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Entrevista biodiversidade perigosa

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Entrevista

No âmbito da disciplina de área de projecto a turma CT3 do 12º ano encontra se a

trabalhar no tema “Biodiversidade - Animais Perigosos” e uma das actividades deste

projecto é esta entrevista a um biólogo/zoólogo de forma a obter mais informações

sobre este assunto e como produto final amos apresentá-la no jornal da escola.

Obrigado pela sua atenção e agradecemos desde já a sua disponibilidade.

Entrevistado: Carla

Estagiária no zoo da Maia

Susana - Acha que o tema “Biodiversidade – Animais Perigosos” desperta a atenção das

pessoas?

Carla - Claro que sim, principalmente aos jovens que hoje vêem muita televisão e que têm

interesse pelo desconhecido.

Susana - Qual é a sua área de estudo? Com que grupo de seres vivos trabalha?

Carla - Trabalho no zoo como estagiária de enfermagem veterinária e trabalho com todos os

grupos de seres vivos.

Marisa - O que entende por animais perigosos?

Carla - Na minha opinião todos os animais são perigosos pois apresentam dupla personalidade

e nós temos que lidar com isso visto que se não invadirmos o espaço deles, eles não nos fazem

mal. No zoo considero todos perigosos.

Marisa - Porquê que esses animais são vistos como um perigo?

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Carla - Por vezes as pessoas têm medo de um animal que no fundo não é perigoso. Por

exemplo, as pessoas interagem com cães que não conhecem e estes ao estarem em contacto

com um desconhecido é normal que tenha comportamentos agressivos e ataquem as pessoas.

Marisa - Quais são para si os animais mais perigosos que põe em risco a vida humana? Em

Portugal mas também no Mundo.

Carla - Não sei muito bem, existem animais perigosos mas porque faz parte da natureza deles

e que são nossos predadores. No zoo os animais mais perigosos, para mim, são o hipopótamo,

os leões e o caimão, onde é impensável chegar perto deles.

Marisa - Existem animais que são considerados culturalmente perigosos e que efectivamente

não o são?

Carla - Claro que existem.

Marisa - Pensa que estes juízos podem ser ultrapassados? Como?

Carla - Penso que sim. Se as pessoas fizerem um bocado de estudo e reflectirem sobre isso.

Cada animal necessita de um espaço e as pessoas não o devem invadir.

Marisa - Acha que a área onde os animais estão inseridos interfere com o risco que eles

representam para a vida humana?

Carla - Penso que não. Nós, seres humanos, temos a tendência de invadir espaços que não nos

pertencem como por exemplo as florestas. Os animais não são um perigo para nós, nós é que

somos um perigo para eles.

Marisa - Acha que são os animais perigosos para o Homem, ou é o ser humano que é

perigoso para eles?

Carla - Como referi anteriormente nós é que somos um verdadeiro perigo para eles.

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Marisa - Muitos dos animais perigosos estão em vias de extinção. Qual pensa que será o

motivo disto?

Carla - Nós, decididamente nós. O ser humano é o perigo para o mundo inteiro, inclusive a

biodiversidade.

Marisa - Existem leis que defendem alguns animais dos exploradores. Acha que estes

seguem a lei ou tentam arranjar maneira de a contornar?

Carla - Em Portugal, principalmente, há sempre quem ultrapasse essas leis/normas.

Marisa - Considera que estas leis estão bem elaboradas ou como é o Homem a fazê-las, este

só está a ver do ponto de vista deles?

Carla - Nós não podemos pensar só neles e fazemos leis para nós porque também vivemos

aqui. É lógico que há animais que necessitamos e que contribuem para a biodiversidade, caso

contrário não comíamos vacas nem ovelhas.

Marisa - Acha que há pessoas que se aproveitam do facto dos animais serem considerados

potencialmente perigosos? Porquê que fazem isso?

Carla - Da mesma forma que eu os protejo de mais há quem não goste deles ou, por exemplo,

podem explorá-los como é o caso dos circos. O circo é um meio de exploração animal, ao

contrário do zoo, onde os cuidamos e lhes damos condições semelhantes aos seus habitats; no

circo não acontece isso, o que interessa é o dinheiro.

Marisa - Conhece alguma história de alguém que tenha sido vítima de um animal perigoso?

Carla - Não propriamente. Possivelmente sou suspeita de falar que as pessoas que são

atacadas por cães os provocaram. No meu caso fui atacada por uma catatua, talvez de uma

forma inconsciente fiz alguma coisa que interferisse no espaço dela.