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O Auto da Compadecida - Uma análise do ponto de vista dos estudos culturais da cultura de mídia

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Apresentação de trabalho para a disciplina Comunicação - 3º ano - Biblioteconomia - UNESP - Marília 2010 Trabalho apresentado por: Bruna Silva Lara Camila Ribeiro Laura Akie Saito Inafuko Luciana Rosa A. de Oliveira Marcela Cecília Inácio Evangelista

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Ficha técnica

• Gênero: Comédia• Origem/Ano: Brasil/2000• Duração: 104 min• Direção: Guel Arraes / Mauro

Mendonça Filho• Roteiro: Guel Arraes, Adriana Falcão e

Joao Falcão, baseado em peça de Ariano Suassuna

• Produção: Daniel Filho e Guel Arraes• Prudutor Associado: Daniel Filho• Figurino: Cao Albuquerque• Estúdio: Globo Filmes• Baseado na Obra de: Ariano Suassuna

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• Elenco:● Fernanda Montenegro (A

Compadecida)● Matheus Nachtergaele (João Grilo)● Selton Mello (Chico)● Lima Duarte. (O Bispo)● Rogério Cardoso (Padre João)● Denise Fraga (Dora)● Diogo Vilela (Padeiro Eurico)● Maurício Gonçalves (Jesus Cristo)● Marco Nanini (Severino de Aracaju)● Luis Mello (Diabo)● Paulo Goulart (Major A.Moraes)● Virginia Cavendish (Rosinha)● Bruno Garcia (Vicentão)● Enrique Diaz (Cangaceiro)● Aramis Trindade (Cabo Setenta)

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SinopseNo vilarejo de Taperoá, sertão da Paraíba, João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), dois nordestinos sem eira nem beira, andam pelas ruas anunciando A Paixão de Cristo, "o filme mais arretado do mundo". A sessão é um sucesso, eles conseguem alguns trocados, mas a luta pela sobrevivência continua. João Grilo e Chicó preparam inúmeros planos para conseguir um pouco de dinheiro. Novos desafios vão surgindo, provocando mais confusões armadas pela esperteza de João Grilo, sempre em parceria com Chicó, mas a chegada da bela Rosinha (Virgínia Cavendish), filha de Antonio Moraes (Paulo Goulart), desperta a paixão de Chicó, e ciúmes do cabo Setenta (Aramis Trindade). Os planos da dupla, que envolvem o casamento entre Chicó e Rosinha e a posse de uma porca de barro recheada de dinheiro, são interrompidos pela chegada do cangaceiro Severino (marco Nanini) e a morte de João Grilo. Todos os mortos reencontram-se no Juízo Final, onde serão julgados no Tribunal das Almas por um Jesus negro (Maurício Gonçalves) e pelo diabo (Luís Melo). O destino de cada um deles será decidido pela aparição de Nossa Senhora, a Compadecida (Fernanda Montenegro) e traz um final surpreendente, principalmente para João Grilo.

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Contexto do livro: diferenças existentes no filme

• Auto da Compadecida– Peça de teatro, em forma de auto, em três atos– Escrita 1955 por Ariano Suassuna– Sua primeira encenação foi em 1956, em Recife, Pernambuco.

• Diferenças– A obra suassuniana, possui um tom mais sacro (religioso), enquanto que a

adaptação de Guel Arraes apresenta um tom menos moralizante e mais profano.

– A historia não é narrada de maneira integral, em certas seqüências, episódios são alterados ou levemente modificadas.

– Acréscimo de personagens: Cabo Setenta e Vicentão.– Substituição de personagem: filho do Major Antônio Morais, no filme, é

substituída por uma filha, a Rosinha.– Acréscimo do fator romance: Chicó e Rosinha.

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1999 - 2000: Principais Fatosocorridos no Brasil

• 2º mandato do governo FHC• CPIs• Morte do calouro da USP durante trote

•Bug do Milênio•Seqüestro do ônibus 174•Caso Lalau•Guga: número 1 do mundo•Aniversário 500 anos Brasil

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Elementos trabalhados na análise do filme O Auto da Compadecida (2000)

• Machismo• Desigualdade social• Preconceito social e racial• Pobreza• Adultério e solidão• Corrupção e ambição• Morte

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Machismo

• Demônio X a Compadecida

• Coronel X a Rosinha

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•Vicentão; Cabo Setenta X

Dora e outras mulheres da trama

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Desigualdade Social

• A associação com a Idade Média e os teatros de Gil Vicente;

• João Grilo e Chicó = “bobo da corte”, “alecrim”

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•Sátira para retratar os problemas políticos, sociais, culturais ou econômicos.

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• Segundo Kellner(2001, p. 83), a ideologia separa grupos em dominantes/dominados e superiores/inferiores, produzindo hierarquias e classificações que servem aos interesses das forças e das elites do poder.

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Desigualdade Social

•Dora e seu marido se valem de suas ideologias para exclusão de João Grilo e Chicó de suas vidas, traçando para si próprios um perfil de dominadores sobre os dominados.

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• O cangaceiro, afora a deturpação mental, também sofre desigualdade social, mas sua reação é diferente;

• Cangaceiro: recorre à violência para se “igualar” socialmente;

• Grilo e Chicó: esperteza e malandragem (lobby) para sobreviver.

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Desigualdade Social

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O preconceito

• Preconceito social: Chicó precisava ser fazendeiro e doutor para ter a mão de Rosinha em casamento. Sua condição social inferior o impedia de casar-se.

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• Preconceito racial: João Grilo é chamado de “amarelo”, como se fosse inferior por sua cor, que na verdade representa sua pobreza. O fato de Jesus ser negro causa estranhamento nos personagens

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A pobreza

• João Grilo e Chicó: personagens que vivem com uma condição de extrema pobreza, que se utilizam da inteligência e malandragem para sobreviverem.

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Adultério e solidão

• Em sua obra, Suassuna, coloca em questão o tema Adultério; que também foi mantido na rodagem do filme. Vale lembrar que o texto original foi escrito em 1955, época em que ainda vivíamos numa sociedade em que a mulher era totalmente desvalorizada. Por isso essa personagem no livro só se caracteriza pelo nome de “mulher do padeiro”

• No filme, Guel Arraes, escolheu um nome para essa personagem, que se chama Dora, uma mulher adúltera, gananciosa, gosta muito de animais e não dá muito valor ao seu marido, que é o o padeiro da cidade, personagem Eurico (nome também escolhido por Arraes, que foi uma homenagem ao personagem Eurico Árabe, do livro O Santo e a Rosa). Ele se caracteriza por ser um homem submisso e faz tudo aquilo que sua mulher deseja, apesar da sua desconfiança.

• Apesar do filme ter sido inserido um tema romântico, Arraes respeita as características do teatro de Suassuna, não vulgarizando o texto e nem extrapolando com cenas de sexo ou palavras de baixo escalão, optou por manter uma linha simples de diálogo e trejeitos da mulher do padeiro.

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Adultério e solidão

• Dora trai seu marido com muitos homens da cidade, inclusive aqueles que conhecem ou trabalham para ele, assim ela consegue o enganar e ainda sair de vítima da história.

• Com a invasão dos cangaceiros na cidade, a maioria dos personagens morre, inclusive Dora e Eurico.

• Na hora da morte de Eurico e Dora, ele pede para que Severino a mate primeiro, pois ele está muito decepcionado com as acusações de adultério que foram feitas á sua mulher e por isso quer vê-la morrendo.

• Porém, um pouco antes da morte dos dois, há uma grande diferença entre o livro e o filme em relação ao perdão entre marido e mulher.

• No livro, quem perdoa é o marido,“ [...] Perdoei minha mulher na hora da morte, porque a amava e porque sempre tive um medo terrível da solidão”(SUASSUNA, 2002, p.176).

• Já no filme, é Dora quem confessa sues adultérios para com o marido e se justifica dizendo que fazia isso por medo da solidão, que preferia perde-lo aos pouquinhos do que perder de uma vez só.

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Corrupção e ambição

• A corrupção retratada no filme é a da Igreja: um padre e um bispo que fazem tudo por dinheiro

• A corrupção é acompanhada pela ambição: ambição por dinheiro, principalmente, mas também por status na sociedade, pela mão de Rosinha, etc.

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• Morte vista pelo ponto de vista católico• Filme espiritualista• Não-existência da morte• Mensagem de paz frente a violência atual• Valorização à vida

Morte

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Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável,aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra,

aquele fato sem explicação que iguala tudo queé vivo num só rebanho de condenados.

Por que tudo que é vivo morre.Ariano Suassuna, 1927-, escritor brasileiro

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