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Modernismo 2º fase

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O Modernismo no Brasil – 2ª faseCONTEXTO HISTÓRICO:

Recebendo como herança todas as conquistas

da geração de 1922, a segunda fase do

Modernismo brasileiro se estende de

incorporando preocupações relativas ao destino

dos homens e ao "estar-no-mundo".

Período extremamente rico tanto em termos de

produção poética quanto de prosa, reflete um

conturbado momento histórico: no plano

internacional, vive-se a depressão econômica, o

avanço do nazifascismo e a II Guerra Mundial; no

plano interno, Getúlio Vargas ascende ao poder

e se consolida como ditador, no Estado Novo.

Assim, a par das pesquisas estéticas, o universo

temático se amplia, e surge um novo período na

história literária do Brasil.

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CARACTERÍSTICAS: Na prosa, foi evidente o interesse por

temas nacionais, uma linguagem mais brasileira, com um

enfoque mais direto dos fatos marcados pelo Realismo –

Naturalismo do século XIX.

O romance focou o regionalismo, principalmente o nordestino,

onde problemas como a seca, a migração, os problemas do

trabalhador rural, a miséria, a ignorância foram ressaltados.

Além do regionalismo, destacaram-se também outras

temáticas, surgiu o romance urbano e psicológico, o romance

poético-metafísico e a narrativa surrealista.

Entretanto, é na temática que se percebe uma nova postura

artística: passa-se a questionar a realidade com mais vigor e,

fato extremamente importante, o artista passa a se questionar

como indivíduo e como artista em sua "tentativa de explorar e

de interpretar o estar no mundo". O resultado é uma literatura

mais construtiva e mais politizada, que não quer e não pode se

afastar das profundas transformações ocorridas nesse período;

daí também o surgimento de uma corrente mais voltada para o

espiritualismo e o intimismo, caso de Cecília Meireles, de Jorge

de Lima, de Vinícius de Moraes e de Murilo Mendes em

determinada fase.

É um tempo de definições, de compromissos, do

aprofundamento das relações entre o "eu" e o mundo, mesmo

com a consciência da fragilidade do "eu".

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Dentre os muitos poetas e escritores dessa fase destacam-se:

Na prosa:

- Graciliano Ramos

- Rachel de Queiros

- Jorge Amado

- José Lins do Rego

- Érico Veríssimo

- Dionélio Machado

Na poesia

- Carlos Drummond de Andrade

- Murilo Mendes

- Jorge de Lima

- Cecília Meireles

- Vinícius de Morais.

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ANÁLISE DE OBRA LITERÁRIA: Vidas Secas:

um romance de Graciliano Ramos, escrito entre 1937 e 1938, publicado originalmente

em 1938. O livro, narrado em terceira pessoa, aborda a história de uma família de

retirantes que vive em pleno agreste os sofrimentos da estiagem. Universo pobre de

um homem (Fabiano), uma mulher (Sinhá Vitória), os filhos e uma cachorra (Baleia).

Fabiano, Sinhá Vitória e os filhos são exemplos de seres convertidos em criaturas,

animalizados, brutalizados por causa da precariedade de suas condições de vida,

enquanto abandonam a terra onde nasceram, ressequida, estéril, procuravam na

cidade uma forma de sobrevivência.

Um trecho da obra que ilustra a perda de humanidade de Fabiano: "Os seus pés duros

quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o

cavalo(...)."

Ao longo deste romance, é muito comum as vozes do narrador e das personagens se

confundirem, através do discurso indireto livre, um dos mais importantes recursos

narrativos de Graciliano Ramos, cuja retórica, e de muitos verbalismos, parece se

alojar no interior das personagens, fundindo homem e paisagem, ação e processos

mentais.

Por essas razões, Graciliano Ramos significa a maturidade de nossa ficção

regionalista, a expressão literária, a dimensão política, universal de nossos problemas

aparentemente locais.