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Jessica Amaral 1º Semestre Geografia Matutino/2012 Docente Rosangela Hespanhol RESUMO - PATARRA, Neide. “Tendências e Modalidades Recentes das Migrações Internas e Distribuição Populacional no Brasil: um olhar para o Nordeste”. IN: Seminário Quantos Somos e Quem Somos no Nordeste, 2004, Recife, pág. 50-63. O texto nos relata sobre a importância dos censos demográficos no entendimento desses fenômenos sociais que envolvem as migrações e as dificuldades na fidelidade das informações, considerando a mobilidade interna, ou seja, migração intra-regional, inter-regional e intermunicipal, a exemplo de uma família que migra paulatinamente do Ceará para Pernambuco, de Petrolina-PE para Vitória de Santo Antão-PE e daí para a parte centro do Recife e daí para a periferia do Recife, capital de Pernambuco. Cita como marco histórico à década de 1950, permeada pelos movimentos migratórios ocorridos, principalmente, pelas desigualdades regionais, tendo como resultado, atividades econômicas absorvedoras de grandes contingentes de pessoas “expulsas da terra” pela inviabilidade de suas antigas atividades rurais, quer seja pela falta de tecnologia adequada, pela falta de competitividade num mercado competitivo, ou pela falta de acesso a créditos necessários para a continuidade do processo produtivo e, principalmente, pela elevada concentração de terras nas mãos de uma minoria elitizada. Outro fator citado é a incapacidade das áreas urbanas “atrasadas” e de suas atividades produtivas urbanas em agregar esse contingente rural. Cabe-nos ressaltar um grande problema que perpetua a desigualdade social, ou seja, a total priorização do país em provocar a concentração de renda, de poder político e desenvolvimento econômico na região Sul e Sudeste, em

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Page 1: Geografia Humana - 10. RESUMO - PATARRA, Neide. “Tendências e Modalidades Recentes das Migrações Internas e Distribuição Populacional no Brasil: um olhar para o Nordeste”

Jessica Amaral1º Semestre Geografia Matutino/2012Docente Rosangela Hespanhol

RESUMO

- PATARRA, Neide. “Tendências e Modalidades Recentes das Migrações Internas e

Distribuição Populacional no Brasil: um olhar para o  Nordeste”. IN: Seminário

Quantos Somos e Quem Somos no Nordeste, 2004, Recife, pág. 50-63.

O texto nos relata sobre a importância dos censos demográficos no entendimento desses

fenômenos sociais que envolvem as migrações e as dificuldades na fidelidade das

informações, considerando a mobilidade interna, ou seja, migração intra-regional, inter-

regional e intermunicipal, a exemplo de uma família que migra paulatinamente do Ceará

para Pernambuco, de Petrolina-PE para Vitória de Santo Antão-PE e daí para a parte centro

do Recife e daí para a periferia do Recife, capital de Pernambuco.

Cita como marco histórico à década de 1950, permeada pelos movimentos migratórios

ocorridos, principalmente, pelas desigualdades regionais, tendo como resultado, atividades

econômicas absorvedoras de grandes contingentes de pessoas “expulsas da terra” pela

inviabilidade de suas antigas atividades rurais, quer seja pela falta de tecnologia adequada,

pela falta de competitividade num mercado competitivo, ou pela falta de acesso a créditos

necessários para a continuidade do processo produtivo e, principalmente, pela elevada

concentração de terras nas mãos de uma minoria elitizada. Outro fator citado é a

incapacidade das áreas urbanas “atrasadas” e de suas atividades produtivas urbanas em

agregar esse contingente rural.

Cabe-nos ressaltar um grande problema que perpetua a desigualdade social, ou seja, a total

priorização do país em provocar a concentração de renda, de poder político e

desenvolvimento econômico na região Sul e Sudeste, em detrimento as demais regiões,

principalmente à região Nordeste.

A autora enfoca o processo de “desruralização” marcado pela continuada e crescente

movimentação de pessoas do campo para as áreas urbanas, atraídas nas décadas 50 e 60,

por grandes obras urbanas, tais como, construção da estrada Belém-Brasília, construção de

Brasília, como também para a colheita de café em São Paulo e Paraná, regiões e atividades

estas recebendo incentivos e investimentos federais, enquanto o Nordeste enfrenta grandes

secas, e recebe em contrapartida, migalhas em investimentos, através de repasses para a

manutenção da “política da seca”.

Cita que na década de 70 a desruralização fica mais ampliada, pois além da região

Nordeste, também a região Sudeste contribui para a transferência rural-urbana,

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considerando à liberação de mão-de-obra dos campos, face à mecanização agrícola e a

substituição dos cafezais pela pecuária ocorrida, principalmente, na região Sudeste,

enquanto no Nordeste ocorria a expulsão dos “moradores”dos engenhos.

Enquanto na área urbana, constatamos uma absorção de pessoas com ocupações produtivas

ou não, conseqüentemente, “inchando” as periferias com todas as mazelas sociais, tais

como, falta de infra-estrutura mínima de saneamento básico, água potável, falta de

cuidados médicos e sanitários mínimos, piorando cada vez mais a qualidade de vida dos

imigrantes.

O texto nos relata sobre a década de 80, marcada por uma crise de grandes dimensões, ou

seja, recessão, desemprego, influenciada por crise internacional, influenciando a

movimentação migratória e desacelerando a migração urbana. Cita, também, que a região

Norte apresenta índices de crescimento acima da média do país, caracterizada pela

implantação da zona franca de Manaus, produção agropecuária, exploração da madeira e

da atividade extrativa mineral.

Cita que na região Nordeste ocorre especialização da produção, crescimento industrial,

entretanto o segmento agro-pecuário continua concentrado em produtos como cana-de-

açúcar, cacau, entre outros e na produção de bens intermediários e de consumo. Nas

atividades urbanas, citada o complexo petroquímico de Camaçari- Bahia, pólo têxtil e de

confecções de Fortaleza, pólo de fruticultura de Petroliza-PE/ Juazeiro-BA, além dos pólos

turísticos situados no litoral nordestino.       Afirma que a região Nordeste, ainda, apresenta

um grande percentual de população rural, entretanto, isso representa apenas 1/3 da

população total, comprovando o processo de urbanização

Com relação à região Centro-Oeste, cita a expansão das fronteiras agrícolas, mediante a

consolidação da exploração de grãos e bovinocultura de corte e o processo de

metropolização ocorrido em Goiânia, Brasília, entre outros.

No caso da região Sudeste, destaca-se a queda brusca da população rural, comentando que

mais de 89% da população está concentrada em áreas urbanas, citando como destaque

atividades como cana-de-açúcar, café, cítricos e pecuários, além da indústria metal-

mecânico, material elétrico, comunicações, bens de consumo e bens intermediários.

No tocante à região sul, destaca que a região apresenta o menor crescimento populacional,

grande concentração de população urbana (75%), destacando-se o complexo industrial de

Santa Catarina e Paraná.

É citada, também, a migração de retorno que ocorre sensivelmente na região Nordeste

desde os anos 80, ocorrendo retorno, principalmente de São Paulo para Pernambuco, Ceará

e Bahia, predominantemente homens retornando para regiões metropolitanas