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MITOCÔNDRIAS

Mitocôndrias

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Page 1: Mitocôndrias

MITOCÔNDRIAS

Page 2: Mitocôndrias

O QUE É A MITOCÔNDRIA?

Mitocôndria (gr. mitos, filamento, e chondrion, partícula) é uma organela de

forma arredondada ou alongada, presente no citoplasma das células

eucariontes, e que exerce importante função na respiração aeróbia.

Possui um diâmetro aproximado de 0,5 a 1,0 µm, variando o comprimento

desde 0,5 µm até 8 ou 10 µm.

A forma e a posição das mitocôndrias não são fixas: os movimentos e a

posição intracelular das mitocôndrias são influneciados pela disposição do

citoesqueleto, e, de modo geral, observa-se estreita relação entre essas

organelas e as necessidades energéticas da célula.

Page 3: Mitocôndrias

CONSTITUIÇÃO DA MITOCÔNDRIA

As mitocôndrias são de constituição lipoprotéica.

As mitocôndrias contêm também pequena quantidade de DNA e as três

variedades de RNA (RNAm, RNAt e RNAr).

A maior parte dos lipídios é formada por fosfolipídios, sendo o restante

constituído por triacilglicerídeos e colesterol.

As proteínas são, em maior parte, enzimas, das quais se conhecem mais

de 70; isto inclui todas as do ciclo do ácido cítrico e as da -oxidação

dos lipídios. Além disso, as mitocôndrias contêm enzimas relacionadas

com a síntese de proteínas, transaminação de aminoácidos, síntese de

hormônios esteróides e com outros processos metabólicos.

Page 4: Mitocôndrias

COMPONENTES DA MITOCÔNDRIA

Ultra-estrutura

Membrana externa

Membrana interna

Espaço intermembranoso

Matriz mitocondrial

Membrana externa: 50% de lipídios e 50% de proteínas; apresenta maior

fluidez e uma proteína chamada porina, que forma verdadeiros canais

transmembrânicos, permitindo a passagam livre de íons e moléculas de até

10.000 daltons de peso molecular.

Membrana interna: 20% de lipídios e 80% de proteínas; maior seletividade

dessa membrana à entrada dos mais diversos componentes, até mesmo de

dimensões submoleculares, como os íons. Possui o fosfolipídio cardiolipina

que contribui para dificultar a passagem de íons através da membrana

mitocondrial interna.

Page 5: Mitocôndrias

COMPONENTES DA MITOCÔNDRIA

Membrana externa: é lisa.

Membrana interna: apresenta invaginações em forma de prateleiras,

formando as cristas, que aumentam grandemente a superfície dessa

membrana.

Na membrana interna encontram-se proteínas com as seguintes funções:

1. enzimas e proteínas que constituem a cadeia de transporte de

elétrons.

2. proteínas dos corpúsculos elementares, com atividade de ATP-

sintetase sem a qual a membrana não teria a capacidade de acoplar o

transporte de elétrons à síntese de ATP.

3. proteínas que fazem parte dos múltiplos sistemas de transporte ativo

presente na membrana plasmática.

Page 6: Mitocôndrias

COMPONENTES DA MITOCÔNDRIA

A matriz contém uma mistura concentrada de enzimas, incluindo

aquelas necessárias à oxidação do piruvato e ácidos graxos e para o

ciclo do ácido cítrico. Contém também DNA genômico mitocondrial,

ribossomos especiais e RNA.

O espaço intermembranoso contém várias enzimas que utilizam o

ATP proveniente da matriz para fosforilar outros nucleotídeos.

Matriz

Membrana interna

Membrana externa

Espaço intermembranoso

Page 7: Mitocôndrias

Membrana

Externa

MITOCÔNDRIA

Espaço

Intermembranoso

Membrana

Interna

Cristas

Matriz

MITOCÔNDRIAS Mitocôndria

Page 8: Mitocôndrias

ELETROMICROGRAFIA DE UMA MITOCÔNDRIA DE UMA CÉLULA PANCREÁTICA MOSTRANDO A MEMBRANA EXTERNA LISA

E AS NUMEROSAS INVAGINAÇÕES DA MEMBRANA INTERNA CHAMADAS DE CRISTAS. NOTAR TAMBÉM GRÂNULOS

ESCUROS DE ALTA DENSIDADE NO SEIO DA MATRIZ COM DIÂMETRO DE 30 A 50 NM PROVAVELMENTE CONSTITUÍDO

POR UM ARCABOUÇO PROTÉICO OU LIPOPROTÉICO AO QUAL SE PRENDEM ÍONS DE METAIS (CÁLCIO E MAGNÉSIO).

ALÉM DESSES COMPONENTES DISTINGUE-SE COM CERTA DIFICULDADE NO INTERIOR DA MATRIZ REGIÕES

FILAMENTOSAS CONSTITUÍDAS POR FILAMENTO DE DNA E RIBOSSOMOS.

Mitocôndria Mitocôndria

Page 9: Mitocôndrias

FUNÇÕES DAS MITOCÔNDRIAS

Realiza a maior parte das oxidações celulares e produz a energia

celular das células animais:

- O piruvato e os ácidos graxos são convertidos em acetil-CoA,

o qual é oxidado a CO2 no ciclo de Krebs;

- Grandes quantidades de NADH e FADH2 são produzidas por

estas reações de oxidação;

- A energia disponível, pela combinação do oxigênio com os

elétrons levados pelo NADH e pelo FADH2, é regulada por

uma cadeia transportadora de elétrons na membrana

mitocondrial interna, denominada cadeia respiratória.

Page 10: Mitocôndrias

ORIGEM DAS MITOCÔNDRIAS

As presenças de DNA, dos vários tipos de RNA e de um mecanismo de

auto-reprodução próprio nas mitocôndrias, além de outros dados,

sugerem que as mitocôndrias originaram-se de bactérias aeróbias, que

estabeleceram relação simbiótica com células anareóbias nos

primórdios da vida na Terra.

Admite-se que, durante o processo evolutivo, as mitocôndrias

perderam, gradualmente, a maior parte do seu genoma, que foi

transferido para a célula hospedeira. Assim, as mitocôndrias tornaram-

se dependentes de proteínas codificadas pelo genoma do núcleo

celular.

Page 11: Mitocôndrias

ORIGEM DAS MITOCÔNDRIAS

Outra indicação, muito sugestiva da origem das mitocôndrias a partir de

bactérias endossimbiontes, é o fato de que a membrana externa das

mitocôndrias é muito semelhante à membrana plasmática das células

eucariontes, enquanto à membrana interna é mais semelhante à

membrana das bactérias.

A observação de que antibióticos que inibem a síntese protéica

bacteriana também agem sobre as mitocôndrias, também indica a

origem bacteriana das mitocôndrias.

Page 12: Mitocôndrias

ORIGEM DAS MITOCÔNDRIAS

Page 13: Mitocôndrias

REPRODUÇÃO DAS MITOCÔNDRIAS

Antes que a célula se divida, todos os seus componentes são duplicados, incluindo as

mitocôndrias. A reprodução das mitocôndrias ocorre por fissão binária, onde

acontece um aumento de tamanho da organela preexistente para a fissão.

Nem todas as mitocôndrias existentes na célula sofrem fissão, e para compensar isso,

algumas se dividem repetidas vezes.

Para que haja o aumento da área da mitocôndria, novos fosfolipídios são agregados a

membrana externa enviados pelo RE através de proteínas de troca de fosfolipídios ou

proteínas de transferência de fosfolipídios. Essas proteínas são hidrossolúveis que

atuam distribuindo fosfolipídios, uma molécula por vez, extraídos da membrana do RE

para a membrana mitocondrial.

Page 14: Mitocôndrias

REPRODUÇÃO DAS MITOCÔNDRIAS

Desenho esquemático da reprodução das mitocôndrias por fissão binária.

Page 15: Mitocôndrias

REPRODUÇÃO DAS MITOCÔNDRIAS

Os processos de transcrição e replicação do

DNA mitocondrial e a síntese protéica ocorrem

na matriz das mitocôndrias, porém a maioria

das proteínas que medeiam esses processos

são codificadas no genoma nuclear e

importadas para dentro da organela. As cópias

de DNA mitocondrial estão distribuídas na

matriz em grupamentos chamados nucleóides.

Apesar das mitocôndrias produzirem suas

proteínas, a maioria provém do citosol, onde

são sintetizadas por ribossomos citosólicos. ME de moléculas circulares de DNA.

Page 16: Mitocôndrias

O QUE É O DNA MITOCONDRIAL?

O DNAmt humano contém 16.569 pares de bases - um dos

mais pequenos que se conhece.

Constituído, normalmente, por uma molécula circular de DNA

em cadeia dupla;

Localizado na matriz, por vezes ligado à membrana interna;

Todos os seus transcritos e os seus produtos de tradução

ficam no organela – não há exportação de RNA ou proteínas.

Page 17: Mitocôndrias

TRANSFORMAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE

ENERGIA

A energia utilizada pelas células eucariontes, tanto animais como

vegetais, provém da ruptura gradual de ligações covalentes de

moléculas de compostos orgânicos ricos em energia.

As células, porém, não usam diretamente a energia liberada dos

hidratos de carbono e gorduras, mas se utilizam de um composto

intermediário, a adenosina-trifosfato (ATP), geralmente produzido

graças à energia contida nas moléculas de glicose e de ácidos graxos.

As células utilizam dois mecanismos para retirar energia dos nutrientes:

a glicólise anaeróbica e a fosforilação oxidativa.

Page 18: Mitocôndrias

ATP ADP + Pi

transferência do grupamento fosfato

ligações de alta energia

composto químico

Degradação de nutrientes

ENERGIA TRABALHO BIOLÓGICO

energia da hidrólise

ATP

ATP

Page 19: Mitocôndrias

ATP w

ww

.bio

au

la.c

om

.br

Page 20: Mitocôndrias

sol

+ H2O

CO2 C6H12O6

O2 CO2

H2O

Transformação e Armazenamento

de Energia

Page 21: Mitocôndrias

RESPIRAÇÃO CELULAR

As funções celulares dependem de um

suprimento de energia que é derivado

da quebra de moléculas orgânicas

durante o processo de respiração

celular.

A energia liberada nesse processo é

armazenada sob forma de moléculas de

adenosina-trifosfato (ATP).

Atividades do corpo precisam de ATP

Page 22: Mitocôndrias

Glicólise Anaeróbia

Glicose (6 C)

C6H12O6

ATP

ATP

Piruvato (3 C)

Piruvato (3 C)

A glicólise anaeróbia é o processo pelo

qual uma seqüência de aproximadamente

11 enzimas do citosol ou matriz

mitocondrial promovem uma série de

transformações graduais numa molécula

de glicose, sem consumo de oxigênio,

produzindo duas moléculas de piruvato e

liberando energia que é armazenada em

duas moléculas de ATP.

Essa degradação da glicose não

necessita de oxigênio, razão pela qual é

chamada de glicólise anaeróbia ou

fermentação.

Page 23: Mitocôndrias

FERMENTAÇÃO

É um processo utilizado pelas bactérias para obter energia através da

oxidação incompleta da glicose, sem usar oxigênio livre. Essas

bactérias são chamadas de bactérias anaeróbicas estritas ou

obrigatórias. Por exemplo, as bactérias conhecidas como lactobacilos,

utilizadas na produção de iogurte, produz no final ácido láctico, sendo

chamada de fermentação láctica.

Alguns fungos também podem realizar este processo para a fabricação

de cerveja e de pão, e podem ser chamados de anaeróbicos

facultativos e a fermentação produz álcool, sendo chamada de

fermentação alcoólica.

Page 24: Mitocôndrias

Fermentação Láctica

Glicose (6 C)

C6H12O6

ATP

ATP

Piruvato (3 C)

Piruvato (3 C)

NADH

NADH

Ácido

láctico 3 C

NAD

Ácido

láctico 3 C

NAD

Page 25: Mitocôndrias

FERMENTAÇÃO LÁCTICA NO MÚSCULO

Quando fazemos um esforço muscular intenso, a quantidade de oxigênio

que chega nos músculos, não é o suficiente para fornecer toda a energia

necessária para a atividade desenvolvida. Então as células musculares

passam a realizar fermentação láctica, onde o ácido láctico acumula-se no

interior da fibra produzindo dores, cansaço e cãimbras. Depois, uma parte

desse ácido é conduzida pela corrente sanguínea ao fígado onde é

convertido em ácido pirúvico.

Em repouso a célula muscular produz um excesso de ATP, que transmite

sua energia para um outro composto, a creatina fosfato, que é mais

estável permanecendo por mais tempo armazenada na célula. Em uma

contração, este composto cede energia para produção de ATP.

Page 26: Mitocôndrias

Glicose (6 C)

C6H12O6

ATP

ATP

Piruvato (3 C)

Piruvato (3 C)

NADH

NADH

CO2

CO2

Álcool

etílico 3 C

Álcool

etílico 3 C

NAD

NAD

Fermentação Alcoólica

Page 27: Mitocôndrias

FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA

Após o aparecimento de oxigênio na atmosfera, desenvolveu-se uma nova

via metabólica de maior rendimento energético do que a glicólise: a

fosforilação oxidativa.

Na fosforilção oxidativa, o piruvato é oxidado até se formarem água e gás

carbônico, com alto rendimento energético.

Costuma-se distinguir, na oxidação fosforilativa, três mecanismos distintos,

mas que se entrelaçam intimamente; são eles: a produção de

acetilcoenzima A (acetil-CoA), o ciclo do ácido cítrico e o sistema

transportador de elétrons.

Enquanto a glicólise ocorre no citosol, a fosforilação oxidativa se processa

no interior das mitocôndrias.

Page 28: Mitocôndrias

PRODUÇÃO DE ACETIL-COA

A acetil-CoA é produzida a partir da coenzima A e do piruvato derivado

da glicólise ou então, por oxidação dos ácidos graxos.

Piruvato e ácidos graxos atravessam as membranas mitocondriais e, na

matriz da organela, geram acetato que, ligado à coenzima A, forma acetil-

CoA.

A transformação de piruvato em acetil-CoA deve-se a um sistema

multienzimático, o complexo desidrogenase do piruvato, constituído de

cópias múltiplas de três enzimas, cinco co-enzimas e duas proteínas

reguladoras.

Esse complexo converte o piruvato em acetil-CoA, liberando CO2, que é

eliminado da mitocôndria. A acetil-CoA entra no ciclo do ácido cítrico.

Page 29: Mitocôndrias

CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO

Este ciclo, também chamado de ciclo de Krebs ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos,

é uma seqüência cíclica de reações enzimáticas na qual ocorre, graças à presença de

enzimas chamadas desidrogenases, a produção gradual de elétrons e prótons.

Os elétrons não são liberados, mas são captados por moléculas como o NAD, o FAD e

os citocromos, que funcionam como transportadores de elétrons, no processo de

oxidorreduação.

O hidrogênio, resultante das reações, é liberado na matriz mitocondrial, sob a forma de

prótons (H+).

O ciclo do ácido cítrico tem início com a condensação da acetil-CoA com ácido

oxalacético, produzindo ácido cítrico. Este sofre uma série de modificações e acaba

produzindo ácido oxalacético, que, por sua vez, recomeça o ciclo.

Page 30: Mitocôndrias

CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO

Acetil-CoA

Ácido cítrico Ácido oxalacético

Page 31: Mitocôndrias

SISTEMA TRANSPORTADOR DE ELÉTRONS

Os elétrons de alta energia percorrem a cadeia transportadora de elétrons ou cadeia

respiratória, que é composto por complexos enzimáticos, onde os elétrons cedem

energia e produz 36 mols de ATP por mol de glicose consumida.

Page 32: Mitocôndrias

SISTEMA TRANSPORTADOR DE ELÉTRONS

Os elétrons sustentados

pelo NADH e FADH2 são

rapidamente transferidos

à cadeia respiratória na

membrana interna.

Membrana mitocondrial interna

Membrana mitocondrial externa

ATP sintetase

piruvato

piruvato

ácidos graxos

ácidos graxos

Acetil-CoA

Ciclo

do

ácido

cítrico

Cadeia

transportadora

de elétrons

Page 33: Mitocôndrias

SISTEMA TRANSPORTADOR DE ELÉTRONS

À medida que os

elétrons de alta

energia, derivados

dos hidrogênios de

NADH e FADH2, são

transportados pela

cadeia respiratória, a

energia liberada

pelas suas

passagens, de uma

molécula carreadora

para a próxima, é

usada para bombear

prótons.

Íons H+ (prótons) Elétrons de

alta energia

Elétrons de

baixa energia

membrana

Page 34: Mitocôndrias

SISTEMA TRANSPORTADOR DE ELÉTRONS

Citocromos a, b e c: Os citocromos

constituem uma família de proteínas

“coloridas” que são relacionadas com a

presença de um grupo HEME em que

um átomo de ferro é ligado a 4 átomos

de nitrogênio.

O átomo de ferro muda do estado

férrico (FeIII) para o ferroso (FeII) toda

vez que aceita um elétron.

Page 35: Mitocôndrias

SISTEMA TRANSPORTADOR DE ELÉTRONS

Os elétrons derivados de NADH são passados para o primeiro

de uma série de 15 carreadores na cadeia respiratória.

Os elétrons iniciam com energias muito altas e gradativamente

as perdem ao longo da cadeia.

A energia liberada pela passagem de elétrons ao longo da

cadeia respiratória é armazenada na forma de um gradiente

eletroquímico de prótons através da membrana interna.

Page 36: Mitocôndrias

O gradiente eletroquímico de

prótons exerce uma força

próton-motriz que é utilizada

para produzir ATP.

Sistema Transportador de Elétrons

Membrana externa

Membrana interna

Cadeia transportadora de elétrons

ATP sintetase

MATRIZ