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Apresentação do Dr. Gustavo Rodrigues Leite, para o seminário A Sociedade Civil No Conselho Estadual. 18 de Setembro de 2012
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Concretizando Direitos
Humanos de Crianças e
Adolescentes por meio
do Fundo para a
Infância e Adolescência
Gustavo Rodrigues Leite
18 de setembro de 2012
FIA- Fundo para a Infância e a Adolescência
Art. 165, da Constituição Federal
§ 9º - Cabe à lei complementar:
II - estabelecer normas de gestão financeira
e patrimonial da administração direta e
indireta bem como condições para a
instituição e funcionamento de fundos.
FIA – PIRÂMIDE JURÍDICA
CONTROLE SOCIAL E A LEI
Disciplina Normativa Infraconstitucional Nacional
Lei n° 4.320/64 (arts. 71-74)
Lei n° 8.069/90 (art. 88, IV, 154, 214 e 260, com alterações trazidas pela Lei n. 12.594/12)
Lei n° 8.666/93
Resolução nº 137/2010 do CONANDA.
FIA – PIRÂMIDE JURÍDICA
Conforme previsão do art. 260, § 5º, do ECA:
a destinação de recursos aos Fundos não desobriga os Entes Federados à previsão, no orçamento dos respectivos órgãos encarregados da execução das políticas públicas de assistência social, educação e saúde, dos recursos necessários à implementação das ações, serviços e programas de atendimento a crianças, adolescentes e famílias,
prioritariamente, em razão do disposto no art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4o da Lei retro citada.
FIA – COMPLEMENTO, não substitui o
ORÇAMENTO
Art. 90, do ECA
§ 2o Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227, da Constituição Federal, e pelo caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei.
FIA – COMPLEMENTO, não substitui o
ORÇAMENTO
Art. 260 (...) ECA
§ 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos Fundos Nacional, Estaduais e Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, serão consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar, bem como as regras e princípios relativos à garantia do direito à convivência familiar previstos nesta Lei.
§ 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente fixarão critérios de utilização, através de planos de aplicação das doações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente, órfãos ou abandonado, na forma do disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição Federal
FIA – COMPLEMENTO, não substitui o
ORÇAMENTO
Art. 15. A aplicação dos recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, deliberada pelo Conselho de Direitos, deverá ser destinada para o financiamento de ações governamentais e não-governamentais relativas a:
I - desenvolvimento de programas e serviços complementares ou inovadores, por tempo determinado, não excedendo a 3 (três) anos, da política de promoção, proteção, defesa e atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
II - acolhimento, sob a forma de guarda, de criança e de adolescente, órfão ou abandonado, na forma do disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição Federal e do art. 260, § 2º da Lei n° 8.069, de 1990, observadas as diretrizes do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária;
FIA – COMPLEMENTO, não substitui o
ORÇAMENTO
III - programas e projetos de pesquisa, de estudos, elaboração de diagnósticos, sistemas de informações, monitoramento e avaliação das políticas públicas de promoção, proteção, defesa e atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
IV - programas e projetos de capacitação e formação profissional continuada dos operadores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente;
FIA – COMPLEMENTO, não substitui o
ORÇAMENTO
V - desenvolvimento de programas e projetos de comunicação, campanhas educativas, publicações, divulgação das ações de promoção, proteção, defesa e atendimento dos direitos da criança e do adolescente; e
VI - ações de fortalecimento do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, com ênfase na mobilização social e na articulação para a defesa dos direitos da criança e do adolescente.
FIA – COMPLEMENTO, não substitui o
ORÇAMENTO
Artigo 16, da Resolução 137, CONANDA
Parágrafo Único. Além das condições estabelecidas no caput, deve ser vedada ainda a utilização dos recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente para:
I - a transferência sem a deliberação do respectivo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente;
II - pagamento, manutenção e funcionamento do Conselho Tutelar;
III - manutenção e funcionamento dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente;
IV - o financiamento das políticas públicas sociais básicas, em caráter continuado, e que disponham de fundo específico, nos termos definidos pela legislação pertinente; e
V - investimentos em aquisição, construção, reforma, manutenção e/ou aluguel de imóveis públicos e/ou privados, ainda que de uso exclusivo da política da infância e da adolescência.
FIA – COMPLEMENTO, não substitui o
ORÇAMENTO
O FIA deverá ser criado nos três níveis de governo
A Lei de criação do fundo deverá prever suas fontes de receitas, seus objetivos e finalidades, cabendo ao Executivo regulamentar o seu funcionamento por meio de Decreto ou outro ato normativo equivalente, do qual deverá constar como ordenador da despesa necessariamente o presidente do Conselho de Direitos.
FIA – CRIAÇÃO POR LEI ORDINÁRIA
Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente são os detentores únicos do poder de gestão e disposição dos recursos do FIA, cabendo-lhes EXCLUSIVAMENTE estabelecer os critérios para aplicação dos recursos financeiros dos fundos, inclusive a escolha de projetos e programas a serem beneficiados.
Trata-se de prerrogativa EXCLUSIVA e INDELEGÁVEL, tendo como amparo legal os arts. 88, inciso IV, 214, caput, e 260, § 2º, do ECA.
FIA – GESTÃO EXCLUSIVA DO CONSELHO
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: (...)
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo município.
Art. 260. (...)
§ 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente fixarão critérios de utilização, através de planos de aplicação das doações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente, órfãos ou abandonado, na forma do disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição Federal.
FIA – GESTÃO EXCLUSIVA DO CONSELHO
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente,
ÓRGÃOS DELIBERATIVOS e
controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais; (Densidade normativa aos artigos 204, II e 227, §7, CF)
FIA – GESTÃO EXCLUSIVA DO CONSELHO
Planos Anuais de Ação e de Aplicação a serem elaborados pelos Conselhos de Direitos, o primeiro para ser inserido na LDO e o segundo na LOA de cada ente da federação - PRINCÍPIO DA UNIDADE ORÇAMENTÁRIA – O FIA não
se resume a uma conta bancária. O FIA é uma unidade orçamentária
FIA– INSTRUMENTOS OBRIGATÓRIOS PARA A GESTÃO DOS FIA’S
O PLANO DE AÇÃO consiste na definição das metas, programas e atividades que deverão ser implementados com os recursos do Fundo. É um planejamento estratégico do que será feito com os recursos do FIA, durante determinado período, considerando-se o diagnóstico realizado da situação de crianças e adolescentes e as necessidades apontadas.
FIA– PLANO DE AÇÃO
O PLANO DE APLICAÇÃO, por sua
vez, é o instrumento de
operacionalização do Plano de Ação. É
o meio através do qual serão
distribuídos os recursos para a execução
das ações definidas no plano de ação.
FIA– PLANO DE APLICAÇÃO
FIA– PLANO DE APLICAÇÃO
Art. 260 - ECA
§ 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente fixarão
critérios de utilização, através de planos de
aplicação das doações subsidiadas e demais
receitas, aplicando necessariamente percentual para
incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de
criança ou adolescente, órfãos ou abandonado, na forma
do disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição Federal.
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão amplamente à comunidade:
...
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à criança e ao adolescente;
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais;
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por projeto;
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
FIA– PLANOS DE AÇÃO E DE APLICAÇÃO
I – dotações orçamentárias do Poder Executivo (recursos públicos consignados nos orçamentos dos entes federativos, inclusive transferências entre estes entes);
II – contribuições de governos estrangeiros e organismos internacionais;
III – destinações de pessoas físicas ou jurídicas (bens materiais, imóveis, recursos financeiros, destinações de receitas dedutíveis do Imposto de Renda, nos termos do art. 260, do ECA);
IV – recursos provenientes de multas aplicadas pela autoridade judiciária (art. 214, do ECA) ou das astreintes advindas das ACP’s ajuizadas pelo Ministério Público;
V – o resultado de aplicações financeiras
FIA – RECEITAS
Termo DOAÇÃO empregado pelo legislador de forma equivocada e atécnica jurídica, pois o ato não constitui uma LIBERALIDADE do contribuinte, mas sim um desdobramento da OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA do IMPOSTO DE RENDA
Termo técnico correto: DESTINAÇÃO SUBSIDIADA de parte do IMPOSTO DE RENDA DEVIDO
RENÚNCIA FISCAL da UNIÃO para se privilegiar o direcionamento do tributo federal aos FIA’s e à política da criança e do adolescente.
FIA – “DOAÇÃO” DE PARTE DO I. Renda
Art. 260. Os CONTRIBUINTES poderão deduzir do IMPOSTO DEVIDO, na declaração do Imposto sobre a Renda, o total das doações feitas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente - nacional, estaduais ou municipais - devidamente comprovadas...
NATUREZA JURÍDICA: RECURSO PÚBLICO
FIA – NATUREZA DA DESTINAÇÃO SUBSIDIADA
A primeira modalidade consiste na destinação de parte do recurso de imposto de renda devido da pessoa física ou jurídica para o FIA (nacional, estadual e/ou municipal), com a condição de o montante ser (re)direcionado para um programa, serviço ou entidade de escolha e interesse do próprio contribuinte.
A segunda forma, também conhecida como captação de recursos financeiros, garante que os próprios Conselhos dos Direitos selecionem os projetos, serviços e entidades aptos a receberem os recursos do FIA, e apresentem aos contribuintes, pessoas físicas ou jurídicas, para que possam destinar parte do tributo de renda e proventos devido, deixando ao alvedrio destes a escolha de qual (ou quais) seria(m) “agraciado(s)” com os recursos públicos do FIA, oriundos da destinação privilegiada do imposto federal, ora renunciado pela União.
FIA – DOAÇÃO CASADA OU DIRIGIDA
Flagrante Inconstitucionalidade (e Ilegalidade) por supressão da GESTÃO PLENA dos Conselhos de Direitos, com ofensa direta ao princípio da democracia participativa.
A natureza pública dos recursos do FIA, impõe sejam
eles regidos pelo mesmo regramento que norteia a gestão dos recursos públicos em geral, estando sujeitos, portanto, à incidência das Leis Federais n° 4.320/64 (Orçamento), Lei nº 8.429/92 (Improbidade Administrativa), Lei n° 8.666/93 (Licitações e Contratos), e Lei Complementar n° 101/100 (Responsabilidade Fiscal)
FIA – DOAÇÃO CASADA OU DIRIGIDA
Art. 12. A definição quanto à utilização dos recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, em conformidade com o disposto no artigo 7o, deve competir única e exclusivamente aos Conselhos dos Direitos.
§ 1º Dentre as prioridades do plano de ação aprovado pelo Conselho de Direitos, deve ser facultado ao doador/destinador indicar, aquela ou aquelas de sua preferência para a aplicação dos recursos doados/destinados.
§ 2º As indicações previstas acima poderão ser objeto de termo de compromisso elaborado pelo Conselho dos Direitos para formalização entre o destinador e o Conselho de Direitos.
FIA – Resolução 137, CONANDA
Art. 13. Deve ser facultado ao Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente chancelar projetos mediante edital específico.
…
§ 6º A chancela do projeto não deve obrigar seu financiamento pelo Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, caso não tenha sido captado valor suficiente. (O projeto era ou não prioridade?)
FIA – Resolução 137, CONANDA
No FUNDO, há algo mais grave por
detrás da cortina das destinações
subsidiadas casadas e dirigidas:
Crônico e viciado atrofiamento dos
Conselhos de Direitos cujos atores se
recusam a cumprir os seus poderes-
deveres.
FIA – Resolução 137, CONANDA