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A Natureza Humana segundo T. Hobbes J. Rousseau E

Natureza Humana Hobbes E Rousseau

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Slides sobre a Natureza Humana para Hobbes e Rousseau: trata-se de uma análise para a aula "Teoria da Opinião Pública", ministrada pelo professor Massimo di Felice para os alunos do curso de Relações Públicas da ECA - USP. Apresentação feita no dia 05 de maio de 2009.

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A Natureza Humana

segundo

T. Hobbes J. Rousseau

E

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Thomas Hobbes

“O homem é lobo do homem.”

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1.588- 1.679 Nasceu na Inglaterra em Westport. Filho de pai vigário anglicano. Formou-se em Oxford Preceptor de um jovem de uma família de prestígio

Secretário de Francis Bacon Leu diversas obras filosóficas Filósofo e cientista político

T. Hobbes - Biografia

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Magnum Opus : O Leviatã

Empirista racionalista (nominalismo) Defensor do despotismo político Idealizador do contrato social Perseguido por conteúdo ateísta da sua obra

T. Hobbes - Biografia

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A Natureza Humana para Hobbes

Metodologia “conhecemos muito melhor uma coisa a partir dos elementos

que ela se constitui.” (De Cive)

Método resolutivo-compositivo = desconstruir o objeto de estudo para conhecer cada parte

Resolutio = análise e Compositio = síntese

Definiu as noções e os termos que usaria no início do livro

Analisava a sociedade e, por esse motivo, estudou os elementos formadores dela, o homem e suas sensações

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O Leviatã (1651): descrição do homem no seu estado natural, sem a regência de nenhum governo

No estado natural, todos os homens seriam considerados iguais

Sem um sistema de leis os homens entrariam em conflito:

"Homo homini lupus" – O homem é o lobo do homem

"Bellum omnium contra omnes“ – É a guerra de todos contra todos

Criou uma teoria hipotética

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"Portanto tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que

todo homem é inimigo de todo homem, o mesmo é válido também

para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança

senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e sua

própria invenção. Numa tal situação não há lugar para a indústria,

pois seu fruto é incerto; consequentemente não há cultivo da terra,

nem navegação, nem uso das mercadorias que podem ser

importadas pelo mar; não há construções confortáveis, nem

instrumentos para mover e remover as coisas que precisam de grande

força; não há conhecimento da face da Terra, nem cômputo do tempo,

nem artes, nem letras; não há sociedade; e o que é pior do que tudo,

um constante temor e perigo de morte violenta. E a vida do homem é

solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta."

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O medo de ser dominado por outro ser humano é o que faz os homens fundarem um estado social e uma autoridade política

O medo da morte ou da escravização deu lugar à razão

Conatus: esforço dos seres humanos para se unir ao que os agrada e se afastar do que os desagrada (instinto de conservação)

Só há paz quando o homem é capaz de abandonar seus direitos absolutos em favor de um soberano

O homem só é sociável por acidente

O monopólio da força e do poder pertenceriam ao soberano

O poder religioso é submetido ao politico

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Completa seu método de estudo ao reformular o conceito de Estado

“Isto é mais do que consentimento, ou concórdia, é uma

verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa,

realizada por um pacto de cada homem com todos os homens,

de um modo que é como se cada homem dissesse a cada

homem: ‘Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim

mesmo a este homem, ou a esta assembléia de homens, com a

condição de transferires a ele teu direito, autorizando de

maneira semelhante todas as suas ações’. Feito isto, à

multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado, em

latim, civitas".

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Principais características

Inglês Empirista Racionalista Monarquista Cria no homem anti-social

“Fora do Estado é o domínio das paixões, a guerra, o medo, apobreza, a incúria, o isolamento, a barbárie, a ignorância, a

bestialidade. No Estado é o domínio da razão, a paz, a segurança,a riqueza, a decência, a socialidade, o refinamento, a ciência e a

benevolência.”

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Jean Jacques Rousseau

“O homem nasce livre e por toda a parte encontra-se a

ferros.”

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Contexto Histórico

Jean Jacques Rousseau participou da corrente de pensamento, também chamada de Ilustração/Iluminismo, dominante no século XVIII que fundamentaria a Revolução Francesa (1789 - 1799);

Representa a hegemonia intelectual da visão de mundo da burguesia européia;

Tem início no Renascimento, com a descoberta da razão como chave para o entendimento do mundo, e seu ponto alto no século XVIII, o Século das Luzes.

Rosseau forneceu o lema principal da Revolução Francesa: “Liberdade, igualdade, fraternidade”.

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Revolução Industrial na Inglaterra em meados do século XVIII;

Invenção do tear mecânico, da máquina a vapor, entre outras.

França:

Dinastia Bourbon - Luis Fernando de França, Delfín de França (1729-1765); Luís XVI de Bourbon (1774-1791);

Finanças reais não se encontravam numa situação favorável;

Revolução Francesa (1789-1799);

É nessa época de grandes transformações tecnológicas, sociais e política, que se passa a vida de Rosseau. Nesse período que marca o fim da transição entre feudalismo e capitalismo.

Contexto Histórico

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Delacroix - A Liberdade Guia o Povo

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Jean Jacques Rousseau

Jean Jacques Rousseau nasceu em Genebra, , em 28 de junho de 1712, e faleceu em Ermenonville, nordeste de Paris, França, em 2 de julho de 1778;

Perdeu a mãe Suzanne Bernard em conseqüências do parto;

Em 1722 morre o pai, Isaac Rousseau, relojoeiro calvinista;

Rousseau e o irmão ficaram sob a tutela do tio Gabriel Bernard; engenheiro militar;

 Não teve educação regular, educado no campo, na residência de um pastor protestante em Bossey.

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Teve uma juventude agitada.

Na adolescência, encontrando os portões da cidade fechados, quando voltava de uma de suas saídas, opta por vagar pelo mundo.

Em Contignon (França), solicitou ajuda ao pároco católico e através deste conhece Louise, futura amante que propiciará a este o estudo de música e filosofia, além do catolicismo, incentivando para que este abjure o protestantismo, como ocorrerá.

Suas obras serão muito influenciadas por este momento de sua vida.

Jean Jacques Rousseau

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Em Paris,valendo-se das cartas de apresentação, encontra alunos de música, e consegue rendimentos para sobreviver;

Por meio de conhecidos consegue chegar à Academia, onde expõe seu sistema de notações musicais;

Os membros da Academia ouviram sua Dissertation sur la musique moderne, mas não aprovaram o sistema.

Jean Jacques Rousseau

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Convite de Diderot para que escrevesse sobre seu sistema na famosa Enciclopédia;

Obteve sucesso com uma de suas óperas, intitulada O Adivinho da Vila;

Concurso da Academia de Dijon cujo o tema era: "O restabelecimento das ciências e das artes terá contribuído para aprimorar os costumes?", torna-se famoso ao escrever respondendo de forma negativa o Discurso Sobre as Ciências e as Artes (1749), ganhando o prêmio em 1750.

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Em 1745, Rousseau tem 5 filhos com Thérèse le Vasseur, porém, acaba por colocá-los todos em um orfanato. Uma ironia, já que em 1762 escreve o livro Emílio, ou Da Educação que ensina sobre como deve-se educar as crianças.

O que escreve como peça mestra do Emílio, a "Profissão de Fé do Vigário Saboiano", acarretar-lhe-á perseguições e retaliações tanto em Paris como em Genebra.

Obras queimadas.

Religião natural, em que o ser humano poderia encontrar Deus em seu próprio coração.

Jean Jacques Rousseau

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Concurso da Academia de Dijon - sobre a origem da desigualdade entre os homens.

Desenvolveu o tema de que da própria civilização vinham os males que afligiam o homem civilizado.

O Discourse sur l'inégalité parmi les hommes ("Discurso sobre a desigualdade entre os Homens", 1753/55 ). Sua fama então estava assegurada.

1755 - "Discurso sobre a economia política".

Sofreu perseguição política pelo parlamento Francês e fugiu para a Suíça e assim escreveu “Le Lévite d'Éphraïm’.

Jean Jacques Rousseau

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Romance La Nouvelle Héloïse (1759) mostra-o como defensor da moral e da justiça divina; Enquanto na obra Lettre a d'Alembert, responde a Alembert que essa arte de agradar é tão perniciosa, execrada na figura do teatro francês da época, que, em sua visão, sustentava indiretamente o modelo político aristocrático vigente.

Em sua obra Confissões, responde a muitas acusações de (Voltaire);

No fundo, Jean-Jacques Rousseau revela-se um cristão rebelado, desconfiado das interpretações eclesiásticas sobre os Evangelhos;

Sempre proferia uma frase: "Quantos homens entre mim e Deus!", o que atraía a ira tanto de católicos como de protestantes.

Jean Jacques Rousseau

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Politicamente, expõe suas idéias no “O Contrato Social” de 1762. Procura um Estado social legítimo, próximo da vontade geral e distante da corrupção;

A soberania do poder, para ele, deve estar nas mãos do povo, através do corpo político dos cidadãos;

Segundo suas idéias, a população tem que tomar cuidado ao transformar seus direitos naturais em direitos civis, afinal "o homem nasce bom e a sociedade o corrompe".

Jean Jacques Rousseau

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Passa a levar uma vida retirada e solitária. Por opção, ele foge dos outros homens;

Seu grande interesse por botânica, o leva a recolher espécie e montar um herbário. Seus relatos desta época estão no livro "Devaneios de Caminhante Solitário“ de 1776;

Termina por falecer aos 66 anos em 1778, onde estava hospedado, no castelo de Ermenonville;

Rousseau foi um iluminista à parte, talvez pelas suas próprias experiências desde a infância.

Jean Jacques Rousseau

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A Natureza Humana para Rousseau

Original... Corrompido...

sociedade

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O Bom Selvagem

Qualidades superiores nos indivíduos que viviam no estado de natureza.

Ambiente natural extremamente abundante e acolhedor, a ponto de parecer ter sido criado na medida exata para servir ao homem.

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Estado de felicidade

Bondade

Piedade

Amor de si mesmo

Autossuficiente

Sozinho

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“Os homens nesse estado [de natureza], não tendo entre si nenhuma espécie

de relação moral, nem deveres conhecidos, não poderiam ser bons nem maus,

e não tinham vícios nem virtudes (...). Não vamos, sobretudo, concluir com

Hobbes que, por não ter a menor idéia da bondade, o homem seja

naturalmente mau; (...) de sorte que se poderia dizer que os selvagens não são

maus justamente por não saberem o que é serem bons, pois não é nem o

desenvolvimento das luzes, nem o freio da lei, mas sim a calma das paixões e

a ignorância dos vícios que os impedem de proceder mal.”

Rousseau

Jean Jacques Rousseau

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Potencialidades latejavam no homem primitivo impelindo-o para um afastamento cada vez maior do reino animal e estimulando nele o desenvolvimento da sociabilidade.

Perfectibilidade

Rousseau sustentava que “o Homem num estado de isolamento sempre permanece o mesmo; só vivendo em sociedade ele progride.”

Jean Jacques Rousseau

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“O primeiro sentimento do homem foi o de sua existência, seu primeiro cuidado, o de sua conservação. As produções da terra lhe forneciam todos os socorros necessários,o instinto levou-o a utilizá-los.”

Rousseau

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Socialização

Instintiva e gradativamente, o homem utilizava sua inteligência para aproveitar melhor aquilo que a natureza lhe oferecia.

Percebeu que um homem só, colhia alimento para dois.

Formação de famílias.

Propriedade privada.

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As relações sociais necessariamente despertam paixões

O outro se torna “importante”: Opinião alheia e reputação; Inveja e reconhecimento;

Competitividade

Vaidade e desprezo

Vergonha e desejo

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Só estou esperando o comentário...

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Expulsão de Adão do Paraíso

As pessoas passaram a viver em sociedade e perderam o estado de natureza.

O novo contexto é marcado pela desigualdade, pelo egocentrismo, pelas paixões que tendem a se exacerbar, pela competição que freqüentemente é a semente da violência, enfim, por um virtual estado de guerra generalizada.

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Sociedade civil

O homem passou a ser governado por um contrato social.

Indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro – o soberano – o poder para criar e aplicar as leis, tornando-se autoridade política.

O ‘Soberano’ deveria ser a vontade do povo [para Rousseau].

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A Natureza Humana

T. Hobbes

X

J. Rousseau

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A natureza humana e a Opinião pública

“Quem quer que se dedique a tarefa de legislar para um povo deve saber como manejar as paixões dos homens”

Jean J. Rousseau

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Rousseau O contrato social e a propriedade

A divisão entre o “meu” e o “teu” e o surgimento da propriedade privada dão origem, na visão de Rousseau, ao estado de sociedade. Estado este, que corrompe o ser humano através do processo de civilização.

No progresso da vida civil o poder legítimo foi substituído pelo poder arbitrário, desta forma inicia-se o princípio da desigualdade entre os homens

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Rousseau e o contrato social

A desigualdade funda-se pela convenção, pelo contrato social estabelecido através da opinião pública.

No contrato social, os bens são protegidos e a pessoa, unindo-se às outras obedecem a si mesmo, dispensando a liberdade física e conservando a pretensa liberdade do Estado.

O pacto social, então, define-se como o momento em que “cada um de nós coloca sua pessoa e sua potência sob a direção suprema da vontade geral”

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Rousseau e a Opinião pública

Este movimento de submissão, segundo Rousseau, se explica pela opinião pública, cuja a importância revela-se como meio de controle social.

Neste sentido, as ciências e as artes foram utilizadas para tornar o homem sociável e para fazê-lo amar a escravidão a qual foi e é submetido.

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Rousseau e a Opinião pública

Com este intuito, atuam os meios de comunicação que agem modelando e guiando as massas em conformidade aos interesses “públicos”.

A opinião pública atua nas diretrizes governamentais e influencia as instituições sociais para reduzir as diferenças, minimizar os conflitos e entrechoques de interesses entre os grupos, as nações e as classes.

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Hobbes e a Opinião pública

Já, de acordo com Hobbes a opinião pública é articulada tão, e somente, para controlar os apetites, desejos e instintos da natureza humana com o intuito de refrear as paixões violentas do homem e assegurar um governo que instaure a paz e a segurança entre os povos

O que por sua vez, permite aos governados usufruir e garantir seus direitos de detentores de bens e propriedades privadas.

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Opinião pública

Processo formativo de imagem das coisas criadas em nossa mente como resultado do que realmente vemos, ouvimos ou sentimos. A opinião depende, naturalmente, não só do nosso acesso aos fatos, mas também de seu impacto sobre nossa personalidade em constante transformação.

Além, é claro, das idéias, notícias e representações que nos são transmitidas pelos canais de comunicação, apresentando os conflitos e interesses dos grupos que as propagam.

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Bárbara BentivoglioBárbara FranchiBianca Carneiro

Iris LichtnerLunalva de Oliveira

Marieta Carvalho

É isso! :)