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DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 1 DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 1 Desde fins do século IV, as grandes migrações populares tiveram a virtude de pôr em contacto com a Igreja um novo mundo étnico e cultural: germanos e eslavos, magiares e escandinavos. As invasões criaram oportunidades insuspeitadas de expansão cristã. [X, 1] A maioria dos povos germânicos invasores converteram-se ao arianismo. [X, 2] Importância da conversão dos francos à Igreja católica. No Natal de um ano à volta do ano 500, o rei franco Clodoveu recebeu o baptismo católico. [X, 4]

Do império romano a europa medieval

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DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 1DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 1

Desde fins do século IV, as grandes migrações populares tiveram a virtude de pôr em contacto com a Igreja um novo mundo étnico e cultural: germanos e eslavos, magiares e escandinavos. As invasões criaram oportunidades insuspeitadas de expansão cristã. [X, 1]

A maioria dos povos germânicos invasores converteram-se ao arianismo. [X, 2]

Importância da conversão dos francos à Igreja católica. No Natal de um ano à volta do ano 500, o rei franco Clodoveu recebeu o baptismo católico. [X, 4]

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As invasões bárbaras provocaram em certas re-giões um claro retrocesso do Cristianismo. Foi o caso da antiga Britânia romana, dominada noséculo V pelos anglo-saxões pagãos, cuja conversãofoi empreendida muito mais tarde por iniciativa do Papa Gregório Magno (540-604). [X, 5]

No continente europeu, a acção missionária dirigiu-se até ao século VI aos povos “invasores”. Foi a partir de então que essa acção evangelizadora transbordou as antigas fronteiras do Império ocidental. Os iniciadores desta expansão no século VII foram missionários celtas procedentes da Irlanda e da Escócia (São Columbano). No século VIII, os missionários anglo-saxões substituiram os celtas (São Bonifácio na Alemanha). [X, 5]

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A expansão cristã prosseguiu nos séculos seguintes e atingiu novos povos sediados no centro e no oriente da Europa. Geralmente a conversão de um povo coincidia com o baptismo do príncipe: magiares (São Estevão), boémios (São Wenceslau), polacos (duque Mieszko). No entanto, a cristianização propriamente dita de taispovos deve ter-se prolongado durante séculos. [X, 6]

Tanto a Igreja latina como a bizantina se esforça-ram por evangelizar os povos eslavos. Chama-se aos irmãos Cirilo (+ 869) e Metódio (+ 885) os “Apóstolos dos eslavos”. [X, 6]

Conquista cristã da Igreja grega: Rússia. Bap-tismo do grão duque Wladimiro (972-1015). [X, 6]

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Cristianização da Escandinávia e dosPaíses bálticos: dificuldade com osvikings (paganismo com virulênciaanticristã). Importantes resíduos pa-gãos na Suécia até ao século XII,e na Prússia oriental e nos Paísesbálticos até ao século XIV. [X, 7]

Consequência da expansão muçulmana, no século VII: três dos quatro Patriarcados orientais caíram em poder do Islão (Alexandria, Antioquia e Jerusalém). Afastamento de nestorianos e monofisitas (com a perda do Egipto e Síria) e a identificação do Oriente cristão com o Patriarcado de Constantinopla, onde lhe era reconhecida uma primazia de jurisdição ou pelo menos de honra. [XIII, 1]

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Cisma do Oriente, 1- Importância da contraposição da cultura grega e latina entre oOriente e o Ocidente. [XIII, 3]

- Crescente falta de comunicação: incompreensão linguística que não só afastou espiritualmente o Oriente e o Ocidente cristãos, mas suscitou suspicácias e receios, numa época crítica de heresias e controvérsias teológicas. [XIII, 3]

- Diferenças disciplinares e de ritos. [XIII, 3]

Concílio de Calcedónia (451): cânone 28 não aceite pelo papaLeão Magno. Concedia à sede de Constantinopla autoridade e jurisdição sobre todos os territórios do Império bizantino não dependentes dos outros três Patriarcados orientais, porque era acapital do Império e residência do imperador (“nova Roma”). Roma afastava-se do Império de Bizâncio procurando protecção nosimperadores francos ou germânicos. [XIII, 4]

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Cisma do Oriente, 2Primeira ruptura no século V: cisma de Acácio (pelo monofisismodeste patriarca). Prolongou-se durante 30 anos. [XIII, 5]

Mais longo foi o problema com o Imperador Leão III Isáurico que proibiu em 726 a veneração das imagens sagradas e poucodepois ordenou a sua destruição. A cristandade bizantina ficoudividida em dois bandos: icólatras e iconoclastas. O Papaestava a favor dos primeiros, o que o aproximou dos monges eda grande massa do povo, contra os iconoclastas. [XIII, 5]

O problema dos búlgaros: o seu príncipe Boris converteu-se no ano 864, e solicitou o envio de missionários, primeiro a Constantinopla, depois a Roma, e outra vez, de modo definitivo, a Constantinopla. Este incidente contribuiu para endurecer as relações entre Roma e Constantinopla. [XIII, 6]

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Cisma do Oriente, 3

No século IX, Inácio e Fócio enfrentaram-se para a sedepatriarcal de Constantinopla. O Papa Nicolau I era favorávelaos legítimos direitos de Inácio, o que provocou uma violenta reacção de Fócio, verdadeira declaração de guerra à Igreja latina. Converteu em arma de arremesso a questão doFilioque; condenou a sua inclusão no Credo pela Cristan-dade ocidental e lançou contra ela a acusação de heresia. [XIII, 7]

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O Cisma deu-se em 16 de Julho de 1054, quando um dos legados papais enviados para negociar uma paz ecle-siástica, Humberto da Silva Cândida, depositou uma bula de excomunhão sobre o altar da catedral de Santa Sofia em Constantinopla.O patriarca Miguel Cerulário e o seu sínodo patriarcal responderam excomungando os legados e quem os tinha enviado. [XIII, 8]

Cisma do Oriente, 4

Tentativas de união: concílios II de Leão (1274) e de Florença(1439) não lograram a tão desejada união. A queda de Constanti-nopla em poder dos turcos e o desaparecimento do Império bizan-tino (1453) puseram fim às esperanças de união. [XIII, 9]

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Os séculos XII e XIII constituem a época clássica da Cristandademedieval. Importância do Papa Inocêncio III (1198-1216). [XV, 1]

Tempos monásticos (séc. XI e XII). X: os monges de Cluny; XI: São Bruno funda a Cartuxa (1084); XII: Cister, que recebeu um forte impulso com a profissão monástica de São Bernardo, o perso-nagem mais importante do século. [XV, 4]

Século XIII, século dos frades: São Francisco (+ 1226) fundou a ordem dos “Frades menores”; São Domingos de Gusmão (+ 1221)fundou a ordem dos “pregadores”. Aparição de outras ordens men-dicantes, como a do Carmo, os eremitas de Santo Agostinho ouas dedicadas ao resgate de cristãos cativos (Islão), etc. [XV, 5]

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Época clássica das ciências sagradas: Teologia e Direito Canónico. [XV, 6]

A Teologia “Escolástica” nasceu nos fins do século XI. Nomesilustres da primeira Escolástica: Santo Anselmo, Pedro Abelardo, Pedro Lombardo (“Mestre das Sentenças”). [XV, 6]

Século de ouro da Escolástica: século XIII. Constru-ção do Aristotelismo cristão, preparada por SantoAlberto Magno (1193-1280), e levada a bom termopor São Tomás de Aquino (1225-1274). [XV, 6]

Aparição da universidade: Paris, Oxford, Bolonha,Salamanca, Coimbra, etc. [XV, 7]

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A empresa mais característica da Cristandade,a partir do final do século XI, foram as Cruza-das. De um modo geral não foram iniciativa de um ou outro reino, mas tarefa comum da Cris-tandade, sob a direcção do Papa, que concedia graças especiais aos combatentes. Príncipes epovos tomavam o caminho do Oriente com o afã de libertar o Santo Sepulcro. [XV, 8]

Seria impróprio conceber os séculos da Cristandade medieval como uma época áurea, animada pelos ideais evangélicos. Mas seria ainda mais falso ignorar a profunda impregnação cristã da vida dos homens e das estruturas familiares e sociais que então se produziu. [XVI, 1]

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A grande heresia medieval foi a dos “cáta-ros” ou “albigenses”. O Papado procurou opor-se a esta heresia por meios religiosos, como missões em que participaram S. Do-mingos e o bispo de Osma, Diogo. Êxito escasso. O assassinato do legado pontifício Pedro Castelnau decidiu o Papa Inocêncio III (1198-1216) a convocar a Cruzada contra os albigenses. A vitória militar dos cruzados foi completada pela recém criada Inquisição. [XVII, 3-4]

Baixa Idade Média: surgem novas heresias “pré-protestantes” (Sa-grada Escritura como única fonte da fé; sacerdócio comum como úni-co sacerdócio, etc.): Wiclef (1320-1384), Huss (1370-1415). [XVII, 6-7]