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E. B. DA CHAVE – 2012/2013 HISTÓRIA A VÁRIAS MÃOS
A partir dum excerto de: O sol e o menino dos pés frios, de Matilde Rosa Araújo.
«… Era um laranjal de folhas verdes, brilhantes. Como se um pincel com verniz as tivesse pintado uma a uma. E um dia veio uma menina pelo laranjal e sentou-se debaixo de uma laranjeira. Tinha os cabelos negros e caídos até aos ombros e um avental de flores amarelas.
E sentou-se e abriu um livro. Era um livro...»
… com imagens muito bonitas, que falava
dos planetas. A menina começou a ler com gosto, mas
passado algum tempo, porque estava cansada, adormeceu e sonhou que estava numa nave espacial,
a navegar no espaço.
Quem comandava a nave era o Alfa. A menina pediu-lhe que lhe mostrasse o planeta Terra, visto do espaço. Ela ficou maravilhada com a Terra a girar à volta de si própria e o Alfa disse-lhe que esse movimento demorava um dia; era por isso que havia dia e noite.
A menina viu a enorme extensão do azul dos mares e dos oceanos. E percebeu por que chamam à Terra Planeta Azul. Viu os continentes, o grande lençol branco e gelado da Antártida e as auroras polares, com as suas misteriosas luzes verdes, vermelhas, roxas e azuis a cintilar no céu noturno.
Do outro lado do mundo, o Alfa mostrou-lhe uma nuvem de cinzas, que saía da chaminé de um vulcão. De repente, uma voz interrompeu o seu sonho... Era a voz da mãe que, muito assustada, chamava:
-Madalena, o que aconteceu? - Sentei-me a ler e por
momentos adormeci. Tive um sonho maravilhoso em que estava dentro da nave do Alfa a ver o nosso planeta Terra.
- O que achaste? - Foi fantástico. Fiquei a saber por que lhe
chamam o Planeta Azul. Mãe, achas que podemos, um dia destes, fazer uma viagem até à Antártida?
- É uma boa ideia! Vou já preparar as malas, com muita roupa quentinha.
Passados uns dias, Madalena e Carolina estavam prontas para a viagem.
Carregaram o carro e partiram. As horas, os
dias e as noites passavam e o rosto de Madalena entristecia cada vez mais com aquilo que via à sua volta.
- Filha, qual é o motivo dessa tristeza? - Estou desiludida com aquilo que estou a ver. Do espaço, a Terra era deslumbrante... Aqui, no mundo real, tudo é bem diferente.
E lá continuaram a viagem. À medida que o tempo passava, Madalena
ficava cada vez mais desanimada com aquilo que via.
Entretanto, Madalena começou a sentir muito frio e vestiu um casaco quentinho. Tinham finalmente chegado à Antártida!...
A Antártida era tão gelada! Madalena continuava com frio e cada vez mais triste. As focas, que ela pensara poder ver em abundância, quase não existiam
porque estão em vias de extinção. Ainda viu pinguins e, aqui e acolá;
pontualmente, uma baleia ou outra.As calotes polares
estão a diminuir devido ao aquecimento
global provocado pelo efeito de estufa.
O mundo ainda não se entendeu relativamente a este ponto tão importante, que pode descontrolar definitivamente os ecossistemas.
Afinal, o Planeta Azul, que é tão lindo visto do espaço, é quase uma miragem.
As lágrimas corriam pela face de Madalena e logo se transformavam em belíssimas pérolas geladas. Ao caírem na neve, faziam um barulho estranho…
De repente, aproximou-se de Madalena uma
linda foca, que começou a andar em volta da menina.
“Como teria ela aparecido aqui?”, pensou Madalena.
- Será que veio a nadar ou em cima de um pedaço de gelo? Como é que uma foca aguenta tanto frio?Com tantas perguntas, a menina sorriu de curiosidade.
A mãe explicou: - Sabes, Madalena, a foca aguenta muito frio porque é protegida por uma camada de gordura que funciona como um isolante.
Entretanto, a mãe foi acabar de construir um iglô. De repente, a foca
começou a falar: - Olá, eu sou a foca
Azuleta e tenho duas crias. Sinto-me preocupada com a caça aos nossos filhotes, por causa da pele, que é muito valiosa…
A Madalena, um pouco assustada, um pouco maravilhada, chamou a mãe e explicou-lhe o que tinha acontecido. Quando a mãe chegou perto dela, não ouviu falar a foca, só ouviu o seu som normal de animal marinho. Enquanto Madalena tentava descobrir a razão pela qual a mãe não tinha ouvido a foca falar, esta disse:- Sabes, Madalena, só alguns
seres humanos é que têm a capacidade de entender a língua dos animais.
A Deusa da Terra sugeriu que tu nos podes ajudar.
- Disseste «nos»?! Quem? - Nós, e todos os animais
que estão em perigo…- Como é que eu vos
posso ajudar? - perguntou a Madalena. A foca encostou-se à menina cada vez mais e segredou-lhe ao ouvido: - Tens de libertar toda a tua força interior… Só assim poderás ajudar-nos. A Madalena, intrigada, expulsou as ideias da cabeça para fora e pensou, pensou, até que encontrou uma solução.
A menina, com a ajuda do krill, conjunto de espéciesanimais semelhantes ao camarão, convocou uma assembleia animal. Todos fizeram questão de aparecer. Desde as focas, aos leões-marinhos e baleias, dos pinguins aos albatrozes. Madalena passou a palavra da Deusa da Terra:
-Vamos ajudar todos os animais e o planeta Terra. Vamos, por entre ventos e mares, passar a palavra e unir todos os continentes através deste sentimento… Vamos mudar o mundo e a forma como os homens se relacionam com a Natureza.
Os albatrozes voaram, as focas mergulharam, a palavra foi difundida, e a Deusa da Terra agradeceu à Madalena todo o seu esforço.
As duas aventureiras, Madalena e sua mãe, Carolina, seguiram o seu destino com a esperança de terem um mundo melhor…
E assim termina a história a que decidimos dar o título:
Produção desta apresentação:Isabel Pinheiro