Jogos e Experimentos

Objetivos Motivacao Evidencias Experimentos Conclusoes Referencias

Jogos e Experimentos

Matheus Albergaria de Magalhaes

Centro de Ciencias Jurıdicas e EconomicasUniversidade Federal do Espırito Santo (CCJE-UFES)

13 de Novembro de 2013

Palestrante: Matheus Albergaria de Magalhaes



Organizacao

Objetivos

Motivacao

Evidencias

Experimentos

Conclusoes

Referencias




Objetivos

I Apresentar breve introducao a area de EconomiaExperimental.

I Contextualizar importancia de experimentos controlados noensino de Teoria dos Jogos.

I Compartilhar experiencias didaticas bem-sucedidas em outroscontextos.

I Destacar potencial diferenciado do ambiente universitario pararealizacao de experimentos.




Motivacao

I Desafio: motivar alunos em sala de aula.

I Dificuldades:

1. Geracoes Y e Z (dinamicos e multi-tarefas).

2. Excesso de estımulos sensoriais (e.g., Facebook, Twitter,Instagram, WhatsApp, etc.).

3. Conteudos programaticos com assuntos aridos e de poucaligacao com o mundo real.




Motivacao

Estımulos Sensoriais da Atualidade (Ano de 2013)




Motivacao

I Novas Possibilidades:

1. Utilizar estımulos sensoriais a favor do ensino.

2. Mudar a forma como ensinamos alunos de graduacao emcursos de Ciencias Sociais Aplicadas.

3. Transformar sala de aula em ambiente dinamico, participativoe desafiador.

4. Preparar futuras geracoes para situacoes reais e complexas davida cotidiana.




Motivacao

I Minha Meta: demonstrar que experimentos podemrepresentar importante recurso didatico nos dias de hoje.

I Vantagens:

1. Ha mais facilidade para aprendermos novos conceitos quandovivenciamos determinadas experiencias.

2. Utilizacao de experimentos em sala de aula pode ser umdiferencial da universidade no futuro.

3. Por incrıvel que pareca, aprender Economia e Teoria dos Jogospode ser divertido!




Motivacao

Premio Nobel de Economia de 1994

John Harsanyi John Nash Reinhard Selten




Motivacao

Premio Nobel de Economia de 2002

Daniel Kahneman Vernon Smith




Evidencias

I Areas de Teoria dos Jogos e Economia Experimental vemganhando crescente destaque nas ultimas decadas.

I Teoria dos Jogos constitui hoje disciplina obrigatoria namaioria dos cursos de graduacao e pos-graduacao emEconomia.

I Por sua vez, Experimentos vem surgindo como importanterecurso didatico e de pesquisa para diversos economistas daatualidade (Holt e McDaniel 1998).

I Questao: por que nao unir estas duas abordagens?




Evidencias

I Economistas vem utilizando experimentos ha pelo menos 60anos (Edward Chamberlin em Harvard, decada de 1940).

I Ha evidencias apontando para vantagens na utilizacao deexperimentos como recursos didaticos (Duffy 2008, 2011).

I Aprendizado de novos conceitos economicos tende a sersignificativamente superior em cursos introdutorios.

I Estudantes tem melhor desempenho em provas envolvendoquestoes relacionadas a experimentos realizados em sala deaula (enfase em habilidades cinestesicas).




Evidencias

I Hoje, metodologia experimental pode ser vista comocomplementar a analises estatısticas, econometricas,historicas, etc. (List 2012).

I Em algumas areas da economia (e.g., Teoria dos Jogos;Economia do Setor Publico), metodo experimental vem sendoamplamente utilizado.

I Em outras (e.g., Macroeconomia, Financas), aceitacao aindanao e completa.

I Detalhe: mesmo economistas que nao se dizem”experimentais” veem utilidade em experimentos na sala deaula.




Evidencias

I Questao: a medida em que abordagem experimental fica cadavez mais comum em Economia, por que nao utiliza-la em salade aula?

I De fato, o experimento a partir do qual iniciamos a aula dehoje testa um comportamento especıfico.

I Experimento voltado para comportamentos oportunistas.

I Ha situacoes onde indivıduos querem usufruir dos benefıciosconjuntos de um bem sem ter de arcar com custos individuaisassociados (”problema do carona”).




Evidencias

I Insight: podemos testar a ocorrencia deste tipo decomportamento em um ambiente controlado (Andreoni 1988).

I No caso, vamos simular uma situacao onde indivıduos tenhama oportunidade de contribuir voluntariamente para a provisaode um bem publico.

I Como fazer isto?

I Acabamos de faze-lo a partir de nosso experimento inicial.




Evidencias

I Indice Free Rider (IFR) (Leuthold 1993):

IFR = (Investimento no Ativo A)/R$100

I Detalhe: IFR varia entre 0 e 1.

I Quanto mais proximo de 1, maior a ocorrencia decomportamentos do tipo free rider (”carona”).

I Vamos analisar resultados do mesmo experimento, emboraaplicado a uma turma de graduacao em Economia.




Evidencias

Estatısticas Descritivas (Variaveis)

Estatıstica Idade Sexo Educacao Polıtica

Media 20,00 0,60 0,70 1,38

Mediana 20,00 1,00 1,00 1,50

Moda 20,00 1,00 1,00 2,00

Maximo 21,00 1,00 1,00 2,00

Mınimo 19,00 0,00 0,00 0,00

Notas: foram utilizadas variaveis categoricas para as seguintes caracterısticas:

Sexo (F = 0; M = 1); Educacao (Escola Publica = 0; Escola Privada = 1);

Polıtica (Esquerda = 0; Centro = 1; Direita = 2).




Evidencias

Estatısticas Descritivas (Resultados)

Estatıstica Ativo A Ativo B

Media 56,50 43,50

Mediana 60,00 40,00

Moda 100,00 0,00

Maximo 100,00 100,00

Mınimo 0,00 0,00




Evidencias

I Resultados do Experimento (25 de Fevereiro de 2013):

1. IFR Medio: 0,57.

2. IFR Mediano: 0,60.

3. Moda (IFR): 1,00.

I Conclusao: maior parte da turma exibiu comportamento freerider.




Evidencias

Resultados: Sexo




Evidencias

Resultados: Educacao




Evidencias

Resultados: Orientacao Polıtica




Evidencias

I Primeiro Semestre de 2013: realizacao de diversosexperimentos em sala de aula, em Vitoria (ES).

I Instituicao: FUCAPE Business School.

I Disciplinas:

1. Economia do Setor Publico (Graduacao em Economia).

2. Economia Empresarial (Microeconomia - MBA).

3. Cenarios Economicos (Macroeconomia - MBA).

4. Metodos Quantitativos Aplicados (Estatıstica - MBA).




Evidencias

I Caracterısticas dos Experimentos:

I Tempo Medio: 15 a 20 minutos.

I Experimentos simples e baratos.

I Ativa participacao dos alunos.

I Conceitos cobrados em avaliacoes.

I Possibilidade de conhecimento das caracterısticas da turma.

I Construcao de base de dados para pesquisa academica emandamento.

I Ainda no meio do semestre, alunos estavam pedindo arealizacao de experimentos!




Evidencias

Um Experimento em AndamentoFUCAPE Business School - 07 de Novembro de 2013




Experimentos

Experimento 01

I Leiam as instrucoes do questionario distribuıdo em sala deaula.

I Em seguida, lerei as instrucoes em voz alta. Aproveitem estemomento para tirar duvidas.

I Preencham as informacoes pedidas no questionario.

I Meta: entendermos como ocorre o processo de cooperacaosocial em uma economia com muitos agentes.




Experimentos

Experimento 02

I A turma sera dividida em grupos.

I Cada grupo recebera duas cartas (uma com custo deproducao; outra com preco de reserva).

I Representantes de distintos grupos passarao por rounds de 2(dois) minutos onde poderao negociar entre si.

I Meta: compreendermos o funcionamento dos mercados, comenfase em oferta e demanda.




Experimentos

Experimento 03

I Novamente, a turma sera dividida (dois grupos)...

I ...mas agora, sera presenteada com uma caixa de bombons...

I ...a ser dividida pelos alunos presentes.

I Meta: conhecermos a chamada ”Tragedia dos Comuns”(Hardin 1968).




Experimentos

I Detalhe: experimentos didaticos foram parte complementardo curso.

I Outros recursos adicionais utilizados foram os seguintes:

I Aulas expositivas (com slides de Power Point).

I Listas de exercıcios.

I Vıdeos do Youtube.

I Recomendacoes de leitura (Periodicos Academicos).

I Aplicativos da Internet (Google, Google Trends, etc.).

I Ressalva: experimentos nao devem ser vistos comosubstitutos aos conteudos ministrados em sala de aula.




Conclusoes

I Experimentos realizados hoje dizem muito sobrecomportamento humano.

I Estas experiencias tambem nos permitiram aprender conceitoseconomicos especıficos em um intervalo de tempo limitado.

I Adicionalmente, notamos que uma aula nestes moldes tende aser dinamica, inclusiva e com conceitos marcantes.




Conclusoes

I Possibilidades Futuras:

1. Realizar experimentos relacionados a outros conceitoseconomicos (e.g., oligopolios, leiloes, votacao, etc.).

2. Fazer experimentos de campo (field experiments),aproveitando vantagens estrategicas da universidade (e.g.,biblioteca, cantina, centros de vivencia, etc.).

3. Convocar profissionais de distintas areas (e.g., ex-alunos,representantes de classe, CEOs de empresas, etc.) paraparticipar de experimentos (Frechette 2010).

4. Complementar pesquisas de opiniao com experimentos delaboratorio e campo para mensurar intencoes de voto epropostas de candidatos a cargos polıticos.




Conclusoes

I Resultado: experimentos possuem clara funcao didatica,especialmente no caso de disciplinas de Teoria dos Jogos.

I Alunos: aulas podem ser mais dinamicas e divertidas, comaprendizado passando a ter carater ativo.

I Professores: tendencia crescente a realizar experimentosdentro e fora de sala de aula no futuro.

I Previsao: em uma decada ou menos, experimentos serao aregra, ao inves de excecao.




Referencias

ANDREONI, J. Why free ride? Strategies and learning in public goods

experiments. Journal of Public Economics, v.37, n.3, p.291-304,

Dec.1988.

DUFFY, J. Experimental economics in the classroom. 2008 Teaching

Economics Conference. Robert Morris University, 2008.

DUFFY, J. Introduction to experimental economics. Why experiment?

Economics 2200 Lecture Notes, University of Pittsburgh, 2011.

FRECHETTE, G.R. Laboratory experiments: professionals versus

students. New York University (NYU), manuscrito, 2010.




Referencias

HARDIN, G. The tragedy of the commons. Science, New Series, v.162,

n.3859, p.1243-1248, Dec.1968.

HOLT, C.A.; McDANIEL, T. Experimental economics in the classroom.

In: WALSTAD, W.B.; SAUNDERS, P. (Eds.). Teaching Undergraduate

Economics: a handbook for instructors. McGraw-Hill, 1998, p.257-268.

LEUTHOLD, J.H. A free rider experiment for the large class. Journal of

Economic Education, v.24, n.3, p.353-363, 1993.

LIST, J.A. Why economists should conduct field experiments and 14 tips

for pulling one off. Journal of Economic Perspectives, v.25, n.3, p.3-16,

Summer 2011.




Obrigado!

Matheus Albergaria de Magalhaes

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