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Carlos Pegado..."Uma grande Festa e uma grande homenagem à figura impar e única do FORCADO"por Tauromania26 de Fevereiro, 2012
A caminho da "V FESTA DO FORCADO", a qual se irá realizar nos
próximos dias 16 e 17 de Março na Praça de Toiros do Campo
Pequeno, vamos apresentar várias entrevistas no decorrer das próximas
semanas feitas aos promotores, autores e participantes nesta 5º Edição.
O primeiro entrevistado é o empresário Carlos Pegado que, com a
Tauromania, idealizou desde sempre os moldes como foram feitas as já
passadas quatro edições da FESTA DO FORCADO, bem como a edição
desta temporada.
Tauromania (T) - Esta temporada vai realizar-se a V FESTA DO
FORCADO. Como nasceu a ideia da “Festa do Forcado”?
Carlos Pegado (CP) - Como sabem tenho uma forte paixão pela figura do forcado. Durante 17 anos fui
forcado no Grupo de Montemor e ainda me sinto como tal. Quem vestiu uma jaqueta e viveu
intensamente o ambiente de um verdadeiro grupo de forcados entende bem o que se sente e aquilo que
sinto.
No ano de 2000, quando comecei a gerir a Praça de Évora, criei uma estratégia no sentido de valorizar a
figura do forcado nesta praça. Com base na apresentação do toiro sério e de ganadarias duras, esse
trabalho foi dando visibilidade à seriedade e os aficionados, e a própria crítica, começou a dar bastante
importância, valorizando muito, tudo o que se passava naquela arena.
Assim nasceu um grande respeito e admiração do público, que já vinha um pouco de trás mas, que se
consolidou através deste trabalho mais direccionado.
Quando a “Feira do Toiro” acabou pensei que tinha ficado um vazio, o qual poderia ser preenchido com
uma feira temática direccionada para o Forcado. Comentei esse facto a dois amigos meus, do Grupo de
Montemor, o Rodrigo Corrêa de Sá e o José Fernando Potier que, curiosamente, sentiam o mesmo que eu
e tinham uma ideia muito parecida. Apresentámos a ideia à ANGF para que integrasse a comissão
organizadora. A ANGF não aceitou ser integrada na organização alegando que esta associação não
estava vocacionada para a organização de eventos.
Foi então que resolvemos os três, através das nossas empresas Terra Brava e Tauromania, meter mãos à
obra… e assim nasceu a “Festa do Forcado”. Este é o seu berço!
Pelo facto de eu ser empresário da Praça de Évora e de ter como estratégia promover e elevar a figura
do forcado amador, decidimos que este seria o palco do evento.
T - E este ano vem para Lisboa? Porquê?
CP - Já em determinada altura tínhamos equacionado fazer este evento noutro local. Por dois motivos:
por um lado, sentimos sempre uma grande falta de apoios, nomeadamente institucionais, e por outro
lado, o facto de termos sido abordados por algumas câmaras municipais que manifestaram o seu
interesse em se associarem e apoiarem este evento, pelo forte impacto que tem e por termos
conquistado uma forte adesão do público desde a primeira hora. É sem dúvida um evento de qualidade.
Este ano, depois da Terra Brava ter sido afastada da gestão da Praça de Évora, e, repito, por não haver
qualquer tipo de apoio institucional, o que dificulta bastante a produção de um evento com estas
características, decidimos que a “V Festa do Forcado” iria ter lugar noutra praça.
Várias hipóteses estiveram em cima da mesa e algumas estiveram até em adiantada fase de
negociação. Houve também algumas empresas que disponibilizaram as suas praças para a realização
desta festa, o que aproveito para agradecer publicamente, mas o nosso objectivo era o Campo Pequeno.
Por várias razões: o Campo Pequeno é a 1ª praça do país, esta é a 5ª Festa, o evento cresce em termos
de prestígio e, o motivo principal, a figura do Forcado Amador é finalmente reconhecida como um pilar
da nossa festa e como uma bandeira da nossa nacionalidade ao realizarmos um evento, cuja figura
central é exclusivamente o Forcado, na capital de Portugal.
Acrescento ainda que o interesse da empresa do Campo Pequeno na realização deste evento foi total, tal
como a sua disponibilidade para se associarem à organização do mesmo, o que facilitou todo este
processo.
Como empresário e organizador deste evento quero realçar a forma exemplar e civilizada como
decorreram todas as conversações.
T - Este ano a V Festa do Forcado vai realizar-se em dois dias. O primeiro na noite de sexta-
feira (16 de março) e no segundo na tarde e noite de sábado (17 de março). A que se deve
este facto?
CP - Sempre foi nossa intenção que a Festa do Forcado se realizasse durante dois dias, pois há
bastantes conteúdos de interesse para que a Festa se possa estender temporalmente. Ainda não tinha
acontecido pelas já referidas faltas de apoio.
Este ano, no Campo Pequeno, conseguimos reunir as condições necessárias para concretizar este nosso
objectivo. As principais razões são que pelo facto de estarmos em Lisboa toda a dimensão do evento
cresce naturalmente e depois porque conseguimos captar o interesse da Câmara Municipal de Lisboa
para que se associasse à Festa do Forcado. É para todos nós, em primeiro lugar como forcados e depois
como promotores, um enorme orgulho que a Câmara esteja envolvida no evento, o que resulta no
reconhecimento público da figura do Forcado Amador por parte duma importante instituição do nosso
país. A “V Festa do Forcado” vai ter o seu início na 6ª feira, dia 16, pelas 22h00 e prolonga-se no dia
seguinte, sábado, a partir das 15h00 e durante toda a tarde. Depois haverá uma pausa para jantar e às
23h00 terá início na própria arena da praça (todos terão oportunidade de pisar esta mítica arena) uma
grande festa com música ao vivo, DJ´s e muita animação pela noite dentro.
De realçar que alterámos a data inicialmente prevista que seria sábado e domingo para não prejudicar e
não dividir o público, pois no domingo dia 18 há toiros em Santarém. Assim os aficionados têm um fim de
semana taurino completo.
T - Pode desvendar-nos um pouco o que se vai passar nesses dois dias?
CP - No dia de abertura iremos apresentar um espectáculo denominado “Forcado. A Coragem Lusitana”,
da autoria do encenador e actor Carlos Cunha. Trata-se de uma encenação onde vamos recriar a história
das origens do “Moço de Forcado”. Em seguida teremos um dos pratos fortes – o Grupo de Forcados de
Veteranos e Famosos – onde vamos ver pegar antigas glórias e muitas conhecidas figuras públicas de
áreas tão distintas como actores, músicos, futebolistas, políticos, etc. Conseguimos reunir um grande
grupo de figuras públicas que desta forma, ao vestirem-se de forcados por um dia, podem viver essa
experiência única de sentir a emoção que carrega o coração de um forcado e desta forma também
homenagearem a figura do Forcado.
Para finalizar esta noite, será apresentada a Escola de Toureio a Cavalo do Campo Pequeno e serão
lidados 4 novilhos que serão pegados por um Grupo de Forcados constituídos pelos 38 cabos dos Grupos
que irão participar nesta Festa. Um momento histórico e inédito também.
Depois de todos estes momentos de fortes emoções todos iremos descontrair, e todo o público poderá
conviver com todas as figuras, numa grande festa na Discoteca TWIN´S.
No sábado teremos o dia forte. Durante toda a tarde irá realizar-se o V Torneio de Pegas de Cernelha,
com a participação de 38 Grupos de Forcados, a totalidade dos Grupos associados na ANGF, que irão
disputar dois importantes prémios: o Prémio António José da Veiga Teixeira e a participação numa
Corrida de Toiros especial na Praça de Toiros do Campo Pequeno na Temporada 2012.
Teremos também a recriação de “Sortes Antigas” pelos Grupos de Montemor, Aposento do Barrete Verde
e Coruche, a actuação de Forcados Veteranos e Forcados do Futuro.
Quando tudo isto terminar iremos preparar a própria arena do Campo Pequeno para que aí todos se
possam divertir e conviver pela noite dentro. Iremos ter a actuação de um grupo que teve o seu grande
lançamento na Festa do Forcado de 2011 – Los Três Sangres – e DJ´s, bares e toda a euforia e animação
que são próprias do espírito português.
Fora da praça vamos ainda ter várias acções paralelas como exposições, concurso de fotografia, venda
de produtos relacionados com o Forcado e acções de beneficência.
Esperamos uma grande afluência do público em geral que irá viver o espírito do Forcado nestes dois dias
e também a presença em força de todas as “famílias” de todos os Grupos de Forcados que serão as suas
claques de apoio nesta jornada tão importante e onde podemos constatar toda a vitalidade da festa
portuguesa.
Enfim… Uma grande Festa e uma grande homenagem à figura impar e do FORCADO.
Entrevista a José Maria Cortes, Cabo do Grupo de Forcados Amadores de Montemorpor Miguel Soares 30 de Novembro, 2011
A TAUROMANIA tem vindo a elaborar um conjunto de entrevistas com os cabos dos principais Grupos de Forcados Amadores do país, com o objectivo de fazer um balanço da temporada que passou, bem como abordar outros temas de interesse na vida de um Grupo de Forcados.
Um dia depois de conhecida a atribuição do “Galardão Campo Pequeno 2011” para melhor Grupo de Forcados, entrevistámos José Maria Cortes, Cabo do Grupo de Forcados Amadores de Montemor-o-Novo.
TAUROMANIA (T) – Um balanço geral da época 2011…José Maria Cortes (JMC) - Penso que foi uma temporada positiva, apesar de achar que se tivéssemos tido mais corridas, nomeadamente, desafios de seis touros, teria sido uma época
bastante melhor. Fomos regulares nas nossas actuações, principalmente nas corridas com maior impacto, e penso que foi uma época muito importante para a consolidação de alguns forcados de cara. Realço ainda - por motivos que não consigo perceber - que não fomos convidados para praças onde o Grupo de Montemor tem cartel.
T – Quais lhe pareceram os pontos mais fortes do grupo durante esta temporada?JMC - Penso que foi a regularidade das actuações do Grupo no geral e a grande coesão demonstrada ao longo da época. Não foi uma época dura, mas penso que foi uma época importante para preparar forcados para grandes desafios, quando estes nos surgirem.
T – Nem sempre as coisas correm da melhor forma. Algum momento menos positivo a
destacar em 2011?
JMC - Como momentos menos positivos destaco sempre as lesões graves que, infelizmente,
tivemos algumas neste ano. As restantes adversidades, com a união e motivação deste
Grupo, vamos sempre ultrapassando.
T – Comandar um grupo de forcados é uma responsabilidade de grande dimensão, quer seja
pela responsabilidade de traçar a História do próprio grupo, quer pela capacidade de gerir
tantos elementos. Como descreve a responsabilidade e o peso de ser cabo de um grupo de
forcados?
JMC - É uma grande responsabilidade, pela História e também pela qualidade que se “exige”
ao Grupo de Montemor. Como cabo, sou responsável por todos os seus elementos, que vão
desde adolescentes de 15 anos a homens de 30 anos, e sou também responsável pelas
actuações do Grupo em praça, bem como por toda a envolvente fora de praça. Assim, é
preciso gerir tudo com calma, ponderação, sentido de responsabilidade e com gosto. Mas
realço que, graças à História e à união existente entre todas as gerações do Grupo de
Montemor, sinto sempre um grande apoio em todas as decisões que tomo.
T – Uma corrida/momento marcante da temporada 2011…
JMC - Corrida: o conjunto das três corridas realizadas no Campo Pequeno, pelas quais fomos
premiados como "Melhor Grupo de 2011" nesta praça;
Momento: O brinde do João Caldeira aos Eurodeputados, na Corrida de Gala à Antiga
Portuguesa, também no Campo Pequeno.
T – Os objectivos para 2012…
JMC - Fazer o máximo de corridas possíveis, entre as quais quatro ou cinco corridas de seis
touros, e preparar a próxima geração de forcados do Grupo de Montemor.