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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO UFERSA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS DCEN CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA BCT LABORATÓRIO DE ELETRICIDADE E MAGNETISMO LEM MANUAL DE SEGURANÇA E OPERAÇÃO EM AULAS PRÁTICAS DOS PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO LABORATÓRIO DE ELETRICIDADE E MAGNETISMO LEM Autor: Manoel Medeiros de Lima 1 Mossoró RN 2015 1 Técnico em Eletrotécnica pelo CEFET RN, 2007. Licenciado em Matemática pela UERN, 2015. Tecnólogo Superior em Gestão Pública pela UFRN, 2015. Especializando em Matemática Financeira e Estatística pela UCAM RJ Técnico de Laboratório de Física da UFERSA.

MANUAL DE SEGURANÇA E OPERAÇÃO EM AULAS PRÁTICAS DOS PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO LABORATÓRIO DE ELETRICIDADE E MAGNETISMO – LEM

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO – UFERSA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS – DCEN

CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA – BCT

LABORATÓRIO DE ELETRICIDADE E MAGNETISMO – LEM

MANUAL DE SEGURANÇA E OPERAÇÃO EM AULAS PRÁTICAS DOS

PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO LABORATÓRIO DE

ELETRICIDADE E MAGNETISMO – LEM

Autor:

Manoel Medeiros de Lima1

Mossoró – RN

2015

1 Técnico em Eletrotécnica pelo CEFET – RN, 2007.

Licenciado em Matemática pela UERN, 2015.

Tecnólogo Superior em Gestão Pública pela UFRN, 2015. Especializando em Matemática Financeira e Estatística pela UCAM – RJ

Técnico de Laboratório de Física da UFERSA.

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1 Apresentação

Este manual tem por objetivo instruir alunos, professores e técnico(s) envolvidos no

Laboratório de Eletricidade e Magnetismo do BCT do DCEN / UFERSA, quanto aos riscos

de choque elétrico, as formas de minimizar riscos de acidentes e os procedimentos para a

condução segura dos experimentos no Laboratório de Eletricidade e Magnetismo do

Departamento. Nos itens a seguir são apresentados: as práticas seguras para a montagem e

execução dos experimentos; os principais equipamentos de medição utilizados nesse

Laboratório, bem como as recomendações para sua utilização; considerações a cerca do

comportamento em sala de aula; e recomendações quanto aos trajes apropriados.

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"Tudo posso naquele que me fortalece" (Filipenses: 4: 13).

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SUMÁRIO

2 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 5

3 MONTAGEM E EXECUÇÃO DOS EXPERIMENTOS .................................................. 6

3.1 Cuidados gerais .................................................................................................................... 6

3.2 Montagem dos circuitos e preparação para energização ...................................................... 7

3.3 Cuidados na operação de circuitos energizados ................................................................... 7

3.4 Operação dos instrumentos de medição ............................................................................... 8

3.5 Voltímetro – medição de tensão elétrica .............................................................................. 8

3.6 Amperímetro – medição de corrente elétrica ....................................................................... 9

3.7 Ohmímetro – medição de resistência elétrica ....................................................................... 9

3.8 Alicate Amperímetro – medição de corrente, tensão, resistência, continuidade,

capacitância e semicondutores.................................................................................................. 10

3.9 Osciloscópio – medição de amplitude, frequência, período ............................................... 11

3.9.1 Operação do Osciloscópio ............................................................................................... 12

3.9.2 Efetuando as primeiras medições .................................................................................... 13

3.9.3 Período ............................................................................................................................. 15

3.9.4 Frequência ....................................................................................................................... 15

3.9.5 Amplitude ........................................................................................................................ 15

3.9.6 Medindo fase relativa entre dois sinais ........................................................................... 15

3.9.7 Medidas utilizando o modo X – Y................................................................................... 16

3.9.8 Ajuste de diferença de fases ............................................................................................ 17

4 COMPORTAMENTO EM SALA ..................................................................................... 18

5 TRAJES APROPRIADOS E CUIDADOS COM OBJETOS PESSOAIS ..................... 18

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 20

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2 INTRODUÇÃO

A melhor maneira de prevenir acidentes fatais com eletricidade é evitar que o corpo

das pessoas se torne parte do circuito elétrico. Isso pode ocorrer de várias formas, com efeitos

distintos para cada tipo de situação.

Um acidente com eletricidade, nem sempre, está relacionado diretamente com o

efeito do choque elétrico, mas sim com situações perigosas que ele pode desencadear. Após

um choque, por exemplo, uma pessoa pode derrubar uma panela com óleo quente em cima de

uma criança na cozinha, cair de um andaime, derrubar uma ferramenta do telhado em alguém,

etc.

Devido ao fato de a eletricidade ser “invisível” faz com que as chances de ocorrência

de acidentes são maiores do que comparadas às de outros riscos físicos como a exposição ao

calor, por exemplo.

Por mais efetivas que sejam as medidas de segurança e a manutenção dos

equipamentos, a ocorrência de erro humano pode não ser eliminada, mas deve ser

minimizada.

O uso da eletricidade exige do consumidor e do profissional da área precauções para

diminuir o risco associado à negligência por falta de conhecimento. Portanto, as pessoas

devem ser informadas sobre os riscos a que estão expostas, conhecer os efeitos e as medidas

de segurança. As ações e medidas de segurança propostas neste documento têm apenas caráter

informativo, isentando qualquer responsabilidade relativa à execução dos procedimentos aqui

informados.

Recomenda‐se que acidentes com vítimas em estado grave e/ou perda de consciência

devem ser atendidos pelos seguintes serviços especializados de emergência:

Corpo de Bombeiros – 193.

SAMU – 192.

Polícia Militar – 190.

Guarda Civil de Mossoró / RN – 153.

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3 MONTAGEM E EXECUÇÃO DOS EXPERIMENTOS

A montagem e execução dos experimentos devem ser conduzidas de forma a garantir

a segurança de todos. Para tanto, há cuidados que devem ser seguidos por todos os alunos

quanto à preparação dos experimentos, montagem dos arranjos experimentais e execução dos

roteiros do Laboratório.

3.1 Cuidados gerais

Deve‐se manter a bancada de trabalho limpa e organizada. Esse procedimento auxilia a

compreensão dos circuitos elétricos que compõem as montagens experimentais e pode

facilitar a identificação de eventuais erros.

Os circuitos elétricos devem ser montados de modo a facilitar a compreensão dos

respectivos esquemas elétricos. A organização das bancadas e das montagens dos circuitos

é de grande importância na prevenção de acidentes.

O trabalho com ferramentas, equipamentos e demais instrumentos de laboratório deve ser

conduzido após a obtenção de instruções adequadas sobre o seu funcionamento pelo

professor e/ou técnico do Laboratório.

Deve‐se utilizar esses dispositivos de acordo com suas especificações de uso. Sendo

assim, antes de efetuar montagens experimentais certifique‐se de que está utilizando

corretamente esses dispositivos.

Deve‐se verificar previamente a adequação dos condutores e contatos elétricos utilizados

em montagens experimentais, particularmente as montagens sujeitas à circulação de

corrente elétrica de magnitude elevada.

Antes de manusear os circuitos elétricos que compõem as montagens experimentais

deve‐se verificar se eles estão desenergizados (fontes de alimentação desligadas e

capacitores descarregados, por exemplo). Para tanto, utilize o voltímetro conforme

descrito no item 3.5.

Todos os alunos integrantes de cada equipe do Laboratório devem conferir com atenção

as conexões elétricas efetuadas nas suas respectivas montagens experimentais, solicitando

o auxílio do técnico do Laboratório e/ou do professor quando necessário.

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3.2 Montagem dos circuitos e preparação para energização

Antes de iniciar a montagem dos circuitos elétricos deve‐se verificar o estado geral dos

instrumentos de medição, condutores e terminais de conexão, e comunicar ao técnico do

Laboratório possíveis avarias.

Deve‐se proceder com a montagem das conexões elétricas dos circuitos, com o painel de

alimentação desligado.

Deve‐se verificar o valor correto da tensão de alimentação dos circuitos elétricos,

conforme cada roteiro de prática, antes de colocá‐los em funcionamento.

Deve‐se verificar os circuitos elétricos de forma minuciosa antes de colocá‐los em

funcionamento. Além disso, antes de energizar a bancada e as montagens experimentais,

a equipe de alunos deve solicitar a autorização do professor e/ou técnico do Laboratório.

O aluno responsável pela energização dos circuitos elétricos, que integram as montagens

experimentais de cada bancada, deve informar a todos os integrantes da sua equipe o

momento em que pretenda energizá‐los.

Em energização de circuitos onde há a presença de máquinas elétricas rotativas (motores

c.c.), antes de energizar a máquina, deve-se certificar que o eixo mecânico está livre para

executar o movimento de giro e que a conexão mecânica esteja segura, comunicando ao

técnico qualquer avaria.

3.3 Cuidados na operação de circuitos energizados

Não se devem alterar as conexões dos elementos que compõem os circuitos elétricos

(máquinas, transformadores, etc.) quando esses circuitos estiverem energizados, exceto

sob instrução do professor e/ou técnico do Laboratório. A manobra de elementos

energizados, que possuem características indutivas, pode produzir sobretensões elevadas.

Não se deve desconectar e/ou conectar terminais de fios condutores dos elementos que

compõem os circuitos elétricos ou dos instrumentos de medida, sob o risco de que esses

terminais permaneçam energizados.

Especificamente para o caso de circuitos com máquinas elétricas rotativas (motores c.c.),

não se deve tentar segurar, nem mesmo tocar o eixo mecânico em rotação. Antes de tocar

o eixo deve‐se assegurar de que ele encontra‐se parado e que a máquina encontra‐se

desligada.

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3.4 Operação dos instrumentos de medição

A operação dos instrumentos de medição normalmente é feita com os circuitos

energizados e, portanto, são necessários cuidados no seu manuseio.

A figura abaixo ilustra um instrumento, denominado multímetro, capaz de efetuar

medidas de tensões, correntes, resistências elétricas, dentre outras funções.

Nos itens a seguir são descritos os instrumentos de medição comumente utilizados no

Laboratório de Eletricidade e Magnetismo do DCEN da UFERSA.

3.5 Voltímetro – medição de tensão elétrica

Antes de iniciar a medida de tensão elétrica deve‐se verificar se ela não ultrapassa a

capacidade máxima do instrumento utilizado.

Em seguida, deve‐se desenergizar o circuito antes de proceder com a conexão do

voltímetro, exceto sob instrução do professor e/ou técnico do Laboratório.

Deve‐se selecionar no instrumento o tipo de tensão a ser medida (C.A. ou C.C.), a partir

da chave seletora do voltímetro.

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Após a seleção do tipo de tensão a ser medida, deve‐se estimar o seu valor e selecionar a

escala adequada no instrumento. Caso não seja possível efetuar essa estimativa prévia,

deve‐se posicionar a chave seletora do voltímetro no seu valor máximo.

Deve‐se conectar as pontas de prova do instrumento em paralelo nos pontos do circuito

elétrico onde se deseja efetuar a medição e, com o circuito energizado, proceder com a

leitura.

3.6 Amperímetro – medição de corrente elétrica

Antes de iniciar a medida de corrente elétrica deve‐se verificar se ela não ultrapassa a

capacidade máxima do instrumento utilizado.

Em seguida, deve‐se desenergizar o circuito antes de proceder com a conexão do

amperímetro.

Deve‐se selecionar no instrumento o tipo de corrente a ser medida (C.A. ou C.C.), a partir

da chave seletora do amperímetro.

Após a seleção do tipo de corrente a ser medida, deve‐se estimar o seu valor e selecionar a

escala adequada no instrumento. Caso não seja possível efetuar essa estimativa prévia,

deve‐se posicionar a chave seletora do amperímetro no seu valor máximo.

Deve‐se conectar as pontas de prova do instrumento em série com o ramo do circuito

elétrico onde se deseja efetuar a medição e, com o circuito energizado, pode‐se proceder à

leitura.

3.7 Ohmímetro – medição de resistência elétrica

Deve‐se desenergizar o circuito antes de proceder com a conexão do ohmímetro.

Deve‐se estimar o valor da resistência a ser medida e selecionar a escala adequada no

instrumento. Caso não seja possível efetuar essa estimativa prévia, deve‐se posicionar a

chave seletora do ohmímetro no seu valor máximo.

Deve‐se conectar as pontas de prova do instrumento em paralelo com o elemento do

circuito elétrico que se deseja efetuar a medição de resistência, com o elemento

desconectado do circuito, a menos que se deseje efetuar a medição da resistência

equivalente de uma parte desse circuito.

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3.8 Alicate Amperímetro – medição de corrente, tensão, resistência, continuidade,

capacitância e semicondutores

O Alicate Amperímetro é um instrumento de medição capaz de medir tensão eficaz,

corrente eficaz, resistência elétrica, continuidade em circuitos, capacitância e semicondutores.

A figura abaixo ilustra um Alicate Amperímetro (a título de informação) disponível

no Laboratório, mas que raramente será usado durante as práticas.

O procedimento para conexão das pontas de prova do amperímetro de alicate, para

medida de tensão, corrente e resistência é o mesmo descrito nos itens 3.5, 3.6 e 3.7, desde que

usado com as pontas de prova.

Para efetuar a medida de corrente sem a abertura do circuito, deve‐se proceder com a

abertura do alicate do amperímetro para que o condutor onde se pretenda efetuar a medição de

corrente possa ser “abraçado” pelo alicate.

Para a medição de continuidade, semicondutores e capacitância, deve colocar as

pontas de prova do Alicate Amperímetro em paralelo com os elementos.

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3.9 Osciloscópio – medição de amplitude, frequência, período

Manusear um osciloscópio em seus comandos básicos é tarefa fácil. Porém, para que

seja feito de forma segura para o operador, para o osciloscópio e para o equipamento em teste

é recomendável que algumas normas sejam observadas. Estas normas são de instalação e

segurança e podem prevenir muitos dissabores.

A figura abaixo ilustra um Osciloscópio utilizado no Laboratório.

Antes de fazer qualquer medição com o osciloscópio lembre-se de que você deve ser

cauteloso, assim como deve ser a operação com qualquer aparelho elétrico.

Sempre repare equipamentos elétricos com mais alguém presente.

Não opere ou repare equipamentos elétricos em atmosfera explosiva.

Aterre o osciloscópio e o circuito sob teste, de preferência no mesmo terra.

Também não se esqueça de observar o manual de manutenção e ajustes do equipamento

sob teste.

Das regras de segurança a que mais é infringida é o aterramento do osciloscópio.

Este aterramento é feito através do terceiro pino da tomada. Como a maioria das tomadas AC

presentes nos ambientes de trabalho não possuem este terceiro pino, o usuário, na maioria das

vezes, isola ou o quebra, fazendo com que toda a carcaça do osciloscópio, ao invés de ser

aterrada, fique em flutuação. Isto pode ocasionar choques no manuseio do osciloscópio.

Além das regras de segurança, o local de operação do osciloscópio é importante para

o adequado funcionamento dele e a vida útil mais longa possível. Deve ser evitada a

incidência de raios solares, poeira e umidade. Campos magnéticos também não devem estar

próximos do osciloscópio, o que significa dizer que alto-falantes, televisores e similares

devem ser evitados. Estes campos magnéticos podem até deslocar o feixe na tela, ocasionando

uma medida falsa.

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3.9.1 Operação do Osciloscópio

O primeiro passo antes de colocar um osciloscópio em operação é ler o manual de

instruções do osciloscópio. Embora a maioria dos manuais seja fraca a respeito de aplicações,

eles descrevem a sequência lógica de operações. O manual pode auxiliar bastante,

particularmente se o operador não estiver muito habituado ao equipamento.

A seguir será descrito um procedimento básico de operação, mas não esqueça de que

este procedimento é amplo e geral. Enquanto o manual se restringe a um aparelho em

particular, o procedimento descrito aqui foi concebido para ser utilizado em osciloscópios de

diversos tipos. Por isso, se houver divergência entre o procedimento aqui apresentado e o

manual, fica prevalecendo o manual do equipamento.

1) Posicione a chave POWER para off.

2) Ajuste os controles de intensidade, foco, atenuador (V/DIV) e controle de sincronismo

para o meio curso.

3) Ajuste os controles de posicionamento vertical e horizontal para a posição central.

4) Ligue a chave POWER, posicionando a chave em on, conferindo, antes, se o osciloscópio

está em uma tomada adequada à tensão para qual ele está programado.

5) Verifique os controles que podem afetar a existência do traço na tela como os do estágio

de TRIGGER. Neste estágio, se houver a opção AUTO, utilize-a.

6) Após um período de pré-aquecimento recomendado no manual de instruções

(normalmente em torno de 5 minutos), ajuste o controle de intensidade até o traço

aparecer na tela do osciloscópio. Se, mesmo após aumentar a intensidade do feixe e o

traço não aparecer na tela do osciloscópio, é provável que o feixe esteja fora da tela

(assumindo-se que o osciloscópio esteja funcionando). Em alguns osciloscópios existe um

botão no painel frontal com o nome de beam finder. Este controle, além de diminuir as

tensões das deflexões horizontal e vertical para aproximar o feixe para o centro da tela,

aumenta a intensidade do feixe. Se seu osciloscópio não o possuir, tente posicionar o

controle de intensidade na região central, bem como o ajuste de posicionamento vertical e

horizontal.

7) Ajuste o controle de foco para o traço mais definido que você conseguir na tela.

8) Ajuste o SWEEP TIME DIVISION (base de tempo) para o período aproximado do sinal a

ser medido, se houver conhecimento do mesmo.

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9) Ajuste o atenuador de entrada vertical para um valor adequado ao sinal que você vai

medir. Caso não tenha noção exata a respeito da amplitude do sinal, ajuste este controle

para a maior tensão.

10) Posicione o controle AC-GND-DC para a posição AC.

11) Ajuste o controle de inclinação do traço para que o mesmo fique paralelo ao eixo

horizontal da tela do osciloscópio.

3.9.2 Efetuando as primeiras medições

A maioria das medições feitas com o osciloscópio utiliza uma ponteira atenuadora 10

X passiva, normalmente fornecida com o próprio aparelho por ocasião da compra. Antes de

utilizá-la, portanto, você deve ajustá-la no parafuso de ajuste existente no corpo da mesma e

colocando-a no ponto de teste disponível no painel frontal do equipamento, o qual gera um

sinal padrão quadrado.

O sinal observado na tela do osciloscópio deve ser o mais quadrado possível, sem

aberrações ou arredondamentos, de acordo com a figura 1. No item “a” a ponteira está

subcompensada. No item “b” a ponteira está sobre-compensada. Deve-se buscar o ajuste da

letra “c”, com compensação adequada. Caso este ajuste esteja incorreto, as amplitudes

medidas podem se apresentar incorretas ou o formato do sinal medido pode não ser o real.

Esta compensação deve ser feita no canal em que a ponteira for usada. Se você quiser

usar a ponteira em outro canal deverá ajustá-la novamente.

O aterramento da ponteira do osciloscópio é outro ponto que deve ser observado. Se

você for medir frequências abaixo de 5 MHz pode usar um terra constituído de um pino

banana conectado ao jack no painel frontal. Na outra extremidade deste cabo haverá uma

garra jacaré que deverá ser conectada ao terra do equipamento a ser medido. No entanto, caso

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a frequência a ser medida possua um valor acima de 5 MHz o recomendado é utilizar o terra

da própria ponteira de medição.

No aterramento do osciloscópio ao equipamento de teste também se deve ter muito

cuidado porque o osciloscópio, se corretamente aterrado, tem seu terceiro pino da tomada

aterrado, ou seja, toda a carcaça do osciloscópio está verdadeiramente aterrada. Sendo assim,

caso o usuário coloque a garra de terra do osciloscópio na carcaça de um equipamento que

está referenciado à rede (como o primário de fontes chaveadas) pode haver problemas porque

haverá um aterramento do circuito em teste pelo osciloscópio. A consequência provavelmente

será um estouro... Para evitar que isso aconteça é aconselhável utilizar transformador de

isolamento nos equipamentos em teste em que se sabe que este problema pode acontecer.

Vamos, agora, partir para a suposição que o sinal apresentado na tela do osciloscópio

é o da figura 2. É um sinal quadrado que ocupa duas quadrículas verticais e quatro quadrículas

horizontais.

O controle de atenuação vertical está posicionado para 2 V / DIV e a base de tempo

horizontal está em 200s/DIV.

Veja a seguir o raciocínio para se medir o período, a frequência e a amplitude deste

sinal:

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3.9.3 Período

O sinal ocupa 4 quadrículas horizontais na tela entre o início de um ciclo até o

término do mesmo. Para medir o período basta multiplicar as quatro quadrículas pela base de

tempo horizontal, ou seja, 4 x 200 us = 800 us.

3.9.4 Frequência

A frequência é o inverso do período, portanto, para medir a frequência basta dividir

“1”pelo período. O resultado fica assim: 1/800 us = 1250 Hz.

3.9.5 Amplitude

O sinal ocupa 2 quadrículas verticais na tela. Para saber a amplitude basta multiplicar

as duas quadrículas pela escala VOLT/DIV. Como o botão está posicionado para 2 V/DIV,

multiplicamos 2 (div) x 2 (volts). O total será de 4 Volts.

Com o método apresentado é possível medir a frequência aproximada de um sinal,

embora não haja precisão suficiente para, por exemplo, fazer a verificação de frequência de

operação de um oscilador a cristal. Tenha sempre em mente que estas medidas devem mesmo

ser feitas com um frequencímetro adequado à frequência de operação.

3.9.6 Medindo fase relativa entre dois sinais

Dois carros estão saindo de Mossoró e vão para Natal. Um vai à frente, porém ambos

desempenham a mesma velocidade. No percurso os dois carros terão a mesma média horária,

com a única diferença de que um chegaria depois do outro, no nosso caso com diferença de 5

minutos. Pode ser dito, então, que os dois carros estão com defasagem

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de 5 minutos entre si, embora tenham gasto o mesmo tempo para percorrer o

caminho. Somente estariam em fase se ambos partissem e chegassem exatamente no mesmo

instante.

Com sinais elétricos ocorre a mesma coisa. Quando dois sinais iniciam no mesmo

instante e possuem a mesma frequência, dizemos que estão em fase, sejam eles de formato

igual ou diferente.

Na figura 3 é possível ver dois sinais defasados entre si. Embora possuam a mesma

frequência e amplitude, iniciam em tempos diferentes.

A defasagem entre dois sinais é medida em graus e pode variar de 0 até 360.

3.9.7 Medidas utilizando o modo X – Y

Com o osciloscópio é possível medir a fase relativa entre dois sinais utilizando o

modo de medição X-Y, que se constitui da utilização das entradas de ambos os canais de um

osciloscópio duplo traço, algo que será abordado posteriormente.

Na figura 3.4 você pode observar as várias diferenças de fase entre sinais iguais, de

acordo com as figuras de Lissajous (em homenagem ao físico francês de nome Jules Atoine

Lissajous). No caso da figura 3 a defasagem é de 90 . Se fosse utilizado o recurso do modo

X-Y, a defasagem se apresentaria como o item c da figura 4.

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Observe que as medidas utilizando as figuras de Lissajous são limitadas porque a

faixa de erro de fase aceitável pelo osciloscópio é bastante limitada em relação à sua

frequência máxima de operação, principalmente na entrada relativa ao eixo X. Portanto, muito

antes o osciloscópio chegar à frequência máxima de operação a medição do desvio de fase já

não é mais confiável.

Achar a diferença de fase entre dois sinais iguais utilizando o modo X-Y é apenas

uma das exibições deste recurso. Na verdade este modo de operação pode ser utilizado para

muitas outras medições. Os padrões de Lissajous também podem ser utilizados para

determinar a frequência de um sinal desconhecido baseado em outro sinal de referência.

Ainda utilizando o modo X-Y podem ser medidas resistências, capacitâncias e outras

grandezas.

3.9.8 Ajuste de diferença de fases

Em alguns equipamentos os manuais de manutenção solicitam que sejam observados

dois sinais em um determinado ponto do circuito e ajuste-se a diferença de fase entre eles.

Quase sempre estes dois sinais não são iguais, mas, se forem de mesma frequência, é possível

fazer este ajuste.

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Observe a figura 5. Nela podem ser encontrados dois sinais diferentes (um senoidal e

um quadrado) em mesma fase. Algum manual de serviço pode, por exemplo, pedir que se faça

um ajuste em determinado trimpot de tal forma que o sinal quadrado se inicie 200 ms após o

sinal senoidal (sinais coletados em pontos diferentes do circuito). Note que não foi necessária

a utilização do modo X-Y, apenas utilizou-se duas entradas de sinais, o canal 1 e o 2.

4 COMPORTAMENTO EM SALA

Cortesia, respeito e colaboração contribuem para o bom andamento dos procedimentos

experimentais e são aliados importantes na prevenção de acidentes.

A distração ocasionada por brincadeiras durante a montagem e execução dos

experimentos é perigosa, pois pode provocar graves acidentes. Portanto, deve‐se evitar

qualquer tipo de brincadeira no Laboratório.

Não se deve ingerir bebidas alcoólicas e/ou medicamentos, que possam alterar os níveis

de consciência, antes e durante a montagem e execução dos experimentos. Essas

substâncias podem alterar os reflexos e, portanto, predispõem aos acidentes. Além disso, o

cansaço pode causar sonolência e também predispor aos acidentes.

5 TRAJES APROPRIADOS E CUIDADOS COM OBJETOS PESSOAIS

Deve‐se comparecer calçado com sapato ou tênis, preferencialmente com solado de

borracha, e nunca de chinelos (ou equivalentes).

Não se deve trabalhar com calçados e/ou trajes úmidos.

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Deve‐se prender o cabelo comprido antes de iniciar a montagem e execução dos

experimentos, para se evitar que o mesmo entre em contato com partes energizadas e/ou

fique preso em algum dispositivo em movimento (eixo de máquinas elétricas rotativas,

por exemplo). Esse cuidado pode prevenir acidentes gravíssimos.

Deve‐se dar preferência ao uso de camisas de mangas curtas, pois mangas compridas

podem se prender em algum dispositivo em movimento (eixo de máquinas elétricas

rotativas, por exemplo). Além disso, correntes, objetos pendentes no pescoço e/ou pulsos,

bem como outros objetos que possam trazer o mesmo risco, devem ser retirados antes da

montagem e execução dos experimentos.

Não devem ser utilizados trajes que possuam capuz e/ou cordões de amarrar, cachecóis,

echarpes, gravatas e acessórios similares.

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Manual de Segurança e Operação em Aulas Práticas do LEM da UFERSA 20

BIBLIOGRAFIA

[1] Escola Politécnica da USP – Departamento de Engenharia de Energia e Automação

Elétricas. Manual de Segurança para Laboratórios Didáticos de Eletricidade,

Eletrotécnica, Automação, Máquinas Elétricas e Sistemas de Potência. São Paulo, 2012.

Disponível em

http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/55020/mod_resource/content/1/Manual

Acesso em 13 de ago de 2013.

[2] Manuseando o osciloscópio.

Disponível em http://www.teletronika.com.br/docs/manuseio_basico_osciloscopio.doc

Acesso em 14 de ago de 2013.