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I Sarau Literário Urbano Fragmentos da Cidade Suja: A cidade na poesia e na prosa de Ferreira Gullar

I Sarau Literário Urbano - Fragmentos da Cidade Suja: A Cidade Na Poesia e Prosa de Ferreira Gullar

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I Sarau Literário Urbano

Fragmentos da Cidade Suja:

A cidade na poesia e na prosa de Ferreira Gullar

É impossível dizerem quantas velocidades diferentes

se move uma cidadea cada instante

(GULLAR, Ferreira. Poema Sujo,Círculo do Livro, 1975, p. 82)

Apresentação integrante do Projeto

de Pesquisa (UEMA) e Extensão

(FAPEMA): Cenários de São Luís Na

Literatura Maranhense do Século

XX, orientado por Grete Soares

Pflueger, Maria de Fátima Ribeiro

dos Santos e Josenilde Cidreira

Dorneles de Moraes.

Bolsistas: Bianca Barbosa,

Pauliane Santiago e Rebecca

Magalhães

Esta apresentação é constituinte do projeto depesquisa e extensão Cenários de São Luís naLiteratura Maranhense do Século XX;

Objetivo: Estabelecer um diálogo do curso deArquitetura e Urbanismo com a Literatura. E,desta forma, divulgar autores e fomentar adiscursões acadêmicas com base em obrasliterárias.

Introdução

Cidade

Mas onde a Arquitetura e o Urbanismo seinterceptam com a Literatura?

O espaço na narrativa: Espaço Físico, EspaçoSócio Cultural, Espaço Psicológico.

Ítalo Calvino, Victor Hugo, Júlio Verne, CharlesDickens e Aluísio de Azevedo são alguns dosautores que utilizam-se da cidade como tema.

Dentro os autores maranhenses, podemosdestacar Josué Montello, José Chagas, ArleteNogueira, Ferreira Gullar.

Nascido José Ribamar

Ferreira no dia 10 de setembro

de 1930, na cidade de São Luis, capital do

Maranhão, quarto filho dos onze que teriam

seus pais, Newton Ferreira e Alzira Ribeiro

Goulart.

Ferreira Gullar

Desde pequeno demonstrou afeição pela literatura,então ao fazer uma redação em homenagem ao dia dotrabalho, onde ironizava o fato de que os trabalhadoresnão iam ao trabalhar nesse dia não obteve a notamáxima devido a erros de grafia, desde esse momentose dedicou mais ao estudos de gramática.

Teve como principais obras:

Um pouco acima do chão, 1949;

A luta corporal, 1954Poemas, 1958;

João Boa-Morte, cabra marcado para morrer (cordel), 1962;

Quem matou Aparecida? (cordel);

Poema sujo, 1976.

Contexto histórico:

Interesse do próprio autor na história da cidade e o fascínio

geral da vida e cotidiano urbano;

Diversos desses contos foram escritos no período que o autor

viveu em Buenos Aires, na década de 1970;

Sobre a obra:

Primeira publicação em 1997; Contem 25 contos ; O atorexplora todo o contexto ficcional; Utiliza o coletivo e a própriacidade como um personagem chave para sua própria história.

Cidades Inventadas

aIlum

• A ocupação da cidade seguiu a característica das ocupações

lusitanas: cidade alta, concentrando as atividades administrativas,

religiosas e militares; e a cidade baixa, voltada à atividade

comercial;

• Frias de Mesquita adotou na traça de São Luís as Ordenanzas de

Descumbrimiento, Nueva Población y Pacificación de las Indias, de

1573, incluídas nas Ordenações (ou Instruções) Filipinas, que no

campo urbanístico refletiram as expectativas renascentistas;

‘‘Partindo dessa direção,

temos a escadaria que leva a

uma espécie de fortaleza [...]

“mais atrás, à direita, sobre

os telhados que se sucedem

em níveis diversos, alteiam-

se os dois campanários da

catedral, outrora um

convento”.

(GULLAR, Ferreira. Cidades

Inventadas, p. 53)

Intuito de construção de uma ‘’miniatura da capital doimpério’’, não somente nos costumes da população mastambém na própria construção da cidade;

Atual Situação da cidade de Alcântara;

Sua posição nos tempos antes do fim da abolição daescravidão;

‘‘E chegou-se mesmo a anunciar a visita

do imperador à cidade. ’’

Alminta

‘‘Mas Alminta viveu um dia. Por suas ruas, hoje destroçadas, passearam jovens brancas, trajando

roupas finas, importadas de Paris. De manhã, o sino da igreja tocava chamando as senhoras para a missa e

os negros para o trabalho. As roupas coloridas, dos senhores e dos escravos, enfeitavam as ruas calçadas

de seixo rolado’’.

(GULLAR, Ferreira. Cidades Inventadas, p. 14)

Ferreira Gullar criou o Poema Sujo enquanto seencontrava em exílio em Buenos Aires;

Colocado como a obra mais ousada do escritor que queriaexpressar todo o seu passado em época de repressão;

Foi publicado em 1976 quando Ferreira ainda seencontrava no exílio;

Tem esse título devido as palavras de baixo calão que sãoutilizadas durante toda a extensão do poema.

Poema Sujo

Longe de casa, retornou através de memórias deinfância e doses de imaginação à sua cidadenatal: São Luís do Maranhão

Tendo como ferramenta o desejo de falar sobre opassado, Ferreira mostra uma São Luís dediversas faces, com seus defeitos e qualidades

3Assim apodrece o Anil, ao Leste da nossa cidadeQue foi fundada pelos franceses em 1612E que já o encontrava apodrecendoEmbora com cheiro que nada tinha

(GULLAR, Ferreira. Poema Sujo)

Ah, minha cidade sujade muita dor em voz baixade vergonhas que a família abafaem suas gavetas mais fundas...

(GULLAR, Ferreira. Poema Sujo)

‚A cidade está no

homem...‛

Através de suas obras, Ferreira Gullar relaciona o homem com a cidade, sociedade e estrutura. Em seu ponto de vista o que realmente ele quis expor

dessa relação?

“E que melhor se vê uma cidade. Quando todos os

habitantes se foram E nada resta deles (...) se não entre

ruínas a persistente certeza de que naquele chão, onde

agora crescem carrapichos eles efetivamente dançaram.”

(Gullar, Ferreira. Poema sujo. Pag. 80).

Nesse trecho Ferreira fala abertamente sobre o abandono

dos centros, inclusive históricos, Em sua opinião qual

melhor solução pra a resolução dessa problemática?

Fotografias:

Leonardo Mendonça

Ivamberto Pereira

Interpretação:

Mayara Maluf

Agradecimentos

Respeito a identidade da cidade:

• Trabalhar com o ponto de vista da população;

• Ponderar o poder que a cidade detém no cotidiano;

• Como o urbanismo interfere na organização social e política das cidades;

Estimulo a mudanças:

• Organização mais voltada para as reais necessidades;

• Observação da cidade como morador e urbanista;

Conclusão

• UOL. Folha de são Paulo: ARTE SEM OBRA. Disponível em: <www.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/1179922-arte-sem-obra.shtml>. Acesso em: 09 abril 2013.

• LIRA, CRISTIANE. NA PROSA E NA POESIA: PERCURSOS DO EXÍLIO EM FERREIRA GULLAR. Disponível em: <https://getd.libs.uga.edu/pdfs/lira_cristiane_201105_ma.pdf>. Acesso em: 11 abril 2013.

• GULLAR, Ferreira. Poema Sujo. São Paulo. Círculo do Livro, 1980.

• GULLAR, Ferreira. Cidades Inventadas. São Paulo.Jose Olympio,1997.

• CÂNDIDO, Antônio. Literatura e sociedade: história literária. 5ª ed. São Paulo: Nacional, 1976.

Referências