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VÍDEO: Brasil: Ditadura – O AI-5 e seus efeitos culturaisVÍDEO: Brasil: Ditadura – O AI-5 e seus efeitos culturais ..
Dizeres que fazem parte do vídeo:
“Um povo sem conhecimento de seu passado histórico e cultural é como uma árvore sem suas raízes”.
Em março de 1964, o golpe militar depôs o presidente João Goulart.
Em dezembro de 1968 os militares baixaram o Ato Institucional n.5 restringindo as liberdades civis.
Vários brasileiros foram perseguidos, presos, cassados e exilados.
As produções artísticas e culturais foram censuradas.
O AI-5 censurou: 500 letras de músicas, 500 filmes, 450 peças, 200 livros, 150 revistas e sinopses de novelas.
1968: o diálogo é a violência.
A “segurança nacional” passou a ser prioridade.
A criação do AI-5 foi uma resposta à caminhada dos 100 mil, no RJ, que exigiu a volta da democracia, e ao discurso do deputado Márcio Moreira Alves, que pregou o boicote popular ao
desfile de 7 de setembro.
O discurso irritou os militares que pediram a sua cassação.
O pedido foi rejeitado em 12/Dezembro. E na manhã seguinte...
Os militares usaram os meios de comunicação de massa como veículo de propaganda do milagre econômico.
O crescimento econômico era usado para mascarar as torturas feitas nos porões da ditadura.
Pontos principais do “milagre econômico” (1968-1973): Arrocho salarial Concentração de renda (ricos mais ricos, pobres mais pobres) Obras estatais faraônicas (gigantescas e caras) Aumento da dívida externa
Desigualdade social = violência urbana.
A dívida externa brasileira, o grande recorte: 10 bilhões de dólares.
“Ninguém mais segura este país” - “Brasil: ame-o ou deixe-o”
Na década de 70 (a “Era do Terror”) as produções artísticas engajadas dos anos 60 foram afastadas do cenário cultural.
Grupos aderiram à luta armada e seqüestraram autoridades estrangeiras para libertar presos políticos e exigiram a leitura de manifesto, em rede nacional (rádios e televisões), denunciando as torturas.
A estilista Zuzu Angel, o capital Lamarca, Mariguella e o jornalista Wladmir Herzorg foram algumas das vítimas do AI-5.
Em 1975 o jornalista Wladmir Herzorg foi preso em sua casa e horas depois foi encontrado morto em sua cela. As autoridades alegaram suicídio e houve enorme repercussão devido a família e setores da sociedade
não aceitarem a versão.
Em 1975 Ulisses Guimarães e Teotônio Villela enfrentaram o regime denunciando as torturas e as mortes pelo país afora.
O silêncio e o medo foram substituídos pela pressão popular. O resultado foi à abertura política do país e a anistia.
Anistia: Ampla, geral e irrestrita.
Em 1978 foi extinto o AI-5.Com a criação da lei da lei da Anistia, em 1979, acabou a censura às produções culturais.
Dos muitos ilustres brasileiros exilados, apenas dois não tiveram o prazer de voltar ao Brasil ainda vivos: O ex presidente Jango, derrubado em 1964 após comício, onde anunciou reformas estruturais para o país, como
a reforma agrária (desapropriação de terras às margens das rodovias) e a nacionalização de algumas refinarias de petróleo e Josué de Castro, que presidiu a FAO. Ambos morreram no exílio, em 1976,
depressivos, com saudades do Brasil.
A lei da Anistia trouxe de volta as produções musicais retratando a paixão pela terra natal...
Com a volta da liberdade de expressão, surgiram músicas abordando os “anos de chumbo”.
No 1º de maio de 1981, uma bomba explodiu no estacionamento do Riocentro durante evento com 20.000 pessoas. A bomba explodiu no colo de um sargento do Exército, técnico em explosivos, que acompanhava o
capitão Machado. A investigação apresentada pelo exército inocentou o capitão, que futuramente foi promovido a Tenente Coronel.
A platéia só foi informada do ocorrido perto do final do show, quando o cantor Gonzaguinha subiu ao palco e disse: “Pessoas contra a democracia jogaram bombas lá fora para nos amendrontar”.
Em 1982, o povo elegeu, em eleições direta, governadores e senadores de oposição em diversas capitais do país.
Iniciou-se então uma campanha nacional pelas eleições diretas para presidente – “Diretas Já”...Milhares de pessoas foram às ruas em diversos estados do país.Os noticiários de TV ignoraram o movimento das “Diretas Já”.
A resposta dos políticos à mobilização popular foi NÃO!
Em 1985, Tancredo Neves foi eleito em eleições indiretas, mas não assumiu. Tancredo morreu.Seu vice Sarney, ex-presidente do partido dos generais, assumiu a presidência do Brasil e ficou 5 anos no
poder.Durante seu governo concessões de rádio e TV são dados aos seus aliados políticos pró-regime militar.
Em 1986 o povo elegeu uma Assembléia Nacional Constituinte. Em 1988 é promulgada a nova constituição.
Na primeira eleição presidencial pós-regime militar, quase 30 anos após a última de 1960, nenhum líder de oposição ao regime militar foi eleito.
Fernando Collor venceu a eleição, apoiado pelas grandes mídias e setores que se beneficiaram do regime militar. Os mesmos grupos que apoiaram a sua candidatura em 1989, foram os principais responsáveis pela
sua queda em 1992. “O ano glorioso em que nos livramos dele”.
Segundo historiadores, Collor e alguns empresários ligados a ele pretendiam adquirir redes d televisão e jornais.
PC, por exemplo, tentou comprar o Jornal do Brasil diversas vezes e pretendia construir um grande parque gráfico em Alagoas.
Os ideais do manifesto lido em 1969 nas rádios e emissoras de TV, após seqüestro do embaixador americano permanece vivo:
“Transformar a estrutura agrária do país, expropriando e extinguindo o latifúndio, dando terra ao camponês”. “Valorizar o homem do campo. Transformar as condições de vida dos trabalhadores, assegurando salários
condignos e melhorando a situação das classes médias”. “Assegurar a liberdade em qualquer terreno, do campo político ao campo cultural ou religioso”.
“Retirar o Brasil da condição de satélite da política externa dos EUA, colocá-lo no plano mundial como nação independente”.
Valorize a Cultura Nacional!
Músicas utilizadas na apresentação do vídeo:Pra não dizer que não falei das flores – Geraldo VandréSonho Meu – Maria BethâniaAquele Abraço – Gilberto GilVai Passar – Chico BuarqueBicho Homem – Maurício BáiaTo Voltando – SimoneApesar de Você – Chico Buarque