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Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio

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1. O que o livre-arbtrio? (Slide 3) O problema do livre-arbtrio (Slide 4-5) Respostas ao problema do livre-arbtrio (Slide 6-29) Determinismo radical (Slide 7-16) Argumentos (8-11) Objees (12-16) Libertismo (Slide 17-23) Argumentos (18-21) Objeo (22-23) Determinismo radical vs. Libertismo (Slide 24) Compatibilismo/Determinismo moderado (Slide 25-29) Argumentos (26-27) Objeo (28-29) Concluses (Slide 30) Sntese (Slide 31-32) 2. O livre-arbtrio a capacidade de decidir (arbitrar) em liberdade. Assim, se eu puder agir, fazer algo, por escolha minha, estando livre e consciente, posso dizer que possuo livre-arbtrio. 3 3. Normalmente concebemos a ao humana como um ato voluntrio, livre. Por exemplo, quando um aluno levanta voluntariamente a mo para colocar uma questo, parece bvio que poderia ter escolhido no o fazer. Porm, a cincia que hoje conhecemos afirma que todos os acontecimentos no universo esto determinados, ou seja, j est decidido se vo ou no acontecer. Assim, e sabendo que a ao humana pertence ao universo, tambm ela est determinada. 4 4. Logo, se as aes humanas so determinadas, a liberdade parece ser impossvel... Ento, ser o livre-arbtrio compatvel com o determinismo? Ou ser que a nossa liberdade apenas uma iluso? 5 5. Existem trs teorias sobre o problema do livre-arbtrio: O determinismo radical e o libertismo, que so teorias incompatibilistas (defendem que ou o homem no possui livre-arbtrio de todo determinismo radical ou possui sempre livre-arbtrio libertismo), e o determinismo moderado ou compatibilismo, que a nica teoria compatibilista (defende que possvel afirmar simultaneamente como verdadeiras as afirmaes: os acontecimentos so causados e o homem dotado de livre-arbtrio). Teorias compatibilistas Teorias incompatibilistas Determinismo moderado ou compatibilismo Determinismo radical Libertismo Apesar do determinismo, o homem possui livre-arbtrio O homem no possui livre-arbtrio O homem possui livre-arbtrio 6 6. O determinismo radical a teoria segundo a qual no temos livre-arbtrio e todos os acontecimentos esto determinados. 7 7. O argumento do determinismo radical contra a existncia do livre-arbtrio o seguinte: (Premissa 1) Se o determinismo verdadeiro, no h livre-arbtrio. (Premissa 2) O determinismo verdadeiro. (Concluso) Logo, no h livre-arbtrio. Porm, para afirmar que a concluso verdadeira, os deterministas tm que, primeiramente, provar que as premissas 1 e 2 so tambm verdadeiras. 8 8. (Premissa 1) Se o determinismo verdadeiro, no h livre-arbtrio. livre-arbtrio determinismo implica Perante as mesmas cadeias causais, posso decidir de forma diferente implica Perante as mesmas cadeias causais, no posso decidir de forma diferente O determinismo , ento, a negao do livre-arbtrio. Logo, se o determinismo verdadeiro , porque no h livre-arbtrio. Relembrar: Cadeia Causal sequncia de acontecimentos que levam a que uma situao final acontea 9 9. Porm, para mostrar que o livre-arbtrio uma iluso, temos que provar que o determinismo verdadeiro. (Premissa 2) O determinismo verdadeiro. O determinista argumenta que sem o pressuposto do determinismo no possvel compreender o mundo. As disciplinas centrais que nos ajudam a compreender o universo (como a biologia, a qumica e a fsica), baseiam-se na mesma conceo do mundo que o determinismo: dadas as mesmas causas, seguem-se os mesmos efeitos. Assim, todos os acontecimentos resultam da sequncia de causas e efeitos traduzidos pelas leis da natureza. 10 10. Como as aes humanas fazem parte do universo, tambm esto sujeitas lei da causalidade. por isso que, quando chutamos uma bola ou riscamos um fsforo, esperamos que a bola se desloque e o fsforo acenda. Porm, estar causalmente determinado no como ser obrigado a fazer uma coisa que no se quer nem se decidiu. Estar causalmente determinado no poder decidir nem poder querer outra coisa alm do que efetivamente decidimos e queremos. Ou seja, parece-nos que somos livres, desde que ningum nos impea de fazer o que decidimos e queremos. Temos a falsa sensao de que somos livres, porque escolhemos fazer uma coisa em vez de outra, desconhecendo as causas que determinam as nossas aes. 11 11. Objees ao determinismo radical Existem 3 objees ao determinismo radical: A objeo da responsabilidade moral A objeo fenomenolgica Falta de provas empricas 12 12. Objees ao determinismo radical A objeo da responsabilidade moral Assim, se no formos livres, como podemos ser responsveis pelos nossos atos? Que sentido que fazem as prises e os castigos? Se o determinista radical tiver razo, no temos livre-arbtrio. Mas se no tivermos livre-arbtrio, no poderemos ser moralmente responsveis. E se no formos moralmente responsveis, no poderemos ser castigados. Ora, absurdo defender que no podemos ser castigados. Logo, o determinismo radical falso. Uma das crticas mais frequentes ao determinismo baseia-se na ideia de que parece haver uma conexo entre a responsabilidade moral e a nossa liberdade. 13 13. Objees ao determinismo radical Resposta de um determinista face objeo da responsabilidade moral Face a esta objeo, o determinista radical defende que, do ponto de vista prtico, irrelevante que os criminosos no sejam moralmente responsveis. Mesmo que no o sejam, queremos prend-los por uma questo de preveno ou dissuaso. Assim, e em qualquer caso, se o determinismo for verdadeiro, estamos to determinados a julgar e a prender criminosos como os criminosos esto determinados a cometer crimes. 14 14. Objees ao determinismo radical A objeo fenomenolgica A experincia do livre-arbtrio muito forte. No possvel evitar acreditar que temos livre-arbtrio porque isso faz parte do prprio processo de agir. Uma vez que temos a liberdade de pensar, tambm temos a liberdade de agir. Talvez seja possvel acreditar que as outras pessoas no tm livre-arbtrio. Mas no podemos acreditar nisso relativamente a ns prprios porque, quando agimos, no podemos pressupor a liberdade e sentir que somos livres. Como seria viver com a crena de que no h livre-arbtrio? 15 15. Objees ao determinismo radical A Falta de Provas Empricas No possvel provar que as decises humanas se baseiam numa cadeia causal que ignoramos, se no temos conscincia de tal cadeia. 16 16. O libertismo a teoria segundo a qual temos livre arbtrio e nem todos os acontecimentos esto determinados. 17 17. (Premissa 1) Se temos livre-arbtrio, o determinismo falso. (Premissa 2) Temos livre-arbtrio. (Concluso) Logo, o determinismo falso. Porm, para afirmar que a concluso verdadeira, os libertistas tm que, primeiramente, provar que as premissas 1 e 2 so tambm verdadeiras. Sendo uma teoria incompatibilista, o argumento libertista central contra o determinismo o seguinte: 18 18. (Premissa 1) Se temos livre-arbtrio, o determinismo falso. Como j vimos no determinismo... livre-arbtrio determinismo implica Perante as mesmas cadeias causais, posso decidir de forma diferente implica Perante as mesmas cadeias causais, no posso decidir de forma diferente O determinismo , ento, a negao do livre-arbtrio. Logo, se temos livre- arbtrio, porque o determinismo falso. Relembrar: Cadeia Causal sequncia de acontecimentos que levam a que uma situao final acontea 19 19. Porm, para mostrar que o determinismo falso, temos que provar que o ser humano possui livre- - arbtrio. (Premissa 2) Temos livre-arbtrio. O libertista argumenta que: No possvel o ser humano evitar ver-se como ser dotado de livre-arbtrio A cincia no tem qualquer capacidade para prever o comportamento humano. Portanto, tudo o que a cincia pode provar que, exceo da ao humana, todos os acontecimentos esto determinados Do facto de sermos parte de um universo determinista no segue que as nossas aes tambm o sejam No prprio ato de tomar uma deciso, o ser humano exerce o livre-arbtrio no possvel aceitar realmente que as nossas decises esto todas determinadas por acontecimentos anteriores. As cincias em causa no tm qualquer capacidade para prever o comportamento humano. Afinal, tambm fazemos parte de um mundo inanimado, mas no somos seres inanimados. 20 20. Para os libertistas existem condicionantes (como a cultura, a sociedade) que influenciam na escolha, mas no condicionam ( o sujeito que escolhe a deciso final). Uma escolha ou ao s verdadeiramente livre se desencadear uma nova cadeia causal de acontecimentos. Assim, o sujeito a primeira causa, sendo capaz de autodeterminar-se. 21 21. Objeo ao libertismo Existe uma objeo ao libertismo: O Dilema do Libertista 22 22. Objeo ao Libertismo O Dilema do Libertista As decises tomadas por um sujeito tm origem ou numa deliberao anterior ou ento uma escolha aleatria. A liberdade no aleatria. Assim, a escolha aleatria no prova a existncia de livre-arbtrio A deliberao depende dos desejos e/ou crenas de cada indivduo, sendo determinada pelos mesmos. 23 23. Determinismo Radical vs. Libertismo Determinismo Radical: A escolha do sujeito (caminho 2) j estava determinada por acontecimentos anteriores e no poderia ter sido outra. (Para os libertistas, esta escolha no foi livre) Libertismo: O sujeito escolheu o caminho 2, mas a sua escolha no resultou de acontecimentos anteriores; resultou unicamente da sua deliberao. Escolheu o 2, mas poderia ter escolhido o 1 ou 3, sendo todavia os acontecimentos anteriores exatamente os mesmos. 24 24. O compatibilismo a teoria que defende que o livre-arbtrio e o determinismo podem coexistir uma teoria compatibilista. 25 25. O ser humano livre quando escolhe fazer o que deseja, ou seja, a escolha o resultado causal da existncia de certas crenas e desejos que surgiram por um processo natural O ser humano no livre quando no pode escolher fazer o que deseja por causa de constrangimentos externos ou internos, ou seja, a ao no causada pelas crenas e desejos que se formam normalmente, mas sim por outros desejos ou crenas que foram formados sob coao (forados por algo ou algum) Argumentos do determinismo moderado: 26 26. O compatibilismo defende que somos livres quando o que escolhemos e o modo como agimos resulta casualmente do que queremos e o que queremos no resulta de qualquer coao, doena ou controlo artificial. 27 27. Objeo ao compatibilismo Porm, se aquilo que desejamos fazer se encontra determinado por acontecimentos anteriores, ento, nestes casos, as nossas aes esto igualmente constrangidas por acontecimentos anteriores. Segundo os compatibilistas, se formos constrangidos a agir de uma determinada maneira, a nossa ao no livre. 28 28. Objeo ao compatibilismo Vejamos o seguinte exemplo. Situao 1: O Joo escolhe ficar em casa em vez de ir ao cinema Situao 2: O Joo obrigado pelos seus pais a ficar em casa a estudar. O compatibilista defende que na situao 1 a ao do Joo livre porque nada o obrigou a escolher uma coisa em vez de outra. Mas defende que na situao 2 a escolha do Joo no foi livre, porque foi obrigado pelos pais a ficar em casa. Contudo, a nica diferena entre 1 e 2 o tipo de constrangimento em causa. Na situao 2, o Joo constrangido pelos pais. Na situao 1 constrangido pelos acontecimentos anteriores. Na situao 1 o Joo no tem conscincia das causas que o fazem escolher ir ao cinema. Mas do facto de no ter conscincia disso no se segue que tais causas no existam. E se tais causas existem, o Joo no poderia ter escolhido outra coisa alm do que efetivamente escolheu. Logo, est to constrangido num caso como no outro. 29 29. Se optarmos pelo determinismo radical... Se optarmos pelo libertismo... Se optarmos pelo compatibilismo... Como me posso ver sem livre- -arbtrio? Como negar o determinismo sem tornar a deciso livre aleatria? Como encontrar alternativas reais da ao sem cair no determinismo radical? Tal como muitos outros problemas filosficos, o problema do livre-arbtrio no apresenta uma resposta consensual entre a comunidade filosfica, sendo considerado um problema em aberto! 30 30. Teorias Determinismo compatvel com o livre- arbtrio? Temos livre-arbtrio? Determinismo radical No No Libertismo No Sim Compatibilismo / Determinismo Moderado Sim Sim 31 31. Teorias Argumentos Objees Determinismo Radical Todos os acontecimentos resultam da sequncia de causas e efeitos traduzidos pelas leis da natureza As aes humanas fazem parte do universo, pelo que tambm esto sujeitas Lei da Causalidade O ser humano tem a falsa sensao de que livre porque escolhe fazer uma coisa em vez de outra, desconhecendo as causas que determinam as suas aes A objeo da responsabilidade moral: Se no formos livres, como podemos ser responsveis pelos nossos atos? A objeo fenomenolgica. Como seria viver de acordo com a crena de que no h livre-arbtrio? Falta de provas empricas: Como podemos provar que as decises humanas se baseiam numa cadeia causal que ignoramos se no temos conscincia de tal cadeia Libertismo No podemos evitar vermo-nos como seres dotados de livre-arbtrio A cincia no tem qualquer capacidade para prever o comportamento humano. Portanto, tudo o que a cincia pode provar que, exceo da ao humana, todos os acontecimentos esto determinados. Do facto de sermos parte de um universo determinista no se segue que as nossas aes sejam determinadas. O Dilema do Libertista: Cada deciso no depende em nada da anterior aleatria Cada deciso depende de uma deliberao anterior cada deliberao depende de desejos e crenas Compatibilismo ou Determinismo Moderado Somos livres quando escolhemos fazer o que desejamos No somos livres quando no podemos escolher fazer o que desejamos fazer por constrangimentos externos ou internos Se aquilo que desejamos fazer se encontra determinado por acontecimentos anteriores, ento, nestes casos, as nossas aes esto igualmente constrangidas por acontecimentos anteriores. 32