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Gaspar Carmanhan da Silveira Neto Um Mundo em Mudança Universidade Federal do Tocantins (UFT) Palmas-2013

Globalização - Um mundo em mudança

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Gaspar Carmanhan da Silveira Neto !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um Mundo em Mudança !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Palmas-2013

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!Sumário !!

Dimensões da globalização 1.Fatores que contribuem para a globalização 2.Causas da crescente globalização !O debate sobre globalização 1.Os “céticos” 2.Os “hiperglobalizadores” 3.Os “transformacionalistas” !O impacto da globalização nas nossas vidas 1.A ascensão do individualismo 2.Padrões de trabalho 3.Cultura popular !Globalização e risco 1.A difusão do “risco produzido” 2.A “sociedade de risco” global !Globalização e desigualdade 1.Desigualdade e divisões globais 2.A campanha por “justiça global” !Conclusão: a necessidade de uma governança global !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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Introdução !O mundo em que vivemos hoje, nos faz muito mais interdependentes, mesmo a milhares

de quilômetros de distância, do que jamais fomos. Esse é o reflexo de complexos laços

econômicos e sociais que ligam países e pessoas ao redor do mundo. Os sociólogos

usam o termo globalização para referirem a esses processos que estão intensificando as

relações e a interdependência sociais globais.

Querendo ou não a globalização está mudando o modo como o mundo se parece e a

maneira como vemos o mundo. Contudo a perspectiva global nos mostra que nossos

laços cada vez maiores com o resto do mundo podem significar que nossas ações tem

consequências para outros e que os problemas do mundo têm consequências para nós.

Portanto esse trabalho tem como objetivo, conter informações sobre o mundo em

transformação, para melhor compreensão do que se trata a globalização e suas

implicações no meio político, social, econômico e cultural.

!!Dimensões da globalização !A globalização é criada pela convergência dos fatores políticos, sociais, culturais e

econômicos. Foi impelida, sobretudo, pelo desenvolvimento de tecnologias da informação

e da comunicação que intensificaram a velocidade e o alcance da interação entre as

pessoas ao redor do mundo. Portanto, a globalização significa que cada vez mais

estamos vivendo “num único mundo”, em que os indivíduos, os grupos e as nações

tornaram-se mais interdependentes.

!1.Fatores que contribuem para a globalização

A explosão nas comunicações globais foi facilitada por alguns importantes avanços na

tecnologia e na infra-estrutura das telecomunicações no mundo.

O impacto desses sistemas de comunicação foi e é incrível. O uso difundido da internet e

dos telefones móveis aprofunda e acelera os processos da globalização; cada vez mais

pessoas estão se conectando por meio dessas tecnologias, mesmo em lugares que antes

estavam isolados ou poucos servidos por sistemas tradicionais de comunicação.

A comunicação esta também sendo impelida pela integração da economia global. Ao

contrário de épocas anteriores, a economia global não é mais fundamentalmente de base

agrícola ou industrial. No entanto ela está cada vez mais dominada pela atividade que é

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“virtual” e intangível; como é o caso dos softwares de computador, dos produtos de mídia

e de entretenimento e dos serviços baseados na internet.

A operação da economia global reflete as mudanças que ocorreram na era da informação.

Muitos aspectos da economia agora funcionam através de redes que cruzam as fronteiras

nacionais, em vez de limitarem-se a delas.

As práticas de produção e modelos organizacionais tornaram-se mais flexíveis. Acordos

de parceria com outras empresas tornaram-se banais, a participação nas redes de

distribuição globais tornou-se essencial para se fazer negócios num mercado em

constante mudança.

!!!!!2.As causas da crescente globalização

-Mudanças políticas

Uma das significativas influências da globalização contemporânea é o colapso do

comunismo de estilo soviético, que aconteceu numa série de revoluções dramáticas na

Europa Oriental.

O colapso do comunismo acelerou os processos da globalização, mas deveria também

ser visto como um resultado da própria globalização. As economias comunistas

planificadas e o controle ideológico e cultural da autoridade política foram incapazes, ao

final, de sobreviver a uma era de mídia global e de economia mundial eletronicamente

integrada.

O segundo fator é o crescimento dos mecanismos regionais e internacionais de governo.

As Nações Unidas e a União Européia são os dois exemplos mais proeminentes de

organizações internacionais que reúne os estados nações em um fórum político comum.

E, finalmente, a globalização está sendo conduzida pelas organizações

intergovernamentais (OIGs) e pelas organizações internacionais não-governamentais

(ONGs).

!-Fluxos de informação

A difusão da tecnologia da informação expandiu as possibilidades de contato entre as

pessoas ao redor do mundo, facilitando também o fluxo de informação sobre pessoas e

acontecimentos em lugares distantes.

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Vários eventos internacionais importantes, junto com outros milhares de acontecimentos

menos dramáticos, fizeram com que o pensamento das pessoas se reorientasse da

dimensão menor do estado-nação para um cenário global.

Primeiramente as pessoas cada vez mais percebem que a responsabilidade social não

pára nas fronteiras nacionais, mas se entende além delas. Os desastres e injustiças que

as pessoas enfrentam do outro lado do globo não são simplesmente infortúnios que

devem ser suportados, mas motivo legítimo para ação e intervenção.

Em segundo lugar, a perspectiva global significa que as pessoas então cada vez mais

buscando outras fontes, que não o estado-nação, ao formular seu próprio senso de

identidade. Em várias partes do mundo, as identidades culturais locais estão vivenciando

poderosos ressurgimentos numa época em que o tradicional domínio dos estados-nação

está passando por profundas transformações.

Portanto o estado-nação, enquanto fonte de identidade, está diminuindo em muitas áreas,

à medida que as mudanças políticas e nível regional e global enfraquecem a ligação das

pessoas com os estados em que vivem.

!-As corporações transnacionais

!As CTs são companhias que produzem bens ou serviços comerciais em mais de um país.

Podem ser empresas relativamente pequenas, com uma ou duas fábricas fora do país

onde estão baseadas, ou gigantescas empresas internacionais, cujas operações se

entrecruzam ao redor do globo. Em outras palavras, as corporações transnacionais mais

poderosas são maiores economicamente do que a maioria dos países

A “economia eletrônica” foi outro fator que serve de fundamento à globalização econômica

. Os bancos, as corporações, as administradoras de fundos e investidores individuais são

capazes da transferir fundos internacionalmente com um toque no mouse. No entanto

com a economia global cada vez mais integrada, um colapso financeiro em alguma parte

do mundo pode ter enormes efeitos nas economias mais distantes.

!!O debate sobre globalização !Três escolas de pensamento: “céticos”, “hiperglobalizadores” e “transformacionalistas”

!

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1.Os “céticos”

Os céticos crêem que os níveis atuais de interdependência já possuem precedentes.

Concordam que talvez hoje exista mais contato entre países do que em períodos

passados, mas, segundo eles a atual economia mundial está suficientemente integrada

para construir uma verdadeira economia globalizada.

Para os céticos, o crescimento da regionalização evidencia que a economia mundial

tornou-se menos, e não mais integrada. Eles argumentam que a economia é menos

global em seu alcance geográfico, concentrando-se bem mais em alguns intensos bolsões

de atividade.

De acordo com eles os governos nacionais continuam a ser protagonistas fundamentais

em função de seu envolvimento na regulação e na coordenação da atividade econômica

!2.Os “hiperglobalizadores”

Os hiperglobalizadores sustentam que a globalização é um fenômeno muito real, cujas

consequências podem ser sentidas em quase todos os lugares. É visto como um

processo que é indiferente às fronteiras nacionais. Ela está criando outra ordem global,

produzida por poderosos fluxo de comércio e produção que ultrapassam fronteiras.

Argumentam que os países individualmente já não controlam suas economias,devido ao

vasto crescimento do comércio mundial.

Consideradas em conjunto, essas mudanças sinalizam, para os hiperglobalizadores, o

despertar da era global, em que os governos nacionais perdem importância e influência.

!3.Os “transformacionalistas”

Transformacionalistas tomam uma posição mediana. Eles vêem a globalização como uma

força fundamental agindo por traz do amplo espectro de mudanças que estão hoje

moldando as sociedades modernas. No entanto, os governos ainda detêm bastante

poder, apesar do avanço da interdependência global. Essas transformações não

restringem somente à economia, mas são igualmente proeminentes nos domínios da vida

política, cultural e pessoal.

Afirmam ser a globalização um processo dinâmico e aberto que está sujeito à influência e

a mudança. Segundo eles, a globalização é um processo descentrado e reflexivo,

caracterizado por conexões e fluxos culturais que funcionam de um modo multidirecional.

Não crêem que os países estão perdendo sua soberania, mas antes que estejam

passando por um processo de reestruturação que responde a novas formas de

organização econômica e social desprovidas de base territorial. Os governos estão sendo

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forçados a adotar uma postura mais ativa e aberta ao exterior, que os leve a governança

dentro das complexas condições da globalização.

!!Impacto da globalização nas nossas vidas !A globalização é um fenômeno que está afetando nossa vida íntima e pessoas de

diversas maneiras. Inevitavelmente, nossas vidas pessoais têm sido alteradas à medida

que as forças globalizantes penetram dentro de nossos contextos locais, em nossas

casas em nossas comunidades, através de fontes impessoais - tais como a mídia, a

internet e a cultura popular - e através também do contato pessoal com indivíduos de

outros países e culturas.

A globalização esta fundamentalmente mudando a natureza de nossas experiências

cotidianas.

!1.A ascensão do individualismo

No passado as identidades pessoais dos indivíduos eram formadas no contexto da

comunidade em que nasciam. Valores, estilos de vida e éticas predominantes, nessa

comunidade em que nasciam. Valores estilos de vida e éticas predominantes, nessa

comunidade, forneciam diretrizes relativamente fixas, segundo as quais as pessoas

viviam suas vidas.

No entanto estamos diante de um movimento rumo a um novo individualismo, no qual as

pessoas devem ativamente se auto construir e construir suas próprias identidades. Os

“códigos sociais”, que antes guiavam as escolhas e as atividades das pessoas,

afrouxaram-se significativamente.

As estruturas tradicionais de identidade estão dissolvendo-se e novos padrões de

identidade estão surgindo. A globalização está forçando as pessoas a viver de um modo

mais aberto e reflexivo.

!2.Padrões de trabalho

Desperdiçamos muito tempo “trabalhando” ou “no serviço”, descobrindo que muitos

aspectos de nossa existência - de nossos amigos a nossas preferências de lazer - são

formados por nossos padrões de trabalho; ou seja, o trabalho está no centro da vida de

muitas pessoas.

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Se antigamente a vida de trabalho das pessoas eram dominadas pelo emprego garantido,

hoje, um número maior de indivíduos traça sua própria carreira, perseguindo metas

individuais e exercendo a escolha para sua realização.

Os modelos tradicionais de trabalho integral estão se transformando em formas mais

flexíveis: trabalho em casa auxiliado por tecnologia de informação, trabalho em equipe,

projetos de consultoria de curta duração, horário flexível de trabalho e assim por diante.

As mulheres passaram a participar massivamente da força de trabalho, um fato que

afetou muito as vidas pessoais dos indivíduos de ambos os sexos

!!3.Cultura popular

De acordo com essa visão a globalização é uma forma de “Imperialismo cultural” em que

os valores, os estilos e as visões do mundo ocidental são difundidos de modo tão

agressivo que sufocam culturas nacionais particulares.

Outros em contrapartida relacionam o processo de globalização a uma diferenciação

crescente nas tradições e formas culturais. Tradições culturais estão acompanhadas por

miríades de formas culturais adicionais vindas do exterior, colocando as pessoas diante

de uma gama vertiginosa de estilo do vida passíveis de serem escolhidos.

!!Globalização e risco !Muitas das mudanças engendradas pela globalização nos são apresentadas com novas

formas de risco, que diferem muito daquelas que existiram em épocas passadas.

Diversamente dos riscos de outrora, que tinham causas estabelecidas e efeitos

conhecidos, os riscos de hoje são incalculáveis na origem e determinados nas suas

consequências.

!1.A difusão do “risco produzido”

Até bem recentemente, as sociedades humanas eram ameaçadas por riscos externos -

perigo como secas, terremotos escassez e tempestades provenientes do mundo natural,

que não tinham relações algumas com ações humanas. Hoje, porém confrontamo-nos

cada vez mais com vários tipos de riscos produzidos - riscos que são criados pelo

impacto de nosso próprio conhecimento e da tecnologia sobre o mundo natural.

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!2.Riscos ambientais

Há poucos aspectos do mundo natural que permaneçam intocados pelo homem - a

urbanização, a produção, e a poluição industriais, os projetos de agricultura em larga

escala, a construção de barragens e hidrelétricas e os programas de energia nuclear são

algumas das formas de impacto sobre os ambientes naturais produzidas pelos seres

humanos. O resultado coletivo de tais processos foi o início de uma destruição ambiental

generalizada, cuja exata causa é indeterminada e cujas consequências são igualmente

difíceis de calcular.

por serem os riscos ambientais difusos em sua origem, não se sabe ao certo como devem

ser enfrentados ou quem tem a responsabilidade de agir em prol de uma solução

!3.Riscos a saúde

No desenrolar de décadas atuais, há muitos exemplos de riscos envolvidos relacionados

a alimentação - utilizam produtos agrícolas que causam doenças mortais em humanos,

radiação UV - causa “câncer de pele” ao ficar muito tempo exposta a pele do ser humano,

riscos como a “doença da vaca louca” que é mortal para os humanos.

!4.A “sociedade de risco” global

O sociólogo alemão Ulrich Beck (1992) tem escrito extensivamente sobre o risco e a

globalização, analisa esses riscos como contribuintes à formação da sociedade de risco

global. Como a mudança tecnológica progride de modo cada vez mais rápido e produz

novas formas de risco, devemos constantemente responder e nos adaptar a essas

mudanças. A sociedade de risco, segundo ele, não está limitada somente aos riscos de

saúde e ambientais - inclui toda uma série de mudanças inter-relacionadas dentro da vida

social contemporânea.

Os riscos de hoje afetam todos os países e todas as classes sociais. Suas consequências

não são meramente pessoais, e sim globais.

!!Globalização e desigualdade !A globalização está procedendo de uma maneira irregular. Seu impacto é experienciado

diferentemente, e algumas de suas consequências estão longe de ser benignas. Ao lado

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desses problemas ecológicos crescentes, a expansão das desigualdades dentro e entre

as sociedades é um dos mais sérios desafios com que se defronta o mundo no raiar do

segundo milênio.

!1.Desigualdades e divisões globais

Em muitos países em desenvolvimento, os níveis de crescimento econômico e de

produção ao longo do século passado não acompanharam a taxa de crescimento

populacional, enquanto o nível de desenvolvimento econômico nos países

industrializados, superou em muito essa taxa. Essas tendências opostas têm levado

fortes disparidades entre os países mais ricos e os mais pobres.

O livre comércio é visto por muitos como a chave para o desenvolvimento econômico e

para a diminuição da pobreza. A Organização Mundial do Comércio (OMC), por exemplo,

trabalha para liberalizar regras de comércio e reduzir barreiras comerciais entre os países.

O livre comercio além da fronteiras é visto como uma posição em que tanto os países

desenvolvidos como os em desenvolvimento saem ganhando. Se as economias

industriais são capazes de exportar seus produtos para mercados ao redor do mundo,

também se afirma que os países em desenvolvimento se beneficiarão ganhando acesso

aos mercados mundiais. Isso irá melhoram, por sua vez, suas perspectivas de integração

na economia global.

!2.A campanha por justiça global

Muitos críticos argumentam que o livre comércio é antes um negócio unilateral que

beneficia aqueles que já são ricos, exacerbando modelos existentes de pobreza e

dependência nos países em desenvolvimento.

Em relação ao citado, convém evitar que as divisões globais se aprofundem ainda mais,

então é necessário, não somente nas nações em desenvolvimento, mas também nas

industrializadas, que se faça mais investimento em “capital humano” - saúde pública,

educação e treinamento. O principal desafio para o século XXI é assegurar que a

globalização beneficie as pessoas em todos os lugares, não somente os que encontram

numa privilegiada posição.

!!Conclusão: a necessidade de uma governança global !

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!À medida que a globalização progride, estruturas e modelos políticos existentes revelam-

se despreparados para gerenciar um mundo cheio de riscos, desigualdades e desafios

que transcendem fronteiras nacionais.

Embora possa parecer irrealista falar de uma governança que transcende o nível de

estado-nação, alguns passos já foram tomados em direção à criação de uma estrutura

democrática global, como a formação das Nações Unidas e da União Européia. Essa

nova forma de governança global poderia ajudar a promover uma ordem mundial

cosmopolita, em que seriam estabelecidos e observados regras transparentes e padrões

de comportamento internacional, tal como a defesa dos direitos humanos. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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Biografia !!

-Livro: Um Mundo em Mudança, !

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