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Ficha de resumo sociologia

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Page 1: Ficha de resumo sociologia

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Resumo do Livro

“Discurso sobre as Ciências” - Boaventura Sousa Santos

01-12-2012

Dúnia Ivone

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Título: Um Discurso sobre as Ciências

Referência: SANTOS, Boaventura de (1987); Um discurso sobre as Ciências; Edições * Afrontamento; Porto; 1998.

Dados sobre o autor: Boaventura Sousa Santos, é sociólogo, professor da faculdade de economia da Universidade de Coimbra. Especializado em Sociologia do Direito e do Estado e em Sociologia da Ciência, com investigações empíricas realizadas no Brasil, Portugal e Cabo Verde. Tendo publicado inúmeros trabalhos, nomeadamente: O Discurso e o Poder (1980); O Estado, o Direito e a Questão Urbana (1982); A Justiça Popular em Cabo Verde (1884), entre outros.

Na sua obra supracitada, o autor começa por debruçar-se sobre a existência do homem desde o tempo passado, presente e o futuro. Nesta reflexão, o autor faz uma comparação simultânea, relacionando a existência do homem ao conhecimento científico produzido através dos tempos. Para ele, a “primeira imagem” que nós temos dos “progressos científicos produzidos” no passado são experiências dramáticas, mas, recentes. E as do futuro, exigem uma reflexão aprofundada dos limites do rigor científico.

Para o autor vivemos uma fase de transição “difícil de entender e percorrer”. Segundo ele, “é necessário voltar às coisas simples”. Ou seja, colocar questões para perguntas simples. E deu como exemplo, Jean Jacques Rosseau, na sua obra Discurso sobre as ciências e as artes.

Do mesmo modo que, há 200 anos atrás, a fase de transição, conhecida no mundo científico, causou perplexidade nos espíritos da época, fazendo-os reflectir sobre os fundamentos da sociedade. Esta fase, está de novo a causar a mesma perplexidade, mas desta vez, ela deixa-nos uma “sensação de perda irreparável”. Ou seja, perdemos a confiança epistemológica. E, de novo, encontramos a necessidade de reformular perguntas, tais como, o papel do senso comum e do conhecimento científico no nosso quotidiano.

Paradigma Dominante

Para o autor, a ciência está a viver os seus últimos dias. Há uma nova ordem científica que se impõe. Esta nova ordem fará uma síntese, ou funcionará como um pólo catalisador, entre, o que é ciências naturais e sociais, conhecimento científico e senso comum. A nova ordem cientifica basear-se-á num novo modelo – que convencionou chamar de “racionalidade científica” - que convergirá essas duas ciências, dois conhecimentos, num todo.

O novo paradigma científico traz consigo novas formas/fases de investigação:

- as observações da natureza dão lugar á observação dos factos sociais;

- a formulação de leis naturais dão lugar á formulação de leis sociais;

- o método da experiência e verificação dá lugar á objectividade;

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E, desta forma, as ciências sociais conseguem reivindicar, para si, “um estatuto epistemológico e metodológico próprio, com base na especificidade do ser humano”. Esta nova ciência vem se chamar “Física Social” que propõe estudar os fenómenos sociais como se fossem os fenómenos naturais, ciente dos obstáculos que enfrentará, uma vez que, as ciências sociais não dispõem, á priori, de teorias/leis universais e explicativas dos fenómenos sociais, semelhante às ciências naturais.

Esse atraso se verifica, dado ao objecto de estudo ser diferente. Nas ciências sociais trabalha-se com o ser humano, há imprevisibilidade do comportamento humano, por outro lado, o próprio cientista social encontra-se inserido no contexto social da sua investigação, influenciado pelos valores sociais, o que pode tornar difícil o processo de conhecimento. Para o autor, “os obstáculos são enormes, mas não são insuperáveis”. Pensa ele de que, “com o tempo e dinheiro, poderá vir a ser reduzido e eliminado.”

As ciências sociais propõem um novo estatuto metodológico, diferente das ciências naturais. Um método qualitativo, que estuda os fenómenos sociais, com o objectivo de obter um conhecimento intersubjectivo, descritivo e compreensivo em vez de um método quantitativo, através do qual se obtém um conhecimento objectivo, explicativo e metodológico.

Crise do Paradigma Dominante

Para o autor, as ciências naturais vivem, actualmente, (nesta fase de transição), uma crise, que exige, igualmente, uma reflexão sobre o limite e o rigor científico. Depois do fenómeno da industrialização e globalização, as ciências mudaram o modo de produção científica. A ciência moderna, proletarizou-se, e passou a servir a “interesses militares e económicos”.

O Paradigma Emergente

Diante deste cenário, o autor defende que, deverá deixar de fazer distinção entre ciências naturais e ciências sociais. O autor propõe um novo paradigma que se assenta na concepção mecanicista, ou seja, na relação entre sujeito/objecto que se funda na superação do conhecimento entre ambos, e passamos a citar “em vez de serem os fenómenos sociais a ser estudados como se fossem fenómenos naturais, serem os fenómenos naturais estudados como se fossem fenómenos sociais.” Desta forma, as ciências naturais tenderão a aproximar-se mais da “humanidade” e as ciências sociais seriam o agente catalizador/fusor entre as duas ciências. Ou seja, este novo paradigma, colocaria a pessoa, enquanto autor e sujeito do mundo, no centro do conhecimento.

Por outro lado, o autor realçou mais um aspecto, que diferencie, a ciência moderna da pós-moderna. A ciência Moderna é feita numa pluralidade metodológica, apesar disso, ela produz pouco conhecimento . As excessivas especializações, tornaram o cientista, um ignorante. Ao contrário, da ciência pós-moderna, esta tenta dialogar com outras formas de conhecimento deixando-se penetrar por elas.

Enquanto, que a ciência moderna desprezava o senso comum, por outro, a ciência pós-moderna valoriza. O autor, acredita que, apesar do conhecimento vindo do senso comum possa ser mistificador, ela pode vir “enriquecer a nossa relação com o mundo”, dadas outras características, e por esta razão poder constituir-se no novo paradigma emergente nas ciências.

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Ideação: No seu livro, o autor, fala sobre o papel da ciência e das produções científicas dos últimos séculos. O autor analisa através dos tempos e mostra-nos que nem sempre a ciência se volta para a construção de um mundo melhor. Por outro lado, mostrou a capacidade do homem inventar e reinventar num curto espaço de tempo.

No século XVIII, surgia uma nova ciência - a Ciência Social. Esta demorou alguns anos para impor-se, como tal, enfrentou inúmeras questões, no meio da ordem científica que reinava naltura, que aceitava como estudo científico, apenas, se este fosse baseado na natureza e compreendesse as várias fases de investigação pré-estabelecidas.

Volvidos uns anos, a ciência social, igualmente como as outras ciências está a viver uma crise - fase de transição - e reclama para si novas formas de produção de conhecimento científico e metodológico.

Esta passa pela utilização duma nova metodologia. O autor, propõe que os estudos efectuados nas ciências sociais passem pelo uso da metodologia qualitativa, em vez de, quantitativa. O autor entende assim que, desta forma, as ciências sociais estarão a passar por um novo paradigma científico. Longe vai o tempo, desde que a ciência social tentou impor-se ou igualar às ciências naturais. Esta luta encontra-se já afirmada, é necessário e urgente passar a outro patamar. De salientar que, as ciências sociais sempre reclamaram para si a ideologia da “objectividade”, com este novo método a ciência social rende-se á sua “subjectividade” na construção dos factos.

Em suma, este livro, lança um olhar retrospectivo sobre a forma como nascem os modelos científicos - através de revoluções científicas. Estas revoluções não são, muitas vezes, pacíficas, elas exigem lutas, enfrentar obstáculos, fazer questionamentos, reflexões até se imporem.