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UEL - Hist. Contemporânea I Profa Dra. Sylvia Lenz - 1º. 2015 COSTA, Emilia Viotti da. Coroas de glória, lágrimas de sangue. A revolta escrava em Demerara, Guiana Inglesa.

Mundos contraditórios - Revolta escrava de Demerara

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UEL - Hist. Contemporânea IProfa Dra. Sylvia Lenz - 1º. 2015

COSTA, Emilia Viotti da. Coroas de glória, lágrimas de sangue. A revolta escrava em Demerara, Guiana Inglesa.

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Capítulo: MUNDOS CONTRADITÓRIOS

COLONOS E MISSIONÁRIOS

Alunos: - André Augusto Vieira dos Santos- Jéssica Silva Pereira- Reginaldo Lucio Cerqueira- Valdeir Aberto dos Santos

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AUTORAEmília Viotti da CostaSão Paulo (28/02/1928)

Estudiosa do tema da escravidão, Emília Viotti lecionou no Departamento de História da Universidade de São Paulo entre 64 e 69, quando foi aposentada pelo AI-5 (Ato Institucional do governo militar que endureceu o regime). Na ocasião, seguiu para os Estados Unidos, onde é professora emérita de história da América Latina na Universidade de Yale (EUA). Em 1999, Emília Viotti recebeu o título de professora emérita na USP.

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É autora do livro "Da Senzala à Colônia", importante estudo sobre a transição do trabalho escravo para o livre na região cafeeira de São Paulo, e "Coroas de Glória, Lágrimas de Sangue", sobre a rebelião dos escravos em Demerara, na Guiana Inglesa, no século 19 -em que analisa o fato histórico enfocando tanto a micro como a macro-história.

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Coroas de Glória, Lágrimas de Sangue

Com grande talento narrativo e erudição, a autora reconstrói as vidas e visões de mundo dos atores de uma das maiores revoltas de escravos do Novo Mundo, ocorrida na Guiana Britânica em 1823: escravos que demandam seus direitos, senhores ciosos de seus privilégios, missionários dilacerados entre seus deveres de brancos e suas obrigações de cristãos. 

Autor: COSTA, EMÍLIA VIOTTI DAIdioma: PORTUGUÊSEditora: Companhia das LetrasAssunto: HistóriaEdição: 1Ano: 1998

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Mundos contraditórios:colonos e missionários Independência das colônias Revolução francesa Revolução Haitiana

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Wiliam Wilberforce Hull (24/08/1759) Londres (29/07/1833)

Foi político, filantropo e líder do movimento abolicionista.

Sua história abolicionista pode ser vista no filme Amazing Grace.Estreia em 23 de fevereiro de 2007Dirigido por Michael AptedRoteiro por David ArnoldElenco: Ioan Gruffudd, Albert Finney, Stephen Campbell Moore, Michael Gambon, Romola Garai

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Hino Amazing GraceJohn NewtonWapping, Reino Unido (04/08/1725)Londres, Reino Unido (21/12/1807)

Escrito em seu túmulo:“John Newton, uma vez um infiel e um libertino, um mercador de escravos na África, foi, pela misericórdia de nosso senhor e salvador Jesus Cristo, perdoado e inspirado a pregar a mesma fé que ele tinha se esforçado muito por destruir.”

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John Newton era o comandante de um navio negreiro inglês, transportou muitas cargas de escravos africanos trazidos à América no século 18. No mar, em uma de suas viagens, o navio enfrentou uma enorme tempestade e afundou. Newton ofereceu sua vida à Cristo, achando que iria morrer. Após ter sobrevivido, ele se converteu e começou a estudar para ser pastor. O seu mais famoso testemunho continua vivo, no mais famoso das centenas de hinos que escreveu: Amazing Grace!

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Vídeo: Música Amazing Grace por Chris Tomlin https://youtu.be/wXUPESIk578?t=18

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John SmithNorthamptonshire (27/06/1790)Demerara (06/02/1824)

John Smith foi um missionário , originalmente de Northamptonshire, cujas tentativas de ajudar as pessoas escravizadas em Demerara lhe custou a vida em apenas 34 anos de idade.

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Jhon Smith nasceu no interior da Inglaterra provavelmente em 1792 de família pobre ele como qualquer criança das camadas mais pobres de seu tempo frequentou escolas dominicais, aos 14 anos trabalhou como aprendiz de comerciante em Londres, aos 17 anos frequentava igrejas para ouvir diferentes pregadores aos 18 anos após quase perder sua vida, devido ter contraído varíola, diante da morte converteu ao evangélico.

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Aos 19 anos ele foi admitido como membro da capela de Tnbridge, onde se tornou membro da escola dominical em 1816 candidatou ao cargo de missionário junto a London Missionary Society, mas só foi aceito na segunda vez que se candidatou ao cargo de missionário.

No mesmo ano candidatou-se ao cargo de missionário em Demerara em substituição a Wray na fazenda Le Resouvenir, seu destino estava marcado, seria missionário entre os escravos.

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Jhon Smth foi ordenado em 12 de dezembro de 1816, e poucos dias depois ele e sua esposa Jane Goldden estava a caminho de Demerara, em 23 de fevereiro do ano seguinte o casal chega a Demerara, o casal passou a primeira noite na cidade antes de se dirigir a fazenda, quando chegou a fazenda a alegria deu lugar a tristeza, tanto a capela como a casa estava em péssimo estado, além disso o missionário não teve uma boa recepção ao ser apresentado ao governador , que lhe informou que não pregasse sem licença, Smith não tinha esta licença, o governador advertiu ao missionário que nunca ensinassem um escravo a ler.

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Mas a recepção por parte dos escravos foi calorosa, no seu primeiro culto havia cerca de quatrocentas pessoas, em uma carta encaminha a LMS dois meses após sua chegada ele diz: “todo o fazendeiro vê os missionários como aquele que veio causar subversão da colônia eles ficam em casa e diz que temos laço com Wilberforce que só ficamos satisfeito com a emancipação dos escravos. “

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Após a revolução Demerara, foi levado a corte marcial em 13 de outubro de 1823, sob a acusação de ter fomentado, nas mentes dos escravos, o descontentamento e a insatisfação com seus senhores, administradores e capatazes.

Em 24 de novembro os juízes condenaram Jhon Smith de todas as acusações, e, o sentenciaram a forca, mas o tribunal implorou perdão a Smith, nisto o missionário agonizava na cadeia esperando a decisão do rei e do conselho real, quando chegou a noticia de seu perdão, ele já estava morto, devido a tuberculose e a consumação pulmonar ele morreu em 6 de fevereiro de 1824.

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Oposição dos colonos aos missionários pois pregavam fraternidade e igualdade entre os homens, o que era incompatível em uma sociedade escravista. Os jornais denunciavam suas ligações com os abolicionistas e com a African Institution.

“A mensagem evangélica dá aos oprimidos um código para julgar seus opressores”.

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Os colonos de Demerara não eram os únicos a suspeitar que o Evangelho pregado pelos missionários poderia ser usado contra os senhores, e foi brilhantemente definido num artigo da The Essequebo and Demerary Royal Gazette, dois meses depois da chegada de 2 missionários da London Missionary Society.

O autor condenava “os pregadores precários de uma doutrina pretensamente esclarecedora, que anunciavam direitos iguais, liberdade universal.”

Havia incompatibilidade fundamental entre o cristianismo e a escravidão.

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Evangelical Magazine

Fundada dois anos antes da LMS com a finalidade explícita de contrapor-se às “influencias perniciosas de doutrinas errôneas”, tornou-se porta voz da London Missionary Society publicando a biografia de missionários, memórias, diários ou as ultimas palavras de cristãos a beira da morte para impressionar aos leitores como exemplo da graça de Deus.

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Convocação de novos missionários pela London Missionary Society

Salvação de “milhares de pecadores que pereciam em terras pagãs”, particularmente entre “hotentotes e negros e numa quantidade de outras tribos rudes rudes da humanidade” ...

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Vênus Negra (Venus Noire)

Lançamento: 17/06/2011 no BrasilDiretor: Abdellatif KechicheRoteiro: Abdellatif Kechiche, Ghalya LacroixElenco: Yahima Torres, Oliver Gourmet, Andre Jacobs, Elina Löwensohn

Vênus Negra, é um filme belga, francês e tunisiano que é baseado na história de Saartjie Baartman, uma hotentote.

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Saartjie Baartman

Nasceu na África do Sul em 1789Faleceu em 29 de dezembro de 1815 em Paris.

Além de chamariz de público que assistiam suas exibições como aberração, chamou a atenção de artistas e cientistas de sua época.

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Os colonos e a metrópole Os colonos e a metrópole

Comércio

Tensões entre os colonos e o governo imperial

Conflito entre os colonos

Tensão entre os próprios colonos britânicos

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Representação da Europa nas colônias

Valorização dos colonos

Thomas Babington Macaulay Leicestershire (25/10/1800) Londres (28/12/1859)

“É sua glória peculiar”, disse ele, “não a de ter governado tão amplamente, não a de ter feito conquistas admiráveis, mas a de ter governado para favorecer, e ter conquistado apenas para proteger!”

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A ideologia imperial

Extraordinária prosperidade no final do séc. XVIII

Lógica do capitalismo mercantilista

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Dificuldades dos colonos de manter seus privilégio com a metrópole devido as políticas praticadas

Abertura para o comércio externo

Aflição vivida na Jamaica

Aumento de impostos sobre o açúcar da Índias Orientais

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Joseph MarryatHorshan, Inglaterra (1757-1824)

Porta voz das Índias Ocidentais advogou brilhantemente o ponto de vista da região em um de seus discursos transcrito na Gazette, dizendo que os colonos britânicos tinham que adquirir todos os seus suprimentos na Grã-Bretanha

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Como Marryat, os colonos de Demerara estavam preocupados em manter a proteção que sempre haviam desfrutado no mercado britânico e se solidarizavam com seus vizinhos das Índias Ocidentais.Em 1821, a Gazette reproduziu uma petição da Assembleia jamaicana fazendo ver o estado de aflição extrema a que aquela e as outras colônias britânicas estavam reduzidas devido aos rendimentos inadequados obtidos pelos produtos básicos em decorrência dos impostos onerosos da regulamentação opressiva e das vantagens que as colônias rivais possuíam. Um mês após essa publicação, publicaram outra petição da Jamaica, dessa vez indo direto ao ponto. Pedindo que a situação fosse aliviada argumentado que o preço do açúcar caiu tanto que os valores da safra cobriam apenas os custos de produção.

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Os jornais de Demerara publicariam pouco depois debates sobre impostos adicionais sobre o açúcar das Índias Orientais, onde foi inevitável discutir sobre o tráfico negreiro.

Haviam favoráveis e desfavoráveis

Os movimentos abolicionistas ganhavam impulso

Colônias na Índia e na África se tornam preocupações maiores

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Conteúdo extra: Vídeo - Yellow Fever

https://vimeo.com/122574484