pessoa ou empresa, de-vido a qual esta deixa de pagar uma partedos impostos que lhe são devidos.Nota: É concedida, como estímulo, àquelesque investem recursos, especialmente fi-nanceiros, em determinada região ou área.

Incesto – (Lat. incestu.) S.m. Prática sexualentre parentes próximos, por consangüini-dade ou afinidade (CC, arts. 183 a 190 e352 a 367).

Incidência – (Lat. incidentia.) S.f. Ato deincidir, de cair sobre; coincidência; momen-to em que nasce a obrigação do contribuin-te pagar o tributo.

Incidente – Adj. 2g. Que incide; circuns-tancial. S.m. Circunstância acidental; su-

Inadimplente – Incidente

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cesso de importância secundária que so-brevêm de uma questão ou debate; fato ouquestão que coloca obstáculo ou embaraçaa seqüência normal de um processo.

Incidir – (Lat. incidire.) V.t.d. Cair sobre;sobrevir; acontecer.

Inciso – (Lat. incisu.) Adj. e S.m. Cortado,talhado; frase curta, intercalada; subdivi-são de um artigo ou parágrafo, geralmenteprecedido de um algarismo romano.

Incógnito – (Lat. incognitu.) Adj. Desco-nhecido, não conhecido; oculto, disfarçado.

Incolumidade – (Lat. incolumitate.) S.f.Garantia de integridade; segurança; qualida-de do que está ileso, livre de perigo, salvo.

Incolumidade pública – Garantia de inte-gridade e segurança social, devida pelo po-der público à sociedade.Comentário: Construções, barrancos, pare-dões, andaimes, pontes etc., cujo trabalhoou benefício representa risco para incolu-midade pública, e constitui crime do respon-sável. O Dec.-lei n. 3.688/41, arts. 28 a 41,e os arts. 250, 256 ao 285 do CP tratam dascontravenções e dos crimes contra a inco-lumidade pública.

Incompetência – S.f. Falta de competên-cia; incapacidade.Nota: A incompetência do juiz ou outraautoridade refere-se a seu impedimento parapraticar atos fora de suas atribuições oualém do alcance de sua jurisdição.

Inconstitucionalidade – S.f. Condiçãocontrária aos parâmetros da Constituição.Comentário: Somente o Senado Federalpode suspender, no todo ou em parte, aexecução de lei declarada inconstitucionalpor decisão definitiva do STF. Também:“Compete ao STF, precipuamente, a guar-da da Constituição, cabendo-lhe processare julgar, mediante recurso extraordinário,as causas decididas em única ou última ins-tância, quando a decisão recorrida contrariardispositivo da Constituição, declarar a

inconstitucionalidade de tratado ou lei fe-deral; julgar válida lei ou ato de governolocal contestado em face desta Constitui-ção. Podem propor a ação de inconstitucio-nalidade: o Presidente da República, a mesado Senado Federal, da Câmara dos Deputa-dos ou de Assembléia Legislativa; o Go-vernador de Estado; o Procurador-Geral daRepública; o Conselho Federal da OAB;partido político com representação no Con-gresso Nacional; confederação sindical ouentidade de classe de âmbito nacional. De-clarada a inconstitucionalidade por omis-são de medida para tornar efetiva norma cons-titucional, será dada ciência ao Poder com-petente para a adoção das providências ne-cessárias e, em se tratando de órgão admi-nistrativo, para fazê-lo em trinta dias. Cabeaos Estados a instituição de representaçãode inconstitucionalidade de leis ou atosnormativos estaduais ou municipais em faceda Constituição Estadual, vedada a atribui-ção da legitimação para agir a um único ór-gão. O Ministério Público tem a função de,entre outras, promover a ação de inconsti-tucionalidade ou representação para fins deintervenção da União e dos Estados, noscasos previstos na Constituição.

Incorporação imobiliária – Atividadeexercida por pessoas qualificadas, com a fi-nalidade da promoção e construção de con-juntos de edificações, residenciais ou não,ou de edificações compostas de unidadesautônomas (Lei n. 4.591/64, arts. 28 a 66).

Incorporador – S.m. Pessoa física ou jurídica,comerciante ou não, que muito embora nãosendo o construtor, assina compromisso devender frações ideais de terreno (se for edifíciode apartamentos) ou efetua diretamente a ven-da (Lei n. 4.591, arts. 29 e 32 a 47).

Incorruto – (Lat. incoruptu.) Adj. O mesmoque incorrupto; não tem corrupção; que nãose deixa corromper ou que não se corrompeu.

Incúria – S.f. Falta de cuidado; deleixo;negligência.

Incidente – Incúria

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Incurso – Adj. Comprometido, incluído,incorrido em; que incorreu em falta, infrin-gindo normas estatuídas legalmente, ou co-metendo violação de um artigo de qualquerlei, sendo, devido a isto, incurso em san-ções punitivas.

Indébito – (Lat. indebitu.) Adj. Indevido; quenão é devido; que foi pago indevidamente.

Indeferido – Adj. Que teve despacho de-negatório do que foi requerido.

Indenização – S.f. Ação que a pessoa pre-judicada propõe, devido à violação de seusdireitos, exigindo nesta ação reparação domal causado (CC, arts. 159, 1.518 e 1.537a 1.553).

Indiciado – Adj. Aquele que responde aum inquérito policial ou administrativo, ouque tenha cometido uma infração criminal,que, com propositura de ação penal, passaa denominar-se réu.

Indício – (Lat. indiciu.) S.m. Circunstânciaconhecida e provada, que, tendo relação como fato, autoriza concluir-se pela existênciade outra ou outras circunstâncias; é a cha-mada prova circunstancial (CPP, art. 239).

Indigente – Adj. 2g. Paupérrimo, men-dicante.

Indução – (Lat. inductione.) S.f. Inferência,conjetura. “Não se pode julgar coisas quenão vê, senão por indução baseada nas quevê” (Rousseau); em Lógica, operação queconsiste em passar dos fatos à lei e geral-mente de casos singulares ou especiais auma proposição mais geral; raciocínio quese faz, deduzindo uma coisa de outra, ouseja, do particular, tira-se uma conclusãogeneralizada, isto é, dos efeitos observa-dos, deduz-se a causa.

Indulto – (Lat. indultu.) S.m. Ato de cle-mência do poder executivo de caráter geral eimpessoal, concedendo diminuição ou co-mutação da punibilidade de um determina-do grupo de condenados por crimes comunse contravenções, sem referências expressa a

cada beneficiado pela medida e sem que ces-sem todos os efeitos da condenação (CF,art. 84, XII; CP, art. 108, II; CPP, art. 741).Comentário: “A extinção da punibilidadede crime que é pressuposto, elementoconstitutivo ou circunstância agravante deoutro, não se estende a este. Exemplos: aextinção da punibilidade do crime contra opatrimônio não alcança a receptação que otinha como pressuposto; no crime de danoqualificado pela lesão corporal, a eventualprescrição desta não retira a qualificaçãodo dano” (DELMANTO, Celso. CódigoPenal comentado. Rio de Janeiro: Reno-var, p. 168-169).

Induzimento – S.m. Ato de induzir; insti-gação para levar alguém a fazer algo.

Induzimento ao suicídio – Crime contra avida, que consiste no açular, provocar, incitarou estimular alguém a suicidar-se ou pres-tar-lhe auxílio para que o faça (CP, art. 122).

Inépcia da petição inicial – Imperfeiçãona petição inicial, tornando-a obscura, con-traditória, não hábil (CPP, arts. 284 e 285).

Inepto – (Lat. ineptu.) Adj. Inapto; semnenhuma aptidão; aquele que, num proces-so, pratica omissão de requisitos legais, ouentra em franca contradição, evidenciandoconflito com o que preceitua a lei.

Inexeqüível – Adj. 2g. Inexecutável; quenão pode ser executado.

Infâmia – S.f. Dano social ou legal à honra,à reputação ou à dignidade de alguém; omesmo que à difamação.

Infanticídio – (Lat. infanticidiu.) S.m. Crimede morte que consiste em a mulher que pariurecentemente matar, sob a influência do esta-do puerperal, o próprio filho, durante o par-to ou logo após o mesmo (CP, art. 123).

Infortunística – S.f. Estudo médico-legaldos casos de incidência nos acidentes dotrabalho, das doenças ditas profissionais,suas causas e efeitos e meios que devemser adotados para a sua prevenção.

Incurso – Infortunística

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Infração administrativa – Violação come-tida por particular, contra regulamentos ounormas regulamentares da administraçãopública; inobservância dos deveres decor-rentes do cargo que ocupa, cometidas con-tra a administração pública.

Infração disciplinar – Ação ou omissão defuncionário público, no desempenho de seucargo ou fora dele, comprometendo a digni-dade e o decoro da administração pública.

Infração penal – Delito, contravenção,transgressão; falta de cumprimento ou vio-lação das normais penais, uma infração.Comentário: Todo delito é um fato humano,decorrente da simples vontade do agente,podendo esta ser direta e indireta, caracteri-zando, assim, uma modalidade de culpa. Ainfração penal é “essencialmente conceitojurídico, enquadrando-se na teoria geral dodireito; a essência do crime em sua juricidade,ou seja, em seu aspecto de fato estabelecidopelo direito. Constitui crime a conduta con-trária ao direito, situando-se na vasta cate-goria do ilícito penal e o ilícito jurídicoextrapenal (civil, administrativo, disciplinaretc.) não apresentam distinção ontológica,mas apenas extrínseca e legal (...). Não exis-te diferença de substância entre ilícito civil epenal: a diferença é apenas de grau e de quan-tidade. O ilícito penal é mais grave, atingin-do os mais importantes valores da vida social”(FRAGOSO, Heleno Claudio. Licões de di-reito penal: parte geral. 5. ed. Rio de Janei-ro: Forense, p. 146-147).

Infligir – (Lat. infligere.) V.t.d. e i. Impor,cominar ou aplicar pena, castigo, repreensão.

Infringir – (Lat. infringere.) V.t.d. Violar,transgredir, desrespeitar.

Iniciativa popular – Pela CF, um projetosubscrito pelo menos por 1% do eleitoradobrasileiro, quer da União, Estado ou muni-cípio, pode apresentar ao Poder Legislativoum projeto de lei que deverá ser examinadoe votado.

Início da ação – Momento em que a peti-ção é despachada pelo juiz, ou, simplesmen-te, distribuída, quando existem mais varas.Observação: Com a citação do réu, fica com-pleta a relação judicial (CPC, art. 263).

Inidoneidade – S.f. Qualidade de inidônio;falta de idoneidade. Diz-se, também da qua-lidade do ato que não tem aptidão para atin-gir o fim que se pretende; qualidade de im-próprio, de inadequado.

Inilidível – Adj. Irrefutável; não pode sercombatido; que não é ilidível.

Inimputabilidade penal – Qualidade doque não pode ser imputado; não imputávelpor ser inteiramente incapaz de entender ocaráter ilícito do fato ou de determinar-se deacordo com esse entendimento (CP, art. 26).

Iniqüidade – (Lat. iniquitate.) S.f. Perver-sidade, malevolência; qualidade do que éextremamente injusto; rigorismo excessivona aplicação da lei.

Injunção – (Lat. injunctione.) S.f. Ordemformal; imposição.

Injúria – S.f. Ofensa ao decoro ou à digni-dade de alguém (CP, art. 140).

Injúria real – Aquela praticada por vio-lência ou vias de fato.Nota: É aviltante, se consiste em violênciaou vias de fato (CP, art. 140, § 2.o).

Injuridicidade – S.f. Qualidade do atoem que há carência de fundamento jurídi-co; ilegalidade.

Inoficioso – (Lat. inofficiosu.) Adj. Nãooficioso; que não provém de autoridade;legalmente inválido; sem eficácia.Comentário: É este um preceito introduzi-do em testamento, deserdando, sem razãolegal, o herdeiro legítimo, da parte a quetem direito legalmente, e que vai além dametade disponível do que foi deixado emtestamento na ocasião do direito que lhefoi, então, conferido. Este preceito é umato nulo, por ser prejudicial à pessoa, quecomo herdeira legal, tem todo o direito.

Infração administrativa – Inoficioso

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Inquérito – (Lat. inquærito.) S.m. Conjun-to de atos e diligências, visando à apuraçãode alguma coisa; sindicância através de in-formações de testemunhas.

Inquérito constitucional – V. ComissãoParlamentar de Inquérito.

Inquérito policial – Procedimento paraapurar as infrações penais e oferecer ao ti-tular da ação penal elementos com que, emjuízo, pedirá a aplicação da lei.Observação: Quando a infração for em de-trimento de bens, serviços e interesses daUnião ou de suas entidades autárquicas eempresas públicas, a competência é da po-lícia federal (CF, art. 144, § 1.o).Comentário: A natureza jurídica do inquéri-to policial é inquisitória. Nele não há a defe-sa propriamente dita. A atuação da políciajudiciária é unilateral, através do recolhimentodas chamadas provas preliminares, aquelasque se referem ao fato ocorrido que justificaa infração penal, sua autoria e as circunstân-cias em que foi cometida. Segundo o CPP,art. 14, “o ofendido, ou seu representantelegal, e o indiciado poderão requerer qual-quer diligência, que será realizada ou não, ajuízo da autoridade”, isso devido à naturezajurídica inquisitória e sempre sigilosa, nãohavendo, portanto, defesa. Mas o advogadodo ofendido poderá ter livre acesso às peçasescritas do inquérito como é permitida a suapresença no interrogatório do suspeito e dastestemunhas. Dinâmica do inquérito policial:o CPP, art. 6.o, especifica as providências:Logo que tiver conhecimento da prática dainfração penal, a autoridade policial deverá:I – dirigir-se ao local, providenciando paraque não se alterem o estado e conservaçãodas coisas, até a chegada dos peritos crimi-nais; II – apreender os objetos que tiveremrelação com o fato, após liberados pelosperitos criminais; III – colher todas as pro-vas que servirem para esclarecimento do fatoe suas circunstâncias; IV – ouvir o ofendido(colhendo todas as informações que a vítima

apresentar); V – ouvir o indiciado (suspeitode ter praticado o crime), reduzindo por es-crito as respostas do mesmo, lendo-lhe oque foi escrito e devendo o respectivo termoser assinado por duas testemunhas que lhetenham ouvido a leitura; VI – proceder aoreconhecimento de pessoas e coisas e a aca-reações; VII – determinar, se for o caso, quese proceda o exame de corpo de delito equaisquer outras perícias; VIII – ordenar aidentificação do indiciado pelo processodatiloscópico, se possível, e fazer juntar aosautos sua folha de antecedentes; IX – averi-guar a vida pregressa do indiciado, sob oponto de vista individual, familiar e social,sua condição econômica, sua atitude e esta-do de ânimo antes e depois do crime e du-rante ele, e quaisquer outros elementos quecontribuírem para apreciação do seu tempe-ramento e caráter.Nota: Se o indiciado for menor de 21 anos,mas maior de 18, a autoridade deveráinterrogá-lo na presença de um curador; casocontrário, o interrogatório poderá ser nulo,inclusive a própria acareação e o auto deprisão, mesmo sendo em flagrante delito,sendo obrigada a sua soltura. Depois de tersido instaurado o inquérito, este jamaispoderá ser arquivado na delegacia. Deveráser enviado ao fórum. Somente o promo-tor, juntamente com o juiz, é que irão decidirsobre o seu arquivamento ou não, decidin-do se este deverá ser utilizado ou não numaação penal. Entretanto, se o inquérito forarquivado pelo juiz, não poderá serdesarquivado, a não ser se aparecerem no-vas provas e será devidamente reanalisado.

Inquilinato – (Lat. inquilinatu.) S.m. Re-lação de aluguel de imóvel, entre locador elocatário; estado de quem reside em casa,barraco, apartamento ou cômodo alugado;tempo em que dura a ocupação do imóvel.

Inquilino – (Lat. inquilinu.) S.m. Pessoaresidente em imóvel que tomou mediantealuguel (Lei n. 8.245/91).

Inquérito – Inquilino

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Inquinado de vício – Ato jurídico poluídode vício que o invalida.

Inquirição – S.f. Indagação detalhada quea autoridade competente faz à testemunha,sobre determinado fato, solicitando-lhe quefale tudo o de que tem conhecimento acercado ocorrido, com a finalidade da real e com-pleta averiguação da veracidade.

Inquirição judicial – Indagação feita emjuízo.

Inquisição – (Lat. inquisitione.) S.f. Anti-go tribunal eclesiástico, conhecido tambémpor Santo Ofício, instituído pela IgrejaCatólica em certos países, para punir, comos mais diversos tipos de suplício, os cri-mes contra a fé, na ilusão de extirpar oshereges, os judeus e os infiéis.

Inquisidor – (Lat. inquisitore.) S.m. Juizdo Tribunal da Inquisição.

Inquisitório – Fase do processo penal atéa decisão do juiz.

Insalubridade – (Lat. insalubritate.) S.f.Qualidade ou caráter do que é insalubre oudoentio.Observação: A CLT contempla aqueles quetrabalham em lugares insalubres ou doen-tios, com um acréscimo no salário.

Insanidade mental – Loucura, demência;diminuição das faculdades mentais.Comentário: O artigo 26 do CP diz: “É isen-to de pena o agente que, por doença mentalou desenvolvimento mental retardado, era,ao tempo da ação ou da omissão, inteira-mente incapaz de entender o caráter ilícitodo fato ou de determinar-se de acordo comesse entendimento.”

Insano – (Lat. insanu.) Adj. Demente.

Inscrição – (Lat. inscriptione.) S.f. O mes-mo que registro ou transcrição. A Lei n.6.015 (de Registros Públicos), art. 169, diz:“Na designação genérica de registro, consi-deram-se englobadas a inscrição e a trans-crição a que se referem as leis civis.”

Nota: Devido aos títulos submetidos ao re-gistro não serem transcritos na sua íntegra,seria conveniente a adoção simplesmente dapalavra inscrição, como faz a própria Lei n.6.015/73, nos arts. 189,263, 265 e 277.

Insólito – (Lat. insolitu.) Adj. Desusado,raro, inabitual, incomum, extraordinário;contrário ao uso geral.

Insolvável – (Fr. insovable.) Adj. 2g. Omesmo que insolvente.

Insolvência – S.f. Qualidade ou situaçãode insolvente; passivo superior ao ativo;falta de bens suficientes para pagamentodas obrigações.

Insolvente – Adj. 2g. Que não pode pagaras suas dívidas; não possui bens para pa-gar o que deve.

Inspecção judicial – Trabalho praticadodiretamente pelo juiz, observando fatos,pessoas e coisas para adquirir certeza econvicção para formar julgamento.

Instância – (Lat. instantia.) S.f. Insistên-cia, pedido, súplica; série de atos de umprocesso judicial; tribunal de apelação; graude jurisdição.

Instância extraordinária – Instância queconstitui o Supremo Tribunal Federal.

Instância inferior – Grau de hierarquiado juízo singular; primeira instância da Jus-tiça Estadual e da Justiça Federal.Nota: Na Justiça do Trabalho, a instânciainferior é constituída das Juntas de Conci-liação e Julgamento – JCJ.

Instância ordinária – Diz-se do grau de hie-rarquia do juízo estadual ou do juízo federal:primeira instância, constituída pelo juízo sin-gular, que, inicialmente, com conhecimentoda causa, a examina, submete a discussão ejulgamento; segunda instância, constituída porjuízo superior, que, nos Estados, compreen-de os Tribunais de Justiça e de Alçada; naUnião, o Tribunal Federal de Recursos.

Inquinado de vício – Instância ordinária

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Instância superior – Diz-se do grau dehierarquia do juízo coletivo, representadanos Estados pelos Tribunais de Justiça ede Alçada e na União pelo Tribunal Federalde Recursos. Diz-se, também, da instânciaextraordinária, representada pelo SupremoTribunal Federal, com relação à instânciaordinária, estadual e federal.

Instauração – (Lat. instauratione.) S.f. Atoou efeito de instaurar.

Instauração do processo – Ato de propora abertura ou o início de ação judicial, pro-posição esta feita através de despacho decitação da inicial, nas comarcas em que háapenas um juiz, ou de sua distribuição casohaja mais de uma vara (CPC, art. 263).

Instaurar – (Lat. instaurare.) V.t.d. Co-meçar, iniciar, estabelecer, formar; promo-ver um inquérito ou um processo.

Instigação – (Lat. instigatione.) S.f. Atode instigar, estimular, sugestionar alguém;estimulação de idéia criminosa já existente.

Instituição – (Lat. institutione.) S.f. No-meação de herdeiro; fundação, criação; ins-tituto, entidade.

Instituído – Adj. Diz-se daquele em favorde quem se institui uma doação, legado, be-nefício ou direito.Nota: A primeira pessoa indicada nofideicomisso.

Institutas – (Lat. pl. instituta.) S.f. Obras ele-mentares que encerram os princípios do Direi-to, e especialmente o código mandado redigirpor Justiniano, imperador do Oriente (533).Observação: Em DRom, é uma das quatropartes do Corpus Juris Civilis, livros redigi-dos por uma comissão de três jurisconsultos:Triboniano, Doroteu e Teófilo, por ordemdo imperador Justiniano.

Institutas de Gaio – Manual escolar, escri-to pelo jurista Gaio, aproximadamente emmeados do século II e encontrado em 1816.Observação: Este manual foi base para asInstitutas que fazem parte do Corpus JurisCivilis.

Instituto – (Lat. institutu.) S.m. O mesmoque instituído; o que está regulamentado;corporação ou organização jurídica, cientí-fica, econômica, administrativa etc., regu-lamentada por um conjunto orgânico denormas de Direito Público ou Privado.Nota: No sentido de regulamentação, sãoexemplos de institutos: do poder pátrio,do fideicomisso, da posse etc.

Instrução – (Lat. instructione.) S.f. Expli-cação fornecida através de documentaçãobaseada em diligências, formalidades, alega-ções das partes e provas produzidas, para oesclarecimento da relação jurídica litigiosapara habilitar o juiz a fazer o julgamento.

Instrução criminal – “É o ato administra-tivo ordinário que visa disciplinar o funcio-namento da Administração e a conduta fun-cional de seus agentes” (MEIRELLES,Helly Lopes. Dicionário jurídico de bolso.9. ed. Campinas: Conan, 1994). É o con-junto de atos, diligências, formalidades, ale-gações das partes e provas produzidas, paraesclarecer a relação jurídica litigiosa e pro-porcionar ao juiz da causa os elementos ouconhecimentos necessários que o habilitema julgá-la. Série de atos e outras medidaspelas quais o juiz reúne os elementos dainfração penal e da culpabilidade, ou não,do indiciado.

Instruções administrativas – Determina-ção ou elucidação, de caráter particular ougeral, que o ministro de Estado, por serautoridade mais elevada, endereça a um oumais inferiores hierárquicos, sobre normasde serviços, ou inteligência de lei ou de re-gulamento, para a boa execução de um ououtro, e perfeita ordem na marcha dos ne-gócios administrativos.

Instruir – (Lat. instruere.) V.t.d. Anexar auma petição apresentada em juízo docu-mentos, provas, alegações das partes, opreenchimento de lacunas e defeitos, parafundamentar e esclarecer o processo emcausa.

Instância superior – Instruir

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Instrumentária – Adj. Relativo a instru-mento, a documentos levados a juízo, apessoa que lavra instrumentos jurídicos.

Insubsistente – Adj. Que não pode sub-sistir; tudo que não se funda na lei ou emprovas admissíveis.

Insubstancial – Adj. 2g. Não substancial;qualidade do que não tem fundamento legal.

Insulto – (Lat. insultu.) S.m. Afronta, in-júria, ultraje violento e brusco; agressão àhonra dignidade pessoal de alguém sem termotivo justo.

Insurreição – (Lat. insurrectione.) S.f. Re-belião, revolta, sublevação; delito de nature-za política e de caráter popular que consistena rebelião armada, civil ou militar, com oobjetivo da deposição de um governo legal-mente constituído e sua substituição por ou-tro de confiança dos revoltosos.

Insurreto – (Lat. insurrecto.) Adj. e S.m.Rebelde, revolucionário; que ou aquele que seinsurgiu, ou tomou parte numa insurreição.

Intempestividade – (Lat. intempestivitate.)S.f. Qualidade de intempestivo; fora daocasião oportuna, do tempo próprio ou doprazo legal.

Intempestivo – (Lat. intempestivu.) Adj.Fora do tempo apropriado; inoportuno.

Intenção – (Lat. intentione.) S.f. Intento;vontade ou propósito deliberado; dolo, de-sígnio, desejo secreto de praticar o atodelituoso.Nota: Esta palavra corresponde ao francêsarrière-pensée.

Interdição – (Lat. interdictione.) S.f. Proi-bição, impedimento; privação legal que im-pede alguém do gozo ou do exercício decertos direitos ou mesmo de gerir seus bense a própria pessoa (CC, arts. 447 e segs.).

Interdito – (Lat. interdictu.) Adj. Ação in-tentada com a finalidade de proteção dedeterminada posse; instituto jurídico quese caracteriza por uma ordem judicial de

manutenção (contra turbações), de reinte-gração (contra esbulhos) ou por preceitoproibitório (contra violência iminente).

Interessado – Adj. Que tem interesse; quetem direito aos lucros de uma empresa,empregado ou sócio; que está atento; aspartes em litígio e terceiros com interessepróprio.

Interesse – S.m. Empenho; participaçãonum negócio; aquilo que é útil ao indivíduo(interesse pessoal) ou ao conjunto dos in-divíduos de um grupo (interesse geral) ou àcomunidade em geral (interesse público);atenção espontânea provocada pelos obje-tos correspondentes às nossas tendências;caráter daquilo que desperta o interesse; leido interesse: a que explica as associaçõesde idéias pelo interesse.

Interesses coletivos – Aqueles que vincu-lam os membros de uma comunidade emgeral; interesse geral da população.

Interinidade – S.f. Tempo de duração doexercício de um cargo ou encargo públicona condição de interino.

Interino – Adj. Provisório, temporário;aquele que exerce uma determinada funçãopública somente por tempo determinado.

Intermitente – (Lat. intermittente.) Adj.Não contínuo, descontínuo; que interrom-pe o curso e o retoma.

Interpelação – (Lat. interpellatione.) S.f.Medida cautelar (aviso de advertência) queconsiste numa manifestação formal, porintermédio de um juízo, de comunicação devontade, tendo por fim prevenir responsa-bilidades e eliminar a possibilidade de ale-gação futura de ignorância; pedido de ex-plicação (CPC, arts. 867 a 873); aviso ouadvertência que o credor faz, por via parti-cular, por avisos públicos ou por via cartoralao devedor para que este cumpra a obriga-ção de seu encargo, sob pena de ser consti-tuído em mora, ou para outros efeitos quea lei faz depender dessa medida.

Instrumentária – Interpelação

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Interpelação criminal – Que uma pessoafaz em juízo criminal para que alguém dê aointerpelante esclarecimento sobre frases cri-minosas, difamatórias ou injuriosas que te-nha proferido a seu respeito (CP, art. 144).

Interpelar – (Lat. interpellare.) V.t.d. Pro-mover a interpelação de alguém; intimar;notificar por via judicial ou não uma pessoapara que pratique certo ato ou tenha ciênciade determinado fato, a fim de que sobre elese manifeste ou, em razão dele, seja respon-sabilizado; em técnica parlamentar, pedidode explicações, de deputado ou senador, aum ministro de Estado ou ao governo.

Interposição – (Lat. interpositione.) S.f.Posição entre duas coisas; ato de oferecerrecurso contra decisão insatisfatória.

Interposição de pessoa – Simulação queconsiste em ocultar o verdadeiro interessa-do num ato jurídico, fazendo aparecer umaterceira pessoa em seu lugar, interferindoeste na conclusão de ato jurídico.Observação: A interposição pode ser real,se o interposto tem existência positiva; efictícia, se incide sobre pessoas que apa-rentemente intervém, sem serem partes.

Interposta de pessoa – Diz-se da pessoaque se interpõe na realização de um atopara ocultar o verdadeiro interessado.Comentário: Pessoa interposta, o mesmoque presta-nome.

Interpretação – (Lat. interpretatione.) S.f.Ato ou efeito de interpretar; ato pelo qualo hermeneuta procura apreender o sentidoda norma jurídica, alcançar sua verdadeirainteligência e seu justo sentido técnico.

Interpretação autêntica – Interpretação dalei, feita pelo mesmo poder que a editou, eocorre por meio de outra que a explica.

Interpretação da lei – Determinação dosentido e do alcance da lei; aplicação, naprática, dos princípios da hermenêutica(LCC, art. 4.o).

Interpretação dos contratos – Entendi-mento baseado nos princípios da herme-

nêutica que tem por objetivo investigar avontade contratual.

Interpretação extensiva – Aquela que éaplicada quando o caso requer ampliaçãodo alcance das palavras da lei, para que aletra corresponda à vontade do texto (CPP,art. 3.o; CP, 130).

Interpretação judicial – É aquela inter-pretação feita pelos juízes e manifestadanos seus julgados ou na jurisprudência dostribunais.

Interpretação legal – É aquela que é feitapelo estabelecimento de uma norma do Di-reito legislado ou do Direito costumeiro. V.Interpretação Autêntica.

Interpretação progressiva – Técnica deinterpretação da lei, procurando a sua adap-tação às transformações que ocorrem nasociedade, na ciência e na moral dos povos(CP, arts. 26, 217 e 299).

Interpretação restritiva – Aquela queprocura restringir o texto que foge aos limi-tes desejados pelo legislador (CC, art.1.029; CPC, 293).

Interrogar – (Lat. interrogare.) V.t.d. Fa-zer perguntas; inquirir, perguntar; investi-gar perguntando.

Interrogatório – (Lat. interrogatoriu.) S.m.Conjunto de perguntas verbais que o juizfaz ao acusado, sendo por este respondidas,com a finalidade de conhecer sua identidadee os fatos que lhe são imputados, sendo tudoreduzido a termo nos autos.

Interstício – (Lat. interstitio.) S.m. Inter-valo de tempo, observado em serviço pú-blico, que deve decorrer antes que um atosurta efeitos.

Intervenção – (Lat. interventione.) S.f. Atopelo qual, no protesto de um título cambiário,por falta de aceite ou pagamento, um tercei-ro declara que o aceita ou resgata por honraou conta do sacador, do aceitante ou de umdos endossantes; ato de um Estado intervir

Interpelação criminal – Intervenção

129

nos negócios internos e externos de outro;ato do poder central, no regime federativo,impondo ao Estado-membro, medida neces-sária para manter a integridade da União(substituição de governador, prefeito etc.,cassação de representante do poder legisla-tivo estadual, municipal etc.).

Intervenção de terceiro – Interferência deuma pessoa em causa alheia, para assistir umadas partes, por ter interesse em que a senten-ça seja favorável a esta (CPC, arts. 56 e 80).

Interveniente – (Lat. interveniente.) Adj. Quepratica intervenção cambiária, processual.

Intestado – (Lat. intestatu.) Adj. Que fale-ceu sem deixar testamento ou cujo testa-mento é nulo ou ilegal.

Intestável – (Lat. intestabile.) Adj. Que nãopode fazer testamento.

Intimação – (Lat. intimatione.) S.f. Ato peloqual uma pessoa é legalmente citada porautoridade pública para que tome ciência dedespacho ou sentença, ou qualquer outroato, para que faça ou deixe de fazer algo.Observação: A intimação pode ser: admi-nistrativa: aviso da administração públicaao particular para que faça ou deixe de fa-zer alguma coisa, em virtude da lei ou regu-lamento; extrajudicial: feita fora do juizado,por documento particular, ofício ou carta,ou aviso através de publicação em jornais;fiscal: aviso fiscal ao contribuinte, de deci-são de processo, exigência de pagamento,pedido de informação ou de outra provi-dência qualquer à respeito do fisco; inicial:citação inicial; judicial: a que dá ciência deum ato judicial – notificação judicial da sen-tença para efeito de contagem de prazo parainterposição dos recursos cabíveis; por des-pacho: aquela que é feita por despacho nopróprio requerimento do interessado, va-lendo este como mandado; por mandado:que é expedida por ordem do juiz (CPC,arts. 49, 192, 234 a 237, 240, 247, 299,316, 342, 412, 435, 506, 564, 669, 883,1.216 e 1.217; CPP, arts. 370 e 371).

Intimar – (Lat. intimare.) V.t.d. Fazerintimação; chamar para prestar esclareci-mento a uma autoridade qualquer sobredeterminado fato.

Intransmissível – Adj. Diz-se da coisa gra-vada com cláusula de inalienabilidade oulegalmente indisponível.

Intrínseco – (Lat. intrinsecu.) Adj. Ineren-te, peculiar; ligado a uma coisa ou pessoa.

Introdução à ciência do direito – Prepara-ção preliminar ao estudo dos vários ramosdo Direito feito através do conhecimentoespeculativo pelos quais são manifestados.

Intrujão – Adj. e S.m. bras. O mesmo queentrujão; receptador doloso habitual deobjetos roubados; comprador de coisasobtidas por meio ilícito.

Inúbil – Adj. 2g. Que não é núbil; que ain-da não tem idade para se casar; impúbere.

Inumação – S.f. Sepultamento, enterro; atode dar sepultura ao cadáver humano.

Inumar – (Lat. inhumare.) V.t.d. Sepultar,enterrar.Observação: “‘Antigamente inumavam-se osmortos nas Igrejas Católicas Romanas, aon-de eram conduzidos, em procissões de lúgu-bre aspecto.’ (PINTO, Estevão. Muxarabise Balcões, p. 309)” FERREIRA, AurélioBuarque de Holanda. Novo dicionário dalíngua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro:Nova Fronteira, 1999; em cidades centená-rias (São João del Rei, Ouro Preto, Mariana,alguns cemitérios locais ainda pertencem àsigrejas, onde são inumados os mortos.

Inupto – (Lat. inuptu.) Adj. Que não é ca-sado, matrimoniada; solteiro, celibatário.Observação: São inuptos todos os mem-bros eclesiásticos da Igreja Católica Apos-tólica Romana, bem como todas as religio-sas que vivem em congregação ou ordensmonásticas; geralmente o termo é mais usa-do em relação a mulheres, mas é válido paratodos os celibatários.

Intervenção – Inupto

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Invenção – (Lat. inventione.) S.f. Ato deinventar, ato de achar; achado de coisaalheia, perdida pelo dono ou possuidor, aquem, por lei, deve ser restituído (CC, arts.603 a 605).

Inventariação – S.f. Descrição no inventário.

Inventariado – Adj. Anotado, arrolado; queé objeto de inventário; aquele cujos benssão cedidos a inventário.

Inventariança – S.f. O cargo e função doinventariante.

Inventariante – Adj. 2g. Que inventariaou deu o rol dos bens a inventário.Observação: Inventariante é a pessoa no-meada pelo juiz para arrolar os bens, admi-nistrar a partilha, representando a herança,ativa e passivamente enquanto indivisa.

Inventário – (Lat. inventariu.) S.m. Rol,registro, por artigos, dos bens móveis e imó-veis deixados por um defunto ou por pes-soa viva em caso de seqüestro, cujo proces-so especial compreende a descrição dos her-deiros e dos bens do falecido ou da pessoaviva, com indicação e clareza dos encargos ea avaliação e liquidação da herança a ser trans-mitida aos herdeiros ou sucessores (CC, arts.1.770 e §§; CPC, arts. 982 e segs.).

Inverídico – Adj. Inexato, inverdade.

Investigação – (Lat. investigatione.) S.f.Ato ou efeito de investigar; indagação mi-nuciosa; inquirição; busca, pesquisa.

Investigação criminal – O mesmo queinquérito policial; processo preparatório dosumário ou instrução criminal.

Investigação de paternidade – Ação do fi-lho ilegítimo ou de seus herdeiros contra opretendido pai, a fim de que, por sentençajudicial, seja a sua filiação declarada legítima.

Inviolabilidade – S.f. Qualidade de invio-lável; prerrogativa que coloca certas pes-soas e certos lugares ao abrigo da ação da

justiça; exclusão da punibilidade de certosatos dos agentes públicos, quando pratica-dos no desempenho de suas funções e emrazão delas, assim como são invioláveis osvereadores por suas opiniões, palavras evotos no exercício do mandato, de modorestrito à circunscrição do município ondeexerça a vereança.

Inviolabilidade de domicílio – Proteçãode que goza o indivíduo e a família cujacasa não pode ser invadida contra a vonta-de de seu dono, senão nos casos e pela for-ma previstos em lei.

Inviolável – (Lat. inviolábile.) Adj. 2g. Oque não pode ou não deve ser violado; quegoza de privilégio ou prerrogativa constitu-cional de estar ao abrigo de toda a violência,como, p. ex., a pessoa dos embaixadores.

Irmãos consangüíneos – Filhos de mes-ma mãe ou de mesmo pai; usado para de-signar filhos de mães diversas, mas do mes-mo pai, em contraposição a irmãos uterinos.

Irmãos unilaterais – Irmãos somente porparte de mãe ou do pai.

Irmãos uterinos – Filhos da mesma mãe,mas de pais diferentes.

Irrestrito – Adj. Não restrito; sem restri-ção, amplo.

Irretroatividade da lei – Princípio peloqual a lei não pode atingir fatos passados.

Irrevogável – (Lat. irrevocabile.) Adj. 2g.Que não pode ser revogado, desfeito;incontrastável.

Írrito – (Lat. irritu. ) Adj. Que ficou semefeito, nulo, que não produz efeito jurídi-co; ineficaz, vão, inútil.

Isenção – (Lat. exemptione.) S.f. Efeito deisentar, eximir, livrar ou irresponsabilizaralguém ou excetuar alguma coisa ou ato,temporária ou permanentemente.

Isenção fiscal – Dispensa legal do pagamen-to de um tributo (Súm. n. 544 e 591 – STF).

Invenção – Isenção fiscal

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Isonomia – (Gr. isonomia.) S.f. Condiçãoou estado de todas as pessoas que são, in-distintamente ou com igualdade, submeti-das à mesma regra jurídica.

Isonomia jurídica – Igualdade de todosperante a lei, assegurada como princípio

constitucional (CF, art. 5.o e 7.o; CLT, arts.5.o e 8.o).

Item – Adv. Cada uma das partes em que sedivide um artigo de lei, um documento etc.

Iterativo – (Lat. interativu.) Adj. Reitera-do; repetido; feito com freqüência.

Isonomia – Iterativo

J – Letra jota; abreviatura de “junte-se”,despacho do juiz mandando juntar umapeça aos atos.

Jacência – S.f. Estado de jacente, daquiloque jaz.

Jacente – Adj. 2g. Imóvel, estacionário; diz-se de um bem imóvel ou uma herança deque não se apresenta ninguém a reclamar,permanecendo em abandono.Observação: No caso de herança jacente,fica, esta, sob a guarda de um curador.

Jetom – (Fr. jeton.) S.m. Tento (no jogo);atualmente, no Brasil, significa retribuição,ou remuneração, pela participação em reu-niões ou assembléias.

Jogo – (Lat. jocu.) S.m. Gracejo, zombaria;tardiamente, tomou o lugar do ludus; diz-se do contrato aleatório, segundo o qual oganho de uma parte e a perda da outra de-pendem exclusivamente da sorte ou do azar.

Jogo de azar – Prática proibida por lei,cuja exploração constitui contravenção pe-nal (Dec-lei n. 3.698/41, art. 50, § 3.o).Nota: Pela legislação brasileira são consi-derados jogos de azar: jogo dependente dasorte, apostas feitas em corridas de cava-los, aposta em qualquer outra competição.Apesar de ser contravenção penal, pareceque o Estado, infelizmente, banca o jogo deazar, desrespeitando, assim, o Dec.-lei n.6.259, no seu art. 40. Mas, o jogo que oEstado banca é regulado no CC, paraenfatizar o seu caráter aleatório.

Judicação – S.f. Palavra criada no Brasil,como terminologia jurídica, para significara atividade em juízo, com todos os seusórgãos auxiliares, durante o curso da causa.

Judicante – Adj. 2g. Que julga, exerce asfunções de juiz; judicativo, sentencioso.

Judicativo – (Lat. judicativu.) Adj. O mes-mo que judicante.

Judicatório – (Lat. judicatoriu.) Adj. Pró-prio para julgar; relativo a julgamento.

Judicatura – (Lat. judicatum + ura.) Adj.Poder de julgar; estado, função, cargo oudignidade de juiz; magistratura; poder judi-ciário; lugar onde se julga, tribunal.

Judicial – (Lat. judiciale.) Adj. 2g. Quetem origem no poder judiciário ou peranteele se realiza; que diz respeito a juiz, tribu-nais ou à justiça forense.

Judiciar – (Lat. judício + ar.) V.i. Decidirjudicialmente.

Judiciário – (Lat. judiciariu.) Adj. O mes-mo que judicial; relativo ao direito proces-sual ou à organização justiçiária; judicial.Comentário: Este vocábulo na Idade Mé-dia, significava combate judiciário, ordena-do ou autorizado pelos juízes daquela épo-ca e em que os combatentes sustentavamos seus direitos batendo-se contra o outro.

Judicioso – (Lat. judicio + oso.) Adj. Quejulga com acerto; sensato, prudente; querevela acerto.

134Juiz – Juiz deprecado

Juiz – (Lat.v. judice.) S.m. Magistrado;aquele que tem o poder de julgar; árbitroque tem por função administrar a justiça eexercer atividade jurisdicional.Comentário: É o juiz quem dirige todo oprocesso. Ele deverá garantir igualdade detratamento às partes, zelar pela rápida solu-ção do litígio, prevenir ou reprimir atos con-trários à dignidade da Justiça. O juiz temgarantias de vitaliciedade, inamovibilidade ea da irredutibilidade de vencimentos. A LeiComplementar n. 35/79 é a Lei Orgânica daMagistratura Nacional.Notas: Os juízes farão correição e fiscali-zação nos livros de registro, conforme asNormas da Organização Judiciária. Segun-do J. Franzen de Lima, “a vida social de-senvolve-se protegida pelo Direito; e o juiz,como órgão vivo do Direito, não pode fa-lhar à sua missão de julgar, mesmo sob opretexto de ser a lei obscura, ambígua, oulacunosa”.

Juizado de pequenas causas – Criadopela União e pelos Estados e Distrito Fe-deral; estes com legislação específica con-corrente com a União, de conformidade como que preceitua a CF, art. 24, X, e regula-mentado pela Lei n. 7.244 de 07.11.1984.

Juizados especiais cíveis e criminais –Criados para o julgamento e a execução decausas cíveis de menor complexidade e in-frações penais de menor potencial ofensi-vo, mediante os procedimentos oral esumaríssimo, nas hipóteses previstas emlei, a transação e o julgamento de recursospor turmas de juízes de primeiro grau.Comentário: Apesar de a CF, art. 98, I, pre-ver desde a sua promulgação a criação des-ses juizados, somente em 26.09.1995, atra-vés da Lei n. 9.099, é que eles foram regula-mentados e colocados em funcionamento.Os juizados especiais são providos de juízestogados, ou togados e leigos, competentespara o cargo que lhes é imposto pela legisla-ção que regulamenta ditos juizados.

Juiz árbitro – Pessoa que é escolhida parajulgar determinada questão, que não que-

rem ou podem submeter a decisão judiciá-ria (CPP, arts. 1.072 a 1.102).

Juiz classista – Magistrado que não é for-mado em Direito e que temporariamente éinvestido para atuar na Justiça do Trabalho,representando empregados e empregadores.

Juiz corregedor – Magistrado com pode-res extraordinários e permanentes e a quemcompete corrigir os erros e abusos de to-dos os juízes inferiores e dos serventuáriosda justiça, fiscalizando as suas ações, ins-truindo-os, corrigindo os seus erros e pu-nindo-lhes as faltas funcionais ou os abu-sos cometidos; antigo magistrado cujos di-reitos, prerrogativas e poderes eram idên-ticos aos dos atuais juízes de Direito.

Juiz de direito – Magistrado judicial, queem cada comarca julga segundo a prova dosautos e segundo o Direito (por oposição ajuiz de fato ou jurado, membro de um tri-bunal do juri, que julga segundo a sua cons-ciência, sem fundamentar a sua decisão);magistrado da primeira instância, em opo-sição ao desembargador que é magistradode instância superior; juiz togado.

Juiz de fora – Antigo magistrado brasileirodo tempo do Brasil-colônia, nomeado pelopoder central; opunha-se ao juiz eleito.

Juiz de paz – Antiga autoridade que tinhao encargo de fazer a conciliação das partesque estavam em litígio, de processar e jul-gar cobranças de pouco valor, em cada mu-nicípio, bem como praticar todos atos ci-vis ou criminais que estivessem em sua ju-risdição, inclusive a realização de casamen-tos. Hoje, sob a designação de Justiça dePaz, o titular é eleito, tendo atribuições con-ciliatórias sem caráter jurisdicional.

Juiz deprecado – Magistrado ao qual ésolicitado ou determinado por outro, porprecatória ou carta de ordem, a realizaçãode um ato processual.

135 Juiz deprecante – Juízo de deliberação

Juiz deprecante – Aquele que, por pre-catória ou carta de ordem, solicita ou de-termina a realização de determinado atoprocessual.

Juiz de vintena – No Direito português,era aquele eleito pelas câmaras municipaisna proporção de um para cada vinte vizi-nhos, com competência para julgar ques-tões de pequeno valor.

Juiz eleito – No Direito português anti-go, magistrado, que até 1874 era eleito pelopovo de cada freguesia para as causas debaixo valor pecuniário e para as primeirasdiligências nos processos criminais.Nota: Hoje, aqui no Brasil, as primeirasdiligências são feitas pelos delegados depolícia de cada lugar.

Juiz impedido – V. Impedimento

Juiz incompetente – V. Incompetência

Juiz inferior – Em geral, juiz de primeirainstância; magistrado de cujas decisões sepode recorrer.

Juiz leigo – Aquele que não é formadopor faculdade de Direito, mas é juiz e suasdecisões são irrevogáveis, como as dos ár-bitros de futebol.

Juiz singular – Juiz togado que funcionaseparadamente, ao contrário do juiz cole-giado, que é membro de Junta, Conselho ouTribunal. É ele competente para processare julgar as causas que lhe são afetas pelaLei de Organização Judiciária.

Juiz substituto – Aquele que substitui ojuiz titular nos seus afastamentos ou im-pedimentos e exerce juizados temporaria-mente vagos.Observação: Geralmente a carreira de magis-trado inicia-se com o cargo juiz substituto.

Juiz suplente – Aquele que é nomeadocom a única finalidade de substituir juízesefetivos nos seus afastamentos ou impedi-mentos. Difere do juiz substituto, devido afunção deste constituir grau na respectiva

carreira, ao passo que a de suplente so-mente é exercida na falta do juiz efetivo.

Juiz titular – Juiz togado efetivo de umadeterminada vara, que exerce a plenitudede seus poderes, tanto na área administra-tiva como na sua respectiva circunscriçãosendo inamovível quanto ao respectivojuízo, podendo trocar de vara ou comarcacom outro juiz do mesmo grau e plenitude,com o consentimento das autoridades su-periores, ou ser promovido para entrânciaou colegiado superior.

Juiz togado – Pessoa formada em faculda-de de Direito que exerce a magistratura ju-dicial; que usa toga.

Juízo – S.m. Julgamento; conjunto com-preendido pelo juiz, pelas partes e seusadvogados, pelo órgão do Ministério Pú-blico, quando for o caso, e por todos ser-ventuários da Justiça; conjunto de atos queconduzem o julgamento; foro e tribunalconstituído; lugar onde o juiz exerce oficial-mente suas funções.

Juízo administrativo – O poder executi-vo através de seus órgãos, investido de fun-ção judicante em assuntos que lhe dizemrespeito.

Juízo ad quem – Juízo para o qual sobe oprocesso, ou seja, para o qual se recorre emgrau de recurso.

Juízo ad quo – Juízo do qual se recorre.

Juízo arbitral – Segundo o CPC, arts.1072 a 1.103, juízo constituído pelas par-tes para a decisão de uma pendência co-mum; o mesmo que juiz árbitro.Nota: A decisão do juízo arbitral é ir-recorrível (Lei n. 9.307/96).

Juízo de deliberação – Processo e julga-mento de competência do STF, cuja finali-dade é verificar se uma sentença estrangei-ra pode ou não ser homologada e executadano território nacional.

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Juízo de menores – Órgão do poder judi-ciário ao qual compete a assistência e pro-teção de menores.

Juízo dos feitos da fazenda – Tribunal pri-vativo que toma conhecimento e julga todasas ações fiscais ou não, em que é interessadoo tesouro público estadual ou municipal.

Juízo federal – Juízo que trata das causasem que a União ou uma entidade autárquicafederal for interessada, causas entre os Es-tados estrangeiros e pessoas domiciliadasno Brasil; as fundadas em tratado ou emcontrato da União com Estado estrangeiroou com organismo internacional; as ques-tões de DMar e de navegação aérea; crimespolíticos e os praticados em detrimento debens ou de interesses da União e de entida-des autárquicas, ressalvada a competênciada Justiça militar e da Justiça eleitoral (Lein. 5.010, de 30.06.1966, arts. 10 a 15).

Juízo universal – Aquele segundo o qual,no interesse de certas situações jurídicasobjetivas criadas pela lei, devem ser pro-cessadas e julgadas todas as ações e pre-tensões que de qualquer maneira lhes di-gam respeito, como, p. ex., o juízo da fa-lência, testamentário, do concurso de cre-dores etc.

Julgado – Adj. Decidido em sentença ouacórdão; em sentido lato, diz-se de qual-quer decisão ou sentença.

Julgador – Adj. Que julga; juiz, árbitro.

Julgamento – S.m. Ato de julgar ou deci-dir uma causa com a absolvição ou a conde-nação do réu; pronunciamento, por meiodo qual o juízo competente, singular oucoletivo, após apreciar o mérito da questãoprincipal ou incidente, acolhe ou não o pe-dido, condenando nas custas e em honorá-rios advocatícios a parte que sucumbe.

Julgamento antecipado da lide – Quan-do a questão for de direito, ou não houvernecessidade da produção de provas emquestões de fato e de direito, ou ainda quan-do ocorrer a revelia, pode haver o julga-

mento da lide antes da audiência de concilia-ção e julgamento, logo após a resposta doréu; é uma inovação do CPC de 1973 (CPC,arts. 319, 324, 329 e 330).

Julgamento prejudicial – No processocivil, é julgamento prévio da ação penal,capaz de afetar o desfecho da ação repara-tória do dano resultante do crime.

Juntada – S.f. Ato de juntar, incluir ouanexar uma petição ou alguma peça ou do-cumento nos autos de um processo.Nota: Este termo é usado, também, emcartório.

Juntada por linha – Juntada para exameposterior de sua admissibilidade no pro-cesso; é anexada aos autos, por uma linha,mas fora deles.Nota: O termo “junte-se por linha” dadopelo juiz é meramente uma praxe forense,não existindo disciplina legal a seu respeito.

Junta de conciliação e julgamento – Ór-gão judicante de primeira instância da Justi-ça do Trabalho; compõe-se de um juiz dotrabalho, que é seu presidente, e de dois vo-gais, que são juízes classistas, representan-tes dos empregados e dos empregadores,tendo um suplente para cada vogal (CLT,arts. 647 a 653).

Jurado – Adj. Protestado com juramento. S.m.Juiz de fato, membro do tribunal do júri.

Juricidade – S.f. O mesmo que juridicidade.

Juridicidade – S.f. Qualidade ou caráterde jurídico; conformidade com o Direito;legalidade, licitude.

Jurígeno – Adj. Que produz ou cria umdireito.

Jurisconsulto – (Lat. jurisconsultu.) S.f. In-térprete do Direito; pessoa, juiz ou advoga-do, versado na ciência do Direito; o mesmoque jurista, jurisprudente e jurisperito.

Jurisdição – (Lat. jurisditione.) S.f. Poderque é atribuído a uma determinada autori-dade, para que esta faça cumprir determi-

Juízo de menores – Jurisdição

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nadas classe de leis e punir quem as infrin-gir em determinada área territorial; áreaterritorial, dentro da qual se exerce essepoder; vara.

Jurisdição contenciosa – Aquela em que ojuiz usa o seu poder, a ele atribuído legalmen-te, ao conhecer, julgar e executar os litígios.

Jurisdição eclesiástica – Poder autôno-mo que a Igreja Católica Apostólica Roma-na, sendo um Estado independente, tem emjulgar as questões que dizem respeito aoculto e à sua organização interna.

Jurisdição e competência para instau-ração do inquérito policial – A compe-tência para a instauração do inquérito poli-cial é do delegado de polícia em cuja áreahouve o crime, como determina o art. 4.o doCPP: “A polícia judiciária será exercidapelas autoridades policiais no território desuas respectivas juridições e terá por fim aapuração das infrações penais e da sua au-toria. Parágrafo único: A competência de-finida neste artigo não excluirá a de autori-dades administrativas, a quem por lei sejacometida a mesma função.”Comentário: Nada obsta, entretanto, que aautoridade policial de uma circunscrição façainvestigação em outra, na qual sua compe-tência tenha repercussão, segundo decisãodo STF quando diz: “os atos de investiga-ção, por serem inquisitórios, não se achamabrangidos pela regra do art. 5.o, LIII-CF,segundo a qual só a autoridade competentepode julgar o réu” (RTJ 82/118). Assimsendo a inobservância da competênciarationæ loci é apenas relativa, não dando,assim, margem, para a anulação do inquéri-to policial (RT 522/359).

Jurisdição graciosa – A que o juiz exercea propósito de fatos que não são de litígio,visando a completar, aprovar ou dar eficá-cia a certos atos particulares.

Jurisdição voluntária – O mesmo quejurisdição graciosa.

Jurisdição – Jurisprudência de interesses

Jurisdicionado – Adj. Que está sob a ju-risdição de um juiz de direito ou de deter-minada autoridade.

Jurisdicional – Adj. 2g. Que pertence àjurisdição; relativo à jurisdição.

Jurisdicionar – V.t.d. Exercer jurisdição.

Jurisperícia – S.f. Qualidade de jurisperito.

Jurisperito – S.m. Técnico que funcionaem perícia legal. Dá-se também o nome dejurisconsulto.

Jurisprudência – (Lat. jurisprudentia.)S.f. Conjunto das soluções dadas pelos tri-bunais às questões de Direito, segundoCarlos Maximiliano; conjunto de decisõesuniformes dos tribunais; autoridade doscasos julgados sucessivamente do mesmomodo; ciência do Direito e dos princípiosde Direito seguidos num país, numa dadaépoca ou em certa e determinada matérialegal; fonte secundária do Direito.Observação: Entre os antigos romanos era,na definição de Ulpianu, “divinarum atquehumanorum rerum notitia, justi atque injustiscientia” (o conhecimento das coisas divinase humanas, a ciência do justo e do injusto).Era, portanto, a própria ciência do Direito.

Jurisprudência de conceitos – Concei-tualismo jurídico; abuso na formulação deconceitos jurídicos; apego extremado aosdispositivos legais.Observação: A Escola da Exegese, na Fran-ça, e os Pandectistas, na Alamanha, sãoexemplos mais destacados dessa orienta-ção no estudo do Direito.

Jurisprudência de interesses – Aquelacuja prevalência é o estudo científico doDireito dos fatos da própria existência, ouseja, a vida e, não simplesmente, a frieza deuma determinada lógica. Os seus partidáriossão aqueles que têm como autênticos oselementos da lei. Acima da vontade do le-gislador existem os interesses que motiva-ram esta mesma vontade, sendo que é mui-to mais importante a procura de tais inte-

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resses do que ela. A interpretação do Direi-to se faz procurando determinar historica-mente quais foram os interesses que causa-ram a lei. Esta Escola, entretanto, admite olegislador escolher entre os vários interes-ses em jogo.

Jurisprudência de problemas – Existeentre a jurisprudência de conceitos e a deinteresses, com predominância mais amplada interpretação da lei contra o raciocíniomeramente dedutivo ou sistemático.

Jurisprudência honorária – Aquela queé formada pelos editos (lê-se: edítos) dosmagistrados romanos.

Jurisprudencial – Adj. 2g. O que relativoà jurisprudência.

Jurisprudência uniforme – Decisõescontínuas e reiteradas no mesmo sentidopor um grande número de tribunais.

Jurisprudência universal – Direito co-mum a todos indistintamente, cujo funda-mento é o direito natural das coisas, fun-damentado na razão; direito comum com-posto do DRom, do DCan e dos usos ecostumes.

Jurisprudente – S. 2g. O mesmo quejurisconsulto.

Jurista – S. 2g. O mesmo que jurisconsulto.

Justa causa – DTrab. Motivo justo pararescisão de um contrato, para despedir umempregado ou para denunciar um tratado;no processo penal, legítimo interesse daparte do MP; o que não viola a lei, princí-pios gerais do Direito ou do ordenamentojurídico interno; o que não configura abusode poder.

Justiça de paz – Aquela que tem a compe-tência para, na forma da lei, celebrar casa-mentos, verificar, de ofício ou em face deimpugnação apresentada, o processo dehabilitação e exercer atribuições conciliató-rias, sem caráter jurisdicional, além de ou-tras previstas na legislação (CF, art. 98, II).

Justiça do trabalho – “É um conjunto deórgãos incumbidos de dirimir os conflitosoriundos das relações entre empregados eempregadores, reguladas na legislação so-cial” (CEZARINO JÚNIOR. Apud Dicio-nário jurídico de bolso. 9. ed. Campinas:Conan, 1994).Nota: “Nas empresas de mais de 200 em-pregados, é assegurada a eleição de um re-presentante destes para a finalidade exclu-siva de promover-lhes o entendimento di-reto com os empregadores” (CF, Cap. II,arts. 10 e 11).

Justiça federal – A que é competente paraconhecer causas em que a União ou entida-de autárquica federal for interessada (CF,art. 27, § 10).

Justiça gratuita – Assistência jurídica in-tegral prestada pelo Estado aos que com-provarem insuficiência de recursos; o mes-mo que assistência judiciária.

Justiça militar – Aquela cuja competênciaé a de processar e julgar os crimes militaresdefinidos em lei; são seus órgãos: SuperiorTribunal Militar, Tribunais e Juízes Milita-res instituídos por lei (CF, art. 122, 124);criada pela Lei n. 192/36; em 1970, foi am-pliado o número de componentes do TJM edas auditorias; composição mista, parte mi-litar e parte civil. Há três juízes coronéis,nomeados quando na ativa, que podem jul-gar até o comandante por crime militar. Tra-ta-se de Corte Especializada, somente parajulgamento de militares.

Justiça social – “É o processo e, ao mes-mo tempo, o resultado depois de vencidasresistências do atendimento pela estruturasocial, das necessidades materiais e ou es-pirituais que emergem em sucessivas épo-cas histórico-espirituais de uma sociedadeem evolução, restando superada a questãosocial correlativa, assegurando, assim, acontinuidade do desenvolvimento espiritualda coletividade até o surgimento de novasnecessidades pertinentes à época seguinte,e assim por diante” (LOBO, Ney. Estudos

Jurisprudência de interesses – Justiça social

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de filosofia social espírita. Rio de Janeiro:FEB, 1997, p. 220); “A Justiça Social é avirtude que incumbe aos indivíduos e aosgrupos, e os obriga aos atos mais condu-centes ao maior bem comum” (ÁVILA,Fernando Bastos de. Neocapitalismo, socia-lismo, solidarismo, S.J. Rio de Janeiro: Agir,1964) “Diz-se que uma sociedade funcionasob o signo da justiça social, quando dis-põe de estruturas tais que nelas e por elas,todos aqueles que lealmente contribuempara o bem comum têm possibilidades con-cretas de realizar suas justas aspirações hu-manas. Caso contrário, diz-se que a socie-dade funciona sob o signo da injustiça ouda iniqüidade social” (LOBO, Ney. Estu-dos de filosofia social, p. 205).Comentário: O termo justiça social é decriação recente. Não aparece ainda na RerumNovarum (189l), mas Pio XII o empregaoito vezes na Quadragésimo Anno (1939)(C. Van Gestel O.p. A igreja e a questãosocial. Rio de Janeiro: Agir, 1956, p. 143).

Justificação – S.f. Meio de prova testemu-nhal ou documental, formado em juízo vo-luntário, citando-se os interessados, para quedemonstrem a existência ou não de fato ourelação jurídica, com a finalidade da produ-ção de efeito jurídico que se pretende, de-

pois de julgado por sentença (CPC, arts.861 a 866); no Direito Parlamentar, demons-tração que se fundamenta na legitimidade eadmissibilidade de emenda oferecida a certodispositivo legal em discussão numa câmaralegislativa ou das razões do voto dado numaassembléia deliberativa ou tribunal.

Justificativas de exclusão da antijurici-dade – Conforme art. 23 do CP, são: esta-do de necessidade, legítima defesa, estritocumprimento de dever legal e exercício re-gular de Direito.Nota: Existem algumas justificativas por-menorizadas na parte geral do CP, que são:coação para impedir suicídio; ofensairrogada em juízo, na discussão da causa;aborto para salvar a vida da gestante; viola-ção de domicílio se está ali sendo praticadocrime (arts. 146, § 3.o, II; 142; 128 e 150, §3.o, II e segs.). Existem ainda as chamadasjustificativas supralegais, por alguns admi-tidas, como, p. ex., o consentimento doofendido, nos direitos disponíveis.Comentário: Nos meios jurídicos a expres-são ‘justificativas (causas) de exclusão daantijuricidade’ é substituída por ‘não hácrime’, ‘dirimentes’, ‘é isento de pena’, ‘nãoé punível’ (CP, arts. 20, § 1.o e 2.o).

Justiça social – Justificativas de exclusão da antijuricidade

Label – Palavra inglesa que significa rótu-lo, etiqueta, marca; marca coletiva, que con-siste em selo ou sinal especial, colocadopelos operários nos produtos industriais,cuja finalidade é se protegerem mutuamen-te e apontarem ao consumidor o patrão quedescumpre as condições firmadas com osindicato classista a que pertencem.

Lacuna – S.f. Vão, vazio; falta, falha; omissão.

Lacuna da lei – Silêncio da lei no que serefere a determinado caso; costuma-se ape-lar, se necessário, para os costumes, os prin-cípios gerais do direito, à analogia e à eqüi-dade (LICC, art. 4.o).

Lacuna do direito – Segundo o que nosensina Iêdo Batista Neves, (Vocabulárioprático de tecnologia jurídica e de brocardoslatinos. Rio de Janeiro: APM, 1987): “Emsenso lato, diz-se lacuna da lei. E senso es-trito, diz-se da lacuna no ordenamento jurí-dico. Nesse caso, a expressão é imprópria,porque ainda que no direito positivo a regrajurídica deixe de regular certa matéria, elaencontra sua disciplina nos princípios ge-rais do direito, na analogia ou nos costumes.Por isso, diz-se que pode haver lacuna nalei, jamais no direito.”

Lado – (Lat. v. latu.) S.m. O mesmo quelinha de parentesco, materno ou paterno.

Ladrão – (Lat. latrone.) S.m. Aquele quepratica roubo ou furto.Observação: O STF preceitua que “há cri-me de latrocínio quando o homicídio se con-

suma, ainda que não realiza o agente a sub-tração de bens da vítima” (Súm. n. 610).

Laical – Adj. 2g. Que não pertence à Igreja;leigo.

Laicalismo – S.m. Procedimento laical; atri-buições estranhas ao poder eclesiástico.

Laicismo – S.m. Doutrina tendente a re-servar aos leigos certa parte no governo daIgreja; doutrina que tende a dar às institui-ções um caráter não religioso.

Laico – (Lat. laicu.) Adj. Que não é ecle-siástico.

Lalofobia – S.f. Medo de falar.

Lalomania – S.m. Verbosidade doentia;síndrome oratória, isto é, exaltação eufóri-ca do humor; agitação motora em grau variá-vel, relativa da hiperatidade.

Laloneurose – S.f. É a desorganização ner-vosa da fala.

Lançado – Adj. Que se lançou ou se lança;posto na praça; em contabilidade, diz-sedo que foi escriturado.

Lançador – S.m. Funcionário público en-carregado de fazer o lançamento dos con-tribuintes; em linguagem forense, quem fazo lanço de determinado preço, num leilãoou praça judicial.

Lançamento – S.m. Ato pelo qual o juizimpede que a parte que perdeu o prazo

142Lançamento – Laudo de avaliação

apresente um documento prova; por igualmotivo afasta da ação pública penal o acu-sador privado (querelante) que não apre-sentou o libelo no devido tempo, declaran-do a ação extinta por perempção ou devol-vendo-a ao MP; ato administrativo peloqual o sujeito ativo da obrigação tributáriaverifica ter ocorrido o fato gerador da obri-gação, calcula o seu montante, identifica osresponsáveis pelo pagamento e aplica aspenalidades cabíveis.

Lançamento direto – O mesmo que lança-mento ex-ofício; ocorre quando o contribuin-te deixa de apresentar a declaração dos seusrendimentos ou o faz sem mencionar todosos rendimentos ou, ainda, faz deduções quenão comprovadas ou não permitidas porlei.

Lance – S.m. O mesmo que lanço; ofertade preço aumentando o valor da coisa apre-goada em leilão ou em venda, desde o lancefeito pelo licitante anterior.

Lar – (Lat. lare.) S.m. Etimologicamente,lugar onde se acende o fogo, lareira. Porextensão, casa, morada, habitação comum epermanente da família; conjunto de pessoasque formam uma família e que moram jun-tas, sob teto e economias comuns.

Larapiar – V.t.d. Surrupiar, furtar.

Larápio – (Lat. larappius.) S.m. Ladrão,gatuno.Comentário: Palavra é de origem romana,formada do nome de um funcionário públi-co desonesto e corrupto chamado LuciusAntonius Rufus Appius, cuja assinaturaera L.A.R. Appius.

Lascívia – S.f. Luxúria, libidinagem, sen-sualidade.

Lastro – S.m. Termo náutico: peso que écolocado no porão de um navio, para a suaestabilidade ou equilíbrio sobre as águas.

Latifúndio – (Lat. latifundiu.) S.m. Gran-de propriedade rural que pertence a um

único proprietário, inculta ou que rendepouco.Comentário: Lei n. 4.504/64, art. 4.o; naRoma antiga, grande domínio privado daaristocracia.

Latim bárbaro – Linguagem latina não fa-lada mas, geralmente, usada pelos escrivãesde cartórios medievais, em documentoscheios de erros.

Latim vulgar – Latim do linguajar do povo,do qual se originaram as chamadas línguasromanas ou neolatinas.

Latino – Adj. e S.m. Natural ou habitantedo Lácio; homem livre de posição interme-diária entre os cidadãos romanos e os pere-grinos; dito ou escrito em latim; relativo oupertencente ao povo ou à região do Lácio;relativo à Igreja de Roma; o mesmo quelatinista.

Latrocínio – (Lat. latrociniu.) S.m. Rouboou extorsão violenta a mão armada, resul-tando morte ou lesão corporal grave (CP,art. 157; Lei n. 8.072/90, arts. 1.o, 6.o e 9.o).

Laudêmio – S.m. Pensão ou prêmio que oforeiro paga diretamente ao senhorio, quan-do houver alienação do respectivo bem porparte do enfiteuta.

Laudo – (Lat. laudo = eu louvo, eu apro-vo.) S.m. Parecer fundamentado do árbitroou perito, apresentando suas conclusões.Nota: O laudo pode ser: arbitral, judicialou pericial, definitivo (Med. Legal), unâni-me, de avaliação, de constatação.

Laudo arbitral – Documento decisivo quefaz parte de um processo, escrito por umrelator, no qual encerra a sentença delibera-da, em maioria absoluta de votos ou não, dojuízo arbitral (que é instituído pelas partespara a decisão de uma pendência comum)ou da estimação judicial feita pelos árbitrosem outros casos de arbitramento.

Laudo de avaliação – Aquele que é funda-mentado, por escrito, pelo avaliador quan-

143 Laudo de avaliação – Legífero

to às coisas avaliadas, justificando preçosou valores, que julga serem os devidos.

Laudo de constatação – Aquele, que pro-cura somente saber a natureza fundamentaldo assunto que está sendo pesquisado; essesaber é apenas uma expectativa em tornoda verdade e não uma certeza científica; essetipo de laudo surgiu com a lei antitóxico(Lei n. 6.368, de 21.10.1976, art. 20, § 1.o).

Laudo definitivo – Laudo final, quandopesquisas e provas chegam à verdade cien-tífica sobre a natureza do fato examinado.

Laudo judicial – O mesmo que pericial;documento escrito, no qual é relatado o exa-me feito pelos peritos, ali expondo tudo oque fizeram e o resultado de sua investiga-ção e observações.Observação: O laudo judicial é também cha-mado de pericial quando este contémparecer(es) ou esclarecimentos dos peritos,nos exames a que procederam na qualidade detécnicos, conforme preceitua o CPC, art. 433,parágrafo único: “Os assistentes técnicos ofe-recerão seus pareceres no prazo comum dedez dias após a apresentação de seus laudos,independentemente de intimação.”

Laudo pericial – V. laudo judicial.

Laudo unânime – Laudo em que todos osperitos e seus assistentes têm a mesmaopinião, assim lavrando-se um só laudo quetodos assinam (CPC, art. 430).

Lavra – S.f. Ato de lavrar, de consignar porescrito ou de exarar, redigir, escrever;lavratura, elaboração, execução; (bras.) lugaronde se extrai o ouro e o diamante; (CMin –Dec.-lei n. 277, de 28.02.1967, arts. 36 a58); lavoura de algodão; do gr. laúra, claus-tro onde seus habitantes viviam em celasseparadas, mas dentro de um só muro.Observação: A Lei n. 8.901, de 30.06.1994,regulamenta o disposto no art. 176, § 2.o daCF altera o CMin, em alguns de seus dis-positivos.

Lavrar – V.t.d. Exarar por escrito, redigir, es-crever.

Lavratura – Ato de lavrar, fazer e consig-nar por escrito (escritura, documentos etc.).

Leasing – (Pron. lísin) Palavra ing. que de-nomina processo de financiamento de in-vestimento (Lei n. 6.099/74).

Legação – (Lat. legatione.) S.f. Edifício sedede embaixada; cargo de legado; ministro e ocorpo diplomático; exercício de legacia; fa-culdade que têm os Estados soberanos dereceber agentes diplomáticos; missão doministro plenipotenciário junto a um go-verno estrangeiro.

Legacia – S.f. Cargo ou a dignidade delegado.

Legado – (Lat. legatu.) S.m. Disposiçãotestamentária pela qual o testador deixapara o legatário, pessoa que não é herdeiro,parte de sua herança; titular da legacia (CC,art. 1.678 e segs.).

Legado de usofruto – Aquele que o lega-tário fica com o direito de usufruto de umbem por tempo devidamente estipulado,ou mesmo por toda a sua vida.

Legal – (Lat. legale.) Adj. 2g. Conformeou relativo à lei; jurídico; regular, certo, emordem.

Legalidade – (Lat. m. legalitate.) S.f. O queestá de conformidade com a ordem jurídica;princípio que impede a punição de crimesque a lei não define com antecedência.

Legalização – S.f. Efeito de legalizar;legitimação.

Legatário – (Lat. legatariu.) S.m. Herdei-ro testamentário; aquele a quem foi deixa-do um legado, uma herança.

Legiferar – (Lat. legiferu + ar.) V.i. O mes-mo que legislar, fazer leis.

Legífero – S.m. e Adj. Legislador; aqueleque faz leis.

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Legislação – (Lat. legislatione.) S.f. Con-junto de leis; ciência das leis; sistema legalde um Estado.

Legislação comparada – Estudo das leisde diversos países com a finalidade de saberquais os pontos em comum e suas bases.

Legislação do trabalho – DTrab. É o con-junto de normas jurídicas específicas, im-postas pelo Estado, muitas vezes comple-xa, e que regulamenta a instituição univer-sal que fornece ao trabalhador garantias le-gais, assegurando-lhe seus direitos quandode sua vinculação com a pessoa ou organi-zação que usufrui de seus trabalhos.Observação: Veja também Consolidaçãodas Leis do Trabalho.

Legislação especial – Aquela que, parti-cularmente, compreende um determina-do ramo do Direito positivo com fimpreestabelecido.

Legislação geral – Aquela que abrangetodas as leis vigorantes num país.

Legislação marítima – Aquela que regula-menta a navegação e o comércio marítimos.

Legislação militar – Aquela que regula-menta todas as atividades militares deuma nação.

Legislação nacional – Aquela que se achaem vigor em um determinado país.

Legislação tributária – Aquela que tempor objetivo a tributação e suas implica-ções jurídicas.

Legislação vigente – Aquele que está sen-do adotada em um país, compreendendotodas as leis.

Legislado – Adj. Transformado em lei; dis-ciplinado por leis.

Legislador – (Lat. legislatore.) Adj. Quelegisla ou é pertencente a um órgãolegislativo.

Legislar – V.t.d. Ordenar ou preceituar porlei; estabelecer, ordenar, decretar, formu-lar, criar normas.

Legislativo – Adj. Referente ao poder delegislar ou à legislação.

Legislatório – (Lat. legistore + io.) Adj.Que tem força de lei.

Legislatura – (Ing. legislature.) S.f. Perío-do regular de tempo no qual se realizam assessões das casas de leis; período de man-dato dos parlamentares; reunião de depu-tados e senadores (poder legislativo) emassembléia.

Legislável – Adj. 2g. Tudo que pode serlegislado, isto é, transformado em lei.

Legisperito – (Lat. legisperito.) S.m. Aque-le que é experiente; pessoa versada em leis;legista.

Legista – Adj. 2g. Versado em leis; diz-separticularmente do médico especializadoem medicina legal.

Legítima – (Subst. do adj.) S.f. Parte daherança reservada em testamento legal egarantida por lei aos herdeiros, descenden-tes ou ascendentes, que não pode ser utili-zada para venda ou outra negociação qual-quer sem o consentimento, por escrito, detodos os herdeiros (CC, art. 1.722).

Legitimação – S.f. Ato ou efeito de legiti-mar, tornar legítimo; benefício que declarao possuidor legitimado de um título cam-biário; “É um benefício da lei, em virtudedo qual adquirem a qualidade e os direitosdos filhos legítimos os filhos ilegítimosnascidos anteriormente ao casamento do seupai com a sua mãe” (Cunha Gonçalves);“Meio jurídico de, por casamento ulterior,tornar legítimo os filhos que não o são, pornão terem sido gerados em justas núpcias”(BEVILÁQUA, Clóvis. Teoria geral dodireito civil. 2. ed. São Paulo: FranciscoAlves, 1929).Comentário: Pelo CC, art. 352, Lei n. 6.015(registros públicos), art. 103, no registrodos filhos concebidos ou nascidos, antesdo casamento dos pais, será feita averbaçãode legitimação, na forma da lei; a legitimaçãodos filhos falecidos aproveita aos seus des-

Legislação – Legitimação

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cendentes; o filho reconhecido na forma dalei terá direito, para todos os efeitos eco-nômicos, a título de amparo social, à meta-de da herança que vier a receber o filho legí-timo ou legitimado.

Legitimação adotiva – Modo pelo qualé permitida a adoção aos casais sem fi-lhos e casados há mais de cinco anos, seestes tiverem: idoneidade moral e capaci-dade financeira.

Legitimação extraordinária – Legitimi-dade conferida excepcionalmente pela lei auma determinada pessoa para que esta pos-sa pleiteiar, em seu nome, um direito alheio(CPC, art. 6.o).Comentário: Esta norma é a mesma que ada substituição processual.

Legítima defesa – Direito de usar de todosos meios legais e possíveis para resistir àforça, repelir injusta agressão, atual ou imi-nente, sem ultrapassar os limites da razãoou da justiça natural (CP, arts. 17, 19, e 21).Comentário: Segundo Levenhagem (Códi-go Civil: Comentários didáticos, p. 241, eDireitos das Obrigações. São Paulo: Atlas,1987), a legítima defesa é uma forma dejustiça privada, admitida por todas as le-gislações, como exceção à tutela jurisdicio-nal do Estado. A tutela, continua Levenha-gem, dos direitos dá-se, de ordinário, median-te invocação da autoridade pública, a quemcompete o direito de fazer justiça. Consti-tui ilícito penal a justiça pelas própriasmãos, previsto em nossa lei penal sob arubrica de exercício arbitrário das própriasrazões (CP, arts. 345 e 346).

Legítima defesa de terceiro – Ato da pes-soa que, em solidariedade humana, defendeo seu semelhante, mesmo sendo-lhe desco-nhecido, quando este é vítima de agressão,ainda que tenha provocado no agressor le-sões corporais.

Legítima defesa putativa – “É quandoalguém erroneamente se julga em face deuma agressão atual e injusta, e, portanto,legalmente autorizado à reação que empreen-de” (Nelson Hungria).

Legitimação – Lei

Legitimado – Adj. Diz-se do filho naturalque passa à condição de filho legítimo pelomatrimônio dos pais; que possui o títulode modo autorizado ou, ao menos, não con-trariado pelas declarações nele escritas.

Legitimar – V.t.d. Admitir jurídica ou judi-cialmente como certo; identificar, autenti-car, habilitar, reconhecer.

Legitimário – Adj. Relativo à legítima, aoherdeiro, descendente ou ascendente, aquem cabe a parte legítima.

Legitimidade – S.f. Qualidade do que estáde conformidade com a lei; qualidade deque é legítimo.Nota: Pode ser, também: doutrina política,dos legitimistas, direito de sucessão, namonarquia, por ordem de progenitura.

Legítimo – (Lat. legitimu.) Adj. De con-formidade com a lei; legal; autêntico, ver-dadeiro; embasado na razão, no direito ouna justiça.

Legítimo interesse – Diz-se da causa jus-ta e aceita como verdadeira, da razãodeterminante, econômica ou moral, atual ouimediata, de agir ou estar em juízo.Comentário: O CPC preceitua: Art. 3.o Parapropor ou contestar ação é necessário terinteresse e legitimidade. Art. 4.o O interes-se do autor pode limitar-se à declaração deexistência ou inexistência de relação jurídi-ca ou à declaração da autenticidade ou fal-sidade de documento.

Leguleio – (Lat. leguleiu.) S.m. Pessoa,observadora exata das formalidades legais,com poucos conhecimentos jurídicos, inter-pretando à letra e servilmente a lei, sem lheconhecer o sentido e o alcance; rábula, advo-gado de ínfima classe; palrador; em Roma,era o advogado caviloso ou chicaneiro.

Lei – (Lat. lege.) S.f. Norma, regra, princí-pio constante, prescrição legal; domínio,poder, mando; regra de Direito ditada pelaautoridade estatal e tornada obrigatória paramanter, numa comunidade, a ordem e o de-senvolvimento; norma pela qual o agente usaos meios necessários, reagindo e repelindo

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agressão a direito seu ou de terceiro; “Lei éuma ordenação da razão para o bem comum,promulgada por aquele que tem o cuidadoda comunidade” (São Tomás de Aquino);“preceito justo, comum e estável, suficien-temente promulgado” (Suárez); “Relaçãonecessária entre fenômenos, entre momen-tos de um processo ou entre estados de umser, e que lhes expressa a natureza ou a es-sência” (FERREIRA, Aurélio Buarque deHolanda. Novo Dicionário Aurélio da Lín-gua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1999); Segundo Vampré: “É opreceito escrito, geralmente obrigatório, pro-mulgado e publicado em forma solene, peloórgão competente do Estado”; Cunha Gon-çalves diz que “lei é uma norma ou um con-junto de normas elaboradas e votadas peloórgão Legislativo do Estado, órgão que podeser, ora a Assembléia Nacional, ora o gover-no com a autorização dessa Assembléia ouno exercício normal da função de publicardecretos-leis, ou de um poder ditatorial ourevolucionário”; segundo TemístoclesCavalcanti, “a lei, em sua expressão maisgeral, é uma forma de que se revestem osatos do Poder Legislativo, manifestação davontade popular, por meio de órgãos pró-prios, determinados a ditar as normas geraispor que se devem reger e disciplinar as rela-ções entre os indivíduos e o Estado”; segun-do Clóvis Beviláqua, “é a ordem, ou a regrageral obrigatória que, emanando de uma au-toridade competente e reconhecida, é im-posta coativamente à obediência de todos”.Comentário: “As leis são feitas para organi-zar a vida em sociedade; para regular a açãodas pessoas; para dirimir os conflitos de in-teresses, os dissídios que surgem na vidaprática: destinam-se, pois, a manter a paz, aharmonia entre os homens (...). Para que elasatinjam a sua finalidade, têm que ser aplica-das e é necessário que essa aplicação sejaassegurada (...). Tal missão compete à justi-ça, representada pelos juízes e tribunais, queconstituem o poder judiciário” (LIMA, J.Franzen de. Curso de direito civil brasilei-ro, § VII: interpretação das leis. Rio de Ja-neiro: Forense, v. 1, p. 109).

Notas: O filósofo iluminista Montesquieu(Lois, I, 1) definia Lei como a relação neces-sária que decorre da natureza das coisas.Segundo Cunha Gonçalves, as leis dividem-se em: imperativas, proibitivas, facultativasou permissivas, supletivas e interpretativas.“O caráter fundamental da filosofia positivaé encarar todos os fenômenos como sujeitosa leis naturais invariáveis” (A.Comte). Quan-to à amplitude de sua esfera de ação, podereceber os mais diversos nomes.

Lei adjetiva – Lei formal, lei processual.

Lei básica – O mesmo que lei fundamen-tal, Constituição ou lei magna.

Lei civil – Normas que regulamentam oestado e a capacidade das pessoas, suasrelações patrimoniais; as relações e os inte-resses das famílias e as obrigações entreparticulares não comerciantes.

Lei coativa – Aquela que impõe de modoabsoluto; obrigatória e necessária à organi-zação e ao equilíbrio da vida social.

Lei cogente – O mesmo que lei coativa.

Lei comercial – Aquela que regulamentaas relações entre comerciantes e os atos docomércio.

Lei complementar – Aquela que dispõesobre a elaboração, redação, alteração e con-solidação das leis; preceito legal destinadoa complementar a Constituição, sem, con-tudo, alterá-la.Observação: A própria Carta Magna de-termina a complementação, quando neces-sária de seu texto através desta espécie delei. Não havendo nada a completar, não hánecessidade de lei complementar. A lei com-plementar somente poderá ser aprovada seobtiver maioria absoluta, mais de 50% dosvotos do Congresso.

Lei comum – É aquela que disciplina prin-cípios gerais.

Lei constitucional – Constituição; diz-setambém daquela que modifica a Constitui-ção, votada por processo solene, diferentedas leis ordinárias.

Lei – Lei constitucional

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Lei consuetudinária – V. lei jurídica po-sitiva não escrita.

Lei declarativa – Lei interpretativa deoutro texto de lei.

Lei de execução penal – Lei que regula-menta as disposições de sentença ou deci-são criminal e proporciona condições paraa harmônica integração social do condena-do e do internado (Lei n. 7.210, de11.07.1984).

Lei de Introdução ao Código Civil – Leique oferece regras legais e básicas, antece-dendo o próprio código, e constituindo umconjunto de sistemas interpretativos, deaplicação e integração, bem como dispon-do sobre a eficácia das leis; também chama-da de “normas legais de interpretação”.Comentário: A antiga lei de interpretação,art. 6.o, dizia: “a lei que abre exceção a re-gras gerais, ou restringe direitos, só abran-ge os casos que especifica.” É o exceptiostrictissimi juris do Direito Romano, quenão foi reproduzida na nossa nova lei deintrodução.

Lei delegada – É aquela elaborada peloPresidente da República, devendo a delega-ção ser solicitada ao Congresso Nacionalou a qualquer de suas Casas.Nota: A delegação ao Presidente da Repú-blica terá a forma de resolução do Congres-so Nacional, que especificará o conteúdo eos termos de seu exercício. Se a resoluçãodeterminar a apreciação do projeto peloCongresso Nacional, este a fará em votaçãoúnica, vedada qualquer emenda.Observação: Não serão objeto de delegaçãoleis de competência exclusiva do CongressoNacional; que são de competência privativada Câmara dos Deputados ou do SenadoFederal; que constituem matéria reservada àlei complementar; e legislação sobre Organi-zação do Poder Judiciário e do MinistérioPúblico, a carreira e a garantia de seus mem-bros; nacionalidade, cidadania, direitos indi-viduais, políticos e eleitorais; planos pluria-

Lei consuetudinária – Lei divina

nuais, diretrizes orçamentárias e orçamen-tos. As leis delegadas podem ser alteradasou revogadas (CF, art. 68).

Lei de licitações e contratos adminis-trativos – Lei que estabelece regulamenta-ção generalizada sobre licitações e contra-tos administrativos relativos a obras, ser-viços e contratos administrativos relativosa compras, alienações e locações perten-centes à União, Estados, Distrito Federal eMunicípios.

Lei de luvas – Dec. n. 24.150, de 20.04.1934,que trata da renovação de locação de prédiospara fins comerciais.

Lei de ordem pública – “Aquela que re-voga as convenções entre os particulares,sem que contra ela se possa opor a autono-mia da vontade individual; não valem, tam-bém, os direitos adquiridos. É norma obri-gatória, que as partes não podem modificarem seus atos” (GUIMARÃES, DeoclecianoTorrieri. Dicionário jurídico. 2. ed. SãoPaulo: Rideel).

Lei de Lynch – Linchamento; fuzilamento,execução capital feita pelo povo.Comentário: A expressão vem de WilliamLynch, colono irlandês que executava ne-gros, nos Estados Unidos, com as própriasmãos.

Lei dispositiva – Diz-se da lei que contémpreceitos coercitivos.

Lei divina – O mesmo que lei natural; leida natureza, única e verdadeira para a feli-cidade do homem, pois seu Autor o é detodas as coisas, Deus. Ela indica o que devefazer e o que não deve fazer, não sendo ohomem infeliz senão quando se afasta dela.Ela é apropriada à natureza de cada mundoe proporcional ao grau de adiantamento dosseres que os habitam. (LE, questões 614-617 e 618)Comentário: Toda a lei divina está contidana máxima de amor ao próximo ensinado

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por Jesus. Ela está dividida, para nossa com-preensão, em 10 partes, compreendendo asleis sobre a adoração, o trabalho, a reprodu-ção, a conservação, a destruição, a socieda-de, o progresso, a igualdade, a liberdade e ajustiça, e pode abranger todas as circunstân-cias da vida, o que é essencial (LE).

Lei do domicílio – (Lat. Lex domicilii.)DIP. É a lei do lugar que a pessoa escolhepara residência domiciliar, sendo esta habi-tual ou definitiva, na qual pode exercer osseus direitos e a sede de seus negócios, res-pondendo por suas obrigações; é, tambéma lei do país onde o estrangeiro se encontra,por oposição à lei nacional.Comentário: A lei introdutória do CC, art.7.o, indica com precisão que a lei do paísonde a pessoa for domiciliada (lei do domi-cílio) regulamenta o começo e o fim da per-sonalidade, nome, capacidade e os direitosde família. A lei do domicílio regulamenta,também, a capacidade para sucessão do her-deiro ou legatário (CC, art. 7.o, 8.o, 10 e §§1.o e 2.o).

Lei do lugar, da situação, da coisa – ODIP regula a competência da lei nacional,nos casos que envolvem interesses bina-cionais.

Lei fundamental do Estado – Coleção,geralmente codificada, também chamada deConstituição; princípios jurídicos e políti-cos de caráter básico, que estabelece pelomenos a forma do Estado e de governo; osórgãos do poder público e sua competên-cia; direitos e garantias individuais.

Lei intermediária – Também chamadaintermédia é a lei que aparece durante oprocesso, ou seja, não existia no tempo dainfração ou ao tempo que fato foi julgado.Observação: Essa lei pode ser aplicada sefor mais benéfica para o autor da infraçãoou do fato julgado.

Lei jurídica – A lei jurídica regulamentaas relações de convívio, relativamente a tudoaquilo – e só àquilo – que é exigível porrepresentar um direito a que corresponde,

via de regra, uma obrigação da parte de ou-tro ou outros; está incluída na lei moral, namesma medida em que o Direito faz parteda ética. Tudo aquilo que é lidimamentejurídico é também moral, embora a recípro-ca não seja verdadeira, porque a moral abran-ge uma área de regulação muito mais amplaque o Direito. Divide-se em: lei jurídicanatural, aquela que a razão descobre nanatureza do homem e dessa natureza deri-va diretamente, ela não é voluntária, é im-posta pela natureza do homem; ela tam-bém não vige, isto é, não se recorre a ne-nhum meio coercitivo para obrigar a suaobediência; e lei jurídica positiva, aquelaque a autoridade legítima ou o costume põeem vigor, em determinadas coordenadas detempo e espaço, o que pode conformar-seà lei natural ou não. Essa lei é voluntaria-mente escolhida pelo legislador ou pelosatos repetidos que deram nascimento aocostume, entre muitas formas possíveis decomportamento geral. Já esta Lei, enquan-to não revogada, é vigente e o Estado dis-põe de meios coercitivos para fazê-la obe-decida pelos cidadãos. Subdivide-se em:escrita e não escrita, ou consuetudinária,que emana do costume popular.

Lei jurídica positiva escrita – Toda equalquer norma de conduta exterior, dota-da de obrigatoriedade geral e permanente,enquanto não for expressa ou tacitamenterevogada por outra lei, elaborada, sancio-nada, promulgada e publicada pelos pode-res competentes do Estado.

Lei jurídica positiva não escrita – É quan-do a prática é geral e tradicional em dadogrupo social. Jur. Costume com força de lei(o conjunto desses costumes forma o direi-to consuetudinário). Define-se costume ju-rídico como uma regra de direito obrigató-rio tradicional. Esse direito aparece espon-taneamente isento de qualquer organismoespecializado.

Lei moral – Aquela que regula o compor-tamento humano desde o convívio externoaté o mais íntimo e recôndito de sua cons-

Lei divina – Lei moral

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ciência. Baseia-se no princípio que deve guiara ação humana com o fim de dotá-la de ca-ráter moral, entendendo-se que a moral é aregra do bem proceder e que está gravadana consciência de cada um.Nota: Consciência é percepção que tem qual-quer pessoa de si própria, da sua existência,que a avisa do que se passa em si mesma.Comentário: A moral é a regra para se con-duzir bem, quer dizer, a distinção entre obem e o mal. Ela se funda sobre a observaçãoda lei de Deus, a lei natural. O homem seconduz bem quando faz tudo em vista e parao bem de todos, porque, então, ele observa alei de Deus, ou seja, a lei natural (LE, q. 629).

Lei natural – “Lei natural é a lei de Deus.É a única verdadeira para a felicidade dohomem. Indica-lhe o que deve fazer ou dei-xar de fazer e ele só é infeliz quando dela seafasta. (KARDEC, Allan. O livro dos es-píritos. 65. ed. Araras: Instituto de Difu-são Espírita, 1974, Cap. 3, q. 614, p. 305)Comentário: “A Lei Natural é o conjuntode coisas a fazer ou a não fazer, que daíderivam de modo necessário (...). A LeiNatural trata dos direitos e dos deveres queestão ligados de modo necessário ao pri-meiro princípio: ‘Faze o bem e evita o mal’(...). Só quando o Evangelho tiver penetra-do as próprias profundezas da substânciahumana é que a Lei Natural aparecerá emsua flor e em sua perfeição” (LOBO, Ney.Estudos de filosofia social espírita. Rio deJaneiro: FEB, 1992, p. 184).

Lei ordinária – Lei padrão; votada peloPoder Legislativo ordinário e sancionadapelo chefe do poder executivo, dando a suaaprovação ao projeto de lei, consentindo ecooperando. Seguindo a hierarquia, esta éinferior à lei complementar e superior àsdelegadas (CF, art. 59, III).

Lei orgânica – Lei ordinária, mais impor-tante porque regulamenta preceitos da pró-pria Constituição. É também chamada leicomplementar, por completar princípiosinstituídos na lei das leis, a Constituição.

Lei territorial – A que se aplica somentedentro do território da nação.

Lenocínio – S.m. Crime contra os costu-mes; consiste em induzir alguém a satisfa-zer a lascívia de outrem (CP, art. 129).

Lesão – (Lat. laesione.) S.f. Violação deum direito; ato ou efeito de lesar, causarprejuízo alheio, do qual resulta danopecuniário; ofensa à integridade física, men-tal ou fisiológica de alguém, cujo resultadopode ser a morte ou alteração ostensiva,seja esta temporária ou permanente.

Lesão corporal – Crime contra a pessoaconsistente em ofender a integridade cor-poral, mental ou a saúde de alguém. Segun-do Bento de Faria, “é o dano que afeta ocorpo ou a saúde, ou ambos, conjuntamen-te; é um ato voluntário praticado sobre apessoa física de outrem, cometido, não como escopo de matar, mas com o intuito deofender a pessoa na sua inviolabilidade,material ou mental”.Observação: O CP, art. 129 e §§ fala sobreas lesões corporais, conceituando como cri-me a ofensa à integridade corporal ou à saú-de de outrem, que pode ser: culposa, leve,grave, gravíssima, seguida de morte.

Lesão funcional – “Aquela em que há alte-ração de função, sem que se encontre altera-ção anatômica” (FERREIRA, AurélioBuarque de Holanda. Novo Dicionário Au-rélio da Língua Portuguesa. 3. ed. Rio deJaneiro: Nova Fronteira, 1999).

Lesão orgânica – “Aquela que apresentaalteração anatômica” (FERREIRA, Auré-lio Buarque de Holanda. Novo dicionárioAurélio da língua portuguesa. 3. ed. Rio deJaneiro: Nova Fronteira, 1999).

Lesbianismo – S.f. O mesmo que safismo;homossexualismo feminino.Comentário: É característica desse tipo dehomossexualismo, a prática da sucção doclitóris. A palavra lesbianismo deriva dapalavra Lesbos, que na mitologia grega erauma ilha de mulheres, chefiadas e manipula-das por Safo, cujo nome, originou outro,

Lei moral – Lesbianismo

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safismo, significando a mesma coisa e omesmo tipo de homossexualismo.

Letra de câmbio – Título formal e autô-nomo de obrigação mercantil de crédito, feitopelo sacador, ao sacado, para que pague aotomador de soma fixada em dinheiro, notempo e lugar e estabelecidos (Lei da Usu-ra, arts. 1.o e 34; CPC, arts. 585 e 672).

Letra de risco – Letra de câmbio maríti-mo; empréstimo de dinheiro a risco (CCom,art. 635).

Letra hipotecária – Título de créditoendossável, nominativo ou ao portador,emitido por banco de crédito real, sob ga-rantia de imóveis ou de todo o seu ativo,representado pelos créditos hipotecários dobanco emissor contra terceiros (FERREIRA,Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicio-nário Aurélio da Língua Portuguesa. 3. ed.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999).Comentário: O tomador terá direito de cré-dito pelo valor nominal, atualização mone-tária e juros que deverão estar nela estipu-lados (Lei n. 7.684 de 02.12.1988).

Levante – S.m. Oriente, oeste; nascente;erva brasileira fortemente aromática; o mes-mo que sedição, motim, revolta.

Libelo – (Lat. libellu.) S.m. Acusação do-cumentada contra alguém de ato criminosoe suas circunstâncias, que se pretende pro-var, indicando as medidas de segurança apli-cáveis ao caso, finalizando pelo pedido dapena para o agente (CP, arts. 471 e 564).

Liberação – (Lat. liberatione.) S.f. Liber-tação de condenado pelo cumprimento dapena ou outra causa legal com a devida au-torização da autoridade competente; liber-dade provisória, vigiada ou condicional.

Liberalidade – S.f. Toda disposição a títu-lo gratuito, independente de seu modo derealização, pela qual alguém confere bens,vantagens ou direitos a outrem, por motivosdiversos tais como: afeição, gratidão, dedi-cação, caridade etc. “Estão sujeitas à colação

todas as liberalidades com o que a pessoa,de cuja sucessão se trata, haja gratificado,direta ou indiretamente, o herdeiro, ou mes-mo aquele a quem este substitui por direitoe representação” (BEVILÁQUA, Clóvis.Teoria geral do direito civil. 2. ed. São Pau-lo: Francisco Alves, 1929).

Liberdade – (Lat. libertate.) S.f. É a faculda-de que tem todo indivíduo capaz, de escolherlivremente, agindo por determinação própriae dentro dos limites da lei, sem exceder o seudireito em prejuízo de outrem, e de fazer tudoaquilo que não seja vedado pela lei ou pelamoral, ou pelos bons costumes.

Liberdade provisória – Liberdade conce-dida pelo juiz à pessoa, para que possadefender-se, com ou sem pagamento da fian-ça, quando há ausência de motivos que jus-tificariam a prisão preventiva (CPC, arts.46, 310, 321, 322, 327, 328 e 350).Comentário: “A prisão provisória não seconfunde com as penas privativas de liber-dade (reclusão, detenção ou prisão simples)que são cominadas na lei penal e impostasna sentença condenatória, mas só exeqüí-veis depois daquela ter passado em julga-do. Poderá, em dadas condições, deixar deefetivar-se, ou de ser mantida, dando lugarassim à liberdade provisória que se concre-tiza mediante uma caução, disciplinada emnosso direito sob a denominação de fiançaou, em certos casos, sem fiança, mas sujei-tando o acusado a determinadas obrigações”(SYON NETTO, Sylvio. Terminologia ju-rídica: vocabulário prático de uso forense.Campinas: Conan).

Liberdade vigiada – Antiga medida de se-gurança não detentiva a que o juiz subme-tia o condenado que havia recebido livra-mento condicional. Esta medida não foimantida pela Lei n. 7.290, de 11.07.1984,que deu nova redação à parte geral do CP.

Libidinagem – S.f. Vida ou ato de libidino-so; sensualidade, lascívia, voluptuosidade.

Libidinosidade – S.m. Qualidade delibidinoso.

Lesbianismo – Libidinosidade

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Libidinoso – (Lat. libdinosu.) Adj. Que érelacionado com o prazer sexual ou que osugere; voluptuoso, sensual; que procuraconstantemente o prazer sexual, sem o mí-nimo pudor.

Libido – S.f. Desejo sensual, luxúria; pai-xão da carne; instinto ou desejo sexual; ener-gia vital dos instintos da vida.

Licença – (Lat. licentia.) S.f. Consentimen-to, autorização, permissão; ato de consen-tir, pelo qual se autoriza ou se dá a faculda-de de fazer determinada coisa; afastamentodo serviço público por determinado tem-po; afastamento do trabalho para tratamen-to de saúde, com laudo médico, ou paradesempenho de mandato classista, à ges-tante, adotante ou licença paternidade oupara afazeres particulares, se assim o per-mitir a legislação à respeito.Nota: V. Lei n. 8.112, de 11.12.1990; podetambém ser autorização – alvará – dada pelofisco, concedendo autorização para o exercí-cio de alguma indústria ou comércio, depoisde pagos os devidos impostos; autorizaçãopara uso de patente de alguma invenção,previamente concedida pelo seu proprietá-rio a terceiro para exploração industrial (Lein. 9.279, 14.05.1996, arts. 61 a 74).

Licença à adotante – Licença concedidana forma da Lei n. 8.112, de 11.12.1990,art. 210 e § 1.o.

Licença à gestante – Licença concedidana forma da Lei n. 8.112, de 11.12.1990,art. 207 e §§ 1.o e 2.o.

Licença de caça – Licença concedida naforma do CCaça (Lei n. 5.197, de03.01.1967, arts. 12 a 14 e 20).

Licença-maternidade – Licença concedi-da à gestante, para que possa legalmenteafastar-se do trabalho para cuidar de filhorecém-nascido (CF, art. 7.o, XVIII; Lei n.8.112/90, arts. 207 a 210).

Licença-paternidade – Período de cincodias, concedido ao trabalhador para ficar ao

lado de filho recém-nascido, sem prejuízodo seu salário (CF, art. 7.o, XIX, 10 e § 1.o).

Licitação – S.f. Ato em que, para possibi-litar a partilha, os herdeiros e o cônjugedisputam entre si, por meio de lanços, aadjudicação de bens não suscetíveis de di-visão cômoda e que não caibam no quinhãode um só dos herdeiros ou na meação docônjuge sobrevivo, ficando obrigado oadjucatário a repor em dinheiro a diferença;diz-se do oferecimento de lanço, num lei-lão ou hasta pública, afim de adquirir a coi-sa ali apregoada (CF, arts. 22, XXVII, e175; Lei n. 8.666/93; CP, arts. 335 e 358;CTN, art. 193).

Licitação judicial – Licitação necessária,na partilha, quando, existindo menores ouinterditos, ou desacordo entre os condômi-nos, um deles requer a praça.

Licitação voluntária – Convenção amigá-vel entre os condôminos, todos maiores ecapazes.

Licitador – (Lat. licitatore.) Adj. O mesmoque licitante.

Licitante – Adj. 2g. Que licita; que fazlanços.

Licitar – (Lat. licitare.) V.i. Vender em lei-lão, em hasta pública; oferecer ou cobrirlanço; oferecer lanço em partilha judiciária.

Lícito – (Lat. licitu.) Adj. Que é admissívele justo; de conformidade com lei e não épor ela proibido; que o Direito ou a moral opermitem.

Licitude – S.f. Qualidade de lícito; de con-formidade com o Direito e permitido porlei; juridicidade, legalidade.

Lide – (Lat. lite.) S.f. Questão judicial, istoé, questão, litígio, demanda, pendência quesomente se resolve na justiça; meio peloqual se exercita o direito de ação, a ação nosentido objetivo e formal; em definição con-sagrada, diz-se que é um conflito de inte-resses, qualificado por pretensão resistida.

Libidinoso – Lide

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Lide penal – Conflito de interesses entreo direito de punir do Estado e o direito deliberdade do réu, resultante da prática deum ato delituoso à primeira vista.

Lide pendente – Causa que ainda está sen-do discutida, isto é, ainda está no período dejulgamento, que vai da citação inicial à sen-tença final, da qual não mais caberá recurso.

Lide temerária – Diz-se da ação por meioda qual uma pessoa, sem justa causa ouinteresse jurídico, por mera imprudência,negligência, erro grosseiro ou culpa grave,chama injustamente outra pessoa a juízo,ocasionando-lhe danos.

Liminar – (Lat. liminaris.) S.f. e Adj. 2g.O mesmo que limiar, entrada; diz-se do queocorre no princípio de um processo; quali-dade da medida tomada com a finalidade deresguardar direitos.Nota: A liminar se dá por ordem judicial,antes da discussão do feito.

Limitação da prova testemunhal – Nocaso da prova testemunhal para demons-trar a verdade dos fatos relativos a contra-tos que excedam o décuplo do maior saláriomínimo vigente no país, ela poderá ser,apenas, subsidiária de outras provas.

Limites subjetivos da coisa julgada – NoDPP, decisão sobre o fato material imputa-do ao réu, independentemente da qualifica-ção jurídico-penal que lhe tenha sido dada.No crime progressivo, quando se fala dacondenação dos fatos sucessivos que im-pede processos pelos fatos antecedentes.No crime complementar, decisão sobre umdos crimes que o compõe, faz coisa julgadaem relação a todos os outros. No DPC,diz-se da sentença que julgar total ou par-cialmente a lide, nos limites das questõesdecididas, e da resolução da questão preju-dicial, se a parte o requerer e o juiz for com-petente em razão da matéria e constituirpressuposto necessário para julgamento dacausa (CPC, arts. 468 e 470).

Linchamento – S.m. Justiça ou execuçãosumária de uma pessoa, feita pela multi-dão, quando o criminoso é apanhado emflagrante delito, sem julgamento em pro-cesso legal, a que todos, indistintamente,têm direito (V. Lei de Lynch)

Liquidação – S.f. Ato ou efeito de liqui-dar; meio pelo qual a sociedade mercantildissolvida, sob a mesma firma, com a cláu-sula “em liquidação”, dispõe de seu patri-mônio, fazendo o ajuste final de contas,terminando as operações encetadas, cobran-do créditos, pagando suas dívidas, venden-do os remanescentes do seu fundo e distri-buindo, por fim, entre os sócios, o ativolíquido ou os prejuízos verificados, segun-do o que estabelecer a lei ou o contratosocial; ato de apurar, determinar e saldaruma conta; fase do inventário em que o con-tador do juízo, após as últimas declarações,relaciona os bens avaliados, deduz do seutotal as dívidas passivas, as custas e outrasdespesas judiciais, apura o líquido partível,determina o valor de cada cota hereditária,e faz o cálculo do imposto de transmissãocausa mortis a ser pago à fazenda pública.Período da falência em que se reduz a di-nheiro o ativo para satisfazer a todos oscredores admitidos e as custas e demaisdespesas, a que se seguem o julgamentodas contas do síndico, a apresentação doseu relatório final e o encerramento defini-tivo do processo; realização, na época, paraesse fim prefixada, das operações a termoconcluídas na bolsa (NEVES, Iêdo Batista.Vocabulário prático de tecnologia jurídicae brocados latinos. Rio de Janeiro: APM,l987).

Liquidação amigável – Aquela que é feitaespontaneamente sem a intervenção judicial.

Liquidação extra judicial – Aquela quetrata do processo de liquidação de bancos,financeiras e companhias de seguro. É efe-tuada através de um agente nomeado pelogoverno e, na maioria das vezes, precedidapor intervenção oficial.

Lide penal – Liquidação extra judicial

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Liquidação forçada – Aquela determina-da por ordem judicial, que impede a conti-nuação da empresa e de seus objetivos,mesmo sendo estes rendosos, devido a fa-tos legais impeditivos a sua continuaçãomercantil, tais como perda da autorizaçãopara o seu funcionamento ou comprometi-mento com a economia popular.

Liquidação judicial – Aquela que é feitacom intervenção do Poder Judiciário.

Litigante – Adj. Que litiga, isto é, que plei-teia ou questiona uma demanda ou questãoatravés de um processo no juízo contencioso.

Litigante de má-fé – “Diz-se daquele quededuz pretensão ou defesa, cuja falta defundamento não possa razoavelmente des-conhecer; altera intencionalmente a verda-de dos fatos; omite de propósito fatos es-senciais ao julgamento da causa; usa umprocesso com o intuito de conseguir obje-tivo legal; resiste injustificadamente ao an-damento do processo; procede de modotemerário em qualquer incidente ou ato doprocesso; ou provoca incidentes manifes-tamente infundados” (CPC, arts. 17 e 18).

Litígio – (Lat. litigiu.) S.m. Demanda, dis-puta; pendência, contenda.Observação: O litígio somente terá inícioquando a parte contesta o pedido do autor(CPC, arts. 5.o, 282, 297 e 300 a 306).

Litígio internacional – Conflito de inte-resses, de ordem jurídica ou política, susci-tado entre dois ou mais Estados, podendoser resolvidos pela diplomacia, meios le-gais ou de coerção.

Litigioso – (Lat. litigiosu.) Adj. Que envol-ve litígio; que está dependendo de sentença.

Litisconsórcio – Reunião, num mesmoprocesso, de vários autores e vários réus,ligados pelo mesmo direito material discu-tido (CPC, arts. 46 a 49, 74, 75, 320, 472,592 e 981).

Litispendência – S.f. Situação de um pro-cesso que está tramitando em juízo.

Livramento condicional – Instituto jurí-dico que permite dar ao condenado liberda-de antecipada, depois de ter ele cumpridoparte da pena com bom comportamento,adequado às normas sociais e não ter reve-lado periculosidade, mas tendência positi-va para a regeneração. O livramento condi-cional foi instituído como estímulo fecun-do à regeneração do criminoso. Caso de-pois de preenchidos os requisitos legais paraa soltura, e posteriormente a ela, ele nãocumprir as condições necessárias ao conví-vio social, terá a sua condicional cancelada,e recolhido novamente ao xadrez (CP, arts.83 a 90, 112, e 113; CPP, arts. 713 e 726).

Livrança – “Em Direito antigo, dizia-se dotítulo através do qual o emitente se obriga-va a pagar a outrem, dentro do prazo esta-belecido, determinada importância pecuniá-ria, que confessava haver recebido do cre-dor. No direito português antigo, corres-pondia à atual nota promissória” (NEVES,Iêdo Batista. Vocabulário prático de tec-nologia jurídica e de brocardos latinos. Riode Janeiro: APM, 1987).

Livre arbítrio – Poder e direito que a pes-soa tem de determinar livremente ou fazero que bem entende, sendo, entretanto, úni-co responsável pelas conseqüências de seusatos.

Locação – S.f. Contrato feito entre o loca-dor e o locatário, mediante retribuiçãoconvencionada, por tempo determinado ounão, pela concessão do uso de coisa nãofungível, a prestar-lhe um serviço ou a exe-cutar determinado trabalho (CC, arts. 1.188a 1.247; CCom, art. 226 e CPC, arts. 585,701 e 1.112, IV).

Locação comercial – Aquela relativa aoprédio onde se instala uma casa comercial,seja ela de qualquer tipo.

Locador – S.m. Proprietário que cede umadeterminada coisa a outrem, mediante contratoou não, por um preço previamente ajustado.

Liquidação forçada – Locador

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Locatário – S.m. Aquele que toma, atravésde contrato ou não, por determinado tempo,mediante um ajuste financeiro, uma coisa.

Locupletamento – S.m. É a mesma coisaque enriquecimento indébito, ilícito; de gan-ho injustificado, à custa de outrem ou deproveito pessoal.

Locupletar – (Lat. locupletare.) V.t.d. En-riquecer; ficar rico; abarrotar-se.

Loteamento – S.m. Ato ou efeito de lotear;divisão em lotes; divisão em partes meno-res; divisão de um terreno em lotes, geral-mente para venda.

Comentário: A venda em prestações é feitamediante contrato de promessa de venda;escritura dada no fim do prazo e pagamentocontratado; contrato pode ser inscrito noregistro de imóveis (Dec. n. 3.079/38; Leisn. 4.768/65, 6.014/73, 6.015/75, 6.766/79).

Loto – S.m. “Jogo de azar, realizado comcartões numerados, adquiridos dos pelosjogadores e que vão sendo por eles preen-chidos à medida que os números são retira-das de uma sacola. O mesmo que víspora”(GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Di-cionário jurídico. São Paulo: Rideel, 1997,p. 114) (CP, art. 50).

Locatário – Loto

Maceração – S.f. Amolecimento do fetono útero; segundo Hélio Gomes, “é um pro-cesso transformativo especial do cadáverfetal morto no ventre materno do sexto aonono mês da gestação”; fica, neste caso,afastada a eventualidade de infanticídio,constatando não haver causas criminais namorte do feto no ventre materno.

Má-fé – Atitude consciente de uma pes-soa que, por malícia, tenta em proveito pró-prio, lesar interesse alheio (CC, arts. 517,546 a 548, 612, 613 e 618; CPC, art. 579).

Magistrado – S.m. Funcionário público deadministração; pessoa investida de alta au-toridade; lugar onde se reúnem oficiais dejustiça; em senso estrito e modernamente,juiz, que tem poderes para julgar.Comentário: O Presidente da República é oprimeiro magistrado da Nação.

Magistrado superior – Juiz, membro detribunal, que faz julgamentos de recursoscontra decisões de juízes inferiores.

Magistratura – S.f. Corpo de magistrados,que constituem a estrutura da ordem judi-ciária de um país; a função do magistrado.

Maior – Adj. Comparativo sintético de su-perioridade de grande (mais grande); queatingiu a maioridade civil, podendo, destemomento em diante, dispor de sua pessoae de seus bens.

Maioridade – S.f. “É o início da capacidadecivil. O nosso Código diz que ela começa aosvinte e um anos de idade” (BEVILÁQUA,

Clóvis. Teoria geral do direito civil. 2. ed. SãoPaulo: Francisco Alves, 1929) (CC, art. 9.o).

Malversação – (Fr. malversation.) S.f. Ad-ministração nociva, causadora de desvio debens ou valores, má gerência; dilapidaçãode um patrimônio.Comentário: A malversação é falta grave,cometida por funcionário incumbido da ad-ministração de bens ou valores.

Mancebia – (Lat. mancipiu.) S.f. Estado da-quele que vive amancebado, em concubinato.Comentário: Termo tirado da expressãohomo mancipii, genitivo de mancipium,propriedade.

Mandado – S.m. Ordem escrita que emanade autoridade judicial.Comentário: Existem várias espécies demandado, de conformidade com a sua fina-lidade: de citação, executivo, de penhora,de arresto, de busca e apreensão, de se-qüestro, de imissão na posse, de prisão, deavaliação, de despejo, de injunção e outros.

Mandado de arresto – Ordem escrita,emanada pelo juiz responsável pela ação,dentro dos casos previstos em lei, orde-nando a apreensão de tantos bens quantosforem necessários para garantia da execu-ção de dívida.

Mandado de busca e apreensão – Ordemescrita e formal do juiz, determinando a bus-ca e a apreensão de determinada coisa oupessoa que esteja em poder de outra pes-soa, ou simplesmente escondida. Quando

156Mandado de busca e apreensão – Mandamento

achada, a coisa ou pessoa deverá ficar sobcustódia para decisão final do juiz emissorda ordem (CPC, art. 839, 841 a 843). Noscrimes contra a propriedade industrial, abusca e apreensão é feita na conformidadedo que dispõe o CPP e Lei n. 9.2979, de14.05.1996 – Lei da Propriedade Industrial.

Mandado de citação – Documento redigi-do por autoridade competente, judicial ouadministrativa, pelo qual o réu ou o interes-sado é chamado a juízo, através do oficial dejustiça, ou pessoa indicada pela autoridade,com a finalidade de sua defesa pessoal.

Mandado de citação e penhora – Docu-mento redigido e assinado por autoridadejudicial, pelo qual o devedor é citado, pormeio de oficial de justiça, para efetuar opagamento de sua dívida dentre 24 horas,ou citar bens patrimoniais que servem depenhora da mesma dívida (CPC, art. 652).

Mandado de injunção – Ordem judicial queassegura a qualquer cidadão e exercício deum direito fundamental previsto na Consti-tuição, caso a norma complementar ou ordi-nária que regulamente esse direito ainda nãotenha sido aprovada (CF, art. 5.o, LXXI).

Mandado de prisão – Ordem escrita, ema-nada da autoridade judiciária, determinan-do o recolhimento de pessoa.Observação: O mandado de prisão deveráser lavrado em duas vias, sendo que umadelas deverá ser entregue ao preso, o qualpassará recibo na outra declarando-se hora,dia e lugar que a diligência foi realizada,dando origem ao mandado de prisão.

Mandado de segurança – Ordem judicialpara proteger o exercício de um direito lí-quido e certo, não amparado por habeascorpus ou habeas data, quando o respon-sável pela ilegalidade ou abuso de poderfor autoridade pública ou agente de pessoajurídica no exercício de atribuições do po-der público (CF, art. 5.o, LXIX).Comentário: O mandado de segurança nãoserá concedido: 1) se à emissão do ato cou-ber recurso administrativo que tenha efeito

suspensivo e que não esteja sujeito à cau-ção; 2) quando houver nota lançada por au-toridade em petição ou requerimento, defe-rindo-o, ou indeferindo-o, ou decisão judi-cial, quando existir expediente previsto nasleis processuais, ou através do caminhocorrecional que possa ser modificado; 3)quando o ato praticado for disciplinar, deato disciplinar, a não ser quando este forexecutado por autoridade sem a devida com-petência ou sem a observância das normaslegais.Nota: O primeiro pedido (petição inicial)será preenchido de conformidade com o quedetermina o CPC, arts. 282 e 283, devendoo juiz determinar, através de documentoespecífico, seja notificado aquele que se vêcoagido, autor do pedido, para que no pra-zo de dez dias preste as informações ne-cessárias sobre o estado em que se vê coa-gido, qual a co-autora, e o motivo que olevou à solicitação do amparo do mandadode segurança, para justa decisão judicial.

Mandado de segurança coletivo – O mes-mo que mandado de segurança individual,extensivo às pessoas jurídicas. A CF fala-nos quais são aqueles que podem solicitareste tipo de mandado: “(...) pode serimpetrado por: a) partido político com re-presentação no Congresso Nacional; b) or-ganização sindical, entidade de classe ouassociação legalmente constituída e em fun-cionamento há pelo menos um ano, em de-fesa dos interesses de seus membros ouassociados.

Mandado judiciário – Aquele que, alémde ter caráter especial e poderes limitados,a autoridade judiciária, no interesse da Jus-tiça, concede a alguém, através de manda-do, o exercício de cargo ou de função sim-plesmente judicial.

Mandamento – S.m. Prescrição, preceito,regra emanada através de uma lei; ordemcontida num mandado ou num preceito le-gal; ordem escrita, emanada de juiz: man-damento judicial.

157 Mandatário –Mandato geral

Mandatário – S.m. Pessoa à qual é confe-rido um mandato; procurador (CC, arts.1.300 a 1.308).

Mandato – (Lat. mandatu.) S.m. Autoriza-ção ou procuração que alguém dá a outrempara, em seu nome, praticar certos atos; fun-ções ou obrigações delegadas pelo povo oupor uma classe de cidadãos, às classesgovernantes do País; soberania temporáriaexercida por um país sobre um território emnome das Nações Unidas – ONU; segundoo Professor e Doutor Alcides Rosa, “é umcontrato mediante o qual alguém recebe deoutrem poderes para, em seu nome, praticaratos, ou administrar interesses”.Observação: 1) O sistema de mandatos foisubstituído pelo de tutela; 2) V. CC, arts.1.288, 1.290 e 1.291 e Lei n. 8.906/94 –Estatuto da OAB, art. 5.o; 3) o instrumen-to do mandato chama-se procuração; omandato pode ser: civil, conjunto, conven-cional, em causa própria, escrito, especial,expresso, extrajudicial, geral, gratuito,instintório, judicial, judiciário, legal, mer-cantil, oneroso, sucessivo, simples, social,solidário, tácito, qualificado, verbal.

Mandato civil – Aquele que se dá entreparticulares, cujo objeto são os negóciosregulados pela lei civil.

Mandato conjunto – Aquele pelo qual osmandatários agem solidária e conjuntamen-te; caso alguns não aceitem, caberá à maio-ria a execução do mandato.

Mandato convencional – Aquele que seacha limitado ao que determina o contratoestipulado.

Mandato eletivo – Aquele em que o eleito-rado concede poderes políticos a um cidadão,por meio do voto, para que este governe aNação, o Estado ou o município, ou o repre-sente no Congresso Nacional, na AssembléiaLegislativa ou na Câmara Municipal.

Mandato em causa própria – Aquele peloqual o mandante, através de instrumento deprocuração irrevogável, passa a outrem o di-

reito de determinado negócio ou coisa, po-dendo o mandatário agir em seu próprio inte-resse, mas sempre em nome de cessionário.Comentário: Esse tipo de mandato foi usadodurante longo tempo, com caráter de cessão.O Mestre Clóvis Beviláqua nos ensina: “Erameio de dissimular as relações jurídicas, que,realmente, se estabeleciam, ou pretendiamestabelecer entre as partes, tendo-se preveni-do contra elas os espíritos sãos, e não hámotivo algum para que de simples referência,que lhe faz o Código, se presuma que ressur-giu purificada.”

Mandato escrito – Aquele que é constituí-do através de instrumento público ou par-ticular ou qualquer outra documentação.

Mandato especial – Aquele que tem comoobjetivo um ou mais atos ou negócios, es-tabelecidos pelo mandante.

Mandato executivo – A mesma coisa quemandado de execução e penhora.

Mandato expresso – De Plácido e Silva nosensina que é “o conferido de modo inequí-voco, por um documento escrito, seja ele dequalquer natureza, contanto que nele se exarea vontade irretorquível de ser alguém inves-tido dos poderes de representação”.Comentário: Pode ser expresso por meiode palavras ou documento escrito; podetambém conter “especificação da naturezados negócios ou dos atos, jurídicos ou judi-ciais, que devem ser tratados, sem, toda-via, particularizá-los”. (NEVES, Iêdo Ba-tista. Vocabulário prático de tecnologia ju-rídica e de brocardos latinos. Rio de Janei-ro: APM, 1987).

Mandato extrajudicial – Aquele que é con-ferido para ter efeito fora da esfera forense.

Mandato geral – Aquele que outorga po-deres de representação ou de gestão, abran-gendo todos os negócios e interesses domandante, que devem ser pelo mandatário.Entretanto, esse tipo de mandato somenteconfere poderes à administração ordinária,

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limitando-se à esta. Designado pela expres-são omnium rerum.

Mandato gratuito – Aquele que estatuique o mandatário não receberá remunera-ção alguma pelos serviços prestados, sen-do que a execução desses tipos de serviçosomente deverá trazer vantagens para omandante.

Mandato judicial – Segundo ClóvisBeviláqua, mandato “conferido a uma pes-soa, odinariamente um profissional (ad-vogado ou solicitador), para a prestaçãode serviço de procuração em juízo, peloconstituinte”.

Mandato judiciário – Contrato de caráterespecial, que a autoridade judiciária, no inte-resse da Justiça, concede poderes limitadosa alguém para que exerça cargo ou funçãoexclusivamente judicial (CP, arts. 41, 96 e97; CC, arts. 499, 500, 502, 505, 507 e 509).

Mandato legal – Aquele resultante de dis-positivo legal, isto é, de disposição de lei.

Mandato mercantil – Contrato feito atra-vés de procuração pública ou particular queinstitui outro comerciante ou seu preposto,dando-lhe poderes especiais, como seu re-presentante legal, para agir em seu nome eadministrar os seus negócios, praticandotodos os atos comerciais necessários aodesenvolvimento dos negócios, e receben-do pelo serviço prestado a remuneraçãoestipulada no contrato.Nota: Não confundir com Comissão Mer-cantil, que é o contrato em caráter de man-dato, mas regulado pelos dispositivos queregem o mandato mercantil.

Mandato oneroso – Aquele pelo qual omandatário recebe remuneração pelo servi-ço que presta.

Mandato qualificado – Aquele através doqual o mandatário age sob ameaça do man-dante. Há excesso de mandato quando omandatário se excede nos meios emprega-

dos, cometendo delito mais grave, agindoem contradição às instruções do mandante.

Mandato simples – Aquele contrato comfinalidade criminosa, no qual a parte ouparticipação do mandatário tem a única fi-nalidade satisfazer o mandante.

Mandato social – Contrato social confe-rindo ao sócio com autorização para, emnome e por conta da sociedade, agir e obri-gar-se perante terceiros.

Mandato solidário – Mandato cuja natu-reza judicial confere a dois ou mais manda-tários autorização para agir isolada e inde-pendentemente dos demais.

Mandato sucessivo – Aquele que designaa ordem de prestação de serviço de cadamembro, sendo que esta designação seja deacordo com a ordem estatuída em contratosocial ou não, de forma que estes somentepossam, posteriormente, agir na falta ouimpedimento comprovado do membro ourepresentante anterior.

Mandato tácito – “É aquele que é exercidosem que a vontade do interessado se mani-feste, verbalmente ou por escrito, ou se nãohá determinação do mandante, que se pre-sume de certas circunstâncias de que o man-dato se reveste, como quando alguém, semque tenha constituído expressamente ou-trem, seu procurador ou representante, as-sente, estando presente, que ele interfiranos seus negócios e delibere em seu nome,tal sucede no contrato verbal de preposi-ção (...). É, também, o que há entre maridoe mulher, pai e filhos, pessoas jurídicas eseus representantes”. (NEVES, Iêdo Ba-tista. Vocabulário prático de tecnologia ju-rídica e de brocardos latinos. Rio de Janei-ro: APM, 1987); segundo De Plácido e Sil-va, é “quando se conclui pela realização deatos sucessivos praticados por parte domandatário, sem oposição do mandante”.

Mandato verbal – Aquele que, presentesas partes, é consignado através de viva voz

Mandato geral – Mandato verbal

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ou por meio de telefone, rádio, microfone,gravação em fitas etc.

Manicômio judiciário – Estabelecimentopsicopático que recebe os agentes delin-qüentes incapazes, acometidos de doençamental, desenvolvimento incompleto oucom retardamento mental, isentos de im-putação criminal e de penalidade devido aseu estado (CP, art. 26).

Mantença – (Lat. vulg. manuenentia.) S.f.Aquilo com que se provê o sustento dealguém, incluindo suas necessidades, como,p. ex., o sustento alimentar e de habitaçãode uma família. Também pode ser o gasto, amanutenção ou o custeio feito na conserva-ção de algo.

Manumissão – (Lat. manumissione.) S.f.No direito antigo, era a alforria, a libertaçãodada a um escravo.Nota: A alforria era, no DRom, a dação daliberdade, datio libertatis.

Manutenido – Pessoa a que, através demandado judicial, é assegurada a posse.

Marco – Segundo Clóvis Beviláqua, “é oque o agrimensor nas demarcações de terradeve mandar colocar para que em qualquertempo se possa reconhecer as divisas”.

Marginal – Adj. Relativo à margem, que seencontra na margem; criminoso (à margemda lei).

Marido – (Lat. maritu.) S.m. Cônjuge va-rão, isto é, do sexo masculino (CC, arts.233 a 239).

Marital – (Lat. maritale.) Adj. Relativo aomarido ou esposo; relativo à vida conjugal.

Massa – (Gr. máza.) S.f. Aglomerado deelementos, em geral da mesma natureza, queformam um conjunto; a totalidade, a grandemaioria; “é uma coleção abstrata de indiví-duos, recebendo impressões e opiniões jáformadas, vinculadas pelos meios de co-

Mandato verbal –Matrimônio

municação de massa; a massa não tem au-tonomia, sendo reduzida à formação daopinião independente através da discussão”(LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral.6. ed. São Paulo: Atlas, 1983, p. 316-317).

Matéria – S.f. O mesmo que material; as-sunto objeto de um discurso; assunto tra-tado em jornal; aquilo que for relacionadoao fato ou ao direito, constituindo a parteessencial de uma afirmação, ou do pronun-ciamento jurídico, ou judiciário; elementoprincipal ou objeto daquilo de que se trata.

Matéria de direito – Tudo que for relati-vo à ciência do Direito, sua legislação, dou-trina jurídica, jurisprudência e leis que nor-malizam ditas matérias.

Matéria de fato – Reunião das razões defato ou de direito, que em juízo são produ-zidas pelos litigantes sobre fatos que pro-vocaram a demanda, servindo estas de ob-jeto probatório, para convicção do julgadordas regras normativas do direito a seremaplicadas.

Matricídio – S.m. Crime de homicídio pra-ticado por aquele que mata a própria mãe(CP, art. 61, II).

Matrimônio – (Lat. m. matrimoniu.) S.m.União reconhecida como autêntica de ho-mem com mulher; casamento, conúbio,núpcias, consórcio, isto é, ato solene deunião de sexos diferentes.Comentário: A união é legitimada pela au-toridade civil e, opcionalmente, pela reli-gião; segundo Lafaiete Rodrigues Pereira, oato solene consiste na “promessa recípro-ca de fidelidade no amor e da mais estritacomunhão de vida” (CC, arts. 180 e segs.);já Clóvis Beviláqua diz que o ato do casa-mento é “apenas um contrato bilateral e so-lene, através do qual são regularizadas suasrelações sexuais e estreitando, com isto, umarelação vital de inteesses mútuos, inclusivena criação e educação e sustento da futuraprole que advier desse enlace”; a procria-ção e a educação da prole é o fim primáriodo casamento.

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Observação: Segundo a legislação de algunspaíses, esta união agora pode ser feita, tam-bém, com a mesma forma e cerimônia, en-tre elementos de sexos iguais. Esta lei, en-tretanto, ainda não foi aprovada no Brasil.Segundo a CF, a família constituída pelocasamento, tem especial proteção do Esta-do, reconhecida a união estável entre o ho-mem e a mulher como entidade familiar,devendo a lei facilitar sua conversão emcasamento sendo este gratuito e o religiosotendo efeito civil, nos termos da lei. Aindasegundo a CF, tem-se como entidade fami-liar a comunidade formada por qualquer dospais e seus descendentes, sendo que os di-reitos e deveres referentes à sociedade con-jugal são exercidos, perante a lei, pelo ho-mem e pela mulher (CF, art. 226 §§ 1.o e 2.o;CC, arts. 233 e segs. e 240; sobre a dissolu-ção da sociedade conjugal, ver art. 2.o e segs.da Lei n. 6.515, de 26.12.1977; a sociedadeconjugal pode ser dissolvida pelo divórcio,mas, para tanto, o casal deve estar separa-do judicialmente por mais de um ano noscasos expressos em lei, ou comprovada se-paração por mais de dois anos.

Maus-tratos – Segundo Bento Faria, “sig-nifica a ofensa corporal, podendo mesmoresultar a morte (linchamento)”.Observação: Esta ofensa corporal signifi-ca: a) impor a alguém trabalho forçado, ex-cessivo ou inadequado; abusar dos meioscorretivos ou disciplinar; privar a pessoade alimentação ou dos cuidados indispen-sáveis, estando a pessoa sob sua autorida-de, guarda ou vigilância para fins de educa-ção, ensino, tratamento ou custódia; expora pessoa a perigo de vida ou saúde; se apessoa for menor, sofrendo maus-tratos dospais ou responsável, a autoridade, comomedida cautelar, poderá determinar o afas-tamento do agressor da moradia comum e,ainda, aplicar a pena de detenção de um aquatro anos, se houver, devido aos maus-tratos, lesão corporal; se o agressor for opai ou a mãe, perderá o pátrio-poder, porato judicial.

Meação – Direito de co-propriedade dosbens comuns referentes à sociedade conju-gal, unida pelo regime de comunhão univer-sal; ou a divisão em partes iguais de todosos bens pertencentes a cada um deles, nocaso de separação, na conformidade com alegislação em vigor (V. Lei n. 6.515, de26.12.1977, art. 2.o e Lei n. 4.121, de12.08.1962, art. 3.o).

Mediação – S.f. Processo pacífico pelo qualsão acertados os conflitos internacionais,diferenciando estes da simples arbitragem,pois neste a proposta leva geralmente a umasolução sem a imposição de nada às partes;ato pelo qual duas partes são aproximadas,com a finalidade de receberem orientação,mediante o pagamento ao orientador, de-vendo este ser feito por aquela parte que ocontratou ou ajuste decisivo de ambas aspartes.

Medicina legal – Ramo da ciência médicaaplicado ao Direito para que a justiça tenhamaiores esclarecimentos em questões deordem criminal, policial, civil ou adminis-trativa. Segundo Hélio Gomes, “é o con-junto de conhecimentos médicos e para-médicos destinados a servir o direito, coo-perando na elaboração, auxiliando a inter-pretação e colaborando na execução dosdispositivos legais atinentes ao seu campode ação de medicina aplicada”.Observação: O termo medicina legal é tam-bém chamado de medicina forense ou demedicina judiciária

Médico legista – Pessoa formada em me-dicina, com especialização em medicina le-gal, para o exercício profissional de peritojunto aos processos de ordem política oujudicial.

Medida cautelar – Medida requerida aojuiz da casa, ou ao juiz competente, se pre-paratória, como medida quanto à seguridadeda eficácia de um determinado processo.Quando instaurada, torna-se peça integrantedo processo principal.Observação: As medidas cautelares podemser: típicas, quando houver apreensão judi-

Matrimônio – Medida cautelar

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cial da coisa, objeto do litígio ou de bens dodevedor para seguridade da dívida líquida ecerta, o que chamado de arresto, os alimen-tos provisionais, o atentado e o protesto;atípicas, aquelas previstas no CPC, arts.789, 796 a 889; a medida cautelar perderá oseu efeito desejado quando: a parte não pro-puser em juízo a ação no prazo de 30 dias,contados da data da sua realização, quandoa medida houver sido preparatória; não forrealizada dentro de 30 dias; o juiz anunciarfindo o processo principal, sem o julga-mento positivo ou negativo de seu mérito.

Medida de exceção – Todo e qualquer atode natureza política ou administrativa, usa-do em casos cuja conjuntura merece urgên-cia, tais como: estado de sítio, moratória,simples ou geral, expulsão de estrangeirosetc.

Medida de segurança – Disposição legalque permite ao juiz afastar o réu, sentencia-do ou absolvido, por tempo determinadode seu ambiente social, conhecendo ou pre-sumindo que, com sua volta à liberdade ouseu encarceramento comum, o crime voltea acontecer, devido a sua periculosidade,em face dos motivos e circunstâncias des-te, restringindo-lhe, assim, a sua liberdadee realizando providências que visem a suareadaptação à vida social e a proteção des-ta, permitindo a sua internação em hospi-tal de custódia ou tratamento psiquiátrico,ou à falta destes, em outro estabelecimentoadequado, e sujeição a tratamento ambula-torial (CP, arts. 96 a 99).

Medida liminar – Aquela que o juiz conce-de ao autor da ação, ainda antes de ter ouvi-do o réu, sendo esta de caráter provisório erevogável e com a finalidade de acautelardeterminada situação jurídica do mesmo.Observação: Em ações de reintegração deposse, mandado de segurança e a manuten-ção no começo da lide, pode o juiz conce-der essa medida.

Medida preventiva – Idêntica à medidacautelar.

Medida cautelar – Mendicância

Medida provisional – “Providência urgen-te que se toma no curso de uma causa, comoprestação de alimentos, serviços para con-servação de coisa objeto, de apreensão etc.”(GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Di-cionário jurídico. 2. ed. compacta. São Pau-lo: Ridel, 1998).

Medida provisória – Medida legal, que veiosubstituir o Dec.-lei, abolido pela CF de 1988.Somente poderá ser adotada em caso de re-levância e urgência e terá força de lei, deven-do entretanto ser submetida de imediato aoCongresso Nacional, que caso esteja em re-cesso, deverá ser convocado extraordinaria-mente para se reunir no prazo de cinco dias.Essas medidas perderão o seu efeito se den-tre de 30 dias de sua publicação não foremconvertidas em lei, devendo o CongressoNacional disciplinar as relações jurídicasdelas decorrentes (CF, art. 62 e § 1.o).

Meeiro – Membro da sociedade conjugalque goza do benefício da meação dos bens edireitos civis de comunhão; sócio igualitá-rio em determinada sociedade mercantil.

Memorial – 1) DC. Trabalho intelectual,escrito e ordinariamente impresso, o qualdescreve rigorosa e minuciosamente umadeterminada obra projetada e acabada, se-gundo o modelo da Associação Brasileirade Normas Técnicas, e que o incorporadordeve arquivar no cartório de Registro deImóveis. Só depois disso é que poderá ne-gociar sobre as unidades autônomas (Lei n.4.591, de 16.12.1964, arts. 32, g, e 53, IV).2) DPC. É, também, um trabalho escrito,geralmente impresso, pelo qual o litigianteapresenta circunstanciosamente suas razõese sua pretensão, todas elas dentro do direi-to que a ampara, na causa que foi motivodo litígio, quando a causa apresentar tesede fato e de direito.Observação: O memorial substitui, destamaneira, o debate oral (CPC, art. 454, § 3.o).

Mendicância – DP. É o ato de pedir pu-blicamente esmolas ou qualquer modalida-de de auxílio, sob a alegação de pobreza oumesmo necessidade.

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Observação: A mendicância pode ser con-travenção penal, se esta for feita por sim-ples ociosidade ou mesmo por cobiça (LeiContravenção Penal, art. 60).

Menor – (Lat. minore.) Adj. 2g. DC. É apessoa que ainda não atingiu a maioridade,que no Brasil é de 18 anos. Ela é penalmenteinimputável, ficando sujeita às normasestabelecidas na legislação especial e no Esta-tuto da Criança e do Adolescente (CP, art.27, 65, I, 115, 218, 245; CF, arts.14, § 1.o, II,C, 2.238; CC, arts. 5.o, 9.o, §§ 1.o e 2.o, 84,178, 86, III e IV, 226, 258, parágrafo único, I,III, IV, 373, 391, 411, parágrafo único, 1.259,1.260; CPC, arts. 405, § 1.o, III, 888, IV; Lein. 8.069, de 13.07.1990, arts. 28 a 32).

Menor idade – DC. Estado ou condiçãode pessoa menor, sendo que nesse períododa vida a pessoa não possui capacidade ju-rídica plena para atos da vida civil, ficandosob a tutela do poder pátrio. Essa incapa-citação do menor é: a) absoluta, quando temmenos de 16 anos; b) relativa, se maior de16 e menor de 21.Nota: Atenção! Essa incapacidade pode ces-sar pela emancipação (CC, arts. 5.o e 6.o).

Meritíssimo – (Lat. meritissimu) Adj. Degrande mérito; muito dígno, digníssimo; tra-tamento muito usado na terminologia fo-rense, dado, sobretudo, a juízes de Direito.Nota: a) A abreviatura dessa palavra é MM;b) Alguns tribunais preferem usar as expres-sões: egrégia câmara ou colendo tribunal.

Mérito – (Lat. meritu.) S.m. Aquilo que estácontido na questão judicial, ou litígio; lastrode conhecimentos da causa. Questão ou ques-tões fundamentais, de fato ou de direito, queconstitui o principal objeto da lide.

Micro empresa – DC. São empresas depequeno porte, que a lei assim as definecom a finalidade de usufruirem das mesmasregalias concedidas às pessoas jurídicas efirmas individuais, ou seja, que tenham tra-tamento diferenciado e favorecido em to-dos os campos e que tenham, também, re-ceita anual até o limite fixado em lei especí-

fica. O motivo do exposto em nossa Cons-tituição visa ao incentivo pela simplifica-ção de suas obrigações administrativas, tri-butárias, previdenciárias e creditícias, oupela eliminação ou redução destas por meiode lei (CF, art. 179 e Lei n. 8.864, de18.03.1994).

Ministério Público – “É uma instituiçãopermanente, esssencial à função juriscon-dicional do Estado, incumbindo-lhe a defe-sa da ordem jurídica, do regime democráti-co e dos interesses sociais e individuais in-disponíveis” (Constituição da RepúblicaFederativa do Brasil, Capítulo IV, Seção I,artigo 127).Nota: Ainda na Constituição acima citada,encontramos: Art. 127, § 2.o – “Ao Minis-tério Público é assegurada autonomia fun-cional e administrativa, podendo, observa-do o disposto no art. 169, propor ao PoderLegislativo a criação e extinção de seus car-gos e serviços auxiliares, provendo-os porconcurso público de provas e de provas etítulos, a política remuneratória e os pla-nos de carreira; a lei disporá sobre sua or-ganização e funcionamento.” Art. 128 – “OMinistério Público abrange:I – o Ministério Público da União, que com-preende: a) o Ministério Público Federal; b)o Ministério Público do Trabalho; c) o Mi-nistério Público Militar; d) o MinistérioPúblico do Distrito Federal e Territórios. II– os Ministérios Públicos dos Estados.

Minuta – Redação oral ou escrita ditadaou entregue pela parte ao notário públicoque fará a lavratura do ato. Do agravo: É apetição oral ou escrita com a qual se entraem juízo, como recurso à lide, juntamentecom exposição de fato e de direito, e asrazões do pedido de modificação da deci-são já formulada. Sendo o recurso cabível,a indicação das peças do processo altera-das pela petição (da minuta) deve ser mu-dada ou trocada ou permanecer anexada aoprocesso, decisão esta que caberá ao juizdo respectivo caso (V. CPC, art. 523).

Mendicância – Minuta

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Mitomania – Psiquiatria e Med. Leg. Ten-dência impulsiva para mentir, falseando averdade. O propósito do mitômano é o deatrair a atenção das pessoas ou a compaixãodelas. Ele chega a fazer graves acusações oumesmo auto-acusações de falsos crimes, bemcomo denúncias e depoimentos falsos.Observação: o desequilíbrio da personali-dade do mitômano, se não devidamente tra-tado a sua mitomania, pode se tornar habi-tual e constante.

Moção – (Ing. ou Fr. motion.) S.f. Em sentidofigurativo, é a proposta, apresentada a umaassembléia por um de seus membros para oestudo sobre determinada questão, ou de al-gum incidente ali verificado, ou mesmo a res-peito de um ato, cujo interesse seja comum.

Modo, cláusula modal ou encargo – (Lat.modu.) S.m. É uma obrigação em favor deterceiro, imposta pelo testante ou donatárioao beneficiário do testamento ou doação DC.Cunha Gonçalves nos ensina: “Designa-sepor modo ou cláusula modal uma cláusulaque só pode aparecer nas doações e nos tes-tamentos, em virtude da qual o donatário oulegatário fica sujeito a encargo a favor deoutra pessoa.” Já Clóvis Beviláqua diz: “En-cargo modus é a determinação acessária emvirtude da qual se restringe a vantagem cria-da pelo ato jurídico, estabelecendo o fim aque deve ser aplicado a coisa adquerida, ouimpondo uma certa prestação.”(CC, art. 128)(V. Exp. Lat. Modus).

Montepio – DAdm. É um seguro de vidade criação do Estado ou de uma instituiçãoparticular, não estatal, formada com a fina-lidade de prover a subsistência daquelesdesignados por seus filiados, quando dofalecimento destes.Observação: O montepio está isento detodas as execuções pendentes e futuras (CC,art. 1.430).

Mora – (Lat. mora = demora.) Delonga empagar/solver mora do devedor; é o atrasoou retardamento culposo no cumprimentoda obrigação: juros de mora, multa de moraetc; DC. “É o retardamento na execução da

obrigação. Se por culpa do devedor, a morase diz solvendi; se por culpa do credor, sedenomina accipiendi” (BEVILÁQUA, Cló-vis. Teoria geral do direito civil. 2. ed. SãoPaulo: Francisco Alves, 1929) (V. CC, arts.955 a 965).

Moral – (Lat. morale.) S.f. Relativo aoscostumes. Esta é uma parte da Filosofiaque trata do conjunto de normas não-im-postas por qualquer autoridade, vigentesem um grupo social, observadas espontâ-neamente, não podendo ser exigidas pelogoverno, sob pena de se transformar emdireito, que estabelecem o que é lícito ouilícito, bom ou mau, justo ou injusto(GUSMÃO, Paulo D. Manual de sociolo-gia. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1968).A moral não se confunde com o Direito.Mas é ela a sua inspiradora, pois trata jus-tamente do bem, dos bons costumes e dosdeveres do homem social, entrando comoelemento principal na formação do Direito.A diferença é que o Direito é quase sempreuma força coercitiva, ou seja, no sentidodidático, o Direito “é a ciência das regrasobrigatórias que presidem as relações doshomens em sociedade e a moral não”.Cunha Gonçalves nos ensina: “Nos temposprimitivos, as normas jurídicas estiveramconfundidas com a religião e a moral. Quan-do os instintos e egoísmos humanos erammais fortes do que a razão, a consciência e osentimento da solidariedade social, e o Esta-do não adquiria ainda a necessária forçacoercitiva, era preciso apresentar o direitocomo ditado pela divindade. Por isso, todasas leis antigas são indicadas aos respectivospovos como transmitidas por Deus: Hamu-rabi invoca o deus Shamash, Manu diz terrecebido de Vixnu as suas leis, Moisés afir-ma tê-las havido de Jahvé etc. No decursodos tempos, estabeleceu-se a diferenciaçãoentre a religião e a direito.”

Moratória – DC. É a dilatação de prazoconcedido ao devedor, para pagamento dadívida além do dia do vencimento. SegundoClóvis Beviláqua, “por moratória, enten-de-se aqui a espera, a concessão de prazoao devedor, após o vencimento da dívida”.

Mitomania – Moratória

164

Motivo – DP. Segundo Roberto Lyra, “é arazão psicológica, a representação subjeti-va que impele o agente ao crime, definindo-o sob os aspectos moral, social e jurídico”.

Motivo legal – É aquele estipulado juridi-camente na legislação do Estado como basejusta para um determinado ato ou decisão.

Motivo torpe – Todo aquele que reveladesonestidade, infâmia, abjeto, ignóbil, re-velando baixeza moral e que encontra re-pulsa de toda a sociedade.

Multa – Castigo pago em dinheiro, de na-tureza civil, imposto como ressarcimentode danos causados à Fazenda Pública porpessoas que infringiram ou fraudaram leisou regulamentos fiscais ou administrativos;DP. É o castigo imposto a uma pessoajulgada e condenada por infração da normalegal e consistente no pagamento pecuniáriofixado na sentença originária da condena-ção. É chamada de multa criminal e podeser convertida em prisão; DC. Sanção con-vencional, constante de cláusula penal, quecompreende uma soma de dinheiro pagacomo indenização de danos ou prejuízospela parte que não cumpre a prestação den-tro do prazo estabelecido.

Múnus – (Lat. munus.) Funções que umindivíduo tem de exercer. Obrigação, dever,ofício, cargo, encargo.

Munus público – O que procede do encar-go de uma autoridade pública ou da lei, cujoônus, imposto pelo Estado, obriga o indi-víduo a certos encargos em benefício cole-

tivo ou no interesse da pátria ou da ordemsocial.

Mutuário –DC. Quem recebe a coisaconsumível, por empréstimo, tendo aqueleque toma a coisa emprestada de restituir deacordo com o combinado anteriormente,quer seja verbalmente ou por contrato, noqual estipula-se quantidade e data do res-pectivo ressarcimento à pessoa que fez oempréstimo (CC, art. 1.263).

Mútuo – DC. 1) Como Contrato: É o con-trato unilateral de transferência através doqual uma pessoa cede a outra a propriedadede certa quantidade de coisa fungível (isto é,que se gasta com o primeiro uso) ou um umempréstimo em dinheiro (o mais comum) aoutra, que se obriga a lhe pagar, na dataconveniada, idêntica quantidade da mesmaespécie e qualidade. Segundo ClóvisBeviláqua: “É o contrato pelo qual alguémtransfere a propriedade da coisa fungível aoutrem, que se obriga a lhe pagar coisa domesmo gênero, qualidade e quantidade.”2) Como empréstimo: É o empréstimo deconsumo. Empréstimo gratuito ou onerosode coisas fungíveis, como o caso de em-préstimo financeiro (dinheiro vivo).

Mútuo consenso – É a manifestação dasvontades das partes, quando da celebraçãode um ato jurídico.

Mútuo mercantil – DCom. É o emprésti-mo (de natureza interna ou externa), cujoobjetivo é puramente comercial, sendo queuma das partes seja comerciante (CCom, arts.247 a 255 – e Dec.-lei n. 6.882, de 1944).

Motivo – Mútuo mercantil

Nação – S.f. Segundo Renan, não é, socio-logicamente falando, um grupo social de-terminado a um tempo por certas condi-ções naturais e objetivas (unidade de lín-gua, independência econômica, unidade degoverno etc.) e por condições subjetivas(comunidade de lembranças, vontade de umfim político distinto etc.). É, segundoPasquale Estanislao Mancini (1817-1888)“uma sociedade natural de homens, na quala unidade de território, de origem, de cos-tumes e de língua e a comunhão de vidacriaram a consciência social”. SegundoBluntschli, “quando a Sociologia fala da so-ciedade, o Direito Internacional da nação, oDireito político do povo e o Direito admi-nistrativo da população, estas quatro ciên-cias se referem a mesma entidade conheci-da por quatro nomes diferentes, nomes quese aplicam segundo o aspecto sob o qual éa mesma estudada”.Observação: Mancini destaca como dadomarcante de nação, a consciência social. Foibrilhante, porque é apenas uma questão aci-dental, quando se conceitua Nação. Moti-vo: existiram, como ainda existem, naçõessem território que se mantém, ou mantive-ram, sua integridade de Nação, há séculossem perder a sua consciência social, suaorigem e seus costumes, tais como: os ciga-nos e os judeus, dispersados por Tito, im-perador romano no ano 71, e que viveramdurante séculos sem um território, somen-te conseguindo o reconhecimento do terri-tório onde estão em 1949.

Nacionalidade – S.f. Laço jurídico quevincula um indivíduo a uma ordem jurídicaestatal (Scelle). Segundo TemístoclesCavalcanti, “a nacionalidade depende dasubordinação do indivíduo às leis internasde determinado Estado. Daí, decorrem di-reitos e obrigações recíprocas, situação edependência, ônus, como também prerro-gativas e uma proteção toda especial que onacional tem o direito de exigir”.Observação: A nacionalidade é um conjun-to dos elementos característicos de umaNação. Não confundir com naturalidade.

Na devida forma – Locução forense, sig-nificando, em juízo, que todo ato proces-sual obedeceu à todas formalidades legais.

Não à ordem – “Cláusula que, lançada emtítulo, impede novo endosso que não sejade mandato. Está subentendida no endossopignoratício” (GUIMARÃES, DeoclecianoTorrieri. Dicionário jurídico. 2. ed. São Pau-lo: Ridel, 1998).

Não-formal – Condição do ato jurídico,título ou instrumento, para o qual a lei nãoexige nenhuma forma especial, deixandoisso à vontade das partes.

Não-retroatividade da lei – É o princípioque torna seguro a estabilidade da ordemjurídica. Sem este princípio não existiria amínima condição de ordem e firmeza nasrelações sociais, nem de garantir os direitosdo indivíduo.

166Na raça – Naturalização

Na raça – Expressão brasileira, que signifi-ca na força; com luta, bravura, energia.

Narcolepsia – S.f. Desejo insopitável dedormir, com acessos repetidos de sonolên-cia ou sono profundo. Este tipo mórbidode sono é muito comum naquelas pessoasque dirigem veículos durante longos per-cursos, podendo, com isto, ocasionar de-sastres sem que ele perceba o ocorrido.

Narcotráfico – S.m. Tráfico de narcóticos.Constitui crime hediondo (Lei n. 8.072, de25.06.1990).

Nascimento – S.m. Ato pelo qual uma crian-ça, anteriormente feto, é trazida ao mundo,através de parto normal ou de técnica obs-tetrícia. O nascimento com vida inicia apersonalidade civil do ser humano.Comentário: Ensina Clóvis Beviláqua a res-peito da aquisição de personalidade civil doser que acaba de nascer: “Basta que a criançadê sinais inequívocos de vida para ter adqui-rido a capacidade civil. Entre os sinais apre-ciáveis estão os vagidos e os movimentoscaracterísticos do ser vivo; mas, principal-mente, perante a fisiologia, é a inalação do arcuja penetração, nos pulmões, vai determi-nar a circulação do sangue do novo organis-mo, o que denota ter o recém-nascido inicia-do a sua vida independente. Realizado onascimento, pouco importa que, momentosdepois, venha a morrer o recém-nascido. Acapacidade jurídica já estava firmada, direi-tos já podem ter sido adquiridos, que setransmitiram aos herdeiros do falecido. Nãohá também que distinguir se o parto foi rea-lizado, naturalmente, ou se exigiu a inter-venção da obstetrícia”; pelo CC, art. 4.o, acriança, desde a sua concepção até o seunascimento, é colocada sob a proteção doEstado. Nos termos da Lei n. 6.015, de03.12.1973, que dispõe sobre os registrospúblicos, todo e qualquer nascimento hu-mano que ocorrer em terras do Estado brasi-leiro deverá ser imediatamente registrado. Apalavra é também muito usada para desig-nar o princípio, a origem, o começo, a proce-dência de alguma coisa, seja ela de natureza

objetiva ou abstrata, como, p. ex., o nasci-mento de uma determinada sociedade, de umaobrigação ou do direito à uma herança, etc.,ou para designar ser a pessoa de uma origemou estirpe famosa.

Nascituro – S.m. Ser humano já concebidomas ainda por nascer. Também chamado feto,por estar ainda dentro do ventre materno.Comentário: Por uma ficção do direito, éconsiderado provisoriamente com certa ca-pacidade jurídica: direitos do “nascituro”,sendo os mesmos resguardados, desde a suaconcepção até o seu nascimento, pela leicivil e penal, quando fala do aborto, que é,no Brasil, considerado assassínio (CC, art.4.o e CP, art. 124).

Natimorto – S.m. Feto humano que nascesem vida; que não chega a respirar. Não seconfunde com o que nasce com vida, masmorre logo depois.Comentário: O que nasce com vida efêmera,ou seja, morreu logo após o nascimento, trans-mite direitos, devendo-se para tanto apurarse chegou a respirar, pois caso isso não acon-teceu, não há transmissão de direitos.

Naturalidade – S.f. Local, cidade, municí-pio, distrito, Estado, província ou região,na qual a pessoa nasceu; não confundir comnacionalidade.

Naturalização – S.f. Ato pelo qual um es-trangeiro obtém do governo de um país, quenão é o seu, a sua cidadania, perdendo aomesmo tempo a sua nacionalidade de origem.Comentário: Rodrigo Otávio tem a seguintedefinição: “Ato pelo qual uma nação recebeem sua comunhão um indivíduo até entãopertencente a outra nacionalidade.” Quanto ànaturalização, a CF, art. 12, afirma que sãobrasileiros natos: os nascidos na RepúblicaFederativa do Brasil, ainda que de pais es-trangeiros, desde que estes não estejam a ser-viço de seu país; os nascidos no estrangeiro,de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde quequalquer deles esteja a serviço da RepúblicaFederativa do Brasil; os nascidos no estran-geiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, des-

167 Naturalização – Nome

de que sejam registrados em repartição brasi-leira competente ou venha a residir na Repú-blica Federativa do Brasil antes da maiorida-de e, alcançada esta, optem em qualquer tem-po pela nacionalidade brasileira; são brasilei-ros naturalizados: os que, na forma da lei,adquiram a nacionalidade brasileira, exigidasaos originários de países de língua portugue-sa apenas residência por um ano ininterruptoe idoneidade moral; os estrangeiros de qual-quer nacionalidade, residentes na RepúblicaFederativa do Brasil há mais de 30 anosininterruptos e sem condenação penal, desdeque requeiram a nacionalidade brasileira. E,quanto a igualdade de direitos, especifica noparágrafo abaixo do mesmo artigo: “§ 2.o – alei não poderá estabelecer distinção entre bra-sileiros natos e naturalizados, salvo nos ca-sos previstos nesta constituição.”

Necrofilia – S.f. Desejo sexual doentio,perverso e repugnante, por cadáveres quesão profanados para satisfação desse ape-tite; prática de atos libidinosos com os des-pojos da pessoa morta. Crime previsto nonosso no art. 212 do CP sob o nome de“vilipêndio a cadáver”.

Necropsia – S.f. Exame cadavérico; disse-cações médico-legais feitas em um cadáverpara saber a sua causa mortis. Segundo oart. 162 do CPP, “é o exame anatômico fei-to por pessoas competentes nas partes in-ternas de um cadáver para descobrir a na-tureza das lesões que produziram a mortedo paciente”.

Negar – (Lat. negare.) V.t.d. Dizer que umacoisa não é verdadeira ou que não existe;recusar dizer que conhece tal fato; contestar.

Negligência – (Lat. negligentia.) S.f. Des-cuido, desatenção, relaxamento, incúria.Segundo Esmeraldino Bandeira, “é a atua-ção descuidada e defeituosa ou a falta deatenção em momento próprio”.

Negociata – S.f. Negócio em que geralmentehá logro ou trapassa; fraude; lucro ilícito;transação processada de má-fé.

Negócio escuso – Aquela que apresentaum caráter imoral, oculto ou suspeito.

Negócio jurídico – Qualquer declaraçãoescrita nos autos que identifique o ato devontade da pessoa, cujo alvo é apontar efei-tos juridicamente admitidos. Essa expres-são é usada com freqüência como sinônimode ato jurídico.

Nepotismo – (Lat. nepote = sobrinho +ismo.) S.m. Empreguismo de parentes;favorecimento a parentes.

Nexo causal – Relação de causa e efeito.Observação: A gênese do nexo-causal estápresente no art. 13 do CP, quando diz: “Oresultado, de que depende a existência docrime, somente é imputável a quem lhe cau-sa. Considera-se causa a ação ou omissãosem a qual o resultado não teria ocorrido.”

Ninfomania – S.f. Palavra originária do gre-go significando câmara nupcial. Perversãosexual feminina; inclinação impulsiva nasmulheres para o abuso do coito, assumindo,às vezes, caráter patológico; andromania,histeromania, metromania, uteromania, fu-ror uterino.

Nojo – S.m. Repulsa, repugnância, asco;aborrecimento, tédio; tempo de luto; perío-do de sete dias de luto (tristeza) que o réuse sensibiliza pela morte de algum parenteseu; período de licença remunerada pormorte de parente de até dois dias pela CLT,sete pelo estatuto do funcionalismo.Observação: Nesse período, o réu não deveser citado (CPC, art. 217; CLT, art. 473).

Nome – S.m. Denominação dada às pessoas,quer sejam elas físicas ou jurídicas.Observação: As pessoas físicas e jurídicasdeverão fazer o registro de seus nomes emórgão competente; a pessoa física, de maio-ridade, poderá requerer mudança de seunome, quando este colocá-lo em ridículo; onome usado por uma sociedade mercantilchama-se nome social, razão social ou sim-plesmente firma.

168

Nomeação – S.f. Ato ou efeito de nomear;Temístocles Calvacante nos dá seu concei-to: “É uma forma de provimento de cargopúblico. É o ato formal pelo qual o PoderPúblico atribui determinado cargo a umapessoa estranha a seus quadros.”Observação: A designação é feita: em caráterefetivo, quando se tratar de provimento atra-vés de concurso público, não podendo serexonerado, a não ser em determinados casosprevistos na legislação específica de cada ór-gão, Estado Federativo, Estados-membros,prefeituras ou qualquer departamento públi-co; em comissão, quando o provimento é fei-to para cargos de confiança, podendo por issoser exonerado a qualquer momento (Lei n.8.112, de 11.12.1990, art. 8.o).

Nomeação à autoria – Ato processualpelo qual aquele que detiver a coisa emnome de outrem, sendo-lhe demandada emnome próprio, indica o verdadeiro proprie-tário à autoria.Observação: Requisitos: possuir o réu coi-sa alheia em seu nome; reinvidicar o autor acoisa, achando que esta seja de proprieda-de do réu (CPC, arts. 62 a 69).

Nomeação de bens à penhora – Designa-ção feita pelo réu das suas posses, sobre asquais a penhora deverá incidir.

Nomenclatura – S.f. Relação de nomesrelativos a uma ciência ou parte; tecnologia;terminologia.

Nome patronímico – Nome de família;sobrenome; derivado do nome do pai.

Norma – S.f. Aquilo que se estabelece comofundamento ou termo para a execução dequalquer coisa; preceito legal, regulamen-to, modelo.

Norma jurídica – Preceito de Direito con-cretamente considerado, transformado emprescrição legal; método objetivo da vonta-de social, manifestada imperativamente atodos pelo Estado, podendo ser: dispositiva,quando apenas anuncia a regra jurídica;interpretativa, quando explica o significado

do seu conteúdo e a sua aplicação aos fatos;coercitiva, quando são incluídas ordens in-dispensáveis à observância obrigatória daspartes envolvidas na vinculação jurídica.Observação: A norma jurídica pode sertaxativa, proibitiva, legal, preceptiva (quecontém preceitos), imperfeita, de anulação,primária e programática etc.

Norma jurídica imperfeita – Preceito quedeixa de eliminar procedimentos viciosos,deixando de atribuir pena ao infrator, pelasimples razão de sua posição social (CC,art. 215).

Norma jurídica mais-que-perfeita –Aquela que aplica uma pena mais grave doque o delito daquela prescrita pela lei. V.exemplo, art. 1.54l do CC.

Norma penal – Princípio de Direito sobreo qual é manifestada a vontade do Estadoem especificar os fatos que originam efei-tos jurídicos, envolvendo punição com cas-tigo penal.

Normal penal em branco – Normatizaçãoque precisa de uma outra norma congênerepara completá-la (CP, arts. 178, 237 e 269).

Nota de culpa – Determinação judicial,escrita e assinada pela alçada competente,que deverá, dentro de 24 horas depois daprisão do acusado, ser-lhe entregue, paraque este fique ciente do que está sendo ale-gado contra ele, motivo da detenção (CPP,art. 306 e § 1.o).

Nota promissória – Contrato de créditoque consiste na promessa de pagamentoem dinheiro, feita pelo devedor diretamen-te ao credor, com data, mês e ano, aceitapor ambas as partes (Dec. n. 2.044 e57.663).

Notário – S.m. Oficial público, que, obser-vando as normas jurídicas e as do Direitorespectivo, lavra, nos seus livros de notas,os atos, contratos e instrumentos, quandoisso é solicitado pela pessoa interessada;tabelião (CF, art. 236).

Nomeação – Notário

169

Notificação – S.f. Documento escrito, ca-tegórico ou não, pelo qual é feita determi-nada notificação ou comunicação a alguémde determinado fato ou intenção que confi-gure implicação jurídica.Observação: A notificação é: extrajudicial,quando, não existindo legislação prescritapara a notificação, esta é feita por outrosmeios legais, tais como: telefone, telegrama,fax ou outro meio; por meio de Cartório deRegistro de Títulos e Documentos, só épossível quando não for exigida a atuação doJudiciário; Judicial, quando o juiz ordena anotificação, por meio de documentação ofi-ciosa ou por intermédio de solicitação escri-ta e assinada por ele, obedecendo, contudo,a legislação respectiva, em cumprimento deprincípio legal ou a título acautelatório.

Notoriedade – S.f. Condição do que é no-tório, conhecido.

Notório – Adj. Geralmente conhecido detodos; universal; do domínio público; o quegoza de notoriedade.

Novação – S.f. Permuta de uma obrigaçãofinanceira por outra nova e distinta, devidomudança de devedor ou credor, ou do obje-to da prestação, extinguindo, assim, a pri-meira dívida (CC, arts. 999 a 1.008).Observação: O eminente Clóvis Beviláquanos dá a definição: “É a conversão de uma

Notificação – Nuncupação

dívida em outra para extinguir a primeira”;também Cunha Gonçalves: “Diz-se nova-ção a substituição de uma dívida por meiode outra.”

Noxal – Adj. Referente a dano, perda; açãoque tem como causa a reclamação de per-das e danos.

Nua-propriedade – Vantagem reduzida,devido a propriedade se encontrar destituí-da de um ou mais de seus privilégios elemen-tares, como, p. ex., o direito de uso e posse.

Nubilidade – S.f. Estado da pessoa queatinge a sua capacidade orgânica e civil paracontrair matrimônio, sendo para o homemaos 18 anos e para a mulher aos 16 (CC, art.183, XII).

Nulidade – S.f. “Ineficácia dum ato jurídi-co, resultante da ausência de uma das condi-ções necessárias para sua validade” (FER-REIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novodicionário Aurélio da língua portuguesa. 3.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999).

Nulidade de sentença – Objetivo da açãorescisória.

Nuncupação – (Lat. nuncupatione.) S.f.Designação ou nomeação por testamentode herdeiro, feita oralmente (CC, art. 1.663).

Óbito – S.m. Falecimento; morte, passa-mento; cessação definitiva da vida materialdo ser humano, determinando o final daexistência biológica. É imperativo fazer orespectivo registro público do ocorrido (CC,art. 12, I, e Lei n. 6.015, de 31.12.1973).

Óbito justificado – Aquele em que é ad-mitido fazer o assentamento nas reparti-ções públicas destinadas a este tipo de re-gistro, da pessoa falecida, mesmo quando ocadáver desta não foi encontrado por ra-zões diversas.Nota: Foi o que aconteceu com Ulisses Gui-marães, cujo corpo jamais foi encontrado.

Objeção – S.f. Discordância, dentro de umadeterminada lógica, quando se faz uma opo-sição, seja ela por documento escrito ouoralmente perante o juiz, a uma argumenta-ção ou a uma fundamentação; contestação,oposição.

Objeção de consciência – Proibição do di-reito da pessoa de apelar para convicçõesreligiosas, filosóficas ou políticas para de-sobrigar-se de encargos ou serviços que a leiimpõe. A transgressão desta disposição im-porta em perda dos direitos políticos.

Objetivos do Direito Penal – Resguardodos valores ético-sociais do país, do ampa-ro dos haveres jurídicos concretos, da de-fesa dos bens jurídicos gerais e do susten-táculo da paz jurídica e social.

Objeto – S.m. Argumento, assunto; aquilosobre que recai um direito, uma ação ouobrigação; objetivo, propósito.

Objeto do processo penal – Práticajurisdicional do Estado, através de deter-minação de um castigo ao autor do delito.

Objeto formal do crime – Desrespeitodo regulamento penal.

Objeto ilícito – Todo aquele ato ou fatoque é proibido por lei.

Objeto jurídico do crime – Bem ou inte-resse tutelado pela lei; Nuvalone, citado porJúlio Fabbrini Mirabete, conceitua: “(...) obem ou o interesse que o legislador tutela,em linha abstrata de tipicidade (fato típi-co), mediante uma incriminação pena.”Comentário: Constituem objetos jurídicosdo crime os processados contra a vida, ahonra, o patrimônio, a saúde e a fé pública;o objeto pode ser: jurídico, que segundo oProfessor Damásio Egangelista de Jesus,“ é o bem ou interesse que a norma tutela.É o bem jurídico [continua] que se consti-tui em tudo o que é capaz de satisfazer asnecessidades do homem, como a vida, aintegridade física, a honra, o patrimônioetc.” (Direito penal: parte geral. 3. ed. SãoPaulo: Saraiva, 1978, p. 174); material, pes-soa ou o bem sobre o qual recai a condutahumana, como, p. ex., a coisa furtada etc.

Objeto lícito – Direito ou uma obrigaçãoincidente com apoio legal.

Objeto material do crime – Aquilo queconsta do objetivo comportamental do cri-minoso, bens, pessoa ou coisa.

172Oblação – Obsessão

Oblação – S.f. Oferecimento de algumacoisa que alguém faz a outrem, por sua li-vre e espontânea vontade. Mais usado parasignificar a doação de bens imóveis.

Oblato – S.m. Pessoa que aceita uma ofer-ta de contrato.

Ob-repção – S.f. Ocultamento da verdade;dolo; disfarce, armadilha para adquirir pro-veito ou gentileza desmerecida da Justiça;o mesmo que sub-repção.

Ob-reptício – Adj. Que se almeja ou é alcan-çado por ob-repção; que age com sub-repção.

Obrigação – S.f. Vínculo pelo qual alguémdeve fazer ou deixar de fazer algo, que podeser reduzido a um valor de natureza econô-mica; Clóvis Beviláqua nos fornece o seuconceito: “É a relação transitória de direi-to, que nos constrange a dar, fazer ou nãofazer alguma coisa economicamente apre-ciável, em proveito de alguém, que por atonosso ou de alguém conosco juridicamenterelacionado, ou em virtude da lei, adquiriuo direito de exigir de nós essa ação ou omis-são”; a definição de Cunha Gonçalves é aseguinte: “Obrigação é o vínculo jurídicopelo qual alguém se sujeita para com ou-trem a dar, a fazer ou não fazer.”Observação: Existem centenas de obrigaçõesatendendo a delimitações expressas e de con-formidade com o que for encarado; vejamosalguns exemplos: Alternativa, quando nomeio de várias prestações diferentes, aqueleque deve escolhe uma delas; Subsidiária,quando está subordinada à ação fundamen-tal; Composta, quando os objetos escolhi-dos são vários; A Prazo, quando existe pra-zo determinado para o seu suplemento;Condicional, quando é estipulado um dis-positivo condicional; Divisível, que pode serdividida em várias prestações; Líquida, quepossui como argumento objeto determina-do; Indivisível, quando a obrigação não podeser executada parcialmente; Ilíquida, quandopossui objeto impreciso; Simples, quan-do existe apenas um único objeto; Pura,quando não existe nenhuma restrição esti-

pulada; Solidária, quando a obrigação é com-partilhada com todos os devedores; De Dar,quando a sua característica é a aquela quefornece uma garantia de coisa móvel ou imó-vel; De Fazer, aquela que o devedor deverealizar alguma ação; De Não Fazer, é o con-trário da anterior, ou seja, é o esquecimentoou a abstenção obrigatória da prática de umato (CC, arts. 863 a 1.078).

Ob-rogação – (Lat. obrogatione.) S.f. Atoou efeito de derrogar.

Ob-rogar – (Lat. obrogare.) V.i. Contra-por, isto é, pôr contra, em frente, confron-tar, opor ou fazer contrapor-se uma lei aoutra.

Ob-rogatório – Adj. Capaz de contrapor;que tem força para confrontar.

Obsessão – (Lat. obsessione.) S.f. Obce-cação; preocupação doentia; imagem ouidéia que se impõe ao espírito do sujeito.Não confundir com idéia fixa, porque ge-ralmente não passa à ação e porque o sujei-to tem consciência do caráter anormal des-sa imagem ou dessa idéiaNota: Segundo Aurélio Buarque de Holanda(Novo Dicionário Aurélio da Língua Portu-guesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Frontei-ra, 1999), figurativamente é a preocupaçãocom determinada idéia, que domina doentia-mente o espírito, e resultante ou não de sen-timentos recalcados; idéia fixa, mania.Comentário: Segundo a religião Católica,suas descendentes, isto é, as chamadas pro-testantes, e algumas religiões oriundas daÁfrica têm seu conceito teológico, que é oseguinte: “é a vexação ou percepção atri-buída à influência do diabo; da atormentaçãopor contínuas sugestões causadas pelo dia-bo sem, contudo, existir possessão”; o diabofoi, segundo as escrituras antigas e hojeparte integrante das igrejas cristãs, um anjoque se revoltou contra Deus, sendo expur-gado do convívio dos demais. Assim, ele, odiabo, fundou, com seus adeptos o seu pró-prio império com capital no chamado In-

173 Obsessão – Ofendido

ferno, onde permanece “per omnia seculaseculorum”, isto é, por todos os séculos eséculos, ficando Deus com o reino celeste.A Igreja Católica e Protestantes tinham atébem pouco tempo o chamado exorcismo,ritualística para afastar os poderes do dia-bo. O Espiritismo, palavra criada por AllanKardec, no final do século passado, tem oconceito: “Obsessão é o domínio que mausespíritos exercem dobre algumas pessoas,no intuito de submetê-la à sua vontade, porsimples prazer de fazer mal. Quando umEspírito bom ou mau quer influir sobre oindivíduo, envolve-o, por assim dizer, comseu perispírito (corpo bioplásmico, encon-trado em laboratório pelos cientistas, o ca-sal Kirlian, russos da universidade de Kiev),como se fosse um manto.” Maus espíritossão indivíduos como nós, que devido a suaevolução ainda estão numa categoria muitobaixa e visam somente a sua satisfação, querencarnados ou desencarnados, isto é, de-pois de seu falecimento.Nota: Espiritismo, só existe um. O codifica-do por Allan Kardec, que é estudado cienti-ficamente, sem nenhum culto externo, massimplesmente mental, espiritual. As demaisdenominações chamadas espíritas, como oCandomblé, a Macumba, a Umbanda e ou-tras similares não são espíritas. Mas simreligiões oriundas da África que, apesar deas respeitarmos, não são espíritas têm estenome devido ao fato de terem copiado a ter-minologia criada por Allan Kardec no finaldo século passado, porque, também “traba-lham” com espíritos dos mais variados pos-síveis, inclusive o próprio chamado de de-mônio ou espírito do mal.

Obscenidade – S.f. Qualidade de obsceno,isto é, daquilo que fere o pudor; impuro,desonesto.

Obstáculo judicial – Proibição, suspeitaou qualquer tipo de impedimento de ordemmaterial que não pode ser afastado atravésdos meios legais e com que a parte contrá-

ria desafia a Justiça numa narração proces-sual, para prolongar ou impossibilitar a di-ligência do fundamento ou do recurso.

Obstrução da justiça – Ação que, segun-do o CP, possa concorrer para a má gestãoda justiça. Em nossa ordem jurídica, nãoexiste a configuração típica dessa conduta,que pode ser enquadrada nos crimes contraa competência da Justiça (CP, arts. 338 a360).

Ocultação de cadáver – Crime contra aconsideração aos falecidos, quando se ocul-ta, destrói ou tira com sutileza ou com frau-de um cadáver ou parte dele, sem que osseus familiares tenham conhecimento dofato (CP, art. 211).

Ocultação de impedimento – Crime con-tra a família, que consiste em ocultar à par-te interessada, no caso o futuro cônjuge,qualquer impedimento para o matrimônio(CP, art. 236 e § 1.o).

Ocultação de recém-nascido – Delitocom a condição de genealogia. Fundamen-ta-se na ocultação do recém-nascido; nasubstituição do recém-nascido; na anula-ção ou alteração de direito inerente ao esta-do civil; na atribuição do parto alheio comopróprio; no registro do filho de outremcomo próprio (CP, art. 242).

Ofendícula – Direito que a pessoa tem deter a sua inviolabilidade domiciliar assegu-rada, podendo, com esse direito, colocarem sua propriedade meios de defesa, taiscomo: arame farpado, eletrificação de ma-çanetas, cacos de vidro nos muros, cercasde ferro pontiagudos etc. (CP, art. 5.o).

Ofendido – Em DP, é a vítima de uma ofen-sa ou dano, físico ou moral.Observação: Nos delitos de ação pública, oinquérito policial começa quando ele forsolicitado pela autoridade judiciária ou peloMP. Entretanto, a petição poderá, também,ser solicitada pelo ofendido ou por quemfor qualificado para representá-lo (CPP, art.5.o, II).

174

Ofensa – S.f. Dano contra o direito de al-guém, seja ele físico ou moral.

Ofensa implícita – Segundo Bento Faria,“é aquela que, embora dirigida a alguém,atinge diretamente e imediatamente a digni-dade ou o decoro de outrem”, ou seja, umaoutra pessoa.

Ofensa oblíqua – Aquela que resulta depalavra de duplo sentido. Segundo BentoFaria, “é quando consiste em uma transpo-sição de palavras que se prestam a um sen-tido contrário do aparente.”

Ofício – S.m. Função pública exercida porserventuário exclusivo do judiciário; a obri-gação, a função; a profissão ou a espécie devida costumeira, de atribuição ou de traba-lho; documento de solicitação por escrito,de uma alçada a outra, ou para a subalterna,sobre matéria de serviço.

Ofício jurisdicional – “É o dever do juizde dispensar a jurisdição, que acaba com apromulgação de publicação de méri-to”(NEVES, Iêdo Batista. Vocabulário prá-tico de tecnologia jurídica e de brocardoslatinos. Rio de Janeiro: APM).

Omissão – S.f. Aspecto de culpa, quandose deixa de executar por livre e espontâneoarbítrio e com desrespeito da obrigação ju-rídica que se lhe determinava, sem que secomprometesse o eventual risco de execu-tar, referir ou comentar qualquer fato ou decometer determinada ação que se tornavaindispensável a conveniência social.Comentário: Segundo Bento Faria, omis-são “é a ação negativa ou não feita, deixan-do de produzir qualquer resultado que de-via ser produzido”; segundo o art. 13 doCP, Nelson Hungria comenta: “O CódigoPenal, como se vê no art. 11 [hoje13], nãodistingue, em matéria de causalidade, entreação e omissão. A eficácia causal da omis-são, no entanto, tem sido objeto de infin-dáveis controvérsias. Tem-se procuradodemonstrar que a omissão é mecanicamen-te causal (...). O problema só admite solu-ção quando se considera que causa não é

apenas um conceito naturalístico, senãotambém um conceito lógico. Do ponto devista lógico, é condição de um resultado anão interferência de força que podem im-pedir o seu advento. Quem deixa de impe-dir um evento, podendo fazê-lo, é condiçãodele, tanto quanto as condições colateraisque tendiam para a sua produção. Para seaferir a causalidade de omissão, deve serformulada a seguinte pergunta [teria sidoimpedido pela ação omitida o evento sub-seqüente?] Se afirmativa a resposta, a omis-são é causal em relação ao evento.”

Omissão de socorro – Delito de quem,voluntariamente, e sem que incorra em ris-co pessoal, deixa de prestar assistência àcriança abandonada ou extraviada ou à pes-soa inválida ou ferida, quando ao desampa-ro, ou em grave e iminente perigo.

Ônus real – “Gravame que recai sobremóveis ou imóveis, por força de direitosreais sobre coisa alheia” (FERREIRA, Au-rélio Buarque de Holanda. Novo dicioná-rio Aurélio da língua portuguesa. 3. ed.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, p.1225).

Opção – S.f. Direito da escolha, isto é, acapacidade de optar que o indivíduo tem,escolhendo a alternativa que mais lhe con-vier ou mais lhe agrade.Observação: Assim, foi dado aos antigosempregados estáveis o poder decisório deoptar entre a estabilidade ou a sua perda,ficando sujeitos à legislação do FGTS (Fun-do de Garantia por Tempo de Serviço); apessoa que adquire uma determinada coisacom vício redibitório tem o direito de op-ção em recusar a coisa, rescindindo o con-trato da aquisição da coisa, ou reclamarabatimento no seu preço (CC, arts. 1.101 e1.105).

Orçamento – S.m. Prognóstico de receitaque deve ser apresentado para um exercíciofinanceiro designado (CF, arts. 165 a 169;Lei n. 4.320/64).

Ofensa – Orçamento

175

Ordem – (Lat. ordine.) S.f. Classificaçãoadequada dos recursos para se adquirir fimcolimado; determinação.

Ordem civil – Coleção de leis e princípiosque regulamentam o comportamento e osinteresses privados de uma sociedade.

Ordem dos Advogados do Brasil –Corporação de préstimo público, represen-tativo dos advogados em toda a Repúblicabrasileira, de caráter autárquico e que sedestina à seleção, defesa e representaçãoda classe, em juízo e fora dele, cuidando dasua honorabilidade, disciplina, fiscalizan-do-os. Está dividida em seções com sedesna capital de cada Estado, nas quais todosos bacharéis em direito são, respectivamen-te, obrigados a inscrever-se, para que pos-sam desempenhar legalmente a profissãoadvocatícia (Lei n. 8.906/94, arts. 44 a 52).

Ordem judiciária – Todas as normas re-lativas aos juízes e tribunais; leis que regu-lam as relações da nação junto à sociedade.

Ordem jurídica – Toda as normas relativasao Direito, conjunto harmônico de bases ju-rídicas impostas pela nação para a estruturaras relações das pessoas em sociedade.

Ordem pública – Segundo Baudry-LaCantinerie, “é organização consideradacomo necessária para o bom funcionamen-to geral da sociedade. É a consagração deum certo número de idéias sociais, políti-cas, morais, religiosas às vezes, que o legis-lador considera como fundamentais para aexistência da nação tal como a compreendee a deseja”.Nota: Clóvis Beviláqua assim se expressa:“O senso jurídico percebe-a, sem dificul-dade, no momento em que ela deve reagircontra o elemento que a perturba.”

Órgãos do Poder Judiciário – Conformea CF, no seu art. 92, Seção I do Cap. III, emDisposições Gerais, os Órgãos do PoderJudiciário Federal são: Supremo TribunalFederal; Supremo Tribunal de Justiça; Tri-bunais Regionais Federais e Juízes Fede-

Ordem – Organização judiciária

rais; Tribunais e Juízes do Trabalho; Tri-bunais e Juízes Eleitorais; Tribunais e JuízesMilitares; Tribunais e Juízes dos Estadose do Distrito Federal e Territórios. Em seuparágrafo único, diz: O Supremo TribunalFederal e os Tribunais Superiores têm sedena capital federal e jurisdição em todo oterritório nacional.

Ordenações – S.f. Consolidação de leisportuguesas que vigoraram entre 1446 a1867, até a assinatura do primeiro CódigoCivil de Portugal. No Brasil, as Ordena-ções existiram até 1916. Nesse ano, foi de-cretado o nosso CC – Lei n. 3.071/16. AsOrdenações eram assim divididas: Ordena-ções Afonsinas (1446-1521), primeiro có-digo de leis de Portugal, resultado de com-pilação do DRom, germânico e canônico;Ordenações Manuelinas (152-1603); Or-denações Filipinas (1603-1867).Observação: Os nomes das ordenações re-ferem-se aos reis de sua época: Afonso,Manuel, Filipe.

Organização do Estado – No Brasil, or-ganização político-administrativa da Repú-blica Federativa do Brasil, que compreendea União, dos Estados, o Distrito Federal eos Municípios, todos autônomos, nos ter-mos da sua Constituição, tendo como capi-tal a cidade de Brasília (CF, arts. 18 a 43).

Organização judiciária – Conjunto de leisque estabelecem a composição e a autori-dade dos juízes e dos auxiliares em cadajurisdição. Cada Estado federado tem o seucódigo ou lei de organização judiciária, queorganiza e detalha a autoridade e o poderdos tribunais, bem como os privilégios eresponsabilidades dos juízes, membros doMP, funcionários e serventuários da juris-dição a que pertencem. Segundo G. RezendeFilho, “consiste na enumeração, nas condi-ções e na competência material e territorial,tanto dos juízes como dos auxilares dojuízo”.

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Organização sindical – Segundo a CF, art.8.o, é livre a associação profissional ou sindi-cal, sendo vedado ao Poder Público a sua interfe-rência e intervenção na organização sindical,em qualquer grau, representando categoria pro-fissional ou econômica na mesma base terri-torial. É obrigatória a participação dos sindica-tos nas negociações coletiva de trabalho. Nin-guém é obrigado a filiar-se ou manter-se filiadoa um sindicato (CF, arts. 8.o, 9.o, 10 e 11).

Outorga marital – Consentimento que oconsorte dá a sua esposa para o desempe-nho de determinados procedimentos navida civil (CCom, arts. 242 a 245).

Outorga uxória – Consentimento que amulher fornece ao seu consorte para a açãode determinados procedimentos, sendo que,sem sua aquiescência, não seria executável(CCom, arts. 235 a 238).

Organização sindical – Outorga uxória

Paciente – Adj. 2g. Aquele que é objeto deuma ação de outrem ou privação criminosa.Que se encontra sob constrangimento físi-co e sua honradez é posta em dúvida ousofre constrangimento ilegal em sua autono-mia de ir e vir. Diz-se do indivíduo passivode uma pena ilegal. O argumento passivodo delito. Opõe-se ao agente. Chama-se emDireito “paciente” o favorecido por habeascorpus.

Paco – S.m. Gíria usada no meio policialcom o significado de pacote de papel cui-dadosamente feito, simulando dinheiro, queos vigaristas usam para enganar a boa-fédos incautos.

Pacotilha – S.f. Pequena quantidade demercadorias, isenta de frete, que o capitãoe os marinheiros podem levar consigo.Observação: Durante a Idade Média, desig-nava o convênio feito entre a burguesiaenriquecida (grandes comerciantes e banquei-ros) e os capitães de navios, de maneira sigi-losa, e pelo qual aqueles forneciam dinheiropara ser aplicado em operações mercantis,com a partilha posterior dos lucros havidos.Na Grécia e na Roma antigas, a profissão demercador era, para os nobres, uma profissãodegradante, justificação que a fazia evitadaou só praticada às escondidas.

Pacto – S.m. Qualquer acordo, compromis-so, ajuste ou promessa entre duas ou maispessoas para a realização de um ato jurídico.

Pacto acessório – O mesmo que pactoadjeto.

Pacto adjeto – Convênio ou compromissoadicional, unilateral, subordinado ao contra-to predominante, com a finalidade de garan-ti-lo, evidenciar ou remover os efeitos queele deveria ordinariamente enunciar.

Pacto antenupcial – Acordo feito por ins-trumento público, sob força condicional,que poderá ser suspenso, dispondo sob oregime matrimonial de bens e outras rela-ções de natureza econômica, que os futu-ros nubentes assinam antes da celebraçãodo enlace matrimonial.Comentário: O contrato antenupcial torna-se nulo se não for feito através de escriturapública ou se logo depois de assinada a es-critura não houver imediatamente o casa-mento. Será anulado o acordo ou cláusula daescritura pública que, pela sua estrutura, viersacrificar direitos e interesses conjugais oudos pais; que transgrida o que preceitua a leià respeito (CC, art. 256 e 257).

Pacto comissório – Cláusula resolutiva,expressa ou tácita que, segundo ClóvisBeviláqua, “se subentende em todo contra-to bilateral”, pelo qual as partes convencio-nam que o contrato ficará desfeito se umadas partes não cumprir a tempo a obriga-ção, dentro do período estipulado, respon-dendo, em conseqüência, pela penalidadeque for convencionada. A palavra comissó-rio é um adjetivo que significa que a inexa-tidão determina a nulidade dum contrato.O pactum comissorium é, segundo o seuconceito: expresso, quando numa das cláu-

178Pacto comissório – Pagamento com sub-rogação

sulas constar do convênio ou do compro-misso constante do contrato, bem assim dotítulo essencial do direito de alguém; ope-ra-se de pleno direito; implícito ou tácito,quando a cláusula resolutiva é subentendi-da no próprio esquema jurídico. De manei-ra geral o art. 1.092 do CC convencionaque “a parte lesada pelo inadimplemento,nos contratos bilaterais, pode requerer arescisão do contrato com perdas e dano”.Observação: Para o pacto comissário táci-to, há necessidade de interrogação, que de-verá ser feita pelo judiciário, pois na práti-ca os efeitos do pacto comissório se con-funde com a condição comissória, apesarde ser distinto. Entretanto, os nossos tri-bunais aplicam em primeiro lugar a regrado CC, concernente à segunda: “A condi-ção resolutiva da obrigação pode ser ex-pressa, ou tácita; operando, no primeirocaso, de pleno direito, e por interpelaçãojudicial, no segundo” (art. 119, parágrafoúnico). O art. 1.163 do CC trata do pactocomissório, relativo à compra e venda, as-sim conceituado: “Ajustado, que se desfa-ça a venda, não se pagando o preço até cer-to dia, poderá o vendedor, não pago, desfa-zer o contrato ou pedir o preço. Se em dezdias de vencido o prazo, o vendedor, em talcaso, não reclamar o preço, ficará de plenodireito desfeita a venda.” No DRom, eramadmitidas, em atenção especial à sua ori-gem, as chamadas leis privadas (legis pri-vate), ou seja, aquela manifestação da von-tade absoluta dos soberanos (quod principiplacuit, legis habet vigorarem = o que agra-dou ao príncipe tem o vigor de lei) comefeitos obrigatórios, determinado que nosnegócios jurídicos entre as partes, como opacto comissório (lex comissória) se esta-belecessem cláusulas, nos ajustes bilaterais,com o objetivo de modificar os efeitos nosrespectivos contratos que, segundo as nor-mas jurídicas normais, deveriam ser os es-tabelecidos.

Pacto sucessório – Segundo Clóvis Bevi-láqua, “pactos sucessórios são aqueles em

que o objeto do acordo convencional é a su-cessão de um dos pactuantes ou de terceiro.Podem ser aquisitivos de non succedendo.Observação: As leis civis nacionais coíbemo contrato sucessório, ex vi, de acordo como ditame incluso no art. 1.089 do CC. “Nãopode ser objeto de contrato a herança depessoa viva.” Apesar de ser proibido pelasleis civis nacionais, existem exceções, ad-mitidas pelo CC, que são: é permitido aoscônjuges a organização de sua herança mú-tua (arts. 156, 257 e 314); aos pais é dele-gado a competência de determinar, em vida,a divisão dos próprios haveres entre os fi-lhos, a qual é considerada válida desde quenão seja desprezada a parte reservada porlei aos descendentes e ascendentes, e daqual, portanto, não se pode dispor livre-mente (art. 1776).

Pagamento – S.m. Prestação em dinheiro,na linguagem comum, mas tem maior am-plitude, na linguagem técnica do Direito,aplicando-se à execução voluntária da obri-gação. Segundo Clóvis Beviláqua, “a exe-cução voluntária da obrigação”; (Solutio estpraestatio ejus quod est in obrigatione).Nota: A palavra pagamento vem do lat.pacatus (a, um), porque, no DRom, era omodo de apaziguar o credor.

Pagamento ao credor – No processa-mento executivo, o resgate ao credor é feitopelo depósito em moeda corrente (CC, arts.709 a 713); pela transferência para quemintentou ou promoveu a execução judicial,dos bens penhorados, em pagamento deseu crédito contra o executado (CC, arts.714 a 715); pelo desfrute do bem imóvelou do estabelecimento (CC, arts. 716a 719).

Pagamento com sub-rogação – Resgatefeito por um indivíduo, em lugar do deve-dor, concordando, com este ato, a condiçãodo antigo credor, com todos os direitos,ações e privilégios, afirmando, dessa ma-neira, os direitos e garantias que eram devi-dos ao antigo credor.

179 Pagamento indevido – Partes beneficiárias

Pagamento indevido – Segundo ClóvisBeviláqua, “é o que se faz sem uma obrigaçãoque o justifique, ou porque o solvens se achaem erro, supondo estar obrigado, ou porquetenha sido coagido a pagar o que não devia”.

Pagamento por consignação – Aqueleque é realizado mediante depósito judicialdo montante do débito, para que o devedorfique desobrigado da dívida.

Pagamento por intervenção – Aquele que,quando protestado por falta de pagamento,é feito por pessoa estranha à obrigação; umterceiro interveniente quita o débito, fazen-do-o tão-somente para salvar a honra de umaou das demais firmas coobrigadas (Lei n.2.044, de 31.12.1908, art. 35).

Pagamento portable – Aquele que é feitode conformidade com a convenção das par-tes ou de acordo com as circunstâncias, in-tervenção da lei, na residência do credor(CC, art. 950).

Pagamento querable – Aquele que deveser concretizado na residência do devedor,não existindo nenhuma acordo diversamen-te das partes, ou, se oposto, não determi-nar as circunstâncias, a situação do encargoou da lei (CC, art. 950).

Paixão – S.f. Sentimento de amor violento;estritamente, é a tendência tornada quaseexclusiva e cuja predominância acarreta rup-tura do equilíbrio psíquico e transformaçãogeral da personalidade. Segundo GaldinoSiqueira, “é a emoção intensa, dominante,tornada durável ou crônica”; e, segundo Nél-son Hungria, “a emoção é uma descarga ner-vosa subitânea, que por sua breve duração,se alheia aos plexos superiores que coorde-nam a conduta ou não atinge o planoneopsíquico de que fala Patrizi. A paixão é,por assim dizer, a emoção em estado crôni-co, perdurando surdamente como um senti-mento profundo e monopolizante (amor,ódio, vingança, fanatismo, despeito, avare-za, ambição, ciúme). A emoção dá e passa; apaixão permanece alimentando-se de si pró-pria. Mas a paixão é como o borralho que aum sopro, volta a ser fogo crepitante,

retornando a ser estado emocional agudo”.Comentário: O que é a paixão senão um de-sejo violento, uma doença (hipertrofia) dosentimento ou de uma necessidade? A satis-fação de ambições e de paixões (impulsos)sempre envolve prejuízo para outros, mes-mo que estes participem convictamente dela.

Parentesco – S.m. Vínculo jurídico entredois ou mais indivíduos, através do sanguede um antepassado comum, ou em virtudeda ligação de natureza familiar ou não, que alei estabelece. Segundo Clóvis Beviláqua, “éa relação que vincula entre si as pessoas quedescendem do mesmo tronco ancestral”.Observação: O parentesco pode ser assimclassificado: Civil – resultante da adoção,quando é feita legalmente, certidão de nasci-mento passada em cartório, vinculandoadotante e adotado; Em linha colateral, oblí-qua ou transversal – pessoas descendentesde um mesmo tronco, mas não diretamenteumas das outras, como os irmãos, primos,tios e sobrinhos etc.; Em linha reta – vínculoentre ascendentes e descendentes, como arelação existente entre pais e filhos, netosetc.; Ilegítimo – que não provém de casa-mento ou, como o povo chama, de casamen-to ilícito; Legítimo – que provêm de casa-mento legal ou putativo; Natural – que deri-va de consangüinidade ou cognação, isto é,quando o vínculo de sangue que liga entre sié do mesmo grupo familiar; Por afinidade –diz-se, impropriamente, do que resulta dolaço que une um cônjuge aos parentes do ou-tro cônjuge (CC, arts. 330 a 336).

Parricídio – S.m. Assassínio do própriopai (CP, art. 61, II).

Parte – S.f. Toda pessoa que contribui paraa organização do ato jurídico na condiçãode interessado.

Partes beneficiárias – Portadores de di-reito sobre apólice negociável, sem valianominal, de sociedade anônima ou não, queconcede a seu titular, o direito participativode crédito vindouro, contra a companhia,quando esta vier a fazer a distribuição doslucros líquidos anuais, aos seus acionistas(Lei n. 6.404, de 15.12.1976, arts. 46 a 51).

180

Partes de um processo – Plácido e Silvanos fornece o conceito: “São as pessoasque nele intervêm por terem interesse nacausa, ou demandando para que se lhes re-conheça um direito que foi violado, ou sen-do chamadas a juízo para responder aostermos da ação que contra elas se propôs.”

Partido – Adj. Divido em partes; S.m. uniãode pessoas para um determinado fim.

Partido político – Pessoa jurídica de direi-to interno; organização ou agrupamentopermanente institucionalizado de pessoasunidas pelos mesmos interesses, ideais eobjetivos, com fins políticos e sociais, bus-cando a conquista do Poder Público.Comentário: Registrado no TSE e discipli-nado com estatutos de acordo com o regi-me político do país, obedece às delibera-ções de um diretório central. Pela Lei Orgâ-nica dos Partidos Políticos, Lei n. 5.682,de 21.07.1971, a criação de partidos políti-cos são livres; poderão aliar-se a outrospartidos, incorporarem ou extinguirem-se,resguardados a soberania nacional, o regi-me democrático, o pluripartidarismo e osdireitos fundamentais da pessoa humana,observando os seguintes preceitos: I – tercaráter nacional; II – são proibidos de rece-berem recursos financeiros de entidade ougoverno estrangeiro ou de subordinação aestes; III – são obrigados à prestação decontas à justiça eleitoral; IV – permitido ofuncionamento parlamentar de acordo coma lei. É assegurada aos partidos políticosautonomia para definir sua estrutura inter-na, organização e funcionamento, devendoseus estatutos estabelecer normas de fide-lidade e disciplina partidárias. Têm direitoa recursos do fundo partidário e acesso gra-tuito ao rádio, à televisão, na forma da lei,sendo-lhes vedada a utilização de organi-zação paramilitar.

Partilha – S.f. Transação que tem por fi-nalidade a divisão de herança em partesiguais entre todos os herdeiros do de cujos.Cunha Gonçalves propõe o seguinte con-ceito: “(...) conjunto das operações neces-

sárias para se dividir um patrimônio entreos diversos interessados numa sucessão,ainda que nem todos sejam sucessores, vis-to que um deles pode ser cônjuge-meeiro.”Comentário: Clóvis Beviláqua orienta-nos,dizendo que “a partilha entre herdeiros fazcessar o estado de comunhão incidente,determinando pelo concurso de direitos,que eles têm sobre o gens do acervo heredi-tário”. O sucessor pode solicitar, atravésde requerimento, a divisão, mesmo estandointerditado por aquele que fez o testamen-to. Outrossim, poderão fazer sua solicita-ção todos aqueles que aceitaram o cedi-mento e os credores do herdeiro. Para tan-to, é o juiz quem irá decidir a parte de cadapessoa, através de sentença que deverá serlavrada nos autos, dando sua configuraçãoe parecer nos respectivos requerimentosdos interessados, designando, com isso, olegado de cada sucessor e, no caso de testa-mento, de cada legatário (CC, arts. 1.772 a1.779; CPC, arts. 1.022 a 1.030). A divisãode partilha pode ser: Amigável – quandoprocessada através de certidão pública ouespecial, ou por termos nos autos de inven-tário, com aquiescência de todos os possí-veis beneficiados, devendo, estes, seremmaiores e capazes (CPC, arts. 1.029, 1.031e 1.032); Judicial – feita nos autos do in-ventário, contendo, este, o despacho dedeliberação do respectivo juiz e a anotaçãodos pagamentos do imposto de transferên-cia a serem feitos, bem como da sentençade designação dos respectivos quinhões(CPC, arts. 1.022 a 1.030).

Passar em julgado – Expressão que signi-fica que uma sentença judiciária não com-porta mais meios de conclusão judicial ouo tempo para recorrer já tenha expirado.

Patente – S.f. Permissão; designação de umposto graduado no linguajar militar; apóli-ce denominada carta patente com que ogoverno beneficia ao inventor de algumacoisa ou de uma criação, podendo ser mo-dificado de acordo com o interesse comoutilidade industrial, garantindo-lhe todos os

Partes de um processo – Patente

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direitos de propriedade como também aexclusividade de seu uso e exploração du-rante determinado tempo, de conformida-de com a lei em vigor na época do deferi-mento de pedido.Comentário: Para que a carta patente sejaválida é necessário: ter o número, a apólicee a espécie relativos, o nome do criador, senão houver postulado a sua não-propaga-ção; a respectiva avaliação e a residência dotitular; o tempo de duração da cartafranqueada; narração com descrição porme-norizada; os respectivos desenhos com asdevidas exigências; os dados concernentesà primazia (Lei n. 9.279, de 14.05.1996).

Patente de invenção – V. patente.

Paternidade – S.f. Ligação de afinidade querelaciona o pai a seus filhos, podendo ser:adotiva, ou civil; legítima; ilegítima ou na-tural (CC, arts. 340 a 346).

Patrimônio público – Conjunto de bensmateriais ou não, pertencentes a uma enti-dade de direito público, que se organiza ese disciplina para atender a uma função epara produzir utilidades públicas que sa-tisfaçam as necessidades coletivas.

Pátrio poder – Coleção de direitos e deve-res dos pais no cuidado dos filhos menores,legítimos, legitimados, reconhecidos ouadotivos e de seus respectivos haveres, sehouver (CC, arts. 379 a 395, 406).

Patrocínio – S.m. Incumbência aceita peloadvogado ou patrono para a defesa de di-reitos e interesses da pessoa que o fez seuprocurador ou representante numa disputaforense.

Patrocínio infiel – Crime contra a admi-nistração da Justiça e que consiste em trair,na qualidade de advogado ou procurador, odever profissional, prejudicando interesse,cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado(CP, art. 355).Comentário: Somente o advogado ou pro-curador judicial, sujeito ativo, tem a suadetenção e multa conjuntamente, porque o

Patente – Peculato

objeto da tutela penal é a administração daJustiça. O Estado é sujeito passivo e, se-cundariamente, parte prejudicada. A açãofísica, que gera a da detenção e multa, é a detraição do dever profissional, pelo advoga-do ou procurador, isto é, de infidelidadeaos deveres da profissão, que pode seromissiva (não fazer aquilo que moral oujuridicamente devia fazer) ou comissiva (oresultado da ação). A ação deve ser prati-cada em causa judicial, seja cível ou penal.

Patrocínio simultâneo – O mesmo quetergiversação; crime contra a administra-ção da Justiça, consistente em o advogadoou procurador judicial que defende na mes-ma causa, simultânea ou sucessivamente,partes contrárias (CP, art. 355, § 1.o).

Patrono – S.m. Defensor; advogado em re-lação aos seus clientes, consistindo essa re-lação na defesa de uma das partes litigantes.Comentário: Na Roma antiga, o patronoera o senhor em relação aos libertos.

Pauta – S.f. Lista ou rol dos feitos comdesignação do dia e hora, que deverão serjulgados por um juiz ou um tribunal, e quedeverá ser afixada em lugar acessível dofórum.

Peculato – S.m. Crime de apropriação dedinheiro, rendimentos públicos ou de outrobem móvel qualquer, por funcionário públi-co; administração de bens públicos em pro-veito próprio ou alheio (peculato apropria-ção); se, entretanto, o funcionário público,embora não tendo se apossado do dinheiroou do bem, o subtrai ou coopera para queseja subtraído, em seu proveito ou alheio,valendo-se da facilidade que lhe proporcio-na o cargo (peculato furto), recebe a mesmapena prevista no art. 312 do CP.Nota: De conformidade com a Lei n. 8.17/06/91, art. 2.o, se alguém “produzir bensou explorar matéria-prima pertencente àUnião”, sem a competente autorização, nãocometerá crime de peculato, mas o de usur-pação (peculato desvio).

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Peculato culposo – Crime do funcionáriopúblico que concorre, culposamente, parao crime de outrem (CP, art. 312, § 2.o).

Peculato mediante erro de outrem –Caso do funcionário que, por erro da pes-soa da fonte pagadora, recebe seus venci-mentos a mais do que lhe é devido de direi-to e não devolve ainda em mora, quandochamado a prestar conta (CP, art. 313).

Pedido alternativo – Aquele, cujo objeti-vo visa mais de um objeto ou ação, poden-do ser concedido um deles.

Pedido genérico – Aquele que depende deestipulação futura, não determinando quan-tidade ou amplitude do direito demandado(CPC, art. 286).

Pedido de restituição – Contestação judi-cial, feita pelo verdadeiro possuidor, a qual-quer título, do objeto apresentado em po-der do arruinado e arrecadado pela massa,ou em posse de quem obteve concordatapreventiva.

Pena – (Gr.>lat. poiné>poena.) S.f. Puni-ção, castigo; é a imposição da perda ou di-minuição de um bem jurídico, prevista emlei e aplicada, pelo órgão judiciário, a quempraticou ilícito penal. No Brasil, elas po-dem ser: privativas de liberdade; restriti-vas de direito; de multa.Comentário: “Existem atualmente na terravárias espécies de penas (sanções) – que sãoclassificadas em corporais (açoites, mutila-ções e a pena de morte), privativas da liber-dade (prisões fechadas e abertas), restriti-vas de direito (alternativas às anteriores) epatrimoniais (multa e confisco de bens). Taissanções destinam-se à defesa social, atravésde sua prévia cominação em lei, para a re-pressão e a prevenção da criminalidade, fun-cionando em abstrato ou em concreto, istoé, enquanto figurar apenas no sistema legal,o homem é levado a pensar assim: ‘Não voupraticar delitos, porque, se o fizer, estarei

Peculato culposo – Pena

sujeito a tal pena’. Todavia, se não obstantea ameaça legal, ele toma uma conduta puní-vel, a reprimenda prevista ser-lhe-á aplicadae ele deverá sujeitar-se à sua execução. Alémdas penas, tem a humanidade, na sua lutacontra o crime, um outro instrumento, que éa medida de segurança, a qual pode serdetentiva, quando for necessária a internaçãodo sentenciado para tratamento em um es-tabelecimento adequado, ou apenasrestritiva, no caso de ser suficiente o trata-mento ambulatorial. É aplicada com base napericulosidade do agente e pode ser previstaisolada ou cumulativamente com a pena,porquanto normalmente destinada aosinimputáveis ou aos semi-responsáveis, ouseja, aos criminosos que, por desenvolvi-mento mental incompleto ou retardado, nãoeram, ao tempo do crime, total ou parcial-mente, capazes de entender o caráter ilícitodo fato e/ou de autodeterminação diante daconduta punível. No caso específico do Bra-sil, foram adotadas penas restritivas da li-berdade, ou de prisão (nas modalidades de-nominadas reclusão, detenção e prisão sim-ples), restritivas de direito (divididas emprestação de serviços à comunidade, inter-dição temporária de direitos e limitação defim de semana), e pecuniária (a multa, por-que o confisco só é previsto para o produtoe para alguns instrumentos de crimes, assimmesmo como efeito da condenação e nãocomo pena pecuniária propriamente dita).Já as medidas de segurança no nosso paíssão previstas para os inimputáveis e semi-responsáveis, porém jamais em conjuntocom a pena, porquanto adotamos o sistemaunitário, devendo optar-se pela pena ou pelamedida de segurança, isto é, ou o criminosoé doente e deve ser tratado através de umamedida de segurança, ou é sadio e deve cum-prir a pena prevista em lei para o crime queele praticou” (MOTA JÚNIOR, Eliseu F.Pena de morte e crimes hediondos à luz doespiritismo. São Paulo: Casa Editora O Cla-rim, mar. 1994, p. 97-98).

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Pena cominada – “É aquela que a lei pre-vê como sanção para determinado compor-tamento. Tanto faz, pois, dizer-se penacominada, como pena prevista em lei”(DAMATO, Celso. Código penal comen-tado. Rio de Janeiro: Renovar, p. 82).

Pena de direito comum – Pena aplicadaaos infratores de qualquer lei ou decreto oumesmo moral de uma sociedade constituída.

Pena de morte – O mesmo que pena capi-tal. Um pouco de história: “A pena de mor-te já existia entre os povos primitivos e,originalmente, restringia-se à prática da vin-gança privada (...). A família constituía aúnica unidade social e o pai, arvorando-seem guia e chefe absoluto, exercia ad libitum,o “direito” de punir os seus familiares, po-dendo ordenar a morte por qualquer moti-vo. Fora do ambiente familiar, imperava purae simplesmente o princípio da vindita: Olhopor olho, dente por dente. Se alguém era as-sassinado, os parentes da vítima se apressa-vam em tirar a vida de um parente do assas-sino (...). Estabelecia-se, então, um círculovicioso novos homicídios. Novas represáliasentre as famílias dos ofensores e dos ofendi-dos. A morte rondando os lares, ceifandovidas, solapando as bases do edifício socialem formação. Procedimento de bárbaros,imprudente e pueril. Incapaz, de resto, dedeter a marcha natural da civilização, de vezque ‘O homem é um animal social’ e nãopode viver fora do seu elemento – a socieda-de (...). As famílias primitivas foram se aglo-merando em clãs. Do conflito de interessesindividuais nasceram as classes sociais e osclãs foram impelidos a arregimentar-se numorganismo coletivo – a Nação (...). O meionacional, no entanto, não podia prescindirde uma organização política como instru-mento para a manutenção da ordem comu-nitária. Daí o surgimento de um novo ele-mento – o Estado, que mais não é senão ‘aprópria nação encarada do ponto de vista deuma organização política’, ou seja, a naçãopoliticamente organizada (...). Já não predo-minava o arbítrio dos chefes grupais, via de

regra escolhidos entre os guerreiros ou sa-cerdotes. O Direito passou a reger as rela-ções humanas, disciplinando preceitos deobediência e estatuindo a aplicação de pena-lidade (...). Mas, a pena de morte sobrevi-veu a todo esse processo evolutivo, no tem-po e no espaço (...). E foram vítimas do‘assassínio legal’, Sócrates, Joana d’Arc,Giordano Bruno, Savanarola (...). Sem falarno mais odiento de todos os assassinatos: ode Jesus Cristo (...). Sucederam-se séculos.Transcorreram milênios. Esboroaram-seimpérios. Libertaram-se povos oprimidos.Transfigurou-se o panorama geográfico devastas regiões. As páginas da História en-cheram-se de eventos sensacionais: o Renas-cimento pugnando pelo aprimoramento dasartes plásticas e das letras e pela libertaçãodas tendências medievais; a Revolução In-dustrial, inaugurando a era da tecnologia; osenciclopedistas, procurando consolidar ediscernir a cultura; a Revolução Francesa,pregando Liberdade, Igualdade e Fraterni-dade; a desintegração do átomo; a cibernéti-ca; a moderna cirurgia dos transplantes deórgãos; a conquista dos espaços cósmicos.Todo um movimento coletivo visando aoprogresso a à implantação da justiça integral(...). Todavia, se atualmente há imenso pro-gresso tecnológico e a ciência a cada passovem revelando maravilhas nunca dantes sus-peitadas, o homem ainda vê pairar sobre suacabeça a ‘espada de Dâmocles’ da penalogiavigente aqui e alhures: A Pena de Morte(...). Reza o artigo 3 da Declaração Univer-sal dos Direitos do Homem, proclamada pelaONU, em 12.12.1948, que, ‘todo indivíduotem direito à vida, à liberdade e à segurançade sua pessoa’ (...). Trata-se, é certo, ape-nas de uma recomendação, que não tem for-ça de lei. Mas, se os legisladores e os líderesda Humanidade estivessem cônscios de suasresponsabilidades e realmente integrados naCivilização de que tanto se orgulham, nemprecisariam de recomendação nenhuma paraassegurar a todos um direito natural à vida.Contudo, como prevê a sabedoria popular,‘não há bem que sempre dure, nem mal que

Pena cominada – Pena de morte

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nunca acabe. Dia virá em que a Pena de Mortepassará às calendas gregas” (ALVES NETO,Aureliano. Atualidade espírita. Matão: CasaEditora O Clarim, p. 66 a 69). Leia-se AllanKardec: 760 – A pena de morte desaparece-rá algum dia da legislação?: “A pena de mor-te desaparecerá incontestavelmente e suasupressão marcará um progresso na huma-nidade. Quando os homens estiverem maisesclarecidos, a pena de morte será comple-tamente abolida na terra. Não haverá maisnecessidade de serem os homens julgadospelos homens. Falo de um tempo que aindaestá bastante longe. O progresso deixa aindamuito a desejar. Seria, porém, injusto com asociedade moderna que não visse progressonas restrições postas à pena de morte nospovos mais adiantados, e a natureza dos cri-mes a que sua aplicação se acha limitada. Secompararmos as garantias de que, nessesmesmos povos, a justiça costuma cercar osacusados; a humanidade com que se trata,mesmo considerando-os culpados; se a com-pararmos com o que se praticava em épocaque não é muito remota, não se poderá negaro caminho de progresso em que marchamos.761 – A lei de conservação dá ao homemdireito de preservar a vida, e usará ele dessedireito quando elimina da sociedade ummembro perigoso?” “Há outros meios depreservar-se do perigo sem matar. É preci-so, além disso, abrir ao criminoso a porta doarrependimento e não fechá-la” (ORTIZ,Fernando. A filosofia penal dos espíritas:estudo de filosofia jurídica. Trad. CarlosImbassahy. São Paulo: Lake).

Pena disciplinar – Aquela aplicada pelaalçada administrativa ao trabalhador públi-co que vem transgredindo leis e regulamen-tos da administração, não cumprindo a suafunção, acarretando, assim, prejuízo parao Estado ou para a boa organização do ser-viço que presta.Observação: As penas de alçada administrati-va são: repreensão, multa, suspensão, desti-tuição da função, demissão aconselhada, cas-sação de aposentadoria ou disponibilidade (Lein. 1.711, de 28.10.1952, arts. 201 a 203).

Penalogia – S.f. Parte da ciência penal queestuda detalhadamente as diversas escolaspenais, fundada na filosofia e sociologiajudiciais, com vistas aos outros problemasfilosóficos, religiosos e jurídicos referentesao fundamento e aplicação e o efeito dapena, como meio de defesa, preservação ereação da sociedade.Observação: Uma grande maioria de autoresconsagram o verbete penologia como sinô-nimo de penalogia, o que etimologicamenteachamos errado, pois a palavra peno, do la-tim poenu, significa cartaginês, ou melhor,natural ou habitante da antiga Cartago, Áfri-ca, enquanto a primeira vem também do la-tim, poena, é que significa em portuguêspena, castigo repreensão.

Pena privativa de liberdade – Pena dereclusão e a de detenção (CP, arts. 29 esegs.; Lei n. 7.209/84).Comentário: Só há distinção entre as duasformas pelo regime a que ficam sujeitas; sãocumpridas nos três regimes: fechado, semi-aberto e aberto; o condenado à reclusão deveser isolado nos primeiros três meses, via deregra, não admite fiança; na detenção, emgeral, pode haver fiança, não havendo perío-do de isolamento, e o condenado não ficacom os reclusos; as de prisão provisória sãocumpridas em regime semi-aberto ou aberto“salvo quando houver necessidade de trans-ferência para regime fechado”.

Pena restritiva de direito – Sanção autôno-ma, que substitui a pena privativa de liberda-de (reclusão, detenção ou prisão simples) porcertas restrições ou obrigações, quando preen-chidas as condições legais: prestação de ser-viço à comunidade; interdição temporária dedireitos; limitação de fim de semana (CP, art.43 e 44; Lei n. 7.209/84).

Penhor – S.m. Clóvis Beviláqua nos dá oconceito: “é o direito real que submete coi-sa móvel, ou mobilizável, ao pagamento deuma dívida. Por outros termos, é o direitoreal que compete ao credor sobre coisamóvel ou mobilizável, suscetível de aliena-ção, que o devedor ou alguém por ele entre-

Pena de morte – Penhor

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ga, efetivamente, ao mesmo credor, em ga-rantia do débito.”

Penhora de bens – Apreensão judicial edepósito de bens de um devedor feitos noprocesso executivo, ficando estes bens dis-poníveis para garantiria do pagamento ju-dicial e das respectivas custas.Comentário: A penhora pode ser: no anver-so dos autos – aquele que se faz sobre direi-to e ação do executado, que constitui coisade determinada afinidade do processo queestá por decidir. O escrivão do processo de-verá fazer o devido registro no rosto dosmesmos autos, para, quando for oportunojuridicamente, converter-se em penhora real(CPC, art. 674); real e filhada – aquela emque há efetiva captura material de haveres,com a retirada do poder de posse do execu-tado e depositados na forma da lei configu-rar; de créditos do devedor – hipótese emque será citado o terceiro devedor para nãopagar ao seu credor, e ao credor do terceiropara que não disponha do crédito (art. 671);quando a comprovação do crédito for atra-vés de letra de câmbio, nota promissória,duplicata ou outros títulos, a penhora dosdocumentos será feita pelo juiz, através decitação em ofício, e se o documento não seencontrar na posse do credor, mas o terceiroconfirmar o débito, ele ficará como deposi-tário da importância, devendo, para exone-rar de sua obrigação, fazer o devido depósi-to em juízo da importância da dívida; se hou-ver negação do débito e o juiz constatar ma-quinação do terceiro com o devedor, a quita-ção, será considerada fraudulenta na execu-ção (art. 672); de estabelecimento comer-cial, industrial ou agrícola, bem comosemoventes, plantações ou edifício em cons-trução, o juiz deverá designar um depositá-rio, o qual será, outrossim, o gestor dos refe-ridos haveres designados como penhor (art.677) (CPP, arts. 652 a 679).

Pensão – (Lat. pensione.) S.f. Renda (em di-nheiro) que o alimentando paga, vitaliciamenteou por tempo determinado, dependendo dedecisão judicial, ao alimentado.

Perclusão – V. preclusão.

Perdão – S.f. Procedimento pelo qual aqueleque recebeu a ofensa renuncia de dar queixado crime ou de imputar a pena devida aoagente do delito, absolvendo-lhe a afronta,quer seja ela expressa ou tácita. Isto so-mente é admitido nos crimes de ação priva-da (CPP, arts. 49 a 59).Comentário: Aceito o perdão, o juiz julga-rá extinta a culpabilidade. A aceitação doperdão fora do processo constará de decla-ração assinada pelo querelado, por seu re-presentante legal ou procurador com pode-res especiais (CPC, arts. 50 a 59).

Perdão judicial – Denominação genéricaque ocorre, nos casos previstos em lei, quan-do o juiz deixa de aplicar a pena.Comentário: “Até sua expressa inclusão pelareforma penal de 1984, entre as causas deextinção da punibilidade (CP, art. 107) nãodava nome a essa possibilidade de deixar deaplicar a pena, prevista para certas hipóte-ses. Apesar disso, doutrina e jurisprudênciasempre reconheceram nela o denominadoperdão judicial. A controvérsia a respeitodela cingia-se ao seu caráter de direito oufavor e à natureza da sentença concessiva deperdão judicial” (DELMANTO, Celso.Código penal comentado. Rio de Janeiro:Renovar, p. 164-165).

Perdão do ofendido – Desistência do quei-xoso de prosseguir na ação penal privadaque iniciou contra alguém.Nota: Trata-se de causa da extinção da puni-bilidade, conforme prevê o art. 107 do CP,devido a compensação, o pagamento, sa-tisfação, desculpa ou indulto por parteda pessoa ofendida, não devendo ser con-fundido com o perdão judicial.

Perdas e danos – Prejuízos sofridos pelocredor em conseqüência a um prejuízo qual-quer. Indenização devida a alguém, em re-paração de um prejuízo que se lhe causou.

Perempção – (Lat. premptione.) S.f. Najurisprudência brasileira, “é o modo por-

Penhor – Perempção

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que se extingue uma relação processual ci-vil (ou penal, caso a ação pertença privati-vamente à vítima), por causas taxativas emlei, e que se fundam, por via de regra, nainércia, no desinteresse ou na emulação doautor, (ou querelado)”.

Perfilhação – S.f. Segundo Cunha Gonçal-ves, “é o reconhecimento voluntário do fi-lho, isto é, a declaração expressa feita porum homem e uma mulher, ou por ambos,conjunta ou separadamente, de que certoindivíduo é seu filho”.Comentário: A CF não permite diferenças,podendo ser admitidos como filhos a qual-quer época, sejam eles filhos naturais,adulterinos e até mesmo incestuosos, mes-mo na vigência da comunidade conjugal. Oreconhecimento dos filhos nascidos fora daunião legal (reconhecido por lei) é irrevogávele será feito em cartório, no livro próprio deassentamento de nascimentos, sendo que odeclarante receberá certidão pública ou ates-tado escrito devidamente assinado pelo en-carregado do cartório e das respectivas tes-temunhas, devendo estes, ali, ficarem arqui-vados. O reconhecimento também poderáser feito através da manifestação expressa edireta perante ao juiz; o filho que tenha maio-ridade somente será reconhecido, se o mes-mo consentir. Em relação aos filhos, quersejam eles naturais, adulterinos e incestuo-sos. E, ao contraente de boa-fé, o consórcionulo origina os mesmos efeitos que um ma-trimônio na forma da lei (CF, art. 227, § 6.o;Lei n. 8.560/92, arts. 1.o e 3.o; CC, art. 221;Lei n. 6.515/77, art. 14).

Perícia – S.f. Procedimento de investiga-ção, feita por pessoa habilitada, que visaprovar, através de exame, vistoria e avalia-ção, de caráter técnico e especializado, es-clarecendo um fato, um estado ou estima-ção da coisa que é objeto de litígio, ou pro-cesso (CPC, arts. 202, 231, 392, 420 a 439e 846 a 851; CPP, arts. 6.o, VII, 168, 170,184, 235 e 423).

Periculosidade – S.f. Condição do indiví-duo que, por sua índole cruel e habilidade

manifestada por antecedentes criminosos,coloca em contínuo terror ou perigo da or-dem e da segurança sociais pela probabili-dade de tornar a cometer crime.Observação: Vejamos o que nos fala RobertoLyra, sobre o assunto: “A periculosidade éconcebida como um estado momentâneo ecomo estado duradouro, distinguindo-se emgenérica e específica, em normal e anormal,em intensiva e extensiva, em iminente e não-iminente. Os autores ainda consideram di-versamente a periculosidade, em relação àsdiferentes classes de dilinqüentes, de crimese de elementos destes. A periculosidade écriminal, considerada subjetivamente, e so-cial, considerada objetivamente. A primeiraocorre sempre post delictum, a segunda pode,também, verificar-se ante-delictum” (Lei n.7.209, de 11.07.1984; CP, arts. 26 e 97).

Perigo de contágio de moléstia grave –Crime de praticar ato, por livre e espontâ-nea vontade, com a finalidade de transmitira alguém moléstia grave de que sabe estarcontaminado (CP, art. 131).

Perigo de contágio venéreo – Crime deexpor alguém, por meio de relações sexuaisou qualquer ato libidinoso, a contágio demoléstia venérea, de que sabe ou deve saberque está contaminado (CP, art. 130 e §§).

Perigo para a vida ou saúde de outrem –Crime de alguém que expõe a vida ou a saú-de de outrem a perigo direto e iminente (CP,art. 132).

Perigosidade criminal – Estado de faltade ajustamento ou adaptação do indivíduoao meio familiar ou social, à comunidade, àordem política ou econômica vigente, le-vando-se a acreditar que ele venha nova-mente a cometer a mesma falta, crime ououtra qualquer violação que envolva pena-lidade. A perigosidade enseja a aplicaçãoda medida de segurança.

Perito – S.m. Pessoa com erudição técnica,específica e comprovada aptidão e idonei-dade profissional, nomeada pela jurisdiçãojudicial, com a finalidade de ajudar a Justi-

Perempção – Perito

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ça nas suas investigações, fornecendo suaavaliação técnica sobre o objeto da deman-da ou alguma coisa com ela relacionada(CPC, arts. 145 a 147).

Personalidade jurídica ou civil – “É oconjunto de faculdades e de direitos em es-tado de potencialidade, que dão ao ser hu-mano a aptidão para ter obrigações” (LIMA,João Franzen de. Curso de direito civil bra-sileiro. Rio de Janeiro: Forense, v. 1, p. 149).Comentário: A personalidade jurídica ou ci-vil não deve ser confundida com a personali-dade psíquica que é, apenas, a individualida-de moral do ser humano, que, segundoFranzen de Lima, “é o conjunto de predicadosque distinguem das coisas, como individuali-dade propriamente, a consciência, a liberdadee a religiosidade”; segundo Clóvis Beviláqua,o indivíduo vê na sua personalidade civil aprojeção da própria personalidade psíquica.Mas, a personalidade civil depende da ordemlegal, pois dela é que recebe a existência, aforma, a extensão e a força ativa.

Pessoa jurídica – Pelo sistema da ficção, aspessoas jurídicas “são aquelas, que não nas-cendo da natureza, como a pessoa natural,resulta, de uma ficção jurídica, uma criaçãoimaginária da lei, do direito”: primeira teoria(representação): “É atribuída à pessoa jurí-dica, não a personalidade verdadeira, masuma representação da personalidade con-substanciada no órgão representativo dessapessoa fictícia”; segunda teoria (personifi-cação): “A atribuição é dada a personalidadeao próprio ente fictício, criação deliberativado legislador, conforme podemos ver o quediz Savigny: ‘Pessoa jurídica é um sujeito dedireito de bens criado artificialmente’.” Pelosistema da negação da personalidade: “Nes-te sistema temos três teorias, todas elas con-cluindo pela inexistência das pessoas, querpor julgarem unicamente se as pessoas na-turais são capazes de ser sujeito dos direitose de admitir o caso dos direitos sem sujeito”;teoria individualista, Bolze e Ihering: “Poresta Teoria, os sujeitos dos direitos são ospróprios indivíduos considerados em con-

junto. Ela vai de encontro com a um fenôme-no jurídico, a pessoa jurídica é distinta dados indivíduos que a compõem – universitasdistat a singulis”; teoria, também individua-lista, de Ihering: “A pessoa jurídica não é overdadeiro destinatário dos direitos; quemdeles se utiliza são as pessoas naturais quese acham, por assim dizer, atrás daquelaspessoas jurídicas. Pouco importa que se tra-te de um círculo determinado de indivíduos(universitas personarum) ou de um númeroindeterminado (universitas bonorum), porexemplo os enfermos de um hospital”; des-sa suposição, ele tira a conclusão de que aspessoas naturais são as únicas destinatáriasdos direitos; segundo Giorgi, citado porGudesteu Pires, há nessa teoria confusão dogozo e vantagens materiais que formam oobjeto do direito – quaestio facti – com aexistência do sujeito do direito – quaestiojuris; teoria dos direitos sem sujeito, deBrinz, Beker, Windscheid, igualmente indivi-dualista: “Segundo esta Teoria, nas corpo-rações e nas fundações existe apenas umpatrimônio destinado a um certo fim. Nes-tes casos os direitos não têm sujeito. São osdireitos sem sujeito”; “teoria da proprieda-de coletiva, de Planiol e Barthelemy: paraPlaniol, a personalidade jurídica não é a somaà classe das pessoas: é um modo de possuiros bens em comum, é uma forma de proprie-dade, que são duas maneiras de possuir osbens: individualmente ou coletivamente. Por-tanto, o que chamamos de pessoa jurídica,Planiol chama de propriedade coletiva”. Pelosistema da realidade (são as teorias que con-sideram a pessoa jurídica ente de existênciareal e verdadeira): teoria da vontade, de Zitell-man e Meurer: “Esta teoria preconiza que overdadeiro sujeito dos direitos deve ser atri-buído tanto às pessoas naturais como às ju-rídicas. Em toda relação de direito, dizem osseus preconizadores, há uma vontade emexercício e daí concluírem que essa vontadeé o sujeito do direito que difere da vontadeparticular. Para tanto, recorrem a forma ma-temática para explicar, dizem, 7 + 5 = 12, eexplicam sendo o 12 sintético, se bem igual

Perito – Pessoa jurídica

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ao 7 + 5 analítico, constitui por outra formauma quantidade inteiramente nova. É assim,dizem eles, nas corporações, nas socieda-des, etc. Nestas, o sujeito dos direitos é umaparcela da vontade do fundador”; (teoria darealidade objetiva, doutrina de Gierke eEndermann, preconizadores da doutrina,aceita por Fadda, Bensa e Giorgi, na Itália,Fouillé e René Worms com algumas varian-tes na França, Clóvis Beviláqua e Lacerda deAlmeida no Brasil): “Partindo da afirmaçãode que a sociedade é um verdadeiro organis-mo em que se encontram vida e vontade pró-prias, os partidários desta teoria concluíramque as pessoas jurídicas são também orga-nismos tão completos como as pessoas na-turais. Nas pessoas jurídicas não podere-mos ver uma ficção, elas não são entidadesabstratas criadas pela lei: são realidades vi-vas que a lei apenas constata, definindo osdireitos que decorrem do fenômeno naturalde sua personalidade”; teoria da realidadetécnica ou realidade jurídica: “Nesta teoria,os pessoas jurídicas são uma realidade, cons-tatando essa realidade no mundo jurídico enão na vida sensível. As pessoas jurídicassão entidades reais, como o contrato ou otestamento” (LIMA, João Franzen de. Cur-so de direito civil brasileiro. 7. ed. 1.a tira-gem. Rio de Janeiro: Forense, 1984, v. 1, p.168-174, § 1.o).Nota: A pessoa jurídica por excelência é oEstado. Clóvis Beviláqua diz: “Não pode-mos admitir o Estado como simples ficção.Se o Estado fosse ficção, sendo a lei a ex-pressão da soberania do Estado, seguir-se-ia que a lei seria emanação, a conseqüênciade uma ficção.”

Pessoa jurídica de direito privado – Se-gundo o art. 13 do CC, “as pessoas jurídi-cas são de direito público, interno, ou ex-terno, e de direito privado”.Observação: “São pessoas jurídicas de di-reito privado: as sociedades civis, religio-sas, pias, morais, científicas ou literárias,as associações de utilidade pública e as fun-dações; as sociedades mercantis; os parti-

dos políticos (inciso acrescentado pela Lein. 9.096/95, Lei Orgânica dos Partidos Po-líticos, que, acrescentou um § 3.o no artigo16, estabelecendo que ‘Os partidos políti-cos reger-se-ão pelo disposto, no que lhesfor aplicável, nos arts. 17 a 22 deste Códi-go e em lei específica’; as Sociedades deEconomia Mista, e a Empresa Pública(Dec.-lei n. 200/67), que deu a esta, perso-nalidade jurídica de direito privado.

Pessoa jurídica de direito público – En-tidade resultado de um agrupamento hu-mano organizado, estável, que visa a utili-dade pública ou privada.Comentário: Ela é completamente distintados indivíduos que a compõe, exerce direi-tos e contrai obrigações; a União e todos osEstados membros, bem como os municípiossão pessoas jurídicas de direito público; associedades civis, mercantis, pias, fundaçõesetc., são pessoas jurídicas de direito priva-do; o mesmo que pessoa coletiva, pessoacomplexa, pessoa fictícia, pessoa moral.

Pessoa natural – “É todo e qualquer serhumano que nasce da natureza. Todo serhumano é pessoa no sentido jurídico dapalavra, com a denominação particular depessoa, que é a melhor de todas as expres-sões” (LIMA, João Franzen de. Curso dedireito civil brasileiro. Rio de Janeiro: Fo-rense, 1984, v. 1, p. 148-149).Comentário: A palavra pessoa é origináriado latim persona, que significa máscara. Apessoa é o primeiro elemento que constituina linguagem jurídica o sujeito dos direitos,pelo simples motivo de ele ter faculdades oupoderes de ação nas atividades jurídicas quesão o resultado imediato do convívio social.

Petição – S.f. Segundo Pontes de Miranda,“é toda declaração de vontade fundamentada,pela qual alguém se dirige ao juiz para entregade determinada prestação jurisdicional, de-vendo, ou não, ser citada a outra parte”.Observação: O CPC assegura que “pode-rão as partes exigir recibo de petição, arra-zoados, papéis e documentos que entrega-rem em cartório” (CPC, art. 160).

Pessoa jurídica – Petição

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Petição inicial – Pedido escrito formula-do à autoridade judiciária, expondo o moti-vo e sua fundamentação legal contra o réu,solicitando a sua citação judicial, dando,assim, início ao processo (CPC, arts. 282 a296, 396 e 590).Observação: A petição inicial deverá ser ins-truída com documentação comprobatóriaindispensável à instauração da demanda(CPC, art. 283). Achando-se o pedido den-tro dos trâmites legais, e com toda a docu-mentação necessária à abertura do litígio, ojuiz o despachará, intimando o réu, para res-ponder. Se o mesmo não o fizer dentro doprazo legal ou estipulado, é presumida a acei-tação, como verdadeiros os fatos e acusa-ções feitas pelo autor (CPC, art. 285).

Plebiscito – (Lat. pebiscitum.) S.m. Formapela qual a soberania popular exerce, atra-vés do voto direto e secreto, o seu direito,em que o eleitorado decide, ou toma posiçãodiante de uma determinada questão, de seuinteresse. Lei decretada pelo povo, no tem-po da República Romana, convocado portribos e publicado oficialmente pelo gover-no, convocando os cidadãos para reuniremem assembléia, para tratar assuntos de inte-resse geral, ou para o candidato a cargoeletivo, divulgar o seu programa.Observação: O TSE é o encarregado da di-vulgação das normas regulamentares e da suarealização, assegurando a sua divulgaçãopelos meios de comunicação de massacessionários do serviço público (CF, art. 14).

Plurilateral – Adj. Expediente jurídico noqual a composição de um determinado di-reito é manifestada pela vontade de muitaspessoas.

Pobreza – S.f. Estado da pessoa que seencontra sem provisão financeira suficien-te para pagar as despesas de um processojudicial, devido ao fato de ter os seus meiosreduzidos para satisfazer o próprio sus-tento como o de sua família.

Poder Judiciário – Aquele que, segundo aorganização constitucional do Estado, é re-

lativo ao processual e a organização da Jus-tiça, determinando e assegurando a aplica-ção das leis que garantam os direitos indi-viduais, fazendo-as cumprir e fiscalizandoos atos da justiça, para que não haja qual-quer espécie de excesso no seu relaciona-mento com a sociedade a que pertence.

Polícia – (Gr.> lat. politéia > politia.) S.f.Corporação que engloba os órgãos e insti-tuições incumbidos de garantir, manter, res-taurar a ordem a segurança públicas, zelarpela tranqüilidade dos cidadãos, pela pro-teção dos bens públicos e particulares; pre-venir contravenções e violações das leis ouregras, e reprimir e perseguir o crime e au-xiliar a justiça, em todos os setores da vidapública, quer seja ela social, política, rodo-viária, aduaneira, militar, naval, ou outraárea qualquer que fizer necessária a sua atua-ção dentro de sua competência, obedecidaa legislação específica de cada setor.

Polícia federal – Corporação policial re-lativa ao plano federal, e que possui juris-dição em todo o território nacional e é en-carregada da apuração dos crimes contra afazenda, a administração pública e a Justi-ça Federal.

Polícia política – Corporação policial in-cumbida da proteção ou da defesa do regi-me político vigente num Estado.

Política criminal – Princípio doutrinárioque caracteriza a estrutura constitucionalda penalogia no Brasil (CF, art. 5.o, XXXIVa XLIX).Comentário: Em nome de uma política cri-minal de gosto duvidoso, nas penas de pri-são até dois anos, o sujeito fica em liberda-de, beneficiado pelo sursis, que é a suspen-são condicional da execução da pena; atéquatro anos permanece em prisão-alberguee até oito anos em colônias agrícolas, demodo que o cárcere fechado ficou pratica-mente destinado aos casos de crimes cujapena ultrapasse oito anos. Por outro lado,mesmo que for condenado a milhares deanos, pela prática de numerosos delitos (le-

Petição inicial – Política criminal

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ves, graves ou gravíssimos), ficará presoapenas 30 anos, que é o máximo previstono Brasil. Mas nem esta hipótese assusta ocriminoso, isso porque, seja pelas falhasdo próprio sistema, seja pelo moroso e pre-cário funcionamento da Justiça criminal, ouainda pelas constantes fugas e subornos defuncionários, ele acaba voltando precoce-mente à antiga vida ociosa e marginalizada,depois de um eficiente “curso de especiali-zação deletiva”, feito na cadeia.Desta forma, “as leis que regulam a matériapenal estão deturpadas e são mal elaboradaspor tecnocratas despreparados, que desco-brem os mais comezinhos princípios depenalogia e desprezam a técnica legislativa,resultando em “monstrengos legais” como é apolêmica Lei Federal n. 8.072, de 25.06.1990,dos crimes hediondos, que considerou comotal o homicídio, simples ou qualificado, masincluiu o delito de atentado violento ao pudoramplo, que pode resultar de um simples beijolascivo. E essas falhas geram gritantes injus-tiças. Com efeito, se, p. ex., um jovem com18 anos de idade for comemorar, na véspera edentro de um carro, o aniversário de 14 anosde sua namorada e beijá-la libidinosamenteantes da meia-noite (até então ela não tem 14anos), poderá estar cometendo o crime deatentado violento ao pudor, mediante violên-cia presumida por lei, e assim será autor deum crime hediondo, com sérias conseqüências,podendo a pena chegar a 9 anos de reclusão,sem direito a fiança, sujeito ao regime fecha-do e outras restrições. Entretanto, se ele ma-tar a jovem, como homicídio não é crime he-diondo, dependendo da habilidade na suadefesa, a pena poderá ser de 4 anos, aguar-dando o julgamento em liberdade provisóriase for primário e de bons antecedentes (mes-mo sem prestar fiança); se condenado, ser-lhe-á possível cumprir a pena em prisão-al-bergue, sair em livramento condicional apósum terço e outros benefícios que são negadosaos criminosos hediondos”. (MOTAJÚNIOR, Eliseu F. Pena de morte e crimeshediondos à luz do espiritismo. Matão: OClarim, 1994, p. 97-98).

Portaria – S.f. Documento de ato adminis-trativo de qualquer autoridade pública, con-tendo instruções a respeito da pratica-bilidade de determinada lei ou regulamen-to; aplicada, também, para determinar nor-mas gerais para a execução de determinadoserviço, para nomeações, demissões, puni-ções ou qualquer outra determinação. Par-ticipa da natureza dos decretos e jamaisadmite contra legem.

Preclusão – (Lat. praeclusione.) S.f. Extin-ção de um direito que não foi praticado oumencionado dentro do tempo hábil ou pré-fixado, em decorrência da inação do legítimopossuidor para o seu exercício, como, p. ex.,a caducidade ou decadência; incapacidade ouimpedimento de realizar uma obrigação, oude exercer determinado cargo. Conclusãoatribuída a condenações e a despachos inter-locutórios recorríveis para instância superior,pelo qual, após o escoamento do prazo parao respectivo recurso, não podem mais essesdespachos e sentenças ser modificados oureexaminados, devido à afinidade existentenas decisões processuais. O “despacho sa-neador”, segundo Gabriel Resende Filho,tanto poderá ser o de interlocutório sim-ples, como assumir a característica de julga-mento final, preclusivo.Nota: Ainda Gabriel Resende Filho, que sebaseia em Liebmam, diz o seguinte: “O des-pacho saneador é tipicamente exclusivo detais questões, porque, no pensamento dalei, a eliminação delas deve, em todo o caso,proceder à instrução e à decisão do mérito:quando o juiz ordenar o prosseguimento doprocesso e der as determinações necessáriasà instrução da causa, a preclusão impediráque sejam depois discutidas aquelas ques-tões, tanto se o juiz expressamente as deci-diu, como se, por falta de contestações, dei-xou de prover sobre elas” o veredito ou deci-são que o juiz ou o tribunal proferir é apreclusão absoluta (CPC, arts. 183, 245, 295,473, 516, 601).

Política criminal – Preclusão

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Preempção – S.f. Precedência na compra.

Prejulgado – S.m. Decisão preliminar toma-da pelas câmaras de um tribunal para o estu-do e boa interpretação ou solução normativasobre determinado ponto de direito, para quepossam dar uma interpretação uniforme so-bre o mesmo. Após o acordo interpretativosobre o ponto normativo visando à uniformi-dade da jurisprudência, será este, submetidoa um consenso definitivo pelo órgão compe-tente (CPC, arts. 476 a 479).Observação: Os prejulgados já, desde hámuito tempo, são componentes rotineirosdo DTrab, baseado na prescrição do art.902 do CLT, quando diz: “É facultado aoTST estabelecer prejulgados, na forma queprescreve seu Regimento Interno.”

Prelação – S.f. Causa contratual que impõeao comprador a obrigação de oferecer aovendedor a coisa que ele vai vender ou darem pagamento, para que este use de seu di-reito de preempção, isto é, de preferência nacompra tanto por tanto (CC, art. 1.149).

Preliminar – S.f. Argumentação apontan-do vícios no processo ou fatos que, por lei,impedem o andamento regular da ação, pre-judicando-a, quando procedente, por im-pedir o conhecimento de sua causa (CPC,art. 301; CLT, arts. 763 a 910).

Premeditação – S.f. Propósito conscientee deliberado do operador do delito, que ficaentre o pensamento e a realização do mes-mo, estando também consciente das conse-qüências previstas.

Prenotação – S.f. Lançamento preliminare temporário, elaborado por funcionário doassentamento público, em títulos ou docu-mentos que dependem de registro público(Lei n. 6.015/73, arts. 132, 146 e segs.).

Prescrição – (Lat. praescriptione.) S.f. Atoou efeito de prescrever; perda da ação atri-buída a um direito que fica assim juridica-mente desprotegido, devido à inércia de seutitular e em conseqüência da passagem dotempo; segundo o eminente Clóvis Bevilá-

qua, “é a perda da ação atribuída a um di-reito, de toda a sua capacidade defensiva,em conseqüência do não-uso dela, duranteum determinado espaço de tempo, semperder a sua eficácia. É o não-uso da açãoque lhe atrofia a capacidade de reagir” (CF,art. 7.o; CC, arts. 161 a 167, 177 a 179,208, 520, 573, 739, 849, 969, 970; CPC,arts. 219 e 617).

Prescrição penal – Galdino Siqueira diz:“A prescrição penal é a renúncia legislativae preventiva, por parte do Estado, do po-der repressivo, condicionada ao decursocontinuado de um certo período de tempo”(CP, arts. 109 a 118).Observação: De conformidade com o art. 107,IV, do CP, é um dos comportamentos que oEstado tem de anulação da punibilidade.

Prescritível – Adj. 2g. Adstrito a prescri-ção; que pode ser prescrito.

Presta-nome – S.m. Pessoa interposta.

Presunção – S.f. Consideração das conse-qüências ou conclusões que a lei ou o ma-gistrado formula, diante de certos fatosconhecidos, para confirmar a existência oua veracidade da causa que pretende elucidar.Observação: Presunção é o juris tantum,ou seja, de direito até que se prove o contrá-rio; presunção legal condicional.

Preterdolo – S.m. Dolo imprevisto; quali-dade do efeito da ação dolosa que ultrapas-sa o almejado pelo agente criminoso, sem asua vontade explícita; um outro resultadocriminoso, não planejado; é chamado deculpa in stricto sensu.Nota: Nelson Hungria informa: “No crimepreterdoloso, há um concurso de dolo eculpa; dolo no antecedente (minus delictum)e culpa no subseqüente (majus delictum)”(CF, art. 7.o; CC, arts. 161 a 167, 177 a179, 208, 520, 573, 739, 849, 969 e 970;CPC, arts. 219 e 617).

Prevaricação – (Lat. praevaricatione.) S.f.Ato ou efeito de prevaricar; crime perpetra-do por funcionário público, que consiste em

Preempção – Prevaricação

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retardar ou deixar de praticar, indevidamente,ato de ofício ou praticá-lo contra disposiçãoexpressa de lei, para satisfazer interesse ousentimento pessoal (CP, art. 319).Observação: Para que o crime colocado emevidência seja distinguido, deverá ficar pro-vado que o funcionário público agiu comvontade de satisfazer interesse ou senti-mento pessoal.Dr. Professor Galdino Siqueira diz: “Emsentido romano, o termo prevaricação ti-nha um sentido restrito e designava o atodaquele que, depois de ter acusado alguémem um judicium publicum, se conluiavacom ele para obter a sua absolvição (preva-ricatio propria) e, também, o ato do advoca-tus ou patronus, que traía a causa, passan-do da parte do autor para o réu (prevaricatioimpropria). Uma acepção mais ampla for-mou-se também em doutrina, com reflexoem diversos códigos, segundo a qual a pre-varicação compreende os delitos de todosaqueles que, maliciosamente, deixam decumprir com os deveres de seu ofício.”

Prevento – (Lat. praeventu.) Adj. Quese designou por cautela (competência oujurisdição).

P.R.I. – Comum na conclusão da condena-ção judicial como abreviatura de: Publique-se, Registre-se e Intime-se.

Primário – Adj. Refere-se ao criminoso quesomente praticou um delito, isto é, pela pri-meira vez. O CP confere a esse réu um trata-mento mais relaxado do que àquele que co-meteu infração pela segunda vez; o réu pri-mário, por exemplo, pode ter seu livramen-to condicional após ter cumprido metade dapena, ao passo que para os reincidentes so-mente depois do cumprimento de três quar-tos da pena.

Primeira instância – Jurisdição, foro doprimeiro grau, que conhece a origem da causae a julga. Opõe-se à segunda instância, que éaquela que toma conhecimento de uma causaem grau de recurso (tribunal de recurso).

Princípios gerais do direito – Doutrinauniversal e genérica de direito decorrenteda própria essência da legislação positiva,estabelecendo, assim, as opiniões lógicasnecessárias das normas legislativas (CC, art.4.o; CPC, art. 126; CLT, art. 8.o).

Prisão – S.f. Ato ou efeito de prender; atopelo qual o pessoa fica privada de sua li-berdade de locomoção; local onde os pre-sos são depositados.Comentário: Um pouco de história com oProfessor Dr. Eliseu F. Mota Júnior (Penade morte e crimes hediondos à luz do espiri-tismo. Matão: O Clarim, p.101-103): “AFalência do atual sistema penitenciário –carcerário – Ao longo da história da pena deprisão, foram adotados vários métodos parao seu cumprimento, porquanto e Estadopercebeu que não poderia simplesmente jo-gar o criminoso no fundo de um cárcere e aliabandoná-lo por um determinado tempo.Assim, surgiram vários sistemas para a exe-cução das penas privativas de liberdade im-postas aos autores de condutas considera-das passíveis de punição, buscando disci-plinar a sua execução. Em um deles, chama-do sistema de Filadélfia, o sentenciado per-manece fechado e em silêncio na cela duran-te toda a pena; em outro, denominado siste-ma de Auburn, que mitigou um pouco o ri-gor do primeiro, o preso pode trabalhar emcomum com os demais, porém em silêncio,retornando ao isolamento noturno; finalmen-te, no sistema inglês ou progressivo, o con-denado alcança progressivamente os benefí-cios legais, até chegar ao livramento condicio-nal, quando volta à vida em sociedade median-te a observância de algumas condições. Semser exatamente o inglês, o Brasil adotou, emtese, isto é, na lei, um sistema progressivode cumprimento de penas de prisão. De acor-do com as regras atuais, o sentenciado iniciao cumprimento da pena de prisão em umdeterminado regime (fechado, semi-abertoou aberto), conforme a quantidade e a natu-reza da pena restritiva da liberdade que lhefoi imposta (reclusão, detenção ou prisãosimples), progredindo para o regime seguin-

Prevaricação – Prisão

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te depois do cumprimento de um sexto dapena. Assim, por exemplo, se for condena-do a 12 anos de reclusão pela prática de umhomicídio qualificado (que é a sua pena mí-nima), o sujeito cumprirá 2 anos no regimefechado, passando para o regime semi-aber-to (colônia agrícola ou estabelecimento si-milar), onde permanecerá mais um sexto (ou-tros 2 anos), progredindo para o regime aber-to (casa de albergado), prisão albergue. Mas,nesse ínterim, poderá obter o livramentocondicional, depois de ter cumprido mais deum terço da pena, ou, se for reincidente,depois de haver resgatado mais da metadedela. Porém, existe enorme vácuo entre oBrasil-legal e o Brasil-real, de modo que ja-mais são observadas na prática as normas deexecução das penas e medidas de segurançaprevistas na legislação em vigor, porque osestabelecimentos carcerários que obedecemàs recomendações da ONU são pouquís-simos, de modo que os presos acabam con-finados em infectos, desumanos e superlo-tados calabouços improvisados nas casas dedetenção, cadeias públicas e distritos poli-ciais, que são destinados a presos provisórios,mas que acabam utilizados para o cumpri-mento de longas penas. Isto resulta numasituação tão precária e alarmante, que seBeccaria estivesse reencarnado, com certezaabsoluta escreveria novamente o seu famo-so livro ‘Dos delitos e das penas’, publica-do em 1764, no qual ele denunciou as condi-ções lastimáveis das leis e dos presídios da-quela época.”

Prisão-albergue – Regime prisional, exis-tindo tipos diversos. Regime de prisão de“meia liberdade”, consistente no cumpri-mento da pena em regime aberto, podendoo condenado sair para o trabalho, sem es-colta ou vigilância, nos horários fixados eretornar ao presídio para ali passar a noite.Regime de final de semana, caracterizadopela saída do preso somente nos finais desemana, para visitas aos seus familiares,devendo, na segunda-feira, retornar ao pre-sídio. Regime aberto em residência parti-cular, admitido somente para os maiores de

70 anos, acometidos de doença grave; con-denada com filho menor ou deficiente físi-co ou mental; condenada gestante (Lei deExecução Penal n. 7.210/84, arts. 93 e 117).

Prisão civil – Meio judicial coercitivo,restritivo da liberdade, destinado a compe-lir o devedor ao cumprimento de uma obri-gação civil; mera sanção coercitiva de pres-são sem o caráter de prisão criminal.Observação: “Não haverá prisão civil pordívida, salvo a do responsável pelo inadim-plemento voluntário e inescusável de obri-gação alimentícia e ao depositário infiel”(CF, art. 5.o, LXVII).

Prisão em flagrante – Aquela que é prati-cada por pessoas do povo, pelas autorida-des policiais ou seus agentes, da pessoaque está realizando uma contravenção, ter-minou de executá-la, ou quando, após suaprática, pelos claros vestígios de o ter co-metido, é surpreendido no mesmo local, ouquando foge, é acossado pela algazarra dopúblico (CPP, arts. 301 a 310).

Prisão especial – Aquela, de caráter civilou militar, em que o indivíduo a ela submeti-do, antes da condenação definitiva, goza dedeterminados privilégios e imunidades nãoadmitidos, em geral, aos demais detentos. Opreso que goza desse privilégio é recolhidonos quartéis ou em prisões especiais, nãosendo permitido para estes casos a prisãodomiciliar (Lei n. 5.256, de 06.04.1967; Dec.n. 38.016, de 05.10.1955).Nota: Se o elemento acusado e preso, mes-mo usufruindo de seu direito de prisão es-pecial, for condenado, as suas prerrogati-vas cessam e será transferido para uma pri-são comum a todos (Lei n. 5.256, de06.04.1967).Comentário: Segundo o art. 295 do CPP,“serão recolhidos a quartéis ou a prisão es-pecial, à disposição da autoridade compe-tente, quando sujeitos a prisão antes da con-denação definitiva: os ministros de Estado;governadores e interventores de Estados,Territórios e Distrito Federal e seu respecti-

Prisão – Prisão especial

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vos secretários; prefeitos municipais, verea-dores e chefes de polícia; membros do Parla-mento Nacional, do Conselho de EconomiaNacional e das Assembléias Legislativas dosEstados; os cidadãos inscritos no livro do‘Mérito’; os oficiais das forças armadas e docorpo de bombeiros; os magistrados; osdiplomados por qualquer das faculdadessuperiores da República; os ministros deconfissão religiosa; os ministros do Tribu-nal de Contas; os cidadãos que já tiveremexercido efetivamente a função de jurado,salvo quando excluídos da lista por motivode incapacidade para o exercício daquela fun-ção; os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Território, ativos e inati-vos”. Outras Leis concedem esse privilégio,de prisão especial, também aos: advogados(4.215/63), oficiais da Marinha MercanteNacional (799/49), dirigentes e administra-dores sindicais (2.860/56), servidores pú-blicos (3.313/57), pilotos de aeoronavesmercantes nacionais (3.988/61), funcionáriosda polícia civil dos Estados e Territórios(5.350/67), professores de ensino dos 1.o e2.o graus (7.172/83) e juízes de paz.

Prisão preventiva – Detenção do indiciadoou a sua manutenção carcerária, para que omesmo esteja presente em juízo e não fujaà conclusão da sentença. O CPP, arts. 311a 316, preceitua o seguinte: “é qualquer de-tenção ou custódia sofrida pelo imputado,antes ou depois da pronúncia e em qual-quer estado da causa, antes de julgada defi-nitivamente (CPP, arts. 311 a 316).

Prisão provisória – Detenção que não temnatureza permanente, em cumprimento desentença condenatória transiente. São provi-sórias as prisões: em flagrante, preventiva,temporária, civil (pelo não pagamento de pen-são alimentícia), em decorrência de pronuncia-mentos, por sentença condenatória não-definitiva.Observação: Segundo o art. 300 do CPP,as pessoas presas provisoriamente nãodevem ficar com aqueles já condenadosdefinitivamente.

Prisão simples – Castigo imposto ao indiví-duo, privando-o de sua liberdade de locomo-ção, devido a transgressões leves à lei penal,sem a severidade penitenciária, devendo oinfrator cumpri-la em estabelecimento espe-cial ou em reunião especial de detenção habi-tual, não sendo necessário o confinamentonoturno (Dec.-lei n. 3.688, de 02.10.1941).

Prisão temporária – Prisão promulgadapelo juiz, por tempo curto e limitado, quan-do solicitada por delegação da alçada policialou através da petição escrita do MP. Apli-cada àquele que tenha cometido um delito,devendo o detido permanecer pelo menoscinco dias, prorrogáveis por igual período,se necessário, até que a polícia termine asinvestigações do fato que ocasionou a suaprisão. Se comprovada a sua participaçãono fato, abrir-se-á inquérito policial, funda-mentando as respectivas provas, devendo oindiciado, neste caso, permanecer na prisãoaté nova ordem; ou quando o indiciado nãopossuir domicílio fixo ou não prestar escla-recimentos necessários quanto à sua identi-dade, fornecendo à autoridade competenteos elementos necessários a tal esclarecimen-to; ou quando o MP apresente fundadas ra-zões, baseadas em alguma prova que indicieo prisioneiro e que possa enquadrá-lo den-tro legislação penal, pela autoria ou partici-pação em algum crime.Observação: Segundo a o art. 1.o da Lei n.8.072/90, os crimes qualificados e o homicí-dio simples, quando ligados a grupos de ex-termínio, passaram a ser considerados cri-mes hediondos, mas, sem agravamento dapena. Entretanto, os crimes de envenena-mento de água potável, de uma determinadasubstância alimentícia ou de uma substânciamedicinal foram eliminados da relação doscrimes hediondos, continuando, outrossim,com penalidade agravada. A prisão tempo-rária, daqueles que cometeram ofensas aoutrem, como o de maledicência, difamação,menosprezo, murmuração e depreciação, oschamados casos de detração, que a lei decla-ra sujeitos à punição, se for dado queixapolicial, estão regulamentados pela Lei n.7.960, de 21.12.1989.

Prisão especial – Prisão temporária

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Privilégio creditório – Clóvis Beviláquanos oferece o conceito: “É a qualidade que alei confere ao crédito pessoal, de ser pago depreferência aos outros.” Cunha Gonçalvestambém tem o seu conceito: “É o direito quea lei atendendo à qualidade ou origem docrédito, confere ao respectivo credor, de serpreferido a todos os demais credores de ummesmo devedor, que não sejam igualmentegarantidos, para o efeito do integral paga-mento do seu crédito pelo produto de certosbens mobiliários do devedor, ou de certos imo-biliários, ainda que estes se encontrem hi-potecados e independentemente do registrodo referido crédito e da garantia.”

Privilégio de invenção – Direito assegu-rado por lei que tem o autor de usar e ex-plorar, temporariamente, um invento indus-trial de sua autoria, tendo em vista o inte-resse social e o desenvolvimento tecnológi-co e econômico do país (CF, art. 5.o, XXIX;CC, art. 48; Lei n. 9.279/96).

Procedimento – S.m. Comportamento;modo pelo qual o indivíduo se comportaem suas relações quotidianas para com asociedade onde vive; forma pela qual o pro-cesso se desenvolve, em qualquer de suasespécies, ou seja, o seu curso estabelecido,rito e forma legal para que seja colocado emmovimento.

Procedimento ordinário – Aquele que,ao lado do comportamento resumido, ouseja, sumaríssimo, compõe o caminho co-mum a seguir.Nota: Este procedimento é regido pelas dis-posições dos Livros I e II do CPC.

Procedimento sumário – Inovação que foiintroduzida no CPC, em substituição aoantigo sumaríssimo, previsto nos arts. 275 a281, tendo como características a rapidezpara causas em que a instrução e a decisãodevem ser produzidas na mesma audiência.É aplicado a causas de pequeno valor, ouseja, que não excedam a 20 vezes o valor dosalário mínimo do país (Leis n. 9.099, de26.09.1955, e 9.245, de 26.12.1995).

Procedimento sumaríssimo – V. proce-dimento sumário.

Processo – S.m. Ajuntamento encadeadode atos ou procedimentos praticados pelaspartes, juiz e seus assistentes, tendentes àsolução do pleito judicial, encerrando estecom a decisão final. Segundo Cândido deOliveira Filho, “é a forma estabelecida pelalei e praxe para se tratarem as causas emjuízo”. E segundo Eliézer Rosa, “é via dedireito para pôr fim a conflitos de interes-ses por meio da autoridade”.

Processo à revelia – Julgamento de um pro-cesso sem o conhecimento do réu; não-com-parecimento do réu aos termos do processo.

Processo cautelar – Aquele que estabele-ce um padrão adicional, de caráter acaute-lador ou de prevenção, principiando comopreliminar para proposta de uma ação ouno curso desta (CPC, arts. 796 a 889).

Processo legislativo – Implexo de dispo-sições, dividido em fases, que regulamen-tam a criação de leis. Fases: primeira fase:iniciativa, ato que provoca a abertura deprocesso para a elaboração de um projetode lei; segunda fase: discussão e votação,apresentado, discutido, e logo depois vo-tado, podendo ser aprovado ou rejeitado;terceira fase: sanção, ato pelo qual o chefedo Executivo transforma o projeto em lei;nessa mesma fase, não concordando comseus termos, opõe-lhe seu veto; aprovan-do, faz-se a promulgação da lei, isto é, suapublicação; vetando, parcial ou totalmen-te, o projeto retorna ao Legislativo, que omanterá ou derrubará.Nota: O Projeto de lei pode ser municipal,estadual ou nacional, podendo, conforme asua jurisdição, ser sancionado ou vetadopela autoridade competente, prefeito, go-vernador, Presidente da República.

Processo proibido – Crime contra a saúdepública; consiste no emprego de processoproibido no fabrico de medicamento ou ali-mento, com substância não permitida, co-

Privilégio creditório – Processo proibido

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rante, aromática, antisséptica, conservado-ra ou qualquer outra (CP, art. 274).

Processo sumário – Processo penal, reali-zado sem formalidades; processo simples,comum nas contravenções e nos crimes(CPP, arts. 531 a 540).

Procuração – S.f. Instrumento de contratode mandato; mandato, incumbência; docu-mento que habilita uma pessoa a represen-tar outra na celebração de seus negócios. Seráde próprio punho, particular, ou passadoem cartório, conforme o fim a que se destina(CC, arts. 1.288 e 1.289; CPC, arts. 38 e 44;CPP, arts. 39, 50, 55, 59, 98 e 146).

Procuração ad juditia – Com o atual CPC,a procuração ad juditia passou a chamar-se“procuração geral para o foro”; habilita oadvogado a representar seu cliente, aptopara praticar todos os atos judiciais emqualquer foro ou instância (CPC, art. 36).

Procurador – S.m. Aquele que recebe po-deres, através de procuração, para tratardos negócios de outrem; funcionário per-tencente ao MP, federal ou estadual, cujafunção é, como advogado, a defesa dos in-teresses da União ou do Estado, principal-mente quando ligados a alguma demandajudicial.

Produção antecipada de provas – Proce-dimento cautelar, em casos de necessidade,de antecipação de interrogatórios, inquiri-ções e perícias; o interessado necessita, en-tretanto, de um fundamento conciso.

Profetício – Adj. Diz-se dos bens que seherdam do pai ou de um ascendente direto.

Projeto de lei – Proposta de elaboração,discussão e votação de uma lei, iniciativaque cabe aos membros do Legislativo ou aochefe do Executivo, conforme sua nature-za. Deve ser preliminarmente submetido acomissões parlamentares para estudos es-pecíficos antes de entrar em pauta.

Promotoria – S.f. Cargo ou ofício de pro-motor; repartição pública do promotor deJustiça.

Promotor público – Representante do MPjunto aos juízes de direito; servidor da lei,defensor dos interesses da justiça, da socie-dade, da União, dos Estados, do DistritoFederal. Atua na justiça comum, como nafederal e trabalhista.

Promotor público adjunto – Promotor queatua junto às pretorias cíveis e criminais.

Pronúncia – S.f. Sentença que consideraprocedente a acusação determinando que oacusado seja julgado pelo tribunal do júri.

Propriedade – (Lat. proprietate.) S.f. To-talidade das coisas e direitos que compõemos bens da pessoa. Clóvis Beviláqua nosensina que: “Juridicamente, a propriedadeé o poder assegurado pelo grupo social àutilização dos bens da vida psíquica e mo-ral.” E segundo Ortolan, “é o poder de ocu-par a coisa, e dela tirar todos os proveitos,todos os produtos, periódicos ou não, to-dos os acréscimos, poder de modificá-la,de dividi-la, de aliená-la, de destruí-la, mes-mo, salvo as restrições legais; enfim, dereinvidicá-las das mãos de terceiros (seqüe-la)”. Segundo o CC, art. 524, é direito depossuir: “A propriedade é o direito de des-frutar e de dispor das coisas da maneiramais absoluta, contanto que dela não se façauso proibido pelas leis ou regulamentos.”Comentário: O direito natural à propriedadeé proclamado – não outorgado ou concedido– na Declaração Universal dos Direitos Hu-manos, de 1948, pelas Nações Unidas, emseu art. XVII, quando diz: “Todo homemtem direito à propriedade, só, ou em socie-dade com outros”. Allan Kardec (Livro dosespíritos, questão 882, § 2.o) nos fala que “apropriedade que resulta do trabalho é umdireito natural, tão sagrado quanto o de tra-balhar e viver”. O detentor da propriedade éo portador de responsabilidade social, sen-do uma projeção da lei natural que, ao ema-nar o direito à propriedade, ao mesmo tem-po impõe deveres sociais ao proprietário.Legitimidade – dois são os condicionantespara a legitimidade da propriedade material:

Processo proibido – Propriedade

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que tenha sido obtida honestamente e semprejuízo para ninguém. Sucessão – com amorte do de cujus, abre-se a sucessão deseus bens. Com o trespasse (passamento,desencarnação), termina a assistência da pes-soa natural e cessam os direitos e obrigaçõescivis. Esses direitos, e no meio deles o depropriedade, ou são extintos ou se comuni-cam aos herdeiros legítimos ou instituídos.Dispõe o CC, em seu art. 1.572: “Aberta asucessão, o domínio e a posse da herançatransmitem-se, desde logo, aos herdeiros le-gítimos e testamentários.” Esses são, entreoutros, os fatos e conseqüências jurídicasque se instauram mortis causa (SANTOS,Washington dos. Dicionário de sociologia.2. ed. revista e ampliada. Belo Horizonte:Del Rey, 1995, p. 165).

Propriedade limitada – Aquela que sofrelimitação de algum de seus direitos elemen-tares, devido a estar adstrita a ônus reais.

Propriedade literária, científica ou ar-tística – Aquela que o autor tem sobre assuas obras literárias, científicas ou artísti-cas, podendo obstruir, pelos recursos le-gais, a sua falsificação ou réplica.

Propriedade resolúvel – Aquela que estásujeita a ser extinta, ou revogada, concordeou não seu possuidor.

Proprietário – S.m. Titular do direito depropriedade da coisa móvel ou imóvel; oude semovente; diz-se do senhorio, do pos-suidor, do dono de qualquer bem.

Prorrogação – S.f. Dilação, isto é, adia-mento, prorrogação do prazo.Observação: É também muito usado paradesignar a renovação ou a recondução deum ato ou contrato.

Prorrogação de jurisdição – Diz-se daampliação territorial da jurisdição legítimade um juiz, além de sua base original, per-mitido e autorizado por lei (CPC, art. 107).

Protesto – S.m. Declaração formal, pela qualse reclama, em Cartório de Protestos, con-

tra alguma coisa. Processo cautelar, acolhi-do por resolução, pelo qual alguém declaraa sua determinação de prevenir determina-do compromisso, conservando o direito deexercitá-lo contra terceiro ou assegurar oseu conteúdo de qualquer dano, solicitan-do, afinal, que da ação seja informada a pes-soa que dele teve conhecimento. SegundoWaldemar Ferreira, “é o ato formal, prati-cado por oficial público, por que se provater sido a cambial apresentada ao sacadoou ao aceitante e a falta de aceite ou depagamento”. Ato escrito constituído a bor-do para provar um dano ou qualquer outraeventualidade havida na embarcação marí-tima. Expediente extrajudicial, pelo qual oportador de um compromisso fluente e cer-to, demonstra que ele não foi cumprido pelodevedor no dia do seu vencimento.

Protesto cambiário – Pedido feito ao Car-tório de Protestos de títulos, para o pro-testo de uma apólice cambiária, nota pro-missória, letra de câmbio, cheque ou dupli-cata, devido a falta de aceite ou de resgatedo título apresentado (Lei n. 2.044/98, art.28 e Lei n. 9.492/97).

Protesto judicial – Procedimento acaute-latório que não suscita conseqüências coer-citivas àquele a quem se destina, restrin-gindo-se a tornar pública a declaração da-quilo que o interessado realmente quer(CPC, arts. 867 a 873).

Protesto por novo júri – Protesto particu-lar da defensoria, que não se conforma coma pena sentenciada de reclusão, por períodoequivalente ou superior a 20 anos, oferecen-do pedido devidamente fundamentado de umsegundo julgamento do réu. SegundoWhitacher, “protesto é o recurso pelo qualo réu, em casos determinados na lei, exigenovo julgamento pelo júri para obter refor-ma do primeiro” (CPP, arts. 607 e 608).

Protocolo das audiências – Livro manti-do na sede do juízo, no qual o escrivão dofórum registra o que ocorre nas audiências,bem como, em ordem cronológica, as au-

Propriedade – Protocolo das audiências

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diências de instrução e julgamento, vindou-ras ou em continuação, devendo estar cita-do o dia, mês, ano e hora estipulados, e aindicação do tipo de ação, os nomes daspartes e de possíveis ajudantes e, ainda, osnomes dos respectivos advogados.Comentário: Apesar desse livro ser de usoobrigatório pelas leis e a estrutura judiciá-ria, nada é encontrado no CPC ou CPP.

Prova – S.f. Tudo que pelos meios regula-res e admissíveis é usado no processo, paraprovar, em juízo, a certeza ou falsidade defato relacionado com a causa; meio lícito eapto a firmar o convencimento do juiz. Aadvogada Paula Batista tem o seguinte con-ceito: “É tudo que nos pode convencer dacerteza de algum fato, circunstância, ouproposição controvertida; as provas, por-tanto, são elementos que determinam a con-vicção do juiz.” E Jônatas Milhomensconceitua: “Prova, no direito processual, émeio de convencer o juiz da existência defato em que se baseia o direito do postu-lante. Ninguém vai a juízo alegar fato semfinalidade jurídica. Assim, a prova é meiodireto de demonstrar o direito subjetivo.”A prova pode ser feita através de: certi-dões públicas ou documentos particularesdevidamente autenticados, segundo as nor-mas legais da época; notas dos credores ecertidões extraídas dos seus protocolos;notificação escrita, devidamente assinada,ou através outros meios de comunicação;livros de escrituração dos comerciantes,devidamente autenticados e assinados porcontador habilitado; confissão; testemu-nhas; presunções, isto é, conseqüências quea lei deduz de certos atos ou fatos e queestabelece como verdade por vezes até con-tra prova em contrário (CPP, arts. 155 a250 e 607; CCom, arts. 305, 432 a 434;CPC, arts. 332 a 343).

Prova documental – Prova integrada so-mente por documentos, públicos ou parti-culares, que fundamentam certo direito ouobrigação. O autor deverá juntá-los ao pro-cesso no instante do ajuizamento da ação.

Prova dos atos formais ou solenes – Pro-va legal que é feita por qualquer meio que oDireito assim o admitir. O art. 136 do CCestatui o seguinte: “Os atos jurídicos, a quese não impõe forma especial, poderão pro-var-se mediante: confissão, atos processa-dos em juízo, documentos públicos ou par-ticulares, testemunhas, presunção, examese vistorias, arbitramento.”

Prova plena – Aquela que, por sua nature-za, credibilidade ou pela fé que merece,basta para liquidar a questão.

Prova sangüínea – Prova usada no examede sangue para a confirmação de paterni-dade. É feita através do DNA, confrontan-do os tipos de sangue do suposto pai, mãee do filho.

Proventos – S.m. Honorários, vencimentos,lucros e vantagens de um determinado tra-balho, quer seja ele público ou particular.

Providências preliminares – Aquelasestabelecidas pelo juiz, depois de dez diasdo término da causa (CPC, arts. 323 a 328).

Psicopatia – S.f. Designação que se dá àsperturbações patológicas que conduzem apessoa a condutas anti-sociais.

Psicotrópicos – S.m. Drogas alucinógenas,depressivas ou excitantes, que alteram com-pletamente o procedimento de uma pes-soa, tornando-a anti-social.

Publicação – S.f. Ato que dá notoriedade àlei e constitui pressuposto de eficácia. Alei começa a vigorar em todo o país, salvodisposição em contrário, 45 dias depois deoficialmente publicada nos órgãos da im-prensa oficial ou ou particular de maior di-vulgação (Dec.-lei n. 4.657/42, art. 1.o). Erao ato pelo qual o juiz dava conhecimentoàs partes através da promulgação escritada condenação, decidindo, assim, o casojulgado. Essa formalidade foi abolida pelosarts. 456 e 463 do CPC.

Protocolo das audiências – Publicação

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Publicidade enganosa – Toda notificaçãofalsa, quer seja ela inteira ou parcial, indu-zindo o comprador a adquirir o produtosem o conhecimento de suas particularida-des, o que só percebe quando da comprarealizada (Lei n. 8.078/90; CDefCons, art.37 e §§ 1.o e 2.o).

Purgação da mora – Expressão substituí-da pela Lei n. 8.245/91, no lugar de “emen-da da mora”. Significa livrar, desembaraçarou emendar a mora conseguir o seu desapa-recimento, tornando-a extinta.

Putativo – Adj. Suposto, pressuposto; aqui-lo que se julga, considera ou acha; supõeser, mas não é.

Publicidade enganosa – Putativo

Quadrilha – S.f. O mesmo que bando; as-sociação de pessoas, geralmente supervisio-nadas por um chefe, cujo propósito é a exe-cução de empreendimentos criminosos, taiscomo o latrocínio, a pilhagem, o saque, vi-sando fins a lucrativos fáceis e imediatos(CP, art. 288).Comentário: Galdino Siqueira faz a seguin-te distinção entre quadrilha e bando: “Nalinguagem vulgar, diz-se quadrilha a hordade salteadores que obedecem a um chefe ecujo mister é roubar ou matar para roubar;diz-se bando o grupo indisciplinado demalfeitores, entregue, também, a crimes comviolência.” Entretanto, o CP não faz estadistinção. Denomina quadrilha ou bando,classificando como crime contra a paz pú-blica, a associação de mais de três pessoas,com a finalidade principal de cometer cri-mes, estipulando para esses indivíduos apena de reclusão, de um a três anos, sendoque, se o grupo estiver armado, a pena seráem dobro (CP, art. 288).

Qualidade – S.f. Estado característico daspessoas ou das coisas através do qual estasse distinguem das demais.Segundo Pereira e Sousa é: “Termo jurídicoque, de ordinário, significa um título pes-soal que habilita alguém a exercer algumdireito.”

Qualificação – S.f. O mesmo que indivi-duação; classificação, aptidão; classifica-ção ou a conseqüência qualificativa, a res-peito das informações: identidade, estado

civil, profissão, grau de instrução, resi-dência e domicílio, relações de parentes-co, amizade ou inimizade, sobre o acusa-do, a pessoa lesada ou ofendida, e das tes-temunhas; deverá ser lavrada pelo escri-vão do feito nos respectivos livros de re-gistro para tal finalidade. Deliberação danatureza da contravenção perante a leipenal, para que se possa determinar o au-mento ou a diminuição gradual da penali-dade a ser imposta ao infrator ou crimino-so (CPP, arts. 203 e 414).

Quantia certa – Importância estabelecida;preço representado por importância emdinheiro estabelecida com exatidão ou, oque é realmente de direito, já tenha sidodesignado ou averiguado e sua existência éindiscutível.

Quantia ilíquida – Importância abstrataindefinida, incerta, indecisa, irresoluta. Poresse motivo o CPC, em seu art. 603, prog-nosticou sobre a liquidez da sentença, de-terminando: “Procede-se a liquidação, quan-do a sentença não determinar o valor ounão individuar o objeto da condenação.”

Quantia líquida – Liquidação da senten-ça é feita em moeda corrente, apresentandoesta caráter ou estado da obrigação certaquanto à sua existência, e determinada quan-to ao seu objeto, não podendo ser alterada,nem ser objeto de alteração, significando,por isso, acordado de modo claro e defini-tivo o seu valor (CPC, art. 586, § 1.o).

202Quase delito – Questão prejudicial

Quase delito – Modo pelo qual toda açãoou omissão culposa praticada resulte emdano para alguém. Mesmo não tendo come-tido crime, esse tipo de transgressãocomportamental acarreta como penalidadea reparação do dano, mesmo que o agentenão o tenha praticado por sua livre e espon-tânea a vontade ou compreendido a ação ile-gal que estava cometendo. Se, entretanto, oagente revelar alta periculosidade, deverá fi-car submetido à medida de segurança.

Quebra de fiança – Não apresentação doréu afiançado à autoridade competente quan-do chamado para o ato de processo a queresponde, sem evidenciar argumento quejustifique seu ato, ou quando, no vencimentoda fiança, comete outra transgressão penal,rompendo, assim, um compromisso firma-do anteriormente.Nota: Alguns juristas chamam este ato dequebramento de fiança, que tem o mesmosentido. A lei não pode aplicar pena a esteagente, mas sim medida de segurança.

Queixa – S.f. Requerimento inicial escrito,circunstanciado e devidamente assinado porquem faz a narração, que, nos crimes deação privada, aquele que recebeu a afronta,injúria, ultraje, ou foi lesado financeiramen-te, ou seu representante legal, faz, ao juizhabilitado, indicando o nome do quereladoe das testemunhas, a ocasião e localidadeem que o fato delituoso se deu, as razõesda acusação e o valor provável do dano,completando por solicitar, a sanção legalrespectiva ao acusado, a que ele estejaincurso, depois das respectivas diligências,se necessário, a fim de se provar, em pri-meiro lugar, a veracidade dos fatos ocorri-dos conforme solicitação do ofendido. JoãoMendes nos fornece a conceituação: “É aexposição de fato feita pelo ofendido ouquem tiver qualidade para representá-lo,concluindo pelo pedido de condenação dodelinqüente como incurso em disposiçãoou disposições do Código Penal.” Algunsjuristas e dicionaristas dão a este verbete odesignação de queixa-crime.

Querela – (Lat. querela.) S.f. Discussão,pendência; pequena questão; acusação cri-minal apresentada em juízo contra alguém.Observação: Este verbete é também usadopara representar em juízo. Não é sinônimo,mas, no DPC, é a mesma coisa que queixa.

Querelado – S.m. Réu; aquele contra quemé feita uma denúncia-criminal.Observação: Quando o impetrante da ação éa Justiça pública, chama-se “denunciado”.

Querelante – S.m. Aquele que faz a quei-xa, ou seja, quem recebeu uma ofensa, dano,lesão ou agravo ou o seu representante legal.

Quesito – S.m. Pergunta formulada pelomagistrado ou pelas partes, a perito, parainstrução de questão técnica; cada uma dasquestões que o juiz, através de uma comu-nicação escrita, abreviando o seu conteú-do, entrega aos jurados (CPC, art. 421;CPP, arts. 479 a 480).

Quesitos suplementares – Aqueles quepodem ser formulados durante diligênciadestinada a substituir perito inapto oufaltoso (CPC, art. 425).

Quesível – Adj. 2g. Buscar; dívida a serpaga na residência ou domicílio do devedor;deve ser buscada, procurada, reclamada.

Questão – S.f. Disputa, discussão, litígio,demanda, controvérsia, pendência, ou seja,a mesma coisa que causa. Por extensão, é ocaso particular a que se opôs uma contes-tação; diz-se do conflito de direitos e inte-resses submetidos à decisão dos tribunais.

Questão de Direito – Demanda, relativa àreivindicação que alguém faz de um direitosuposto, ou de interesses das partes, basea-dos nos argumentos que expõem, funda-mentados legalmente.

Questão incidental – Insegurança, hesi-tação ou contestação que aparece na rotanormal de um processo.

Questão prejudicial – Demanda prece-dente, cuja análise e conclusão obrigatória,

203 Questão prejudicial – Quórum

em juízo civil, depende da apreciação docaso principal, à qual se acha sujeita, e,quando esta é concluída favoravelmente,obstrui a consideração de mérito, prejudi-cando-a. Questão de natureza criminal ounão que, devido à sua ligação com o aconte-cimento delituoso, deve ser solucionadaantes do julgamento, sendo que o resultadodeste ocasiona conseqüência terminante.

Quinhão – S.m. Fração de um total que per-tence a cada uma das pessoas, entre as quais,um determinado bem é dividido; partilha.Nota: Exemplos de partilha: a divisão dacota-parte de uma propriedade ou de seusrendimentos, de um direito, de uma socie-dade, as cotas-partes dos lucros havidosem negócios; ou a cota-parte de participa-ção num condomínio.

Quinhão hereditário – Legado hereditá-rio que cada herdeiro tem de direito quandoda partilha da herança, inventariada (CC,art. 1.801).Observação: No processamento dos bensinventariados, apurados os haveres pararesgate dos credores habilitados, o juiz au-torizará as partes que façam o pedido doquinhão que lhe é devido legalmente, den-tro do prazo de dez dias (CPC, art. 1.022);passada a carência exigida legalmente, opartidor deverá apresentar uma minuta dapartilha na qual deverá constar o respecti-vo valor de cada cota-parte, que após re-solvidas as questões que porventura pos-sam surgir e respectivo pagamento do im-posto de transmissão e as certidões negati-vas de dívidas para com a fazenda pública,deverá haver o julgamento por sentença.Tudo isto, valor de cada quota-parte, reso-lução das pendências e certidões negativas,deverá ter a sua anotação nos respectivosautos (CPC, arts. 1.023 e 1.024); passadaem julgado a sentença, cada herdeiro recebea cota-parte que lhe é devida por direito(CPC, art. 1.027). No processo de inventá-rio, segundo os arts. 1.031 a 1.038, que tra-ta da divisão amigável, anunciada entre as

partes hábeis, de conformidade com o art.1.773 do CC, deverão constar evidentemen-te os legados hereditários.

Quinto constitucional – Enunciação em-pregada para estabelecer a composição deum quinto dos lugares de cada tribunal, quedeverá ser constituído por componentes doMP, com mais de dez anos de profissão, ede advogados de notório saber jurídico e deconceito ilibado, com mais de dez anos deefetiva atuação profissional, indicados emlista sêxtupla pelos órgãos de representa-ção das respectivas classes (CF, arts. 94,107, 111, § 2.o, e 115, II).

Quirografário – (Gr. chirographariu.)Adj. Diz-se dos atos e contratos que cons-tam de um instrumento particular, assina-do apenas pelo devedor, ou daquele credorque, na falência ou concordata, não possuiamortização concreta para o resgate de seudébito, não sendo reconhecidos em juízo.

Quitação – S.f. Documento escrito pormeio do qual o credor declara ter recebido oresgate feito pelo devedor de sua dívida,desobrigando-o do compromisso assumi-do (CC, arts. 439, 440 e 1.093; CCom, art.434; CPC, arts. 38, 709).

Quitação geral – O mesmo que quitaçãoplena; aquela que quita totalmente o débi-to, ficando, assim, liquidada ou saldada adívida assumida, não podendo ser nova-mente reclamada (CCom, arts. 434 e 435).Observação: Toda e qualquer quitação deveser passada, segundo prescreve o CCom, re-cibo da respectiva quitação, geral ou parcial.

Quitação parcial – Aquela que quita so-mente uma parte da dívida, não a suatotalidade.

Quitação plena – O mesmo que quitaçãogeral.

Quórum – Número mínimo de componen-tes presentes, indispensáveis para que fun-cione um tribunal ou assembléia, ou paraque possa haver uma deliberação regular;

204Quorum – Quota-parte

maioria de votos enunciados numa decisãode corte judiciária; presença de um mínimo dedeputados ou de senadores indispensáveisem certas votações, segundo disciplinadono respectivo regimento.

Quota – S.f. Subsídio designado a cada umnum patrimônio para atender uma determi-nada finalidade. Legado a que cada indiví-

duo tem direito ou obrigação na divisão le-gal de qualquer coisa.

Quota-parte – Concessão de importânciaem dinheiro ou designação de certa quanti-dade de coisas que cada indivíduo tem a obri-gação de pagar ou de receber, por motivoda composição ou delimitação de um deter-minado negócio-comum.

R – É a 17.a letra do alfabeto e representana linguagem jurídica a abreviatura da pala-vra “réu”.

Rábula – S.m. Nome dado a pessoa queadvoga sem diploma ou ao advogado forma-do, mas com pouco conhecimento da cultu-ra jurídica; advogado ou procurador dado asutilezas em questões judiciais, que somen-te sabe embaraçar as questões lançando mãode astúcia, artifícios, ardil, tramóia, que asleis lhe permitem, sem resolver a causa.Observação: A palavra e as figuras acimamencionadas estão em completo desuso.

Racismo – S.m. Forma de diferenças jurí-dicas ou sociais, tendo por base a raça, corou sexo do indivíduo.Observação: A CF repudia o racismo e oterrorismo logo no seu Título I, quando tratados seus Princípios Fundamentais, e no art.5.o, XLII, em que define que a prática doracismo constitui crime inafiançável eimprescritível, sujeito à pena de reclusão,nos termos da lei (Lei n. 7.437/85 e Lei n.7.716/89).

Ramo – S.m. Galho, vergôntea, diversifica-ção de um tronco; divisão, subdivisão, bifur-cação de uma família; parte de uma ciência;cada uma das divisões na categoria do comér-cio explorado; coisa ou grupo de coisas, obje-to de leilão ou colocado em hasta pública.Observação: Ramo de árvore, que ocupaespaço da propriedade vizinha, pode serpodado pelo possuidor deste até a superfí-cie vertical divisória (CC, art. 558).

Ramos do Direito – Formas disciplina-das, pelas quais a ciência do Direito se clas-sifica: a) Direito Público: Direito Consti-tucional; Direito Administrativo; DireitoFinanceiro; b) Direito Privado: Direito Ci-vil; Direito Comercial (terrestre, aéreo, ma-rítimo); Direito Internacional Privado; c)Direito Privado Social: Direito do Traba-lho; Direito Industrial; Direito Rural; Di-reito Judiciário; Direito Canônico; DireitoInternacional Público.

Rapto – S.m. Crime contra os costumes, queconsiste no seqüestro de qualquer pessoa,com o emprego de violência, fraude, e/ou ar-dil, para com isto tirar benefício próprio.Comentário: Segundo o CP, esse tipo de cri-me tem duas modalidades diferentes, a sa-ber: rapto violento ou mediante fraude, queé o crime cometido por alguém, consistenteem tirar de sua residência, mulher honesta,solteira ou não, com violência, grave ameaçaou fraude, com finalidade única de satisfazerimpulsos libidinosos (CP, art. 219); segun-do Clóvis Beviláqua, “é a tirada da mulherhonesta do lar, por meio de sedução, embos-cada ou violência”; rapto consensual, que éaquele em que a vítima, sendo maior de 14 emenor de 21 anos, concorda em ser condu-zida pelo raptor (CP, art. 220).

Rapto consensual – V. comentário ao ver-bete rapto.

Rapto criminal próprio – Aquele pratica-do contra a vontade do raptado.

206Rapto privilegiado – Reabilitação

Rapto privilegiado – Rapto praticado poraquele que, não lhe sendo dado o consenti-mento pelos pais, para que a filha destespossa a ele se unir, o faz para que a suaunião seja concretizada legalmente.Observação: Este tipo de crime está enquadra-do no chamado crime por rapto consensual.

Rapto violento ou mediante fraude – V.comentário ao verbete rapto.

Ratificação – S.f. O mesmo que confirma-ção; ato ou efeito de ratificar, ou seja, con-firmar, validar, aprovar, consentir expres-sa ou tacitamente, dando validade ao quese fez ou que se prometeu anteriormente,que, por vício de forma ou de fundo, é sus-cetível de nulidade. Segundo Cunha Gon-çalves, “é o ato pelo qual um dos contraen-tes faz desaparecer o vício de que estavainquinada sua obrigação devido à sua inca-pacidade, renunciando à ação anulatória econfirmando a declaração de vontade já fei-ta”. Confirmação subseqüente da ação pra-ticada, antes que a mesma seja julgada porsentença.Nota: Inquinada, do latim inquinare, querdizer, cobrir de mancha, macular, man-char, sujar, poluir, corromper, infectar. EmDIPúb, notificação, feita por documenta-ção escrita, na qual o governo, através deseus agentes diplomáticos, ou enviados es-peciais, aprova, confirma ou ratifica umconvênio ou tratado, celebrado com outro,testificando-o como válido. Duas são asespécies da ratificação: expressa – quandofeita de maneira evidente através de atoescrito ou verbal, especificando o argumentodo convênio ou tratado ratificado, bemcomo o sentimento incitativo que levou àratificação; tácita – que, segundo ClóvisBeviláqua, “(...) resulta de atos que mani-festam a intenção real de renunciar a açãode nulidade. Dois são os requisitos para aexistência da confirmação tácita: execução,completa ou parcial, da obrigação; conhe-cimento do vício do ato executado”.

Razão – (Lat. ratione.) S.f. Faculdade quetem o ser humano de avaliar, julgar, ponde-

rar idéias universais; raciocínio, juízo; bomsendo, lei natural; justiça. “Poder de bemjulgar e de discernir o verdadeiro do falso, aque se chama o bom sendo ou a razão (Des-cartes). A perfeita razão evita todo o ex-cesso (Molière)” (In: Pequeno vocabulá-rio da língua filosófica. São Paulo: Nacio-nal, 1961). É o mesmo que firma comercial;diz-se da designação própria ou da deno-minação sob a qual o negociante ou a enti-dade comercial desempenham sua ativida-de e assumem compromissos.

Razão social – Designação da firma cole-tiva ou uma agremiação civil ou mercantil

Reabilitação – S.f. Benefício dado ao con-denado mediante requerimento, decorridosdois anos da extinção ou da execução dapena; instituto que revoga as conseqüênciasda sentença, como: perda do cargo, funçãopública, mandato eletivo; perda do pátriopoder, tutela ou curatela; inabilitação paradirigir veículo; tudo visando oferecer aressocialização do réu que se mostre recu-perado; a reabilitação assegura sigilo quan-to a registros da condenação, podendo ointeressado conseguir a Folha Corrida lim-pa. Segundo Carvalho de Mendonça, “é adeclaração judicial de achar-se o falido re-integrado em seus direitos que a falênciarestringiu e, conseqüentemente, liberto detodos os efeitos dela decorrentes”.Comentário: A reabilitação revoga a proi-bição do exercício do comércio, mas somen-te pode ser concedida novamente depoisde três ou cinco anos, calculados a partirdo dia do término da condenação, bem comodas penalidades de embargo ou reclusão,desde que o réu apresente documentaçãolegal através de sentença, provando esta-rem extintas as suas obrigações (Lei de Fa-lência – Dec.-lei n. 7.661/45, arts. 136, 197).O réu tem direito a uma declaração judicial,fazendo cessar os efeitos da sanção penal aele atribuída e garantindo-lhe sigilo absolu-to sobre os registros processuais que o con-denaram, podendo esta abranger, também,determinadas conseqüências da condenação.

207 Reabilitação – Reclamado

Entrementes, a declaração não poderá serconcedida se: a penalidade imposta tiversido de mais de quatro anos; o réu tenhaficado incapaz para o desempenho do pátriopoder, tutela ou curatela, nos crimesdolosos, sujeitos à pena de reclusão, come-tidos contra filho, tutelado ou curatelado(CP, arts. 93 a 95).

Readaptação – S.f. Aproveitamento dosserviços do funcionário, que tenha funçãopública, tendo em vista a capacidade física,intelectual ou vocacional em atribuições eresponsabilidades, e de acordo com a limi-tação que tenha sofrido.Observação: Respeitando a competênciaexigida para a função, a readaptação seráefetivada em obrigações similares, que te-nham afinidade com o serviço que o funcio-nário exercia anteriormente (Lei n. 8.112/90, art. 24).

Readmissão – S.f. Nova admissão, feita afuncionário demitido sem justa causa ousem indenização; reparação ou compensa-ção de prejuízos, voltando este a ocupar ocargo anterior à demissão ou ocupar outrasfunções com autorização superior (Lei n.1.711/52).Observação: A Lei n. 8.112, de 11.12.1990,que regulamente a matéria, não prognosticaa readmissão.

Real – Adj. 2g. e S.m. Régio, principesco;que tem existência verdadeira; moeda nacio-nal atual; relativo à coisa, a direito sobre acoisa, ao que se pratica sobre a coisa.Observação: Antigo dinheiro nominal quevalia somente para padrão convencional,na organização monetária do Brasil e dePortugal. Era usado no plural: réis. O atualreal, a partir de 1.º de julho de 1994, tor-nou-se unidade do Sistema Monetário Na-cional (R$) com fluxo válido em toda aNação brasileira, substituindo a UnidadeReal de Valor URV.

Realização do ativo – Atualização do va-lor de todos os bens materiais de uma socie-dade empresarial, devido à depreciação de

seus títulos em face das desvalorizaçõesdo dinheiro circulante.

Receptação – S.f. Delito consistente no fatode uma pessoa querer tirar proveito para siou para terceiro, quando da compra, guardaou ocultação, sabedor de que a coisa tenhasido obtida por meio doloso ou fraudulen-to, ou induzir a outrem, de boa-fé, que ad-quire-a, receba ou oculte (CP, art. 180).

Reclamação – S.f. Processo de competên-cia originária para preservar a autoridadedo tribunal e garantir suas decisões; medi-da correcional que cabe à parte que se sen-tir lesada por ato ou omissão do magistra-do de que não caiba recurso, dirigida ao ór-gão superior competente.Comentário: É este um meio de correiçãoparcial, cujo conhecimento e competênciacabe ao Conselho da Justiça Federal. O re-querimento deverá ser feito pela parte inte-ressada ou pelo Procurador-geral da Repú-blica, no prazo de cinco dias, para ressalvara idoneidade do Tribunal ou assegurar a com-petência de suas decisões (arts. 156 a 162);esse tipo de reclamação solicitada ao STF eao STJ está regulamentada pelos arts. 13 a18 da Lei n. 8.038, de 28.05.1990.

Reclamação trabalhista – Expediente peloqual o trabalhador reclama, verbalmente oupor escrito, solicitando ao órgão compe-tente providências quanto aos seus direi-tos lesados por ato do seu empregador,pedindo o restabelecimento destes e o res-sarcimento dos prejuízos porventura oca-sionados, em face da legislação trabalhistaem vigor (CLT, arts. 837 a 842).Comentário: É de competência: da Justiçado Trabalho, quando a reclamação é feitapor pessoa de direito privado; da JustiçaFederal, quando a reclamada for a União,autarquia ou empresa pública federal, eaquele que propõe a reclamação, estiversujeito às normas da CLT.

Reclamado – S.m. Designação do conde-nado no processo trabalhista (CLT, arts.841, 844 e 846).

208

Reclamante – S.m. Designação atribuída,em processo trabalhista, ao autor da recla-mação (CLT, arts. 841, § 2.o, e 844).

Reclamatória – S.f. Nome que se dá à pe-tição inicial do processo trabalhista; parauns, o processo (CLT, arts. 784 a 788, 837a 842).

Reclusão – S.f. A mais severa das penas prin-cipais de privação da liberdade pessoal, im-posta ao réu nas transgressões comuns. Ocumprimento da pena estipulada para o in-frator pode ser: em regime fechado: quando apena for superior a oito anos, o réu recolhidoa penitenciária; em regime semi-aberto ouaberto de conformidade com o merecimentoou a periculosidade do condenado.Comentário: Os réus não reincidentes queforem condenados a mais de quatro anos emenos de oito poderão, a critério da autori-dade competente, principiar a cumprir asua pena em regime semi-aberto; o réu, con-denado ao equivalente a quatro anos oumenos, poderá, desde o início, cumprir asua pena em regime aberto (CP. art. 33).

Reconciliação – S.f. Ato ou efeito de re-conciliar; ato pelo qual o juiz, na ação deseparação conjugal, deve obrigatoriamentetentar convencer as partes à desistência daseparação. Ato pelo qual o juiz, quando emcrimes de calúnia, excluídos os cometidospela imprensa, antes de receber a queixa,procura harmonizar as partes, fazendo-ascomparecer à sua presença, ouvindo-as,separadamente, sem a assistência dos seusadvogados, podendo esta resultar na desis-tência da queixa.Nota: Após o divórcio, se os divorciadosquiserem restabelecer a união legal anterior-mente existente, terão de fazê-lo através denovo casamento. O motivo é que o divór-cio, segundo o que preceitua a EmendaConstitucional n. 9, de 28.06.1977, art. 1.o,dissolve não somente a sociedade conjugal,mas também o casamento (CC, art. 323 eLei n. 6.515/77, arts. 33 e 46; CPP, art.520/522).

Recondução – S.f. Ato de reconduzir; atopelo qual o funcionário não efetivo é read-mitido, através de novo despacho, a desem-penhar, por período análogo, o cargo públi-co que vinha ocupando anteriormente. Otermo é também empregado para designar aprorrogação ou renovação, nas mesmas con-dições, sem preceder um novo ajuste, quan-do do término de determinados contratos(Lei n. 8.112, de 11.12.1990, art. 29).

Reconhecimento do filho ilegítimo –Ação pública pela qual um homem ou umamulher, ou os dois juntos, confessam e as-seguram serem pais de uma pessoa, pro-vinda do concubinato ambos, afirmação quepode ser lavrada na própria certidão de nas-cimento ou através de escritura pública oupor testamento.Observação: O reconhecimento pode vir an-tes do nascimento, ou depois de seu faleci-mento, se houver antepassados (CC, arts. 335a 367; Lei n. 883, de 21.10.1949; Dec.-lei n.3.200, art. 16, de 19.04.1941, modificado peloart. 1.o, Dec.-lei n. 5.213, de 21.01.1943).

Reconvenção – S.f. Ato ou efeito de re-convir; ação judicial em que um réu ou oseu defensor demanda o autor, por obriga-ção análoga ou relativa àquela por que édemandado, e perante o mesmo tribunal.Segundo Cândido de Oliveira Filho, “é aação proprosta pelo réu contra o autor, nomesmo feito e juízo em que é demandado”(CPC, 315 a 318).

Reconvindo – S.m. Aquele contra quem seintentou reconvenção.

Reconvir – V.t.d. Intentar ação de reconven-ção; recriminar alguém que acusa, para dimi-nuir o valor da acusação; reaver, recordar.

Recovagem – S.f. Segundo Clóvis Bevilá-qua, “contrato de transporte por terra, oupor água, de pessoas, ou coisas, sejam es-tas bagagens ou mercadorias”.

Recriminação – S.f. Ato ou efeito de re-criminar; acusação com que se responde aoutra; exprobação, censura.

Reclamante – Recriminação

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Recriminar – V.t.d. Responder a injúrias,a acusações, com outras; censurar, reconvir.

Recurso – S.m. Nome comum à apelação,ao agravo, aos embargos; ato de apelar paraum poder superior. Pedido de indenização,de reparação. Segundo A. D. Gama, “é todoremédio contra qualquer violência de rela-ções de direito, e, ao mesmo tempo, meiode defesa na pendência de qualquer açãoajuizada”.

Recurso adesivo – Nome dado a inovaçãofeita no art. 500 do CPC, que ficou assimredigido: “Cada parte interporá o recurso,independentemente, no prazo e observa-das as exigências legais. Sendo, porém, ven-cidos autor e réu, ao recurso interposto porqualquer deles poderá aderir a outra parte.O recurso adesivo fica subordinado ao re-curso principal e se rege pelas disposiçõesseguintes: I – poderá ser interposto peran-te a autoridade judiciária competente paraadmitir o recurso principal, dentro de dezdias, contados da publicação do despachoque o admitiu; II – será admissível na ape-lação, nos embargos infringentes e no re-curso extraordinário; III – não será conhe-cido se houver desistência do recurso prin-cipal ou se ele for declarado inadmissívelou deserto. Parágrafo único: Ao recursoadesivo se aplicam as mesmas regras dorecurso independente, quanto às condiçõesde admissibilidade, preparo e julgamentono tribunal superior.”

Recurso especial – Novo recurso, estabe-lecido pela CF, atribuindo competência aoSTJ, através dos tribunais regionais fede-rais, ou pelos tribunais dos Estados, doDistrito Federal e territórios, “julgar, emrecurso especial, as causas decididas emúnica ou última instância, quando a decisãorecorrida: a) contrariar tratado ou lei fede-ral, ou negar-lhes vigência; b) julgar válidalei ou ato do governo local contestado emface de lei federal; c) dar à lei federal inter-pretação divergente da que lhe haja atribuí-do outro tribunal”.

Observação: A organização do recurso obe-dece às disposições estabelecidas pela Lein. 8.038, de 28.05.1990, publicada no DOUem 29.05.1990, arts. 26 a 29, e pelo regi-mento interno do tribunal.

Recurso ex officio – O mesmo que recur-so oficial ou necessário, que obriga o juiz adeterminar o envio das peças do processoao tribunal, tenha ou não contestação vo-luntária da parte vencida, nos casos em quea lei imponha duplo grau de competência,ocasionando, por conseqüência, a conde-nação somente depois de sancionada pelotribunal, aprovando a sentença.Observação: Os casos em que lei impõeduplo grau de competência, que devem obri-gatoriamente ser enviados ao tribunal, e queocasionam conseqüência somente depois deratificada pelo tribunal são: aqueles que anu-lam o casamento; sentenças proferidas con-tra a União, o Estado e o Município; quejulgar improcedente a dívida ativa da Fazen-da Pública (CPC, art. 475).

Recurso extraordinário – Recurso ao STFcabível em casos excepcionais, prognosti-cado em dispositivo constitucional, quan-do: houver violação ou contrariar a CF; de-claração de inconstitucionalidade de trata-do ou lei federal; julgar válida a lei ou ato degoverno local contestado em face da Cons-tituição (CF, art. 102, III).Comentário: Os arts. 632/636 do CPP foramrevogados pela Lei n. 3.396/58. Art. 637:O recurso extraordinário não tem efeito sus-pensivo, e uma vez arrazoados pelo recorri-do os autos do traslado, os originais baixarãoà primeira instância, para a execução da sen-tença. Art. 638: O recurso extraordinário seráprocessado e julgado no Supremo TribunalFederal na forma estabelecida pelo respecti-vo regimento interno”.

Recurso ordinário – Recurso cujo propó-sito é opor-se à resolução enunciada porJunta de Conciliação de Julgamento em dis-sensão individual (CF, arts. 102, II, e 105, II).

Recriminar – Recurso ordinário

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Redibição – S.f. Cancelamento de comprade objeto móvel ou semovente, feito porvia judicial, pelo adquirente, devido a coisapossuir vícios ou defeitos ocultos, não de-clarados, que a tornem inadequada ao uso aque seria empregada ou lhe diminuam ovalor.

Redibir – (Lat. redhibere.) V.t.d. Anulaçãojudicial de uma venda ou de um convêniocomutativo (troca) na qual o objeto adqui-rido foi entregue com vícios ou defeitosocultos, impossibilitando o seu uso ou quelhe diminuem o seu valor.

Redibitório – (Lat. redhibitoriu.) Adj. Quetem ação de redibir.

Redução de salários – Segundo a CF, só épossível a diminuição de salário quando estefor conseqüente de pacto ou convenção detrabalho. Entretanto, é admissível a redu-ção tanto do salário como do horário detrabalho, se difícil estiver a conjuntura eco-nômica do país, mesmo assim, depois desérias negociações conjuntas entre empre-gadores e empregados, mediante seus sin-dicatos (CF, art. 7.o; CLT, art. 468 e Lei n.4.923/65).

Referendo – (Lat. referendum.) S.m. Co-municado que um representante diplomáti-co manda para o seu governo, solicitandooutras instruções relativas às negociaçõesque superam as condições dos seus poderescomo diplomata. Direito que assiste ao elei-torado de certos países de expressar, pormeio do voto, a sua soberania, aprovandoou rejeitando questões de alta relevância oumesmo impondo o estabelecimento de leisque as regulamentem e as controlem.

Reforma – S.f. Ato de reformar; aposenta-doria do militar; condição definitiva que seencontra o militar após largar a ativa, porsua vontade, por invalidez, sentença judiciá-ria ou por haver atingido a idade limite; alte-ração de uma deliberação, expedida pela pró-pria instância que a enunciou, ou devido adecisão superior; diz-se da alteração de ava-

liação ou de divisão numa relação de bensinventariados; modificação de uma apólice,duplicata ou de qualquer título vencido poroutro da mesma categoria, com todas as par-ticularidades daquele que deverá ser modifi-cado, podendo ser de igual ou diferente va-lor; maneira de proceder à respeito da san-ção, renovação moral ou melhora do delin-qüente, que busca, pelo regime presidiário,reabilitá-lo, restabelecendo o seu estado an-terior a sua prisão, readaptando-o à convi-vência social. Tomou esse nome a modifi-cação das práticas religiosas quando da opo-sição do padre doutor e professor de Teolo-gia, o agostiniano Martinho Lutero, nas prá-ticas cristãs no século XVI, divergindo dasvendas das indulgências pregadas pelo Igre-ja Católica Romana.

Reformatório – S.m. Instituição penal, sobadministração penitenciária especial, na qualsão recolhidos menores delinqüentes, aban-donados, pervertidos ou degenerados mo-rais, os quais aí recebem, sob regime disci-plinar orientado, tratamento adequado ecuidados particulares, ao mesmo tempo emque lhes são ministrados conhecimentosnecessários de artes e ofícios, instrução gerale educação moral e cívica, preparando-os eorientando-os para um trabalho honrado,quando deixar a instituição.Comentário: Atualmente, os reformatóriosestão sendo modernizados, entregues a en-tidades particulares de atendimento, ondeos menores delinqüentes são internados,tendo suas liberdades limitadas à institui-ção, que, em tese, é de natureza socioedu-cativa (ECA, Lei n. 8.096, arts. 90, 112,VI, e 121).

Regime – (Lat. regimen.) S.f. Coleção deregimentos que se impõem; administraçãode determinados estabelecimentos; sistemapolítico adotado por uma nação, para regerseus destinos.

Regime de bens – Coleção de regras ad-ministravas que estabelecem e regulamen-tam o relacionamento financeiro ou econô-

Redibição – Regime de bens

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mico que deve existir entre os cônjuges, deacordo com a lei ou convenção específica,abrangendo os regimes de comunhão e se-paração de bens.Observação: Segundo Cunha Gonçalves:“Diz-se regime dos bens do casal do con-junto de preceitos legais ou convencionaispelo qual os casados se hão de reger nassuas relações patrimoniais, durante toda avida, ou enquanto subsistir o matrimônio,regime que é também obrigatório para osrespectivos herdeiros e ainda para tercei-ros, por exemplo, os credores do casal.” Esegundo Clóvis Beviláqua, “é o complexode princípios jurídicos reguladores das re-lações econômicas entre marido e mulher”.Comentário: O regime de bens pode origi-nar-se do seguinte modo: convencional, quan-do é expressamente determinado pelos nu-bentes e que o firmam em pacto antenupcial;legal, quando somente existe a comunhãoparcial, que na ausência de convençãoantenupcial se regerá através da lei respecti-va segundo o que preceitua o art. 258 doCC. Quanto à sua modalidade ou essência, oregime de bens pode ser: de comunhão par-cial ou limitada, quando cada consorte re-serva para si o direito exclusivo dos bensque possuía antes das núpcias, e dos que lheforem acrescidos, a título lucrativo, de pre-sente, por sucessão, permuta ou sub-rogação;somente aqueles bens, eventualmente adqui-ridos, serão computados para o casal en-quanto este permanecer unido legalmente;da comunhão universal, é aquele em quetodos os bens que cada nubente possuíaanteriormente foram aceitos por ambos, paraa formação do patrimônio da futura socie-dade conjugal, bem como todos aqueles ad-quiridos após o enlace matrimonial, enquan-to o casamento estiver em vigor, que englo-barão a comunhão universal do casal, obser-vadas as exceções que a lei enumera; da se-paração de bens, conforme o direito que osnubentes têm de acordar, antes do casamen-to ou por determinação da lei, sobre a exclu-são da comunhão de bens, o que cada umdispõe ao se casarem, ficando, assim, distin-

tos os respectivos patrimônios, sendo a res-ponsabilidade da administração desses bensde cada cônjuge respectivamente, que po-dem ser livremente alienados, com exceçãodos imóveis. Os bens adquiridos na cons-tância do casamento podem, também, dei-xar de entrar na comunhão, se assim forconvencionado no ato do acordo feito antesdas núpcias; dotal, quando for estabelecidoantes das bodas, que os bens patrimoniaisdos nubentes, após o enlace matrimonial,ficará ou não sob um determinado regimeexistente e legalmente constituído, ficando,entretanto, determinados bens incomunicá-veis, que a própria nubente, futura esposa,ou alguém por ela, transfere ao seu futuromarido, para que este o administre, aplican-do os seus rendimentos, nos encargos docasal e da futura prole, se houver, devolven-do-os se porventura a sociedade conjugalfor dissolvida. Nesses casos, os bens ficamassim classificados: adquiridos, os que, apóso enlace matrimonial, vierem ajuntar-se aopatrimônio do casal, a eles doados esponta-neamente ou mesmo como um encargo a mais(CC, 269 a 275, 288); dotais propriamenteditos, aqueles que dependentes do regimedotal, de propriedade da consorte, ficarãosob a guarda e administração do esposo (CC,art. 278 a 309); parafernais, os que, no regi-me dotal aceitos quando do enlace matrimo-nial, constituíram haveres da esposa, quesobre eles exerce administração, benefício elivre faculdade de dispor deles, não poden-do, entretanto, negociá-los, vende-los oualiená-los, se forem imóveis (CC, 310 e 311);próprios do marido, segundo Clóvis Bevilá-qua, aqueles, “quer trazidos para o casal,quer os que lhe advieram com o caráter deincomunicáveis”.Observação: Incomunicáveis – que são depropriedade de um dos consortes, elimina-dos do regime da comunhão de bens, quesomente podem ser vendidos ou alienadoscom o consentimento de seu proprietário,ou seja, do marido ou da mulher respecti-vamente (CC, arts. 258, 262 a 268, 269 a277, 288, 300, 307, 309 a 311).

Regime de bens – Regime de bens

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Regime de exceção – Processo peculiarou incidental de governo, proveniente decondições anormais, ordinariamente acom-panhada de uma rebelião ou de golpe deEstado, não sendo, nesta ocasião, obedeci-dos preceitos da Constituição em vigor.

Regime jurídico dos servidores públi-cos civis – Regime jurídico do vínculo dosservidores com o serviço público, bem comoos autárquicos e das fundações públicas,instituído pela Lei n. 8.112, de 11.12.1990.Observação: A lei que estabeleceu este regi-me veio substituir e revogar o antigo Estatu-to dos Funcionários Públicos da União, quehavia sido instituído pela Lei n. 1.711/52.

Regime jurídico único – V. regime jurídi-co dos servidores públicos civis.

Regimento – S.m. Corpo de normas inter-nas que disciplinam determinado trabalho,o funcionamento de tribunais e órgãos daadministração pública, assembléias legis-lativas, corporações, fundações, institui-ções civis.

Regimento de custas – Regulamentaçãoque determina o valor das custas judiciais,designando quais as condutas necessáriaspara a sua amortização.

Regime penitenciário fechado – Regimepelo qual o réu fica privado de sua liberda-de, consistente na execução da penalidadeem estabelecimento de segurança máximaou média, ficando, durante o dia, sujeito atrabalho comunitário dentro do presídio,de acordo com sua especialidade trabalhis-ta anterior, desde que conciliável com a suapena imposta pela Justiça, e o confinamentodurante o descanso noturno. Outrossim,conforme a pena do réu e seu comporta-mento dentro do presídio, poderá ele exer-cer o trabalho em serviços ou obras públi-cas (CP, art. 33, § 1.o, e 34).

Regime penitenciário semi-aberto –Aquele que determina que o réu cumpra asua pena em colônia agrária, industrial ouinstituição equivalente, sendo admissível,

em casos de bom comportamento, que oréu trabalhe fora da prisão, como tambémque ele freqüente cursos profissionalizantesdo ensino médio ou superior (CP, art. 35).

Registro – (Lat. registru.) S.m. Transcri-ção integral ou por extrato de uma carta oude um documento, num livro destinado paraessa finalidade, de certos fatos ou atos es-critos, escrituras, títulos e documentos emgeral com objetivo de conceder a esse ins-trumento segurança, validade e uma dataautêntica do acontecimento dos fatos. Nor-ma estabelecida com a finalidade de tornarpúblicos os atos jurídicos, a posição e a com-petência das pessoas, determinando a suaautenticidade e a segurança dos compro-missos e de certos vínculos de direito pas-síveis de amparo legal e sujeito a permuta-ção, alteração ou dissolução.

Registro civil das pessoas jurídicas –Instituto onde são registrados os assenta-mentos de todos os documentos relativos àConstituição, estatutos ou compromissosdas sociedades: civis, pias ou religiosas,científicas, literárias, associações de utili-dade pública, fundações, sociedades mer-cantis, salvo as anônimas.Observação: Para prova de sua existêncialegal, as pessoas jurídicas de direito priva-do têm o compromisso de registrar seuscontratos, atos constitutivos, estatutos oucompromissos no seu registro especial, re-gido por lei específica ou com consenti-mento e aquiescência do governo, quandonecessária (Lei n. 6.015, de 31.12.1973, arts.115/127; Lei n. 8.935, de 18.11.1994, arts.5.o, V e VI, e 12).

Registro civil das pessoas naturais –Registro e averbação de atos e fatos relati-vos às pessoas naturais, concedendo-lheslegitimidade e publicidade. Nesse gênero deapontamento são inscritos: nascimentos,casamentos, óbitos, maioridade por con-sentimento dos pais ou por sentença judi-cial, sentença declaratória de ausência, op-ções de naturalidade, sentença definindo a

Regime de exceção – Registro civil das pessoas naturais

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legitimação adotiva, as decisões nulidadeou supressão do casamento, o divórcio, orestabelecimento da sociedade conjugal, osjulgamentos que dão legitimidade aos filhosgerados na continuidade do casamento e aosque declararem a filiação legítima, casamen-tos que resultam legitimação de filhos, ha-vidos ou concebidos anteriormente, atosjudiciais ou extrajudiciais de reconhecimen-to de filhos ilegítimos, as escrituras de ado-ção e os atos que as dissolverem, as altera-ções ou abreviaturas de nomes.Observação: Produzir assentamento, noregistro civil, de nascimento que não existeconstitui contravenção penal com encarce-ramento que varia de dois a seis anos (Lein. 6.015/73, art. 29 a 114; Lei n. 8.935/94,art. 5.o e 12; CP, arts. 241 e 242).

Registro da propriedade literária, artís-tica e científica – Expediente através doqual o possessor de uma obra literária, ar-tística ou científica, divulgada por tipogra-fia, litografia, gravura, moldagem ou qual-quer outro sistema de transcrição, deverádestinar dois exemplares de sua mesma obraà Biblioteca Nacional, na Escola de Músicaou na Escola Nacional de Belas-Artes daUniversidade Federal do Rio de Janeiro, noInstituto Nacional do Cinema ou no Con-selho Federal de Engenharia, Arquitetura eAgronomia, para o respectivo registro, cujafinalidade é a de garantir os seus direitossobre o que produziu.Comentário: Se a categoria da obra compor-tar registro em mais de um desses órgãos, omesmo deverá ser feito naquele com o qual aobra tiver afinidade mais próxima. Entre-tanto, o registro deverá ser feito no Conse-lho Nacional de Direito Autoral, se a obranão se enquadrar em nenhuma das entidadesmencionadas. A inscrição da obra no seurespectivo órgão assegura, ao autor, até pro-va em contrário, a sua propriedade (CC, art.673; Lei n. 5.988/73, arts. 17 a 20).

Registro de empregados – Apontamentopelo qual todo empregador deverá fazer,em obediência a legislação específica, em

livro exclusivo ou em fichas, ou outro qual-quer meio, sempre de acordo com as nor-mas do Ministério do Trabalho, Indústria eComércio. Em cada anotação, deverá estarconstatado a qualificação civil ou profissio-nal de cada empregado, bem como a anota-ção de todos os dados relativos à sua ad-missão no emprego, duração e efetividadedo trabalho, férias, casos de acidentes etodos os dados que falem do trabalhadorno respectivo serviço para o qual foi con-tratado (CLT, arts. 41 a 48).

Registro de expressões ou sinais de pro-paganda – A regulamentação para o as-sunto estava expressa na lei anterior, admi-tindo-se o registro de expressões ou sinaisde propaganda no Instituto Nacional daPropriedade Industrial (INPI), com o pro-pósito de assegurar a sua propriedade e amonopolização do seu uso em todo territó-rio nacional Entretanto, a Lei n. 9.279/96,no seu art. 124, VII, determinou que esseregistro não deve ser feito como marca si-nal ou expressão, mas simplesmente usa-dos como recursos de propaganda.

Registro de imóveis – Variedade de apon-tamento coletivo, público, cuja competên-cia é a inscrição, transcrição e a averbaçãodos procedimentos e assuntos jurídicospertinentes à bens imóveis (Lei n. 6.015/73, arts. 168 a 289, e Lei n. 5.772/71, arts.76 a 86).

Registros públicos – Anotações feitas emórgão próprio, por oficial devidamente le-galizado, cujo propósito é o de legalizar edar informação do estado e idoneidade daspessoas, bem como legitimar e conservarem toda a sua existência, documentos des-tinados à verificação, em qualquer época,de atos jurídicos (CC, art. 348; Dec.-lei n.5.860/43; CP, art. 241; CPC, arts. 1.124,1184 e 1186; Lei n. 6.015/73).Observação: Segundo a CF, arts. 5.o,LXXVI, são gratuitos para os reconhecida-mente pobres, na forma da lei: a) o registrocivil de nascimento; b) a certidão de óbito.

Registro civil das pessoas naturais – Registros públicos

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Regulamento – S.m. Ato ou efeito de es-tabelecer normas, de regular; prescrição,norma, preceito, que tem como objetivo aregulamentação e aplicação de uma lei.Comentário: A regulamentação dos servi-ços concedidos, segundo determina a CF,em seu art. 175, parágrafo único, é de com-petência do poder público. Quando ema-nado do Poder Executivo, em geral, só obri-ga os órgãos administrativos e os funcioná-rios hierarquicamente inferiores, do mes-mo. Tanto o decreto como o regulamentonão podem, em nada, contrariar ou alterarqualquer disposição da Constituição.

Relação de causalidade – Correspondên-cia existente entre a causa e o efeito; entretoda ação ou omissão e o resultado delituoso.V. nexo causal.

Relação jurídica – Conjunto objetivo ousubjetivo da vida social de obrigações edeveres recíprocos entre pessoas, que odireito normativo regula e protege; afinida-de jurídica que enlaça o sujeito do direito àsua coisa; vínculo entre o sujeito ativo e osujeito passivo do direito, resultando o po-der para sujeito ativo e o dever para o sujei-to passivo (CPC, art. 4.o, I).

Relação processual – Íntima ligação exis-tente entre o direito controvertido e osmeios objetivos ou formais de o tornaremefetivo em juízo; relação harmônica exis-tente entre o autor, o réu e o juiz, diantedos diversos atos do processo judicial.Gabriel Resende Filho nos ensina: “Exerceo autor o direito de ação ao qual correspondea obrigação jurisdicional do Estado, a sersatisfeita mediante a sentença do juiz. Oréu, citado para responder aos termos daação, tem a possibilidade de defender-seem prazo apropriado, estabelecido na lei,exercendo também um direito, o direito dedefesa, ao qual corresponde, ainda, o deverjurisdicional do Estado. Há, portanto, emjuízo, direito das partes e dever jurisdicionaldo Estado; ao mesmo tempo, as partes, nocurso da ação, exercem certas faculdades,

às quais correspondem deveres, respecti-vamente, de uma para com outra. Tudo issoforma a relação processual.”

Relator – S.m. Juiz de um tribunal, do qualé membro efetivo, a quem é distribuído acausa, por sorteio. Este, depois de estudá-la, fará um relatório minucioso que vai sersubmetido a julgamento, devendo tudo cons-tar dos autos, quando ele for apresentado àmesa. O relator, que recebeu a causa, alémdo preparo do relatório da mesma, tem ou-tras obrigações, que, entre tantas, são: nostribunais, processar e julgar a contestaçãoacessória de obstáculo, suspeita, ou descon-fiança (CPC, art. 138, parágrafo único); ava-liar e reconhecer ou não os impedimentosinfringentes (art. 551, parágrafo único); re-digir o recurso para o tribunal coletivo e su-perior, quando não for votação vencida (art.557); apreciar e decidir petição do agravan-te, quando este solicita do judiciário, recur-so contra uma presumida injustiça, nos ca-sos de prisão do depositário infiel, a adjudi-cação, remição de bens ou de levantamentode moeda corrente sem pagamento de pro-cesso capaz de suspender o cumprimentoda medida até o declaração decisiva da turmaou câmara (art. 558); analisar e acordar pro-vidências cautelares, nos fatos de urgência ese a processo se encontrar em juízo (art.800, parágrafo único); dirigir, quando ne-cessário, a renovação de autos se os mesmostenham desaparecido no tribunal (art. 1.068).O relator, além de sua função específica, tem,no caso de processo penal, as seguintes obri-gações: aceitar contestações de afirmaçõesadversas aos acórdãos enunciados pelos Tri-bunais de Apelação, câmaras ou turmas, con-duzindo-os à decisão na primeira reunião,sem haver necessidade de revisão; se houvernecessidade de revisão criminal, o relator temo poder de determinar que, nos autos origi-nais, sejam ajuntados os documentos neces-sários, se isto não acrescer obstáculo ao cum-primento habitual da condenação (CPP, art.625, 2.o); e se o seu julgamento for o de queos autos não estão devidamente instruídos,

Regulamento – Relator

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sendo a documentação anexada aos autosoriginais inconveniente à Justiça, indeferiráo pedido de rescisão in limine, enviando orecurso para as câmaras reunidas ou para otribunal, de conformidade com o caso (art.625, 3.o). Assim sendo, entrará em juízo como recurso por solicitação e sem haver neces-sidade de prazo, o relator apresentará o pro-cesso para julgamento, relatando-o, sem,entretanto, entrar na discussão do mesmo(art. 625); no caso de conclusão absoluta,ratificada ou enunciada em nível de recursoadesivo, o relator fará expedir o alvará desoltura, dando ao juiz de primeira instânciaimediato conhecimento.

Relatório – S.m. Descrição escrita e minu-ciosa das atividades administrativas de umaorganização pública ou de uma sociedadeprivada, ou dos trabalhos de um tribunal,turma, câmaras ou de uma assembléia; preâm-bulo da sentença, no qual são menciona-dos: o nome das partes, a respectiva solicita-ção, a defesa e a fundamentação da solici-tação respectiva. Exposição sumária da si-tuação de fato da causa. que é submetida àdeliberação do tribunal. Condensação do in-terrogatório, feito pelo juiz, do processoque vai ser narrado para a devida avaliaçãodo júri. Narração, exposição dos questõesduvidosas existentes no recurso feita pelorelator ante o órgão colegiado, escrituran-do-as nos devidos autos e depois fazendo arespectiva leitura quando do julgamento dorecurso (CPC, arts. 458, 549, 554; CPP,art. 466).

Relaxação da prisão – S.f. O mesmo querelaxamento da prisão; ordem do juiz, colo-cando o indiciado em liberdade, até o inqué-rito policial ficar concluído, no prazo de dezdias, caso tenha o criminoso sido preso emflagrante, ou em prisão preventiva, contadoo prazo, nesta circunstância a partir do diaem que a prisão foi decretada (CPP, art. 10).

Relevância – S.f. Qualidade daquilo que seenvolve de prestígio, de vantagem legítima,podendo ser considerado e porventura apre-

ciado como base de solicitação, de aspira-ção, ou de ilustração de recurso, para res-taurar um direito perdido.

Relevância da omissão – O esquecimen-to proposital ou não é penalmente relevan-te, porque o agente podia e devia atuar,para que a conseqüência fosse evitada (CP,art. 13, § 2.o, redação pela Lei n. 7.209, de11.07.1984).

Relevante – Adj. 2g. Que tem relevância;que se envolve de importância; necessário.

Remessa dos autos – Saída dos autos decartório e sua respectiva remessa a outrocartório, ao juízo, ao juiz da causa ou anível de competência superior.

Remição – (Lat. redimere.) S.f. Ato ou efei-to de remir; quitação, resgate (CPC, art.651).

Remição da execução – Pagamento totalou parcial da divida, pelo executado; depó-sito judicial da importância da dívida, mo-tivo da condenação, antes de seus bens se-rem postos para venda em praça pública(CPC, arts. 651, 787 a 790).

Remição de pena – Recompensa, pela la-buta, de diminuição do período de conde-nação da pena que o réu cumpre em siste-ma fechado ou semi-aberto, ganhando, comoprêmio, um dia para cada três de trabalho(Lei Ex. Penal, arts. 126 a 130).

Remido – Adj. Quitado, desobrigado; quese tornou livre da obrigação assumida fi-nanceiramente, mediante o pagamento desua dívida ou de parte dela, mediante o pa-gamento prestação.

Remissão – (Lat. remissio – de remittere.)S.f. Perdão, renúncia; liberação de uma dí-vida, por parte do credor ao devedor, istoé, renúncia espontânea do direito creditório,em benefício do próprio devedor, eximin-do-o, assim, da obrigação assumida (CC,arts. 1.053 a 1.055).Nota: Alguns autores consideram a etimolo-gia idêntica à de remição, redimere.

Relator –Remissão

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Remoção – S.f. Permuta do operário de umaempresa ou departamento oficial, de umpara outro departamento, ou de uma cida-de para outra, solicitação feita por ele pró-prio ou transferido por interesse do servi-ço, sem que a posição hierárquica que tinhaantes da transferência sofresse modifica-ção. Penalidade imposta a alguém, por des-cuido, desatenção, incúria ou abandono,consistente na demissão ou na perda dorespectivo cargo, função ou mesmo o seuemprego (Lei n. 8.112/90, art. 36 e § 1.o).

Remuneração – S.f. Importância que sepaga pelo aluguel de coisas; o que se pagapor serviços prestados; salário, honoráriode profissionais, ordenado, soldo, venci-mento, a renda etc.; parcela variável do or-denado determinado ou padronizado do tra-balhador público efetivo (concursado) oucontratado (regido pela CLT) ou pelaUnião, Estados, prefeituras, autarquias efundações, sejam federais ou estaduais, deconformidade com a legislação específicade cada um; recompensa legal que se faz aoempregado, pelo patrão ou por terceiros,pelo serviço prestado a contento, como aschamadas gorjetas que recebe além do salá-rio pago diretamente pelo responsável queo emprega (CLT, art. 457).

Renda – S.f. Proveito, rendimento, lucroou préstimos manufaturados periodicamen-te pelo esforço do ser humano, ou pela ex-ploração econômica de um determinadobem, ou vantagem usufruída de capital nãoexigível, em títulos ou empréstimos; dinhei-ro que uma pessoa paga a outra, periodica-mente, pelo arrendamento ou usufruto dedeterminado bem, móvel ou imóvel; segun-do Clóvis Beviláqua, “e a série de presta-ções, em dinheiro ou outros bens, que umapessoa recebe de outra, a quem foi entre-gue, para esse efeito, certo capital”.Comentário: Esta palavra é originária doverbo do baixo latim, reddo, is, reddidi,redditum, reddere, que tem muitos senti-dos, como: render, dar, entregar, restituir,produzir renda, ou seja, ganho ou lucro.

Vemos, no decorrer da história, a mesmapalavra caracterizando sentidos diversos,como, p. ex.: fulano “rendeu sua alma aDeus”, significando que determinada per-sonalidade, ao falecer, rendeu, ou seja, de-volveu sua alma ao Senhor, recebida quan-do nasceu. Ou esta: seu trabalho muito ren-deu, no sentido da produtividade.

Réplica – S.f. Contestação oral, fundamen-tada e suplementar que a Promotoria deJustiça, contestando o raciocínio da defe-sa, no júri; acessório ou suporte da incrimi-nação, no instante do julgamento prévio daação penal de alçada do tribunal do júri,feito pelo promotor, pelo adjunto ou porambos. O acusador tem em uma hora o tem-po concedido para a sua réplica. Contesta-ção, feita pelo interessado, das afirmaçõesde outros, em conflito com a apelação, agra-vo ou embargo feitos contra seu desejo deconsignar, como de sua propriedade, deter-minada marca ou de conseguir uma patente(CPP, arts. 473 e 474).Observação: O CC não fala nada sobre overbete réplica. Entretanto, o mesmo tor-nou-se, no meio forense um costume, rece-bendo esse nome, a refutação, feita peloautor de demanda cível, da contestação nelaapresentada.

Representação – S.f. Segundo MarcosAcquaviva. (In: Dicionário jurídico brasi-leiro. São Paulo: Jurídica, 1999), é “autori-zação dada pela vítima do crime ou seu re-presentante legal, para que a autoridade po-licial, o promotor público ou o juiz deter-minem a instauração de inquérito policial,a fim de que o órgão do Ministério Públicopossa oferecer a denúncia nos crimes deação pública dependentes dessa formalida-de”. Segundo Cunha Gonçalves, “diz-se re-presentação o fato de uma declaração devontade ou qualquer atividade jurídica ema-nar, não de quem deveria produzi-la, massim de outra pessoa, incumbida por lei depensar e agir em nome e proveito do inca-paz. É esta a posição jurídica do pai oututor do menor, e do tutor do interdito”.

Remoção – Representação

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Segundo Clóvis Beviláqua, “é um benefícioda lei em virtude do qual os descendentesde uma pessoa falecida são chamados a subs-tituí-lo na sua qualidade de herdeiros, con-siderando-se do mesmo grau que a repre-sentada e exercendo, em sua plenitude, odireito hereditário que a esta competia”.Chama-se representação a notificação es-crita ou oral que se faz ao juiz, promotoriaou delegacia policial, relatando o aconteci-mento de um homicídio de atuação pública,nos acidentes em que a lei faz tal exigência,solicitando dar início à diligência respecti-va, nela fazendo constar todas as informa-ções necessárias à apuração do incidente edo protagonista do mesmo (CC, arts. 1.620a 1.625; CPP, art. 24).

Repristinação – S.f. Ato ou efeito derepristinar.Comentário: Expressão originária do latim,formada da partícula re = para trás epristinus, adj. = originário, primitivo. En-tão, a expressão repristinação significavoltar ao que era antes.

Repristinação da lei – Restabelecimentoexpresso de lei revogada, em virtude denova lei de caráter repristinatório (LICC,art. 2.o, § 3).

Repristinar – V.t.d. Voltar ao seu valor,seu caráter primitivo.

Repristinatório – Adj. Que repristina; queserve para repristinar.

Requisição – S.f. Ação pela qual a autori-dade administrativa solicita oficialmente aoutra, alguma coisa, ou a execução de de-terminado ato; Capitant, olhando sobreoutro ângulo, propõe outro conceito que éo seguinte: “Operação unilateral de poderpúblico pelo qual a administração exige deuma pessoa uma prestação de serviço, ofornecimento de objetos mobiliários e, al-gumas vezes, o abandono do gozo de imó-veis, a fim de assegurar o funcionamentode certos serviços públicos. Distinguem-se: 1) as requisições civis, feitas pelos fun-cionários civis nos casos excepcionais (tem-

po de crise ou de flagelo calamitoso, inter-rupção da exploração de estradas de ferroetc.) em que são autorizadas por leis espe-ciais; 2) as requisições militares exercidasem caso de mobilização ou de reunião detropas, em proveito do exército, por certosagentes militares e tendo por objeto obri-gar os particulares a prestar certos servi-ços, a ceder certas coisas móveis ou a aban-donar, temporariamente, o gozo de certosmóveis, mediante indenização igual ao va-lor da prestação e paga posteriormente aofornecimento desta.” No Direito Penal,pode ocorrer ocasião em que haja necessi-dade de requisição pelo Ministério da Jus-tiça, isto, entretanto, quando assim a lei odeterminar (CPC, arts. 399, 412, § 2.o, 579,659, § 1.o, 662, 825 e § 1.o; CF, arts. 5.o,XXV, 22, III; CP, art. 100).

Requisito – S.f. Formalidade necessáriapara a existência legítima, ou para a legali-dade de certo ato jurídico, ou contrato; diz-se, assim, de determinação da lei para a for-mação de conseqüências de direito. Podeser: I – acidental, que é apropriado paraum designado ato ou contrato; II – essen-cial, intrínseco ou solene, quando é essen-cial à categoria, à essência ou base do ato;III – é o que, sem atender a norma peculiar,é necessário somente para a prova do ato;IV – natural, é aquele que se acredita jáestar incluso em todo e qualquer contrato.

Rescisão de contrato – Supressão da rela-ção contratual por uma das partes, devidoa inadimplemento ou vício redibitório. Éeste um cometimento unilateral.Comentário: O ilustre Professor Dr. Pontesde Miranda, nos alerta que na rescisão existeo “atendimento do Estado pelo juiz à pre-tensão rescisória: quem cinde, quem corta, éo Estado. Daí a parecença entre a rescisãopor vício redibitório e a resolução porinadimplemento, conforme concebeu o art.1.092, parágrafo único do Código Civil”.

Resilição de contrato – Dissolução de umcontrato atual, em parte, ou na sua plenitu-

Representação – Resilição de contrato

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de, por acordo de ambas as partes, cujopropósito era um pagamento que se repeteperiodicamente, ou conseqüência de condi-ção ou cláusula contratual, que leva à extin-ção os efeitos ou na falta de requisito im-prescindível à sua validade, mesmo quandoa relação obrigatória resultar em dano aoobrigado.

Observação: Não confundir com resoluçãode contrato.

Resilir – V.t.d. Desmanchar; extinguir, aca-bar com o contrato, regularmente contínuo,por livre entendimento das partes.

Resipiscência – S.f. Pesar, por parte do agentede faltas praticadas, com arrependimento,aceitação da sanção respectiva e disposiçãode futuramente evitar tais infrações.

Resistência – S.f. Reação violenta ou porameaça que uma pessoa faz ao oficial pú-blico ou outro emissário da autoridade, quan-do este, no desempenho regular de suasfunções, executa um ato legal, cumprindoordens, ou mandado, de natureza adminis-trativa, policial ou judicial, proveniente deum seu superior hierárquico.Observação: Se aquele que estiver cumprin-do o ato legal, seja qual for, não conseguir asua concretização devido à resistência, a penaé de reclusão, variando de um a três anos.

Resolução de contrato – Dissolução docontrato, por condenação judicial, motivadapelo descumprimento de uma das partes dequalquer uma de suas cláusulas vigentes.

Respondente – S.m. Pessoa que depõe,quando inquerida por artigos.

Responsabilidade civil – Compromissode contestar, replicar, retorquir ou dar sa-tisfação pelos próprios atos ou de outrapessoa, ou por uma coisa que lhe foi confia-da. “É a capacidade de entendimento éticojurídico e determinação volitiva adequada,que constitui pressuposto penal necessá-rio de punibilidade” (FERREIRA, Buarque

de Holanda. Novo dicionário Aurélio dalíngua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro:Nova Fronteira, 1999) (CC, art. 1518).

Responsabilidade civil dos menores deidade – O menor de 21 anos e maior de 16não pode isentar-se de um compromisso,apelando para a sua idade, com a intençãodeliberada de ocultá-la ou se declarandomaior de idadeObservação: O menor de 21 anos e maiorde 16 nivela-se, sendo que as obrigaçõescom referência ao comportamento social ejurídico são iguais para ambos, inclusivepara aqueles julgados culpados de atos ile-gais (CC, arts. 155 e 156).

Resposta do réu – Inovação do CPC de1973, que o réu citado, em peça escrita,abrangendo três partes: contestação, exce-ção ou reconvenção, protesta à ação pro-cessual do pedido do autor (CPC, arts. 173,278, 297 a 318, 321 e 396).

Restauração dos autos – Restauração to-tal ou parcial de autos processuais extravia-dos, inutilizados ou indevidamente retidos,quando não houver autos suplementares. OCPC acrescenta a restauração dos autos nomeio dos processos especiais de jurisdiçãocontenciosa, autorizando a cada uma daspartes requerê-la (CPC, arts. 1.063 a 1.069).No CPP, os autos que porventura tenhamsido destruídos ou extraviados devem serobrigatoriamente restaurados, respeitadas asnormas estabelecidas nos arts. 541 a 548,para a respectiva ação de renovação.

Restituição da coisa locada – Entrega aoproprietário ou ao seu representante legal dacoisa locada, devendo esta ser devolvida nasmesmas condições em que o locatário a rece-beu, exceto as referentes aos danos naturaisao seu uso regular (CC, art. 1.192, IV).

Ressarcir – (Lat. resarcire.) V.t.d. Com-pensar, indenizar; reparar um prejuízo oudano material ou moral à alguém.

Retenção – S.f. Direito que tem a pessoade reter coisa alheia, como fiança de um

Resilição de contrato – Retenção

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direito, até que seja cumprida determinadaobrigação, como, p. ex., o pagamento dedespesas feitas e não pagas. Demora na res-tituição dos autos de um determinado pro-cesso; de determinado bem móvel ou imó-vel entregue para guarda provisória, portempo determinado. Aquele que age de boa-fé pode ter o direito de reter, pelo valor daobra feita, coisas móveis ou imóveis, en-quanto a dívida não for paga, inclusive asdespesas que tiver feito a mais, com justi-ficação legal das mesmas. Entretanto, aqueleque age de má-fé não tem esse direito (CC,arts. 516 e 517, 772, 939, 1.279 e 1.315).

Retenção de salários – Retenção dolosaou atraso de salários do empregado porvontade consciente do empregador (CF, art.7.o; CLT, art. 767).

Retorsão – S.f. Contestação legal que umEstado faz, respondendo, pacificamente, aoutro por sua atitude prejudicial e pelo não-atendimento a reclamações justas. No DIP,método aplicado pelo Estado negando aoestrangeiro domiciliado na nação o benefíciodos mesmos privilégios que o seu país denascimento recusa aos nacionais desse Esta-do, em condição idêntica. Recriminação ime-diata e oral do injuriado, caluniado ou difa-mado, que pode presumir outra desonra,infâmia ou injúria (CP, art. 140, § 1.o, II).

Retratação – S.f. Retirada ou supressão dadeclaração feita e assumida, que o indiví-duo faz, por sua livre e espontânea vonta-de, anulando, assim, o que estava sendodeclarado, cujas conseqüências cessam; açãorescisória, por arrependimento, ou por ou-tra razão qualquer, considerando nula umaoferenda ou proposta. Ato pelo qual aque-le contra quem é movida uma ação penal denatureza privada por crime de calúnia, in-júria ou difamação, antes da penalidade serenunciada, reconhece o seu erro, confessan-do, por sua livre e espontânea vontade, emsatisfação pública, que tudo foi mentira, des-dizendo, assim, tudo o que falou anterior-

mente, afirmando ser falsa a incriminação,através de termo nos autos do processo, coma finalidade única de se eximir da condena-ção. Revelação que a pessoa faz, diante domesmo juiz, em oposição ou correção daconfissão feita por ele anteriormente, ou atra-vés de violência ou coação de terceiro.

Retratação da confissão – Ato pelo quala parte que confessou retrata o que haviaconfessado.Observação: O CPP, em seu art. 200, admi-te a retratação da confissão. Mas resguardaa livre convicção do juiz baseado na análisedas provas conjuntamente.

Retroatividade da lei – Aplicação de umanova lei, decisões judiciais ou atos jurídi-cos, a fatos anteriores à sua vigência. Pon-deração sobre as conseqüências de uma novalei sobre uma resolução ou da ação jurídicasobre causas jurídicas já consumadas.Observação: A CF, de 05.10.1988, no 5.o,XXXVI, preceitua que “a lei não prejudi-cará o direito adquirido, o ato jurídico per-feito e a coisa julgada”. Mas, em determi-nadas circunstâncias específicas, permitir-se-á a volta no tempo e a nova legislaçãovai atingir situações finalizadas ou modifi-cando-as, como, p. ex., quando uma lei pe-nal nova favorecer um réu, por ser maissuave que a legislação anterior, tem efeitoretroativo.

Retrovenda – S.f. Cláusula contratual decompra e venda, que estabelece que o ven-dedor tem o direito de resgatar o imóvelvendido, dentro de um prazo designado,pagando preço idêntico ao vendido, ou este,acrescidas das despesas feitas pelo com-prador como melhoramentos e outras, mastudo de acordo com que foi tratado previa-mente (CC, arts. 1.140 a 1.143).

Réu – S.m. Personagem passiva de uma re-lação processual, ou contra quem foi pro-posta uma ação, ou é processada por crime.

Revel – S.m. Parte que, citada legalmente,deixa de comparecer em juízo; réu ou re-

Retenção – Revel

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convindo que não comparece quando de-veria apresentar a sua defesa.

Revelia – S.f. Não comparecimento do réudentro do prazo legal para apresentar a suadefesa nos termos do processo, tornando-se revel.Observação: Quando o réu não contestar aação, será considerado verídico tudo aquiloque foi afirmado pelo autor. A revelia, entre-tanto, não aconselha essa decisão quando:tendo multiplicidade de réus, um deles repli-car a ação; se a ação versar sobre direitos quenão podem ser dispensados; se, acompanhan-do a solicitação primordial, não se encontrardocumento público que a lei pondera indis-pensável à demonstração verdadeira do ato(CPC, arts. 319 a 332, 324 e 330, II; CPP,arts. 366, 369 e 451, § 1.o; CLT, art. 844).

Revisão criminal – A ação de revisão é decompetência do STF, cabendo-lhe rever eprocessar a reparação de eventuais errosjudiciários (CF, arts. 102, I, j, 105, I, 108,I, b; CPP, arts. 621 a 631).

Revogação da lei – Expediente do poderlegislativo que revoga e a vigência de umalei ou parte dela.Observação: Quando a lei é revogada to-talmente, diz-se ab-rogação e quando é parcial,é simplesmente uma derrogação da lei. Arevogação pode, também, ser: expressa,quando o prazo de vigência da lei revogadaestiver em seu próprio texto ou quando alei que a substituir assim o diga, textual-mente; tácita, quando existe contradiçãoentre a lei nova e a antiga, isto é, quando anova lei normaliza a mesma coisa que a an-terior ou com ela seja incompatível.Nota: É interessante notar que a lei nova,estabelecendo normas gerais já existentesna anterior, não cancelará nem alterará aanterior (LICC, art. 2.o e §§ 1.o e 2.o).

Revolta – S.f. Manifestação, armada ou não;insurreição, motim, rebelião, sublevação,sedição, levante.

Rito – (Lat. ritu.) S.m. Reunião de normas,legalmente constituídas, que regulamentama execução de uma ação em juízo.

Rixa – S.f. Querela ou altercação seguidade pancadaria. Por extensão, é a discussão,seguida de luta física, entre duas ou maispessoas criadoras de desavenças, disso re-sultando lesões corporais de um ou maisdisputantes, cuja causa pode ser qualquerprovocação ou razões de ordem particular.Comentário: Galdino Siqueira, nos apresen-ta o comentário de Vidal: “Traduzindo exa-tamente o fato ou fenômeno da rixa, comose tem manifestado no seio social, Vidal acaracteriza como ‘uma luta, uma batalhaentre muitas pessoas, rompendo subita-mente, por efeito de um movimento impe-tuoso de cólera, sem intenção claramentedeterminada de matar ou ferir, mas rema-tando em pancadas, ferimentos mais oumenos graves, mesmo na morte de um oumuitos combatentes’.” O CP especificacomo crime a participação em rixa, a nãoser para a separação dos contendores. Apena para o participante na contenda é adetenção por quinze dias ou dois meses.Mas, se ocorrer lesão corporal de naturezagrave, a pena é a de seis meses a dois anosde detenção (CP, art. 137).

Rol de testemunhas – Designação nomi-nal de dez pessoas, no máximo, que irãoprestar depoimento testemunhal, apresen-tadas pelas partes para que sejam ouvidasdurante o decurso da causa, contendo:nome, idade, profissão, qualificação dasmesmas, e que deve ser depositada em car-tório, com cinco dias, pelo menos, de ante-cedência, em petição de seu advogado(CPC, arts. 276, 278, § 2.o, 312 e 407).

Rol dos culpados –Relação escrita daque-las pessoas que foram condenadas pelojuízo criminal.Observação: Ao enunciar a sentença, o juizmandará fazer o seu devido registro, em livropróprio, devendo a decisão fazer parte inte-grante do processo em pauta que condenou o

Revel – Rol dos culpados

221

réu, para, depois, ser enviado a todos os ór-gãos competentes para o devido apontamen-to. As penalidades que não são fundamen-tais, baseadas em interdições de direitos, se-rão comunicadas ao Instituto de Identifica-ção e Estatística ou instituição, para que,reproduzidas na folha de antecedentes docondenado, sejam apontadas no rol dos cul-pados (CPP, arts. 393, II, 408, § 1.o, e 694).

Roubo – S.m. Crime complexo consistentena subtração clandestina, para si ou paraoutrem, de coisa alheia móvel, através degrave intimidação ou opressão à vitima, oudepois de a ter, por algum meio, colocado naimpossibilidade de agir; Bento de Faria nosapresenta a sua conceituação: “Em substân-cia, é o próprio furto, quando com violênciafísica ou psíquica, é praticado contra a pes-soa, consoante a fórmula consagrada pelodispositivo em apreço, que o conceitua, es-pecialmente pela sua maior gravidade.”Comentário: O dispositivo em considera-ção feita por Bento Faria é, justamente, ado art. 157 do CP, que prevê o roubo comocrime, cujo castigo é a reclusão que varia dequatro a dez anos, além da multa. Se o rou-bo for praticado com arma, ou existir a as-

sociação de duas ou mais pessoas, ou se apessoa contra quem é cometido o crimeestiver em serviço de transporte, e a conse-qüência ser a de contusão corpórea grave, apena é de reclusão de 5 a 15 anos, além demulta. Entretanto, se a conseqüência for amorte, a reclusão será de 15 a 30 anos, semperda da multa (CP, art. 157 e §§ 1.o e 2.o).

Rufianismo – S.m. Procedimento crimi-noso contra a sociedade, consistente no trá-fico de mulheres, cuja finalidade é a prosti-tuição, dela participando, direta ou indire-tamente, usufruindo comercialmente nosseus lucros ou se sustentando, desse mer-cado ilegal, no todo ou em parte. Pena re-clusão de um a quatro anos, e multa.Observação: Se existir nesse tráfico pessoamaior de 14 anos e menor de 18 anos, ou seo negociador for seu ascendente, descen-dente, marido, irmão, tutor ou curador oualguém a que esteja confiada para finalida-de educativa ou simplesmente a sua prote-ção, a reclusão irá para de três a seis anos,além de multa respectiva. E se houve vio-lência ou perigo grave, a pena será de dois aoito anos de reclusão, além da multa (CP,art. 230).

Rol dos culpados – Rufianismo

Sabotagem – (Fr. sabotage.) S.f. Ato ouefeito de sabotar; destruição ou inutilizaçãode instrumentos de trabalho feito por gre-vistas ou anarquistas, para a cessação for-çada ou temporária de certos serviços; cri-me consistente em invadir ou ocupar esta-belecimento industrial, comercial ou agrí-cola, com o intuito de impedir ou embara-çar o curso normal do trabalho, ou com omesmo fim danificar o estabelecimento ouas coisas nele existentes, ou delas dispõe(CP, art. 202).Comentário: Buys de Barros assim definesabotagem: “é o dano intencionalmente cau-sado pelos operários, tanto material comona maquinaria, com o objetivo de embaraçaro trabalho”. E segundo Nelson Hungria, “é onomen juris, crime previsto na segunda par-te do art. 202, isto é, o fato de quem, com o‘intuito de impedir ou embaraçar o cursonormal do trabalho’, danifica estabelecimen-to industrial, comercial ou agrícola ou as coi-sas neles existentes, ou delas dispõe”.

Sadismo – S.m. Perversão sexual da pes-soa que somente alcança excitação e prazergenésico praticando atos de sofrimento fí-sico ou moral contra outro do mesmo ou dosexo oposto, com quem realiza a união se-xual, habitual ou invertida, ou assistindo-se a tal sofrimento.Comentário: O sadismo é um manancial degraves delitos sexuais, podendo chegar acrimes, que vão desde os menores até omais cruel e desumano homicídio.

Sadomasoquismo – S.m. Existência nomesmo indivíduo, homem ou mulher, dosadismo e do masoquismo.

Safismo – S. m. Disparate ou anomalia doinstinto sexual, que consiste na afeição econseqüente ritual da união de uma mulhercom outra, praticando, para a excitação se-xual, a sucção do clítoris.Comentário: As palavras safismo e lesbis-mo significam a mesma coisa, ou seja, mu-lheres com inversão sexual. Ambos os no-mes têm este sentido devido a um grupo demulheres, dirigidas pela poetisa Safo, quepraticavam o homossexualismo e viviam naIlha grega de Lesbos, no Mar Egeu. Dondeambos os nomes com o mesmo sentido. Dapalavra Lesbos, também originaram: lesbia-nismo, lesbiano e lésbica, com o mesmosentido de safismo e lesbismo.

Salário – S.m. Remuneração que o emprega-dor paga ao empregado, pela locação de seuserviço, ajustada num contrato de trabalho,ou que resulta de mandato oneroso. O mes-mo que ordenado. O salário integra o paga-mento ao lado da gorjeta, das comissões, dasgratificações, diárias e abonos. É o preço dotrabalho do operário, que através do contratode trabalho, o empregador faz ao empregadopelos seus serviços prestados.Observação: Russomano nos esclarece quan-to a diferença entre a figura do salário e o daremuneração. Vejamos: “No Direito Brasi-leiro, estabelece-se uma distinção nítida en-tre a figura da remuneração e a figura do

224Salário – Sedição

salário. O salário é sempre pago diretamen-te pelo empregador. A remuneração envolveidéia mais ampla. Tudo quanto o emprega-do aufira como conseqüência do trabalho queele desenvolve, mesmo quando o pagamen-to não lhe seja feito pelo empregador, é re-muneração, porque deriva do contrato detrabalho, mas não é salário, nem o patrãopaga diretamente ao trabalhador, nem se-quer ao devedor das quantias a ela relativas”(CF, art. 7.o, IV a XII; CLT, art. 457).

Salário-educação – Imposto destinado ao“ensino fundamental público como fonteadicional de financiamento, recolhido, naforma da lei, pelas empresas que poderãodeduzir a aplicação realizada no ensino fun-damental de seus empregados e dependen-tes” (CF, art. 212, § 5.o).

Salário-família – Benefício social do tra-balhador, urbano e rural, de receberem umadicional ao salário, de conformidade com aquantidade de filhos menores, inválidos ousem economia própria (CF, art. 7.o, XII; Lein. 4.266/63; Dec. n. 53.153/63; Lei n. 5.559/68; Dec. n. 83.080/79, arts. 134 a 148).

Salário-maternidade – Benefício estipu-lado no valor de um salário mínimo, quedeverá ser pago entre 28 dias antes e 92após o parto, desde que requerido de acor-do com a legislação em vigor: à seguradarural, em regime especial, desde que funda-mente o seu pedido provando o seu exercí-cio na atividade rural, mesmo que seja des-continuado, nos 12 meses imediatamenteanteriores ao início do benefício; neste caso,o benefício é de um salário mínimo, e é pagopela Previdência Social; à segurada que éempregada para serviços avulsos; no pre-sente caso, o benefício é pago pelo empre-gador; à segurada que é empregada domés-tica, que neste caso o benefício será igualao último salário de contribuição, pago pelaPrevidência Social.Nota: Esta vantagem, a do salário materni-dade da segurado rural e da doméstica, podeser solicitado até 90 dias após o parto.

Sanção – (Lat. sanctione.) S.f. Ato do Chefedo Executivo, que dá a uma lei votada forçaexecutória, aprovando-a. Neste sentido asanção pode ser: expressa, quando o chefedo executivo aprova o lei, apondo a suaassinatura e enviando-a para promulgação(CF, art. 66, § 5.o); tácita, quando o Chefedo Executivo, decorrido o prazo de 15 diasde que dispõe para tal fim permanecer emsilêncio (CF, art. 66, § 1.o).Pena ou recompensa, correspondente à vio-lação ou execução de uma norma jurídical,sanção penal (CP, art. 32); tudo o que forajustado e estipulado em artigo penal deum contrato.Comentário: A sanção é a parte que tem odireito ou a possibilidade de impor a obe-diência da lei determinando penas contraaqueles que as violam, de acordo com a gra-vidade da infração praticada.

Saque – S.m. Toda ordem de pagamento,consignado por um indivíduo contra outro,do qual é credor de fundo disponível, ne-cessário para a cobertura da respectiva or-dem emitida; ação de expedir letra de câm-bio, cheque ou outra ordenação qualquer depagamento, tenha este fundo ou não. As-sim sendo, o saque divide-se em: saque acoberto, quando o sacador tem, nas mãosdo sacado, créditos bastantes para a cober-tura do saque emitido; saque a descoberto,quando o sacador não tem, nas mãos dosacado, créditos bastantes para a coberturado saque emitido.

Satisfação – (Lat. satisfactione.) S.f. Atopelo qual se repara uma ofensa; adimple-mento, isto é, o ato ou efeito de cumprir,executar obrigação; realização, reparaçãoetc.

Sedição – S.f. Perturbação da ordem pú-blica; agitação, sublevação, revolta, motim(FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.Novo dicionário Aurélio da língua portu-guesa. 3. ed. Rio de Janeiro, 1999).

225 Sedução – Sentença

Sedução – S.f. Sobre a sedução, no pontode vista jurídico, assim fala Bento de Faria:“É a conjunção carnal (cópula) completaou incompleta, com mulher virgem, maiorde 14 e menor de 18 anos, valendo-se oagente daquele meio e aproveitando-se dainexperiência da vítima ou da confiança queesta, justificavelmente nele depositara.”Antigamente, ato punível do capitão donavio, quando este, por meio de promes-sas, tentava desencaminhar marinheiromatriculado em determinada embarcação,trazendo-o ou não para o seu navio (CCom,art. 500, hoje sem efeito em virtude da Lein. 2.180/54, art. 142, XVI, que dispõe so-bre o Tribunal Marítimo e que regulamen-tou o assunto).Comentário: No direito anterior, o crime desedução tinha a denominação de defloramen-to; o art. 217 do CP, assim fala: “seduzirmulher virgem, menor de dezoito anos emaior de quatorze, e ter com ela conjunçãocarnal, aproveitando-se de sua inexperiênciaou justificável confiança”. A sedução usadapara se conseguir o consentimento da jovemvirgem (maior de 14 e menor de 18) podeser, segundo Nelson Hungria: simples – “é omeio franco de obtenção do proveitogenésico. Não a lastreia qualquer artifícioiludente. É o aliciamento da frágil vontadeda menor por obra exclusiva da sugestão, dainsinuação, da instigação, da excitação. É asúplica perseverante, a blandícia envolvente,o reiterado protesto de amor, a frase ma-drigalesca, linguagem quente do desejo insa-tisfeito, a carícia persuasiva, a hábil comuni-cação da volúpia, o prelúdio excitante dosbeijos, os contatos gradativamente indiscre-tos, numa palavra, é arte de Don Juan”; qua-lificada – “a que se apresenta quando o agen-te, para impor-se à confiança da vítima, fazcrer a esta que o mal será reparado pelo ca-samento; comumente, há o noivado oficialou formal promessa de casamento; mas nãoé raro que a ilusão do próximo matrimônioseja obtida sem compromisso explícito, re-sultando de fatos que fazem supor as sériasintenções do agente (facta concludentia)”.

Para o crime de sedução, está prevista penade reclusão de dois a quatro anos, segundo oart. 217 do CP.Nota: Blandícia (lat. blanditia) = meiguice,brandura, afago, mimo, carícia. Madriga-lesca (palavra originária do italiano madri-gale) = pequena composição poética, en-genhosa e galante.

Segredo de justiça – Aspecto de determi-nados procedimentos processuais que serealizam, sem publicidade, correndo emsegredo, quando assim o exigirem o decoro,o interesse público, ou o interesse da socie-dade quanto a casamento, filiação, desqui-te, separação de corpos, alimento e guardade menores (CPC, art. 155).

Segredo funcional – Segundo Bento deFaria, “(...) tudo o que não é nem pode serconhecido senão de determinadas pessoas,ou de certa categoria de pessoas, em razãodo ofício; é o que não pode, portanto, sersabido por qualquer”.

Segurança do juízo – Segurança substan-cial que o magistrado ou tribunal propõeou exige para o cumprimento da pena esti-pulada, com a finalidade de recusar-lheembargos.Observação: O art. 736 do CPC determina:“Não são admissíveis embargos do deve-dor antes de seguro o juízo: pela penhora,na execução por quantia certa; pelo depó-sito, na execução para entrega de coisa.”

Semovente – S.m. Bem que anda ou semove por si mesmo, os animais (CC, art.47; CCom, art. 191).Observação: Na história passada, os escra-vos eram considerados também semoven-tes. Sobre esses, diz o art. 273 do CCom, 2.a

parte: “Não podem, porém, dar-se em pe-nhor comercial escravos, nem semoventes.”

Sentença – S.f. Ditame, expressão, fraseou mesmo uma palavra que resume ou ca-racteriza um pensamento moral ou um jul-gamento de profundo alcance.

226Sentença – Separação de Poderes

Comentário: Zótico Batista nos oferece aseguinte definição: “É a decisão que resol-ve a causa ou questão controvertida sobrea relação de direito litigioso.” Já JoaquimBernardes da Cunha afirma que “(...) emjuízo criminal é a legítima decisão da causafeita por juiz competente, segundo a lei, eas decisões do júri, e a prova dos autos”. E,ainda, o ministro Bento de Faria nos ensi-na: “No juízo criminal, não é adversa docível a noção da sentença – é a decisão dacausa proferida por juiz competente, deacordo com a lei, e a prova dos autos.” Asentença se divide em: absolutória, aquelaque, reconhecendo a improcedência daincriminação ou da acusação, reconhece ainocência do réu, deixando-o livre de res-ponsabilidade criminal; declaratória, a quesimplesmente declara a existência ou ainexistência de uma relação jurídica, ou seja,de um determinado direito pretendido peloautor; constitutiva, segundo G. RezendeFilho, é a que, “sem se limitar a uma meradeclaração de direito da parte, e sem estatuira condenação do réu ao cumprimento deuma prestação, cria, modifica ou extingueum estado ou relação jurídica”; definitiva,aquela que julgando o mérito da causa prin-cipal, ou o rol de direito, objeto fundamen-tal do litígio, resolve pelo indulto do réu,no todo ou em parte da solicitação do autorsem, entrementes, colocar fim ao feito; se-gundo Costa Carvalho, é a que “decide aquestão fundamental, condenando ou ab-solvendo em todo ou em parte do pedido;terminativa, que dá por encerrado o pro-cesso, sem lhe ter decidido a sua importân-cia, como, p. ex., as conseqüências do jul-gamento de prerrogativas de coisa julgada;a que absolve o réu da instância”; atual-mente, ao contrário de absolvição de ins-tância, ocorre a extinção do processo, sema apreciação do mérito; condenatória; nojuízo cível, a que declara que o direito peloautor existe; por esse motivo, é-lhe conce-dido o direito invocado devido à sua exis-tência, e o autor tem privilégio de invocar aresolução em seu favor; no juízo criminal, a

que reconhece a culpabilidade do réu, im-pondo-lhe uma pena prevista na lei e arbi-trada pelo juiz; interlocutória, segundo G.Resende Filho, é “quando anula o processoapenas em parte, ou decide questão emer-gente ou incidente de processo, de caráterordinário, e as exceções de suspeição e in-competência; a sentença interlocutóriapode ser simples, quando ordinária do pro-cesso, e mista ou com força definitiva, quan-do, decidindo algum incidente, prejudica aquestão principal, põe termo ao juízo, sem,entretanto, atingir o mérito da causa”.

Sentença ilíquida – Aquela que não fixao valor ou o montante da condenação, sen-do, devido a isto, necessário que se faça,primeiramente, a sua liquidação para, de-pois, ser executada (CPC, art. 586, § 1.o).

Sentimento – S.m. Em Psicologia, é todoestado afetivo, complexo e estável cujas cau-sas são, principalmente, de ordem moral;capacidade que tem o ser humano de sentirentusiasmo, emoção, afeto, amor, pesar, tris-teza, desgosto, mágoa ou ressentimento.

Separação de corpos – Medida provisio-nal pedida antes da ação de separação judi-cial ou de nulidade do casamento em que ojuiz ordena o afastamento temporário deum dos cônjuges do domicílio conjugal. Cló-vis Beviláqua nos dá o devido conceito: “Aseparação dos cônjuges, como preliminarda ação, que tem por fim a separação defi-nitiva, pela dissolução da sociedade conju-gal, é uma providência que a razão aconse-lha, pela inconveniência e até perigo de con-tinuarem sob o mesmo teto os dois conten-dores no pleito judiciário” (CPC, arts. 7.o,§ 1.o e 223, 888, VI; Lei n. 6.515/77; Lei n.8.408/92).

Separação de Poderes – Princípio queprega a partilha do poder do Estado emtrês atribuições fundamentais e indepen-dentes entre si: Poder Executivo, exercidocom o auxílio dos ministros de Estado; Po-der Legislativo: constituído pelo Congres-so Nacional, que por sua vez dividi-se em

227 Separação de Poderes – Seteira

três câmaras, o Senado, a Câmara dos De-putados e o Tribunal de Contas da União(TCU); Poder Judiciário, exercido peloSupremo Tribunal Federal, Superior Tri-bunal de Justiça, tribunais regionais fede-rais e juízes federais, tribunais e juízes dotrabalho, tribunais e juízes eleitorais, tri-bunais e juízes militares, tribunais e juízesdos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-ritórios (CF, art. 2.o).Comentário: Tal princípio foi definitiva-mente sistematizado por Montesquieu, nãoobstante antes Aristóteles e John Locke jáfizessem referência a ele, na determinaçãode afastar a concentração do poder nas mãosde um exclusivo órgão, caracterizando oautoritarismo, o despotismo e o arbítrio.

Separação judicial – Aquela pela qual seformaliza a separação dos cônjuges, extin-guindo a obrigatoriedade de coabitação, fi-delidade e a sociedade matrimonial. Estadissolução pode ser: consensual, quandoambos os cônjuges, casados há mais de doisanos, consentem na separação e o manifes-tado perante o juiz, que homologa o acor-do; litigiosa, solicitada somente por um doscônjuges, com grave incriminação ao outro,por comportamento desonroso ou ato quepese grave transgressão dos compromis-sos do casamento, tornando, assim, insu-portável a vida conjugal (CF, art. 226, § 6.o;Lei n. 6.515/77, art. 3.o ao 6.o e 34; CPC,arts. 1.120 a 1.124).

Seqüestro – S.m. Delito contra a pessoaque consiste na privação da liberdade de al-guém, exigindo em troca alguma coisa. Ben-to de Faria, assim se expressa: “Como for-ma de extorsão, é a privação da liberdadede alguém com o fim de condicionar a suarestituição à entrega ao agente ou a outremde alguma vantagem como preço do resga-te.” Norma cautelar que consiste em tomarem consignação bens móveis ou semoventesdo proprietário para que o requerente este-ja amparado no seu direito. Carneiro Leãonos dá a orientação: “Em direito judiciárioe processual, é uma das medidas destina-

das a conservar os direitos dos litigantes,resguardando as ações que a esses direitoscorrespondem” (CP, arts. 148 e 159).Observação: Pontes de Miranda nos alertaque não devemos confundir seqüestro e ar-resto, dizendo: “Arresto é a apreensão debens do devedor, quaisquer bens, para agarantia da execução. Seqüestro é a apreen-são de determinado bem sobre o qual hálitígio. O seqüestro supõe questão sobre acoisa; o arresto, ou embargo, supõe dívida,obrigação.”

Servidão – S.f. Incumbência obrigatórianum prédio, para a vantagem de outro, deproprietário diferente; passagem, para usodo público, através de um terreno de pro-priedade particular.Comentário: Clóvis Beviláqua conceitua:“Servidões são restrições às faculdades deuso e gozo, que sofre a propriedade embenefício de alguém.” Entretanto, para Cu-nha Gonçalves, “servidão é o direito realem virtude do qual se constitui a favor dedeterminado prédio um determinado pro-veito material ou recreativo, ou uma situa-ção vantajosa que os sucessivos proprietá-rios do mesmo prédio podem desfrutar ouexigir em outro prédio pertencente, ou queveio a pertencer a dono diferente.

Servidão de passagem – Jurisdição confe-rida ao proprietário do edifício principalde andar pelo edifício sujeito a servidão, senão existir outro caminho (CC, art. 559).

Servidor público – Indivíduo encarregadopor lei para o exercício de cargo adminis-trativo de forma pública (CF, arts. 37 a 41;Lei n. 8.112/90).

Seteira – S.f. Abertura na parede de umaresidência, para a passagem de claridade,podendo ser um círculo, quadrado ou outraforma geométrica qualquer medindo dezcentímetros de largura por vinte centíme-tros de comprimento, e que esteja a menosde metro e meio da propriedade vizinha(CC, art. 573, § 1.o).

228Sevícia – Síndico

Sevícia – S.f. Segundo Pontes de Miranda,“sevícias são as ofensas físicas, os maustratos, que podem revestir formas curio-sas: ferimentos ligeiros, cortes de cabelo,imposição vexatória, como serviços ínfimosdestinados a criados, castigos corporais detoda espécie etc.”.

Sigilo profissional – Obrigação, que todoprofissional tem, de guardar silêncio sobretodos os assuntos sigilosos que dizem res-peito à sua profissão (CPP, arts. 347, 406,II, e 413, § 2.o; CPP, art. 207; Lei n. 4.215/63, art. 89, XIX).

Simulação – (Lat. simulatione.) S.f. Atoou efeito de simular, isto é, de disfarçar,fingir; deficiência da ação jurídica que con-siste em não divulgar o desejo verdadeiro.Segundo Clóvis Beviláqua, “é uma declara-ção enganosa da vontade, visando a produ-zir efeito diverso do ostensivamente indi-cado”. Segundo o CC, haverá simulação nosatos jurídicos em geral, quando: aparenta-rem conferir ou transmitir direitos a pessoasdiversas das a quem realmente se confe-rem, ou transmitem; contiverem declaração,confissão, condição, ou cláusula não ver-dadeira; os instrumentos particulares fo-rem antedatados ou pós-datados. A simu-lação pode ser: absoluta, segundo CunhaGonçalves, “quando os simuladores não qui-serem realizar diverso ato verdadeiro, massomente conseguir o efeito jurídico de umato não verdadeiro, como, p. ex., o segundoarrendamento feito a um falso inquilino, afim de contra este se instaurar ação de des-pejo, que ele não contestará, e se conseguirassim o despejo do verdadeiro inquilino”;relativa ou parcial, aquela que se dá, quan-do um indivíduo sob o disfarce de uma açãoartificial, quis executar outra, verdadeira,pelo emprego de antedata, pós-data, preçosimulado etc. (CC, arts. 102 a 105).

Simulação de autoridade para celebra-ção de casamentos – Crime consistentena atribuição falsa de ser autoridade com-petente para a celebração de consócio ma-trimonial (CP, art. 238).

Observação: Para esse delito, a pena é deum a três anos de detenção, se o caso nãoconstituir delito mais grave.

Simulação de casamento – Delito contraa família consistente no fingimento de ma-trimônio através do engodo de outra pes-soa, deixando-a pensar que está realmentecasada.Comentário: De Romão Cortês de Lacerda:“Simular casamento é fingir casamento, éfigurar como contraente do matrimônionuma farsa de que resulta para o outrocontraente a convicção de que está casadoseriamente.” Esse tipo de crime está pre-visto no art. 239 do CP, punível com a penade detenção de um a três anos, se o aconte-cimento não contiver componente de deli-to grave.

Sindicato – S.m. Associação de pessoasasseguradas pela CF, cuja finalidade é oestudo, defesa e coordenação dos interes-ses econômicos ou profissionais do grupoassociado, como empregadores, emprega-dos, agentes, trabalhadores autônomos ouprofissionais liberais, que tenham exercí-cio profissional idêntico ou que tenham,profissões similares ou conexas (CLT, arts.511 a 610; CF, arts. 8.o e 150, VI, c, § 1.o)

Síndico – S.m. Mandatário eleito pelo juizpara administrar e defender interesses e ne-gócios de uma companhia, associação ou clas-se; cooperador da justiça, selecionado entreos grandes credores do falido, de reconhecidaidoneidade moral e financeira, ou terceiro, idô-neo e de boa fama, de preferência comercian-te, residente ou domiciliado no foro da falên-cia que sob o comando e administração dojuiz, é nomeado para administrar a massa fa-lida; administrador do condomínio, por esco-lha ou eleição dos demais condônimos, quegerencia os negócios de um imóvel comum,por no máximo dois anos, podendo ser reeleito(CPC, arts. 12, III e IX, 690, I, e 988, VII;Dec.-lei n. 7.661/45, arts. 59 a 65; Lei n. 4.591/64, arts. 22 e 23; Dec. n. 5.481/28, modif. Lein. 285/48, art. 8.o).

229 Sínodo – Social democracia

Sínodo – S.m. “É a Assembléia dos Bis-pos que, escolhidos das diversas regiõesdo mundo, reúnem-se em determinadostempos para promover a estreita união en-tre o Romano Pontífice e os Bispos, paraauxiliar com seu conselho ao Romano Pon-tífice, na preservação e crescimento da fé edos costumes, na observância e consolida-ção da disciplina eclesiástica, e ainda paraexaminar questões que se referem à ação daIgreja no mundo” (CDCan, art. 342 e notada p. 157. São Paulo: Edições Loyola).Comentário: “O Sínodo dos Bispos, comoorganismo representativo do episcopadocatólico, foi solicitado pelo Concílio Ecu-mênico Vaticano II, no n. 5 do decretoChristus Dominus. Paulo VI se adiantou àaprovação desse documento pelosPP.Conciliares e, pelo Motu PróprioApostolica Sollicitudo, de 15 de setembrode 1965 (AAS 57, 1965, pgs. 775-780),determinou a existência, natureza e com-posição desse organismo. Maiores porme-nores foram dados no Regimento ou Ordopara a celebração do Sínodo.”Nota: Ordo, inis, do latim, significa ordem,corpo de procedimentos.

Sisa – S.f. Taxa que, pela transmissão one-rosa, venda, arrematação, dação em paga-mento de propriedade imobiliária, se pagaà Prefeitura do Município onde o imóvelestá localizado; primitiva designação dodenominado imposto de transmissãointervivos.

Sistema de penas – “É o conjunto das leispenais, contendo as regras gerais para aaplicação, as definições das condutas queconstituem, em tese, os crimes e as contra-venções penais, com as respectivas penas emedidas de segurança” (MOTA JUNIOR,Eliseu F. A ineficácia dos meios atuais dedefesa social. In: Pena de morte e crimeshediondos à luz do espiritismo. Matão: OClarim, cap. VI, p. 95-96).

Sistema penitenciário – “São os regimese as formas de execução das sanções, bemcomo o complexo dos estabelecimentos

destinados a isto, incluindo as casas de de-tenção, cadeias públicas e distritos poli-ciais, os quais, embora inadequados e ab-solutamente desaparelhados para o cum-primento de penas, são utilizados para talfinalidade” (MOTA JUNIOR, Eliseu F. Aineficácia dos meios atuais de defesa social.In: Pena de morte e crimes hediondos à luzdo espiritismo. Matão: O Clarim, cap. VI,p. 95-96).

Sistema positivo de direito – Complexode normas ou institutos que informam ouregulam, com caráter obrigatório, a vida dumpovo.Nota: Existe, assim, uma variada série desistemas, conforme os diversos povos e asdiferentes épocas.

Soberania – S.f. Segundo José Afonso daSilva, é “o poder supremo consistente nacapacidade de auto determinação”.

Soberania nacional – Conjunto de pode-res que constituem a nação politicamenteorganizada. Decompõe-se na autoridade delegislar, governar, julgar, policiar e exercera tutela jurídica.

Soberania popular – Princípio constitu-cional que afirma que todo o poder procededo povo, exercido pelo sufrágio universal epelo voto direto e secreto, com valor igualpara todos (CF, art. 14).Observação: A CF promulgada em 05.10.1988, no seu capítulo IV – Dos direitospolíticos, em seu art. 14, diz: “A soberaniapopular será exercida pelo sufrágio univer-sal e pelo voto direto e secreto, com valorigual para todos, e, nos termos da lei, median-te: I – plebiscito; II – referendo; III – ini-ciativa popular.”

Social democracia – Em Sociologia e emDireito Constitucional, é um sistema polí-tico em que são aplicados na democraciaprincípios do socialismo econômico. Nasocial democracia, as leis deveriam serprioritárias para o social, o trabalho deve-ria ser mais humanizado e o proletariado

230Social democracia – Sociedade anônima

deveria ter mais assistência, enfim, tudodeveria ser voltado para o interesse coleti-vo, tanto os empreendimentos comerciaiscomo os industriais e o Estado deveria ter aincumbência sagrada de regularizar e fisca-lizar a produção, bem como tudo aquiloque se relacionar com a economia e as fi-nanças. Infelizmente, isso fica somente nopapel e nas propagandas políticas, nuncabeneficiando de forma global e prioritaria-mente o povo.

Sociedade – Segundo Clóvis Beviláqua,“é o contrato consensual, em que duas oumais pessoas convencionam combinar osseus esforços ou recursos, no intuito deconseguir um fim comum”. Pode ser: civil,quando duas ou mais pessoas, não-comer-ciantes, se comprometem a unir esforços,ou haveres, para usufruírem finalidadescomunais sem visarem a sua comercia-lização, sendo esta sociedade regulada pe-las leis civis, não obstante elas poderem serevestir dos aspectos determinados nas leiscomerciais. Segundo o mesmo autor, a so-ciedade, quanto à sua finalidade, pode sersubdividida em: sociedade de fins econô-micos: “há de ordinário um capital, comonas comerciais, constituído pela contribui-ção dos sócios, e é para obter lucros ouatenuar as despesas que a sociedade se for-ma; sociedade de fins não econômicos, quenão se propõe a realizar ganho ou evitarperdas. São interesses imateriais, que reú-nem os associados. Como esses interessesvariam, com eles variam os objetos das so-ciedades. Umas são religiosas, outras lite-rárias, científicas, recreativas ou beneficen-tes. As sociedades de fins não econômicostambém se denominam associações ecorporações”. A sociedade civil ainda podeser: universal – quando compreende a somade todos os bens presentes ou futuros, ouentão a totalidade de seus frutos ou rendi-mentos; particular – quando abrange ape-nas os bens ou serviços especialmente con-signados no contrato ou é constituída como fim único de explorar certa empresa, ouindústria, ou exercer determinada função

técnica. Sociedade comercial – “Contratopelo qual duas ou mais pessoas convencio-naram pôr em comum os seus bens ou par-te deles, ou sua indústria, somente, ou con-juntamente, a fim de praticarem habitual-mente atos de comércio, e com intenção dedividirem os lucros ou as perdas, que pos-sam resultar” (CC, arts. 20 a 23 e 1.363 a1.409).Observação: Existem várias modalidades desociedade comercial, que são: companhiaou sociedade anônima; de capital e indús-tria; de capitalização; em comandita sim-ples; em comandita por ações; em conta departicipação; em nome coletivo ou com fir-ma; por cotas de responsabilidade limitada(Lei n. 6.404/76; CCom, arts. 317 a 334;Dec. n. 22.456/33; CCom, arts. 311 a 314 eDec.-lei n. 1.968/40; CCom, arts. 325 a 328;CCom, arts. 315 e 316; Lei n. 3.708/19).

Sociedade anônima – Pessoa jurídica denatureza mercantil, cujo capital consistenteem dinheiro ou em bens equivalentes é dividi-do em ações de igual valor, limitada a respon-sabilidade dos acionistas ao valor das açõesque subscreveram ou que foram adquiridas.Comentário: Duas são as características dassociedades anônimas: são destinadas a gran-des empreendimentos, admitindo um míni-mo de dois acionistas; na administração daempresa, o controle do acionista minoritárioé mínimo. Objetivo da sociedade: qualquerque seja o seu objeto, deverá constar emseu contrato que o seu objetivo precípuo ésempre o comercial e o mercantil. A socie-dade poderá ser: fechada, isto é, não po-derá lançar ações ao público, sendo-lhe per-mitido com isso que a mesma tenha conta-bilidade e administração simples; aberta, istoé, o seu capital pode ser subscrito demo-craticamente, aberto ao público. Fiscaliza-ção feita pela Comissão de Valores Mobiliá-rios. Seu capital pode ser: autorizado oudeterminado e fixo, formando assim o seucapital completamente subscrito; constituí-do com subscrição inferior ao capital de-clarado nos seus estatutos, tendo a direto-

231 Sociedade anônima – Sociedade de fato

ria da sociedade poderes para oportuna-mente efetuar novas subscrições de capi-tal, obedecidos os limites da autorizaçãoprevista nos Estatutos da Sociedade.

Sociedade civil de fim lucrativo – Asso-ciação cujo propósito é o desempenho deuma atividade liberal, como, p. ex., as socie-dades médicas, de advogados ou de cirur-giões-dentistas. Com o chegada da Lein. 8.245/91, essas associações têm a facul-dade de apresentar ação renovatória do arren-damento do prédio que funcionam nos mol-des do procedimento sugerido pelas enti-dades mercantis (Lei n. 8.245/9, art. 51, § 4.o).

Sociedade cooperativa – Associação pri-vativa, de natureza civil, com personalidadee ordem jurídica próprias, constituída porum agregado de pessoas, com adesão volun-tária, com as seguintes características: liber-tarem-se dos especuladores; capital indefi-nido ou variável, constituído de ações ouquotas-partes; trabalho comunal. Dessamaneira, alcançam benefícios econômicospara cada um de seus associados, em espe-cial, e rendimentos para a sociedade em ge-ral, da qual todos com efeito fazem parte.As sociedades cooperativas classificam-seem: Sociedades Cooperativas de proventospara a sociedade em geral, na qual todos têmparticipação em comum; Cooperativa deprodução, quando a sua finalidade é resguar-dar e melhorar os artigos manufaturados fei-tos pelos associados para que estes, direta-mente, possam obter melhor classificação emais proveitosa aceitação dentre os consu-midores; Sociedade Cooperativa de consumo,destinada à proteção da classe ou da própriacooperativa que a representa, impedindo aintromissão do intermediário, em proveito ebenefício econômico dos associados, com-prando grande quantidade de produtos e re-vendendo a varejo por preços inferiores aosexistentes no mercado; Sociedade Coopera-tiva Agrícola, sendo uma associação de pes-soas para a defesa da economia dos agricul-tores que a constituem, na orientação ou co-locação direta de seus produtos junto aos

mercados distribuidores, ajudando e orien-tando os seus sócios, através de técnicosespecializados, no melhor aproveitamentode sua propriedade etc.; Sociedade Coope-rativa de Crédito, com a finalidade de facili-tar, aos seus associados pequenos emprés-timos de dinheiro, com melhores condiçõesde pagamento, ou orientando-os nas opera-ções bancárias de pequeno montante (Lei n.5.764/71).

Sociedade de economia mista – Pessoasjurídicas de direito privado, que, associa-das ao Poder Público – por isso chamadasde “mistas” –, têm a finalidade de, conjun-tamente, explorar uma atividade econômi-ca ou serviço que for de interesse coletivo,mediante outorga do poder público; seucapital pertence na sua maioria à União oua entidade de administração indireta.Observação: As sociedades de economiamista são sempre criadas pelo Estado, de-vendo passar o pedido de criação peloLegislativo, que fará lei de criação: O Dec.-lei n. 200/67, art. 5.o, III, modificado peloDec.-lei n. 900/69, define este tipo de socie-dade quando define: “Entidade dotada depersonalidade jurídica de direito privado,criada por lei para a exploração de ativida-de econômica, sob a forma de sociedadeanônima, cujas ações com direito a votopertençam em sua maioria à União ou aentidade da administração indireta.”

Sociedade de fato – O mesmo que irregu-lar; aquela que não tem personalidade jurí-dica, devido a não ter sido levada a registro,constituindo-se, apenas, numa comunhãode interesses de fato que, todavia, irradiamefeitos jurídicos em benefício daqueles que,com ela negociaram de boa-fé.Comentário: Waldemar Ferreira explica estetipo de sociedade: “Ajuntando-se para oexercício em comum da atividade mercan-til, sob firma ou razão social, deixam ossócios, muitas vezes, de reduzir a escritoseu ajuste. Convencionam o objeto do em-preendimento. Estipulam a parte ou cotade cada qual, com recursos e trabalho, se-

232Sociedade de fato – Solidariedade

não somente com aqueles ou com este, fi-xando o montante do capital ou fundo co-mum. Dividem, de acordo com as capaci-dades, as atribuições, quando não iguala-das e exercidas conjuntamente. A socieda-de, assim constituída, vive, funciona e pros-pera. Mas, vive de fato. Como sociedadede fato se considera.” No caso de dissolu-ção por morte de um dos sócios, já existeno Direito de Família jurisprudência firma-da a respeito, sobre a legitimidade ativa daex-companheira como sucessora ou herdei-ra única. Situação consolidada sob lei vi-gente à época da abertura da sucessão(TJMG, Apel. Cív. n. 15.030/98; RelatorDes. Aluízio Quintão, 5.a CC; 26.11.1998,v.u., DJMG, p. 2).

Sociedade em comandita por ações –Sociedade anônima, composta de pessoas,que se cotizam, através de ações, de igualvalor ou não, para a formação de um capi-tal que figura na firma social, tendo, aque-les que têm número de cotas maior, res-ponsabilidade solidária e ilimitada por to-das as obrigações assumidas, e os demaisque entram somente o valor das ações queadquiriram, não podendo, assim, partici-par dos negócios, da gerência dos negócioscomuns da empresa, pois sua responsabili-dade se restringe somente ao capital subs-crito através da compra de ações (Lei dasS.A., arts. 2.o e 3.o).

Sociedade em nome coletivo – SegundoAmador Paes de Almeida, em sua obra Ma-nual das sociedades comerciais, é a “socie-dade formada de uma só classe de sócios,solidária e ilimitadamente responsáveispelas obrigações sociais, sob firma ou ra-zão social”.

Sociedade justa – A sociedade nacionalque atende às necessidades do espírito hu-mano em sucessão, até seu completo de-senvolvimento (LOBO, Ney. Estudos defilosofia social espírita. Rio de Janeiro:FEB, p. 220).Comentário: Segundo o Professor Ney Lobo,“esse desenvolvimento espiritual é que nos

conduz à felicidade. Não seria por essa ra-zão que Aristóteles sentenciou: ‘A condi-ção da felicidade é a sociedade justa’”?

Sociedade leonina – Sociedade que favo-rece somente a um dos sócios, atribuindo-lhe todos os lucros, deixando, também, departicipar nas perdas verificadas, em pre-juízo dos outros (CC, art. 1.372; CCom,art. 288).

Sociedade por cotas de responsabilida-de limitada – Associação de pessoas cujocompromisso é delimitado à totalidade dascotas subscritas de cada associado. Entre-tanto, a lei brasileira circunscreve o com-promisso de cada sócio ao total do capitalsocial (Dec. n. 3.708/19).

Solicitador – S.m. Era, antigamente, o au-xiliar do advogado, estudante de Direito,cursando o último ou o penúltimo ano dafaculdade, que, com procuração, requeriaou promovia, com certas restrições legais,o andamento de negócios forenses.

Solidariedade – S.f. Existência simultâ-nea e interdependente de direitos, obriga-ções ou responsabilidades iguais para váriosindivíduos numa mesma atuação ou fato;relação jurídica, estabelecida entre um oumais credores ou mais de um devedor de ummesmo compromisso quanto à dívida toda,que é considerada una e que não pode serdividida, sendo que cada credor ou devedortem o direito de receber ou de pagar total-mente a prestação.Nota: A solidariedade não é imaginária, elaé o resultado de uma legislação específicaou do arbítrio das partes, dividindo-se em:ativa ou entre credores – segundo ClóvisBeviláqua, “consiste na modalidade da obri-gação, que autoriza cada um dos credores aexigir o cumprimento da prestação por in-teiro, ainda que o objeto desta seja divisí-vel. Os co-credores são os co-réus stipu-landi ou credendi”; passiva ou entre de-vedores – é quando há diversos devedoresconjuntos e coexistentes de uma mesmaobrigação, sendo que o credor tem a prer-

233 Solidariedade – Subtração de incapazes

rogativa de receber de um ou alguns deve-dores, responsáveis pelo pagamento inte-gral ou parcial da prestação. Entretanto, seo pagamento for parcial, os devedores con-tinuam responsáveis solidariamente pelorestante (CC, arts. 890 a 915; CPC, arts.77, III, e 509 e § 1.o).

Sonambulismo – (Fr. somnambulisme.)S.m. Doença do sonâmbulo.Comentário: Dr. Deolindo Amorim diz: “Se,portanto, a consciência, no sonâmbulo, semanifesta com independência, ainda que ocorpo esteja imobilizado, seja no sono hip-nótico, seja no sonambulismo natural ou emqualquer outro estado psíquico menos habi-tual, este fenômeno aprova a emancipaçãodo princípio espiritual, tanto assim que osonâmbulo fala, escreve, toma deliberações,apesar do adormecimento físico (AMO-RIM, Deolindo. Espiritismo e criminologia.3. ed. Rio de Janeiro: CELD, 1993, p. 99).

Sonâmbulo – (Fr. somnâmbule.) S.m. Pes-soa que levanta durante o sono, anda, fala,escreve, toma deliberações, podendo matarou suicidar-se, ou cometer outros atos, ape-sar do adormecimento físico.

Sonegação – S.f. Ato ou efeito de sonegar;ato de ocultar, deixando de mencionar oudescrever, nos casos em que a menção oudescrição é exigida por lei; subtrair fraudu-lentamente; eximir-se de pagar ou esqui-var-se ao cumprimento de uma obrigaçãoconvencional, ordem ou mandado legal; noprocesso de inventário, deixar, o inventa-riante ou o herdeiro, de citar bens perten-centes à herança, com a finalidade de ocultá-los, fraudulentamente ao inventário. A ar-güição de sonegação só poderá ser feita aoinventariante, depois de este haver termi-nado a especificação dos bens e tê-los rela-cionado na declaração, e mencionar de nãoexistem outros a serem relacionados (CPC,art. 994 e CC, arts. 1.780 a 1.784).

Sonegação fiscal – Toda e qualquer açãodolosa cuja finalidade é a de impedir ou

prolongar, na sua totalidade ou parcialmen-te, conhecimento por parte do Fisco, daocorrência do fato gerador (Lei n. 4.729/65, art. 1.o).

Suborno – S.m. O mesmo que corrupção ati-va e passiva (CP, art. 342; CPC, art. 564, I).

Sub-rogação – (Lat. subrorogatione.) S.f.Segundo Capitant, é a “substituição de umapessoa por outra, numa relação de direito(sub-rogação pessoal), ou atribuição de umacoisa das qualidades jurídicas daquela a quesubstitui num patrimônio ou numa univer-salidade jurídica (sub-rogação real)”. Exis-tem duas classes de sub-rogação: a legal,que é originária de lei, e a convencional,procedente do próprio contrato (CC, arts.985 a 990).

Sub-rogado – Adj. Investido na qualidadeou direitos de outrem; transmitido por su-cessão.

Sub-rogador – Adj. e S.m. Que ou aqueleque sub-roga.

Sub-rogante – (Lat. subrogante.) Adj. 2g.O mesmo que sob-rogador; que sub-roga.

Sub-rogar – (Lat. subrogare.) V.t.d e i.Substituir, colocar no lugar de alguém paralhe suceder nos direitos e proceder em seulugar.

Substância – S.f. Atitude intrínseca do açãojurídica; por extensão, são as requisitos quea lei pondera serem fundamentais para a exis-tência, exatidão e legalidade do ato jurídico.

Substancial – Adj. Que é necessário oufundamental à legalidade do ato jurídico.

Subtração – S.f. Afastamento insidioso,fraudulento, enganoso ou doloso da pes-soa, ou coisa, do domínio de outrem.

Subtração de incapazes – Retirada demenor de 18 anos ou daquele que foi priva-do judicialmente de reger sua pessoa oubens, do poder do responsável pela suaguarda em virtude de lei ou de ordem judi-cial (CP, art. 249).

234Subtração de incapazes – Superior Tribunal de Justiça

Comentário: A subtração de incapazes éconsiderada um fato que a lei declara puní-vel como delito, mesmo que o que subtraiu,ou seja, o agente, seja o próprio pai ou mãe,tutor ou curador do menor, não havendoisenção da pena, se estes, judicialmenteforam destituídos ou temporariamente pri-vados do pátrio poder, tutela, curatela ouguarda. Entretanto, se o menor ou interdito(privado de reger sua vida e seus bens) nãosofre maus tratos ou privações, o juiz podedeixar de aplicar a pena. Entretanto, se omenor é tirado de quem apenas o cria, semter sua guarda em razão de lei ou determi-nação judicial, a conduta não se enquadraráneste delito do art. 249 do CP. Se o menorfugir sozinho e depois for ter com o agente,inexistirá o crime. Caso haja induzimentopara a fuga e não subtração, o delito será odo art. 248 do CP, que é o crime de induzi-mento a fuga, entrega arbitrária ou sonega-ção de incapazes.

Sufrágio – S.m. Processamento seletivodo organismo eleitoral. Pelo sufrágio, é es-tabelecido quem pode ou não votar. NoBrasil, é adotado o sistema de sufrágio uni-versal, ex vi do art. 14 da CF. SegundoAulete, “é o voto, a declaração por escritoque se faz da própria vontade numa delibe-ração ou numa eleição qualquer”.

Suicídio – S.m. Comportamento antijurí-dico, que consiste na particularidade do in-divíduo exterminar por sua livre e espontâ-nea vontade a própria vida (CP, arts. 122 e146, § 3.o, II).

Sujeito – (Lat. subjectu = posto debaixo.)S.m. e Adj. Súdito; indivíduo submisso, su-bordinado; personalidade ativa ou pacientede uma ação, isto é, que pratica uma açãoou é vítima dela.

Súmula – S.f. Coleção de três acórdãos, nomínimo, de um mesmo tribunal, nos quaisse adota a mesma exposição de preceito ju-rídico em tese. Não existe obrigatoriedadedesse tipo de relatório de somente tem efei-to persuasivo (CPC, art. 479).

Superior Tribunal de Justiça – O STJfoi criado pela Constituição de 1988, assu-mindo atribuições do extinto Tribunal Fe-deral de Recursos e parte do atual STF,acrescentadas de outras funções e compe-tência: I – processar e julgar: nos crimescomuns, os Governadores dos Estados edo Distrito Federal, e, nestes e nos de res-ponsabilidade, os desembargadores dosTribunais de Justiça, os membros dos Tri-bunais de Contas, dos Tribunais RegionaisFederais, dos Tribunais Regionais Eleito-rais e do Trabalho, os membros dos Conse-lhos ou Tribunais de Contas dos Municí-pios e os do Ministério Público da Uniãoque oficiem perante tribunais; os manda-dos de segurança e os habeas data contraato de Ministro de Estado ou do próprioTribunal; os habeas corpus, quando ocoator ou o paciente for qualquer das pes-soas mencionadas na alínea a, ou quando ocoator for Ministro de Estado, ressalvadaa competência da Justiça Eleitoral; os con-flitos de jurisdição entre quaisquer tribu-nais, ressalvado o disposto no art. 102, I,o, bem como entre tribunal e juízes a elenão vinculados e entre juízes vinculados atribunais diversos; as revisões criminais eas ações rescisórias de seus julgados; a re-clamação para a preservação de sua com-petência e garantia da autoridade de suasdecisões; os conflitos de atribuições entreautoridades administrativas e judiciárias daUnião, ou entre autoridades judiciárias deum Estado e administrativas de outro oudo Distrito Federal, ou entre as destes e daUnião; o mandado de injunção, quando aelaboração da norma regulamentadora foratribuição de órgão, entidade ou autoridadefederal, da administração direta ou indire-ta, excetuados os casos de competência doSupremo Tribunal Federal e dos órgãos daJustiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Jus-tiça do Trabalho e da Justiça Federal; II –julgar, em recurso ordinário: os habeascorpus decididos em única ou última ins-tância pelos Tribunais Regionais Federaisou pelos Tribunais dos Estados, do Distri-

235 Superior Tribunal de Justiça – Suprimento da incapacidade

to Federal e Territórios, quando a decisãofor denegatória; os mandados de segurançadecididos em única instância pelos Tribu-nais Regionais Federais ou pelos Tribunaisdos Estados, do Distrito Federal e Territó-rios, quando denegatória a decisão; as cau-sas em que forem partes Estado estrangei-ro ou organismo internacional, de um lado,e, do outro, Município ou pessoa residenteou domiciliada no país; III – julgar, em re-curso especial, as causas decididas, em únicaou última instância, pelos Tribunais Regio-nais Federais ou pelos Tribunais dos Esta-dos, do Distrito Federal e Territórios, quan-do a decisão recorrida: contrariar tratadoou lei federal ou negar-lhes vigência; julgarválida a lei ou ato de governo local contes-tado em face de lei federal; dar à lei federalinterpretação divergente da que lhe hajaatribuído outro tribunal. Parágrafo único:Funcionará junto ao Superior Tribunal deJustiça o Conselho da Justiça Federal, ca-bendo-lhe, na forma da lei, exercer a super-visão administrativa da Justiça Federal deprimeiro e segundo graus.Observação: O STJ é composto de, no mí-nimo, 33 ministros, que são nomeados peloPresidente da República, dentre os brasi-leiros com mais de 35 e menos de 65 anos,de notável saber jurídico e reputação ilibada,depois de aprovada a escolha pelo SenadoFederal, sendo: um terço dentre os juízesdos TRF e um terço dentre os desembarga-dores dos TJ, indicados em lista trípliceelaborada pelo próprio tribunal; um terço,em partes iguais, dentre advogados e mem-bros do MP federal, estadual, do DF e ter-ritórios, alternadamente, indicados na for-ma do art. 94 da CF (CF, arts. 104, §§ I e II;105, I, a – h; II, a, b, c; III, a, b, c).

Supérstite – S.m. Sobrevivente ou sobrevi-vo; consorte sobrevivente (CPC, arts. 988,I, 990, I, 1.025, I, a e 1.043).

Superveniência – S.f. Particularidade dealguma coisa sobrevir ou aparecer depois, ouseja, que sobrevém ou aparece depois; ocor-rência subseqüente.

Comentário: A lei assegura que a incapaci-dade que aparece ou vem depois não anulao testamento definitivo, nem o testamentode incapaz se legitima com a capacidadeque sobrevir. No Direito Penal, a superve-niência relativa ao caso autônomo elimina aatribuição quando, por si só, ocasionou oresultado; os fatos anteriores, porém, sãode responsabilidade de quem os praticou(CC, art. 1.628; CP, art. 11).

Suplicação – S.f. Ato ou efeito de suplicar.Comentário: Casa da suplicação, tribunalde segunda instância em Portugal, para quese recorria por agravo ou apelação de cer-tos juízes e das Relações, em certos casos.No Brasil, usava-se, antigamente o adjeti-vo ‘suplicante’, em lugar de suplicação, hojeem desuso, e incabível na nomenclatura ju-rídica hodierna. É aconselhável, entretan-to, se houver necessidade de empregar overbete, usar os adjetivos requerente oupostulante.

Supremo Tribunal Federal – A mais altacorte judiciária da Nação brasileira. Sua sedefica em Brasília, com competência que seestende a todo território nacional, privati-va e de terceira e última instância. Com-põe-se de 11 ministros, escolhidos dentreos cidadãos com mais de 35 e menos de 60anos de idade, de notável saber jurídico ereputação ilibada, e nomeados pelo Presi-dente da República, depois de aprovada aescolha pela maioria absoluta do SenadoFederal (CF, arts. 101 e 102).

Suprimento da incapacidade – SegundoJoão Frazem de Lima, em seu livro Cursode direito civil, a incapacidade, seja ela ab-soluta ou relativa, é simplesmente uma pro-vidência de amparo e proteção, pois os in-capacitados não são excluídos da comunhãojurídica, mas protegidos da sociedade ondevivem. O art. 7.o do CC preceitua: Supre-se a incapacidade, absoluta ou relativa, pelomodo instituído neste Código, Parte Espe-cial, quando trata do poder pátrio, da tute-la e da curatela (CC, arts. 379, 406 e 446).

236Sursis – Suspensão condicional da pena

Sursis – Suspensão condicional da pena.

Suspeição – S.f. Um dos gêneros de restri-ção que pode ser contraposto em revide aojuiz da causa, pelo fato de se duvidar desua imparcialidade, da testemunha ou doperito (CPC, arts. 135 a 138, III e §§, 312 a314, 405; CPP, arts. 95, I, a 107).

Suspeito – Adj. Que inspira suspeita,desconfiança; tudo aquilo que é visto comdesconfiança.

Suspensão condicional da pena – O mes-mo que sursis. Segundo Galdino Siqueira,“em conceito amplo, o instituto, ora apre-ciado, consiste na suspensão ou adiamentoda sentença condenatória ou da execuçãoda pena, nos crimes de menor gravidade,cometidos por delinqüentes primários, des-de que, em certo lapso de tempo, não co-metam novo delito” (CPP, art. 342, III, 581,XI e 696 a 709; LCP, arts. 156 a 161; Lei n.1.521, art. 5.o).

Tabelião – S.m. Serventuário de fé públi-ca, geralmente profissional do direito, cujafunção é lavrar escrituras, contratos e do-cumentos jurídicos, registrando-os respec-tivamente em livros especiais, dos quaistraslada-os, quando solicitado, autentican-do-os e reconhecendo sinais e assinaturasrespectivas.

Tábua – S.f. Prancha; quadro explicativo,relação, rol, listagem, códigos etc.Comentário: Relativo a denominação dadaa codificações antigas que eram gravadasem tabuinhas revestidas de cera, ou em pe-dra ou feitas de barro, tais como: Lei dasDoze Tábuas; Tábuas de Amalfi, que eraum código de navegação e de comércio, re-digido no século X, na cidade italiana deAmalfi, do qual restam fragmentos; as tá-buas entregues a Moisés, contendo osMandamentos da Lei de Deus aos judeusno deserto; estes antigos documentos fo-ram a fonte principal do Direito Romano.

Talião – S.m. Penalidade que o Código deHamurabi tinha e que consistia na imposi-ção de castigo ao criminoso na mesma pro-porção à transgressão praticada. A Bíbliase refere à pena de talião no Capítulo XXVdo Êxodo, versículos 23 a 25.Comentário: A pena de Talião, de certa ma-neira, foi adotada nas legiões da Grécia e dosRomanos, tendo, também, sido aplicada naIdade Média. Ainda hoje existe vestígio delanos países que adotam a religião muçulmana,cujo Direito se baseia no Alcorão.

Taxa – S.f. Segundo Themístocles Caval-canti, “corresponde a uma prestação admi-nistrativa direta e um serviço público pres-tado a determinado indivíduo, embora a na-tureza do serviço público pressuponha umfim de interesse coletivo”. E segundo VeigaFilho, é a “contribuição exigida de um ser-viço especial, divisível, provocado, e co-brada como remuneração ou retribuição deum fato, a posteriori, v. g. um ato jurídico,a expedição de um telegrama”. E ainda, se-gundo Capitant, “num sentido preciso, epor oposição ao imposto, processo de re-partição dos encargos públicos à base doserviço prestado ao beneficiário desse ser-viço, sendo a taxa determinada pela presta-ção feita por autoridade pública”.

Taxa judiciária – Pagamento processadoproporcionalmente, até certo limite, ao va-lor consignado na causa.

Teleologia – (Gr. telos = fim + logos =estudo.) S.f. Doutrina metafísica finalista;que estuda a finalidade das coisas; a pró-pria finalidade, que segundo Hamelin, “exa-tamente nos conceitos é que convém situara origem primordial da teleologia.”

Teleologia jurídica – Conhecimento teó-rico do princípio, fundamento, entendimen-to ou finalidade das regras legais.

Teleológico – Adj. Que supõe finalidade.Hamelin: “As explicações teleológicas nemsempre são desejáveis, nem suficientes.”

238Tença – Teoria pura do direito

Tença – S.f. Benefício, geralmente em di-nheiro, que uma pessoa obtém do Estadoou de particular em pagamento de traba-lhos prestados para patrocinar a sua manu-tenção; direito de adquirir um determinadobem como se fosse de sua propriedade.Observação: Em direito antigo, era a entre-ga de mercadorias, em favor de certos mem-bros de comunidades religiosas.

Tentativa – S.f. O mesmo que crime tenta-do; diz o CP, art. 12, II: “tentado, quandoiniciada a execução, não se consuma, porcircunstâncias alheias à vontade do agente”.Observação: Nélson Hungria ensina que:“A tentativa é crime em si mesma, mas nãoconstitui crime sui gereris, com pena autô-noma: é a violação incompleta da mesmanorma de que o crime consumado repre-senta violação plena, e a sanção dessa nor-ma, embora minorada lhe é extensiva.Subjetivamente, não se distingue do crimeconsumado (isto é, não há um elemento psí-quico distintivo da tentativa) e, objetiva-mente, corresponde a um fragmento da con-duta típica do crime (faltando-lhe apenas oevento condicionante ou característico daconsumação). No crime consumado, o even-to corresponde à vontade do agente; na ten-tativa, fica ele aquém da vontade (precisa-mente, o inverso do que ocorre no crimepreterdoloso, em que o evento excede àvontade)” (CP, art. 12, II).

Tentativa abandonada – Ainda segundoNélson Hungria, “é condição essencial datentativa que a não-consumação do crimeresulte de circunstâncias alheias à vontadedo agente. Se o agente de sua própria inicia-tiva ou por sua livre vontade, interrompe aatividade executiva ou, já exaurida esta,evita que se produza o resultado anti-jurídico, a tentativa deixa de ser punívelcomo tal, ressalvada apenas a punibilidadedos atos anteriores (preparatórios ou exe-cutivos), quando constituam crimes por simesmos.”Observação: Esta hipótese está prevista nonosso CP, art. 15, quando diz: “o agente que

voluntariamente, desiste da consumação docrime ou impede que o resultado se produ-za, só responde pelos atos já praticados”.

Teoria – (Gr. théôrein.) S.f. Conhecimentoespeculativo; pensamento desinteressado.“A teoria foi muita vez, a origem de pes-quisas práticas” (Picard). Conjunto de con-cepções, sistematicamente organizadas,sobre um assunto determinado, principal-mente nas ciências experimentais; hipótesegeral. “Insistiremos na importância dasimensas construções que os cientistasedificam sob o nome de teorias” (CUVIL-LIER, Armand. Pequeno vocabulário dalíngua filosófica. São Paulo: Nacional, 196l).

Teoria de imprevisão – Aquela que permi-te a modificação ou a rescisão de contratosassinados com o governo, seja ele munici-pal, estadual ou da União, por motivo decaso fortuito ou força maior, isto é, quandosobrevém acontecimento imprevisível e ine-vitável, que modifica na sua totalidade ouem parte toda a anterior decisão contratual.É idêntica à cláusula rebus sic stantibus dodireito privado (CC, arts. 956 e 957).Comentário: Clóvis Beviláqua, baseado nadefinição de Huc, fala que força maior é o“fato de terceiro, que criou, para a inexe-cução da obrigação, um obstáculo, que a boavontade do devedor não pode vencer”. É ocaso mencionado no nosso CC, art. 1.058,que define o fato da seguinte maneira: “Ocaso fortuito, ou de força maior verifica-seno fato necessário, cujos efeitos não era pos-sível evitar ou impedir.” Clóvis ainda co-menta que não é a questão do fato serimprevisível que o caracteriza como casofortuito, mas sim quando a imprevisão vemacompanhada de sua verdadeira caracteriza-ção, a inevitabilidade, porque é esta que ca-racteriza juridicamente a força maior.

Teoria pura do direito – “Doutrina de-senvolvida por Hans Kelsen (1881-1973)expoente do positivismo jurídico. Assim,para esta teoria, o Direito deve ser tido

239 Teoria pura do direito – Testamenteiro

essencialmente, com norma, isenta de quais-quer apreciações de caráter ideológico. Daía denominação simplista da doutrinakelseniana: teoria pura do Direito, despo-jando-se o Direito da impurezas ou conta-minações de apreciações subjetivas de na-tureza filosófica, política ou sociológica.Kelsen, já se percebe, não aceitava o direi-to natural” (GUIMARÃES, DeoclecianoTorrieri. Kelsen, Hans – Teoria pura do di-reito e a teoria geral das normas. Dicioná-rio jurídico. 2. ed. São Paulo: Ridel, 1998).

Terceiro – S.m. Pessoa estranha à forma-ção de certo ato jurídico, contratual, ou quedele não faz parte, nem pessoalmente nematravés de seu representante legal, sob qual-quer título. Pessoa que, além das parteslitigantes, toma parte na questão ou dela seinteressa pessoalmente ou que tem direitoque lhe é peculiar, que deve ser defendido.

Termo – S.m. Limite que assinala uma de-terminada área circunscrita; declaração es-crita nos autos. Ampliando o seu conceito,é o ato pelo qual o notário registra por es-crito: uma convenção das partes, a confir-mação categórica de outrem, devendo estaproduzir certos efeitos de direito. SegundoClóvis Beviláqua, “é o dia no qual tem decomeçar ou de extinguir-se a eficácia de umnegócio jurídico”. Diz-se, por outro lado,do pronunciamento secundário do fato ju-rídico, estando os seus efeitos subordina-dos a uma eventualidade futura certa, sejaou não predeterminado o dia do vencimen-to; subdivisão da comarca, quando se tratade organização judiciária.

Território nacional – Determinada super-fície delimitada do nosso globo, represen-tando, cada uma delas, uma Nação, um paísou um Estado, que dentro de suas frontei-ras exerce sua soberania. Compreende oterritório determinado, as águas territoriaiso subsolo e o espaço aéreo.Observações: Geralmente o Estado é poli-ticamente constituído e ocupado por ummesmo povo. Cabe ao Congresso, com san-

ção do Presidente da República, dispor so-bre os limites do território nacional, espa-ço aéreo e marítimo e bens do domínio daUnião (CF, art. 48, V).

Terrorismo – S.m. Ato que causa terror; re-gime de terror; modo de uma pessoa coagir,ameaçar ou influenciar outra ou impor-lhe suavontade através do terror; ação política, deuma determinada facção ou partido, com afinalidade do combate sistemático do gover-no constituído através da violência.Comentário: Hoje, devido à perda do apoiologístico e político das ditaduras, os agen-tes do terrorismo desviaram seu objetivopara a religião, tendo o computador comoarma, como, p. ex., a Escócia, África e oIslã. Segundo a Lei n. 8.027/90, que regula-menta uma ordem constitucional, conside-ra o terrorismo um crime hediondo.

Tesouro – S.m. Quantidade de valores; qual-quer preciosidade; conjunto de objetos pre-ciosos, peças ou objetos ou moedas anti-gas, encontrados onde se achavam desdetempos desconhecidos e remotos, num pré-dio ou em um terreno, de cujo proprietárionão se tem conhecimento nem memória(CC, arts. 607 a 610).Observações: Segundo o nosso CP, art. 169,I, combinado com o 155, § 2.o, este tipo detesouro e quem dele se apropria, no todo ouem parte, da quota a que o dono do terrenoou prédio tem direito, comete crime compena de detenção de um mês a um ano, oumulta. Se o criminoso for primário, a penaserá reduzida de um a dois terços, ou o juizaplicará apenas a pena de multa. Outrossim,não é considerado tesouro se alguém provarque o depósito achado lhe pertence.

Testamenteiro – S.m. Pessoa designadapelo juiz ou nomeada pelo testador, a quemé confiada a obrigação de fazer cumprir, emnome da lei, as disposições de seu últimodesejo descrito em testamento ou ato es-crito de última vontade, fazendo, atravésdestas, determinações específicas sobre: oseu enterro, o modo pelo qual deverá ser

240Testamenteiro – Transação

enterrado; distribuição entre os herdeirosde seu patrimônio; o pagamento de suasdívidas se houver; enfim, o cumprimentototal de tudo aquilo que rezar o testamento(CPC, arts. 1.135 a 1.141).Nota: O testador pode nomear um ou maistestamenteiros juntos ou separados, paraque estes façam cumprir as disposições desua última vontade.

Testamento – S.m. De conformidade como CC, “considera-se testamento o ato revo-gável pelo qual alguém, de conformidade coma lei, dispõe, no todo ou em parte, de seupatrimônio, para depois de sua morte”. Se-gundo Clóvis Beviláqua, “é o ato persona-líssimo, unilateral, gratuito, solene e revogá-vel pelo qual alguém, segundo a prescriçãoda lei, dispõe, total ou parcialmente, de seupatrimônio para depois de sua morte; ounomeia tutores para seus filhos menores, oureconhece filhos naturais, ou faz outras de-clarações de última vontade” (CC, arts.1.626 a 1769; CPC, arts. 1.125 a 1.141).

Testamento público – Aquele que, a últi-ma vontade da pessoa é feita perante o ta-belião ou o cônsul e cinco testemunhas,cujos assentamentos serão lavrados por umou outro, dentro dos requisitos legais, emlivro próprio de notas, devendo este con-ter as assinaturas do testador, tabelião oucônsul e das testemunhas.

Testemunha – S.f. Pessoa “que assegura averdade do ato ou fato que se quer provar”,no conceito de Clóvis Beviláqua (CC, arts.136, IV e 142 a 144; CPC, arts. 405 e 406;CPP, arts. 202 a 225).

Testemunha instrumentária – Aquelaque, convocada judicialmente ou não, assis-te aos atos escritos, quer sejam eles públi-cos ou particulares formulados num instru-mento cuja validade depende da sua presen-ça e respectiva asssinatura para confirmar egarantir a veracidade ou autenticidade do fato.

Tipicidade – S.f. Relação mútua entre aconduta do indivíduo com o que foi descri-to como fato criminoso, ou seja, no tipo.

Tipo – (Gr. typos = cunho, molde, sinal.)S.m. “É a descrição legal do comportamen-to proibido, ou seja, a fórmula ou modelousado pelo legislador para definir a condu-ta, penalmente punível” (DALMATO,Celso. Código penal comentado. Rio deJaneiro: Renovar, p. 33).Comentário: O tipo nada mais é, como jásabemos, que a descrição minuciosa do fatocriminoso. É nada mais que uma simplesforma, cuja serventia é a avaliação da con-duta, para saber se ela está incriminada ounão. Se a avaliação não se ajustar ao tipo,não é crime.

Toga – S.f. Manto de lã, amplo e compri-do, usado pelos antigos romanos; hoje, ves-tuário de magistrado; beca; fig. a magistra-tura.

Togado – Adj. Que usa toga; que pertence àmagistratura judiciária.

Tombamento – S.m. Confirmação proces-sada pelo poder público quanto ao valorhistórico, artístico, paisagístico, turístico,cultural ou científico de coisas, locais, pré-dios, monumentos, trechos de cidades, oumesmo cidades inteiras, assegurando ins-crição em livro próprio a sua preservação ememória histórica.

Tortura – S.f. Ato ou efeito de torturar; cri-me hediondo; suplício que se faz a alguém.

Tráfico de mulheres – Ato de traficar, pro-mover ou facilitar a entrada em territórionacional de mulher que nele venha exercer aprostituição ou de mulher que vá exercê-lano estrangeiro (CP, art. 231 e §§ 1.o e 2.o).

Transação – S.f. Ação jurídica pela qual aspartes, mediante concessões mútuas, fazemum acordo expresso, prevenindo a lide oucolocando fim nela. Segundo ClóvisBeviláqua, “é um ato jurídico pelo qual aspartes, fazendo-se concessões recíprocas,extinguem obrigações litigiosas ou duvido-sas” (CPC, art. 26, § 2.o, 53, 269, III, 447 a449, 485,VIII, 584, III, 741, 794 e 1.094).

241 Transcrição – Tribunal Federal de Recursos

Transcrição – S.f. Segundo Carneiro Leão,“é um dos modos de aquisição da proprieda-de imóvel, consistindo no registro, por extra-to, do título de transferência, contendo deter-minadas indicações, cláusulas e requisitos”.

Tréplica – S.f. Fase suplementar da defesaoral, perante o tribunal do júri, em que odefensor, durante uma hora, responde, comprovas fundamentadas, à réplica do acusa-dor. Contestação feita por escrito pelocontraditor, àquilo que o interessado aludiuou em sua objeção ao impedimento ou aorecurso, quando da solicitação de patente oude registro de marca (CPP, arts. 473 e 474).Observação: No processo antigo, era a li-cença que o réu tinha de apresentar uma ex-plicação ao júri, que, se comprovada a suaveracidade, eliminava a acusação comple-mentar, uma vez acabada a defesa. Era parteintegrante da contrariedade, do mesmo modoque a réplica hoje se faz parte da incrimi-nação, conforme nos ensina Ramalho.

Tribunais regionais federais – Estabe-lecidos pela Constituição de 1988, com-põem o segundo grau da justiça federal, ten-do concentrado a maior parte da atribuiçãodo antigo Tribunal Federal de Recursos.

Tribunal 1 – S.m. Órgão do Poder Judiciá-rio, formado por conjunto variável de ma-gistrados de instância superior, que exer-cem suas funções agrupados em câmarasou turmas, consoante a determinação da leique regulamenta a Organização Judiciáriaou seu próprio regimento interno, sendosua função o julgamento, cumulativamen-te, causas originárias e recursos de deci-sões de instância inferior. Quando os seusmembros se reúnem na sua totalidade, dá-se o nome de tribunal pleno (CF, arts. 5.o,XXXVII, 30, § 4.o, 92 a 126, 235, IV).

Tribunal 2 – (Lat. tribunale.) S.m. SegundoAurélio Buarque de Holanda (Novo dicio-nário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999), podeser: Cadeira de juiz ou magistrado; jurisdi-ção dum magistrado, ou de um corpo de

magistrados que julgam em conjunto; casaonde se discutem e julgam as querelas judi-ciais; lugar onde se é julgado; entidade moralcapaz de formar juízo e considerar-se juiz.

Tribunal de Alçada do Estado – Órgãodo serviço público estatal, cuja competên-cia é limitada ao valor das causas e a outrasrelações.

Tribunal de Contas – Órgão independentedos três Poderes constitucionais, de nature-za administrativo-contábil, incumbido de fis-calizar a execução do orçamento. Não temfunção jurisdicional, apenas emite parecerque pode ser reformado pelo Judiciário.Comentário: A CF prevê um Tribunal deConstas da União, com sede no DistritoFederal, integrado por nove ministros e comquadro próprio de pessoal e jurisdição emtodo o território nacional. Os seus minis-tros são nomeados dentre os brasileiros commais de 35 anos e menos de 65, com ido-neidade moral e reputação ilibada, com no-tórios conhecimentos jurídicos, contábeis,econômicos, financeiros e administrativosda área pública. Deverá ter também mais dedez anos de função ou de efetiva atividadeprofissional que exija os conhecimentosacima citados. Eles serão escolhidos peloPresidente da República, com aprovaçãodo Senado Federal.

Tribunal de Júri – Tribunal popular, aoqual compete o julgamento e a decisão so-bre a existência ou não de crimes dolososcontra vida. Dirigido por um juiz togado eformado por 21 juízes de fato (leigos) oujurados, dos quais sete são escolhidos paracompor o Conselho de Sentença. Cabe aojuiz que preside o tribunal, a aplicação ougraduação da pena (CF, art. 5.o, XXXVIII;CP, arts. 121 a 127; CPP, arts. 406, 433).

Tribunal Federal de Recursos – Era órgãodo Poder Judiciário, composto de 13 minis-tros. Sua sede era na capital federal, comcompetência para o julgamento, originaria-mente ou em grau de recurso, de determina-das causas em que a União tivesse interesse,

242Tribunal Federal de Recursos – Tutor

direta ou indiretamente, como autora ou ré,ou como assistente ou oponente, e das deci-sões de juízes federais. Sua constituição eatribuições estavam fixadas nos arts. 121 e122 da CF de 1967, Emenda n. 1/69.Observação: Este tribunal foi extinto pelaCF de 1988. Sua competência foi absorvi-da pelo STJ.

Tutela – S.f. Encargo legal ou judicial atri-buído a uma pessoa para administrar osbens de menor de idade e orientar sua con-duta (CC, arts. 407, 409 e 410).

Tutela dativa – A que é conferida peloconselho de família, na falta de tutor testa-mentário e legítimo.

Tutelado – Adj. e S.m. Que ou aquele queestá sob tutela; protegido.

Tutelar – (Lat. tutelare.) V.t.d. e Adj. 2.g.Proteger como tutor: que defende, protegeou gerencia.

Tutor – S.m. Aquele a quem é confiado oexercício da tutela, por disposição da lei,nomeação em testamento, ou determinaçãojudicial.

Ultimação – S.f. Ato ou conseqüência deacabar em definitivo, isto é, colocar um fimnuma ação jurídica ou processo, tornando-o perfeito e acabado.

Ultimado – Adj. Acabado, concluído.

Última instância – A que julga por últi-mo: TJ, em relação à justiça estadual; STJ,para a justiça federal; STM, justiça militar;e o STF em relação à justiça nacional.

Ultimar – V.t.d. Acabar, concluir; tornarperfeito e acabado

Ultimato – Ação pela qual uma Nação sedirige a outra, com a finalidade de solicitarexplicações, garantias ou esclarecimentocom referência a determinada ocorrência,controvérsia ou mesmo litígio ou conflitoexistente entre ambas, estabelecendo os ter-mos segundo os quais quer que a questãoseja imediatamente resolvida. Caso adver-so, as relações diplomáticas serão rompi-das e postas em prática medidas coerciti-vas violentas.

Ultraje público ao pudor – É, segundo oconceito de Manzini, toda afronta ou ofen-sa pública das “regras de pudicícia, que seimpõem a todos como preceitos consuetu-dinários de moralidade mínima, regras queo direito penal acolhe e sanciona”.

Unificação de penas – Ação pela qual ojuiz, ao julgar dois ou mais delitos nãodolosos de igual natureza, e conseqüentede uma mesma atuação ou infração, impõem

ao agente: pena correspondente a um de-les, se a infração for idêntica; ou a maisgrave, se for de natureza diversa, podendoser aumentada em qualquer caso, de umsexto até a metade.Observação: O art. 75 do CP, fala o seguin-te: “O tempo de cumprimento das penasprivativas de liberdade não pode ser supe-rior a 30 (trinta) anos. § 1.o Quando o agen-te for condenado a penas privativas de li-berdade cuja soma seja superior a 30 anos,devem elas ser unificadas para atender olimite máximo deste artigo. § 2.o Sobrevin-do a condenação por fato posterior ao iní-cio do cumprimento da pena, far-se-á novaunificação, desprezando-se, para esse fim,o período de pena já cumprido.”

Uniformização da jurisprudência – Epi-sódio peculiar da Justiça quando houverdúvida sobre a interpretação do direito outese jurídica, verificado haver divergência aseu respeito ou quando da apreciação recor-rida, e existir divergência quanto à interpre-tação dada por outra turma, câmara, grupode câmaras ou câmaras cíveis reunidas. Quan-do isto acontecer o juiz deverá solicitar pro-nunciamento prévio do Tribunal, através derecurso ou petição avulsa. Levantado o acon-tecimento, e aceita a exposição sobre a di-vergência, o presidente do tribunal depoisde registrada a solicitação em livro próprio eespecífico, designará a sessão para a respec-tiva decisão da divergência, que deverá serfeita através do voto da maioria absoluta do

244Uniformização da jurisprudência – Uxório

plenário, da qual, se fará uma súmula da di-vergência, e logo após a votação plena ofere-cer a interpretação que deverá ser ser obser-vada (CPC, arts. 476 a 479).

Unívoco – Adj. Que somente poderá serinterpretado sobre um único aspecto, como,p. ex., a lei, cujo sentido é unívoco.

Uso – S.m. Segundo Clóvis Beviláqua: “É autilidade direta e material da coisa.” Aindasegundo Clóvis, “é o direito real temporá-rio que autoriza extrair da coisa alheia asutilidades exigidas pelas necessidades dousuário e de sua família”.

Usucapião – S.m. Modo de conseguir bemimóvel ou móvel, através da posse pacífi-ca, por apenas certo tempo. No conceitode Clóvis Beviláqua, “é a aquisição do do-mínio pela posse prolongada”.Comentário: Segundo os arts. 618 e 619 doCC, consegue a supremacia da coisa móvelaquele que a possuir como seu, durante trêsanos, sem interrupção. Entretanto, não pro-duz usucapião a posse que não possuirdocumentação, provando estar o seu titu-lar, agindo, assim, de má-fé. Mas, se a pos-se se estender por cinco anos ou mais, e ofor provado judicialmente, origina usuca-pião sem haver necessidade título ou deboa-fé. E segundo o arts. 550 a 553 do CC,aquele que possuir um imóvel por mais de20 anos ininterruptos e sem objeção é con-

siderado seu proprietário, tendo livre do-mínio sobre ele.

Usufruto – S.m. Segundo Clóvis Beviláqua,“é o direito real conferido a alguma pessoa,durante certo tempo, que a autoriza a reti-rar, de coisa alheia, frutos e utilidades queela produz”. É um desdobramento do do-mínio, podendo este incidir em um ou maisbens, móveis ou imóveis, no total ou partedo patrimônio, abrangendo o seu conjuntoou uma parte deste, podendo o usufrutoser instituído por ato entre vivos, por últi-ma vontade ou por disposição legal (CPC,arts. 647, III, 716 a 729, 1.112, VI; CC,arts. 674, III, 713 a 741).

Usura – S.f. Exploração ilícita em proveitopróprio, consistente na cobrança de juros,comissões ou descontos sobre empréstimomonetário, impondo taxas acima das que alei estabelece (Lei n. 1.521).

Usurpação – S.f. Ato de apossar-se vio-lentamente de alguma coisa pertencente aalguém ou de exercer uma função, sem legi-timidade.

Utente – S.m. e adj. 2g. Que ou aquele quetem o direito de usar. O mesmo que usuário.

Uxoricídio – S.m. Assassínio da esposa,concretizado pelo seu consorte.

Uxório – Adj. Concernente à consorte.

Vacância – S.f. Período em que se deixa deestar ocupado ou completado alguma in-cumbência, ocupação ou dignidade. Tempodurante o qual uma circunscrição ou termo,um encargo, ocupação ou profissão perma-nente não estão preenchidos; circunstânciade uma determinada coisa estar desocupa-da ou desabitada.

Vadiagem – S.f. Infração penal, configu-rando-se no estado do indivíduo, que sen-do apto para o trabalho, entregar-se habi-tualmente à ociosidade, deixando de procu-rar trabalho para a sua própria manuten-ção, conseguindo sobreviver recorrendo aexpedientes ilícitos (LCP, art. 159; Dec.-lein. 3.688/41, art. 59).

Valor da causa – Estimativa em dinheiro,que o autor pede ao réu. Segundo Pontes deMiranda, “é o que se lhe atribui em termosde moeda corrente. Serve para a determina-ção da competência objetiva dos juízes edo do rito do processo. Daí ter de ser esti-mada desde o início da demanda” (CPC,arts. 258 a 261).

Vara – S.f. Símbolo da disciplina e do po-der de castigar, aplicar penalidades; repar-tição judiciária e penal; jurisdição; cargo dejuiz.

Verba – S.f. Cada uma das cláusulas ou dosartigos, condições ou disposições mencio-nadas em um documento escritura; comen-tário, esclarecimento, ponderação; qualquerparcela ou importância em moeda corrente;

depósito em dinheiro, para atender deter-minada finalidade.

Verdade – S.f. Caráter daquilo que é verda-deiro. Kant diz: “É no acordo com as leis doentendimento que consiste o formal da ver-dade.” Voltaire: “Humanamente falando,definamos a verdade: aquilo que se enunciatal qual é.” Para Aristóteles, “é aquilo queé”. E para Santo Tomás de Aquino, doutorda Igreja Católica Romana, “perfeita ade-quação da inteligência à coisa”. Para con-cluir, é a conformidade perfeita da consciên-cia e do pensamento com a vontade declara-da, ou da idéia com o seu objeto. Qualidadedo que se apresenta aos nossos sentidoscomo existente, de maneira inequívoca.Comentário: Reputa-se litigante de má-féaquele que alterar intencionalmente as ver-dades dos fatos. A ausência da verdade é oerro (CPC, arts. 14, I e 17, II).

Veredicto – S.m. Resolução do Conselhode Sentença do Tribunal do Júri, sobre aculpa ou não do acusado; conclusão de qual-quer outro tribunal, acerca do processo, oucaso submetido a julgamento (CF, art. 5.o,XXXVIII).

Veto – S.m. Negação do poder executivoem sancionar determinado projeto de leiaprovado pelo Legislativo. Somente o che-fe do executivo tem o poder de vetar totalou parcialmente os projetos de lei, entretan-to, o veto pode ser derrubado no legisla-tivo pela maioria absoluta dos seus mem-bros (CF, arts. 66 e 84, V).

246Veto judicial – Vogal

Veto judicial – Ato pelo qual o Poder Ju-diciário, por um de seus órgãos legítimos,se nega a considerar ou cumprir uma leiordinária que vá de encontro com a deter-minação da Lei Máxima, a Constituição.

Vias de fato – Contravenção penal queconsiste no emprego da força física contraa pessoa, sem, no entanto, ocasionar-lhecontusão corpóreo (LPC, art. 21; Dec.-lein. 3.688/41, art. 21).

Vício – S.m. Qualquer falha que corrompe oato jurídico, tornando-o nulo ou anulável.Pode ser: sanável, quando, não afetando avalidade do ato, pode ser modificado porato posterior; insanável, quando, por afetara legalidade do ato, torna o mesmo nulo, nãopodendo ser modificado por nenhum ato.

Vícios redibitórios – “São os defeitos,ocultos, desconhecidos do comprador, quetornam a coisa imprópria ao uso a que édestinada, ou lhe diminuem de tal sorte ovalor que o comprador, se os tivesse co-nhecido, não compraria a coisa, ou dariapor ela menor valor” (LIMA, Otto de Sou-za. Teoria dos vícios redibitórios. São Pau-lo: Francisco Alves, 1965). Clóvis Bevilá-qua conceitua da seguinte maneira: “Os de-feitos ocultos que tornam a coisa impró-pria para o uso a que é destinada, ou que afazem de tal modo frustrânea que o contra-to se não teria realizado, se fossem conhe-cidos” (CC, art. 1.101 a 1.103).

Vida pregressa – Relatório policial sobrea personalidade do acusado para que o juiztenha conhecimento de quem é o réu.

Vilipêndio a cadáver – Crime consistentena irreverência a corpo do ser humano semvida ou suas cinzas; menosprezo e aviltaçãode um cadáver (CP, art. 212).Comentário: Nélson Hungria diz: “Vilipên-dio é o ultraje, o ludíbrio aviltante, o des-dém injurioso. É o ato de aviltar, de ultra-jar. Tanto pode consistir em atos, como empalavras e escritos. Constituirão vilipên-dio, entre outros fatos, os seguintes: tirar

as vestes do cadáver, escarrar sobre ele,cortar algum membro com o fim de escár-nio, atos de necrofilia (caso que é muito deduvidar da integridade mental do agente),derramar líquidos imundos sobre as cinzas,ou dispersá-la acintosamente.”

Vinculação – “É a ligação que sujeite outorne dependente um funcionário ou grupode funcionários às regras jurídicas, que di-gam respeito a outro funcionário ou grupode funcionários” (FELIPPE, Donaldo J.Dicionário jurídico de bolso. 9. ed. Cam-pinas: Conan, p. 261).

Violação de correspondência – Contra-venção que consiste em apoderar-se de cor-respondência alheia ou na propagação dacomunicação nela contida (CP, arts. 151 e152; Lei n. 6.538/78: arts. 36 a 49).

Violação de domicílio – Delito consis-tente no ato de penetrar ou ficar em domi-cílio estranho ao seu ou nas suas depen-dências, clandestina ou astuciosamente,contra a vontade expressa de seu proprie-tário ou no silêncio, devido ao medo.

Violência – S.f. Segundo Rui Barbosa, “éo uso da força material ou oficial, debaixode qualquer das duas formas, em graueficiente, para evitar, contrariar ou domi-nar o exercício de um direito”.

Violência arbitrária – Violência pratica-da por funcionário público, no exercício desua função ou a pretexto de exercê-la (CP,art. 322).Comentário: A violência não precisa ne-cessariamente ser física; pode ser moral,produzindo humilhação a outrem ou esta é,pelo funcionário, injuriada.

Vista dos autos – Recebimento, pelo ad-vogado, dos autos de um processo em quelhe cabe falar ou tomar ciência do que elecontém. Os autos têm de ser vistos no pró-prio tribunal.

Vogal – S.m. Membro de uma assembléiapolítica ou deliberativa, câmara, conselho

247

ou tribunal, que nos julgados não exerce asfunções de relator ou de revisor.

Volição – S.f. Ato através do qual é deter-minada a vontade

Vontade – S.f. Forma reflexiva e plenamen-te consciente da atividade: implica repre-sentação do fim e deliberação.No conceito jurídico, é a faculdade de querer,ou seja, um componente consciente encami-nhado para uma determinada finalidade.

Voto – S.m. Maneira legal de ser manifesta-da uma vontade, quer num julgamento ounuma deliberação coletiva (CF, art. 14).

Voto de minerva – Voto para desempatar,quando há empate numa votação. Geral-mente é ele, a favor do réu, nos tribunaiscolegiados, compostos de número ímpar dejuízes.

Voz de prisão – Ordem verbal dada porautoridade ou por qualquer pessoa do povo,no caso de flagrante delito, para determinara prisão de alguém.

Vulneração da lei – Ato de violar a lei.Quando contida numa decisão judicial,enseja o recurso extraordinário ou a açãorescisória.

Vogal – Vulneração da lei

BROCARDOS LATINOS

(e outros termos jurídicos e forenses)

Regras gerais sobre a língua latina, referentes a: alfabeto, ortoépia e prosódia

1) AlfabetoOs caracteres de nosso alfabeto são herdados do latim, sendo que apenas é necessá-rio observarmos que no chamado classicismo, ou melhor, na época clássica, a letra Ie o V tinham funções diferenciadas quanto a sua vocalização e a sua consonância.Assim sendo, a letra I era equivalente a J antes de uma vogal e o V era equivalente aletra U. Entretanto, passaram a significar os seus próprios caracteres no Renascimento.

2) OrtoépiaExistem duas pronuncias da língua latina consideradas corretas:

a) a denominada reconstituída, que teve início com Erasmo de Rotterdam (1469-1536), ao publicar, em 1528, De recta latini graecique pronuntiatione (Da corretapronuncia do latim e do grego).

b) a denominada tradicional, que é a pronúncia italiana, ou melhor falando, a romana,pois é a pronúncia adotada pelo Estado do Vaticano, sede da Igreja Católica Apos-tólica Romana, sucessora do grande Império Romano, que adotou o latim na partelitúrgica (século III) e como sua língua oficial (século IV) dentro do Estado doVaticano.

3) Prosódia1) Não existem, em latim, vocábulos oxítonos.

2) Os vocábulos trissílabos ou polissílabos são: paróxitonas ou proparoxítonas.

Observação: Para cada verbete, daremos a respectiva pronúncia, isto é, a tradicional.

Nota: O termo utilizado acima, brocardos, é originário de Bucardo, bispo Worms,autor do Decretum buchardi. Hoje significa: a) máxima, consignada em poucas pala-vras; b) aforismo jurídico extraído da jurisprudência e dos escritos dos intérpretes.

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Ab actis – (Lê-se: abáquitis.) Essa locuçãoadverbial significa o serventuário, quandoacampanhada de uma complementação,como, p. ex., curatur ou minister. Então,passa a significar, o serventuário, que tema seus cuidados os registros públicos.

Abactor – (Lê-se: abáquitor.) Ladrão degado.Nota: É a mesma coisa que abígeo.

Ab aeterno – (Lê-se: abetérno.) Desde(toda) a eternidade.

Aberratio criminis delicti – (Lê-se:aberrácio críminis delíquiti.) Desvio do de-lito. Erro do criminoso quanto à pessoa davítima do delito. Esta expressão é idênticaà error in persona (CP, art. 74).

Aberratio ictus – (Lê-se: aberrácio íqui-tus.) Desvio do golpe ou erro na execuçãodo delito (colimado), que leva o criminosoa atingir pessoa diversa da que pretendiaofender.Observação: Por analogia, é o erro sobre apessoa; quando o sujeito atinge, no crime,uma outra pessoa que ela não pretendiaatingir.V. aberratio criminis delicti.

Aberratio personale – (Lê-se: aberráciopersonále.) Erro de pessoa.

Aberratio rei – (Lê-se: aberrácio rei.) Erroda coisa.

A beneplacito – (Lê-se: a beneplácito.) Emconsonância, em harmonia, em concórdiacom.

Ab hoc et ab hac – (Lê-se: abóc et abác.) Arespeito deste\a respeito desta ou a respei-to deste e destas.Observação: Significa, também: desordena-damente, a torto e a direita; a olho; de qual-quer maneira; sem método; aleatoriamente.

Ab im is (fundamentis) – (Lê-se: abímis-fundaméntis.) Desde as profundezas oudesde os mais entranhados alicerces; desdeos seus fundamentos, desde a base, desde ocomeço.

Ab initio – (Lê-se: abinício.) Desde o iní-cio, desde o princípio, desde a sua origem,desde o começo. A anulação de um proces-so ab inicio.Nota: Pode ser também usado in limine (lê-se: in límine), sendo que o efeito jurídico éo mesmo e significa: limiarmente.

Ab initio validi, post invalidi – (Lê-se:ab início válidi, póst inválidi.) A princípioválidos, depois inválidos.

Ab integro – (Lê-se: abíntegro.) Literalmen-te: A (seu) estado primitivo, isto é: integral-mente ou, ainda, como era antes; por com-pleto, por inteiro, completamente, intei-ramente.

Ab intestato – (Lê-se: abintestáto.) Semdeixar testamento. Diz-se, também, à su-cessão em que não há testamento e ao her-deiro que nela exerce seus direitos.

Ab irato – (Lê-se: abiráto.) Em estado decólera, de ira, de ódio.

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Comentário: Segundo o direito civil brasi-leiro, o ato praticado ab irato pode ser anu-lado se nele verificar vício da vontade (ex.testamento ab irato).

Ab origine – (Lê-se: aborígine.) Desde aorigem; originariamente.

Ab ovo – (Lê:se: abôvo.) Literalmente, des-de o ovo, mas, emprega-se como: desde ostempos mais remotos.

Ab reo dicere – (Lê-se: ab réo dítchere.)Falar alguma coisa ou mesmo manifestar-se em defesa, favor ou razão do réu.

Absens heres non est – (Lê-se: ábsenséres nonnést.) O ausente não será herdeiro.

Absente reo – (Lê-se: absénte réu.) Na au-sência do réu (quando do julgamento) ou nafalta do réu ou do comparecimento de réu.

Absolutio criminis – (Lê-se: absolú-cio críminis.) Desistência do propósitocriminoso.

Absolvere debet judex potius in dubio,quam condennare – (Lê-se: abvsólvere dé-bet iúdex pócius in dúbiu, quâm condená-re.) Em caso de dúvida, o juiz deve absol-ver a vítima e não condená-la, optando pelaabsolvição e não pela condenação.Observação: Pode-se falar tão somente nadúvida, pró réu (in dúbio pro reo), quetem o mesmo sentido.

Ab urb e condita – (Lê-se: ab úrbe côndita.)Desde a fundação da cidade. A forma abre-viada a.U.c. é muito usada.

Abusus non tollit usum – (Lê-se: abúsusnon tóliti úsum.) Literalmente: o abuso nãoimpede o uso.Máxima em direito: O abuso que se podefazer de uma coisa não é motivo para quese impeça ou renuncie a seu uso.

Ab utroque parte dolus compensandus– (Lê-se: áb utróque párte dólus compen-sándus.) Compensa-se o dolo comum aambas as partes.

A capite calcem – (Lê-se: a cápite ad cál-cem.) No sentido literal: da cabeça ao cal-canhar; integralmente; de ponta a ponta.

Accedat cedat principali – (Lê-se: atché-dat tchédat printchipáli.) O assessório so-bordina-se à coisa principal (CC, art. 59).

Accessio possessionis – (Lê-se: atchécioposseciônis.) Acréscimo da posse.

Accessio temporis – (Lê-se: atchéciotémporis.) O acréscimo do tempo.

Accessorium curruit sublato principale– (Lê-se: atchessórium cúrruit subláto prin-cipale.) O acessório se destrói tirando oprincipal (CC, art. 58). V. dic. em portuguêso verbete principal.

Accessorium sequitur principale – (Lê-se: atchessórium séquitur principále.) Oacessório segue o pirncipal, isto é, está su-bordinado à coisa principal (CC, art. 59).

Accessorium sui principalis naturam se-quitur – (Lê-se: atchessórium súi printchi-páli natúram séquitur.) O acessório segue anatureza de seu principal (CC, art. 59).

Accidentália negotii – (Lê-se: atchi-dentália negócii.) As coisas acidentais donegócio.Comentário: Segundo Pontes de Miranda(Tratado de direito privado, parágrafo 258,n. 2), “accidentalia negotii são a parte (=ele-mentos) volitiva [ou seja respeitante à vo-lição ou à vontade] do suporte factício [ar-tificial, convencional] que não está previs-ta na regra jurídica e, pois, poderia ou nãoser manifestada. Todos os accidentalianegotii são franjas (floreado, pretencioso)ao tipo legal; põe-lhe algo ao lado, ou emcontinuação ou em lugar de regras jurídicasdispositivas. O que aos accidentalia negotiivedado é irem contra regras jurídicascogentes [ou seja, racionalmente necessá-rias] impositivas ou proibitivas”.Nota: As frases entre colchetes explicativassão nossas.

Ab irato – Accidentália negotii

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A contrario sensu – (Lê-se: a contrá-rio sénsu.) Contrariamente; em sentidocontrário.

Acquisitio dominii per possessionemprolixam et justam vel acquisitio perusum – (Lê-se: aquisício dóminii per pos-sessiônem prolícsam et ius iústam velaquisício.) Aquisição de domínio por pos-se prolongada e justa ou aquisição por uso.V. usucapião.

Acta simulata substantiam veritatis mu-tare non possunt – (Lê-se: áquita simulátasubistância veritátis mutáre non póssunt.)Os atos simulados não podem mudar a subs-tância da verdade.

Actio (actione) – (Lê-se: áquicio –aquiciône.) De áquitus, a, um, o qual porsua vez origina de actum, do verbo agere,que significa movimentação; ação nolinguajar jurídico significa: acionar ou in-terceder por alguém, especialmente emjuízo.Comentário: Este verbete pode ter váriossentidos, vejamos: 1) Sentido formal: é oprocesso previsto em lei para obter um di-reito que lhe é devido, sendo este solicita-do à autoridade jurisdicional, ou a sua rein-tegração ou mesmo o reconhecimento des-se direito violado ou ameaçado (actio nihilaliud est quam jus persequendi in judicioquod sibi debetur, ou seja: a ação não éoutra coisa senão o direito de reinvidicaçãoem juizo, daquilo que lhe é devido). 2) Sen-tido objetivo: é a mesma coisa de instância,damanda ou causa. 3) Sentido subjetivo:este sentido é dependente dos dois primei-ros, sendo é o direito que a pessoa tem deagir, de acionar a justiça. É o facultas ou opotestas agendi, isto é, a faculdade ou opoder de agir.

Actio ad exhibendum – (Lê-se: áquicio adequisibéndum.) Ação para fins de exibição.

Actio ad libertatem relata – (Lê-se: áqui-cio libertátem reláta.) Ação relacionada

com a liberdade; ação delituosa relacionadaà liberdade.Observação: V. áctio libera in causa.

Actio aestimatoria – (Lê-se: áquicioestimatória.) É a ação para que se avaliealgum coisa.

Actio aestimatoria/quanti minoris – (Lê-se: áquicio estimatória qüânti minóris.) Li-teralmente, é a ação para avaliar um menorpreço.

Actio aquae pluviae arcendae – (Lê-se:áquicio áque plúvie artchende.) Ação de ti-rada de água da chuva.

Actio autem nihil aliud est quam juspersequendi in judicio quod sibi debetur– (Lê-se: áquicio áutem níil áliud ést quamius persequêndi In iudício quod síbi debé-tur.) A ação nada mais é do que o direito deperseguir em juízo o que lhe é devido.

Actio calumniae – (Lê-se: áquicio calú-nie.) Ação de calúnia.

Actio commodati – (Lê-se: áquicio como-dáti.) Ação de comodato.

Actio communi dividundo – (Lê-se: áqui-cio comúni dividúndo.) Ação de divisão dascoisas comuns.

Actio conditio ex mutuo – (Lê-se: áquiciocondício ex mútuo.) Ação de pagamento deempréstimo.

Actio conducti – (Lê-se: áquicio condú-quiti.) Ação de arrendamento.

Actio confessoria – (Lê-se: áquicio con-fessória.) Ação confessória relativa ao re-conhecimento em juízo, pecificamentre daservidão, isto é, de uma servidão predial oude um usufruto. V. vindicatio servitutis.

Actio contraria seu negatoria – (Lê-se:áquicio contrária seu negatória.) Ação con-trária ou negatória.

A Contrario sensu – Actio contraria seu negatoria

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Actio damni injuria dati – (Lê-se: áquiciodámini injúria dáti.) Ação de dano causadoinjustamente.

Actio damni injurie – (Lê-se: ácio dáminiiniúrie.) Ação de dano por injúria.

Actio de damno infecto – (Lê-se: áquiciode dámino inféquito.) Ação de dano poten-cial, ou seja, ação em razão de dano aindanão consumado, não-feito/inacabado, masna iminência de sê-lo.

Actio de dote – (Lê-se: áquicio de dót.)Ação de dote.

Actio de edendo – (Lê-se: áquicio de edén-do.) Literalmente: ação de edição. É a açãocom a finalidade da apresentação de umdocumento em juízo.

Actio de eo quod certo loco dare oportet– (Lê-se: áquicio de éo quód tchérto lócodáre opórtet.) Ação do que é preciso serdado em lugar certo.

Actio de in rem verso – (Lê-se: áquicio dein rem verso.) Ação regressiva. Traduzin-do livremente, é: como é conhecida a vesão.

Actio de partu agnoscendo – (Lê-se:áquicio de pártu anhostchêndo.) Ação dereconhecimento de parto.

Actio de pastu – (Lê-se: áquicio de pástu.)Ação de pastagem.

Actio de pauperie – (Lê-se: áquicio dêpaupérie.) Ação de pobreza.

Actio de peculio – (Lê-se: áquicio de pe-cúlio.) Ação de pecúlio.

Actio de pecunia constituta – (Lê-se:áquicio de pecúnia constitúta.) Ação de di-nheiro emprezado.

Actio depensi – (Lê-se: áquicio depénsi.)Ação de cobrança de despesas.

Actio depositi – (Lê-se: áquicio depósiti.)Ação de depósito.

Actio de positis et suspensis – (Lê-se:áquicio de pósitis et suspénsis.) Ação a

respeito das coisas colocadas ou suspensasperigosamente.

Actio doli – (Lê-se: áquicio dóli.) Ação dedolo.

Actio effusis et dejectis – (Lê-se: áquicioefúzis et dejéquitis.) Ação a respeito detudo aquilo que é jogado (lançado) do altode um edifício diretamente na via pública,isto é, na rua.

Actio emphyteuticaria – (Lê-se: áquicioemfiteuticária.) Ação de enfiteuse.

Actio empti – (Lê-se: áquicio êmpiti.) Açãode coisa comprada; ação derivada de umacompra.

Actio estimatoria – (Lê-se: áquicio estima-tória.) Ação de pagamento subsidiário.

Actio et passio non datur in eodemsubjecto – (Lê-se: áquicio et pássio nomdátur in eódem subdgéquito.) A ação e pai-xão não se dão no mesmo sujeito (autor eréu).

Actio est remedium jus sum persequen-di in judicio – (Lê-se: áquicio ést remédiumiús súm preseqüêndi in iudítchio.) Ação éo remédio legítimo para perseguir em juízoseu direito.

Actio est remedium jus suum perse-quendi in judicio jura quae tum in re-tum ad rem cuique competunt – (Lê-se:áquicio ést remédium ius suum presequêndiin iudício iúra qüe tum in rétum ad rémquíque cômpetunt.) Ação é o remédio legí-timo para perseguir em juízo os direitosque competem a cada um, tanto reais comopessoais.

Actio ex contractu – (Lê-se: áquicio équisiscontráquitu.) Ação derivada de contrato.

Actio ex stipulato – (Lê-se: áquicio equisistipuláto.) Ação provinda de estipulação.Nota: V. estipulação na língua portuguêsa.

Actio familiae erciscundae – (Lê-se:áquio erctchiscunde.) É a ação de partilhade herança.

ACtio damni injuria dati – Actio familiae erciscundae

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Actio finum regundorum – (Lê-se: áquiciofínum regundórum.) Ação de demarcaçãodos limites.

Actio furti – (Lê-se: áquicio fúrti.) Açãode furto.

Áctio injuriarum (aestimatoria) – (Lê-se: áquicio Injuriárum – estimatória) É aação de avaliação das injúrias.

Actio in jus – (Lê-se: áquicio in iús.) Açãono direito.

Actio in personam – (Lê-se: áquicio inpersôna.) Ação pessoal ou direcionada àpessoa.

Actio in personam, infertur. petitio inrem – (Lê-se: áquicio in persóna, inférturpetício in rem.) A ação pessoal recai napessoa, a petição, na coisa.

Actio in rem – (Lê-se: áquicio in rem.)Ação real.

Actio in rem scripta – (Lê-se: áquicio inrem.) Ação ligada à coisa.

Actio judicati – (Lê-se: áquicio iudicáti.)Ação de coisa julgada; ação de sentençatrânsita em julgado.

Actio jurejurando – (Lê-se: áquicioiureiurândo.) Ação por juramento.

Actio legis aquiliae – (Lê-se: áquicio légisaquílie.) Ação aquiliana, ou seja, ação daLei Áquila.Observação: V. áctio damni injuria dati, cujosentido é o mesmo.

Actio libera in causa – (Lê-se: áquiciolíbera in causa.) Literalmente, é a ação (cri-minosa ) livre em sua causa. Ou seja, é oato criminoso voluntariamente assumidoem sua origem causal.Observação: V. actio ad libertatem relata.

Actio locati/ex locato – (Lê-se: áquiciolocáto/eksis locáto.) Ação de locação; açãoem decorrência de coisa dada em aluguel ouarrendamento.

Actio mandati – (Lê-se: áquicio mandáti.)Ação de mandato.

Actiones ex Contractu – (Lê-se: aquiciôniséquis contráquitu.) Ações que se originamdo contrato.

Actiones ex lege – (Lê-se: aquiciônis équislége.) Ações que se originam na lei.

Actiones naxales – (Lê-se: aquiciônisnaquisáles.) Ações sobre danos e perdas.

Actiones penales – (Lê-se: aquiciónespenáles.) Ações penais.

Actiones stricti juris – (Lê-se: aquiciônisistriquiti iuris.) Ações de direito estrito.

Actio negatoria (in rem) – (Lê-se: áquicionegatória – in rem.) É a ação negatória, ouseja, a ação relativa ao não reconhecimen-to, em juízo.

Actio non datur nisi constet de corporedelicti – (Lê-se: áquicio non dátur nísicónste de córpore delíquiti.) Não se dá aação se não constar de corpo de delito.

Actio ob sepulcrum violatum – (Lê-se:áquicio ob sepúlcrum violátum.) Ação porviolação de sepulcro.

Actio pegnoratitia – (Lê-se: áquio penho-raticia.) Ação de penhor.

Actio per judicis postulationem, seu perjudicis arbitriive postulationem – (Lê-se: áquicio per iúditis postulaciónem, seuper iúiditis arbitiíve postulaciónem.) Açãopor pedido de juiz ou por pedido de juiz ede ábitro.

Actio per pignoris capionem – (Lê-se:áquicio per pinhóris capiônem.) Ação porapreensão de penhor.

Actio per rerum amotarum – Ação porcoisas tiradas.

Actio quanti minoris – (Lê-se: áquicioquânti minóris.) Ação para que se diminuapreço.

ACtio finum regundorum – Actio quanti minoris

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Actio redhibitoria – (Lê-se: áquicioredibitória.) É ação redibitária, isto é, a açãode devolução; a ação que tende a fazer pro-nunciar a redibição, isto é, a anulação deuma venda, obtida pelo comprador, quan-do a coisa comprada apresenta vícios.

Actio rescisoria vel revocatoria ob frau-dem nom datur illis creditoribus qui detempore actus fraudulenti non suntcreditores – (Lê-se: áquicio retizória velrevocatória ob fráudem nom dátur ílliscreditóribus cüi de têmpore áquitos fradu-lênti non sunt creditóris.) Não se permite aação rescisória ou revocatória por fraudeàqueles que não são credores à época doato fraudulento.

Actio revocatoria (pauliana) – (Lê-se:áquicio revocatória.) É a ação para defen-der-se da fraude contra credores.Observação: 1) Revocatória, adjetivo doverbo revocare, tem dois sentidos: a) revo-gar; b) anular. 2) Esta ação tem o nome dePauliana, derivação de Paulus, que era onome do pretor a quem é atribuída a cria-ção desta ação revocatória.

Actio stricte sumpta est remedium jurissolemni modo persequendi in judicioquod sibi debetur – (Lê-se: áquicio istrí-quite súmpita est remédium iuris solêminimódo prezequéndi in iudítchío quód síbidebétur.) Ação estritamente tomada é o re-médio de direito para perseguir o direitodevido a cada um.

Actio utilis – (Lê-se:áquicio útilis.) Açãoútil.

Actio venditi/ex vendito – (Lê-se: áquiciovénditi/eks véndito.) Ação de venda ou açãoproveniente de uma venda, ou seja, de umacoisa vendida.

Actore non probante, reus absolvitur –(Lê-se: aquitóri non probánte, réus ab-solvítur.) Absolve-se o réu quando o autornão prova.

Actore non probante, reus etiam si nihilprobaverit, absolvitur – (Lê-se: aqitóri

nom probánte, réus éciam so nikil proba-vérit, absolvítur.) O réu deve ser absolvidose o autor não provar, embora nada tenhaprovado.

Actor et reus idem esse non possunt –(Lê-se: áquitor et réus ídem ésse non pós-sunt.) O autor e o réu não podem ser osmesmos.

Actori incumbit onus probandi – (Lê-se:aquitóri incúmbit ônus probánti.) Ao autorcabe o ônus da prova.

Actori onus probandi incumbit – (Lê-se:aqitóri ônus probândi incúmbit.) O ônusda prova cabe ao autor.

Actori potius credendum erit – (Lê-se:aquitóri pócius credêndum érit.) O juiz devedar maior crédito ao autor.

Actor non decitur qui prius ad initiumprovocat – (Lê-se: áquitor non détchiturqui príus ad inítchium provócat.) Chama-se autor o que primeiro provoca o juízo.

Actor probat actionem – (Lê-se: áquitorpróbat aquiciônem.) O autor deve provar aação juridicamente.

Actor rei forum sequitur – (Lê-se: áquitorrei fórum séquitur.) O autor deve seguir oforo do réu.

Actor sequitur forum rei – (Lê-se: áquiturséquitur fórum rei.) O autor deve acionar oréu em seu domicílio.

Actor venire debet instructior quam reus– (Lê-se: áquitor veníre débet instrúquiciorquâm réus.) O autor deve vir a juízo maispreparado que o réu.

Actus a principio nullus, nullum pro-duciti efectus – (Lê-se: áquitus a printxipionúlos, núlum Produtxíti eféctus.) Nenhumefeito produz o ato nulo desde o início.

Actus corrui omissa forma legis – (Lê-se: áquitus córrui omíssa fórma légis.) Sefoi omitida a forma legal, o ato é nulo; se oato não ocorre de acordo com a lei, é nulo.

ACtio redhibitoria – Actus corrui omissa forma legis

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Actus in dubio vallius interpretaredebet – (Lê-se: áquitus in dúbio váliusinterpretáre débet.) Em caso de dúvida, oato deve ser interpretado como valioso.

Actus ipso jure nullus, convalescere nonpotest – (Lê-se: áquitus ípso iúre núlos,convaléxtcere non pótest.) Não pode con-valescer o ato nulo de pleno direito.

Ad absurdo – (Lê-se: ad absúrdo.) Até oabsurdo. Fig.: raciocinado, argumentado,com o absurdo, ou partindo do argumentoabsurdo.

Ad adjuvandum (tantum) – (Lê-se: adadiuvaândum – tântum.) Somente para aju-dar ou para ajudar (somente).

Ad aeternum – (Lê-se: ad etérnum.) Até aeternidade, isto é, para sempre.

Ad arbitrium – (Lê-se: ad arbítrium.) Aoarbítrio de, arbitrariamente.

Ad argumentandum tantum – (Lê-se: adargumentândum tântum.) Só para argu-mentar.

Ad beneneplacitum – (Lê-se: ad beneplái-tum.) Ao beneplácito.

Ad causa pertinet – (Lê-se: ad cáusapertínet.) Pertinante à causa, relativo.

Ad cautelam – (Lê-se: ad cautélam.) Diz-se do ato que se pratica ou medida que setoma, por simples preucação.

Ad corpus – (Lê-se: ad córpus.) Pela cor-po; pelo todo, por inteiro; diz-se da vendade imóvel em que se ajusta o preço todo,sem se especificar a medida da área, emoposição à venda ad menuram.

Ad diem – (Lê-se: ad díem) Até o dia. Usa-se para designar o final do dia de um deter-minado prazo.

Ad essentia – (Lê-se: ad essência.) Para aessência. Condições ou formalidadesessenciais.

Ad evacuandum – (Lê-se: ad evacuândum.)Para desocupar.

Ad exemplum – (Lê-se: ad equiszêmplum.)Por exemplo.Nota: Pode também, se achar conveniente,usar, significando a mesma coisa: 1) Inexemplis (lê-se: inequiszêmplis). 2)Verbigratia (lê-se: vérbigrácia). 3) Ut upta (lê-se:utúpita).

Ad futurum – (Lê-se: ad futúrum.) Para ofuturo.

Ad hoc – (Lê-se: adóqui.) A isto; para isto;a propósito; é usado na expressão “argu-mento ad hominem” (V.). Para esta finali-dade específica, ou ainda para este mister.

Ad hominem – (Lê-se: adóminem.) Argu-mento contra. Argumento em réplica a pes-soa, ou seja, argumento contrário a de outrapessoa.

Ad huc sub judice lis est – (Lê-se: aducsúb iúditche lis ést.) O processo está aindasujeito ao juiz. Metade de um verso deHorácio (Arte poética, 78), referente à ques-tão controversa da origem do rítmo elegíaco(lamentoso, que chora muito). Esta expres-são é hoje empregada em juízo para signifi-car que a questão ainda se acha pendente.

Ad impossibile/impossibilia nemo tene-tur – (Lê-se: ad impossíbile/impossibílianêmo tenétur.) Ninguém é obrigado ao im-possível/às coisas impossíveis (relativa-mente ao impossível).

Ad infinitum – (Lê-se: ad infinítum.) Ao/até o infinito.

Ad instar – (Lê-se: ad ínstar.) À semelhan-ça; à maneira de; como; igualmente.

Ad judicia – (Lê-se: ad iudícia.) Loc. adj.que significa para o juízo. Autorização con-cedida aos advogados para que eles inves-tiguem em juízo os direitos que o mandantetem, sem necessidade de mencionar espe-cificamente os seus poderes, salvo quandodeterminados e especificados em lei.

ACtus in dubio vallius interpretare debet – Ad judicia

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Ad judicia (et extra judícia) – (Lê-se: adiudícia et équistra iudícia.) Para fins judi-ciais e extrajudiciais, ou seja, mandato parao foro em geral e extrajudicialmente.

Ad jura renunciata non datur regres-sus – (Lê-se: ad iúra renunciáta no dáturregréssus.) Não se dá regresso a direitosrenunciados.

Ad kalendas graecas – (Lê-se: ad kaléndasgrecas.) Para as calendas gregas, ou seja,para nunca.

Ad líbitum – (Lê-se: ad líbitum.) À vontade.

Ad litem – (Lê-se: adlítem.) Literalmente:(mandato) para a lide, a provimentos judi-ciais limitados a determinada ação; relativoa um processo (geralmente) litigioso.

Ad litteram – (Lê-se: adlíteram.) Literal-mente, de conformidade com o texto.

Ad mensuram – (Lê-se: admensúram.)Literalmente, em razão da medida. Diz-seda venda cujo preço é estipulado por uni-dade de peso ou de medida em oposição àvenda ad corpus (V.).

Ad necessitatem – (Lê-se: ad netchessitá-tem.) Por necessidade.

Ad negotia – (Lê-se: ad negócia.) Para finsde negócio. Diz-se do mandato outorgadopara fins de gerência ou administração denegócios.

Ad nutum – (Lê-se: ad nútum.) Ao sinalda cabeça, isto é, ao comando de. Diz-se doato que pode ser revogado pela vontade deuma só das partes; diz-se da disponibilida-de do funcionário público não estável, deli-berada a juízo exclusivo da autoridade ad-ministrativa competente.

Ad oculos – (Lê-se: ad óculus.) À vista.

Ad perpetuam rei memoriam – (Lê-se:ad perpétuam rêi memóriam.) Para perpé-tua memória da coisa, por extensão, do fato,da realidade etc. Diz-se da prova ou visto-ria judicialmente feita, para resguardo ou

conservação de um direito que se tencionademonstrar, oportunamente, nos autos daação própria.

Ad personam domini respictur – (Lê-se:ad persónam dómini resíquitur.) Diz res-peito à pessoa dona, do proprietário.

Ad popam et ostentationem – (Lê-se: adpópam et ostentaciónem.) Para pompa eostentação.

Ad praeteritum – (Lê-se: ad pretéritum.)Para o passado.Observação: Juridicamente, caracteriza queos efeitos do ato jurídico, especificamenteda lei, passam a valer desde um momentopassado.

Ad probandum tantum – (Lê-se: adprobándum tántum.) Somente para provar,isto é, ato que serve somente para a suaprova.

Ad probationem – (Lê-se: ad probaciô-nem.) Para fins de prova.

Ad quem – (Lê-se: ad quem.) É uma locu-ção adverbial que quer dizer para o qual,para quem. Diz-se de um juiz ou tribunalpara quem se recorre de despacho ousentença de juiz inferior. Pode-se, também,usar para dizer sobre o dia em que expira oprazo.

Ad referendum – (Lê-se: ad referêndum.)Sob a condição de referir a. a) Sob condiçãode consulta aos interessados e aprovaçãodeles; b) A fim de ser referendado (por); c)A fim de ser submetido à deliberação (deuma instância paralela ou superior).

Ad rem – (Lê-se: ad rém.) À coisa. É muitousado na expressão argumentum ad rem.Esse argumento deve ser relativo ao assun-to em foco por oposição a ad hominem;diz-se do direito ligado à coisa.

Ad rubricam – (Lê-se: ad rubrícam.) Ar-gumento equivalente ao título de lei.

AD judicia (et extra judícia) – Ad rubricam

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Ad solemnitatem – (Lê-se: ad solenitá-tem.) Literalmente, para fins de solenida-de, em razão da solenidade. Outrossim,pode ser: em razão da solenidade (do ato)ou, ainda, para atribuir solenidade ao ato.

Ad substanctiam – (Lê-se: ad substância.)Relativamente à substância; em razão dasubstância; para o fim de atribuir substân-cia a alguma coisa.

Ad tempus – (Lê-se: ad têmpus.) Por umtempo ou, ainda, momentaneamente, opor-tunamente.

Adulterium est ad alterum thorum veluterum acesso – (Lê-se: adultérium ést adaltérum tórum vél úterum atchésso.) Adul-tério é o acesso ao leito ou útero de outrem.

Adulterinus a matre – (Lê-se: adulterínusa matre.) Adulterino por parte de mãe.

Adulterinus a patre – (Lê-se: adulterínusa pátre.) Adulterino por parte de pai.

Ad ultimum – (Lê-se: ad últimum.) Final-mente, por fim.

Ad unguem – (Lê-se: adúngüêm.) Comtoda a perfeição.

Ad unum – (Lê-se: adúnum.) A uma, auma só coisa; unanimidade.

Ad usucapionem – (Lê-se: ad usucapiô-nem.) Com vista ao usucapião ou para finsde usucapir um determinado bem.

Ad usum – (Lê-se: adúsum.) Esta locuçãoé hoje empregada para designar segundo ouso, conforme o uso, o costume.

Ad usum forensem – (Lê-se: adúsumforénse.) Para (ou segundo) o uso do foro.

Ad utilitatem – (Lê-se: ad utilitátem.) Parautilidade.

Ad validitatem – (Lê-se: ad validitátem.)Para a validade.

Ad valorem – (Lê-se: ad valórem.) Loc.adj. conforme o valor. Diz-se da tributação

que se faz de acordo com o valor da merca-doria importada ou vendida e não por seuvolume, peso, espécie ou quantidade.

Ad vanum – (Lê-se: ad vánum.) Inutil-mente.

Adventitiu – (Lê-se: adventício.) Que chegade fora, estrangeiro; casual, isto é, eventual,relativo a bens.

Ad verbum – (Lê-se: ad vérbum.) Palavrapor palavra.

Adversis frontibus – (Lê-se: advérsisfróntibus.) Diretamente, cara a cara.

Adverso flumine – (Lê-se: advérsoflúmine.) Contra corrente, isto é, tendo orio contrário. Este verbete pode ser aplica-do em inúmeros casos, podendo indicar tei-mosia, tenacidade etc.

Adversus omnes – (Lê-se: advérsusôminis.) Contra todos.

Ad vindictam – (Lê-se: ad vindíquitam.)Por vingança.

Advocatus fisci – (Lê-se: advocátus físqui.)Advogado do fisco.Observação: No Império Romano, eramaqueles indivíduos encarregados da fiscali-zação dos sonegadores de impostos.

Ad voluntatem – (Lê-se: ad voluntátem.)A vontade de ou conforme a vontade de.

Aequitas (aequitatis) – (Lê-se: équitas –equitátis.) Eqüidade; disposição de reco-nhecer igualmente o direito de cada um.

Aequitas condicionum – (Lê-se: équitascondiciônum.) Igualdade de condições, istoé, no nosso caso, justiça igual para todos;justiça natural, que pode ser não conformecom as disposições da lei.Observação: Este verbete proporciona-nosum conjunto de princípio imutáveis de jus-tiça que induzindo o juiz a um critério demoderação e de igualdade, ainda que emdetrimento do direito objetivo.

AD solemnitatem – Aequitas condicionum

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Aequitas tollitur omnis si habere suumcuique, non licet – (Lê-se: équitas tólituróminis si abére súum cúique, nom lícete.)Toda eqüidade desaparece, se a cada umnão é lícito haver o que é seu.

Aequo animo – (Lê-se: écüo ânimo.) Comânimo justo.

A facto ad jus non datur consequentia –(Lê-se: a fáquito adiús nom dátur conse-qüência.) De fato para o direito não se dáconseqüência.Observação: É o CPC em seu art. 282, III,que exige.

Affectio maritalis – (Lê-se: aféquiciomaritális.) Afeição conjugal, isto é, o dese-jo recíproco dos cônjuges de se trataremrespectivamente como marido e mulher.

Affectio matrimonialis – (Lê-se: aféquiciomatrimoniális.) É a conduta de homem emulher que vivem em concubinato com osentimento de casados.

Affectio societatis – (Lê-se: aféquiciosocietátis.) O interesse, a disposição, a afei-ção, ou seja, a vontade ou a intenção deconstituir sociedade (CC, art. 1.363).

Affines inter se non sunt affines – (Lê-se: affínes ínter se nom sunt affínes.) Osafins, entre si, não são afins.

Affinitas affinitatem non parit – (Lê-se:afítas afinitátis nom párit.) A afinidade nãogera afinidade.

Affinitas iure nulla sucessio promitti-tur – (Lê-se: afínitas iure núla sutchéciopromitítur.) A afinidade, no Direito, nãoassegura nenhuma sucessão.Observação: Com a dissolução do casamen-to, por exemplo, não cessa a afinidade.

Affinitas non deletur in superstite – (Lê-se: afínitas non delétur in supérs tite.) Nãose paga a afinidade no sobrevivente.

Affinitas non egreditur ex persona – (Lê-se: afínitas non egréditur ex persóna.) Afi-nidade não vem da pessoa.

Affinitatis causa fit ex nuptiis – (Lê-se:afinitátis cáusa fit équis núptiis.) A causada afinidade provém das núpcias.

Affirmans probat – (Lê-se: afírmaspróbat.) Quem afirma prova.

Affirmanti non neganti incumbitprobatio – (Lê-se: afirmânti non negántiincúmbit probácio.) A prova imcumbe aquem afirma (CPC, art. 333).

A fortiori (ratione) – (Lê-se: a forcióri –raciône.) Com maior razão, ou por maiorrazão, ou, ainda, com mais forte razão.

A latere – (Lê-se: a látere.) Ao lado (pertode), de lado ou, ainda, colateralmente.Observação: É a mesma coisa que junto a.

Alea jacta est – (Lê-se: álea iáquita ést.) Asorte está lançada; muito empregada paraindicar decisão irrevogável de uma autori-dade máxima.Nota: Esta frase é atribuída a Cesar, quan-do, em 49 a.C., resolveu atravesssar o rioRubicão com as suas tropas, contrariandouma ordem do senado romano, que manda-va licenciar a tropa.

Alibi – (Lê-se: álibi.) Literalmente, em ou-tro lugar. Diz-se da ausência do acusado nolugar onde se diz haver praticado o delito,provada pela sua presença em outro lugar.

Aliene juris – (Lê-se: aliêne iúris.) Do di-reito de outrem, isto é, alheio; pessoa quese encontra sob o poder de alguém.Observação: Esta é uma típica expressãodo Direito Romano relativo à família, quandoespecifica determinadas pessoas sujeitas aopoder de outrem.

Aligare pecunia – (Lê-se: aligáre pecú-nia.) Obrigar-se a pagar uma quantia (CC,art. 930).

A limine – (Lê-se: a límini.) Desde o limiar,isto é, desde o começo sem maior exame.Ex. rejeitar uma petição a límine.

Aliter – (Lê-se: áliter.) Que não pode agirdiversamente ou de outra forma.

AEquitas tollitur omnis si habere suum cuique, non licet – Aliter

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Aliunde – (Lê-se: aliúndem.) Outra parteou de outras pessoas. Diz-se também daqui-lo que é estranho aos autos do processo.

Allegans casum fortuitum, illum pro-bare tenetu – (Lê-se: álegans cásum for-túito, ílum probáre tênetu.) Quem alega ocaso fortuito (causal, acidental, eventual)fica na obrigação de prová-lo.

A majori ad minus – (Lê-se: a maióri admínus.) Do mais para o menos.

A maxima (poena) – (Lê-se: a máxima pé-na.) Em razão de pena exagerada (máxima).Observação: Este verbete refere-se à ape-lação que o réu tem o direito legal de fazer,quer pessoalmente (mesmo não sendo ad-vogado) ou por seu defensor, dativo ouconstituido (CPP, art. 577).

A minima poena – (Lê-se: a mínima péna.)Em razão da pena mínima.Observação: 1) Segundo os arts. 59 e 68 denosso Código Penal, é um recurso apelativofeito contra a condenação criminal em cará-ter absoluto, cuja finalidade é conseguir areformulação da sentença, podendo, entre-tanto, agravá-la ainda mais, pois esta podefazer vir a tona, mostrando estar esta aquémda gravidade do delito, quando colocado facea face com os princípios orientadores queregulamentam a pena imposta. 2) O MPpoderá interpor este recurso, como tam-bém o queixoso, seja pelo seu advogado dedefesa ou por ele mesmo, como vítima(CPP, art. 577).

A minoris ad majus – (Lê-se: a minóris admáius.) Literalmente, do menor para o maiorou do menos para o mais.

Analogia juris – (Lê-se: analogia iuris.)Analogia de direito (CC, art. 4.o).

Animus abutende – (Lê-se: ánimusabuténdi.) Intenção de abusar.

Animus alieno nomine tenendi – (Lê-se: ánimus aliéno nómine tenéndi.) Inten-ção de possuir em nome de outrem (CC,art. 87).

Animus compensandi – (Lê-se: ánimuscompensándi.) Intenção de compensar (CC,art. 1.009).

Animus confitendi – (Lê-se: ánimusconfiténdi.) Intenção de confessar (CPC,art. 38 e CP, art. 65).

Animus custodiendi – (Lê-se: ánimuscustodiêndi.) A intenção de proteger ouguardar a coisa como se fosse sua (CC,art. 1.265).

Animus decipiendi – (Lê-se: ánimusdetchipiéndi.) Intenção de ludibriar, enga-nar, iludir (CP, art. 171).

Animus delinquendi – (Lê-se: ánimusdelincuéndi.) Intenção de delinquir (CP, art.15, I).

Animus derelinquendi – (Lê-se: ánimusderelincuéndi.) Intenção de abandonar (CC,art. 520, I, e art. 589, III).

Animus diffamandi – (Lê-se: ánimus difa-mándi.) Intenção de difamar (CP, art. 139).

Animus differendi – (Lê-se: ánimusdiferéndi.) Intenção de diferir (ou adiar)(CP, art. 139).

Animus disponendi – (Lê-se: ánimus dis-ponéndi.) Intenção de dispor (CC, art.1122).

Animus donandi – (Lê-se: ánimusdonándi.) Intenção de dar, doar (CC, art.1.165 e 235, IV).

Animus falsandi – (Lê-se: ánimus falsán-di.) Intencão de falsificar (CP, art. 297 eart. 302).Observação: Alguns usam a expressãoanimus falsificandi, o que não é recomen-dável, pois este termo não pertence ao la-tim clássico, mas sim ao latim decadente,não sendo encontrado na maioria dos dicio-nários latinos.

Animus fraudandi – (Lê-se: ánimusfraudándi.) Intenção de fraudar (CC, art.147, I).

Aliunde – Animus fraudandi

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Animus furandi – (Lê-se: ánimus furándi.)Intenção de furtar (CP, art. 155).

Animus heredis – (Lê-se: ánimus erádis.)Intenção de ser herdeiro (CC, art. 1.581,§ 1.o).

Animus infringendi – (Lê-se: ánimusinfringéndi.) Intenção de infringir (CC,art 147, I).

Animus laedendi – (Lê-se: ánimus ledén-di.) Intenção de atacar, ferir, ofender, pro-duzir lesões corporais (CP, art. 129).

Animus necandi – (Lê-se: ánimus necán-di.) Intenção de matar (CP, art. 121).Observação: Esta expressão latina pode,também, ser expressa da seguinte forma:animus occidenti (lê-se: ánimus ocidénti)ou voluntas ad necem (lê-se: volúntasnétchem), significando a mesma coisa.

Animus nocendi – (Lê-se: ánimus notchen-di.) A intenção de causar dano, de prejudi-car (CC, art. 159).

Animus novandi – (Lê-se: ánimus nován-di.) Intenção de novar, isto é, de converteruma dívida em outra para extinguir a pri-meira, quer mudando o objeto da prestação(novação objetiva), quer substituindo o cre-dor ou o devedor por terceiros (novaçãosubjetiva) (CC, art. 999).

Animus obligandi – (Lê-se: ánimusobligándi.) A intenção de obrigar-se (CC,art. 83).

Animus praevaricandi – (Lê-se: ánimusprevaricándi.) Intenção de prevaricar.

Animus rem sibi habendi – (Lê-se: ánimusrém síbi abéndi.) Intenção de possuir a coi-sa como própria.

Animus revocandi – (Lê-se: ánimus re-vocándi.) Intenção de revogar (CC, art.1.136, I).

Animus simulandi – (Lê-se: ánimussimulándi.) A intenção de simular, ou seja,

conseguir um efeito contrário ao que foiindicado (CC, art. 102, I, II, III).

Animus tradenti – (Lê-se: ánimus tradén-ti.) Intenção de entregar, de transmitir (CC,arts. 620 e 675).

Animus uxoris – (Lê-se: ánimus uquissó-ris.) Intenção de ser esposa; vontade, con-sentimento da mulher (CC, art. 194).

Animus vulnerandi – (Lê-se: ánimusvulnerándi.) Intenção de ferir (CP, art. 129).

A non domino – (Lê-se: a non dómino.)Por parte do não proprietário; diz-se datransferência de coisas, móveis ou imóveispor quem não é proprietário delas.

A novo – (Lê-se: a nôvo.) De novo; processoque recomeça a novo perante outro tribunal.

Ante acta – (Lê-se: ante áquita.) Antes doato; preliminarmente.

Ante litem – (Lê-se: ante lítem.) Diz-seda maneira pleiteada antes da ação, de cará-ter preliminar ou preparatório.

A pari (ratione) – (Lê-se: a pári – ració-ne.) Semelhantemente; podendo ser usadocomo: por igual razão, igual motivo ou lite-ralmente.

Apex juris – (Lê-se: ápechis iúris.) A suti-leza do direito ou da lei.

Appellatio. Admittenda videtur in dubio– (Lê-se: aplácio admiténda vidétur in dú-bio.) Em caso de dúvida, deve-se admitir aapelação.

A posteriori – (Lê-se: a posterióri.) Doque vem depois, posterior; diz-se de umraciocínio em que se remonta à causa. É ooposto de a priori.

A priori – (Lê-se: a prióri.) Antecipada-mente, que vem antes, a partir de; segundoum princípio anterior à experiência.

Apud – (Lê-se: ápud.) Junto de, à vista de.Observação: Este verbete é comumenteusado para citar o escrito de alguém, men-

ANimus furandi – Apud

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cionando o local onde está, em sua obra, acitação proferida.

Apud acta – (Lê-se: ápud áquita.) O que estános autos, junto aos autos (V. procuração).

A quo – (Lê-se: a cúo.) Literalmente, deonde, do qual; pode também significar: emjejum, na ignorância.Observação: 1) Diz-se do juiz ou tribunalde cuja sentença se recorre; 2) É, também,o dia a partir do qual inicia-se a contagemde um prazo.

A radice – (Lê-se: a radítche.) Desde a raiz;pela raiz.

Argumentum “ad hominem” – (Lê-se:arguméntum adóminem.) Argumento emque se procura confundir o adversário,opondo-lhe seus próprios atos e palavras.

Argumentum a majori ad nimus – (Lê-se: arguméntum a maióri ad nímus.) Argu-mento do maior para o menor (CP, art. 51,§ 1.o).Observação: Este tipo de argumento foiestabelecido baseando-se no princípio deque o maior contém o menor.

Audiatur (et) altera pars – (Lê-se: audiá-tur áltera párs.) Que seja ouvida (igualmen-te) a outra parte (CPC, art. 451).Observação: Esta expressão expressa juri-dicamente o princípio processual do con-traditório.

A vero domino – (Lê-se: a véro dómino.)Pelo verdadeiro dono; é aquela pessoa quepode transferir legalmente a propriedadeda coisa.

Apud – A vero domino

Beati possidentis – (Lê-se: beáti possi-déntis.) Afortunados os que posuem (CC,art. 485).

Beneficium abstinendi – (Lê-se: benefí-tchium abstenéndi.) Benefício de abster-se(CC, art. 1.581).Observação: No Direito Romano era o be-nefício permitido ao herdeiro de renunciara posse da fortuna paterna, por motivodesta achar-se onerada em demasia.

Beneficium aetatis – (Lê-se: benefítchiumetátis.) Benefício da idade (CP, art. 27).Observação: É o beneficiamento que temmenor infrator com relação à aplicação depenas.

Beneficium excussionis – (Lê-se: benefí-tchium equiscussionis.) Benefício da excus-são, isto é, de executar judicialmente os bensde um devedor principal (CC, art. 1.491).

Beneficium juris – (Lê-se: benefítchiumiúris.) Benefício de direito (CF, art. 5.o,XXXV).

Beneficium juris nemini denegandum –(Lê-se: benefítchium iúris némine denegán-dum.) A ninguém deve ser negado o benefí-cio a que tem direito.

Beneficium legis – (Lê-se: benefítchiumlégis.) Benefício de direito (CF, art. 5.o, II).

Beneficium legis frustra implorat quicommittit in legem – (Lê-se: benefítchiumlégis frústa implótrat cuí comítit in légis.)

Quem age contra a Lei, não pode esperardela benefício algum.

Beneficium legis non debet esse capcio-sum – (Lê-se: benefítchium légis non débetésse capiciózum.) Não deve ser prejudicialo benefício da lei.

Bis de aedem re ne sit actio – (Lê-se: bísde édem re ne sit áquicio.) Não haja ação,duas vezes, sobre a mesma coisa.

Bis idem exigatur – (Lê-se: bis ídemequisigátur.) A boa fé não tolera que a mes-ma coisa seja exigida duas vezes.

Bona est lex si quis ea legitime utatur – (Lê-se: bôna ést léquisi si éa legítime utátur.) Alei é boa se alguém dela usar legitimamente.

Bona ex eo quod beant: beatos facit bea-re est prodesse – (Lê-se: bona équis éoquód béant: beátos fáxit beáre ést prodésse.)Chama-se “bens”, por isso que facilitam:fazem felizes; beare é fazer feliz.

Bona fides est justa opinio qua quis remalienam possidet suam extimati, alie-nam ignorat – (Lê-se: bóna fídes ést iústaopínio quá cúis rém aliénam póssidet súamequistimáti, aliénam inhórat.) A boa-fé é ajusta opinião pela qual alguém julga sua,uma coisa alheia que possui e ignora seralheia.

Bona fides est primum mobile espiritusvivificans comercii – (Lê-se: bona fidesest prímum móbile et ispíritus vivíficans

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comértcii.) A boa-fé é o primeiro móvel e oespírito vivificador do comércio.

Bona fides semper praesumitur nisimala probetur – (Lê-se: bona fides sémperprezumitur nizi mala probétur.) Sempre sepresume a boa-fé, se não se provar a má.

Bona gratia discedere – (Lê-se: bona gráciadischédere.) Separar-se, divorciar-se ami-gavelmente, por acordo de ambas as partes(Lei n. 6.515, art. 4.o).

Bona instantia se uti, non caluminiecausa se infitias ire – (Lê-se: bona instân-cia se úti, non calúinie cauza se infícias ire.)Deve-se ligar em boa instância e não con-tradizer caluniosamente.

Bona intelligentur cuisque quae aerealieno deducto supersunt – (Lê-se: bonainteligentur cuísque que ere aliendodedukto supersunt.) Entende-se por bem,de alguém o que sobra, deduzindo o di-nheiro dos outros.

Bona publica – (Lê-se: bona pública.) Benspúblicos (CC, art. 65).

Bona vacancia – (Lê-se: bona vacáncia.)Bens vagantes, isto é, que não está ocupa-do, ou melhor, os bens que não têm donoconhecido ou, se o tem, foram por ele aban-donados (CC, art. 589, § 2.o, a, b, c).

Boni mores – (Lê-se: bóni móres.) Bonscostumes.

Bonorum appellatio sicut hereditatisuniversitatem quandam ac jus succes-sionis et non singulas res demonstrat –(Lê-se: bonórum apelácio sícut hereditátisuniversitátem quândam ac jus suchécioniset non síngulas res demônstrat.) O termobens, assim como herança, demonstra certauniversalidade e direito de sucessão e nãocada coisa particularmente.

Bonorum collatio – (Lê-se: bonórumcolácio.) Coleção de bens (CC, art. 1.785).

Bonorum distractio – (Lê-se: bonórumdistráquicio.) Separação dos bens (CC,art. 1.093).

Bonorum possessio ventris nomine –(Lê-se: bonórum pocécio vêntris nómine.)Posse de bens em nome da herança.

Bonorum possessor – (Lê-se: bonórumpocéssor.) Possuidor de bens.

Bonorum proscriptio – (Lê-se: bomórumproscrípicio.) Venda pública dos bens. É oequivalente ao leilão (CPC, art. 705, I).

Bonun et aequum – (Lê-se: bonum etécum.) Bom e justo.

Brachium sceleri praebere – (Lê-se: brá-quium tchéleri prébere.) Dar ajuda ao crime(CP, art. 25).

Brevitatis causa – (Lê-se: brevitátiscáusa.) Por motivo de brevidade, por cau-sa da brevidade.

Busilis – (Lê-se: buzílis.) Dificuldade.

BOna fides est primum mobile espiritus vivificans comercii – Busilis

Capacitas – (Lê-se: capátchitas.) Capaci-dade (CC, art. 5, III).

Capitis diminutio – (Lê-se: cápitis diminú-cio.) Diminuição da capacidade no velhoDireito Romano; hoje a expressão é usadapara significar diminuição ou perda da auto-ridade, geralmente humilhante ou vexatória.

Capitis execratio – (Lê-se: kápitis eczecrá-cio.) Maldição capital. Essa era uma penado Direito Romano que colocava o ser huma-no fora da lei.

Caput uxoris – (Lê-se: káput ucsóris.) Porcabeça de sua mulher.

Causa adquirendi (ou acquirendi) – (Lê-se: cáuza adiquiréndi.) Causa de aquisição(CC, art. 530, I, II, III, IV).Observação: Indica os intentos da compra.

Causa appelationis est diversa causaprincipalis est – (Lê-se: cáuza apelaciónisést diversa causa printchipális.) A causada apelação é diversa da causa principal e éinstância diversa.

Causa causae causa causati – (Lê-se:cáuza cauze cáuza cauzáti.) A causa da cau-sa é causa do acusado.

Causa debendi – (Lê-se: cáuza debêndi.)Causa da dívida; origem, fundamento daobrigação.

Causa detentionis – (Lê-se: cáuza deten-cionis.) Causa da detenção.

Causa efficiens matrimonii est mutuosconsensus – (Lê-se: cáuza efíciens matri-mónii ést mútuos consénsis.) A causa efi-ciente do matrimônio é o mútuo consenti-mento (CC, art. 197, I, II, III).

Causa mortis – (Lê-se: causa mórtis.) Porcausa da morte. Esta expressão tem doissentidos: a) diz-se do imposto que é pagosobre a importância líquida do imposto aolegado; b) diz-se da causa determinante damorte de alguém.

Casus a nulo praestantur – (Lê-se: cazusa nulo prestântur.) O acaso não aproveita aninguém.

Causa petendi – (Lê-se: cáuza peténdi.)Causa de pedir; ato ou fato que constitui ofundamento jurídico da ação.

Causa principalis semper attendi debet– (Lê-se: cáuza printchipalis semper aten-di débet.) Deve-se atender sempre à causaprincipal.

Causa traditionis – (Lê-se: cáuza tradicio-nis.) Causa da tradição; razão ou fundamen-to da transmissão das coisas entre as par-tes interessadas.

Causa turpis – (Lê-se: cáuza túrpis.) Causatorpe; causa obrigacional ilícita ou desonesta.

Casus exceptus firmat regulam – (Lê-se: cazus ecseptus fírmat.) A exceção fir-ma a regra.

Cautio de judicato solvendo – (Lê-se:cáucio de giudicato solvendo.) Caução parapagamento das custas do julgado.

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Cautio de rato – (Lê-se: cáucio de ráto.)Caução de retificação (Lei n. 4.215, de27.04.1963 e art. 37, parágrafo único doCPC/73).

Cautio indicatum solvi – (Lê-se: cáucioindicátum sólvi.) A caução resolve o julga-do (CC, art. 835).Observação: O que quer dizer este verbeteé que, no caso de do réu sucumbir, fica ga-rantido o pedido do autor.

Cautio rei uxoriae – (Lê-se: cáucio reiuquisiórie.) Caução do dote da mulher (CC,art. 300).Observação: No caso de dissolução do vín-culo matrimonial, esta caução garante a de-volução do seu dote.

Cautio restituendo – (Lê-se: cáuciorestituendo.) Caução de restituição.

Cedant arma togae – (Lê-se: cédant ármatógue.) Cedam as armas à toga ou curvem-se as armas ao Poder JudiciárioObservação: 1) É esta uma expressão atri-buída ao grande orador e político romanoCícero (106-43). 2) Arma, aqui, significa opoder militar. 3) Toga era a veste dos cida-dãos romanos, em tempo de paz, e hoje é aveste talar de nossos magistrados.

Certior fit – (Lê-se: tchércior fit.) É infor-mado.Observação: Segundo o nosso CPC, em seuart. 304, I, para que o juiz possa fazer umbom julgamento, deverá ele estar ciente detodos os fatos que originaram o litígio.

Cessante causa tollitur effectus – (Lê-se: tchessante causa, tólitur eféktus.) Ces-sando a causa, cessa o efeito.

Ceteris (caeteris?) paribus – (Lê-se: tché-teris páribus.) Sendo (estando, ficando)iguais (semelhantes, análogas) às demaispessoas ou coisas.Comentário: Para Felix Gaffiot, in Diction-naire illustré latin-français. Livraria Ha-

chette: Paris, 1966, existem duas formas degrafias para este verbete, sendo que a desua preferência, como autor, é do verbetesem o ditongo (ae). Entretanto, para o la-tim clássico, é esta a grafia que deve predo-minar. A pronúncia, entretanto, de ambas éa mesma.

Citatio est fundamentum totius judici– (Lê-se: tchitácio ést fundamentum tociusgiudici.) A citação é o fundamento de todojuízo (para nós, hoje, direito).

Citatur reus ad petitionem actoris – (Lê-se: tchitatur réus peticionem aquióris.)Cita-se o réu a pedido do autor.

Citra petita – (Lê-se: tchítra petíta.) Aqémdo pedido, isto é, aquém da coisa que foipedida no princípio do processo (CPC,arts. 128 e 460).

Clandestina possessio – (Lê-se: clandes-tina possecio.) Posse clandestina.

Clausula “rebus sic stantibus” – (Lê-se: cláusula rébus sic istãntibus.) Cláusula“permanecendo assim as coisas”.Comentário: Este verbete é apropriadoquando cláusulas constantes do contratocelebrado anteriormente e aceito por ambasas partes foram mudadas ou modificadas(CPC, art. 471, I).

Cogitationis poenam nemo patitur – (Lê-se: cogitacionis penam nemo pátitur.) Nin-guém pode sofrer pena pelo pensamento.

Cogito, ergo sum – (Lê-se: cógito, érgosum.) Penso, logo existo.Comentário: 1) Este verbete exprimi a liga-ção de afinidade (CC, art. 330); 2) Estaspalavras são do filósofo francês René Des-cartes (1596-1650), quando estabeleceu, emseu famoso livro Discours de la méthode(1537), a dúvida como método de sua dou-trina, o Cartesianismo. 3) Mas, ela é bemmais antiga, pois, se bem que com outraspalavras, tanto Santo Agostinho (344-430),

CAutio de rato – Cogito, ergo sum

269

em sua obra De trinitate, X, 10, como San-to Tomás de Aquino, em sua obra Deveritate, p.10, a, 12, ad 7, já tinham conhe-cimento dessa verdade, quando em suasobras argumentavam que ninguém podiacrer se não existisse.

Collatio – (Lê-se: colácio.) Colação (CC,art. 1.785).

Commoditatis causa – (Lê-se: comoditátiscáuza.) Por motivo de comodidade ou desua própria conveniência.

Communi dividendo – (Lê-se: comúnidividendo.) É a de procedimento especial,que tem o condomínio para obrigar os de-mais consortes a partilhar a coisa comum.

Communis error – (Lê-se: comúnis érror.)Erro comum.

Communis opinio (doctorum) – (Lê-se:comúnis opínio – doquitórum.) A comumopinião dos doutores, mestres.

Conceptus/nasciturus (jam) pro nato –(Lê-se: contchéptus/nascitúros (iam) prónáto.) O concebido/nascituro é tido comojá nascido.Comentário: 1) É bom que se note que onascituro (o que há de nascer) no DireitoRomano não era considerado uma pessoa,sendo considerado, ainda, como parte inte-grante das vísceras de sua mãe. V. DireitoRomano. 2) No Direito brasileiro, entre-tanto, como o de outras nações, é ressalva-do os direitos do nascituro desde a sua con-cepção (CC, art. 4.o), concedendo-lhe, in-clusive, curador, caso o pai venha a falecerantes de seu nascimento. 3) O CC brasilei-ro, nos arts. 124-128, protege o nascituro,considerando crime o aborto provocado pelasua mãe ou por terceiro. Somente nos ca-sos de extrema necessidade, quando há ris-co de vida da gestante, é permitido.

Concessa venia – (Lê-se: contchéssa vé-nia.) Concedida a licença, isto é, caso se con-ceda permissão, ou permissão concedida.

Concursus delictorium realis – (Lê-se:concursus deliktorium realis.) Curso realde deltos.

Conditio a qua – (Lê-se: condício a cuá.)Literalmente, é condição desde a qual, istoé, condição suspensiva.

Conditio ad quam – (Lê-se: condício adcúam.) Literalmente, condição até à qual.Entretanto, este verbete indica, também,condição resolutória, que é a mesma coisa.

Conditio casualis – (Lê-se: condíciocasuális.) Condição casual, fortuita.

Conditio ex lege – (Lê-se: condício ekislége.) Condição por força da lei.

Conditio faciendi – (Lê-se: condíciofatchiendi.) Condição de fazer, realizar, ouseja, condição positiva.

Conditio impossibilis – (Lê-se: condícioimpossíbilis.) Condição impossível.

Conditio juris – (Lê-se: condício iúris.)Condição de direito; circunstância ou for-malidade de que depende a validade de umato jurídico.

Conditio mixta – (Lê-se: condício mista.)Condição mista.

Conditio par juris – (Lê-se: condício pariúris.) Condição de direito (CF, 5, § 1.o).

Conditio potestativa – (Lê-se: condíciopotestatíva.) Condição potestativa, isto é,condição investida de poder.

Conditio resolutoria – (Lê-se: condícioresolutória.) Condição resolutória, isto é,que extingui.

Conditio sine causa – (Lê-se: condíciocine cáuza.) Condição sem causa.

Conditio sine qua (non) – (Condício sínequa – non.) Condição sem a qual (não) ousimplesmente condição necessária.

COgito, ergo sum – Conditio sine qua (non)

270

Conditio suspensiva – (Lê-se: condíciosuspensíva.) Condição suspensiva.

Confessus pro judicato habetur/est –(Lê-se: conféssus pró iudicato habétur/ést.)O confesso (aquele que confessa) é tidopor julgado (setenciado).

Conscientia fraudis – (Lê-se: consciên-cia fráudis.) Consciência da fraude.

Conscientia sceleris – (Lê-se: consciên-cia tchéleris.) Consciência do crime.

Consilium fraudis – (Lê-se: consíliumfráudis.) Concluiu fraudulento. Combina-ção entre duas ou mais pessoas para lesaroutrem; maquinação.

Constitutum possessorium – (Lê-se: cons-titútum posessórium.) Convenção posses-sória ou, como é mais amplamente conhe-cido, constituto possessório, isto é, opera-ção jurídica por meio da qual aquele quepossuía uma coisa como proprietário, pas-sa a possuí-la em nome do adquirente, istoé, em nome alheio.

Consuetudinis jus esse putatur id quodvoluntate omnium sine lege vetustascomprovabit – (Lê-se: consuetúdinis iúsésse putátur id quód voluntáte óminiumsíne lége vetústas comprobábit.) DRom.Julga-se ser direito de costume aquilo que aantiguidade aprovou pela vontade de to-dos, sem intervir a lei.

Consuetudo/mos – (Lê-se: consuetúdo/mos.) Direito consuetudinário, isto é, umdireito não escrito, mas costumeiro, habi-tual (mos), fundado ao longo do uso, cos-tume ou praxe.

Contradictio in adjectis – (Lê-se: contradí-quicio in adiéquitis.) Contradição em ad-juntos (juntos) em suas propriedades nãoessenciais.

Contradictio in terminis – (Lê-se:contradíquicio in términis.) Contradição em(seus) termos.

Contra juris – (Lê-se: cóntra iúris.) Con-trário ao Direito, à lei. Em desarmonia coma lei.

Contra juris civilis ratio pacta conventarata nom habet – (Lê-se: cóntra iúris cívilisrácio páquita comvénta ráta nom hábet.)Os contratos particulares que contrariam odireito civil são nulos.

Contra legem – (Lê-se: cóntra légem.)Contrariamente à lei; costume que está emdesacordo com a lei ou se opõe a esta, p.ex. o julgamento de casos, não previstosem lei, realizado em sessão secreta, atravésde reunião de Conselho, a critério deste;interpretação contrária à lei.

Contra legem facit quid id facit quodlex prohibet – (Lê-se: cóntra légem fáchitquíd id fáchit quód léchis proíbet.) Quemfaz o que a lei proíbe age contra a lei.

Contra non valentem agere praescriptionon curruit – (Lê-se: cóntra non valéntemágere prescrípicio non cúrruit.) Não cor-rendo prescrição contra, não pode agir.

Contraria contrariis curantur – (Lê-se:contrária contráriis curántur.) Os contrárioscuram-se com os contrários.

Contra scriptum testemonium nonscriptum testimonium non valet – (Lê-se: cóntra iscrípitum testemónium non iscrí-pitum testemónium non válet.) O testemu-nho verbal não vale nada diante do escrito.

Coram populo – (Lê-se: córam pópulo.)Diante do povo, isto é, diante de todos.Por extensão, desassombradamente.

Corpus alienum – (Lê-se: córpus aliênum.)Corpo estranho; matéria estranha ao códi-go que se usa.

Corpus delicti – (Lê-se: córpus delíquiti.)Corpo de delito.

Corpus juris canonici – (Lê-se: córpusiúres canónitchi.) Corpo jurídico canônico.É o direito ou leis eclesiásticas ou canônicasda Igreja Católica Romana, que reúne oscânones dos concílios e os decretos de seusoberano, o papa.

Corpus juris civilis – (Lê-se: córpus iúrestchíivilis.) Corpo jurídico civil. Denomina-

COnditio suspensiva – Corpus juris civilis

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ção dada por Dionísio Godofredo ao conjun-to das obras do direito e leis romanas, orga-nizado por ordem do imperador Justiniano,constituído de quatro livros: Institutas,Pandectas ou Digesto, Novelas e Código.

Credo ut intelligam – (Lê-se: credo utintelígam.) Creio para compreender.

Cui prodest – (Lê-se: cúi pródest.) A quemaproveita? Pergunta que se costuma formu-lar para insinuar que o provável autor deum ato criminoso é a pessoa que dele tiraproveito.

Cuique suum – (Lê-se: cuíqüe súum.) Acada um o seu.Máxima do Direito Romano.

Culpa caret qui scit sed prohibire nonpotest – (Lê-se: cúlpa cáret qui iscít sédproibíre non pótest.) Não tem culpa aqueleque sabe, mas impedir o fato não pode.

Culpa in elegendo/in vigilando – (Lê-se: cúlpa in elegéndo/in vigilándo.) Culpaem eleger, escolher, em vigiar.

Culpa ubi non est, nec poena debe –(Lê-se: culpa ubi ést, nek pena débet.) Ondenão existe culpa, não deve haver pena.

Cum grano salis – (Lê-se: cum gránosális.) Com grão (uma pitada) de sal.

Cum moderatio/moderamine inculpa-tae tutelae – (Lê-se: cum moderácio/mo-derámine tutéle.) Com a moderação de umaautodefesa justa, não provocada.

Currente calamo – (Lê-se: curréntecálamo.) Literalmente, fluente a caneta, ouseja, ao correr da pena.

Curriculum vitae – (Lê-se: curriculumvite.) Carreira da vida. É o conjunto de da-dos relativos ao estado civil, ao preparoprofissional e às atividades anteriores dequem se candidata a um emprego.

Custos legis – (Lê-se: cústos légis.) Oguardião, protetor, defensor da lei.

COrpus juris civilis – Custos legis

Da mihi factum dabo tibi jus – (Lê-se:da mii faktum dabo.) Dá-me o fato, darei ati a justiça. Hoje, dá-me o fato, dar-te-ei odireito.

Damnum emergens – (Lê-se: dánumémergens.) Dano emergente.

Damnum emergens este lucrum cessans– (Lê-se: dáminum émergens ést lúcrumtchéssans.) DRom. Dano emergente é lucrocessante.

Damnum facere dicitur qui facit quidsibi non est permissum – (Lê-se: dáminumfatchére dítchítur qui fátchi quid non éstpermíssum.) DRom. Causar dano àquiloque faz o que não lhe é permitido.

Damnum infectum, damnum nondumfactum sed impendens imminens – (Lê-se: dáminum inféctum dáminum nóndumfáquitum séd impédens imínens.) DRom.Dano irrealizado, dano ainda não feito, masa realizar, iminente.

Damnum infectum nondum est dam-num factum quod futurum veremur –(Lê-se: dáminum inféquito nóndum éstdáminum fáquitum quód fitúram verémur.)DRom. Dano irrealizado, ainda não é danofeito, que tememos que aconteça.

Damnum injuria datum – (Lê-se: dánuminjúria dátum.) Dano produzido pela injúria.

Dare et remittere paria sunt – (Lê-se:dáre et remítere pária súnt.) Brocardo lati-

no que significa: dar e perdoar são coisasiguais.

Dare in solutum – (Lê-se: dáre in solú-tum.) Dar para liquidar (CC, art. 939).

Dare in solutum est vendere – (Lê-se:dare in solútum ést vêndere.) Dar em paga-mento é vender. Aqui no Brasil, fala-se:dação em pagamento.

Data venia – (Lê-se: data vênia.) Com adevida vênia (licença; permissão); expres-são respeitosa, com que se inicia uma argu-mentação discordante de outrem.

Dat, donat, dicat (d.d.d.) – (Lê-se: dát,dónat, dícat.) Dá, dedica, consagra.

Datio in solutum – (Lê-se: dácio in solú-tum.) Dação em pagamento.

Dato, non concesso – (Lê-se: dáto, nóncontchésso.) Dado não concedido, em tra-dução literal. Entretanto, pode ser: aindaque se vá (provisoriamente) apreciar (o ar-gumento), mas não é o admitido.

De auditus – (Lê-se: de audítus.) Por ouvirdizer; segundo o que foi ouvido (de outrem).

Debendi – (Lê-se: debéndi.) De debeo,es,debui, debitum, debere. Ser devedor; causada dívida.

Decedere a possessione – (Lê-se: detché-dere a possessiônem.) Renunciar à posse(CP, art. 269 e CC, art. 520).

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Decisio litis – (Lê-se: detcízio litis.) De-cisão da causa.

De cujos – (Lê-se: dê cúius.) Testador; pri-meiras palavras da expressão latina de cujossuccessione agitur (de cuja sucessão se tra-ta). Em português, de cujos trata-se de pes-soa morta.

De cujos sucessionene agitur – (Lê-se:dê cúius sutchessiónem ágitur.) De cujasucessão se trata.

De facto – (Lê-se: dê fáquito.) De fato,isto é, de conformidade com o(s) fato(s).

De his sui vel alieni juris sunt – (Lê-se:dê is súi vel aliêni iúris súnt.) Daqueles quesão capazes ou incapazes.

De jure – (Lê-se: dê iúre.) De direito, istoé, segundo o direito (Anton. de facto).

De jure absoluto – (Lê-se: dê iúreabsolúto.) Do direito absoluto.

De jure belli ac pacis – (Lê-se: dê iúrebéli ac pátchis.) Título dado pelo célebrejurisconsulto holandês Hugo Grotius (sé-culo XVII) à sua obra, grande fonte do Di-reito das Gentes, na qual reuniu todos osusos e costumes internacionais e que teveforça de lei durante muito tempo.

De jure condendo/constituendo – (Lê-se: dê iúre condéndo/constituêndo.) Do di-reito a constituir; nos moldes do direito quedeve ser estabelecido/constituído.Comentário: Esta expressão é o propósitode matérias ou situações jurídicas não pre-vistas em leis vigentes, mas que podem oupoderão, com o tempo, constituir normasde direito objetivo (V. de lege ferenda).

De jure condito/constituto – (Lê-se: dêiúre cóndito/constitúto.) Nos moldes dodireito vigente/ constituído; o mesmo quedireito adquirido.

De jure patrio et connubio – (Lê-se: dêiúre pátrio et conúbio.) Do direito paternoe do direito do conúbio, isto é, relativo àunião, ligação matrimonial.

De jure publico – (Lê-se: dê iúre públi-co.) Do direito público.

De jure relato – (Lê-se: dê iúre reláto.)Do direito relativo.

De jure sacro – (Lê-se: dê iúre sácro.) Dodireito sagrado.

Del credere – (Lê-se: del crédere.) Loc. it.a) Convenção contratual, em virtude da qualum comissário garante a solvibilidade daque-les a quem vende tudo aquilo que lhe forconfiado; b) O contrato de comissão assimfirmado: prêmio ou comissão para o co-missário, pela garantia assim constituída.

De lege condita – (Lê-se: dê lége cóndita.)Da lei estabelecida, ou seja, da legislaçãoexistente.

De lege ferenda – (Lê-se: dê lége ferênda.)Da lei a ser criada (V. de jure constituendo).

De lege lata – (Lê-se: dê lége láta.) Nosmoldes da lei, de acordo com a lei, de acor-do com a lei promulgada, de acordo com alei em vigor etc.

Delicta carnis – (Lê-se: delíquita cárnis.)Os delitos da carne.

Delicta facti permanentis – (Lê-se:delíquita fáquiti permanéntis.) Os delitospraticados com vestígios..

Delictum non praesumitur in dubium– (Lê-se: delíquitum non presumítur in dú-bio.) Na dúvida não se presume o delito.

De meritis – (Lê-se: dê méritis.) Do méri-to ou merecimento.

De minimis nom curat praetor – (Lê-se:dê mínimis non cúrat prétor.) O pretor nãocuida de coisas mínimas.

De moto proprio – (Lê-se: dê móto pró-prio.) Por impulso próprio, traduzindo li-teralmente. Entretanto, pode também sig-nificar: por sua conta e risco.

De persona ad persona – (Lê-se: dêpersóna ad persóna.) De pessoa a pessoa.

DEcisio litis – De persona ad persona

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De plano – (Lê-se: dê pláno.) No ré dochão ou ainda de plano, facilmente, mani-festamente.

Depositum est quidquid ad custodien-dum datum est – (Lê-se: depósitum éstquidquid ad custodiêndum dátum ést.) De-pósito é tudo aquilo que foi dado para seguardar.

Detestabile falsi testis crimen est; Deo,deduci et hominibus obnoxius est,trilicemque facit deformitatem: perjuriinempe, injustitiae et mendacti – (Lê-se: detestábile fálsi téstis crímen ést; déo,dedúci ét omínibus obnóquicios ést,trilitchémque fátchit deformitátem perjúrinémpe, injustície et mendáquiti.) É detes-tável o crime de falso testemunho: é sujeitoa Deus, ao juiz e aos homens; faz uma trí-plice deformidade, a saber: de perjúrio, deinjustiça e de mentira.

Deus ex machina – (Lê-se: deus échismáquina.) Literalmente: Deus por intermé-dio de uma máquina; artificialmente.

De visu – (Lê-se: dê vísu.) De vista.

De visu et auditu – (Lê-se: dê vísu etaudítu.) Literalmente: de vista e de ouvido.Que viu e ouviu; fala-se da testemunha queviu e ouviu a respeito do crime.

De vita et moribus – (Lê-se: dê víta etmóribus.) De vida e de costumes.Nota: Esta expressão serve para designar ocomportamento impecável de alguém.

Dicat testator et lex erit – (Lê-se: dícattestátor et léquici érit.) Diga o testador eserá lei.

Dictum unius, dictum nullius – (Lê-se:díquitum únius, díquitum núlius.) Dito deum, dito de nenhum.

Dies ad quem – (Lê-se: díes ad cuem.)Último dia de um prazo (CPC, art. 184).

Dies a quo – (Lê-se: díes a cuo.) Dia doinício.

Dies a quem – (Lê-se: díes a cuem.) Diado término.

Dies certo an/incertus quando – (Lê-se:díes tchértous/intchértus cuando.) Dia cer-to, infalível, mas incerto, impreciso, quan-to a data.

Dies fasti/nefasti – (Lê-se: díes fásti/nefásti.) Literalmente: dias fastos/nefastos.Dias (datas) fastos (ilícitos/inábeis) para acelebração de comícios ou administração dajustiça.

Dies/terminus a quo... ad quem – (Lê-se: díes téminus a cuo... ad cuem.) Dia/ter-mo a partir do qual... para o qual.

Diuturna consuetudo pro jure et legein his, quae non ex scripto descendunt,observare solet – (Lê-se: diutúrna consue-túdo pró iúre te lége in is que nom echissiscrípitu.) O costume diuturno pretende serobservado, por direito e lei, nas coisas quenão derivam de escrito.

Diversitas rationis, diversitatem jurisinduct – (Lê-se: divérsitas raciônis, di-versitétem iúris indúquit.) DRom. A di-versidade de razão induz diversidade dedireito.

Dolus a fraude differt velut genusauspecie – (Lê-se: dólus a fráude díffertvélut génus auspécie.) O dolo difere da frau-de, como o genero da espécie.

Dolus apertus – (Lê-se: dólos apértus.)Dolo não disfarçado, deixando o agentetransparecer claramente.

Dolus bonus – (Lê-se: dólus bónus.) Dolo(artifício, esperteza) bom (legítimo, benigno).

Dolus incidens – (Lê-se: dólus íncidens.)Literalmente: dolo incidente, isto é, doloacidental.

Dolus malus – (Lê-se: dólus málus.) Dolomau.

Dolus non praesumitur nisi probetur –(Lê-se: dólus non presúmitur nísi probétur.)

DE plano – Dolus non praesumitur nisi probetur

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Não se presume (admite) o dolo que não sepossa provar.

Dolus velatus – (Lê-se: dólus velátus.)Literalmente, é o dolo velado, isto é, que oagente procura disfarçar, ocultando ou dis-simulando.

Dominium est jus utendi fruendo etabutendi re sua quatenus juris ratiopatitur – (Lê-se: dóminum ést jus uténdifruédo et abuténdi re sua quaténus júrisrácio partítur.) O domínio é o direito deusar, fruir e dispor do que é seu, quanto opermite a razão do direito.

Dominus litis – (Lê-se: dóminus lítis.)Senhor da discórdia. No sistema forenseusa-se como: o dono (autor) da lide.

Dominus solo – (Lê-se: dóminus sólo.) Osenhor do solo (da terra).

Donatio mortis causa – (Lê-se: donáciomórtis cáusa.) Doação por motivo de morte.

Donatio omnium bonorum, reservatosibi usufructo valida est – (Lê-se:- donácioômnium bonórum reserváto síbi usufrútoválida ést.) É válida a doação de todos osbens, reservando para si o usufruto.

Donatio sub modo – (Lê-se: donácio submodo.) Doação sob condição.

Dubia in meliorem partem interpretaridebent – (Lê-se: dúbia in melhórem párteminterpretári débent.) Coisas duvidosas de-vem ser interpretadas pelo melhor lado.

Dura lex sed lex – (Lê-se: dúra léquici sédléquici.) Dura é a lei, mas é a lei.

DOlus non praesumitur nisi probetur – Dura lex sed lex

Eadem per eadem – (Lê-se: éadem peréadem.) As mesmas coisas pelas mesmascoisas.

Ea natura est omnis confessionis utdemens esse videatur qui confitebur dese – (Lê-se: éa natúra ést ómnis confessiónisut dêmens ésse videátur qui confitébur dese.) A confissão é de tal natureza que pare-ce ser demente quem confessa contra si.

Ei incumbi probatio qui dicit, non quinega – (Lê-se: éi incúmbi probácio qui dícit,non qui négat.) Aquele que afirma e não aoque nega incumbe a prova.

Electa una via non datur regressus adalteram – (Lê-se: elékta una via non dáturregréssus ad altéram.) Escolhido um cami-nho não se pode recorrer a outro.

Emancipatio est actus quo pater liberosex potestate dimittitur – (Lê-se: emanci-pácio ést aktus cúo páter libéros potestátedimittítur.) A emancipação é o ato pelo qualo pai perde o poder pátrio do filho.Nota: Aqui no Brasil, o Instituo Jurídicoconcede ao menor de 21 anos e maior de 18o gozo dos direitos civis, sendo o senhorde seus próprios atos, de sua pessoa, livre,independente, emancipado (V. emancipa-ção e CC, art. 9.o, § 1.o).

Emptio tollit locatum – (Lê-se: émpitotóllit locátum.) Literalmente: a venda rom-pe a locação, isto é, põe fim à coisa alugada.

Epistola si recognita non fuerit, nonfacit probationem – (Lê-se: epístola sirecónhita non fúerit probaciónem.) Se acarta não for reconhecida, não faz prova.

Era ut supra – (Lê-se: era ut súpra.) Datacomo acima ou data supra.

Erga omnes – (Lê-se: érga ómines.) Lite-ralmente: perante todos. Diz-se do ato, leiou decisão, que a todos obriga, ou é opinávelcontra todos, ou tem efeito sobre todos.

Ergo – (Lê-se: érgo.) Portanto.

Errare humanun est – (Lê-se: errárehumáno ést.) Errar é humano.

Error communis facit jus – (Lê-se: érrorcommúnis fátchít iús.) O erro comum setorna direito ou o erro comum se transfor-ma em direito.

Error enmim ligatorum non habet con-sensum – (Lê-se: érror énimim ligatórumnon hábet.) O erro dos litigantes não induzconsentimento.

Error excludit consensum – (Lê-se: érroresclúdit consénsum.) O erro exclui o con-sentimeto.

Error facti – (Lê-se: érror fáquiti.) Erro defato.

Error in causa – (Lê-se: érror in cáusa.)Erro em causa, isto é, erro em razão de suacausa.

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Error in corpore – (Lê-se: érror in córpo-re.) Erro, equívoco, relativamente à coisaou à pessoa (em si).

Error in ipso corpus rei – (Lê-se: érror inípso córpus rêi.) Erro no mesmo corpo dacoisa.

Error in negotio – (Lê-se: érror in negó-cio.) Erro relativamente ao negócio ou errosobre a natureza do negócio.

Error in objecto – (Lê-se: error in objékto.)V. aberratio ictus.

Error in persona – (Lê-se: érror in persó-na.) Erro quanto à pessoa. V. aberratiodelicti.

Error in procedendo – (Lê-se: érror inprotchédendo.) Erro no procedimento, noprocessar ou no processo.

Erro in qualitate – (Lê-se: érror in quali-táte.) Erro quanto à qualidade.

Error in quantitate – (Lê-se: érro in quan-titáte.) Erro na quantidade ou relativamen-te à quantidade.

Error in substantia – (Lê-se: érro in subs-tância.) Erro quanto à substância.

Error judicando – (Lê-se: érror in iudi-cándo.) Erro, engano em julgar.

Error juris – (Lê-se: érror iúris.) Erro dedireito.

Error juris non excusat – (Lê-se: érroriúris non equiscúsat.) O erro de direito nãoinocenta.

Est enim instantia lis coram uno tribu-nali instituta – (Lê-se: ést énim instâncialís córam úno tribunáli institúta.) Pois, ainstância é o trabalho instaurado peranteum tribunal.

Est enim pactio duorum pluriumve –(Lê-se: ést énim pákcio duórum pluriúnve.)O pacto é o consentimento de duas ou maispessoas.

Est modus in rebus – (Lê-se: ést módus inrébus.) Há uma medida nas coisas; em tudodeve haver um meio termo.

Et cetera/caetera (etc.) – (Lê-se: etchétera/chétera.) E as demais coisas ou simplesmen-te e o resto.

Etiam aliquando dormitat Homerus –(Lê-se: átiam aliquândo dormítat homérus.)Também às vezes cochila Homero ou Home-ro se engana algumas vezes.

Eventus damni – (Lê-se: evêntus dâmini.)Resultado do dano.

Ex abrupto – (Lê-se: équici abrúpito.) Desúbito.

Ex adverso – (Lê-se: équici advérso.) Doadversário. Diz-se do advogado da partecontrária.

Ex aequo – (Lê-se: équici équo.) Com igual-dade; segundo os princípios da eqüidade.

Ex auctoritate legis – (Lê-se: équiciautoritáte légis.) Por força da lei.

Ex causa – (Lê-se: équici cáuza.) Pela cau-sa. Diz-se das custas que são pagas pelorequerente, nos processos cíveis que nãoadmitem defesa e nos de jurisdição mera-mente graciosa.

Exceptio proprietatis – (Lê-se: equicépicioproprietátis.) Com exceção do proprietá-rio ou exceção feita ao proprietário.

Ex die – (Lê-se: équici die.) Do dia; prazoinicial.

Ex die quo promulgata est – (Lê-se: équicidie cúo promulgáta ést.) Desde o dia emque foi promulgada.

Exequatur – (Lê-se: quisecuátur.) Execu-te-se. Autorização dada por um soberano aum cônsul estrangeiro para este exercer assuas funções no país.

Ex facto jus oritur – (Lê-se: équici fáquitoiús óritur.) Do fato nasce a justiça (direito).

ERror in corpore – Ex facto jus oritur

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Ex jure – (Lê-se: équici iúre.) Segundo odireito.

Ex jure alieno – (Lê-se: équici iúre aliéno.)Diferente da lei. Esta seria a tradução correta,mas é usado como por direito de terceiro.

Ex lege – (Lê-se: équici lége.) Da lei. Podetambém ser usado por lei.

Ex libris – (Lê-se: équici líbris.) Dos livros.

Ex nume – (Lê-se: équici núme.) De agoraem diante sem efeito retroativo.

Ex potestate legis – (Lê-se: équici potestátelégis.) Da força da lei, com força de lei oupor força da lei.

Ex probatione oritur fides – (Lê-se: équiciprobacione óritur fídes.) Das provas nascea fé jurídica.

Ex proprio jure – (Lê-se: équici próprioiúre.) Do direito próprio ou também podeser usado por direito próprio.

EX jure – Ex voto

Ex ratione loci – (Lê-se: équici raciônelotchí.) Da razão colocada. Juridicamente,no Brasil, é usada como em razão do lugar.

Ex rigore juris – (Lê-se: équici rigôre iúris.)Do rigor da lei. No Brasil é usado comoconforme o rigor da lei.

Extra petita – (Lê-se: équistra petíta.)Além do pedido. Diz-se do julgamento pro-ferido em desacordo com o pedido ou emconflito com a natureza da causa.

Ex tunc – (Lê-se: équici túnque.) Desdeentão, com efeito retroativo.

Ex vi – (Lê-se: équici vi.) Por força; porefeito; por determinação expressa.

Ex vi legis – (Lê-se: équici vi légis.) Porforça da lei.

Ex voto – (Lê-se: équici vóto.) Literalmen-te: em razão de um voto, de uma promessareligiosa.

Fabricando, fit faber – (Lê-se: fabricándo,fit fáber.) Exercitando-se, se faz o artista.

Fac simile – (Lê-se: fác símile.) Literal-mente: faz algo semelhante.

Facti species – (Lê-se: fákti ispécies.) Ofato em espécie.

Fac totum – (Lê-se: fáctótum – tudo jun-to, já no latinismo aportuguesado.) Literal-mente: faz de tudo, ou seja, personalidadeincumbida de solucionar todos os negóciosde outrem.

Factum adserverans onus subit -proba-tionis – (Lê-se: fáctum adsérverans ónussúbit probaciônis.) Quem atesta um fato,assume o ônus da prova.

Factum negantis, nulla probatio est –(Lê-se: fáquitum negântis, nula probácioést.) Fato negado, nenhuma prova existe.No Brasil, esta expressão é assim usada:nenhuma prova se exige de quem nega ofato.

Factum principis – (Lê-se: fáquitum prín-cipis.) Fato do príncipe.Observação: Hoje, no meio jurídico, é mui-to usado para designar o Poder Público/doEstado/da Administração.

Facultas agendi – (Lê-se: facúltas agéndi.)É faculdade de agir. O direito de fazer o quebem quiser (é o livre arbítrio que todos nóstemos); juridicamente, no Brasil, é usadocomo direito no sentido subjetivo (V.).

Falsa causa non nocet – (Lê-se: fálsa cáusanon nótchet.) A falsa causa não prejudica.

Familiae erciscundae – (Lê-se: famílieersiscúnde.) Divisão da herança familiar;ação de partilha.

Feci quod potui, faciant meliora poten-tes – (Lê-se: fétchi quód pótui, fáciantmelióra poténtes.) Fiz o que pude, façamcoisas melhores que podem.

Feci, sed jure feci – (Lê-se: fétchi, sédiúre féthci.) Fi-lo, mas fi-lo com direito.

Fiat justitia, pereat mundos – (Lê-se:fiat justícia, péreat múndus.) Faça-se justi-ça, embora pereça o mundo.

Fictio fingit vera esse qua vera non sunt– (Lê-se: fíquicio fíngit véra ésse cuá véranon sunt.) Finge a ficção serem verdadeirasas coisa que não o são.

Fictio idem operatur in casu ficto quodveritas in casu vero – (Lê-se: fíquicio ídemopéra operátur in cásu fíquicio cuód véritasin cásu.) A ficção opera no caso fícto (fal-so, ilusório, suposto) da mesma forma quea verdade no caso verdadeiro.

Fictio important veritatem – (Lê-se:fíquicio impórtant veritátem.) A ficção su-põe a verdade.

Fictio juris/legis – (Lê-se: fíquicio iúris/légis.) Ficção de direito, isto é, da lei. Ouseja: ficção juridicamente legal.

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Fictio non extenditur de persona adpersonam, de casu ad casum – (Lê-se:fíquicio non echisténditur de persóna adpersóna, de cásu ad cásum.) A ficção nãose estende de pessoa a pessoa, de caso acaso.

Fictitio est falsita pro veritate accepta –(Lê-se: fiquitício ést falcíta pró veritáteachépta.) Ficção é a falsidade aceita comoverdade.

Ficto – (Lê-se: fíquito.) Aquilo que, dadasas circunstâncias, se presume como verda-deiro, ou que a lei assim admite por hipóte-se ou presunção.

Fides scripturae est indivisibilis – (Lê-se: fídes iscriture ést indivisíbilis.) A fé daescritura é indivisível.

Filius, ergo heres – (Lê-se: fílius, érgohéres.) Filho, logo herdeiro.

Fiscus post omnes – (Lê-se: físcus póstômines.) O fisco depois de todos.

Flagrante delicto – (Lê-se: flagrántedelíquito.) Em flagrante delito.

Forma dat esse rei – (Lê-se: fórma dátés,se rêi.) A forma dá existência à coisa.

Forum – (Lê-se: fórum.) O mesmo que foro,para significar o edifício no qual funcionamos órgãos do Poder Judiciário.Observação: Na atualidade a palavra Fórumjá está dicionarizada em português.

Forum continentiae causarum – (Lê-se:fórum continéncie causárum.) Foro de co-nexão de causas.

Forum contractus – (Lê-se: fórumcontráquitus.) Foro do contrato.

Forum delicti (comissi) – (Lê-se: fórumdelíquiti – commíssi.) Foro do delito (co-metido).

Forum destinatae solutionis casatur abexpresso consensu partium – (Lê-se:fórum destinate soluciônis casátur abequispresso consénsu pártium.) DRom. O

foro do contrato é causado por consenti-mento expresso das partes.

Forum domicilii – (Lê-se: fórum domit-chílii.) Foro do domicílio.

Forum originis – (Lê-se: fórum oríginis.)Foro de origem.

Forum rei sitae – (Lê-se: fórum rêi síte.)Literalmente, foro da coisa situada, isto é,foro da situação da coisa.

Forum romanum – (Lê-se: fórum romá-num.) DRom. Denominação dada a praçapública, destinada a reunião do povo, emque os pretores julgam as causas de justiça.

Frau legis – (Lê-se: fráu légis) Pode serusado como fraude da lei.Observação: A palavra frau pode sertraduzida também como engano, dolo, bur-la ou trapaça da lei. No Brasil, emprega-semais como fraude.

Fuero juzgo – (Lê-se: fuérum iúsgo.) Có-digo visigótico, que reúne normas de direi-to comum, e que foi o primeiro código daEspanha, vigorante também em Portugal atéa data da publicação das OrdenaçõesAfonsinas em 1446.Comentário: Segundo Pedro Nunes, “foi aprimeira legislação codificada que teve aEspanha, introduzida pelos godos e pro-mulgada pelo rei Kindasvendo, de acordocom o décimo sexto Concílio de Toledo, noséculo VII. Fundava-se principalmente noDireito Romano, embora sofresse influên-cia do Direito Canônico (da Igreja Católi-ca Romana). Compreendia uma compila-ção de leis, práticas, usos e costumes dospovos hispano-romanos e visigóticos, quedesde essa época até à publicação das Or-denações Afonsinas, em 1446 ). Nota: ogrifo é nosso.

Fumus boni juris – (Lê-se: fúmus bôniiúris.) Fumaça de bom direito. Hoje repre-senta uma simples presunção de legalidadee a possibilidade de um direito.

FI ctio non extenditur de persona ad personam... – Fumus boni juris

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Fur manifestus est qui deprehenditurcum furto – (Lê-se: fur manifêstus ést cúidepreêndtur cúm fúrto.) Ladrão manifestoé quem é apanhado com o furto.

Furtum enim sine affectum furandi noncommittitur – (Lê-se: fúrtum ênim síneaféquitum furândi nôn comitítur.) Não secomete furto sem a intenção de furtar.

Furtum est contrectatio rei fraudulosalucri faciendi gratia veletiam usus ejuspossessionisve – (Lê-se: fúrtum ést contre-quitácio rêi fraudulósa lúcri fatchiêndigrácia veléciam úsus éius possecionísve.)Furto é a subtração violenta da coisa, comintenção de lucro ou do uso de sua posse.

Furtum manifestum extendendum sitquandiu eam fur tenens visus veldepreenhensus fuerit – (Lê-se: fúrtummaniféstum equicitendéndum cít quândiuéam fúr tênens vísus vél deprêensus fuérit.)Por extensão, deve-se ter o furto em fla-grante quando o ladrão, tendo a coisa furta-da, for visto e apreendido.

Furtum non committitur in rebus immo-billibus – (Lê-se: fúrtum nôn comítítur inrébus imobílibus.) Não se comete furto deimóveis.

Furtum sine affectu furandi noncommittatur – (Lê-se: fúrtum síne afétufurândi nôn comitátur.) Não se comete fur-to sem a vontade de roubar.

Furtum sine contrectatione fieri nonpotest – (Lê-se: fúrtum síne contrequicionefiéri nón pótest.) Não se pode furtar semsubtração.

Furtum sine dolo malo non committitur– (Lê-se: fúrtum dôlo málo non comitítur.)Não se comete furto sem dolo mau.

Furtum usus – (Lê-se: fúrtum úsus.) Fur-to de uso.

Futuro aedificio quod modum est velimponivel acquiri servitus potest – (Lê-se: futúro edifício cuód môndum ést, velimpônivel áquiri sérvtus pótest.) Pode-seimpor ou adquirir servidão para edifício queainda não exista.

FUr manifestus est qui deprehenditur cum furto – Futuro aedificio quod...

Generale mandatum de universum ne-gotiis gerendis – (Lê-se: generále man-dátum univérsum negóciis geréndis.) Man-dato geral pra gestão de todos os negócios.

Generalitas parit obscuritatem – (Lê-se: feneralístas párit obscuritátem.) A ge-neralidade gera a obscuridade.

Generaliter lege decernimus neminemsibi esse judicem vel jus sibi dicere de-bere – (Lê-se: generalíter lége detchérnimusnéminem sib ésse iúdicem vél iús síbi díceredébere.) Em geral, pois, determinamos queninguém deve ser juiz para si próprio, nemdeve fazer-se justiça.

Genera possessionum tot sunt quot etcausae acquirendi ejus quod nostrumnon sit: velut pro emptore, pro donato,pro legato, pro dote, pro herede etc. –(Lê-se: gênera possessiônum tot sunt etcáuse aquiquiréndi éius cuód nóstrum nonsit: vélut pró êmpitore, pró donáto, prólegáto, pró dote, pró hérede etc.) Há mui-tos gêneros de posse, tantas são as causasde adquirir aquilo que não é nosso: como

comprador, como donatário, como legatá-rio, como herdeiro, etc.

Grammatica falsa non vitiat instrumen-tum – (Lê-se: gramática fálsa non víciatinstruméntum.) Os erros gramaticais nãoviciam o instrumento.

Gratia argumentandi – (Lê-se: gáciaargumentándi.) Para argumentar.

Gratuitum enim debet esse commoda-tum – (Lê-se: gratuítum debetéce comodá-tum.) O comodato deve ser gratuito.

Grave est fidem fallere – (Lê-se: grávisést fídem falére.) É grave faltar à fidelidade.

Gravis malae conscientiae lux est – (Lê-se: grávis mále constchiência lúchisi ést.)A luz é insuportável à má consciência.

Gravis testis – (Lê-se: grávis téstis.) Tes-temunha fidedigna (digna de fé).

Grosso modo (Lê-se: grósso módo.) Poralto, resumidamente.

Gutta cavat lapidem – (Lê:se: gúta cávatlápidem.) A gota cava a pedra.

Habeas corpus – (Lê-se: ábeas córpus.)Literalmente: que tenhas teu corpo ou tome(apresente) o corpo.Comentário: Esta expressão, se tomada iso-ladamente, nenhum sentido tem com o queela representa hoje, como podemos ver pelasua tradução literal. Entretanto, faz-se mis-ter o estudo mais aprofundado. Daremosaqui alguns dados, como início de futurosestudos a respeito, mais aprofundados.Trata-se de uma locução obscura, sendodemasiada lacônica e tirada de uma formaprocessual inglêsa, usada pelo magistradona Idade Média, fundamentado na MágnaCarta inglesa de 15.06.1215, quando assimse dirigia ao carcereiro, segundo nos infor-ma Paolo Biscaretti de Ruffia, in Enciclo-pédia del Diritto, v. XIX, s.v. Habeascorpus. Vejamos:“Praecípimis tibi corpus X, in custódiavestra detentum, in dícitur, una cum causacaptionis et detentionis suae, quocumquenómine idem X, censeatur in eadem, habeascoram nobis apude Westminster, adsubjiciendum et recipicendum ea quae cúrianostra de eo ordinari continget in hac par-te”, cuja tradução é a seguinte: Ordenamos-teque o corpo X detido em vossa prisão, jun-tamente com a causa de sua captura e de-tenção, seja sob que nome o mesmo tenhasido avaliado na dita, perante nós em West-minster, para fim de ser submetido à apre-ciação e receber aquelas que o nosso juízocompetirá ordenar a respeito dele nestaparte.

Assim sendo, é o habeas corpus, uma or-dem, mandando conceder ao prisioneiro adevida liberação quando este se achar amea-çado de sofrer violência ou coação em sualiberdade de locomoção por ilegalidade ouabuso de poder.Hoje, já encontramos esta expressão dicio-narizada com o sentido de “ordem de liber-tação do preso ou detido”.

Habeas data – (Lê-se: ábeas dáta.) Literal-mente: tenha os dados.Observação: 1) Esta expressão, habeasdata, é uma inovação de nossa Constitui-ção Federal de 1988 (art. 5.o, LXXII, a eb), que a criou com a finalidade de assegu-rar o conhecimento de informações relati-vas à pessoa do impetrante, constantes deregistros ou bancos de dados de entidadesgovernamentais ou de caráter público, oupara a retificação de dados, quando não seprefira fazê-lo por processo sigiloso, judi-cial ou administrativo. 2) Idêntica ao habeascorpus, esta expressão também não temnenhum sentido quando traduzida literal-mente. Parece-nos que a palavra data foiincorporada ao latim jurídico, passando asignificar dado(s)/registro(s). Assim sendo,temos o sentido próprio da expressão:mandado de apresentação dos dados ouregistros.Habemus confitentem reum – (Lê-se:habémus confiténtem réum.) Temos réuconfesso.

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Habetur pro veritate – (Lê-se: habétur próveritáte.) Tem-se por verdade.

Habitat – (Lê-se: ábitati.) Literalmente: Olugar onde um ser vivo habita.

Hereditas nihil aliud est, quam succetioin universum jus quod defunctus habue-rit – (Lê-se: heráditas níil áliude ést, cuamsutchécio in univérsum iús cuód defúnqui-tus habuérit.) A herança nenhuma outracoisa é do que a sucessão no direito totalque tenha tido o defunto.

Hic – (Lê-se: íqui.) Aqui.

Hic et nunc – (Lê-se: íqui et nunq.) Aqui eagora, imediatamente, sem mais delongas.

Hoc ipsum est – (Lê-se: óque ípisum ést.)Eis o caso.

Hoc opus, hic labor est – (Lê-se: óqui ópusíqui, lábor ést.) Esse é o trabalho, essa é afadiga.

Homo forensis – (Lê-se: ômo fórens.) Oadvogado.

Homo homini lupus – (Lê-se: ômo ôminilúpus.) O homem é um lobo para o homem.

Homo sapiens – (Lê-se: ômo sápiens.)Homem racional.

Honoris causa – (Lê-se: onóris cáusa.) Atítulo de honra, honoríficamente.

Honoris causa et vita aequiparantur –(Lê-se: onóris cáusa et víta equiparântur.)A honra e a vida se equiparam.

Hujus interdict (uti possedetis) propo-nendi causa, haec fuit, quod separataesse debet possessio a proprietate – (Lê-se: úius interdíquit (úti possedátis) propo-néndi cáusa, éc fúit, cuód separáta éssedébet possécio a proprietáte.) A razão de

ser deste interdito foi que a posse deve serseparada da propriedade.

Hujus modi contractus vicem venditio-nis habet (datio in solutum) – (Lê-se: úiusmódi contráquitus vítchem vendiciônis hábet– dáto in solécium.) Este contrato faz asvezes da venda (dação em pagamento).

Hujus studii duae sunt positiones: pu-blicus et privatus – (Lê-se: úius estúdiidúe súnt posiciónis: públicus et privátus.)Duas são as divisões deste estudo: públicoe privado.

Humani juris conditio semper in infini-tum decurrit et nihil est in ea quod stareperpetuo sit – (Lê-se: umáni iúris condíciosémper in infinítum de cúrruit et niil ést inéa cuód istáre prepétuo sít.) A condiçãodo direito humano muda indefinidamentee nada há nela que possa permanecer per-petuamente.

Humanum amarest atque id vi optingitdeum – (Lê-se: umânum amárest átique idvi opitíngit déum.) Amar é humano; é ummal que nos vem dos deuses.

Humanum est quam ut fortuitis casibusmulieris maritum, vel uxorem viri par-ticipem esse – (Lê-se: umánum ést cuamút fortúitis cásibus muliéris marítum, veloquissórem víri particípem ésse.) É huma-no que o marido participe dos casos fortui-tos da mulher, e a mulher aos do marido.

Hunc ego hominem liberum esse aio –(Lê-se: únque égo óminem libérum ésse áio.)Quero que este homem seja livre.

Hunc ego hominem meum esse aio iiquemihi emptus est hoc aere aeneaque li-bra – (Lê-se: únque égo óminem ésse áioíique êmpitus ést hóc ére enéque líbra.) Digoser meu este homem e foi comprado pormim por esta moeda e peso em bronze.

HAbetur pro veritate – Hunc ego hominem meum esse aio iique mihi...

Ibi – (Lê-se: íbi.) Aí, alí. Termo empregadopara significar na obra do autor citado.

Ibidem – (Lê-se: íbidem.) Aí mesmo, nomesmo lugar. É empregado o termo parasignificar na mesma obra a que já se fezreferencia, no livro do autor citado.

Idem – (Lê-se: ídem.) Este termo significa:o mesmo, a mesma coisa, e é empregadopara evitar a repetição da palavra ou ex-pressão.

Idem per idem – (Lê-se: ídem pér ídem.)Pelo mesmo, pela mesma coisa. É a demons-tração viciosa em que se explica uma coisapor palavras que têm o mesmo significado.

Id est – (Lê-se: íd ést.) Isto é ou a saber.

Id quod plerumque accidit – (Lê-se: incuód plerúnque áccidit.) Aquilo que geral-mente acontece.

Ignorantia differt ab errore – (Lê-se:iguinorância difért ab erróre.) A ignorânciadifere do erro.

Ignorantia facti et jus – (Lê-se: iguinorân-cia fáquiti et iús.) Ignorância de fato e dedireito.

Ignorantia facti, non juris/legis, excusat– (Lê-se: iguinorância fáquiti, nón iúris/légis, equiscúsat.) A ignorância do(s)fato(s), não do direito/da lei, escusar (des-culpar).

Ignorantia juris controversi ignoran-tem excusat – (Lê-se: iguinorância iúris

controvérsi iguinorantem equiscúsat.) Aignorância do direito controvertido escusao ignorante.

Ignorantia mestra stultítiae – (Lê-se:iguinorância méstra estultície.) A ignorân-cia é a mestra dos estultos.

Ignoti nulla cupido – (Lê-se: inhóti núlacupído.) Nenhum desejo se tem do que seignora.

Impossibile praeceptum judicis nulliusesse momenti – (Lê-se: impossíbilepretchépitum iúditchis ésse moménti.) Nãotem valor o mandado do juiz acerca de coi-sa impossível.

Impossibilem allegans non auditur – (Lê-se: imposíbilem allégans non audítur.) Nãose deve ouvir quem alega o impossível.

In absentia – (Lê-se: in abcência.) Na au-sência. É o julgamento feito sem a presençado réu.

In abstracto – (Lê-se: in abstráquito.) Emabstrato, de modo abstrato.

In acto – (Lê-se: in áquito.) No ato.

In albis – (Lê-se: inálbis.) Em branco.

Inaudita altera parte – (Lê-se: inaudítaaltéra párte.) Literalmente: não (sendo) ou-vida a outra parte, ou seja, sem que sejaouvida a outra parte.

In apicibus juris – (Lê-se: in apítchibusiúres.) Nas sutilezas do Direito.

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In articulo mortis – (Lê-se: in artículomórtis.) No momento da morte.

In bona fide – (Lê-se: in bóna fíde.) Deboa-fé.

In casu – (Lê-se: in cásu.) No caso verten-te; na hipótese debatida; na espécie.

In casu consimili – (Lê-se: in cásuconsímili.) Em caso semelhante.

In claris cessat interpretatio – (Lê-se: incláris tchéssat interpetrácio.) Literalmen-te: em coisas claras (nos textos claros) ces-sa (torna ocioso) a interpretação, a exegese.

In claris non admittitur voluntatisquoestio – (Lê-se: in cláris non admitíturvoluntátis quéstio.) Nas coisas claras nãose admite indagação de vontade.

In claris non fit interpretatio – (Lê-se:in cláris non fit interpretácio.) Nas coisasclaras não se faz interpretação.

Incluso unius, excluso alterius – (Lê-se: inclúso únuius, exclúsio altérius.) Inclu-são de uma coisa (de uma pessoa), exclusãode outro (de outrem/de outra coisa).

In concreto – (Lê-se: in concréto.) Em con-creto, isto é, de modo concreto.

In diem – (Lê-se: in díem.) Para um (certo)dia, ou seja, a termo.

In dubio, pro reo – (Lê-se: in dúbio, próréo.) No caso de (diante de) dúvida, emfavor do réu.

In extenso – (Lê-se: in equistênso.) Naíntegra.

In extremis – (Lê-se: in equistrémis.) Nomomento da morte.

In extremis vitae momentis – (Lê-se: inequistrémis vite móméntis.) No últimomomento da vida.

In faciem – (Lê-se: in fátchiem.) Em face,ou seja, face a face ou pessoalmente.

In faciendo – (Lê-se: in fathiêndo.) Emfazendo.

In fine – (Lê-se: in fíne.) No fim, no finalou relativo à folha.

In folio – (Lê-se: in fólio.) Na forma deuma folha.Nota: Este verbete é o mesmo que in-fólio.

Infra – (Lê-se: ínfra.) Abaixo; embaixo; maisembaixo.

Infra petita – (Lê-se: ínfra petíta.) Aquémdo pedido, ou seja, menos que o solicitado.

In fraudem creditorum – (Lê-se: in fráu-dem creditórum.) Em fraude dos credores.Observação: Trata-se de uma braquilogia,pois a frase encontrada no Título VIII doDigesto, L. 42, é a seguinte: [Quae] in frau-dem creditorum [facta sunt, ut restituantur],que significa: Para que se restituam aquelascoisas que foram praticadas [em fraude dos/aos/ contra] os credores.

In fraudem executionis – (Lê-se: infráudem echisecuciônis.) Em fraude de (à/contra a) execução.

In fraudem legis – (Lê-se: in fráudemlégis.) Em fraude à lei.

In initio – (Lê-se: in início.) No início,inicialmente.

In jus vocatio – (Lê-se: in iús vocácio.) Cha-mamento a juízo, ou seja, a órgão judicial.

In limine (litis) – (Lê-se: in límine – lítizi.)No limiar (da lide) ou liminarmente.

In medio – (Lê-se: in médio.) No meio.Nota: Pode também ser expressado como:na altura da metade (de um determinadolugar ou momento).

In memoriam – (Lê-se: in memóriam.) Emmemória (de) ou, ainda, em lembrança (de).

In patiendo – (Lê-se: in patiêndo.) Empermitir/permitindo.

In solidum – (Lê-se: in sólidum.) Literal-mente: em conjunto.Nota: Pode ainda ser usado como solida-riamente.

IN articulo mortis – In solidum

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In specie – (Lê-se: in ispécie.) Em espécieou na espécie, isto é: na (própria) coisa.

Interdictum – (Lê-se: interdíquitum.) In-terdito (ordem judicial de proibição ou decumprimento).

Interdictum prohibitorium – (Lê-se:interdíquitum proibitórium.) Interditoproibitório, isto é, interdito que é proibidofazer alguma coisa ou impedir alguém defazê-lo.

Interdictum recuperandae possessionis– (Lê-se: interdíquitum recuperâmnde pos-sessiônis.) Literalmente: interdito de recu-perar a posse. É o interdito de recuperaçãode posse.

Interdictum retinendae possessionis –(Lê-se: interdíquitum retinénde posses-siônis.) Interdito de manutenção da posse.

Interna corporis – (Lê-se: intérna córpo-ris.) Coisas internas da corporação. Nonosso caso, assuntos internos da corpora-ção legislativa.

Interposita persona – (Lê-se: interpóstapersóna.) Por interposta pessoa.

Inter vivos – (Lê-se: íntervivos.) Entre vi-vos, entre seres vivos.

In totum – (Lê-se: in tótum.) Literalmente:no todo, ou seja, totalmente/integralmente.

Intra muros/parietes – (Lê-se: íntermúros/paríetes.) Dentro dos muros; den-tro das paredes.

Intuito personae – (Lê-se: intúito persône.)Em consideração à pessoa ou da pessoa.

In utroque jure – (Lê-se: in utróque iúre.)Em um e outro, ou seja, em ambos os direitos.

Invito non datur beneficium – (Lê-se:invíto non dátur benefítchium.) Ao cons-trangido não se dá o benefício.

In vitro – (Lê-se: in vítro.) No vidro, naproveta (do laboratório).

In vivo – (Lê-se: in vivo.) Em vivo, viven-te, isto é, em ser vivo.

Ipsis litteris – (Lê-se: ípsis líteris.) Omesmo caractere, a mesma letra, as mes-mas palavras.

Ipso facto – (Lê-se: ípso fáquito.) Pelopróprio fato; o mesmo fato; por isso mes-mo; necessariamente.

Ita justitia sperat – (Lê-se: íta justíciaispérat.) Assim espera a justiça.

Ita lex scripta est – (Lê-se: íta léchisi iscrí-pita ést.) Assim está escrita a lei.

Ita speratur – (Lê-se: íta isperátur.) As-sim se espera.

Iter criminis – (Lê-se: íter críminis.) O ca-minho do crime, delito. É o conjunto dos atospreparatórios e executórios de um crime.

Ito bonis avibus – (Lê-se: ito bônis ávibus.)Ide com bons agouros (ide com Deus).

Ito malis avibus – (Lê-se: ito mális ávibus.)Ide com maus agouros (diabos te levem).

Iudex... cum non exemplis, sed legibusindicandum sit – (Lê-se: iúdequisi... cumnon echisemplis, séd légibus indicândumsít.) O juiz deve julgar com as leis, não comos exemplos.

IN specie – Iudex... cum non exemplis, sed legibus indicandum sit

Jacens hereditas dicitur quae heredemnondum habet sed habere spectat;vacans vero quae nec habet nec haberespectat – (Lê-se: iácens heréditas díciturque herádem nóndum hábet séd habéreispéquitat; vácans véro que hábet néc hábereispéquitat.) Diz-se herança jacente a quenão tem herdeiro, mas espera tê-los; vacan-te, porém, a que não tem, nem espera ter.

Judex (a quo...ad quem) – (Lê-se: iúdechis– a cuód ad cuém.) Juiz; órgão jurisdicional(do qual... para o qual).

Judex est tempus judicandi non nimiscoarctare ne reo defensio debita aufera-tur – (Lê-se: iúdechisi ést témpus iudicândinon nímis coarquitáre ne réo defénso débitaauferátur.) É dever do juiz não limitar nimia-mente o tempo de julgar para não tirar aoréu a defesa devida.

Judex idoneus – (Lê-se: iúdechis idôneus.)Juiz idôneo.

Juramentum veritatis – (Lê-se: iuramén-tum veritátis.) Juramento da verdade.

Juramentum vinculum iniquitatis essenon debet – (Lê-se: iuraméntum vínculuminiquitátis ésse non débet.) O juramentonão deve ser vínculo da iniqüidade.

Jura novit curia – (Lê-se: iúra nóvit cúria.)Literalmente: a cúria (assembléia dos re-presentantes do povo) conhece os direitos(deste). Ou seja: o juiz é quem conhece (sabeinterpretar) o direito.

Jure et de facto – (Lê-se: iúre et de fáquito.)Por direito e de fato.

Jure proprio – (Lê-se: iúre próprio.) Pordireito próprio.

Juris apices – (Lê-se: iúris ápices.) Sutile-zas do direito.

Juris conditores – (Lê-se: iúris conditó-ris.) Os legisladores.

Jurisdictio – (Lê-se: iurisdíquicio.) A ju-risdição.

Juris et de jure – (Lê-se: iúris ét dê iúre.)De direito por direito.

Juris ignorantiam etiam rusticumhominem non excusat – (Lê-se: iúris igui-norânciam éciam rústicum hóminem nónechiscúsat.) A ignorância do direito nãoescusa nem mesmo o homem rústico.

Juris ordine non servato – (Lê-se: iúrisórdine nón serváto.) Não observada a pres-crição do direito ou da lei.

Juris praecepta sunt haec honest vive-re, alterum non laedere suum cuiquetribuere – (Lê-se: iúris pretchápita súntéc ónest vívere, altérum non lédere súumcuíque tributáre.) Os preceitos do direitosão estes: viver honestamente, não lesar aoutrem, dar a cada um o seu.

Jurisprudentia – (Lê-se: iurisprudência.)A jurisprudência; o conhecimento prático;a intelecção sábia do direito.

294

Juris tantum – (Lê-se: iúris tântum.)De direito até que se prove o contrário;presunção.

Jus – (Lê-se: iús.) O direito.

Jus abutendi – (Lê-se: iús abuténdi.) Di-reito de abusar.

Jus ad crescendi – (Lê-se: iús ad cre-chendi.) Direito de acrescer.

Jus ad rem – (Lê-se: iús ad rém.) Direito àcoisa ou direito sobre a coisa.

Jus agendi – (Lê-se: iús agéndi.) Direitode agir.

Jus civile – (Lê-se: iús chívile.) Direitocivil.

Jus dicere – (Lê-se: iús díchere.) Direitode Julgar.

Jus disponendi – (Lê-se: iús disponéndi.)Direito de dispor.

Jus domini – (Lê-se: iús dómine.) Direitode domínio ou de propriedade.

Jus est facultas agendi – (Lê-se: iús éstfacúltas adgéndi.) O direito é a faculdadede agir.

Jus extraordinarium – (Lê-se: iúsequistraordinárium.) Direito extraordinário.

Jus facit judex – (Lê-se: iús fátchitiúdechis.) O juiz faz o direito.

Jus gentium – (Lê-se: iús géncium.) Di-reito das gentes (Direito InternacionalPúblico).

Jus in re – (Lê-se: iús in ré.) Direito sobrea coisa, isto é, o direito real.

Jus in re aliena – (Lê-se: iús in ré alíena.)Direito sobre coisa alheia.

Jus in re própria – (Lê-se: iús in ré pró-pria.) Direito sobre a coisa própria. É odireito pleno de propriedade.

Jus interpretativum – (Lê-se: iús interpre-tatívum.) Direito interpretativo.

Jus jura condendi – (Lê-se: iús iúracondêndi.) Direito de declarar os direitos.

Jus jurandum vicem rei judicataeobtinet – (Lê-se: iús iurândum vítchem rêiiudicáte obitínet.) O juramento tem forçade coisa julgada.

Jus legitimo modo partum – (Lê-se: iúslegítimo módo pártum.) Direito adquiridode modo legítimo.

Jus moribus constitutum – (Lê-se: iúsmóribus constitútum.) Direito constituídopelo costume; direito consuetudinário.

Jus naturale – (Lê-se: iús naturále.) Di-reito natural.

Jus naturale est quod natura omnibusanimalibus docuit – (Lê-se: iús naturáleést cuód natúra ôminibus animálibusdócuit.) Direito natural é o que a naturezaensinou a todos os animais.

Jus non scriptum – (Lê-se: iús non iscrí-pitum.) Direito não escrito.

Jus paenitendi – (Lê-se: iús peniténdi.)Direito de arrepender-se, ou seja, o direitode voltar atrás em uma decisão anterior.

Jus pascendi – (Lê-se: iús pachêndi.) Odireito de pastagem.

Jus persequendi – (Lê-se: iús perse-cuêndi.) O direito de demandar, isto é, odireito de agir em juízo, reclamando da coi-sa que se encontra ilicitamente em poderde outrem.

Jus persequendi in judicio quod nobisdebentur aut nostrum est – (Lê-se: iúspersecuêndi in iudício cuód nóbis debénturáut nóstrum ést.) Direito de reinvidicar quenos é devido ou o que é nosso.

Jus pignoris – (Lê-se: iús pinhóris.) Odireito de penhor.

Jus politiae – (Lê-se: iús polície.) Direitode polícia.

Jus possessionis – (Lê-se: iús possessiô-nis.) O direito de posse.

JUris tantum – Jus possessionis

295

Jus possidendi – (Lê-se: iús possidêndi.)Direito de possuir. É a prerrogativa que tema pessoa de apossar-se daquilo que é seu.

Jus postilimini – (Lê-se: iús postilímini.)Direito de voltar à pátria.

Jus postulandi – (Lê-se: iús postulândi.)Direito de postular (em juízo).

Jus preferendi – (Lê-se: iús preferêndi.)Direito de possuir. É o direito de preferên-cia ou de preferir.

Jus privatum – (Lê-se: iús privátum.) Di-reito privado, ou seja, particular.

Jus pro affinitate – (Lê-se: iús pró afini-táte.) Direito por afinidade.

Jus pro consanguinitate – (Lê-se: iús próconsanquinitáte.) O direito por consan-güinidade.

Jus prohibendi – (Lê-se: iús proibéndi.)Direito de impedir/proibir.

Jus propritas – (Lê-se: iús propriétas.)Direito de propriedade.

Jus protimeseos – (Lê-se: iús protimé-zeos.) Direito de prelação ou preferência.

Jus publice respondendi – (Lê-se: iúspúblitche respondêndi.) O direito de res-ponder publicamente.

Jus publicum – (Lê-se: iús públicum.)Direito público.Observação: O conceito deste verbete entreos romanos era o seguinte: jus publicum insacris, sacerdotibus et magistratibus consist(lê-se: iús públic um in sácris, satcherdótibuset magistrátibus cónsist), ou seja, o direitopúblico consiste nas coisas sagradas, nossacerdotes e nos magistrados.

Jus puniendi – (Lê-se: iús puniêndi.) Odireito de punir.

Jus reformandi – (Lê-se: iús reformândi.)Direito de reformar.

Jus reivindicandi – (Lê-se: iús reivindicân-di.) Direito de reivindicar.

Jus retentionis – (Lê-se: iús retenciônis.)Direito de retenção.

Jus sanguinis – (Lê-se: iús sânguinis sólis.)Direito de sangue.Observação: Este verbete significa o direi-to de nacionalidade proveniente da filiaçãoou do país onde a pessoa nasceu. Isto, en-tretanto, somente existe entre os europeus,onde a nacionalidade está vinculada ao san-gue, ou seja, os filhos têm a nacionalidadedos pais, não obstante terem nascidos emsolo estrangeiro.

Jus scriptum – (Lê-se: iús iscrípitum.)Direito escrito.

Jus scriptum et jus non scriptum – (Lê-se:iús scrípitum et iús non scrípitum.) Direitoescrito e direito não escrito.

Jus singulare – (Lê-se: iús singuláre.)Direito singular, ou seja, direito especial.

Jus solemne – (Lê-se: iús solémine.) Direi-to solene.

Jus soli – (Lê-se: iús sóli.) O direito dosolo.

Jussu judicis – (Lê-se: iússum iúdithis.)Por ordem do juiz.

Jus summum summa malitia est – (Lê-se: iús súmum súma malícia ést.) Direitosupremo é malícia suprema.

Jussu praetoris – (Lê-se: iússum pretóris.)Por ordem do pretor (magistrado).

Justa causa – (Lê-se: iústa cáusa.) Por justacausa.

Justae nuptiae – (Lê-se: iúste núpicie.)Justas núpcias, isto é, núpcias realizadasde conformidade com a lei.

Justa uxor – (Lê-se: iústa úquisór.) Legíti-ma esposa.

Juste fit, quod lege permittente fit – (Lê-se:iúste dít, cuód lége permiténte fít.) Faz-se com justiça o que se faz com permissãoda lei.

Juste petita non sunt deneganda – (Lê-se: iúste petíta non súnt denegánda.) Não

JUs possidendi – Juste petita non sunt deneganda

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se deve negar as petições requeridas comjustiça.

Juste possidet que auctoritate judicispossidet – (Lê-se:iúste possidét cué autori-táte iúditchis possidét.) Possui justamentequem possui por autoridade do juiz.

Justitia est constans et perpetua volun-tas jus suum cuique tribuere – (Lê-se:iustícia cónstans et perpétua volúntas iússúum cuíque tribuére.) A justiça é a vonta-de constante e perpétua de dar a cada um oque é seu.

Justitia et misericordia coambulant –(Lê-se: iústície et misericórdia coambúlant.)A justiça e a misericórdia andam juntas.

Justitiam namque colimus; et boni etaequi notitiam profitemus; aequo abiniquo separamus; licitum ab illicitodiscernentes – (Lê-se: istícia nánque cóli-mus; et bóni et équi notíciam profitémus;équo ab inícuo separámus; lítchitum abilítchito distchernéntes.) Cultuamos a jus-tiça; confessamos o conhecimento do que ébom e da equidade; discernimos o équo doiníquo; o lícito do ilícito.

Justitia omnium est domina et reginavirtutum – (Lê-se: iustícia óminium ést dó-mina ét regína virtútum.) A justiça é a senho-ra e a rainha de todas as virtudes.

Justitia suum cuique distribuit – (Lê-se: iustícia súum cuíque distríbuit.) A jus-tiça dá a cada um o que é seu.

Justo jure – (Lê-se: iústo iúre.) Com justodireito.

Justum pretium – (Lê-se: iústum pré-cium.) Justo preço.

Justus titulus – (Lê-se: iústus títulus.)Justo título.

Jus utendi fruendi et abutendi – (Lê-se:iús uténdi, fruêndi ét abutêndi.) Direito deusar (utilizar), fruir, “abusar” e dispor.

Jus volentes ducit et nolentes trahit –(Lê-se: iús voléntes dútchit et noléntestráit.) O direito conduz os que querem earrasta os que não querem.

Juxta legem – (Lê-se: iústa légem.) Se-gundo a lei, conforme a lei.

JUste petita non sunt deneganda – Juxta legem

Laesio enormis – (Lê-se: lézi enórmis.)Lesão enorme.

Lapilli et gemmae et coetera quae inlittore inveniuntur jure natura li statiminventoris fiunt – (Lê-se: lápili et géme ettchétera cue in lítire inveniúntur iúre natúrali ístam inventóris fíunt.) As pedras e asgemas que se encontram nas praias por di-reito natural tornam-se de quem as achou.

Lapsus calami – (Lê-se: lápisus cálami.)Literalmente: lapso (erro/engano) da cane-ta. Ou seja: erro que escapou na escrita.

Lapsus linguae – (Lê-se: lápsus língue.)Literalmente: lapso (engano, escorregade-la) da língua, isto é, engano que resvalou dequem está falando.

Lata culpa est nimia negligentia, id estnon intelligere quod omnes intelligunt– (Lê-se: láta cúlpa ést nímia negligência idést, non intelígere cuod omines intelígunt.)Culpa lata é nímia negligência, isto é, nãoentender o que os outros entendem.

Lato sensu – (Lê-se: láto sénsu.) Em sen-tido amplo.

Legata etiam testamentis relicta stric-tam recipiunt interpretationem – (Lê-se: legáta éciam testaméntis relíquitaistríquitam retchipíunt interpretacionem.)Os legados deixados em testamentos rece-bem interpretação estrita.

Legato est donatio quaedam a defunctoderelicta ab hered praestanda – (Lê-se:

legáto ést donácio quédam defunquitorereléquita ab éred prestânda.) Legado é umacerta doação deixada pelo defunto (faleci-do) a ser prestada pelo herdeiro.

Legatum est delibatio hereditatis, quatestator ex eo quod universum heredisforet, aliquid collatum velit –(Lê-se:legátum ést delibácio hereditátis, cuatestátor équises éo cuód univérsum háredisfóret, alíquid colátum vélit.) Legado é a dis-tribuição da herança, pela qual o testadorquer conferir a alguém parte daquilo queseria todo do herdeiro.

Legem habemus – (Lê-se: légem abêmus.)Temos lei.

Leges ut facxies coeli et maris varientur– (Lê-se: léges ut fáquisies tchéli et márisvariêntur.) Variam as leis como as faces docéu e do mar.

Legibus soluit simus attamen legibusvivimus – (Lê-se: légibus sóluit símusátamen légibus vivímus.) Somos livres pe-las leis, mas vivemos por elas.

Legis virtus haec est: imperare, vetarre,punire, permittere – (Lê-se: légis vírtuséqui ést: imperáre, vetárre, puníre,permítere.) A virtude da lei é esta: imperar,proibir, punir, permitir.

Legitimario ad causam – (Lê-se: legitimá-rio ad cáusam.) Legitimação para a causa.

Legitimatio ad processum – (Lê-se:legimátio ad procéssum.) Legitimação parao processo.

298

Lex – (Lê-se: léquis.) A lei.

Lex dixi plus quam voluit – (Lê-se: léquisdíquissit plús cuam vóluit.) A lei disse maisdo que queria dizer.

Lex dixit minus – (Lê-se: léquis díquismínus.) A lei disse menos.

Lex domicilli – (Lê-se: léquis domicíli.)Lei do domicílio.

Lex XII Tabularum – (Lê-se: léquisduodêni tabulárum.) Lei das XII Tábuas.

Lex est commune praeceptum – (Lê-se:léquis comúne pretchépitum.) A lei é o pre-ceito comum.

Lex est id cui omnes homines pareredecet propter multa et maxima, quia lexomnis donum Dei est – (Lê-se: léquis idcui ôminis óminis parére détche própitermúlta et máxima, cua léquis léquis ôminisdónum dêi ést.) A lei é aquilo a que todosos homens devem obedecer por muitas eimportantes razões, porque toda a lei é umdom de Deus.

Lex fori – (Lê-se: léquis fóri.) Lei do foro.Comentário: É esta a lei da jurisdição ondea questão se levantou (Armijom). É a lei dalocalidade em que deve transcorrer a ques-tão ou em que esta deve ser proposta emjuízo.

Lex loci – (Lê-se: léquis lótchi.) Lei dolugar.Comentário: É a lei do local em que se pro-duz o ato jurídico.

Lex loci actus – (Lê-se: léquis lótchiáquitus.) Lei do lugar do ato. É a lei dolugar, pela qual é instituído o ato jurídico.

Lex loci celebrationis – (Lê-se: léquislótchi tchelebracionis.) É a lei do lugar dacelebração da ação (de um casamento, p.ex.) determinando esta as formas da ceri-mônia e o gerenciamento dos recursos daprova.Comentário: Quando o casamento é reali-zado no Brasil, a lei brasileira é aplicadatanto nos impedimentos quanto nas for-

mas pelas quais o enlace deve ser realizado(LICC, art. 7.o,§ 2.o).

Lex loci contractus – (Lê-se: léquis lótchicontráquitus.) Lei do lugar onde foi cele-brado o contrato.Comentário: Esta expressão se refere à leido lugar onde o contrato foi celebrado, daqual são gerados direitos como também asobrigações e provas de sua celebração. Paraclassificar e administrar os compromissos,são designadas as leis do país em que ocontrato foi estabelecido.

Lex loci delictus – (Lê-se: léquis lótchidelíquitus.) Lei do lugar onde foi cometidoo delito.Observação: Esta lei determina, também, acompetência da autoridade policial.

Lex loci rei sitae – (Lê-se: léquis lótchi rêisíte.) Lei do lugar onde a coisa está situada.Observação: Para qualificar as posses (acoisa) e ordenar os compromissos a elespertinentes, emprega-se a lei da nação naqual os mesmos estão situados (LICC,art. 8.o).

Lex loci solutionis – (Lê-se: léquis lótchisoluciônis.) Lei do lugar onde deverá sersolucionado e executado o contrato, isto é,onde lei que dará cumprimento a obrigaçãoou o contrato deverá ser executado.Observação: Este compromisso deve serrealizado no Brasil e, dependendo de for-malidade exclusiva, deverá ser observado edeverá ser obedecida as peculiaridades dalei estrangeira quanto aos requisitos quedeverão ser observados quanto ao ato.

Lex minus quam perfecta – (Lê-se: léquismínus cuam perféquita.) Lei menos queperfeita.

Lex non est textus sed contextus – (Lê-se: léquis non ést têstus séd contêstus.) Alei não é o texto, mas o contexto.

Lex perfecta – (Lê-se: léquis perféquita.)Lei perfeita.

LEx – Lex perfecta

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Lex plus quam perfecta – (Lê-se: léquisplús cuam perféquita.) Lei mais do queperfeita.

Lex posterior derogat priori – (Lê-se:léquis postérior dérogat prióri.) A lei pos-terior revoga a anterior.

Lex potest plus quam factum – (Lê-se:léquis pótest plús cuam fáquitum.) A leipode mais do que o fato.

Lex privata – (Lê-se: léquis priváta.) Leiprivada.Comentário: Lei privada é a coleção de ar-tigos e cláusulas que norteiam as condiçõese obrigações ajustadas num contrato que,depois das partes terem aceitado as exigên-cias ali propostas e assinado devidamente,passará dito documento a ter força de lei.

Lex specialis derogat generali – (Lê-se:léquis ispetchiális generáli.) A lei especialrevoga a geral.

Libertas quae sera tamem – (Lê-se:libértas que séra támem.) Liberdade aindaque tardia.

Litis aestimatio – (Lê-se: lítis estimácio.)Literalmente: avaliação da lide, ou seja, va-lor da causa.

Litis contestatio – (Lê-se: lítis contestá-cio.) Literalmente: processo; lide; deman-da contestada.

Litis decisio – (Lê-se: lítis detchízio.)Decisão da lide.

Litis nomem significat sive in rem sivein personam sit – (Lê-se: lítis nómemsinhíficat síve in rém síve in persónam sít.)A palavra lide significa ação, quer seja realquer pessoal.

Littera enim occidit, spiritus autemvivificat – (Lê-se: lítera énin ócidit ispíritusáutem vivíficat.) A letra, sem dúvida, matao espírito, entretanto, vivifica.Comentário: Isto significa que quando asleis são interpretadas, não se deve ater so-mente ao sentido literal dos seus termos,

mas à sua inteligência (São Paulo. Epístolaaos Coríntios II, 3, 6).

Litteris contrahitur, obligatio – (Lê-se:líteris contraítur, obligácio.) Pelo modo cer-to, a obrigação é contraída.

Locare servitutem nemo potest – (Lê-se: locáre servitútem némo pótest.) Nin-guém pode locar a servidão.

Locatio et conductio, quam naturalis sitomnium, non verbis, sed consensu con-trahitur, sicut emptio et vendictio – (Lê-se: locácio et condúquicio, cuam naturálissít ôminium, non vérbis, séd consénsucontraítur, sícut êmpicio, sícut êmpicio etvendíquicio.) A locação e a condução, como natural e de todas as pessoas, não se cele-bram através de palavras, mas de consenti-mento, que é a prova da relação (Paulus).

Locatio operandum – (Lê-se: locáciooperândum.) Locação de serviços.

Locatio operis – (Lê-se: locácio óperis.)Locação de obra.

Locatio rerum – (Lê-se: locácio rérum.)Locação das coisas.

Loco citato – (Lê-se: lóco tchitáto.) Nolugar (trecho) citado.

Locupletatio indebita – (Lê-se: locupletá-cio indébita.) Locupletamento indevido,isto é, enriquecimento indevido, ilícito.Observação: Locupletamento (lat. lucuple-tare) – tornar rico, enriquecer. E indébita(lat. indebitu) – que não é devido.

Locuppletari neom debet cum alteriusinjuria vel jactura – (Lê-se: locupletárinéom débet cum altérius iniúria vel jaqui-túra.) Ninguém deve enriquecer com o pre-juízo de outrem.

Locus certus ex fundo – (Lê-se: lócus tcgé-tus équis fúndo.) Lugar determinado e certo.

Locus delicti commissi – (Lê-se: lócusdelíquiti comíssi.) Lugar onde foi praticadoo crime.

LEx plus quam perfecta – Locus delicti commissi

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Locus delicti petrati – (Lê-se: lócus delí-quiti patráti.) O lugar regula o ato.

Locus regit actum – (Lê-se: lócus régitáquitum.) O lugar determina o ato.

Locus vexatissimus – (Lê-se: lócusvechatíssimus.) Ponto sujeito a dúvida, ainterpretações diferentes, questão.

Longa manu – (Lê-se: lónga máni.) Demão longa, distante; à longa distância.

Longa manus – (Lê-se: lónga mánus.) Li-teralmente: mão longa.Observação: “Longus, a, um (adj. 1.a clas-se) – longa, afastada. Manus, us (s.f. 4.a

decl.) – mão, trabalho, indústria, obra” (SA-RAIVA, Vicente de Paulo. Expressões lati-nas jurídicas e forenses, São Paulo: Sarai-va, 1999).

Longe commodius est (et potius) possi-dere, quam petere) – (Lê-se: lónge comó-dius ést (et pócius) possidére, cuam pétere.)É mais cômodo possuir do que pedir.

Longe commodius est ipsum possidereet adversarium ad onera petitoris com-pellere – (Lê-se: lónge comódius ést ípi-sum possidére et adversárium ad onéra pe-titóris compélere.) É muito mais cômodopossuir do que compelir o adversário aoônus da prova.

Longe magis legato falsa causa nonnocet – (Lê-se: lónge mágis legáto fálsa

cáusa nom nótchet.) Por mais razão, a falsacausa não prejudica o legado.

Lucet res – (Lê-se: lútchet rés.) O caso éclaro, manifesto.

Lucrum cessans – (Lê-se: lúcrum tchés-sans.) Lucro cessante.

Lucrum facit qui voluntatem suamimplet – (Lê-se: lúcrum fátchit cui volun-tátem súam ímplet.) Lucra quem cumpre asua vontade.

Lucrum sine onera esse non debet – (Lê-se: lúcrum síne onéra ésse non débet.) Nãose deve haver lucro sem ônus.

Luminibus captum curatorem haberidebere, falso tibi persuasum est – (Lê-se: lumínibus cápitum curatórem aberedébere, fálso tíbi persuázum ést.) Estásfalsamente persuadido de que se deve darcurador ao cego.

Luminum servitute constituta, id adqui-situm videtur, ut vicinus lumina nostraexcipiat – (Lê-se: lúminum servitúte cons-titúta id ad quizítum vidétur, ut vitchínuslúmina nóstra echistchípiat.) Constituída aservidão da luz, parece adquirido que o vi-zinho não a impeça.

Lusus, noxius, in culpa est – (Lê-se: lúsus,nóchissius, in cúlpa ést.) Literalmente: abrincadeira (o jogo, o passa-tempo) dano-sa, nociva, é culposa. Ou seja: a brincadeiraprejudicial é responsável, culposa.

LOcus delicti petrati – Lusus, noxius, in culpa est

Magis aequo – (Lê-se: mágis écuo.) Maisdo que justo.

Magister dixit – (Lê-se: magíster díchist.)O mestre (professor) disse (falou).

Magister magnus – (Lê-se: magístermáguinus.) Grande mestre.

Magister navis – (Lê-se: magíster návis.)Capitão, mestre ou comandante de naviomercante.

Magistratum legem esse loquentem –(Lê-se: magistrátum légem ésse locuêntem.)O magistrado é a lei que fala.

Magis verita oculata fide, quam peraures animus hominum infligitur – (Lê-se: mágis vérita oculáta fíde, cuam per áuresânimus óminum infligítur.) A verdade, quan-do vista, se fixa mais no espírito dos ho-mens que quando ouvida.

Magna charta (libertatum) – (Lê-se:máguina cárta libertátum.) Magna (grande)carta (das liberdades). Ou também pode sera Carta Constitucional.Comentário: Extensivamente, é qualquerregulamento principal de uma nação.

Magna culpa dolo est – (Lê-se: máguinacúlpa dôlo ést.) A culpa muito grande é amesma coisa que o dolo.Comentário: Esta expressão foi dita porPaulus (São Paulo apóstolo).

Magna est vis et autoritas aequitatis –(Lê-se: máguina ést vís autorítas equitátis.)Grande é a foça e a autoridade da eqüidade.

Magna ex parte – (Lê-se: máguina échispárte.) Em grande parte.

Magna negligentia culpa est; magnaculpa dolus est – (Lê-se: máguina negligên-cia cúlpa ést; máguina cúlpa dólus ést.)Grande negligência é culpa; grande culpa édolo.

Magna pars – (Lê-se: máguina párs.) Maiorparte, ou seja, a parte principal.

Magna quaestio – (Lê-se: máguina cués-tio.) Grande questão ou questão principal.

Magni animi est injurias despicere –(Lê-se: máguini ânimi ést iniúrias despíche-re.) O desprezo da injúria é próprio de umaalma grande.

Maior est longinquo reverentia – (Lê-se: máior ést longícuo reverência.) De lon-ge é a maior referência.

Mala non sunt facienda ut inde veniantbona – (Lê-se: mála non súnt fatchiênda útínde véniant bôna.) Não se devem fazer ascoisas más para que daí venham as boas.

Malitia supplet aetatem – (Lê-se: malí-cia súplet etátem.) A malícia supre a idade.

Malo qui consentit malum ipse facerevidetur – (Lê-se: málo cúi conséntit malumípse fátchere vidétur.) Quem consente nomal, parece ele mesmo fazer o mal.

Malum quia malum – (Lê-se: málum cuíamálum.) Mal porque é mal.

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Malum quia prohibitum – (Lê-se: málumcuía pró ibítum.) Mal porque proibido.

Malus semper praesumitur malus – (Lê-se: málus sémper presumítur málus.) Sem-pre se presume mau quem é mau.

Mandamus – (Lê-se: mandámus.) Man-dado; ordenação; mandado de segurança.

Mandamus ad judicia – (Lê-se: mandámusad iudícia.) A procuração judicial; procura-ção para agir em juízo.

Mandamus ad negotia – (Lê-se: mandá-mus ad negócia.) A procuração para fins denegócio.

Mandatum expirat morte mandatis –(Lê-se: mandátum equispírat mórte man-dátis.) O mandato expira com a morte domandante.

Mandatum non praesumitur – (Lê-se:mandátum non presumítur.) O mandato nãose presume.

Mandatum sibi jurisditionem mandarialteri non posse manifestam est – (Lê-se: mandátum síbi iurisdicionem mandáriálteri non posse manifestam ést.) Não épossível mudar a jurisdição do mandadojudicial. A jurisdição do mandado éinstransferível.

Manu militari – (Lê-se: mánu militári.)Por força militar.

Manus injectio – (Lê-se: mánus injéqui-cio.) É a apreensão.

Manus mariti – (Lê-se: mánus maríti.)Poder do marido.

Mare liberum – (Lê-se: máre líberum.)Mar livre.

Medium persequendi – (Lê-se: médiumpersecuêndi.) Diz-se do meio idôneo e le-gítimo para reclamar em juízo um direitode que é titular.

Melior certa pax quam sperata victoria(Lê-se: Mélior tchérta páx cuam viquitória.)

É melhor uma paz certa do que uma vitóriaesperada.

Melius est jura intacta servare quamvulnera causa remedium quaerere – (Lê-se: mélius ést iúra ontáquita serváre cuamvúlnera cáusa remédium cuarére.) É melhorconservar intatos os direitos do que procu-rar remédio para uma causa lesada.

Melius titulum non habere quam vitio-sum – (Lê-se: mélius títulum non habérecuam viciozum.) É melhor não ter título doque tê-lo vicioso.

Mens legis – (Lê-se: méns légis.) Espíritoda lei.

Mens legislatoris – (Lê-se: mêns legislató-ris.) A intenção do legislador.

Mens sana in corpore sano – (Lê-se: nénssána in córpore sáno.) Mente sã em corposadio.

Metus non debet esse vanus, imagina-rus, sed probabilis judici – (Lê-se: métusnon dábet ésse vânus, imaginárus, séd pro-bábilis iúditchi.) O medo não deve ser vão,imaginário, mas que possa ser provado pe-rante o juiz.

Minima de malis – (Lê-se: mínima dê má-lis.) Dos males os menores.

Modus faciendi – (Lê-se: módus fatchiên-di.) Maneira de agir.

Modus vivendi – (Lê-se: módus vivêndi.)Modo de viver.

More uxorio – (Lê-se: móre uchissório.)À moda (ou à maneira) matrimonial.

Mors ultima ratio – (Lê-se: mórs últimarácio.) A morte é a última razão.

Mortis causa – (Lê-se: mórtis cáusa.) Emrazão da morte.

Munus – (Lê-se: múnus.) Encargo; fun-ção;emprego, exercício.

Munus judicandi – (Lê-se: múnus iudi-cândi.) Ofício ou encargo de julgar.

MAlum quia prohibitum – Munus judicandi

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Munus publicum – (Lê-se: múnus públi-cum.) Encargo público.

Mutare consilium quis non potest inalterius detrementus – (Lê-se: mutárecinsílium cuis non pótest in altérius detre-méntus.) Não se pode mudar de intenção,em prejuízo de terceiro.

Mutata forma, saepe interemit substan-tia rei – (Lê-se: mutata forma, sépe íntere-mit subistância rêi.) Mudada a forma, mui-tas vezes, parece a substância da coisa.

Mutatio domicillii principal iterpendetab animo – (Lê-se: mutácio domitchiliiprintchi pal iterpêndet ab ânimo.) A mu-dança de domicílio depende principalmen-te do ânimo.

Mutationes facti, jus mutatur – (Lê-se:mutaciones fáquiti iús mutátur.) Mudan-ças no fato, direito mudado ou muda-se odireito, mudando-se o fato.

Mutatis mutandis – (Lê-se: mutátis mu-tândis.) Mudado o que deve ser mudado oumudando-se o que se deve mudar.

MUnus publicum – Mutuus dissensus

Mutato statu procuratoris dicitur statimmutata voluntate mandantis – (Lê-se:mutáto istátu procuratóris dítchitur is tátimmutáta voluntate mandântis.) Mudado oestado do procurador, diz-se logo mudadaa vontade do mandante.

Mutua consuetudo – (Lê-se: mútuaconsuetúdo.) É o costume comum.

Mutuae actiones tolluntur – (Lê-se:mútue aquiciones tóluntur.) As ações mú-tuas se cancelam.

Mutua vice – (Lê-se: mútua vice.) Recipro-camente; recíproco.

Mutus pascisci potest – (Lê-se: mútuspastchisci pótest.) O mudo pode pactuar(contratar).

Mutuum quia ex meo fit tuum – (Lê-se:mútuum qüía équis méi fít túum.) Mútuoporque o meu se torna teu.

Mutuus consensus – (Lê-se: mútuus con-sênsus.) O consentimento mútuo.

Mutuus dissensus – (Lê-se: mútuus dis-sênsus.) Desentendimento recíproco, de-sacordo ou divergência recíproca.

Naturalia negotii – (Lê-se: naturálianegícii.) Literalmente: negócios naturais.Conforme a natureza, natural; não artificial;inato.Comentário: De Pontes de Miranda: “Quan-do se põe no suporte fáctico [artificial] donegócio jurídico que se quer exatamenteaquilo que a lei estatui, cogente [racional-mente necessário] ou dispositivamente (exlege) [de acordo com a lei], chama-se a talduplo naturale negotii = negócio natural).Os naturalia negotii somente podem ter osefeitos quer a incidência da lei teria e tem:não superfluidades [qualidade de supér-fluos], quanto ao texto legal duplicado pelonaturale negotii explicitações que nem sem-pre são escusadas pela possível variaçãoda doutrina ou da jurisprudência quanto aotexto legal duplicado pelo naturale negotii.Se o adquirente disse que se reserva o‘direito’de redibição (V.), ou de dimunuiçãodo preço, em caso de vícios, são de aten-der-se os arts.1.101-1, 1.106; se disse queo alienante respondia pela evicção (V.), osarts 1.107-1.117 é que incidem; se o adqui-rente de coisa futura assumiu o risco denão vir a existir, a cláusula que dê aoalienante o direito a todo o preço é naturalenegotii” (Trat.de Dir.Priv., § 258, n. 3.)

Naturalia non sont turpia – (Lê-se:natutália non súnt sáltus.) Aquilo que énatural, não é vergonhoso; o que vem danatureza não envergonha.

Naturalia ordo per omnia conservabitur –(Lê-se: naturália órdo per ôminia conser-vábitur.) Em tudo deve ser observada a or-dem natural.

Naturaliter possidet, ergo possedit – (Lê-se: naturáliter póssidete, érgo possédit.)Possui por natureza, logo possui, isto é, sefoi a natureza que deu, ele possui.

Natura non facit saltus – (Lê-se: natúranon fátchit sáltus.) Literalmente: a nature-za não faz saltos, ou seja, a natureza não dásaltos; a natureza não salta.

Ne bis in idem – (Lê-se: né bis in ídem.)Sem repetição; sem ser repetido; sem ocor-rer novamente.

Necare videtur ei qui alimenta denegat– (Lê-se: necáre vidétur ei cui aliméntadenégat.) Negar alimentos é a mesma coisaque matar de fome.

Necessitas facit justum quod de jurenon est licitum – (Lê-se: netchéssitasa fát-chit iústum cuod iúre non ést lítchitum.) Anecessidade faz justo o que de direito não élícito.

Necessitas inevitabilis – (Lê-se: netchés-sitas inevitábilis.) Literalmente: necessida-de inevitável.Comentário: É a necessidade extrema, a rea-ção ou repulsa imperativa que resulta dalegítima defesa, da auto-satisfação, do es-tado de necessidade, do esforço.

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Necessitas non facit legem – (Lê-se:netchéssitas non fátchi légem.) A necessi-dade não faz lei.

Necessitas non habet legem – (Lê-se:netchéssitas non fátchi légem.) Não tem leia necessidade.

Nec ex industria protraha jurgium –(Lê-se: néc équis indústria prótraha iúrgam.)O advogado não deve prolongar a demandapropositadamente.

Nec plus ultra – (Lê-se: néc plús últra.)Não mais além, ou seja, nada mais além.

Nec vi, nec clam, nec precario – (Lê-se:néque ví, néque clâm, néque precário.) Nempela força, nem clandestinamente, nem pre-cariamente.

Ne eat judex petita partium – (Lê-se: nééat iúdequis petíta párcium.) O juiz nãodeve passar do que as partes pediram, istoé, o juiz não deve julgar além daquilo quefoi pedido.

Negotiorum gestio – (Lê-se: negociórumdijéscio.) Gestão dos negócios alheios.

Negotiorum gestor – (Lê-se: negociórumdijéstor.) Gerente, agente de negócios deoutrem; mandatário.

Negotiorum mixtum – (Lê-se: negociórummístum.) Negócio misto.

Negotium mixtum – (Lê-se: negóciummistum.) Todo ato jurídico que tem umaparte onerosa e outra gratuita.

Nemine contradicente – (Lê-se: néminecontraditchente.) Sem desacordo; sem dis-crepância; em unanimidade; sem que nin-guém discorde.

Nemine discrepante – (Lê-se: néminediscrepánte.) V. némine contradicente. Temo mesmo sentido, ou seja, por unamidade;sem divergência de nenhuma das partes.Exemplos: acórdão (némine discrepante);jurisprudência (némine discreante).

Nemo auditur propriam turpitudinemalligans – (Lê-se: nêmo áudítur própriamturpitúdinem áligans.) Ninguém é ouvidoalegando a própria torpeza.

Nemo censetur ignorare legem – (Lê-se: nêmo tchensétur iguinoráre légem.) Aninguém é admitido ignorar a lei.

Nemo debet inauditus damnari – (Lê-se: nêmo débet inaudítus daminári.) Nin-guém deve ser condenado sem ser ouvido.

Nemo jus ignorare censetur – (Lê-se:nêmo iús iguinoráre tchensétur.) Ninguémse julgue justificado por ignorar a lei.

Nemo plus juris transferre potest quamipse habet – (Lê-se: nêmo plús iúris trans-férre pótest cuam ípse hábet.) Ninguémpode transferir mais direito do que ele pró-prio tem.

Nemo sibi causam possessionis mutare– (Lê-se: nêmo síbi cáusam possessiônismutáre.) Ninguém pode mudar para si acausa de posse.

Ne procedat judex ex officio – (Lê-se: néprocédat iúdequis équis ofício.) Não pro-ceda o juiz de ofício.Observação: A expressão acima significaque o juiz não deve proceder por sua pró-pria conta. V. ne eat judex petita partium.

Ne sutor ultra crepidam – (Lê-se: né sútorúltra crépidam.) Não vá o sapateiro alémda sandália.Comentário: Esta expressão quer dizerque a pessoa não deve ir além de suaspossibilidades.

Ne verbum quidem – (Lê-se: né vérbumcuídem.) Nem uma palavra sequer.

Nihil obstat – (Lê-se: níil óbsta.) Nada obs-ta, ou seja, não há nada que possa impedir.

Nomen juris – (Lê-se: nómem iúris.) Onome de direito, isto é, a denominação legaldefinindo um ato, um fato ou um institutojurídico.

NEcessitas non facit legem – Nomen juris

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Nomine alieno – (Lê-se: nómine aliéno.)Em nome alheio.

Non aedificandi – (Lê-se: non edificândi.)Literalmente: não edificar. É a designaçãode uma área em que nada pode ser edificado.

Non altius tollendi – (Lê-se: non áciustolléndi.) Literalmente: não levantar maisalto.

Non dominus – (Lê-se: non dóminus.)Literalmente: não senhor. Diz-se daqueleque não é proprietário de uma coisa.

Non liquet (n.l.) – (Lê-se: non líquet.) Nãoestá claro, transparente.

Non omne quod licet honestum est –(Lê-se: non ómine cuód lítchet onéstum ést.)Nem tudo que é lícito, é honesto.

Non probandum factum notorium – (Lê-se: non probândum fáquitum notórum.) Ofato notório não deve ser provado.

Non tantum ratum verbis haberi potestsed etiam actu – (Lê-se: non tânum rátumvérbis habéri potést séd éciam áquitu.)Pode-se ratificar não só por palavras masainda por fatos.

Norma agendi – (Lê-se: nórma adgêdi.)Norma de consulta.

Nosce te ipsum – (Lê-se: nósche te ípi-sum.) Conhece-te a ti mesmo.

Notitia criminis – (Lê-se: notícia crími-nis.) Notícia do crime.

Notorium est quod purblice hoc est velpluribus vel plerisque ita manifestumet evidens est ut nulla tergiversationicelari potest – (Lê-se: notórium ést cuódpurblítche óc ést vel plúribus vel plerísqueíta maniféstum et évidens ést ut núlatergiversacióno thicélari pótest.) Notório éaquilo que de tal modo é manifesto e evi-dente a muitos ou vários, que por nenhumatergiversação pode ser escondido.

Nulius juris – (Lê-se: núlius iúris.) Semvalor jurídico; que não produz efeitos legais.

Nulla actio sine lege – (Lê-se: núla áquiciosíne lége.) Não há ação sem lei.

Nulla emptio sine praetio – (Lê-se: núlaêmpicio síne précio.) É nula a compra sempreço.

Nulla et non facta – (Lê-se: núla et nonfáquita.) Coisas nulas e não feitas.

Nullum crimen, nulla poena, sine lege– (Lê-se: núlum crímen, núla pena, síne lé-ge.) Nenhum crime, nenhuma pena, sem(prévia) lei.

Nullum jus sine actione – (Lê-se: núlumiús síne áquicione.) Não há direito sem ação.

Nullus idoneus testis in re sua intelli-gitur – (Lê-se: núlus idóneus téstis in résua inteligítur.) Não se compreende que al-guém seja testemunha idônea em negócioseu.

Nullus sit errantis consensus – (Lê-se:núlus sit érrants consénsus.) É nulo o con-sentimento de quem erra.

Nullus videtur dolo facere qui jure suoititur – (Lê-se: núlus vidétur dólo fácerecui iúre suo itítur.) Julga-se não procedercom dolo quem usa de seu direito.

Numerus clausus – (Lê-se: númeruscláuzus.) Número fechado, isto é, taxativo.

Nunc aut nunquam – (Lê-se: núnc áutnúncuam.) Agora ou nunca.

Nunc et semper – (Lê-se: núnc et sémper.)Agora e sempre.

Nunquam eminentia invidia caret – (Lê-se: núncuam eminência invídia cáret.) Ja-mais a superioridade esteve livre da inveja.

Nunquam nuda traditio transfert domi-nium – (Lê-se: núncuam núda tradíciotrânsfert domínium.) Nunca a nua tradiçãotransfere o domínio.

Nuntiare idem est ac prohibere – (Lê-se: nunciáre ídem ést ac prohíbere.) Nunciaré o mesmo que proibir.

NOmine alieno – Nuntiare idem est ac prohibere

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Nuptiae consensu contrahuntur – (Lê-se: núpicie consêncu contrahúntur.) Asnúpcias se contraem pelo consentimento.

Nuptiae non concubitus, sed consensusfacit – (Lê-se: núpicie non concubinátus, sédconsensu fátchit.) Núpcias não é o concúbito,mas o consentimento que faz as núpcias.

NUptiae consensu contrahuntur – Nutus est significatio...

Nutu solo pleraque consistunt – (Lê-se:nútu sólo pleráque consístum.) Muitas coi-sas existem só pela vontade.

Nutus est significatio voluntatis – (Lê-se: nútus ést siguinificácio voluntátis.) Oconsentimento é a significação da vontade.

Obligatio – (Lê-se: obligácio.) Obrigação.

Obligatio consensu contrahitur – (Lê-se: obligácio consênsu contraítur.) A obri-gação é aceita como compromisso pelo acor-do livre entre as partes.

Obligatio contrahitur re – (Lê-se:obligácio contraítur ré.) A obrigação é con-traída pela coisa.

Obligatio dandi – (Lê-se: obligácio dândi.)A obrigação de dar.

Obligatio est juris vinculum, quo ne-cessitate adstringimur alicuius rei sol-vendae, secundo nostrae civitatis jura –(Lê-se: obligácio ést iúris vínculum, cuónetchessitáte adstríngimur alicúius rêisolvende, secúndum nóstre tchivitátis iúra.)A obrigação é um vínculo de direito peloqual somos obrigados pela necessidade depagar alguma coisa, segundo a lei da nossacidade.

Obligatio faciendi – (Lê-se: obligáciofatchiêndi.) A obrigação de fazer, isto é, deprestar serviço.

Obligatio impossibilium nulla est –(Lê-se: obligácio impossibílium núlla ést.)A obrigação de coisa impossível é nula, ouseja, é nula a obrigação se for prestar coisaimpossível.

Obligatio naturalis – (Lê-se: obligácionaturális.) A obrigação natural.

Obligatio non faciendi – (Lê-se: obligácionon fatchiêndi.) A obrigação de não fazer.

Obligatio omnis solutione ejus quoddebetur tollitur – (Lê-se: obligácio ôminissoluciône éius cuód debétur tóllitur.) Pelopagamento de que é devido toda a obriga-ção se libera.

Obligatio verborum verbis tollitur – (Lê-se: obligácio verbórum vérbis tóllitur.) Des-faz-se por palavras a obrigação verbal. Oque quer dizer: a obrigação assumida atra-vés de um contrato verbal é extinta porpalavras.

Oblivio signum negligentiae – (Lê-se:oblívio síguinum negligêncie.) O esqueci-mento é um indício de negligência.

Obrigamur aut re, aut verbis, aut dimulutroque; aut consensu, aut lege, aut ju-re honorario, aut necessitate aut ex pec-cato – (Lê-se: obrigámur áutre, aut vérbis,aut dímul utróque; aut consénsu, aut lége,aut iure honorário, aut netchessitate autéquis pecáto.) Nós nos obrigamos ou pelacoisa, ou pelas palavras, ou simultaneamen-te por ambas, ou pelo consentimento, oupela lei, ou pelo direito pretório, ou pornecessidade, ou por crime.

Observantia legum summa libertas –(Lê-se: observância légum súmma lebértas.)A suma liberdade é a observância das leis.

Occasio legis – (Lê-se: ocázio légis.) Oca-sião da lei; oportunidade da elaboração dalei.

Occupantis melior est conditio – (Lê-se: ocupântis mélior ést condício.) A con-

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dição de ocupante é mais favorável, ou seja,mais vantajosa.Observação: Esta expressão é usada emDireito possessório.

Occupatio est rerum corporaliumapprehensio cum animo sibi habendi –(Lê-se: ocupácio ést rérum corporáliumapreêncio cum ânimo síbi habêndi.) Ocu-pação é a apreensão das coisas corpóreascom a intenção de as ter para si.

Odiosa restringenda, benefica amplian-da – (Lê-se: odiósa restringénda, nenéficaampliânda.) As coisas odiosas devem serrestringidas às benéficas.

Officia magistratuum – (Lê-se: ofí-tchia madgistrátuum.) As funções dosmagistrados.

Omissis – (Lê-se: omíssis.) Omitidas.

Omne jus aut civile appelatur aut na-turale dicitur, aut jus gentium ab eo no-minatum est quod omnes gentes simi-liter usae sunt – (Lê-se: ómine iús cívileapelátur aut naturále dícitur, aut iús gênciumab eo nominatum ést cuód omines digéntessimíliter úse súnt.) Todo direito se diz oucivil, ou natural, ou direito das gentes, as-sim denominado porque todos os povosusam semelhantemente dele.

Omnis potestas a lege – (Lê-se: ôminispotéstas a lége.) Todo poder emana da lei.

Omnis scientia a significatione verbo-rum incipit – (Lê-se: ôminis chiência asiguinifivaciône verbórum incípit.) Todaciência começa da significação das palavras.

Omnium consensu – (Lê-se: ôminiumconsênsu.) Por consentimento de todos.

Onus probandi – (Lê-se: ônus probandi.)O ônus de provar (literalmente).

Onus probandi incumbit ei qui agit –(Lê-se: ônus probândi incúnbit ei qui ágit.)O ônus da prova incumbe ao que aciona.

Ope legis – (Lê-se: ópe légis.) Por forçada lei.

Operis novi nuntiatio/nuntiato – (Lê-se: óperis nóvi nunciácio/nunciácio.) De-nunciação (embargo) de uma obra nova.

Oportuno tempore – (Lê-se: oportúnotémpore.) No tempo oportuno, ou seja, notem tempo devido.

Oppositio est instar libeli, ergo in illoeodem modo procedendum – (Lê-se: opo-sício ést ínstar libéli érgo in íllo eódem mo-do protchedêndum.) A oposição é comoum libelo; logo, deve-se proceder nela domesmo modo.

Oppugnabitur veritas, non expugnabi-tur – (Lê-se: opinhábitur véritas non equis-punhábitur.) A verdade é combatida, masnão vencida.

Optima enim interpres legum consue-tudo – (Lê-se: óptitima énin intérpres légumconsuetúdo.) O costume é ótimo intérpre-te das leis.

Optimus interpres verborum quisquesuorum – (Lê-se: ópitimus intérpres ver-bórum cuíscue suórum.) Cada um é o me-lhor intérprete de suas palavras.

Opus citatum – (Lê-se: ópus tchitátum.)Obra citada, mencionada.

Ordo juridicus ab ordine morali sepa-rari nequit – (Lê-se: órdo iurídicus abórdine moráli separári nécuit.) Não se podeseparar a ordem jurídica da ordem moral.

Origo emendi vendendique a permuta-tione coepit – (Lê-se: órigo eméndi ven-dendícue a permutacione coépit.) A origemda compra e venda começa da permutação.

Oritur ex facto nullo probatio facti –(Lê-se: óritur équis fáquito núllo probáciofáquiti.) A prova do fato nasce do ato nulo.

OCcupantis melior est conditio – Oritur ex facto nullo probatio facti

Pacta sunt servanda – (Lê-se: páquita súntservânda.) Os pactos devem ser observa-dos (cumpridos).

Pactum a parte debiti non petendi – (Lê-se: páquitum de non débiti non peténdi.)Pacto de não exigir parte do débito.

Pactum de non petendo intra tempus –(Lê-se: páquitum de non peténdo íntratémpus.) Pacto de não exigir em certo tem-po. É a moratória convencional.

Pactum est duorum consensus atqueconvenio – (Lê-se: páquitum ést duórumconsénsus átique convênio.) O pacto é oconsenso ou convenção de dois.

Pactum sceleris – (Lê-se: páquitum chéle-ris.) O pacto do crime.

Pactum servati domini – (Lê-se: páquitumserváti dómini.) Pacto de reserva de domínio.

Pari passu – (Lê-se: pári pássu.) A passoigual (simultaneamente).

Passim – (Lê-se: pássim.) A cada passo;freqüentemente.

Pendente conditione – (Lê-se: pendéntecondicione.) Diz-se da condição enquantonão se realiza nos contratos em que hajacláusula condicional.

Per capita – (Lê-se: pér cápita.) Por cabeça.

Per fas et nefas – (Lê-se: pér fás et néfas.)Por todos os meios (permitidos ou proi-bidos).

Periculum in mora – (Lê-se: perículumin móra.) Risco de decisão tardia. Perigoem razão da demora.

Permissia venia – (Lê-se: pemíssa vénia.)Com a devida permissão.

Per partes – (Lê-se: pér pártes.) Pelaspartes; parte por parte; separadamente.

Perpetuatio jurisdictionis – (Lê-se:perpetuácio iurisdíquicionis.) Perpetuaçãoda jurisdição; é o ato que torna a jurisdiçãoperpétua.Comentário: O princípio dessa perpetua-ção vem do Direito Romano, tendo sidoacolhido em nosso ordenamento jurídico,significando: “uma vez fixada a competên-cia para uma determinada causa não maisserá modificada.” (CPC, art. 87).

Perpetuatio obligationis – (Lê-se: per-petuácio obligacionis.) Perpetuação daobrigação.

Persecutio criminis – (Lê-se: persecúciocríminis.) Lireralmente: perseguição docrime.Comentário: A expressão, no âmbito jurí-dico, significa: perseguição judiciária ao cri-me; delito à infração penal.

Persona grata – (Lê-se: persôna gráta.)Pessoa que agrada.

Persona non grata – (Lê-se: persôna nongráta.) Pessoa não agradável, ou seja, nãobem recebida ou aceita num determinadolugar.

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Plena in re potestas – (Lê-se: pléna in répotéstas.) Pleno poder sobre a coisa.

Pleno jure – (Lê-se: pléno iúre.) De plenodireito.

Pleraque in jure non legibus sed mori-bus constat – (Lê-se: plerácue in iúre nonlégibus séd móribus cósntat.) Muitas coi-sas, em direito, constam não das leis, masdos costumes.

Plus cogitatum quam dictum – (Lê-se:plús cogitátum cuam díquitum.) Mais sepensou do que se disse.

Plus dictum quam cogitatum – (Lê-se:plús díquitum cúam cogitátum.) Mais sedisse do que se pensou.

Plus petitio – (Lê-se: plús petício.) Pedidoque vai além daquilo a que se tem direito.

Plus petitio causa – (Lê-se: plús petíciocáusa.) Ato pelo qual o demandante recla-ma determinada coisa do réu, quando a obri-gação é alternativa.

Plus petitio loco – (Lê-se: plús petícioló-co.) Diz-se do ato de alguém exigir oimplemento de uma obrigação em outro lu-gar que não o indicado, por força de lei ouconvenção, para seu cumprimento.

Plus petitio re – (Lê-se: plús petício ré.)Diz-se do pedido feito em juízo quandoabrange quantidade de coisa superior à queé realmente devida.

Plus petitio tempore – (Lê-se: plús petíciotémpore.) Ato de exigir judicialmente oimplemento de uma obrigação, antes de atin-gido o termo marcado para esse fim. A co-brança ilicitamente antecipada.

Plus usus sine doctrina quam doctrinasine usu valet – (Lê-se: plús úsus sínedoquitrína cúam doquitrína síne úsu válet.)Mais vale o uso sem a doutrina do que adoutrina sem o uso.

Poena praesupponit culpam – (Lê-se:pena presupónit cúlpam.) A pena pressu-põe a culpa.

Possessio – (Lê-se: possécio.) Posse.

Possessio ad usucapionem – (Lê-se:possécio ad usucapiônem.) A posse para afinalidade de usucapião.Observação: No DRom, para a posse deusucapião era exigido dois anos para osbens imóveis e um para os móveis (Institutas2, 42 e 54).

Possessio juris – (Lê-se: possécio iúris.)Posse de direito.

Possessio rei – (Lê-se: possécio rêi.) Pos-se da coisa.

Post factum – (Lê-se: póst fáquitum.)Depois (após) do fato (acontecimento).

Post hoc, ergo propter hoc – (Lê-se: pósthóc érgo própter hóc.) Depois disto, logopor causa disto.

Post mortem – (Lê-se: póst mórtem.)Depois (após) da morte.

Praescriptio – (Lê-se: prescrípicio.) Pres-crição.

Praescriptio longi temporis – (Lê-se:prescrípicio lóngi témporis.) Prescrição delongo tempo (de longa duração).

Praesumptio – (Lê-se: presúmpicio.) Pre-sunção.

Praesumptio hominis/facti – (Lê-se:presúmpicio hóminis fáquiti.) Literalmen-te: presunção da pessoa/do fato. Isto é: pre-sunção entregue à livre apreciação da pes-soa, diante do fato. Ou ainda: presunçãocomum.

Praesumptio juris – (Lê-se: presúmpicioiúris.) Presunção de direito, ou seja, pre-sunção legal.

Praesumptio juris et de jure – (Lê-se:presúmpicio iúris et de iúri.) Presunção dedireito e segundo o direito.

Praesumptio juris tantum – (Lê-se: pre-súmpicio iúris támtum.) Presunção de di-reito, tão-somente.

PLena in re potestas – Praesumptio juris tantum

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Praetium affectionis – (Lê-se: préciumafequiciônis.) Literalmente: preço afetivo,ou seja, valor estimativo.

Pretium doloris – (Lê-se: précium dolô-ris.) Literalmente: o preço da dor, ou seja,indenização pelo dano moral.

Prima facie – (Lê-se: príma fátie.) À pri-meira vista.

Primo ictu oculi – (Lê-se: prímo íquituóculi.) Ao primeiro relance da vista. Ou:logo ao primeiro olhar.

Primo intuitu – (Lê-se: prímo intúito.) Àprimeira vista; ao primeiro olhar.

Prior (in) tempore, potior (in) jure – (Lê-se: príor (in) têmpore pócior (in) iúre.) Li-teralmente: o primeiro no tempo, preferenteno direito. Ou: quem se antecipar no tem-po tem preferência no exercício do direito.

Probatio diabolica (dominii) – (Lê-se:probácio diabólica – dómini.) Prova diabó-lica (do domínio). Isto é: prova dificílima(quase impossível) de se fazer, relativamen-te ao domínio.

Proceptum legis – (Lê-se: prochépitumlégis.) Preceito da lei; a norma legal.

Pro derelicto – (Lê-se: pró derelíquito.)Literalmente: Em razão de estar a coisaabandonada (em razão do abandono).

Pro diviso – (Lê-se: pró divíso.) Em razãode estar a coisa dividida. Ou seja: em virtu-de da divisão.

Pro domo (sua) – (Lê-se: pró dómo – sua.)Em favor da (sua própria) casa. Ou seja:em defesa de si próprio, em próprio pro-veito.

Profecticiu – (Lê-se: profequitíciu.) Sãoos bens que fazem parte do dote constituí-do pelo pai, mãe, ou qualquer ascendente.

Pro forma – (Lê-se: pró fórma.) Por fi-nalidade.

Pro indiviso – (Lê-se: pró indivíso.) Emrazão de estar a coisa não dividida.

Pro labore – (Lê-se: pró labóre.) Pelo tra-balho.

Pronuntiatio judicis – (Lê-se: pronunciá-cio iúditchihis.) Sentença judicial.

Proprietas – (Lê-se: propríetas.) Proprie-dade; domínio.

Proprio nomine – (Lê-se: próprio nómine.)Em seu próprio nome.

Proprio sensu – (Lê-se: próprio sénsu.)Em sentido próprio.

Propter nuptias – (Lê-se: própiter núpi-cias.) Em razão das núpcias.

Propter officium – (Lê-se: própiterofítchium.) Em razão do cargo.

Propter pacem – (Lê-se: própiter páchem.)Por causa da paz.

Propter rem – (Lê-se: própiter rém.) Porcausa da coisa.

Pro rata – (Lê-se: pró ráta.) Na razão deque proporcionalmente deve tocar a cadauma das partes.

Pro soluto – (Lê-se: pró solúto.) A títulode débito (obrigação) solvido (pago).

Pro solvendo – (Lê-se: pró solvendo.) Diz-se do título de crédito, representativo daobrigação contratual, sendo esta conside-rada solvida pelo respectivo pagamento,cuja falta poderá levar à rescisão do negó-cio jurídico, nos termos do ajuste.

Pro tempore – (Lê-se: pró témpore.) Segun-do tempo. Ou ainda: em razão do tempo.

Publica expedit, suprema hominum ju-dicia exitum habere – (Lê-se: públicaechispédit suprêma hóminum iudíciaéchisitum habére.) É de interesse públicoque as últimas vontades dos homens sejamcumpridas.

Publicum bonum privato est praeferun-dum – (Lê-se: públicum bónum priváto éstpreferúndum.) O bem público deve ser an-teposto ao particular.

PRaetium affectionis – Publicum bonum privato est praeferundum

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Puero etiam perspicuum – (Lê-se: púeroéciam perspícuum.) Até uma criança sabedisto (é evidente, até para uma criança).

Pugio plumbeus – (Lê-se: púdio plúmbeus.)Punhal de chumbo (argumento fraco).

Punctum pruriens judicii – (Lê-se:páquitum prúriens iudítchii.) Ponto incô-modo do juízo (contestação).

Punctum saliens – (Lê-se: púnquitumsáliens.) Ponto principal (saliente).

Punire nemo debet si nullam admisitculpam – (Lê-se:puníre némo débet núllamadmísit cúlpam.) Ninguém deve ser punidosem culpa.

PUero etiam perspicuum – Purgatio morae

Punitur ne peccetur – (Lê-se: púnitur nepéchetur.) Pune-se para que não se peque.

Punitur quia peccatum est – (Lê-se: pu-nítur quia peccátum ést.) Puni-se porque épecado.

Punitur ut ne peccetur – (Lê-se: púniturút né péchetur.) Punir para não pecar.

Pura obligatio quae sine conditione re-solvitur – (Lê-se: púra obligácio cúe sínecondicione resólvitur.) Obrigação pura a quese resolve sem condição.

Purgatio morae – (Lê-se: pugácio móre.)Purgação de mora.

Quae ab initio sunt voluntatis ea postfacto sunt necessitatis – (Lê-se: cué abinício súnt vpluntatis éa póst fáquito súmnetchessitátis.) O que a princípio é de von-tade, depois do fato se torna de necessidade.

Quae ad heredem sunt transmissibiliasunt etiam cessibilia – (Lê-se: cué adhéredem súm transmissíbília súnt eciamtchessibília.) O que é transmissível ao her-deiro, é também capaz de cessão.

Quae cernimus, scire affirmabimus –(Lê-se: cué cérnimus chíre afirmábimus.)Aquilo que vimos com nossos olhos, po-deremos afirmar que sabemos.

Quae contra jus fiunt, debent utique,pro infectis habere – (Lê-se: cué cóntraiús fiént, débent útique inféquitis habére.)O que se faz contra o direito deve, certa-mente, ser tido por não feito.

Quaedam possum per me, quae peralium non possum – (Lê-se: quédanpóssum per me, cué per álium non pós-sum.) O que posso fazer por mim nem sem-pre posso fazer por outros.

Quaedam res corporales sunt, quedamincorporales – (Lê-se: quédam rés corporá-les súnt, qúedam incorporáles.) Algumascoisas são corpóreas, outras incorpóreas.

Quae de sunt advocatis partium, judexsuppleat – (Lê-se: cué dê súnt adivocátispárcium, iúdex súppleat.) Supra o juiz oque falta aos advogados das partes.

Quae dubitationes tollendae causa, con-tractibus inseruntur, jus commune nonlaedunt – (Lê-se: cué dubitaciônes tollêndecáusa, contráquitibus inserúntur, iús cim-múne non lédunt.) O que se insere nos con-tratos, a fim de afastar as dúvidas, não lesao direito comum.

Quae injuria impia et iniqua sunt, nullotempore praescribuntur – (Lê-se: cué in-júria ímpia inícua súnt, núllo têmporeprescribúntur.) O que é injúria ímpia e iní-qua em tempo algum prescreve.

Quae pacto fieri non possunt, non ad-mittunt praescriptionem – (Lê-se: cué pá-quito fiéri nón póssunt, non admítuntprescripicionem.) O que não pode ser feitopor pacto, não admite prescrição.

Quae paribus in causis, paria jura desi-derant – (Lê-se: cué páribus in cáusis, páriaiúra desíderant.) As coisas iguais nas cau-sas, devem ter direitos iguais.

Quae (res) nondum competit, extra bonanostra est – (Lê-se: cué (rés) nóndum com-pétit, équistra bóna nóstra ést.) O que ain-da não está no nosso uso, está fora do nos-so patrimônio.

Quae simulate geruntur, pro infectishabentur – (Lê-se: cué simuláte dgerúntur,pró inféquitis habéntur.) O que se faz si-muladamente, tem-se por não feito.

Quaestio facti – (Lê-se: quéstio fáquiti.)Questão de fato.

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Quaestio juris – (Lê-se: quéstio iúris.)Questão de direito.

Quaestio voluntatis – (Lê-se: quéstiovoluntátis.) Questão de vontade.

Quae viva voce at jurato dicuntur fidedigniora existimamus quam quae perscriptum – (Lê-se: cué víva at iurátodicúntur fíde dinhóra euistimámus cuam cuéper iscrípitum.) O que se diz de viva vozou por juramento julgamos mais digno defé do que por escritura.

Quale ingenium, talis oratio – (Lê-se:quále ingémium tális orácio.) Tal o caráter,tal o falar.

Qualem te invenio, talem te judico –(Lê-se: cuálem té invênio, tálem iudico.)Qual te acho, tal te julgo.

Quando est periculum in mora, incom-petentia non attenditur – (Lê-se: cuândoést perículum in móra, incopetência nonattendítur.) Quando existe perigo na demo-ra, não se atende a incompetência.

Quando verba sunt clara, non admittiturmentis interpretatio – (Lê-se: cuândo vér-ba súnt clára, non admíttitur méntis inter-pretácio.) Quando as palavras são claras,não se admite a interpretação da mente.

Quanti minoris – (Lê-se: cuânti minóris.)De menor valor.

Quantum – (Lê-se: cuântum.) Quantia;quantidade indeterminada.

Quantum libet – (Lê-se: cuântum líbet.)Quando deseje; à vontade.

Quantum satis – (Lê-se: cuântumsátis.) Quanto baste; a quantidade quefor suficiente.

Quantum sufficit – (Lê-se: cuântumsúfíchit.) Em quantidade suficiente.

Qua quisque actione agere volet, eamedere debet – (Lê-se: cua cuísque aquicioneágera vólet, éa édere débet.) Querendo al-guém usar de uma ação, deve produzi-la.

Quasi ex contractu – (Lê-se: quázi équiscontráquitu.) Obrigação decorrente de qua-se um contrato. Ou simplesmente; quase-contrato.

Quasi ex delicto/maleficio – (Lê-se: quáziéquis/malefício.) Obrigação decorrente deum delito/de uma má ação; quase-delito.

Quasi possessio – (Lê-se: quázi possécio.)Quase-posse. Ou ainda: aposse de direitos.

Quem esse mercatores demonstrat plu-ralitas negotiorum – (Lê-se: cuém éssemercatóres demônstrat pluralístas negoció-rum.) A pluralidade dos negócios demons-tra quem são os comerciantes.

Questus intelligitur qui ex opera cuiquedescendit – (Lê-se: cuêstus intellígitur cuíéquis ópera cuíque descxêndit.) Por lucrose entende o que provém do trabalho decada um.

Qui accusare volunt, probationes habe-re debent – (Lê-se: cúi accusáre vólunt,probaciones habére débent.) Aqueles quequerem acusar devem ter as provas.

Qui actum habet et iter habet – (Lê-se:cúi áquitum etíter hábet.) Quem tem o di-reito de conduzir, tem o caminho.

Qui alterius jure utitur, eodem jure utidebet – (Lê-se: cúi altérius iúre utítur,eódem iúre úti débet.) Quem usa do direitode outrem, deve usar do mesmo caminho.

Qui appellat, prior agit – (Lê-se: cúiapélat, prior ádgit.) Quem apela, age emprimeiro lugar.

Qui cadit a syllaba, cadit a toto – (Lê-se:cúi cadíta sílaba, cádit a tóto.) Quem perdeuma sílaba, perde o todo.

Qui commodum sentit et incommodumsentire debet – (Lê-se: cúi commódumséntit et incommódum débet.) Quem rece-be a vantagem também deve receber a des-vantagem.

QUaestio juris – Qui commodum sentit et incommodum sentire debet

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Qui contra legem agit, nihil agit – (Lê-se: cúi cóntra lédgem ágit, níkil ágit.) Quemage contra a lei, nada faz.

Quid – (Lê-se: cúid.) Alguma coisa; umquê.

Quid agendum? – (Lê-se: cúid agêndum?)Que fazer? (o que se deve fazer?).

Quidam – (Lê-se: cúidam.) Qualquer (algoindeterminado).

Qui de jure suo utitur, neminem inju-riam facit – (Lê-se: cúi de iúre súo utítur,néminem iniúriam fáchít.) Quem usa de di-reito seu, a ninguém faz injúria.

Quid faciant leges ubi sola pecuniaregnat? – (Lê-se: cúid fáciant úbi sólapecúnia rénhat?) De que valem as leis quan-do somente o dinheiro reina?

Quid inde? – (Lê-se: cúid índe?) Que, daí?Qual a consequência disso? E depois?

Quid inde amice? – (Lê-se: cúid índeamítche?) E agora amigo?

Quid juris? – (Lê-se: cúid iúris?) Qual é odireito?

Quid novi? – (Lê-se: cúid nóvi?) Que háde novo? (quais as novidades?).

Quid prodest? – (Lê-se: cúid pródest?)Para que serve? (que utilidade tem?).

Qui habet aures audiendi, audiat – (Lê-se: cúi hábet áures audiêndi, áudiat.) Quemtem ouvidos para ouvir, ouça.

Qui mandat solvi, ipse videtur solvere –(Lê-se: cúi mándat sólvi, ípisse vidétursólvere.) Quem manda pagar é como sepagasse pessoalmente.

Qui medium vult, finem vult – (Lê-se:cúi médium vúlt, fínem vúlt.) Quem quer omeio, quer o fim.

Qui nescit, non possidet – (Lê-se: Cúinéxit, non possidét.) Quem ignora, nãopossui.

Qui nimis probat, nihil probat – (Lê-se:cúi nímis próbat, níkil próbat.) Quem (aque-le que) prova demais, nada prova.

Qui peccat ebrius, luat sobrius – (Lê-se:cúi péccat ébrius, lúat sóbrius.) Quem co-meteu uma falta embriagado, pague-a quan-do sóbrio.

Qui potest maius, potest et minus – (Lê-se: cúi pótest máius, pótest et mínus.) Quempode mais, pode também o menos.

Qui pro quo – (Lê-se: qüi pro quó.) Con-fusão; imbróglio.

Qui, quae, quod – (Lê-se: cúi, cué, cuód.)Que, o qual.

Qui scribit, bis legit – (Lê-se: cúi iscríbit,bís légit.) Quem escreve, lê duas vêzes.

Qui solvit, liberatur obligatione – (Lê-se: cúi sólvit, liberátur obligacione.) Quempaga, libera-se da obrigação.

Qui tacet, consentire videtur – (Lê-se:cúi tátche consentíre vidétur.) Quem cala,parece consentir (quem cala, consente).

Quis custodiet custodes? – (Lê-se: cúiscustódiet custódes ?) Quem guardará osguardas?

Quod ab initio vitiosum est, non potesttractu temporis convalescere – (Lê-se:cúod ab início visiósum ést, non pótesttráquitu têmporis convaléschere.) O que éviciado desde o (seu) início não pode con-valescer pelo transcurso do tempo.

Quod contra leges fit, pro infecto habe-tur – (Lê-se: cuód cóntra léges fít, próinféquito habétur.) O que se faz contra asleis, tem-se por não feito.

Quod defunctus habuit – (Lê-se: cuóddefúnktus hábuit.) Todos os bens (direitose patrimônio) que o defunto possui.

Quod erat demonstrandum – (Lê-se:cuód érat demonstrândum.) Era o que setinha de demonstrar.

QUi contra legem agit, nihil agit – Quod erat demonstrandum

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Quod ignoratur, ratificari non potest –(Lê-se: cuód iguinorântur, ratifivári nonpótest.) Não se pode ratificar o que se ignora.

Quod nullum est, nullum produciteffectum – (Lê-se: cuód núllum ést, núllumpróduchit efáctum.) O que é nulo nenhumefeito produz.

Quod spiritus producit – (Lê-se: cuódprodúcit.) Que o espírito produz.

QUod ignoratur, ratificari non potest – Quot capita, tot sententiae

Quorum – (Lê-se: cuórum.) Quantos (nú-mero de pessoas que participam de umareunião ou assembléia).

Quota litis – (Lê-se: cuóta lítis.) Quotapor litígio.

Quot capita, tot sententiae – (Lê-se: cuódcápita, tót sentêncie.) Quantas cabeças,tantas sentenças.

Ratio aequitatis – (Lê-se: rácio equitátis.)Razão de eqüidade.

Ratio agendi – (Lê-se: rácio adgendi.) Arazão de agir; o interesse em propor ação.

Ratio juris – (Lê-se: rácio iúris.) A razãodo direito; motivo, razão que se encontrana doutrina jurídica para justificar determi-nada interpretação de uma lei ou a soluçãoaplicável a um litígio.

Ratio legis – (Lê-se: rácio légis.) Razão dalei.

Ratione contractus – (Lê-se: raciône con-tráquitus.) Em razão do contrato.

Ratione domicilli – (Lê-se: ráciône domit-chíli.) Em razão do domicílio.

Ratione dominationis – (Lê-se: raciônedominacionis.) Em razão do domínio oupropriedade.

Ratione loci/rei sitae – (Lê-se: raciônelótchi/rêi síte.) Competência, em razão dolugar/da coisa (onde) situada (da situaçãoda coisa).

Ratione materiae – (Lê-se: raciônematérie.) Em razão da matéria.

Ratione officii – (Lê-se: raciône ófiche.)Em razão do ofício.

Ratione personae – (Lê-se: raciône persône.)Competência, em razão da pessoa.

Ratione valoris – (Lê-se: raciône valôris.)Competência, em razão do valor.

Ratio scricta – (Lê-se: rácio iscríquita.) Arazão estrita; aplicação estrita da norma legalou do preceito jurídico.

Ratio summa – (Lê-se: rácio súmma.) Su-prema razão.

Rebus sic standibus – (Lê-se: rébus sicistândibus.) Estando as coisas assim;desde que permaneçam as mesmas con-dições; desde que continuem as mesmascircunstâncias.

Reformatio in melius/pejus – (Lê-se:reformácio in mélius/pêius.) Reforma paramelhor/para pior.

Regula est juris quidem ignorantia cui-que nocere – (Lê-se: régula ést iúris cuídemiguinorância cuíquem nôcere.) É regra que aignorância do direito prejudica a qualquerum.

Relata refero – (Lê-se: relata réfero.) Re-produzo as coisas (que me foram) relatadas.

Res – (Lê-se: rés.) Coisa; a coisa de que setrata.

Res amissa – (Lê-se: rés amíssa.) Coisaperdida.

Res communis omnium – (Lê-se: rés com-múnis ôminium.) Coisa comum a todos.

Res consumptibilis – (Lê-se: rés consum-pitíbilis.) Coisa consumível.

Res corporales, res incorporales – (Lê-se: rés corporáles incorporáles.) As coisascorporais, as coisas incorporais.

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Res derelictae – (Lê-se: rés dereléquite.)A coisa abandonada.

Res divini juris – (Lê-se: rés divíni iúris.)As coisas do direito divino.

Res divisibiles, res indivisibiles – (Lê-se: rés devisíbilis, rés indivissíbilis.) Coi-sas divisíveis/coisas indivisíveis.

Reservati dominii (pactum) – (Lê-se:reserváti dómini – páquitum.) Reserva dedomínio (pacto).

Res extra commercium – (Lê-se: réséquistra commértchium.) Coisa fora do co-mércio.

Res extra patrimonium – (Lê-se: rés équis-tra patrimônium.) Coisa fora do patrimônio.

Res familiaris – (Lê-se: rés familiáris.) Coi-sa familiar.

Res fungibiles/res infungibiles – (Lê-se: rés fungíbiles/rés infungíbiles.) Coisasfungíveis/coisas infungíveis.

Res inconsumptibilis – (Lê-se: rés incon-supitíbilis.) Coisa inconsumível.

Res in judicium deducta – (Lê-se: rés iniudítchium dedúquita.) A coisa (pedido/objeto) trazida em juízo.

Res inter alios acta – (Lê-se: rés ínter áliosáquita.) A coisa feita entre terceiros.

Res inter alios judicata aliis neque no-cet neque prodest – (Lê-se: rés ínter áliosiudicáta áliis néque nótche néque pródest.)A coisa julgada não pode aproveitar nemprejudicar senão às próprias partes.

Res judicata – (Lê-se: rés iudicáta.) Coisajulgada.

Res judicata dicitur quae finem contro-vertiarum pronuntiatione judicis accipi– (Lê-se: rés iudicáta díchítur cúe fínemcontoverciárum pronunciaciône iúdichisáccipi.) Chama-se coisa julgada a que põeem controvérsias pela pronunciação do juiz.

Res judicata est negotium de quo sen-tentia lata est – (Lê-se: rés iudicáta éstnegócium de cúo setencia láta ést.) A coisajulgada é o negócio sobre o qual foi proferi-da a sentença.

Res judicata facit de albo nigrum – (Lê-se: rés iudicáta fátchit de álbo nígrum.) Acoisa julgada faz do branco, preto.

Res judicata pro veritate habetur – (Lê-se: rés iudicáta pró veritáte habébur.) Tem-se por verdade a coisa julgada.

Res mobilis – (Lê-se: rés móbilis.) Coisamóvel.

Res nullius – (Lê-se: rés níllius.) Coisasde ninguém.

Res perit creditori/debitori/domino –(Lê-se: rés périt créditor/debitóri/dómino.)A coisa perece para o credor / o devedor/osenhor (o dono).

Res publica/privatae – (Lê-se: rés públi-ca/priváte.) Coisas públicas/privadas (par-ticulares).

Res sacra – (Lê-se: rés sácra.) Coisa sagrada.

Res singulorum – (Lê-se: rés singulórum.)Coisa de cada um.

Restitutio in integum – (Lê-se: restitúcioin íntegrum.) Restituição por inteiro (naíntegra).

Res universitatis – (Lê-se: rés universitá-tis.) Coisa da comunidade; universalidade.

Res uxoriae – (Lê-se: rés uquisórie.) Coi-sa da mulher.

Res vi possessae – (Lê-se: rés ví possésse.)Coisa possuída pela violência.

Retro – (Lê-se: rétro.) Atrás.

Reus in exceptio actor est – (Lê-se: réusin equischépicio áquitor ést.) O réu torna-se autor com a exceção.

REs derelictae – Reus in exceptio actor est

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Reus sacra res est – (Lê-se: réus sácra résést.) O réu é coisa sagrada.

Rusticitati enim hominis parcendumesse – (Lê-se: rustitchitáti énim hôminispartchêndum ésse.) Deve-se perdoar a rus-ticidade do homem.

REus sacra res est – Rusticorum praediorum jura sunt haec: iter, actus...

Rusticorum praediorum jura sunt haec:iter, actus, via aquaeductus – (Lê-se:rusticórum prediôrum iúra súnt ék: íter,áquitus, via aquedúquitus.) Os direitos dosprédios rústicos são estes: caminho, con-dução, estrada e aqueduto.

Sanctio juris – (Lê-se: sânquicio iúris.)Sanção jurídica.

Scire leges non hoc est verba earum te-nere sed vim ac potestatem – (Lê-se:ischíre léges non ók ést vérba eárum ténereséd vim ác potestátem.) Saber a lei não éreter suas palavras, mas sua força e seupoder.

Secundum legem – (Lê-se: secúndumlégem.) De acordo com a lei (segundo a lei).

Se movens – (Lê-se: cê móvens.) Que semove por si.

Semper et ubique unum jus – (Lê-se:sêmper et úbique únum iús.) Sempre e emtoda parte é um só o direito.

Sententia debet esse conformis libello– (Lê-se: sentência débet confórmis libélo.)A sentença deve ser conforme ao libelo(pedido).

Sententia judicialis – (Lê-se: sentênciaiuditchiális.) Juízo; sentença; decisão.

Sententia legis – (Lê-se: sentência légis.)A sentença da lei; a vontade do legislador.

Servitus – (Lê-se: sérvitus.) Servidão.

Se vis pacem para bellum – (Lê-se: cê víspátchem béllum.) Se queres a paz, prepa-ra-te para a guerra.

Si et in quantum – (Lê-se: si et in cuân-tum.) Se e enquanto.

Sic – (Lê-se: síqui.) Assim; tal.

Sic lex, sic judex – (Lê-se: síqui léchisi,síqui iúdequis.) Tal é a lei, tal é o juíz.

Simili modo/similiter – (Lê-se: símuilimódo/simíliter.) De modo semelhante/semelhantemente.

Sine auctore non erit reus – (Lê-se: síneauquitóre non érit réus.) Sem autor não exis-te réu.

Sine die – (Lê-se: síne díe.) Sem datamarcada (indeterminada).

Sine dubio – (Lê-se: síne dúbio.) Sem dú-vida (alguma).

Sine jure – (Lê-se: síne iúre.) Sem direito.

Sine qua non – (Lê-se: síne cúa nón.) Semque não; diz-se da condição indispensávelà existência ou validade de determinado atoou fato.

Societas criminis (sceleris)/in crimine(in scelere ) – (Lê-se: socíetas críminis –tchéleris/in crímine – in tchélere.) Associa-ção criminosa. Ou seja: concurso de pessoasna prática do crime.

Societas delinquentium/delinquendi –(Lê-se: socíetas delincuêncium/delincuên-di.) Sociedade de delinqüentes/para delin-qüir. Ou seja: bando ou quadrilha

Societas leonina – (Lê-se: socíetas leoní-na.) Sociedade leonina. Isto é: sociedadecom o mais forte.

Solemnia verba – (Lê-se: solêminia vérba.)Palavras solenes.

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Solo consensu – (Lê-se: sólo consênsu.)Com o só consentimento. Diz-se dos con-tratos consensuais, que se tornam perfei-tos e acabados pelo só consentimento daspartes.

Solutio – (Lê-se: solúcio.) Pagamento.

Solutio indebiti – (Lê-se: solúcio indébiti.)Pagamento indevido.

Solutione tantum – (Lê-se: soluciônetántum.) Somente pelo pagamento.

Solve et repete – (Lê-se: sólve et repéte.)Paga e reclama.

Spes jures – (Lê-se: ispés iúres.) Expec-tativa de direito.

Sponte sua – (Lê-se: ispónti súa.) Por sualivre vontade; espontaneamente.

Stare decisis – (Lê-se: istáre dechizis.)Manter-se fiel às decisões; fixar-se/estarassentado nas decisões.

Status – (Lê-se: istátus.) Posição.

Status causa – (Lê-se: istátus cáusa.) Oestado de causa.

Status civitatis – (Lê-se: istátus tchivitá-tis.) Denominação com que, em DireitoRomano, se indicava a condição jurídica docidadão.

Status quo ante/antea – (Lê-se: istátus cúoánte/antéa.) No estado em que as coisas es-tavam antes/antes de; no estado anterior.

Stricta legis – (Lê-se: istríquiti légis.) Leirígida (rigorosa).

Stricti juris – (Lê-se: istríquiti iúris.) Inter-pretação de direito estrito. Acha-se suben-tendido, assim, o termo interpretatio, ouseja, o equivalente.

Stricto sensu – (Lê-se: istríquito sênsu.)No sentido estrito, literal, exato ou pró-prio; que não admite interpretação extensi-va; o mesmo que latro sensu (V.)

Subjectum juris – (Lê-se: subigéquitumiúris.) Sujeito de direito.

Sub judice – (Lê-se: súb iúditche.) Sobapreciação judicial.

Sublata causa tollitur effectus – (Lê-se:subláta cáusa tóllitur eféquitus.) Suprimi-da a causa, suprime-se o efeito.

Substantia potius intuenda, quam opi-nio – (Lê-se: substância pócius intuênda,cúam opínio.) Tenha-se mais em cona a rea-lidade do que a opinião.

Substractum – (Lê-se: saubstráquitum.)A essência; o princípio da coisa.

Sufficit – (Lê-se: sufítchit.) É bastante;basta.

Sui autem heredes fiunt ignorantes etlicet furiosi sint, possunt existere – (Lê-se: súi áutem herádes fíunt iguinotantes etlícet furiózi sínt, póssunt exístere.) Mes-mo os que ignoram se tornam herdeiros e,embora loucos, podem ser herdeiros.

Sui generis – (Lê-se: súi gêneris.) Incomum.

Sui juris – (Lê-se: súi iúris.) Pessoa capaz.

Sulutio est praestatio ejus quod est inobrigatione est – (Lê-se: solúcio ést pres-tácio eius cuód ést in obrigacione ést.) Opagamento é a prestação do que está naobrigação.

Summum bonum – (Lê-se: súmmum bó-num.) Bem supremo.

Summum imperium – (Lê-se: súmmumimpérium.) Supremo poder.

Summum jus, summa injuria – (Lê-se:súmmum iús, súmma iniúria.) Suma justi-ça, suma injúria.

Sunt verba et voces – (Lê-se: súnt vérbaet vótches.) São apenas palavras e vozes.

Sunt verba, sunt voces, praetereaque ni-hil – (Lê-se: súnt vérba, súnt vótches pre-tereáche níkil.) São palavras, são vozes, enada além disso.

SOlo consensu – Sunt verba, sunt voces, praetereaque nihil

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Superavit – (Lê-se: superávit.) O que sobra.

Superficies solo cedit – (Lê-se: superfítchiessólo tchédit.) As benfeitorias acompanhamo solo.

Superflua non noceant – (Lê-se: supér-flua non notchéant.) Coisas supérfluas nãoprejudicam.

Supra – (Lê-se: súpra.) Acima.

Supra summum – (Lê-se: súpra súm-mum.) O mais alto grau.

SUperavit – Suum cuique

Supra vires – (Lê-se: súpra víres.) Acimadas forças; além das forças.

Suprema voluntas potior habetur – (Lê-se: suprêma volúntas pócior habétur.) Con-sidera-se prevalente a última vontade.

Supremum est, quem nome sequitur –(Lê-se: suprêmum ést, cuém nóme séqui-tor.) É o último aquele ao qual ninguém estáatrás.

Suum cuique – (Lê-se: súum cuíque.) Acada um o que é seu.

Talem te judico qualem te invenio – (Lê-se: tálem té iúdico cuálem te invênio.) Talte julgo qual te acho.

Tantum devolutum quantum appelatum– (Lê-se: tántum devolútum cuântumapelátum.) Devolve-se (o conhecimento dacausa) tanto quanto for apelado.

Tempus est optimus judex rerumomnium – (Lê-se: têmpus ést ópitimusiúdechis rérum ôminium.) O melhor juiz detodas as coisas é o tempo.

Tempus regit actum – (Lê-se: têmpus régitáquitum.) O tempo rege o ato.

Tentare non nocet – (Lê-se: tentáre nonnótchet.) Tentar não faz mal.

Terminus a quo – (Lê-se: términus a cuó.)Termo a partir do qual.

Testamentum est mentis nostrae justacontestatio, in id sollemniter, ut postmortem nostram valeat – (Lê-se: testa-mêntum ést méntis nóstre iústa contestácio,in id solêminiter, út póst mórtem nóstramváleat.) Testamento é a manifestação justada nossa mente, de modo solene, para quetenha valor depois da nossa morte.

Testibus non testimoniis fidem adhibere– (Lê-se: téstibus non testimôniis fídemadíbere.) Deve-se prestar fé às testemunhas,não aos testemunhos.

Testis unus, testis nullus – (Lê-se: téstisúnus, téstis núlus.) Uma testemunha, tes-temunha nenhuma.

Tollitur quaestio – (Lê-se: tólitur quêstio.)Acabou-se a questão.

Totis viribus – (Lê-se: tótis víribus.) Comtodas as forças.

Toto corde – (Lê-se: tóto córde.) De todocoração.

Tractus futuri temporis non pertinentad judicium – (Lê-se: tráquitus futuri têm-poris non pértinent ad iudítchium.) Trata-dos futuros não dizem respeito ao direito.

Transmissibile quod non est nec cessi-bile – (Lê-se: transmissíbile cuód non éstnéc tchessíbile.) O que não é transmissível,não é cessível.

Tunc, hoc justitia est – (Lê-se: túnque,óque justícia ést.) Justiça, é isto então?

Turpe est causas oranti jus in quo versa-retur ignorare – (Lê-se: túrpr ést cáusasorânti iús in cúo versarétur iguinorare.) Paraquem defende causas, ignorar o direito peloqual pleiteia é vergonhoso.

Turpis causa – (Lê-se: túrpis cáusa.) Omesmo que motivo torpe.

Tutores testamento dato satisdare noncoguntur – (Lê-se: tutôres testamênto dáto

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sadisdáre non cogúntur.) Os tutores dadospor testamento não são obrigados a prestarcaução.

Tutor non rebus dumtaxat sed et moribuspupilli praeponitur – (Lê-se: tutôr non rébusdumtáchat sé et móribus pupílli prepônitur.)

TUtores testamento dato satisdare non coguntur – Tutor personae, curator...

O tutor deve zelar não só pelos bens comotambém pela educação do pupilo.

Tutor personae, curator certae rei datur– (Lê-se: tutór persône, curátur tchérte rêidátur.) Dá-se tutor à pessoa; à coisa dá-securador.

Ubi eadem est ratio, eadem est jus dis-positio – (Lê-se: úbi édem ést rácio, édemést iús disposício.) Onde existe a mesmarazão, deve reger a mesma disposição legal.

Ubi incepti judicium, ibi et finire debet– (Lê-se: úbi incépiti iudítchium, ibi etdébet.) Onde a lei não distingue, não deve-mos nós distinguir.

Ubi lex non distinguiti, neque interpresdistinguere potest – (Lê-se: úbi léquis nondistinguíti, ne que intérpres distínguerepótest.) Onde a lei não distingue, não podetambém o intérprete distinguir.

Ubi non est lex nec prevaricatio – (Lê-se: úbi non ést léqusis néc prevacácio.)Onde não há lei, não há delinqüência.

Ubi societas – (Lê-se: úbi socíetas.) Ondehá sociedade.

Ubi societas, ibi jus – (Lê-se: úbi socíetas,íbi iús.) Onde há sociedade, aí há direito.

Ubi ut jus dubium – (Lê-se: úbi iús dú-bum.) Onde o direito é duvidoso.

Ubi ut jus dubium, non inducitur malafides – (Lê-se: úbi út iús dúbum, non indút-chitur mála fídes.) Onde o direito é duvido-so, não se induz à má-fé.

Ultima ratio – (Lê-se: última rácio.) Últi-ma razão.

Ultra petita – (Lê-se: últra petíta.) Forado pedido, que vai além do pedido.

Ultra viris hereditatis – (Lê-se: últra vírishereditátis.) Além das forças da herança.

Unius dictus, dictus nullius – (Lê-se:únius díquitus nullíus.) Dito por um, ditopor nenhum.

Universi omnes – (Lê-se: univérsi ómines.)Todos em geral.

Urbi – (Lê-se: úrbi.) Cidade.

Urbi et orbi – (Lê-se: úrbis et órbi.) Nacidade e no universo;como expressão jurí-dica, é empregada para significar em ou portoda parte.

Usque – (Lê-se: úscue.) Até.

Usucapio – (Lê-se: usucápio.) Usucapião.

Usus – (Lê-se: úzus.) Direito de uso.

Usus forensis – (Lê-se: úzus forênsis.)Costumes forenses.

Usus fori – (Lê-se: úzus fóri.) O uso doforo; o modo de decidir dos juízes e tribu-nais; jurisprudência.

Ususfructus – (Lê-se: usufrúquitus.) Usu-fruto.

Ut – (Lê-se: út.) Como; assim como.

Utile non debet per inutile vitiari – (Lê-se: útile non débet per inútile viciári.) Oútil não deve ser viciado pelo inútil.

Utile per inutile non vitiatur – (Lê-se:útile per inútile non viciári.) O inútil nãovicia o útil.

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Utilitas publica praeferenda est privato-rum contráctibus – (Lê-se: utílitas públi-ca preferênda ést privatórum contráquiti-bus.) A utilidade pública deve-se preferiraos contratos dos privados.

Ut infra – (Lê-se: út ínfra.) Como está abaixo.

Uti possidetis – (Lê-se: úti possidétis.)Como possuis.

Uti rogas – (Lê-se: úti rógas.) Como pro-pões (para aprovar uma lei).

Uti singuli – (Lê-se: úti sínguli.) Diz-se dascoisas simples ou compostas, materiais,quando, embora reunidas, se consideram deper si independentemente das demais.

Uti via publica nemo recte prohibetur –(Lê-se: úti via pública nêmo réquite prohi-bétur.) Ninguém pode impedir, com justi-ça, que se use a via pública.

Ut, non abuti – (Lê-se: út, non abúti.) Usar,não abusar

Ut quid? – (Lê-se: út cúid?) Por que razão?

Ut retro – (Lê-se: út rétro.) Como está atrás.

Utrique fures et qui recipit et quifuratur – (Lê-se:útrique fúres et cúi recípitet cúi furátur.) Um e outro são ladrões, nãosó quem recebe o furto como também o querouba.

Ut sit socio, actio societatem intercede-re oportet: nec enim sufficit, rem essecommunem, nisi societas intercedit.Communiter autem res agi potest

ectiam citra societatem – (Lê-se: út sítsócio, áquicio societátem intercédereopórtet: néc énim suffícit, rém ésse com-múnem, níse socíetas intertchédit. Commú-niter áutem rés ági pótest éciam tchítra so-cietátem.) Para que haja uma ação para asociedade, é preciso que a sociedade exista;porque não basta que a coisa seja comumse não há a sociedade. A coisa pode sercomum também sem a sociedade.

Ut supra – (Lê-se: út súpra.) Como acima.

Ut upta – (Lê-se: utúpita.) Por exemplo.

Ut valeat et maneat – (Lê-se: út váleat etmáneat.) Para que valha e permaneça.

Ut vim, atque injuriam propulsemus;nam jure hoc eventi, ut quod quisqueob tutelam corporis sui fecerit, jurefecesse existimentur – (Lê-se: út vím,átique iniúriam propulsémus; nam iúre óqueevenit, út cuod cuísque ob tutélam córporissúi fétchere, iúre fetchésse equisistiméntur.)Como repelimos a violência e a injúria, por-que por direito ocorre o que se julga terfeito legitimamente aquilo que cada um fezem defesa própria.

Uxoris abortu testamentum mariti nonsolvi – (Lê-se: úchissóris abôrtu testamên-tum maríti non sólvi.) Pelo aborto da mu-lher, não se rompe o testamento do marido.

Uxor socia humanae rei atque divinae –(Lê-se: úquisor sócia humâne rêi átiquedivíne.) A esposa é a companheira das coi-sas humanas e divinas.

UTilitas publica praeferenda est... – Uxor socia humanae rei atque divinae

Vacatio legis – (Lê-se: vocácio légis.) Dis-pensa ou insenção da lei (vacância).

Vade mecum – (Lê-se: váde mécum.) Andacomigo (livro em geral de pequeno forma-to, que se traz para consultar amiúde).

Vani timoris justa eceusatio non est –(Lê-se: váni timóris iústa etcheusácio nonést.) O vão temor não é justa escusa.

Varii varia dixerunt – (Lê-se: várii váriadichissérunt.) Vários disseram coisas várias.

Vectigalia nervos reipublicae – (Lê-se:vequitigália nêrvos reipúblique.) Os tribu-tos são os nervos da república.

Vel caeco appareat – (Lê-se: vél chécoappáreat.) Será evidente até a um cego.

Velle est posse – (Lê-se: vélle ést pósse.)Querer é poder.

Velle suum cuique est – (Lê-se: vélle súumcúique ést.) Cada qual é senhor da suavontade.

Veni, vi, venci – (Lê-se: véni, ví, véntchi.)Vim, vi, venci.

Verba cum effectu sunt accipienda – (Lê-se: vérba cúm eféquitu súnt atchipiênda.) Aspalavras devem ser entendidas com efeito.

Verba dubia contra proferentem inter-pretanda sunt – (Lê-se: vérba dúbia cóntraproferéntem interpretânda súnt.) As pala-vras duvidosas devem ser interpretadascontra quem as profere.

Verba legis – (Lê-se: vérba légis.) As pa-lavras da lei.

Verba mollia et efficacia – (Lê-se: vérbamólia et eficácia.) Palavras suaves e eficazes.

Verba movent exempla trahunt – (Lê-se: vérba móvent equissêmpla tráunt.) Aspalavras movem, os exemplos arrastam.

Verba non mutant substantiam rei –(Lê-se: vérba non mútant substânciam rêi.)Palavras não mudam a substância da coisa.

Verbatim – (Lê-se: verbátim.) Literalmen-te: palavra por palavra.

Verba volant, scripta manent – (Lê-se:vérba vólant, iscripíta mânent.) As pala-vras voam, os escritos permanecem.

Verbi gratia – (Lê-se: vérbi grácia.) A sa-ber; por exemplo.

Verbis – (Lê-se: vérbis.) Com estas palavras.

Verbis contracta obligatio – (Lê-se: vérbiscontráquita obligácio.) A obrigação contraí-da por palavras.

Verbis tantum – (Lê-se: vérbis tântum.)Somente nas palavras (somente com pa-lavras).

Verbo ad verbum – (Lê-se: vérbo advérbum.) Palavra por palavra.

Verborum obligatio verbis tollitur – (Lê-se: verbórum obligácio vérbis tólitur.) Aobrigação verbal se extingue por palavras.

332

Veri et falsi nota – (Lê-se: véri et fálsinóta.) Característica da verdade e da falsi-dade (evidência).

Veritas evidens non probanda – (Lê-se:véritas evídens non probânda.) A verdadeevidente não deve ser provada.

Veritas filia temporis – (Lê-se: véritas fíliatêmporis.) A verdade é filha do tempo.

Veritas habetur perrationem – (Lê-se:véritas habétur perraciônem.) A verdade setem pela razão.

Veritas immutabilis est et perpetua –(Lê-se: véritas imutábilis ést et perpétua.)A verdade é imutável e perpétua.

Veritas odium parit – (Lê-se: véritas ódiumpárit.) A verdade (franqueza) gera o ódio.

Veritas temporis filia – (Lê-se: véritastêmporis fília.) A verdade é filha do tempo.

Vertere seria laudo – (Lê-se: vértere sérialáudo.) Converter as coisas sérias em brin-cadeira.

Verus dominus – (Lê-se: vérus dóminus.)Verdadeiro dono.

Vetant facienda, facta retractant – (Lê-se: vétant fatchienda, fáquita retráquitant.)Proíbam que se faça, retratem o que estáfeito.

Veto – (Lê-se: véto.) Eu veto; eu proíbo.

Vetustas semper pro lege habetur – (Lê-se: vetústas sêmper pró lége habétur.) Aantiguidade é sempre havida como lei.

Vexata quaestio – (Lê-se: vequissátaquéstio.) Questão debatida (controvertida).

Vi, clam aut precario – (Lê-se: ví, clámaut precário.) Com violência, oculta ou pre-cariamente.

Vide – (Lê-se: víde.) Vede; veja.

Videbimus infra – (Lê-se: vidébimusínfra.) Veremos depois; veremos abaixo.

Vigilantibus et non dormientibus suc-currit jus – (Lê-se: vigilântibus et non dor-

miêntibus succúrrit iús.) O direito socorreaos vigilantes e não aos que dormem.

Vilis mobilium possessio – (Lê-se: vílismóbilum posséssio.) É vil a posse de coi-sas móveis.

Vim vi repellere licet – (Lê-se: vím vírepellére lítchet.) É lícito repelir a força coma força.

Vincit omnia veritas – (Lê-se: vínchitôminia véritas.) A verdade vence tudo.

Vinculum juris – (Lê-se: vínculum iúris.)Vínculo de direito; vínculo Jurídico.

Vindicatio serbvitutis – (Lê-se: vindicácioservitútis.) Reinvidicação de servidão.Observação: No Direito Justianeu (isto é:nas institutas ou institutiones do Imperadorromano Justiniano), este verbete ficou como apelido de actio confessória.

Vinditio nullius est valoris quae factaest in fraudem legis – (Lê-se: vindícionúllius ést valóris cúe fáquita ést in fráu-duem légis.) É de nenhum valor a vendafeita em fraude da lei.

Virgo et intacta – (Lê-se: vírgo et intá-quita.) Virgem e intacta.

Virgo incorrupta – (Lê-se: vígo incorrú-pita.) Virgem não corrompida.

Viro esurienti necesse est furari – (Lê-se: víro uzuriênti netchésse ést furári.) Aohomem faminto é necessário roubar.

Virtus probandi – (Lê-se: vírtus probândi.)A força da prova.

Vis absoluta – (Lê-se: vís abisolúta.) Vio-lência física.

Vis adjuvat aequim – (Lê-se: vís adiúvatécuim.) A força protege a justiça.

Vis compulsiva – (Lê-se: vís compulsíva.)Violência moral.

Vis cui resisti non potest – (Lê-se: víscúi resísti nom pótest.) Força a que se nãopode resistir.

VEri et falsi nota – Vis cui resisti non potest

333

Vis impulsiva – (Lê-se: vóis impulsíva.)Violência moral.

Vis jus contra juris vim – (Lê-se: vís iúscóntra iúris vím.) O direito da força contraa força do direito.

Vis minima – (Lê-se: vís mínima.) Lei domenor esforço.

Visum et repertus – (Lê-se: vísum et repér-tus.) O que é visto e achado.

Vis vi repellitur – (Lê-se: vís vi repéllitur.)A força repele-se com a força.

Vitabis crimen vitata criminis ansa – (Lê-se: vitábis crímem vitáta críminis ânsa.) Evi-tarás o crime evitando a ocasião do crime.

Viventis nulla est hereditas – (Lê-se:vivêntis núla ést heréditas.) Nenhuma he-rança existe da pessoa viva.

Vivitur parvo bene – (Lê-se: vivítur párvobéne.) Vive-se bem com pouco.

Volente Deo – (Lê-se: volénte déo.) SeDeus quiser; com a vontade de Deus.

Volenti nihil difficile – (Lê-se: volénti níkildifítchilie.) Ao que quer, nada é difícil.

Voluntas ad necem – (Lê-se: volúntas adnétchen.) Vontade de matar.

Voluntas posterior potius haberi de-bet – (Lê-se: voluntas postérior póciushabéri débet.) A última vontade deve terpreferência.

Voluntatis... quaestia in aestimationejudicis est – (Lê-se: voluntátis... quéstiain estimacione iúdices ést.) A questão davontade está na avaliação do juiz.

Vox populi, vox Dei – (Lê-se: vóchis pó-puli, vóchis déi.) Voz do povo, voz de Deus.

Vox unius, vox nillius – (Lê-se: vóchisúnius, vóchis núlius.) Voz de um, voz denenhum.

Vulgo – (Lê-se: vúlgo.) Vulgarmente;comumente.

Vultus animi janua est – (Lê-se: vúltusánimi iánua ést.) O rosto é janela da alma.

Vultus est index animi – (Lê-se: vúltusést índechis ânimi.) O rosto é espelho daalma.

VIs impulsiva – Vultus est index animi

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