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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS Profa. Dra. Cleide Magáli UNIDADE I- Processo histórico de construção dos direitos humanos no mundo e no Brasil. Bases conceituais: democracia; direitos humanos. AULA 4 Estado Democrático de Direito Brasileiro

Educação e direitos humanos Aula 4 - Estado democratico de direito brasileiro

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UNIDADE I- Processo histórico de construção dos

direitos humanos no mundo e no Brasil. Bases

conceituais: democracia; direitos humanos.

AULA 4

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No plano mais geral, o fim dos anos setenta, já se caracterizava como um

período de abertura lenta e gradativa do regime na política brasileira.

A aprovação de uma nova Constituição, em 1988 e eleições diretas para

presidente em 1989, garantiu-se o que havia sido sonegado do cidadão

brasileiro pelo regime militar, sendo que o último pleito direto, isto é, com a

participação do povo, havia ocorrido em 1960:

Este episódio de ampla mobilização de massa tem um perfil que poderia à

primeira vista, ser interpretado como o clímax do ciclo de saída do regime

autoritário, ao qual se seguiria uma desmobilização que encerraria o ciclo.

(RODRIGUES, 2001 apud SANTOS,2014 p.96)

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A Constituição de 1988 resultou da luta pela construção de um Estado Democrático

que assegurasse o exercício dos direitos humanos fundamentais. Formalmente, ela

cumpre integralmente esse objetivo.

“No entanto, a acumulação histórica de desigualdades e injustiças na sociedade

brasileira, já tendia a desafiar a Constituição, uma vez que, temos ao mesmo tempo

garantias formais e obstáculos práticos: aqueles que a Constituição enumerou como

direitos fundamentais, ainda não adquiriram existência real para grande número de

brasileiros”.(SANTOS, 2016)

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Na Carta Magna da República Federativa do Brasil de 05/10/1988 se afirma que o

Brasil é um Estado democrático tendo, como regime de governo, o Presidencialismo.

Expressão “Estado Democrático de Direito”, cunhada no primeiro artigo de nossa

Carta política, evidencia "que se pretende um país governado e administrado por

poderes legitimados, submissos à lei e obedientes aos princípios democráticos

fundamentais"

representação democrática semidireta, ou seja, o povo elege o seu representante no

governo.

(democracia representativa e participativa)

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O art. 14, incisos I a III, da Constituição dispõe sobre mecanismos,

com a finalidade de fazer prevalecer a vontade popular/mecanismos

de participação popular nas decisões políticas: pela democracia

semidireta, o sufrágio universal, plebiscito, referendo e iniciativa

popular - eleição dos seus representantes na Assembleia Nacional

Constituinte – ou pela democracia representativa – mandato político

(direito humano fundamental de participação política)

Entretanto...

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Formalmente, ela cumpre integralmente esse objetivo, entretanto na prática, a nossa

Carta Magna é casuística, porque não há uma ação política participativa do povo

brasileiro, não se sabendo se o que está sendo decidido atende realmente a vontade

popular.

A ocorrência de ter uma Constituição na qual, os direitos fundamentais da pessoa

humana são acolhidos e protegidos com amplitude não significa que, de fato, suceda

a efetivação e a garantia dos direitos:

“Atualmente já não se considera que a simples existência de uma Constituição resolve todos os

problemas relativos aos direitos fundamentais dos indivíduos e à justiça social, mas ainda assim o

prestígio teórico da Constituição é elevado. [...] Contudo, se o prestígio teórico da Constituição é fato

inegável, pois continuamente se considera que ela precisa existir, e ainda é evidente que a existência

de uma Constituição não dá qualquer garantia de que ela vai ser posta em prática. [...] É preciso dar

efeito prático ao prestígio teórico da Constituição. A experiência mostra que onde isso acontece os

indivíduos, os grupos sociais e todo o povo são beneficiados. Não é difícil reconhecer que de nada

adianta existir uma instituição, ou adianta muito pouco, se o desrespeito frequente reduzir as normas

constitucionais a uma simples fachada teórica. A Constituição pode trazer grandes benefícios, desde

que adquira na prática o mesmo prestígio de que goza na teoria.” (DALLARI, 2010, p. 88, 89, 90)6

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Referencias

DALLARI, Dalmo de Abreu. Constituição e Constituinte. 4.a ed., São Paulo:

Saraiva, 2010. ISBN 978-85-02-07818-5.

SANTOS, Cleide Magali dos. Da Ordem e das Desordens: sobre manutenção da

ordem pela PM nas ações coletivas de protestos em Salvador na primeira década

do século XXI. TESE (doutorado) – Universidade Federal da Bahia. Faculdade de

Filosofia e Ciências Humanas, Orientadora: Prof.ª Dra. Maria Victoria Espiñeira

Gonzalez, Salvador, 2014

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