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20/2/2014 Limpeza de banheiros não gera adicional de insalubridade (27/ago/2003) - Notícias sobre Direito - DireitoNet http://www.direitonet.com.br/noticias/exibir/5892/Limpeza-de-banheiros-nao-gera-adicional-de-insalubridade 1/2 DN DireitoNet Notícias Limpeza de banheiros não gera adicional de insalubridade Fonte: TST - Tribunal Superior do Trabalho As substâncias químicas presentes nos produtos utilizados pelo empregado para a limpeza de banheiros não autorizam a concessão de adicional de insalubridade. Esse entendimento foi manifestado pela Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho durante o exame e concessão parcial de um recurso de revista formulado pelo Banco do Brasil. A decisão do TST altera o pronunciamento sobre o tema feito pelo Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT-RS). "O contato com álcalis cáusticos, advindos dos produtos de limpeza utilizados na higienização de banheiros (saponáceos e detergentes), não assegura o direito ao adicional de insalubridade", afirmou o ministro João Oreste Dalazen, relator da questão no TST. "Tais produtos detêm concentração reduzida de substâncias químicas, de utilização doméstica, não oferecendo risco à saúde do trabalhador", acrescentou ao determinar a exclusão do pagamento do adicional de insalubridade e seus reflexos da condenação trabalhista imposta pelo TRT-RS em favor de uma ex-faxineira. A decisão inicial ocorreu na primeira instância que concedeu à trabalhadora o adicional de insalubridade no grau médio por "contato direto com produtos contendo álcális cáusticos (alvejante, saponáceo, sabão líquido e lustramóveis)". A sentença concedeu, ainda, o adicional em grau máximo "pelo contato diário com agentes biológicos decorrente da atividade de higienização de quatro banheiros". As verbas e seus reflexos correspondiam a um período de dez meses de prestação de serviços. A concessão dos adicionais tomou como base a Norma Regulamentadora 15 (NR-15) da portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho, onde são estabelecidas as profissões que ensejam o pagamento da insalubridade. O anexo 13 da NR-15 lista atividades de grau médio e o anexo 14 prevê atividades de grau máximo. Ao examinar o caso, o TRT-RS cancelou o pagamento do adicional em grau máximo, visto como incompatível no anexo 14 da NR-15 (trabalho permanente com esgotos). "A higienização de sanitários e o recolhimento de lixo nas dependências do banco não podem ser confundidos com o trabalho em galerias e tanques de esgotos e coleta de lixo urbano, atividades estas enquadradas pela Norma Regulamentadora como insalubres em grau máximo". De acordo com o TRT gaúcho, as atividades desempenhadas pela trabalhadora estariam restritas ao anexo 13 da NR-15: adicional de insalubridade em grau médio. Ainda insatisfeito com a decisão, o Banco do Brasil recorreu ao TST questionando o pagamento da verba e a impossibilidade de quitar os demais débitos devidos à faxineira, uma vez que

Limpeza de banheiros insalubridade

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Tribunal Superior do Trabalho concede Adicional de Insalubridade frente à limpeza de banheiros

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DN DireitoNet Notícias

Limpeza de banheiros não gera adicional de

insalubridade

Fonte: TST - Tribunal Superior do Trabalho

As substâncias químicas presentes nos produtos utilizados pelo empregado para a limpeza

de banheiros não autorizam a concessão de adicional de insalubridade. Esse entendimento

foi manifestado pela Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho durante o exame e

concessão parcial de um recurso de revista formulado pelo Banco do Brasil. A decisão do

TST altera o pronunciamento sobre o tema feito pelo Tribunal Regional do Trabalho do Rio

Grande do Sul (TRT-RS).

"O contato com álcalis cáusticos, advindos dos produtos de limpeza utilizados na

higienização de banheiros (saponáceos e detergentes), não assegura o direito ao adicional

de insalubridade", afirmou o ministro João Oreste Dalazen, relator da questão no TST. "Tais

produtos detêm concentração reduzida de substâncias químicas, de utilização doméstica,

não oferecendo risco à saúde do trabalhador", acrescentou ao determinar a exclusão do

pagamento do adicional de insalubridade e seus reflexos da condenação trabalhista

imposta pelo TRT-RS em favor de uma ex-faxineira.

A decisão inicial ocorreu na primeira instância que concedeu à trabalhadora o adicional de

insalubridade no grau médio por "contato direto com produtos contendo álcális cáusticos

(alvejante, saponáceo, sabão líquido e lustramóveis)". A sentença concedeu, ainda, o

adicional em grau máximo "pelo contato diário com agentes biológicos decorrente da

atividade de higienização de quatro banheiros". As verbas e seus reflexos correspondiam a

um período de dez meses de prestação de serviços.

A concessão dos adicionais tomou como base a Norma Regulamentadora 15 (NR-15) da

portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho, onde são estabelecidas as profissões que

ensejam o pagamento da insalubridade. O anexo 13 da NR-15 lista atividades de grau

médio e o anexo 14 prevê atividades de grau máximo.

Ao examinar o caso, o TRT-RS cancelou o pagamento do adicional em grau máximo, visto

como incompatível no anexo 14 da NR-15 (trabalho permanente com esgotos). "A

higienização de sanitários e o recolhimento de lixo nas dependências do banco não podem

ser confundidos com o trabalho em galerias e tanques de esgotos e coleta de lixo urbano,

atividades estas enquadradas pela Norma Regulamentadora como insalubres em grau

máximo".

De acordo com o TRT gaúcho, as atividades desempenhadas pela trabalhadora estariam

restritas ao anexo 13 da NR-15: adicional de insalubridade em grau médio. Ainda

insatisfeito com a decisão, o Banco do Brasil recorreu ao TST questionando o pagamento da

verba e a impossibilidade de quitar os demais débitos devidos à faxineira, uma vez que

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figurou como tomador de serviços na relação trabalhista.

A responsabilidade subsidiária do Banco em relação à dívida trabalhista foi mantida e em

relação ao adicional de insalubridade o ministro Dalazen mencionou sua posição pessoal

sobre o tema. "Não há como dissociar a limpeza e higienização de banheiros da atividade

de coleta de lixo urbano, pois, embora quantitativamente distintos — lixo urbano e lixo

domiciliar —, ambos são compostos de agentes altamente patogênicos, nocivos à saúde do

trabalhador", afirmou o relator.

"Todavia, esse posicionamento não vingou na Seção de Dissídios Individuais–1 do TST, que

firmou entendimento, na Orientação Jurisprudencial nº 170, no sentido de ser possível

dissociar-se a coleta de lixo urbano e a de lixo domiciliar, pela quantidade do primeiro e

pela ausência de previsão do segundo na Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho",

esclareceu o relator ao adequar seu voto ao entendimento predominante no TST sobre o

tema.

"De outro lado, o contato com álcalis cáusticos, advindos dos produtos de limpeza utilizados

na higienização de banheiros, não assegura o direito ao adicional de insalubridade porque

tais produtos detêm concentração reduzida de substâncias químicas, destinadas à remoção

dos resíduos (por exemplo, saponáceos, detergentes), de utilização, portanto, doméstica, não

oferecendo risco à saúde do trabalhador", concluiu o ministro Dalazen.

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