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Mariana Rei A Erosão do Mar Área de Integração Ciência Hoje “Erosão do Mar” 08-11-2012 “No que respeita às praias, a ferramenta desenvolvida por Carlos Coelho aponta que o areal das frentes urbanas protegidas tenderá a desaparecer e nos restantes troços a linha de costa recua e o mar avança, com a exceção do troço litoral entre as praias de São Jacinto e a Torreira onde o molhe norte, à entrada do Porto Comercial de Aveiro, segura uma grande quantidade de sedimentos. O cenário é validado por Cristina Bernardes: "Tentando projetar o futuro tendo por referência o passado, com o atual défice de sedimentos que chega às praias, a linha de costa vai continuar a recuar se não se fizer nada”. Segundo a investigadora do departamento de Geociências da UA, “tal como dizem os modelos de simulação, poderemos ter no futuro ruturas permanentes no cordão dunar ou no dique arenoso que separa a laguna do mar”. Ano após ano, Cristina Bernardes tem assistido à redução significativa da largura das praias e da barreira arenosa. “Há praias que pura e simplesmente desapareceram nos últimos tempos”, lembra a investigadora. Entre a Costa Nova e a Vagueira, por exemplo, nos últimos 52 anos, a linha de costa recuou 73 metros. “Dá uma taxa de recuo de 1,5 metros por ano e não é dos sectores mais críticos”, afirma. É que entre Maceda e o Furadouro, no mesmo período de tempo, houve um recuo de 120 metros.” (Adaptado, Ciência Hoje, 2012) Desde 1958, que a costa aveirense recua, e por isso, a conclusão que se chega não é nada positiva, há menos sedimentos disponíveis para se transportar pelas correntes da deriva litoral, um fator bastante relevante pois aumenta a erosão na Costa de Aveiro. O Rio Douro é o principal contribuinte de sedimentos mas muita dela fica na barragem, um fator que se associa às extrações de areia, tudo isto levou à erosão. Ora, se as correntes não têm nada para poderem largar a sua energia, vão descarrega-la de que maneira? Na erosão das praias e dunas. Por outro lado, “os molhes” (esporões) do Porto de Aveiro são uma autêntica armadilha para o pouco sedimento disponível.

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Mariana Rei A Erosão do Mar Área de Integração

Ciência Hoje “Erosão do Mar”

08-11-2012

“No que respeita às praias, a ferramenta desenvolvida por Carlos Coelho aponta que o areal das frentes urbanas protegidas tenderá a desaparecer e nos restantes troços a linha de costa recua e o mar avança, com a exceção do troço litoral entre as praias de São Jacinto e a Torreira onde o molhe norte, à entrada do Porto Comercial de Aveiro, segura uma grande quantidade de sedimentos.

O cenário é validado por Cristina Bernardes: "Tentando projetar o futuro tendo por referência o passado, com o atual défice de sedimentos que chega às praias, a linha de costa vai continuar a recuar se não se fizer nada”. Segundo a investigadora do departamento de Geociências da UA,

“tal como dizem os modelos de simulação, poderemos ter no futuro ruturas permanentes no cordão dunar ou no dique arenoso que separa a laguna do mar”.

Ano após ano, Cristina Bernardes tem assistido à redução significativa da largura das praias e da barreira arenosa. “Há praias que pura e simplesmente desapareceram nos últimos tempos”, lembra a investigadora. Entre a Costa Nova e a Vagueira, por exemplo, nos últimos 52 anos, a linha

de costa recuou 73 metros. “Dá uma taxa de recuo de 1,5 metros por ano e não é dos sectores mais críticos”, afirma. É que entre Maceda e o Furadouro, no mesmo período de tempo, houve um recuo de 120 metros.” (Adaptado, Ciência Hoje, 2012)

Desde 1958, que a costa aveirense recua, e por isso, a conclusão que se chega não é nada positiva, há menos sedimentos disponíveis para se transportar pelas correntes da deriva litoral, um fator bastante relevante pois aumenta a erosão na Costa de Aveiro.

O Rio Douro é o principal contribuinte de sedimentos mas muita dela fica na barragem, um fator que se associa às extrações de areia, tudo isto levou à erosão.

Ora, se as correntes não têm nada para poderem largar a sua energia, vão descarrega-la de que maneira? Na erosão das praias e dunas.

Por outro lado, “os molhes” (esporões) do Porto de Aveiro são uma autêntica armadilha para o pouco sedimento disponível.

Soluções já existem, a transferência artificial dos sedimentos do molhe Norte para o Sul ou destruição dos esporões, substituindo-os pela realimentação artificial das praias.

É mais barato a realimentação do que a construção de um esporão e foi assim que em 1970/1980 que se recuperou as praias.

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