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Slides criados por Fernando Farrapeira e apresentados em 14/10/2010.
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A CIDADE DOS HOMENS
O MUNDO MODERNO
Dois amores construíram duas cidades: a cidade terrestre
procede do amor de si até ao desprezo de Deus;
a cidade celeste procede do amor de
Deus levado até ao desprezo
de si...
Santo Agostinho (A Cidade de Deus)
ROTEIRO
O problema da divisão da história
Fatos que marcam o início da modernidade
Continuidade e ruptura
O homem no lugar de Deus
O MUNDO MODERNO
DIVISÃO DA HISTÓRIA
• A história é contínua, não tem sobressaltos
• A escolha das datas é arbitrária, mas delimita cenários históricos de certo modo homogêneos
• O nome dado ao período pode representar uma opção ideológica
• Cada civilização carece de uma divisão diferenciada
O MUNDO MODERNO
PERÍODOS DA HISTÓRIA OCIDENTAL
O MUNDO MODERNO
• Até 4.000 a.C. – aparecimento da escrita
Pré-história
• 4.000 a.C. - 476 d.C. – queda do Império Romano do Ocidente
Antiguidade
• 476 - 1453 – queda de Constantinopla
Idade Média
• 1453 - 1789 – Revolução Francesa
Idade Moderna
• Após 1789 - tempos atuais
Idade Contemporânea
Fatos que marcam o início da modernidade
O MUNDO MODERNO
Queda de Constantinopla Guerra dos Cem Anos
Eventos modernos que mudaram a história
O MUNDO MODERNO
As grandes navegações A criação da imprensa
Continuidade e ruptura
Se, por um lado, as conquistas da modernidade nasceram de uma evolução da Idade Média; há, por outro lado, sinais de ruptura, de clivagem com o mundo antigo: – na organização social e política– na organização econômica– nas artes– na filosofia– na religião
O MUNDO MODERNO
PRIMEIRA RUPTURA
Organização social e política
O MUNDO MODERNO
Organização social e política
A sociedade medieval se organizava sob a forma hierárquica:
O MUNDO MODERNO
Clero
Nobreza
Povo
Organização social e política
Os três “estados” possuíam hierarquização própria. A distribuição da autoridade refletia, ora a dignidade, ora a especialidade do indivíduo na sociedade, sendo possível transitar de um estado a outro.
•O clero: Papa, bispos, padres, religiosos, etc.
•A nobreza, com os títulos: condes, marqueses, etc.
•O povo: burguesia, camponeses e artesãos
O MUNDO MODERNO
Organização social e política
Na modernidade, a hierarquização passa a ser vista como algo a ser contestado.
O MUNDO MODERNO
Sociedade hierarquizada
Sociedade igualitária
O processo será lento e se concentrará, nos primeiros “rounds”, na contestação da autoridade: primeiro do clero, depois da nobreza.
Organização social e política
Ataques ao clero:
-Contestação da autoridade do Papa
-Expropriação de bens da Igreja
-Regimes de padroados
-Difusão de heresias com matizes anarquistas
-Insubmissão da nobreza à Igreja
O MUNDO MODERNO
Organização social e política
Ataques à nobreza:
-Exacerbação do poder régio
-Desmantelamento do sistema de suserania
-Inchaço das cortes
-Povo versus nobreza
O MUNDO MODERNO
SEGUNDA RUPTURA
Organização econômica
O MUNDO MODERNO
Organização econômica
Do mercantilismo ao capitalismo
A formação de grandes somas de capital robustece a burguesia e tumultua o equilíbrio da hierarquização popular. Deturpação do valor moral da riqueza.
Fenômeno da massificação. Desenraizamento. Perda da identidade com o cantão em favor dos estados nacionais.
O MUNDO MODERNO
Organização econômica
Do capitalismo ao socialismo
-Engenharia social
-Eliminação do homem-indivíduo
-Massificação das escolhas individuais de consumo
-Formação de novas elites econômicas
O MUNDO MODERNO
TERCEIRA RUPTURA
Nas artes: Renascentismo versus Barroco
O MUNDO MODERNO
Nas artes
Renascentismo
-Negação do medievo em favor da antigüidade
-Protagonismo do homem e do artista
-Empobrecimento estético das construções
-A arte voltada para si mesma
-Esteticismo
O MUNDO MODERNO
Nas artes
Barroco
-Filho da renascença ou do medievo?
- Liberdade de formas
-Maneirismo versus decoro na arte religiosa
-Arte para despertar sentimento nos fiéis
O MUNDO MODERNO
O MUNDO MODERNO
O MUNDO MODERNO
O MUNDO MODERNO
O MUNDO MODERNO
QUARTA RUPTURA
Na filosofia
O MUNDO MODERNO
Na filosofia
A idéia se impõe à realidade
Na Renascença, uma releitura do legado filosófico clássico dá à luz um neoplatonismo que rebaixa o papel da realidade, colocando-a mercê da idéia.
“Duvido, logo penso, logo existo”
Não se conhece mais a coisa em si, mas o conhecimento da coisa. Com a realidade sendo determinada pelo sujeito, não pelo objeto, cada um poderá ter sua própria verdade.
O MUNDO MODERNO
Na filosofia
A partir dessa “ruptura cartesiana”, desenvolvem-se duas grandes correntes antagônicas:
Racionalista – o conhecimento somente pelo intelecto, pela razão (Descartes, Spinoza, Leibniz...)
Empirista – o conhecimento como fruto dos sentidos, da experiência que nos dá a aparência das coisas (Bacon, Hobbes, Locke...)
Ambas partilham o subjetivismo e o fenomenismo: não se conhece as coisas, mas as impressões que as coisas imprimem no intelecto ou nos sentidos.
O MUNDO MODERNO
QUINTA RUPTURA
Na religião
O MUNDO MODERNO
Na religião
“O grandioso edifício ideal da Idade Média, em que religião e civilização, teologia e filosofia, Igreja e Estado, clero e laicato, estavam harmonizados na transcendente unidade cristã, foi, de fato, destruído pelo humanismo imanentista, que constitui o espírito característico do pensamento moderno.”
O MUNDO MODERNO
Na religião
TRANSCENDÊNCIA CRISTÃ x HUMANISMO IMANENTISTA
Transcendência dualista clássica - Deus e o mundo, separados entre si. Deus não conhece, não cria, não governa o mundo.
Transcendência cristã – Deus distinto do mundo que criou, conhece e governa. Só se compreende o mundo a partir de um Deus que o transcenda.
O MUNDO MODERNO
Na religião
TRANSCENDÊNCIA CRISTÃ x HUMANISMO IMANENTISTA
Humanismo imanentista - Deus engendrado no mundo. Desenvolvimento do panteísmo clássico. Deus passa a ser objeto da ciência ou do conhecimento natural e humano, renunciando-se à distinção entre o ser e o dever-ser.
Não há uma causa lógica a ruptura, mas razões de ordem prática e moral: a prevalência dos cuidados mundanos em prejuízo aos espirituais. O homem assume o lugar antes confiado a Deus.
O MUNDO MODERNO
Na religião
A Reforma protestante e a Renascença partilham a mesma “volta ao passado”, o desprezo pela construção da Cristandade, a sociedade medieval.
Afastam-se quanto à metafísica: a Renascença enaltece o homem e a natureza sem Deus; a Reforma aniquila ambos ante a divindade.
O protestantismo, ao abolir a mediação da Igreja, abrirá o caminho ao deus da modernidade: o Estado.
O MUNDO MODERNO
O homem no lugar de Deus
As três revoluções – Pio XII
A apostasia se alastra por meio ondas revolucionárias, que renegam sucessivamente a Igreja, o Filho do Homem e Deus.
1.A Reforma renega a Igreja (apenas Cristo e o Pai)
2.A Revolução Francesa renega o Cristo (apenas Deus)
3.A Revolução Russa renega Deus (só o homem)
O MUNDO MODERNO
A CIDADE DOS HOMENSO ARREMATE FINAL
Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes
dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das
nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos
sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste ato não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu ato mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste ato, de uma história
superior a toda a história até hoje!
FIM