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luis-ferreira
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COMPETÊNCIAS EM INTERACÇÃO
Compreensão
oralExpressão
oral
CELLeitura
Escrita
É importante.É necessário.Como fazer?
«O texto é prototipicamente uma sequência autónoma de enunciados, orais ou escritos, de extensão variável – um texto pode ser constituído por um único e curto enunciado ou por um
número elevadíssimo de enunciados –, com um princípio e um fim bem delimitados, produzido por um ou por vários autores, no âmbito de uma de uma determinada memória textual e de um determinado sistema semiótico, isto é, em
conformidade, em tensão criadora ou em ruptura com as regras e as convenções desse sistema, e cuja concretização ou actualização de sentido é realizada por um leitor / intérpreteou por um ouvinte / intérprete. A coesão, a coerência, a progressão temática, a metatextualidade, a relação tipológica, a intertextualidade e a polifonia são as principais propriedades configuradoras da textualidade.A produção e a interpretação de textos – de textos genológica ou tipologicamente diversos – constituem a realização plena das virtualidades das línguas e são o thesaurus por excelência do conhecimento humano em todos os domínios, desde a poesia e a religião até ao direito, à filosofia e à ciência.A primeira disciplina a ocupar-se da análise da produção dos textos – e, correlativamente, proporcionando elementos relevantes para a sua interpretação –, estudando a sua génese, a sua organização ou construção, os seus condicionalismos de ordem pragmática e a sua intencionalidade comunicativa, foi a retórica, legítima predecessora das actuais análise do discurso e linguística textual.
Numa perspectiva semiótica, existem textos pictóricos, textos musicais, textos fílmicos, etc. O termo “texto” apresenta nestas expressões uma translação de sentido perfeitamente justificada por analogia com a textualidade verbalmente realizada.»
COMPETÊNCIAS EM INTERACÇÃO A PARTIR DO TEXTO
a) textos conversacionais, que abarcam a conversa usual, a entrevista, a tertúlia, etc., com funçõeslúdicas, de intercâmbio de ideias, de comentário de acontecimentos, de agradecimento, etc.;
b) textos narrativos, nos quais se relata um evento ou uma cadeia de eventos, com predominânciade verbos que indicam acções e de tempos verbais como o pretérito perfeito e o pretéritoimperfeito e com abundância de advérbios com valor temporal ou locativo;
c) textos descritivos, nos quais se informa como é alguém ou algum estado de coisas, comsequências predominantemente construídas com o verbo ser e outros verbos caracterizadores depropriedades, de qualidades e de aspectos de seres e de coisas, com os tempos verbaisdominantes do presente e do pretérito imperfeito, com abundância de adjectivos qualificativos ede advérbios com valor locativo;
d) textos expositivos, nos quais o referente é a análise ou síntese de ideias, conceitos e teorias, comuma estrutura verbal em que figuram predominantemente o verbo ser com um predicativo dosujeito nominal ou o verbo ter com complemento directo, e apresentando como tempo peculiaro presente;
e) textos argumentativos, que têm como funções persuadir, refutar, comprovar, debater uma causa,etc., estabelecendo relações entre factos, hipóteses, provas e refutações, com abundância demarcadores e conectores discursivos que articulam com rigor as partes do texto, e apresentandocomo tempo dominante o presente;
f) textos instrucionais ou directivos, que têm como função ensinar ou indicar como fazer algo,enumerando e caracterizando as sucessivas operações, tendo como estrutura verbal dominante oimperativo;
g) textos preditivos, que têm como função informar sobre o futuro, antecipando ou prevendoeventos que irão ou poderão acontecer, tendo como estrutura verbal dominante o futuro;
h) textos literários, com uma semântica fundada na representação de mundos imaginários, com autilização estética, retórica e não raro lúdica dos recursos da linguagem verbal, e com umapragmática específica.
TEXTO COESÃO
CADEIAS DE REFERÊNCIA(anáfora, catáfora, elipse, co-referência não anafórica)
COESÃO LEXICAL
COESÃO INTER-FRÁSICA
COESÃO TEMPORO-ASPCETUAL
3 boas ligações, mas que não dispensam a consulta ao DT e a outros materiais…
Aqui … aqui… e aqui.
«Na quarta-feira, à entrada da aula, veio ter comigo ocontínuo de serviço e queixou-se-me do Fosco. O Fosco fizerabarulho, pulara, cantara, dançara ou lá o que foi antes dechegar… Assumi um ar de seriedade digno de um grande actor, edisse ao homenzinho “Já trato do assunto”, e ao Fosco, para que ohomem ouvisse, “Vamos ajustar contas”. Depois fechei a porta;esperei, escutando, que se afastasse o empregado; e quando osseus passos se não ouviam já, anunciei que no próximo dia seriajulgado o Fosco. Ele que escolhesse os seu advogado de defesa,um deles que propusesse advogado de acusação. Fixe bem: todoo professor tem de cumprir o que promete aos alunos. É que elesnão esquecem (…) E nós temos de ser exemplo de tudo. (…)
Eu ia sempre puxando por cada um e assim aquela aula,levada a brincar, teve o mérito de pôr os moços a falar semconstrangimento com que recontam um trecho acabado de ler. »
Sebastião da Gama, Diário.
«Na quarta-feira, à entrada da aula, veio ter comigo ocontínuo de serviço e queixou-se-me do Fosco. O Fosco fizerabarulho, pulara, cantara, dançara ou lá o que foi antes de chegar…Assumi um ar de seriedade digno de um grande actor, e disse aohomenzinho “Já trato do assunto”, e ao Fosco, para que o homemouvisse, “Vamos ajustar contas”. Depois fechei a porta; esperei,escutando, que se afastasse o empregado; e quando os seuspassos se não ouviam já, anunciei que no próximo dia seriajulgado o Fosco. Ele que escolhesse os seu advogado de defesa,um deles que propusesse advogado de acusação. Fixe bem: todoo professor tem de cumprir o que promete aos alunos. É que elesnão esquecem (…) E nós temos de ser exemplo de tudo. (…)
Eu ia sempre puxando por cada um e assim aquela aula,levada a brincar, teve o mérito de pôr os moços a falar semconstrangimento com que recontam um trecho acabado de ler. »
Sebastião da Gama, Diário.
TEXTO FÍLMICO
TEXTO PICTÓRICO
TEXTO MUSICAL
A música Formiga Bossa Nova foi musicada pelo compositor português Alain Oulman, responsável por alguns dos maiores sucessos de Amália Rodrigues. A melodia foi construída sobre o poema do poeta Alexandre O'Neill.O poema que deu origem a canção é entitulado Minuciosa Formiga.
Gravação de 1969
Minuciosa formiga
Minuciosa formiganão tem que se lhe diga:leva a sua palhinhaasinha, asinha.
Assim devera eu sere não esta cigarraque se põe a cantare me deita a perder.
Assim devera eu ser:de patinhas no chão,formiguinha ao trabalhoe ao tostão.
Assim devera eu serse não fora não querer.
(- Obrigado,formiga!Mas a palha não cabeonde você sabe...) .
Peguei na Serra da Estrelapara serrar uma cadeirae apanhei um nevãonuma serra de madeira.
Com as linhas dos comboiosbordei um lindo bordado,quando o comboio passouo pano ficou rasgado.
Nas ondas do teu cabelojá pesquei duas pescadas.Olha para as ondas do mar,como estão despenteadas.
Guardo o dinheiro no banco,guardo o banco na cozinha.Tenho cem contos de fadas,que grande fortuna a minha.
Com medo que algum ladrãoum dia me vá roubar,mandei pôr na minha portatrês grossas correntes de ar.
Encomendei um cachorronaquela pastelaria;quem havia de dizerque o maroto me mordia?!
Apanhei uma raposano exame e estou feliz:vejam que lindo casacocom a sua pele eu fiz.
Entrei numa carruagempara voltar à minha terra,enganei-me na estaçãoe desci na Primavera!
Luísa Ducla Soares, Poemas da Mentira e da Verdade.
Casei um cigarrocom uma cigarra,fizeram os doistremenda algazarraporque o cigarronão sabe cantare a cigarradetesta fumar.Não digam que errei(mania antipática!)só cumpri a leique manda a gramática.
Luísa Ducla Soares, Poemas da Mentira e da Verdade.
O menino do contraqueria tudo ao contrário:deitava os fatos na camae dormia no armário.
Das cascas dos ovosfazia uma omelete;para tomar banhousava a retrete.
Andava, corriade pernas para o ar;se estava contente,punha-se a chorar.
Molhava-se ao sol,secava na chuvae em cada péusava uma luva.
Escrevia no lápiscom um papel;achava salgadoo sabor do mel.
No dia dos anosteve dois presentes:um pente com velase um bolo com dentes.
Luísa Ducla Soares, Poemas da Mentira e da Verdade.
FIM