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Lei Carolina Dieckmann

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Esse artigo foi produzido por acadêmicos de Direito do 1º período, visando uma ampliação sobre esse tema tão polêmico.

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LEI Nº 12.737, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2012, CONHECIDA COMO

“LEI CAROLINA DIECKMANN” QUE TORNA CRIME A INVASÃO DE

DISPOSITIVOS INFORMÁTICOS.

Aline Magdalão da F. Lima

Luciana Romana da Silva

Thayná Pardinho

Resumo

Identifica-se que no Brasil a invasão de computadores é uma realidade, tal situação foi

e é vivenciada por várias pessoas, uma delas a atriz Carolina Dieckmann. Este estudo

esclarece como essa apropriação de dados alheios vem acontecendo e como o código

penal passou a se comportar mediante esses casos, através de pesquisas eletrônicas,

consulta a artigos e alguns livros da área conclui-se que a intervenção da Lei

juntamente com a cautela do usuário são medidas extremamente eficientes para

extinguir o problema.

Palavras-chave: invasão; código penal; Carolina Dieckmann

Abstract

We find that in Brazil the invasion of computers is a reality, and it was such a situation

experienced by several people, one of the actress Carolina Dieckmann. Este study

clarifies how this appropriation of someone else's data is going and how the penal code

passed to act upon these cases through electronic surveys, consultation papers and

some books of the area it is concluded that the intervention of the Law along with the

caution of the user are extremely efficient measures to extinguish the problem.

Keywords: Invasion; penal code; Carolina Dieckmann

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INTRODUÇÃO

Com o decorrer do tempo é evidente que a tecnologia vem alcançando níveis

acentuados no seu desenvolvimento, trazendo muito conforto e praticidade para as

ações rotineiras, pois ela é uma realidade do mundo moderno. Entretanto engana-se

quem pensa que a segurança dos sistemas e aparelhos tecnológicos tem avançado

nessa mesma medida, pois é comum encontrar grandes falhas de segurança em

serviços online; além disso, existem muitos crackers, que utilizam o seu grande

conhecimento da informática para um acesso malicioso, visando quebrar senhas de

programas e redes violando a sua integridade através de alguma imperfeição do

sistema ou descuido do usuário para então se apropriar e buscar benefícios com as

informações obtidas.

Os perigos quando se trata do acesso à internet são vários, estes vão desde contas de

banco invadidas, roubo de fotos, vídeos, estelionato, bullying e violação dos direitos

autorais; esses fatos ocorrem principalmente com leigos devido à falta de conhecimento

sobre o assunto. De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e

Turismo no Estado de São Paulo, Fecomercio - SP, (2013) o número de pessoas que

sofreram algum tipo de crime digital ou que conhecem alguém que já passou por isso

em 2012 foi de 12,7%, já em 2013 passou para 17,9%.

Percebe-se que tem sido comum o vazamento de arquivos pessoais de figuras públicas

como, por exemplo, Scarlett Johansson, atriz do filme “Homem de Ferro 2”, que teve

fotos nuas espalhadas na internet assim como a atriz Carolina Dieckmann, que também

através de uma invasão teve suas fotos íntimas copiadas, o caso de Carolina o fato

repercutiu tanto que uma Lei foi criada para tornar crime à invasão de dispositivos

eletrônicos para a aquisição de dados particulares, atribuiu-se então novos artigos ao

código penal o 154 A e o154 B classificando tal ato como um crime regido pela lei

12.737/12.

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Para resolver esse tipo de problema além dessa lei sancionada em 30 novembro de

2012, existem também delegacias especializadas em crimes digitais como, por

exemplo, a DRCI- Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, localizada no Rio

de Janeiro, e é claro, uma novidade que é o Marco Civil, que não visa apenas alguns

casos de delitos na internet mas sim regulamentar toda a internet no Brasil onde é

estabelecido toda sua normatização através da Lei 12.965/14.

LEI Nº 12.737, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2012.

A ideia de se criar uma lei que especificasse a invasão do dispositivo informático

garantido pela lei como um crime já existia há algum tempo. Nessa era digital estamos

conectados o tempo todo através de tablets, celulares e computadores, armazenando e

compartilhando, vídeos, fotos e informações pessoais o que torna então muito mais

propicio o interesse de indivíduos de má índole sobre esses dados e

consequentemente o surgimento e o aumento significativo de pessoas que tiveram

algum tipo de arquivo eletrônico corrompido ou tomado por terceiros.

Segundo Ravani (2014), todo sistema está sujeito a diversos tipos de ameaças, sejam

elas internas ou externas, maliciosas ou não, e diante da exploração dessas

vulnerabilidades são desenvolvidos alguns tipos de ataques como: os vírus, os trojan e

os worms, que são tipos e programas impuros inseridos no computador contra a

vontade do usuário, que causam o desempenho de funções indesejadas, o controle da

máquina por terceiros além da propagação de cópias do próprio código para outros

computadores via rede. Há também o ataque engenharia social que é muito comum,

pois consiste na falha humana, onde as informações e privilégios são adquiridos

através de e-mails falsos que buscam manipular o usuário para abri-los com base na

curiosidade, causando então diversos prejuízos.

Essa apropriação indevida se dá geralmente por falha do sistema, mas o principal fator

é a existência de invasores que estão a todo tempo buscando um descuido por parte do

usuário para então entrar em ação. De acordo com a economista Kelly Carvalho, da

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Fecomercio, (2013) “até se tornarem vítimas, as pessoas pensam que estão protegidas

e deixam de tomar alguns cuidados e usar ferramentas de proteção” abstendo-se de

medidas simples como atualizar o antivírus ou o navegador.

Dados da Symantec (2011), uma renomada empresa de software, revela que os

principais ataques se dão por infecções de vírus e golpes na internet; mas nota-se que

acima de tudo há falha humana, por mais que existam mecanismos de proteção a falta

de conhecimento e a curiosidade ultrapassam o funcionamento dessas ferramentas.

Uma das vítimas que teve o computador pessoal invadido foi à atriz Carolina

Dieckmann, que segundo o Portal de Notícias da Globo (2013) teve 36 fotos intimas

copiadas em maio de 2012, após investigação do grupo especializado da Delegacia de

Repressão aos Crimes de Informática constatou-se que a caixa de email da atriz havia

sido violada e que o começo da invasão teria sido através de um email enviado, um tipo

de spam, que quando aberto liberou a instalação de certo tipo de programa que

permitiu o acesso dos hackers aos dados do computador da atriz; o fato dessa situação

ter acontecido com uma celebridade de certa forma acelerou o processo de criação

desta lei, então foi a partir daí que se apelidou a Lei com o nome Carolina Dieckmann.

Então em 30 novembro de 2012 foi criada a Lei 12.737 onde o artigo 154 A diz que

“Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,

mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar

ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do

dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita” é crime, tal Lei, por

causa de um período de vacatio legis só entrou em vigor em 2 de abril de 2013 onde

crimes desse tipo passaram a ser punidos com multa e detenção.

“A Lei n. 12.735/2012 determinou que os órgãos da polícia judiciária deverão estruturar

suas equipes especializadas para combater os delitos informáticos praticados em rede

de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado (art. 4º)”.

(CAPEZ, 2014).

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Segundo Capez (2014), a pena pode ser detenção de 3 meses a 1 ano, e multa essa

sendo para quem invadir, comercializar, distribuir conteúdos de cunho particular nos

dispositivos informáticos assim como usar de meios ilícitos como trojan, spam, worms e

ataques como engenharia social com o intuito de obter vantagens como por exemplos

senhas de bancos, dados de cartões de credito. Outros dispositivos além de softwares

são destinados a violação de dados e também estão previstos na Lei “os famosos

“chupa-cabras”, aparelhos utilizados para violar informações digitais de terceiros e, com

isso, obter lucro indevido”. (CAPEZ, 2014).

Acerca dos crimes que são condenáveis nessa Lei destacam-se ainda falsificação de

documento publico ou particular, clonagem de cartões que cada dia está mais comum e

até mesmo abrir correspondências alheias.

CONCLUSÃO

Para se precaver de crimes virtuais é necessário cuidado com que se acessa, buscando

sempre por sites conhecidos. Na internet ocorrem muitos casos de calúnia, difamação

de imagem e injúria, além disso, todos estão expostos a golpes pela internet como

falsos emails de instituições financeiras ou boletos falsos, nesse caso evitar o crime é o

mais indicado.

É necessário atenção para não se tornar mais uma vítima de fraude adotando medidas

simples como: não colocar dados particulares em redes sociais, não comprar

mercadorias sem ter certeza da segurança do site, tendo atenção aos valores muito

abaixo do mercado, pois é comum o uso de dados obtidos através desses meios

maliciosos para montar uma conta bancária ou até mesmo uma empresa essas

informações, logo todo cuidado é importante, pois não são todos os Estados que

possuem todos os recursos para solucionar crimes eletrônicos.

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O compartilhamento de vídeos e fotos indevidas causa muitos prejuízos e traumas para

as vítimas, que sofrem grande pressão psicológica, e muitas delas têm medo ou

vergonha de fazer a denúncia que é de suma importância para apurar os casos,

possibilitando a investigação e a punição dos autores dos crimes. Com a evolução

tecnológica, o direito teve que se atentar a esses novos crimes, criando sanções e

atribuindo a esses delitos suas devidas penas, como é o caso da Lei Carolina

Dieckmann que prevê detenção, de três meses a um ano, e multa.

A Lei especifica como crime a invasão de dispositivos informáticos, roubo de senhas, e

disseminação de vírus; ela sem dúvida é um grande avanço, pois gera mais segurança

e confiança por parte dos internautas, que agora possuem garantias e regulamentações

sobre o uso dessas tecnologias.

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