4
META FíSICA 103 LIVRO IV EDIPRO I LIVRO IV I 1. Há uma ciência que investiga o ser como ser 125 e as pro- priedades que lhe são inerentes devido à sua' própria nature- za. 126 Essa ciência não é nenhuma das chamadas ciências parti- 25 culares, pois nenhuma delas ocupa-se do ser geralmente como ser. Elas secionam alguma porção do ser e investigam os atribu- tos desta porção, como fazem, por exemplo, as ciências mate- mátícas.V' Mas visto que buscamos os primeiros princípios e as causas supremas,128 está claro que devem pertencer a algo em função de sua própria natureza. Por conseguinte, se esses prin- cípios foram investigados por aqueles que também investigaram os elementos das coisas que existem, os elementos têm quer ser 30 elementos do ser não acidentalmente, mas em relação ao ser como ser. Portanto, é do ser como ser que nós também temos que apreender as primeiras ceusas.F" 2. O termo ser é utilizado em vários sentidos, mas com refe- rência a uma idéia central e uma característica definida, e não meramente como um epíteto ordinário.P'' Assim, corno o termo 35 saudável relaciona-se sempre com saúde (no sentido de a pre- servar, ou no de a produzir, ou naquele de ser um sintoma dela, ou naquele de ser receptivo a ela) e como médico relaciona-se 1003b1 com a arte da medicina (no sentido de a possuir, ou naquele de estar naturalmente adaptado a ela, ou naquele de que é uma função da medicina) - e descobriremos outros termos empre- gados maneira semelhante a esses - do mesmo modo ser é 5 usado 'em diversos sentidos, mas sempre com referência a um único princípio. Com efeito, diz-se de algumas coisas que são porque são substâncias, outras porque são modificações da 125. ...'t0 OV YJOV... (10011 e on). 126. A metafísica ou ontologia, mas Aristóteles não a designará com estes nomes (ver a origem dapalavra metafisica nos Dados Bibliográficos neste volume. 127. A aritmética, a geometria, a harmonia (música) e a astronomia. 128. ...'tas apxas Kat 'tas aKpo'ta'tas cvnce; ... (tas arkhas kai Ias akrotatas ai/ias). 129. ...1tpúnas at'tlas ... (pratas ai/ias). 130. Isto é, esses sentidos não são homônimos.

Met.iv.multivocidade do ser

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Met.iv.multivocidade do ser

META FíSICA 103

LIVRO IV EDIPRO

I LIVRO IV I1. Há uma ciência que investiga o ser como ser125e as pro-

priedades que lhe são inerentes devido à sua' própria nature-za.126 Essa ciência não é nenhuma das chamadas ciências parti-

25 culares, pois nenhuma delas ocupa-se do ser geralmente comoser. Elas secionam alguma porção do ser e investigam os atribu-tos desta porção, como fazem, por exemplo, as ciências mate-mátícas.V' Mas visto que buscamos os primeiros princípios e ascausas supremas,128 está claro que devem pertencer a algo emfunção de sua própria natureza. Por conseguinte, se esses prin-cípios foram investigados por aqueles que também investigaramos elementos das coisas que existem, os elementos têm quer ser

30 elementos do ser não acidentalmente, mas em relação ao sercomo ser. Portanto, é do ser como ser que nós também temosque apreender as primeiras ceusas.F"

2. O termo ser é utilizado em vários sentidos, mas com refe-rência a uma idéia central e uma característica definida, e nãomeramente como um epíteto ordinário.P'' Assim, corno o termo

35 saudável relaciona-se sempre com saúde (no sentido de a pre-servar, ou no de a produzir, ou naquele de ser um sintoma dela,ou naquele de ser receptivo a ela) e como médico relaciona-se

1003b1 com a arte da medicina (no sentido de a possuir, ou naquele deestar naturalmente adaptado a ela, ou naquele de que é umafunção da medicina) - e descobriremos outros termos empre-gados dé maneira semelhante a esses - do mesmo modo ser é

5 usado 'em diversos sentidos, mas sempre com referência a umúnico princípio. Com efeito, diz-se de algumas coisas que sãoporque são substâncias, outras porque são modificações da

125. ...'t0 OV YJOV... (10011 e on).

126. A metafísica ou ontologia, mas Aristóteles não a designará com estes nomes (ver a origemdapalavra metafisica nos Dados Bibliográficos neste volume.

127. A aritmética, a geometria, a harmonia (música) e a astronomia.

128. ...'tas apxas Kat 'tas aKpo'ta'tas cvnce; ... (tas arkhas kai Ias akrotatas ai/ias).

129. ...1tpúnas at'tlas ... (pratas ai/ias).

130. Isto é, esses sentidos não são homônimos.

Page 2: Met.iv.multivocidade do ser

104ARISTÓTELES

EOIPROLIVRO IV

substância; outras porque constituem um processo para a subs-tância, ou destruições, ou privações, ou qualidades da substân-cia, ou porque são produtivas ou geradoras da substância ou determos relativos à substância, ou ainda negações de alguns

10 desses termos ou da substância (assim, chegamos a dizer atéque não-ser é não-ser). Desta maneira, tal como há uma ciên-cia de todas as coisas saudáveis, o mesmo aplica-se verdadei-ramente a tudo o mais, pois não é somente no caso de termosque expressam uma noção comum que a investigação diz res-peito a uma ciência, como também no caso de termos que serelacionam a uma característica particular, posto que estes últi-

15 mos também, num certo sentido, expressam uma noção co-mum. Fica claro, portanto, que a investigação das coisas quesão, enquanto são, também diz respeito a uma ciência. Ora, emtodos os casos o conhecimento sobretudo tange àquilo que éprimário, isto é, aquilo de que todas as outras coisas dependeme do que extraem seus nomes. Se, então, a substância é essacoisa primária, é das substâncias que o filósofo deve apreenderos primeiros princípios e causas.

Ora, para toda classe particular de coisas, na medida em20 que há percepção, há uma ciência. Por exemplo, a gramática,

que é uma ciência, ocupa-se da investigação de todos os sonsarticulados (fala). Daí, a investigação de todas as espécies deser como ser diz respeito a uma ciência que é genericamentesingular, e a investigação das diversas espécies de ser diz respei-to às partes específicas dessa ciência.

Bem, se o ser e a unidade são idênticos, isto é, uma só natu-reza no sentido de que estão associados como o estão o princí-pio e a causa, não como denotados pela mesma definição (se

25 bem que não faça diferença, mas seja útil ao nosso argumentoos compreendermos no mesmo sentido), uma vez que um serhumano ser humano bem como ser humano existente e serhumano são a mesma coisa, ou melhor, a duplicação na afir-mação "ele é um ser humano e um ser humano existente" nãoproporciona nenhum significado novo (é claro que os conceitosde humanidade e existência não estão dissociados no que diz

30 respeito a vir a ser ou deixar de ser), e igualmente no caso dotermo um, de modo que, obviamente, o termo adicional nessasfrases tem a mesma significação de unidade em nada se distin-gue de ser; além disso, se a substância de cada coisa é singular,

META risse» 100

LIVRO IV EOIPRO

1004a1

35

em nenhum sentido acidental e, analogamente, é de sua pró-pria natureza algo que é, então há tantas espécies de ser quantode unidade. E para investigar a essência dessas espécies (querodizer, por exemplo, a investigação do mesmo e do outro, etodos os demais conceitos semelhantes - que, a nos expressar agrosso modo, todos os contrários são reduzíveis a esse primeiroprincípio, mas que nos é lícito considerar que foram suficiente-mente abordados na Seleção dos Contráriosl31) existe o domí-nio de uma ciência que é genericamente singular.

E há tantas divisões da filosofia quanto há tipos de substân-cias, de modo que deve haver entre eles uma filosofia primeirae uma que a ela sucede. Com efeito, o ser e a unidade acarre-tam imediatamente gêneros e, assim, as ciências corresponde-rão a esses gêneros. O termo filósofo é como o termo matemáti-co em seus usos, pois as matemáticas também possuem divi-sões - há uma ciência primária e uma secundária, e outrassucessivamente, no domínio das matemáticas.

Ora, uma vez que a tarefa de uma ciência é investigar opos-tos, e o' oposto da unidade é a pluralidade, e cabe a uma ciên-cia investigar a negação e a privação da unidade, porque emambos os casos estamos estudando a unidade, à qual a nega-ção (ou a privação) se refere, enunciada ou sob a simples formade que a unidade não está presente, ou sob a forma ·de. que nãoestá presente numa classe particular, sendo que neste últimocaso a unidade é modificada pela diferença, independentemen-te do conteúdo da negação (pois a negação da unidade é suaausência), embora na privação haja um substrato do qual ela épredicada, conclui-se que os opostos dos conceitos acima indi-cados, (tais como, alteridade, dessemelhança, desigualdade etudo o mais que seja deles derivado ou da pluralidade e unida-de - enquadram-se na esfera da ciência supramencionada. E acontrariedade é um deles, tratando-se de um tipo da diferença,sendo a diferença um tipo de alteridade. Por conseguinte, talcomo o termo uno é usado em vários sentidos, também o serãoesses termos e, no entanto, diz respeito a uma única ciênciaconsiderá-Ias a todos. Com efeito, os termos enquadram-se emdistintas ciências não se forem empregados em vários sentidos,mas se suas definições não forem nem idênticas nem referenciá-

5

10

15

20

13 J. Aristóteles refere-se a um tratado que não chegou a nós.

Page 3: Met.iv.multivocidade do ser

106 ARISTÓTELES

EDIPRO LIVRO IV

25 veis a uma noção comum. E como tudo é referido ao que éprimário (por exemplo, todas as coisas que são chamadas deunas são referidas ao uno primário), temos que admitir que issoé também verdadeiro no que toca à identidade e alteridade, eaos contrários. Assim, a primeira coisa a fazer é distinguir todosos sentidos nos quais cada termo é usado e, em seguida referi-

30 los, ao primário, no caso de cada predicado, e constatar comoestão relacionados com ele, pois alguns extrairão seu nome desua posse, enquanto outros o extrairão de sua produção, efinalmente outros por razões semelhantes.

Assim, fica claro que diz respeito a uma ciência forneceruma explicação tanto desses conceitos quanto da substância(sendo esta uma das questões suscitadas nas dificuldades), ecabe ao filósofo ser capaz de investigar todos os assuntos. Se

1004b1 não for assim, a quem caberá investigar se "Sócrates" e "Sócra-tes sentado" são o mesmo, ou se uma coisa possui um contrá-rio, ou o que é o contrário, ou quantos significados ele possui?

5 ... e igualmente com todas as demais questões deste jaez. Destemodo, visto serem essas as modificações essenciais da unidadecomo unidade e do ser como ser, e não como números, linhasou fogo, está claro que cabe a essa ciência132 descobrir tanto aessência quanto os atributos desses conceitos. E aqueles que osinvestigam erram, não por não serem filosóficos, mas porque asubstância, da qual não possuem nenhum conhecimento real, é

10 anterior. De fato, tal como o número como número apresentasuas modificações peculiares, por exemplo, imparidade e pari-dade, comensurabilidade e igualdade, excesso e deficiência,sendo estas coisas inerentes aos números, tanto consideradosindependentemente quanto em relação com outros números, etal como, de modo semelhante, outras modificações peculiaressão inerentes ao sólido, ao imóvel e ao móvel, ao imponderável

15 e ao ponderável, também o ser como ser possui certas modifi-cações peculiares, sendo a função do filósofo descobrir a ver-dade destas modificações peculiares, havendo [inclusive] evi-dência desse fato. Dialéticos e sofistas ostentam a aparência dofilósofo, pois a sofística não passa de aparência de sabedoria;

20 dialéticos discutem todos os assuntos, e o ser é um assuntocomum a todos eles, mas está claro que discutem tais assuntos,

132. Ou seja, a filosofia primeira ou metafísica.

107METAFíSICA

EDIPROLIVRO IV

25

porque pertencem à filosofia. A sofística e a dialética ocupam-seda mesma classe de temas da filosofia, mas esta difere da pri-meira em função da natureza de sua capacidade, e da segundaem função de sua perspectiva da vida.133 A dialética abordacomo exercício aquilo que a filosofia procura compreender, aopasso que a sofística parece ser filosofia, mas não é.

Ademais, a segunda coluna de contrários é privativa, e tudoé reduzível a ser e não ser, unidade e pluralidade, por exemploo repouso enquadrando-se na unidade e o movimento na plu-ralidade. E quase todos concordam que a substância e as coisasexistentes são compostas de contrários. De um modo ou outro,todos referem-se aos primeiros princípios como contrários, al-guns como ímpar e par,134 alguns como quente e frio,135 algunscomo limitado e ílírnitado.l'" e alguns como amor e conflito.

137

E é evidente que todas as demais coisas também são reduzíveisà unidade e pluralidade (é de se supor esta redução). E os prin-cípios aduzidos por outros pensadores enquadram-se comple-tamente nesses, na qualidade de gêneros. E então essas consi-derações também deixam patente que compete a uma únicaciência investigar o ser como ser, já que todas as coisas são oucontrários ou derivadas de contrários, e os primeiros princípiosdos contrários são unidade e pluralidade, os quais pertencem auma só ciência, quer façam referência a uma noção corrulm ounão. Provavelmente, a verdade é que não façam essa referên-cia, mas mesmo se o termo uno for usado em vários sentidos,os outros estarão relacionados ao sentido primário (e, analo-gamente, no que tange aos contrários) - mesmo se o ser ou aunidade não for um universal e o mesmo em todos os casos, ounão for dissociavel dos particulares (como presumivelmente nãoo é - a unidade é, em alguns casos, a da referência comum, emoutros a da sucessão). P9r esta mesma razão, não cabe ao geô-metra inquirir o que é contrariedade, ou completitude, ou ser,

30

1005a1

5

10

133. O texto de Bekker parece induzir aqui a uma inversão entre sofística e dialética, pois a críticade ordem metodológica (relativa ao instrumento do conhecer) feita por Aristóteles é dirigi daaos diaiéticos, enquanto a crítica de ordem ética (relativa à conduta dos sofistas como profes-soresremunerados) é dirigida aos sofistas. O texto de Ross ratifica essa inversão.

134. Alusão aos pitagóricos.135. Possível'alusão a Parmênides.

136. Alusão aos platônicos.137. Alusão a EmpédocIes.

Page 4: Met.iv.multivocidade do ser

108 A RISTÓTELESEOIPRO LIVRO IV

ou unidade, ou identidade, ou alteridade, mas proceder a partirda suposição deles.

Patenteia-se então que diz respeito a uma ciência investigar15 o ser como ser e os atributos que lhe são inerentes como ser,

estando esta mesma ciência encarregada de investigar, alémdos conceitos acima indicados, a prioridade e a posterioridade,o gênero e a espécie, o todo e a parte e todos os demais concei-tos semelhantes.

3. Precisamos decidir se cabe a uma mesma ciência ou a20 ciências diferentes a investigação dos chamados axiomas das

matemáticas e da substância. É óbvio que a investigação dessesaxiomas também cabe a uma única ciência, nomeadamente aciência do filósofo, já que se aplicam a todas as coisas existen-tes, e não a uma classe particular separada e distinta das outras.Além disso, todos os pensadores os empregam, na medida em

25 que são axiomas do ser como ser, e todo gênero possui ser,embora os empreguem somente tanto quanto suas metas oexigem, isto é, até o ponto em que o gênero, cujos atributosestão demonstrando, se estende. Conseqüentemente, uma vezque esses axiomas aplicam-se a todas as coisas como ser (vistoser isto o que Ihes é comum), cabe àquele que investiga o sercomo ser, também investigá-Ias. Por esta razão, ninguém que

30 esteja efetuando uma investigação particular - nem um geôme-tra nem um aritmético - empenha-se em estabelecer se essascoisas são verdadeiras ou falsas. Contudo, alguns dos filósofosda natureza o fizeram muito naturalmente, porquanto eles ex-clusivamente propuseram-se a investigar a natureza como umtodo, e o ser. Mas como há um tipo mais consumado de pen-sador do que o filósofo da natureza (já que a natureza é apenasum gênero do ser), a especulação desses axiomas tambémcaberá ao pensador do universal que investiga a substância

1005b1 primána.v" A ciência da natureza'ê? é uma modalidade de sa-ber, mas não a modalidade primordial. Quanto às tentativas de

138. Ou seja, o pensador metafísico.

139. ...<jlUCHKl1 ... (jüsikê), a física. Ver o tratado homônimo, que é precisamente o que deimediato antecede este tratado. Aristóteles claramente hierarquiza de maneira axiológicaas ciências, colocando a filosofia primeira (o que chamamos de metafísica ou antologia)no topo. Ver a nota 8.

METAFíSICA 109

LIVRO IV EDIPRO

alguns dos que discutem os critérios de aceitação da verdade,falta-lhes educação em lógica, pois deveriam compreender

5 essas coisas antes de empreenderem sua tarefa, e não investiga-rem enquanto ainda permanecem aprendendo. Assim, ficaclaro que a função do filósofo, isto é, do estudioso do todo dasubstância em sua natureza essencial, é também investigar osprincípios do raciocínio siloqístico.l'" E é conveniente paraquem, da melhor forma, entende cada tipo de assunto ser ca-

10 paz de estabelecer os mais certos princípios do mesmo, de sorteque quem entende os modos do ser como ser capacite-se aestabelecer os mais certos princípios de todas as coisas. Ora,esta pessoa é o filósofo, e o princípio mais certo de todos éaquele com relação ao qual não se pode estar equivocado; comefeito, este princípio tem que ser tanto o mais conhecido (pois éacerca do menos conhecido que os erros são sempre cometi-

15 dos) quanto não baseado em hipótese, uma vez que o princípioa ser captado pelo estudioso de qualquer tipo de ser não é denatureza hipotética, e aquilo que alguém necessita saber - sechega realmente a sabê-Io - é um conhecimento do qual jádeve dispor ao empreender uma investigação particular.

Está claro, portanto, que é esse princípio o mais certo de to-dos os princípios, e assim passamos a indicar qual é ele: É im-possível para o mesmo atributo ao mesmo tempo pertencer e

20 não pertencer à mesma coisa e na mesma relação. E é necessá-rio, em face de objeções lóqícas,"" que juntemos quaisquer

, Jqualificações. E este o mais certo de todos os princípios, porqueapresenta a definição exigida; com efeito, é impossível paraqualquer pessoa supor que uma mesma coisa é e não é - como

25 alguns imaginam que Heráclito diz - pois o que um homem diznão representa necessariamente aquilo em que acredita. E se éimpossível para atributos contrários pertencerem, simultanea-mente, ao mesmo sujeito (a esta premissa devem também seracrescidas as usuais qualificações), e uma opinião que contra-diga a uma outra é contrária a esta, é evidente que é impossívelpara o mesmo indivíduo supor, ao mesmo tempo, que a mes-

30 ma coisa é e não é, posto que o indivíduo que cometesse este

140. Tema profunda e extensivamente abordado nos Analíticos Anteriores (terceiro tratado do6rgaI101l). '

141. Leia-se objeções dialéticas.