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UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA MESTRADO O GRUPO BRASSIL E A MÚSICA DO MAESTRO DUDA PARA QUINTETO DE METAIS – UMA ABORDAGEM INTERPRETATIVA ANTONIO MARCOS SOUZA CARDOSO Rio de Janeiro, Abril de 2002

O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

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O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais: uma abordagem interpretativa. Dissertação de Mestrado, sob orientação do Prof. Dr. Nailson Simões.

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Page 1: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA MESTRADO

O GRUPO BRASSIL E A MÚSICA DO MAESTRO DUDA PARA QUINTETO

DE METAIS – UMA ABORDAGEM INTERPRETATIVA

ANTONIO MARCOS SOUZA CARDOSO

Rio de Janeiro, Abril de 2002

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UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA MESTRADO

O GRUPO BRASSIL E A MÚSICA DO MAESTRO DUDA PARA QUINTETO

DE METAIS – UMA ABORDAGEM INTERPRETATIVA

por

ANTONIO MARCOS SOUZA CARDOSO

Dissertação submetida ao Programa de Mestrado em Música do Centro de Letras e Artes da UNI-RIO, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Música, área de concentração Práticas Interpretativas, sob a orientação do Prof. Dr. Nailson de Almeida Simões.

Rio de Janeiro, Abril de 2002

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO

Centro de Letras e Artes – CLA Programa de Pós-Graduação em Música – PPGM

Mestrado e Doutorado

 TÍTULO DA DISSERTAÇÃO

“O BRASSIL E A MÚSICA DO MAESTRO DUDA PARA QUINTETO DE METAIS – UMA ABORDAGEM INTERPRETATIVA”.

por

ANTONIO MARCOS SOUZA CARDOSO

BANCA EXAMINADORA    

________________________________________________ Professor Doutor Nailson de Almeida Simões (Orientador)

________________________________________________ Professor Doutor Ricardo Tacuchian

________________________________________________ Professor Doutor Radegundis Feitosa Nunes

Conceito: APROVADO

MARÇO DE 2009

Av. Pasteur, 436 – Urca – RJ Cep: 22290-240 Tel: (0xx21) 2542-2554

http://www.unirio.br [email protected]

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...a afinação precisa, a extrema competência das articulações, o forte-piano do som

sempre à serviço da clareza musical. O Brasil com muitas caras, vários jeitos de ser brasileiro e universal.

Viva o Brassil! Roberto Sion

Arranjador – saxofonista - 1993

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Aos meus pais: Seo Mazinho e D. Lili.

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AGRADECIMENTOS A Deus, o meu obrigado de todos os dias, por permitir que até aqui chegasse em

segurança, paz e saúde;

Aos meus pais pelo apoio constante;

A Jaqueline, minha esposa, pelo seu apoio e suporte indispensáveis;

A minha filha Fefê pela divisão coerente do computador;

Ao Maestro DUDA pela simpatia e disposição;

Aos integrantes do Art Metal Quinteto: Davi, Antonio, Marcão e Eliezer sempre

disponíveis para tocar;

A Paula Galama, pelo incentivo e preciosa ajuda no começo e durante o curso;

Aos Maestros Helder e Modesto;

Aos diretores da EMES, Nelsinho e Natércia;

Ao Maestro Célio, por ter insistido para que eu fosse um trompetista;

Aos Mestres: Jaú, Dean, Gilberto Siqueira e Capitão;

Aos amigos Jonhson, Toninho e Bené;

Ao BRASSILEIROS, em todos os tempos, pela disponibilidade e boa vontade em todos

os momentos: Jacques, Natal, Anor, Radegundis, Valmir, Sandoval, Glauco,

Marquinhos e Gláucio;

Aos Mestres Tacuchian, Ingrid, Martha, Salomea, Kazadi, José Nunes e Luiz Paulo.

Aos “trompeteiros” com quem tanto aprendi: Paulinho, Flávio e Maico;

A Nailson, um grande trompetista e uma pessoa iluminada que acima de tudo me

proporcionou uma orientação de vida. Essa temporada juntos aumentou minha

admiração e respeito pelo ser humano e pela importância do seu trabalho.

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RESUMO

O Grupo BRASSIL, também conhecido como Quinteto de metais da Paraíba, tem sua concepção musical analisada interpretativamente através da obra do Maestro DUDA para quinteto de metais. As obras escolhidas encontram-se gravadas nos três Cd’s do grupo. Um levantamento histórico traz os principais momentos da trajetória do grupo além de identificar integrantes do grupo em todas as épocas e suas influências na concepção interpretativa do grupo. A metodologia utilizada é estabelecida para nortear teoricamente a pesquisa. A edição e revisão interpretativa das comparou manuscritos do compositor com a gravação das músicas editando as mesmas conforme a execução do grupo. Os Padrões Musicais descreve os elementos musicais encontrados na revisão interpretativa buscando um padrão que represente o pensamento musical do grupo.

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ABSTRACT The Group BRASSIL, also known as "the Paraíba Brass Quintet," has its musical conception analized interpretively through the Maestro DUDA’s works to brass quintet. The chosen works are recorded in the three CDs of the group. Historical search brings tehe main moments of the trajectory of the group besides to identify the group’s members in all epochs and its influence in the interpretative concepts of the group. The utilized methodology is established to guide the research theoretically. The editing and interpretative revision of their execution comparde manuscript of the composers with the recorded musics, editing than according to the group performance. The musical standards describes the musical elements found in the interpretative revision to get a pattern that represents the musical thougth of the group.

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Sumário  INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS ...................................................... 4 CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA ................................................................................ 17 

2.1 Introdução ............................................................................................................. 17 2.2 – Pressupostos conceituais ................................................................................... 17 2.3 – Referencial Teórico ........................................................................................... 18 2.4. Definição dos Termos .......................................................................................... 23 

2.4.1. Indicação Metronômica ................................................................................ 23 2.4.2. Acentos ......................................................................................................... 26 2.4.3 Ligaduras ....................................................................................................... 28 2.4.4 Dinâmicas ...................................................................................................... 29 2.4.5. Expressões .................................................................................................... 29 2.4.6 Forma ou estrutura ......................................................................................... 30 2.4.7 Editor ............................................................................................................. 30 

2.5 Definição do Objeto.............................................................................................. 30 2.5.1 A Discografia ................................................................................................. 30 2.5.2. As obras revisadas ........................................................................................ 32 

CAPÍTULO III - EDIÇÃO E REVISÃO INTERPRETATIVA DAS OBRAS ............. 34 3.1 - Suíte BRASSIL .................................................................................................. 34 

3.1.1 - Zinzinho nos States ..................................................................................... 34 3.1.2. Gizelle ........................................................................................................... 36 3.1.3. Movimento ................................................................................................... 39 3.1.4. Gilmacy ........................................................................................................ 42 3.1.5. Lucinha no frevo ........................................................................................... 45 

3.2. Suíte Recife.......................................................................................................... 47 3.2.1. Aspectos Gerais ............................................................................................ 48 3.2.2. Andrea .......................................................................................................... 49 3.2.3. Mida .............................................................................................................. 53 3.2.4. Dorinha ......................................................................................................... 55 3.2.5. Nadja ............................................................................................................. 58 3.2.6. Meyse ........................................................................................................... 60 

3.3. Concertino para trompete .................................................................................... 63 3.3.1. Considerações Gerais ................................................................................... 63 3.3.2. Primeiro Movimento .................................................................................... 63 3.3.3. Segundo Movimento .................................................................................... 69 

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3.3.4. Terceiro Movimento ..................................................................................... 73 3.4. Música para Metais nº 1 ...................................................................................... 75 3.5. Marquinhos no frevo ........................................................................................... 80 3.6. Coletânea 93 ........................................................................................................ 83 

3.6.1 Os Monges de St. Thomas ............................................................................. 83 3.6.2. Saudade ......................................................................................................... 87 3.6.3. Thaís ............................................................................................................. 89 3.6.4. Phillippe no frevo ......................................................................................... 91 

3.7. Serenata no Capibaribe ........................................................................................ 93 3.8. Nairam ................................................................................................................. 97 3.9. Tema para um trompetista ................................................................................... 99 3.10. Suíte Monette ................................................................................................... 101 

3.10.1. Considerações Gerais ............................................................................... 101 3.10.2. Ciranda ..................................................................................................... 101 3.10.3. Balada ....................................................................................................... 104 3.10.4. Valsa ......................................................................................................... 108 3.10.5 Boi-Bumbá ................................................................................................ 112 

3.11. Fantasia para Trompete e Trombone (Toada) ................................................. 116 3.12.Temas Nordestinos ........................................................................................... 122 

3.12.1. Bruno ........................................................................................................ 122 3.12.2. Melissa ...................................................................................................... 124 3.12.3. Rafael ........................................................................................................ 125 3.12.4. Marilian .................................................................................................... 127 3.12.5. Júnior ........................................................................................................ 130 

CAPÍTULO IV - PADRÕES MUSICAIS ................................................................... 133 4.1 Definição ............................................................................................................ 133 4.2. Planos sonoros ................................................................................................... 134 4.3. Equilíbrio ........................................................................................................... 138 4.4. Movimento ........................................................................................................ 140 4.5 Considerações Finais .......................................................................................... 142 

CONCLUSÃO .............................................................................................................. 143 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 146 ANEXOS ...................................................................................................................... 148 

ANEXO 1 - Maestro DUDA: Vida e obra ............................................................... 149 ANEXO 2 - ENTREVISTA COM O Maestro DUDA ............................................ 151 

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INTRODUÇÃO

O quinteto de metais – formado por dois trompetes, trompa, trombone e

tuba - é uma formação tradicional oriunda das formações de câmera da orquestra

sinfônica. Estudantes ou profissionais tem no quinteto de metal uma opção para a

prática da música de câmara.

Esta pesquisa descreve a sonoridade do Grupo BRASSIL a partir das

obras compostas pelo Maestro DUDA1 para quinteto de metais gravadas nos três Cds do

grupo: BRASSIL toca Brasil, BRASSIL plays Brazil e Brassileiro. Estes dois últimos

gravados pelo selo Nimbus Records, da Inglaterra, e seu objetivo maior é contextualizar

a concepção musical do grupo.

Os discos possuem obras de vários compositores e arranjadores, assim

como vários gêneros da música brasileira. Optamos por delimitar a pesquisa nas obras

compostas pelo Maestro DUDA. A opção justifica-se por ser o Maestro DUDA o

compositor com mais obras dedicadas ao Grupo BRASSIL, daqui por diante

denominado BRASSIL.

De posse dos manuscritos originais das músicas analisadas, comparamos

as partituras – carentes de informações interpretativas essenciais como: dinâmicas e

articulações – com as gravações das mesmas nos Cds e editamos as partituras conforme

a concepção interpretativa do BRASSIL.

Além dos aspectos teóricos da pesquisa, procuramos tornar o trabalho

uma prática. Apresentações com o Art Metal Quinteto do Rio de Janeiro foram

realizadas durante o V e VI Colóquio do Programa de Pós-graduação da UNIRIO -

neste último contando com a participação do Prof. Charles Schlueter. Realizamos

1 José Ursicino da Silva. Regente, compositor, arranjador e instrumentista. (Ver Anexo 1).

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também diversas apresentações com o grupo Metal Capixaba, em Vitória – ES, onde

utilizamos as partituras revisadas.

No capítulo I, realizamos entrevistas buscando através de seus

integrantes e ex-integrantes, pessoas que influenciaram a trajetória do grupo. Não sendo

esta uma pesquisa sobre a história do BRASSIL, neste capítulo procuramos nos ater aos

fatos que, em nossa opinião, se relacionam com a formação de uma concepção musical.

Assim, consideramos este capítulo como a história da concepção musical do BRASSIL.

O resgate de antigas gravações materializa as diferentes fases do grupo.

No Capítulo II, descrevemos as ferramentas teóricas que nortearam a

pesquisa. Procuramos justificar os termos e procedimentos utilizados. Os referenciais

teóricos e os pressupostos conceituais são resultados de uma revisão bibliográfica

voltada aos objetivos desta pesquisa. A definição de termos é o glossário musical da

Edição e Revisão Interpretativa das Obras.

No Capítulo III, nos detivemos nos aspectos musicais das obras

analisadas. Comentamos e grafamos as partituras com sinais musicais como acentos,

crescendos e decrescendos, respirações, ligaduras e outros, com intuito de fornecer ao

leitor o aspecto interpretativo da obra do Maestro DUDA na concepção do BRASSIL.

Esquemas formais mapeiam as macro-formas das peças.

O Capítulo IV levanta e discute os elementos comuns a todas as peças

revisadas. Estes elementos podem ser considerados como uma visão geral da concepção

interpretativa. Chegamos assim aos Planos Sonoros, Equilíbrio e Movimento, que

devido a sua constância tornaram-se padrões que traduzem uma parte do pensamento

musical do BRASSIL. Este capítulo pode ser utilizado por instrumentistas, maestros,

professores, estudantes e leigos, para fomentar a discussão sobre interpretação musical e

sobre a música brasileira.

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Finalmente, como anexos, incluímos a entrevista do Maestro DUDA e

sua biografia fechando o elo entre compositor, obra e intérprete.

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CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS

Um retrospecto histórico do BRASSIL faz-se necessário não somente

pelo levantamento de pessoas que já passaram pelo grupo colaborando para o êxito do

projeto, mas também pelo entendimento dos fatos que marcaram a trajetória do grupo.

Fundamental é entender este capítulo como um meio de identificar os momentos onde

as transformações musicais ocorreram.

A concepção interpretativa do BRASSIL hoje, não é o resultado de uma

maneira brasileira de tocar, mas uma mistura de influências, desde os instrumentos

utilizados até a concepção sonora decorrente de uma escola musical. Tudo isto foi

aplicado à música e à musicalidade brasileira.

Hoje, o Grupo BRASSIL está sediado na Universidade Federal da

Paraíba, no Departamento de Música, mas seu início foi em 1978 quando a Fundação

Palácio das Artes, de Belo Horizonte, promoveu um concurso para ampliação de sua

orquestra sinfônica. Testes de seleção foram realizados em vários países, sempre nas

embaixadas do Brasil. Desse modo, diversos músicos estrangeiros se apresentaram e,

dentre eles, quatro se dispuseram a formar um quinteto de metais: os franceses, Gerard

Hostein - trompete e Jacques Guestem - trombone e os americanos Edmund House,

trompa e Douglas van Camp, tuba. Para completar a formação juntou-se ao grupo o

trompetista José Geraldo, na época integrante da Orquestra Sinfônica do Palácio das

Artes. Estava formado o Quinteto Minas (Figura 1).

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6

Com a mudança para João Pessoa o nome do quinteto deveria ser

repensado para criar sua própria identidade e Jacques Guestem explica: “a mulher do

Edmund4 que um dia chegou e disse: O que vocês acham desse nome? BRASS’IL”:

Metais do Brasil. A palavra brass, em inglês, designa os instrumentos do naipe de

metais, ou seja, fabricados em metal (trompetes, trombones, trompas e tubas) e o sufixo

‘IL, retirado da última sílaba de Brasil.

Em junho de 1980 começava a Tournée América do Sul: que passaria por

18 estados brasileiros e a cidade de Montevidéu, Uruguai, com apresentações em:

Recife, Salvador, Aracaju, Maceió, Manaus, Belém, São Luiz, Belo Horizonte, Brasília,

Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro, Montevidéu, Curitiba, Florianópolis, São José dos

Campos e Niterói.

Durante a turnê, foram dois os programas apresentados que se

alternavam entre uma cidade e outra, neles, a música brasileira foi inserida

discretamente. Lourival Silvestre escreveu “Boucle d’Or”, Oilian Lanna, professor e

compositor radicado em Belo Horizonte, escreveu “Gavota” e José Ursicino da Silva, o

Maestro DUDA escreveu, sob encomenda, um arranjo da música de Ary Barroso:

Aquarela do Brasil que foi repetida em ambos os programas: “Era a música mais

aplaudida, era a música que identificava mais o quinteto5” relata Nailson Simões.

Os compositores despertaram assim para esta nova formação, até então

pouco difundida no Brasil, e uma grande quantidade de arranjos e composições

surgiram, quase que na mesma época, incentivados pelo Quinteto BRASS’IL.

A turnê contou com a participação de dois tubistas: Douglas van Camp e

Alain Caze. Douglas van Camp realizou os primeiros concertos, pois o novo tubista, o

canadense Alain Caze, ainda não havia chegado. Este permaneceria até o final da 4 Influenciada pelo Prof. Nailson Simões que combinava sílabas de seu nome e nome de sua esposa para formar o nome de seus filhos. 5 Entrevista realizada em sua residência em 15/11/2000 no Rio de Janeiro.

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10

professores, o Grupo de Metais Nordeste reuniu alunos e professores da Universidade

Federal da Paraíba com o intuito de praticar música de câmara. Conforme Nailson

Simões, em seu depoimento: “O Grupo de Metais Nordeste, fundado pelos alunos e

professores do departamento de música [...] foi fundado porque queríamos fazer

música de câmara brasileira”. Sobre o assunto, Radegundis Feitosa também relata:

Nailson queria muito fazer algo com música brasileira, ele não tinha curso superior ainda e viu a oportunidade de cursar a universidade também. Ele entrou na universidade na mesma turma que nós entramos, eu, Sandoval, Gláucio [...] Como o negócio de música brasileira era tratado muito lentamente no BRASS’IL. Criamos o Grupo de Metais Nordeste para fazermos música de câmara13.

O Grupo de Metais Nordeste não era um quinteto, pois possuía uma

quantidade variável de componentes. O grupo enfrentou muito preconceito no meio

onde nasceu como podemos notar no depoimento do trombonista do Grupo de Metais

Nordeste e integrante do atual BRASSIL, Radegundis Feitosa:

Nailson, que era o mais velho, sempre teve essa idéia, mas ele nunca tinha encontrado as pessoas que topassem investir na idéia com ele e outras pessoas que tivessem força de referência que endossassem. E um professor nosso, o Gerardo Parente, pianista, foi quem mais envenenou... Incentivando e conscientizando da importância de fazer um trabalho com música brasileira. No começo as pessoas diziam que música brasileira era algo que não existia, era uma bobagem. Ouvir isto há vinte anos atrás era uma coisa forte!13

Após a saída de Gerard, não fazia mais sentido a existência de dois

grupos com mesmos integrantes, repertório e objetivos. O Grupo de Metais Nordeste

deixou de existir e o Quinteto BRASS’IL foi o destino mais apropriado para

continuação do trabalho.

A fusão pode ser comprovada pelo programa do Grupo de Metais

Nordeste em 14 de setembro de 1983 (Figura 5). Na presente data os músicos

mencionados são exatamente os mesmos que estiveram na França, com exceção do

13 Entrevista realizada em 06/04/01 na cidade de São Mateus – ES.

Page 21: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

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Page 24: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

14

O segundo disco, Brassil plays Brazil agora já lançado pelo selo Nimbus

Records foi gravado em João Pessoa no Teatro da Fundação Cultural, o Cine Bangüê,

entre 22 e 26 de março de 1995. Foi dedicado ao sexagésimo aniversário do Maestro

DUDA. Como no disco anterior, o repertório era exclusivamente brasileiro. O

trompetista Ayrton Benck faz parte desta formação que permaneceu por mais tempo.

Cisneiro Andrade relata:

Foi marcada a gravação e eles vieram com um estúdio portátil. Vieram o Ricardo e o Robin, manager da Nimbus. Fomos para o Cine Banguê, no Espaço Cultural, lá foi improvisado um estúdio. Reservamos novamente o horário da madrugada para a gravação, mais uma vez com poucos recursos, mas superior ao primeiro CD.25

O terceiro disco, “Brassileiro” foi gravado na Sala de Concertos da

Fundação Nimbus, Inglaterra, nos dias 28 e 29 de maio de 1996, com a participação do

trompetista Charles Schlueter, professor no Mestrado e Doutorado de Nailson Simões.

Segundo Cisneiro Andrade:

O terceiro disco foi então gravado na Inglaterra, na cidade de Monmouth, em torno de trezentos quilômetros de Londres e nós fizemos a gravação contando com a participação do Prof. Charles Schlueter. Em termos de qualidade sonora, este foi o melhor de todos, pois tínhamos uma aparelhagem profissional, três dias inteiramente disponível para a gravação – nos outros, não paramos nossas atividades, trabalhávamos o dia todo e à noite, gravação.26

Todas as gravações contam com percussão, isso levou o grupo a convidar

o percussionista da Orquestra Sinfônica da Paraíba, Glauco Andreza a integrar o grupo

definitivamente. Glauco Andreza, em seu depoimento diz:

Eu fico muito feliz em participar até hoje. Antigamente eu era convidado e hoje eles dizem que não sou mais um convidado, até querem mudar o nome de quinteto para Grupo BRASSIL, porque o trabalho vai ter sempre percussão.27

25 Entrevista realizada em 04/04/2001 na cidade de São Mateus – ES. 26 Entrevista realizada em 04/04/2001 na cidade de São Mateus – ES. 27 Entrevista realizada em 07/04/2001 na cidade de São Mateus – ES.

Page 25: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

15

Entre as gravações, o BRASSIL realizou duas grandes viagens

internacionais. Radegundis Feitosa diz:

Fomos para os Estados Unidos em torno de 92/93, nossa primeira viagem. Tocamos em algumas universidades, no Brooklin College, fizemos algumas master-classes de música brasileira no New England Conservatory, na Manhattan School of Music. [...] Na segunda, fomos com um objetivo mais específico, atendendo ao convite do Schlueter, fizemos um programa especial na WGBH, um programa ao vivo com Schlueter. O concerto do Jordan Hall foi extraordinário!28

Em 1998, Nailson Simões deixou João Pessoa, transferindo-se para o Rio

de Janeiro, e para o seu lugar foi convidado o ex-integrante Gláucio Xavier Fonseca. Ele

mesmo explica:

Eles então me comunicaram que com a decisão do Prof. Nailson de se mudar para o Rio de Janeiro, provavelmente eu seria novamente integrante do Quinteto BRASSIL, hoje chamado Grupo BRASSIL. Para mim foi uma satisfação enorme porque eu acho esse trabalho muito importante em minha realização pessoal e profissional, é muito gratificante e me sinto muito honrado e feliz hoje por ter voltado ao quinteto.29

Hoje, o Grupo BRASSIL continua envolvido em sua proposta original

de promover a música de metal, agora já não tão desconhecida no Brasil e no mundo. O

grupo não gravou novos Cds solo, mas participou da gravação de uma faixa do Cd de

Dimas Sedícias, do Cd de José Alberto Kaplan e um Lp da UFPB. Continua

participando de festivais de música como os realizados em Curitiba e Fortaleza, assim

como em projetos culturais espalhados pelo país.

Sua história se confunde com a história de cada um de seus integrantes,

desde o “europeu” Quinteto Minas com a tradição musical de Gerard e Jacques

Guestem, passando pelo pioneirismo do Grupo de Metais Nordeste, até o atual Grupo

BRASSIL. A seriedade e o respeito pelo trabalho podem assim ser resumidos:

28 Entrevista realizada em 06/04/2001 na cidade de São Mateus – ES. 29 Entrevista realizada em 07/04/2001 na cidade de São Mateus – ES.

Page 26: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

16

O grande valor do conjunto reside no fato de saber unificar, com grande talento, estilos e modos de interpretação diversos. A qualidade, a competência profissional, voltados na direção do trabalho sério e capaz.30

Escrito em um programa de concerto de 1980 - Turnê América do Sul – o

trecho acima transcrito, reflete todo pensamento e a atitude perante a música brasileira.

Sobre o assunto Radegundis Feitosa diz:

O que vai acontecer é daqui para frente e o mérito é de todos que fizeram o BRASSIL nestes vinte anos. Agora é que vai começar a se entender o que é ou não influência. [...] Eu acredito na história da evolução. No futuro vai ter gente fazendo muito melhor que a gente.31

30 Extraído do programa da Turnê América do Sul. 31 Entrevista realizada em 06/04/2001 na cidade de São Mateus – ES.

Page 27: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

17

CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

2.1 Introdução

O processo de revisão interpretativa necessita de métodos bem definidos.

Os pressupostos conceituais formulados fundamentam e identificam o problema. Os

referenciais teóricos foram emprestados de algumas disciplinas, por exemplo: através da

semiologia procuramos definir qual processo vai ser analisado, do ponto de vista do

signo. Outras teorias serão consideradas quando preencherem lacunas neste processo

abstrato, subjetivo e complexo de transcrição da interpretação.

Neste ponto, uma definição de termos é fundamental para tornar mais

clara a linha de raciocínio: por definição preferimos utilizar a palavra intérprete à

executante, intérprete é aquele que interpreta, que faz uma leitura de alguma coisa e

transfere para a mesma algo pessoal, e executante é aquele que executa, que segue uma

rotina, uma ordem pré-determinada, como um indivíduo ao executar uma ordem

superior sem questionamentos. A palavra execução será empregada como o produto

final da interpretação.

2.2 – Pressupostos conceituais

Dois pressupostos conceituais foram estabelecidos: a primeiro, de que a

partitura musical é uma instrução para executantes, incompleta em aspectos pertinentes

a interpretação32 .

O segundo pressuposto parte do princípio de que os sinais musicais

expressos em uma partitura, por mais abundantes e variados que sejam, representam

apenas intenções do compositor ou ainda observações de um revisor e/ou intérprete.

32 KRAUSZ, Michael. “Rightness and Reasons in Musical Interpretation” in The Interpretation of Music, Michael Krausz (ed.), New York, Oxford University Press,1995, p. 75.

Page 28: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

18

Tudo é muito relativo, pois não temos um referencial exato do que seja uma intensidade

ff ou um pp, muito menos a relação exata do incremento de volume em um crescendo33.

Os aspectos referentes às intensidades de som grafados em uma partitura referem-se a

contrastes, uma intensidade somente torna-se verdadeira quando referenciada pela

anterior, seja ela um menor ou maior volume. Assim ocorre também com acentos e

indicações metronômicas, tudo detalhado um pouco mais adiante. Segundo Magnani34:

O nosso sistema gráfico não oferece dúvidas quanto à altura das notas e ao ritmo; mas não proporciona nenhuma certeza, avaliável em termos científicos, com relação a todos os outros elementos dos quais nasce a vida da música.

2.3 – Referencial Teórico

Vários são os componentes filosóficos e teóricos que compõe uma

interpretação. A semiologia define um processo denominado de análise poiética35, que

procura resultados no processo da manipulação dos dados na origem da criação. Não é

objetivo deste trabalho realizar uma análise semiológica, mas apenas utilizar seu

referencial teórico para localizar o ponto onde a interpretação origina-se. As partituras,

manuscritas pelo compositor são dispensadas, pois não possuem elementos suficientes

para a realização da interpretação como concebida pelo BRASSIL (Figura 936).

33 KIVY, Peter. Sound and Semblance: Reflections on Musical Representation, New York, Cornell University Press, 1991, cap.VI. p.117-118. 34 MAGNANI, Sérgio. Expressão e Comunicação na Linguagem da Música. Belo Horizonte, Editora UFMG, 1989. p. 63 35 Para uma compreensão da Teoria da Semiologia ler: NATIEZ, Jean-Jacques. Music and Discourse: Toward a Semiology of Music, New Jersey, Princeton University Press, 1990, cap. I, pp. 3 – 37. 36 Partitura de Brasileirinho manuscrita pelo Maestro DUDA. Observamos muito poucos acentos, poucas indicações de intensidade, ausência de andamento e caráter e imprecisão nas ligaduras.

Page 29: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

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Page 30: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

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A música é criação humana e, neste aspecto, o valor do compositor é

inquestionável. O seu trabalho e sua especialização no domínio da estrutura musical

possibilitaram o registro de um componente da cultura de cada povo.

Melodia, harmonia e ritmo são elementos básicos no trabalho do

compositor, e as expressões musicais de caráter, andamento, intensidade sonora e suas

nuances, sugerem ao intérprete as intenções musicais do mesmo. O processo de grafar

utiliza dados concretos: melodia, harmonia e ritmo. Concretos, pois podem ser

analisados e explicados, conforme a visão pessoal de cada analista. Um exemplo claro

acontece nas instituições de ensino da música no Brasil, onde todos nós estudamos as

obras de Bach, analisamos, criamos diversas suposições estéticas e estilísticas mesmo

estando distante da Alemanha e mais distante ainda no tempo, sem nenhum tipo de

registro sonoro original. A análise estrutural, sem desconsiderar sua importância, é

incompleta do ponto de vista interpretativo, pois ela se limita ao concreto da partitura.

Page 31: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

21

O intérprete é responsável pela recriação da obra e a partitura é a sua

referência. Servido apenas por seqüências melódicas, harmônicas ou rítmicas,

dependendo do contexto e amparado pelas já citadas expressões musicais, o intérprete

encontra-se diante de fatores físicos tais como ressonância e timbre. Físicos, pois podem

ser medidos e definidos por fundamentos da acústica. Neste aspecto, a ressonância de

uma sala pode ser ou não considerada pelo compositor, enquanto o intérprete lida

diretamente com esse fator em todo o momento da execução. Schlueter37 em seu livro

não publicado diz: “Somos obrigados a tocar o que o compositor escreveu. Também

somos obrigados a tocar o que o compositor não escreveu”. Magnani38 afirma: “Sua

tarefa (do intérprete39) não é a de viver realisticamente as emoções, mas a de colocar

em funcionamento os canais capazes de transmitir ao receptor as emoções – que não

são senão informações estéticas.”

A natureza do evento sonoro faz com que o intérprete ideal, como

recriador da obra de arte, procure a cada instante uma nova forma de comunicar sua

mensagem. A execução de uma obra musical da mesma forma, naturalmente não existe.

O artesão David Monette estabelece o conceito de instrumento real40: o instrumentista.

O trompete, trombone, violino, piano são artefatos de produção de sons, são

amplificadores que amplificam as vibrações do corpo.

As considerações acima dizem respeito à concepção interpretativa do

BRASSIL, influenciados pelo Prof. Charles Schlueter, maior expoente da atual escola

de trompete de Boston, da qual alguns dos conceitos citados formam sua base técnica e

filosófica41.

37 SCHLUETER, Charles. Zen and the Art of the Trumpet”. Não publicado. 38 MAGNANI (1989) op. cit. p. 65 39 n. do a. 40 MONETTE Corp., David. Mouthpiece Manual and users’ Guide. 2001. Portland, EUA, Pp. 92. 41 SIMÕES (2001) op.cit.

Page 32: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

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Page 33: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

23

O objetivo da edição e revisão é aproximar as obras do Maestro DUDA,

objeto de estudo, desse pensamento. Nas partituras de DUDA, todas manuscritas pelo

próprio autor, são muitos discretos os sinais musicais que sugiram uma interpretação.

Uma partitura como a ilustrada anteriormente (Figura 9) não traz

referências que auxiliem na sua compreensão interpretativa. Informações sobre o estilo,

momento histórico que envolveu a obra, o local onde ela é ou foi executada, e outras

mais de caráter social, com o apoio de sinais musicais, facilitam a elaboração de uma

visão interpretativa sobre a obra. A entrevista do Maestro DUDA, em anexo, fornece

essas informações.

2.4. Definição dos Termos

Neste tópico serão definidos e conceituados os termos, incluindo

símbolos e expressões que se encontram nas obras revisadas e editadas. O objetivo é

tornar claro o método utilizado para cada aspecto da revisão interpretativa.

2.4.1. Indicação Metronômica

Nas partituras escritas pelo Maestro DUDA, no repertório do disco 1,

encontramos somente a música “Espinha de Bacalhau” com indicação de tempo (Figura

12), mesmo assim como é uma partitura editada, podemos supor que a marcação não foi

feita pelo autor. No disco 2 encontram-se indicações metronômicas na partitura do

“Concertino para Trompete” (Figura 13) e em “Andréa”, primeiro movimento da Suíte

Recife (Figura 1443).

43 Segundo conversa informal com o Prof. Nailson Simões, na partitura da Figura 14, a indicação metronômica não foi definida pelo compositor.

Page 34: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

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zido (Figura

F

2

É

nota executa

asileirinho - Trrte de 1º tromprte de 2º tromp

2.4.2.3 – (

Como o pró

ora diminui

Figura 18

2.4.2.4 – (

É a combina

ada com um

a 1951).

Figura 19

2.4.2.5 – (

É a combina

ada com um

rompa. pete de Saudadpete de Bossa-

)

óprio desenh

ndo rapidam

)

ação entre el

m reforço, u

)

ação entre o

m decrescend

de – Coletâne-Nova.

ho do símb

mente. (Figu

les dos dois

um apoio s

primeiro e

do mais cur

ea 93.

bolo indica,

ura 1850).

s primeiros

sonoro, mas

o terceiro a

rto, logo ma

é a execuç

acentos. O

s com o tem

acento, resu

ais vigoroso

ção da nota

resultado: (

mpo de du

ultando em:

o (Figura 20

27

a com

( ).

uração

( )

052).

Page 38: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

som.

as no

que

mem

mesm

da p

enco

partit

53 Com

F

2

A

Na música

otas estão m

se confund

mbros do qui

mos.

O

artitura ma

ntra na gra

tura origina

F

mpassos inicia

Figura 20

2.4.3 Ligadu

As ligaduras

a do quintet

muito próxi

de com nota

inteto foi de

Os exemplo

anuscrita de

avação. Na

al e o que é

Figura 2153

ais de Mida –

uras

s denotam

to é o item

imas uma d

as ligadas.

e fundamen

s a seguir i

e Mida (Fig

figura 22,

executado p

Suíte Recife

trechos ond

mais susce

das outras, c

Para dimi

ntal importân

lustram ess

gura 21) re

fica clara a

pelo grupo.

de as notas

ptível a dúv

com uma e

inuir a mar

ncia através

a dificuldad

evelam liga

a diferença

s são conec

vidas, pois

missão son

rgem de err

s da revisão

de. Os prim

aduras difer

entre o que

ctadas atrav

em alguns

nora muito s

ros, a ajuda

o final feita

meiros comp

rentes do q

e está escri

28

és do

casos

suave

a dos

pelos

passos

ue se

ito na

Page 39: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

29

Figura 22

2.4.4 Dinâmicas

As dinâmicas procuram conservar instrumentos em planos distintos,

indicando momentos onde devem destacar as suas frases ou marcar os pontos de

alteração de intensidade.

Neste aspecto, os crescendos ( ) e decrescendos ( )

também são tratados como dinâmicas, com mesma função, porém o seu uso denota uma

variação temporal da intensidade sonora, e assim como andamentos, as intensidades

sonoras são relativas.

2.4.5. Expressões

As expressões são indicações em português ou outro idioma para

designar fatores musicais tais como rallentandos, ritardandos e solos, como também

fatores não musicais como mudança de instrumento ou colocação de acessórios como

surdinas.

Page 40: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

30

2.4.6 Forma ou estrutura

Mesmo não sendo o objetivo desta pesquisa uma análise formal,

abordaremos quando necessário, o aspecto estrutural da peça analisada, com uma ênfase

às seções e sem explicitar as repetições.

2.4.7 Editor

Utilizou-se o programa Finale 2002 para edição das partituras. As

configurações utilizadas, como fontes (Maestro) e margens foram padrões do programa.

2.5 Definição do Objeto

2.5.1 A Discografia

O BRASSIL tem participação em três discos (no LP Autores e

Intérpretes, da UFPB, e no disco dos compositores Dimas Sedícias e José Alberto

Kaplan) e três Cds solo, todos com repertório exclusivamente brasileiro. Delimitamos

nossa pesquisa aos Cds solo.

As condições de gravação foram descritas e os acontecimentos que

envolveram a idealização, produção e gravação dos discos pode ser encontrada no

Capítulo Considerações Históricas.

Os discos possuem músicas compostas e/ou arranjadas por vários

compositores: Dimas Segundo Sedícias, Heitor Villa-Lobos - arranjado por José Alberto

Kaplan, Antonio Manoel do Espírito Santo - arranjado por Adail Fernandes, Tom

Jobim, Flávio Fernandes Lima e outros.

Page 41: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

N

F

F

Na ordem de

a) Disc

Figura 23

b) Disc

Figura 24

e gravação:

o 1 – “BRA

o 2 – Brass

ASSIL toca

sil plays Bra

BRASIL (F

azil (Figura

Figura 23)”.

24).

.

31

Page 42: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

e gra

F

2

F

avadas nos t

c) Disc

Figura 25

2.5.2. As obr

Foram revis

três Cds do

a) Disc

b) Disc

o 3 – Brass

ras revisada

adas as obr

grupo, conf

o 1:

Suíte BR

o 2:

Suíte Re

Concerti

Música p

Marquin

Coletâne

Nairam e

Tema pa

sileiro (Figu

as

ras originalm

forme segue

RASSIL.

ecife;

ino para Tro

para metais

nhos no frev

ea 93;

e

ara um trom

ura 25)

mente comp

e abaixo:

ompete;

nº1;

vo;

mpetista.

postas pelo Maestro D

32

DUDA

Page 43: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

33

c) Disco 3:

Suíte Monette;

Toada e

Temas Nordestinos.

Page 44: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

OBR

inicia

pelo

desfa

sínco

em a

em u

C

RAS

3.1

3

O

al da introd

grupo. Es

azendo com

opes traduze

alguns trech

F

C

um duo que

CAPÍTULO

1 - Suíte BR

.1.1 - Zinzi

Os cinco pr

dução da mú

te é um d

m o aparecim

em o swing

os refletem

Figura 26

Com a entra

se estende

O III - EDI

RASSIL

inho nos Sta

rimeiros co

úsica In the

dos element

mento do c

g (balanço)

esta influên

ada no choro

até o final

ÇÃO E RE

ates

mpassos da

e Mood de

tos america

horo no co

típico do ja

ncia.

o – compas

da introduç

EVISÃO IN

a introduçã

Joe Garland

anos da ob

ompasso 7 (

azz american

sso 7, os tro

ção. As últi

NTERPRET

ão assemelh

d, apresenta

bra que vai

(Figura 26)

no e a cond

ompetes assu

imas notas d

TATIVA D

ham-se o m

ado em unís

i aos pouc

. Os acento

dução harm

umem a me

de um grup

34

DAS

motivo

ssono

os se

os nas

mônica

elodia

po, no

Page 45: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

caso

(Figu

comp

nos c

sensa

em tr

cresc

encu

54 Ref55 Nosílaba

semicolche

ura 27).

F

O

passo 19, c

compassos 2

ação de sín

riplo destac

F

N

cendo ao ir

urtadas (Figu

ferimo-nos a r trompete é u

as articuladas c

eias, quando

Figura 27

O tema é e

om acentua

25 e 37 cham

ncope. Nos c

cado55 (Figu

Figura 28

Na parte B

r para o gr

ura 29).

regular, neste um tipo de arcom língua e u

o ligadas a

exposto pel

ações confo

ma a atençã

compassos:

ura 28).

B, o trompe

rave – com

caso, por o corticulação exeuma articulad

uma nota d

lo trompete

orme grafad

ão por trans

: 31, 32, 33

ete 2 apres

mpasso 40

ompasso possuecutada comoda guturalment

de mesma al

e 1, começ

das na partit

formar um

3, 35 e 36 a

senta o tem

- e as not

uir oito notas co se o instrumte. Ex “dha-dh

ltura são sem

çando anac

tura revisad

compasso r

as quiálteras

ma principa

tas de valo

com o mesmomentista literalha-gha” ou “tu

mpre acentu

crusticament

da. A articu

regular54 em

s são execu

al. Notamo

ores maiore

o valor. lmente falassu-tu-ku”. (n. d

35

uadas

te no

ulação

m uma

utadas

s um

s são

e duas do a.)

Page 46: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

abaix

Zinzi

para

econ

instru

respo

F

A

xo:

N

inho não fo

trompete e

nomia de tem

3

O

umentos re

ostas ou me

Figura 29

A forma mu

Na gravação

oi originalm

e piano, tem

mpo de grav

.1.2. Gizell

O segundo m

estantes fu

elodias paral

usical de Zi

Seç

Introd

A

B

o a seção A

mente escrit

m a forma

vação foi gr

le

movimento

uncionam a

lelas.

inzinho nos

ção Co

dução

A

B

A não é rep

o como mo

de choro

ravado como

da Suíte B

apenas com

s States é d

ompassos

1 - 18

19 – 38

39 - 57

etida. Segu

ovimento da

completo –

o IntroABB

RASSIL é

mo acompa

definida seg

uindo direto

a suíte. Na

– AABBAA

BIntroA.

um solo pa

anhadores

undo o esq

para a seç

versão orig

ACCAA -

ara trombon

sem apres

36

quema

ão B.

ginal,

e por

ne. Os

sentar

Page 47: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

para

9 – 1

decre

E

A

o solo do tr

F

N

10 (Figura 3

escendo pod

Estruturalme

A introduçã

rombone a p

Figura 30

Nos compas

31), 17 – 18

de ser notad

ente fica ass

Seç

Introd

A

B

Cod

ão é um arp

partir do com

ssos onde h

8 (Figura 32

do.

sim definido

ção C

dução

A

B

da

pejo prepar

mpasso 3 (F

há uma mud

2) e 25 – 26

o:

Compassos

1 - 2

3 - 18

19 - 34

35 - 58

ratório com

Figura 30).

dança de ac

6 (Figura 3

uma cadên

companham

3) um pequ

ncia que co

mento, comp

ueno crescen

37

onduz

passos

ndo e

Page 48: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

F

F

F

Figura 31

Figura 32

Figura 33

38

Page 49: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

39

O trombone é exigido em toda sua extensão, com intervalos bastante

difíceis para o instrumento. Os instrumentos acompanhadores obedecem em caráter56 e

dinâmica ao solista, proporcionando assim uma total liberdade de interpretação.

3.1.3. Movimento

Movimento é um Choro-gafieira57, um choro dançante, uma variação do

choro tradicional que incorporado aos salões de dança tornou-se mais rápido e neste

aspecto o título está muito adequado à música.

Os acentos inusitados muitas vezes correspondem à coreografia malandra

do samba-de-gafieira.

Formalmente, dividimos a peça em:

Seção Compassos

Introdução 1 - 8

A 9 - 24

B 25 – 41

Coda 44 - 49

Na introdução é clara a redução do valor nas últimas notas de fragmentos

ligados. De maneira geral, as notas de maior duração são sempre diminuídas de seu

valor enquanto as notas de menor duração são valorizadas (Figura 34). Notamos

também que as notas mais graves da seqüência melódica são também valorizadas e as

síncopes são acentuadas (compasso 4).

56 Ver SCHOENBERG (1993) Cap. 7. Pp. 119 a 121. 57 Extraído do encarte do CD “Brassil toca Brasil”.

Page 50: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

articu

comp

36)

carac

numa

temp

F

A

ulações e ac

F

O

passo 14 a

F

O

cterísticas d

a mesma c

po (Figura 3

F

Figura 34

Ainda na i

centuações

Figura 35

O solo do tr

nota mais a

Figura 36

O solo seg

do solo anter

élula rítmic

37).

Figura 37

introdução

diferenciad

rombone tem

aguda é pre

guinte, apr

rior, com no

ca, ou seja,

a tuba ap

as (Figura 3

m as notas d

eparada com

resentado p

otas encurta

variando e

presenta fra

35).

de maior du

m um glissa

pelo tromp

adas e ligad

entre as qu

agmentos d

uração toda

ando curto

pete, manté

duras em dif

uatro semico

de escalas

s encurtada

e rápido (F

ém as me

ferentes pos

olcheias de

40

com

as. No

Figura

esmas

sições

cada

Page 51: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

prim

nota

comp

e ref

trom

deslo

do a

semp

58 Emda ou

N

meira para a

que está s

passo da pe

F

O

forços em

mpete (Figura

F

N

ocadas são e

acompanham

pre mais cur

m seu livro, Sch

tra...” SHCLU

No compass

última o fin

sendo execu

ça (Figura 3

Figura 38

O solo de tro

notas meno

a 39).

Figura 39

No segundo

encontradas

mento e no

rta (Figura 4

hlueter diz: “UETER, Char

so 12, as trê

nal de cada

utada é ma

38).

ompa, nos c

ores e mai

solo do tro

s. No compa

s compasso

40).

O formato darles. “Zen and

ês semicolch

a nota é grad

is curta qu

compassos 2

s graves) q

ompete 1 –

asso 34, o r

os 36 ao 40

nota é uma cd the Art of the

heias possu

dativamente

ue a anterio

25 ao 33, nã

que antes a

compassos

restante do g

0 a colchei

condição necee Trumpet”. N

uem formato

e mais defin

or. Isto se r

ão traz as in

apareceram

33 ao 40, m

grupo igual

ia entre as

essária para dNão Publicado

os diferente

nido58. Sem

repete no ú

nflexões (ac

no trombo

mais acentu

la as articul

semicolche

diferenciar umo.

41

es. Da

mpre a

último

centos

one e

ações

ações

eias é

ma nota

Page 52: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

os gr

prim

ampl

espec

impr

melo

acon

comp

F

N

rupos de sem

meira (Figura

F

3

C

la é conce

cificamente

rimir o ca

odicamente

ntece nas no

passo 7 e pa

Figura 40

Na coda, esp

micolcheias

a 41).

Figura 41

3.1.4. Gilma

Característic

edida aos

e entre os c

aráter da m

os motivos

otas de repo

ara a trompa

pecificamen

s ligadas du

acy

ca marcante

solistas -

compassos 4

melodia e

s apresentad

ouso do tro

a no compa

nte nos com

uas a duas c

e da peça s

trompetes

4 e 20. O

a dinâmi

dos pelo tro

ompete 2, e

sso 9 (Figur

mpassos 46 e

com a segun

são os temp

1 e 2 n

trompete 2

ca. Ao tr

ompete 2. A

esse papel

ra 42).

e 47, os trom

nda mais cu

pos rubato

as secções

tem a resp

rompete 1,

A intervençã

l passa para

mpetes exec

urta em rela

. Uma libe

s mais len

ponsabilidad

cabe con

ão do tromp

a o trombon

42

cutam

ação à

rdade

ntas -

de de

nectar

pete 1

ne no

Page 53: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

anda

resta

princ

44).

F

N

amento é m

ante do grup

F

A

cipalmente h

F

Figura 42

Na segunda

mais rápido,

po acompanh

Figura 43

As notas d

havendo um

Figura 44

a seção, B,

, o solista

ha em notas

de maior

m movimen

o caráter

assume int

s curtas em

duração s

nto melódico

rítmico co

tegralmente

uma valsa r

ão sempre

o simultâne

ntrasta com

a conduçã

rápida (Figu

e decrescid

eo ou final d

m a seção

ão melódica

ura 43).

das de vol

de frases (F

43

A. O

a e o

lume,

Figura

Page 54: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

comp

46), t

A

passo 15 no

também no

F

F

E

Algumas n

o trompete

trompete 1

Figura 45

Figura 46

Estruturalme

notas são

1 (Figura 4

.

ente a peça

Se

Intro

A

B

A

Co

impulsionad

45) e a últim

fica assim d

eção Co

dução

A

B

A’

oda

das: como

ma semínim

definida:

ompassos

1 - 3

4 - 20

21 - 51

52 - 59

62 -67

a primei

ma do comp

ira colchei

passo 17 (F

44

a do

Figura

Page 55: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

45

3.1.5. Lucinha no frevo59

O Maestro DUDA compôs muitos frevos como peças individuais ou

como parte de obras maiores como na Música para Metais nº 1 comentada mais à

frente.

A peça não tem introdução e está assim dividida:

Seção Compassos

A 1 - 19

B 20 - 37

Notamos que as articulações procuram tornar clara a execução das notas

com a explicitação das notas de menor duração. Na tentativa de grafar este elemento

interpretativo usamos o ( . ) na nota maior, pois a partir do momento em que há uma

diminuição da duração da referida colcheia, a semicolcheia se torna mais valorizada

59 O frevo, segundo a Enciclopédia de Música Brasileira Popular e Folclórica – MARCONDES (1998)59: 1) Dança surgida em Recite PE a partir dos últimos anos do séc. XIX, com a progressiva multiplicação das sincopas e do gingado rítmico das musicas das bandas militares, a fim do propiciar desarticulações de corpo dos capoeiras. que exibiam sua agilidade, abrindo os desfiles militares, com passos improvisados ao som das marchas e dobrados. Segundo Renato Almeida, citando Mario Melo, surgiu da polca-marcha o teve sua linha divisória estabelecida pelo capitão José Lourenço da Silva (Zuzinha), ensaiador das bandas da brigada militar de Pernambuco. A marcha tem um ritmo frenético e contagiante, que he confere o caráter do uma dança da multidão. Seu compasso é binário e o andamento, semelhante á marcha carioca, mas o ritmo é tudo. Ainda conforme Renato Almeida, divide-se em duas partes e seus motivos se apresentam sempre em diálogos dos trombones o pistons com clarinetas e saxofones. O grande interesse está na sua coreografia, individual, improvisada os dançarinos raramente repetem um gesto ou atitude, mantendo sempre uma feição pessoal e instintiva da improvisação — o passo originado no gingar dos antigos capoeiras. O passo, vindo a ser feita com a ajuda rítmica das velhas sombrinhas e guarda-chuvas, dava a massa dos dançarinos que evoluíam peias ruas apertadas uma impressão visual de fervura, o que originaria a palavra frevo, come deverbal do frever, par fervor. Posteriormente a 1917, conforme Pereira da Costa, o frevo foi introduzido nos salões, em clubes carnavalescos. 2) Frevo de rua - Frevo puramente orquestral, destinado a animar a improvisação dos passes per parte dos dançarinos, que na realidade segundo observa o maestro Guerra peixe — dançam a orquestração, pois ‘cada volteio de um instrumento e acompanhado por um passe nu nina firula do passista. 3) Frevo-canção - Frevo com ritmo marcado, surgido a partir da década de 1930 em Recite, caracterizado por uma introdução do frevo comum, a que se seque parte cantada, semelhante às marchas cariocas de Carnaval. Quando cantado em tom lamentoso, pela madrugada, na volta dos dançarinos de blocos aos seus bairros, o frevo-canção recebe o nome do marcha-regresso.”

Page 56: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

(Figu

comp

dois

rítmi

maio

melo

ura 47). A

passo 16 - (

F

F

N

trompetes

ica e enérgi

or duração s

F

N

odia em unís

melodia é

Figura 48)

Figura 47

Figura 48

Na segunda

com dinâm

ica – compa

são encurtad

Figura 49

Na seção B

ssono. A int

reforçada s

e quando as

a frase da s

mica p, em

assos 1 ao 9

das (Figura

– compasso

terpretação

sonorament

scende - com

eção A – c

legato, con

9. Mesmo c

49).

os 20 ao 37

é semelhan

te quando t

mpasso 5 - s

compassos

ntrastando

com caráter

7 - trompa e

nte ao caráte

toma direçã

sofre um de

10 ao 16 -

com a prim

mais melód

e trombone

er das frases

ão descende

ecrescendo.

encontram

meira frase

dico, as not

apresentam

s anteriores

46

ente -

mos os

mais

tas de

m uma

, com

Page 57: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

notas

Nos

semí

as alt

s de maior

compassos

nima pontu

F

F

A

terações da

F

3.2

duração sen

23 e 27, os

uada (Figura

Figura 50

Figura 51

A percussão

condução r

Figura 52

2. Suíte Rec

ndo executa

s trompetes,

a 51).

o é muito di

rítmica estão

cife

adas com di

, apresentam

iscreta marc

o grafadas (

iminuição d

m um decre

cando o ritm

(Figura 52).

de seus valo

escendo na c

mo do frevo

.

ores (Figura

colcheia lig

o todo o tem

47

a 50).

gada à

mpo e

Page 58: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

48

3.2.1. Aspectos Gerais

A Suíte Recife data de 1982. Quando o Prof. Nailson Simões, trompetista

do BRASSIL, pediu ao Maestro DUDA para compor obras para um recital de trompete

e piano. DUDA propôs uma suíte baseada em vários gêneros locais, nomeando os

movimentos com os nomes das mulheres da sua casa: Mida, sua esposa, Andréa,

Dorinha e Meyse, suas filhas, e Nadja, uma nora60. O arranjo para quinteto foi escrito

posteriormente.

Inteiramente dedicada aos ritmos nordestinos, a obra é composta por

cinco movimentos:

• Andrea (Baião);

• Mida (Canção);

• Dorinha (Xaxado);

• Nadja (Aboio) e

• Meyse (Frevo).

As tonalidades seguem a seguinte ordem: Mi bemol Maior, Re menor, Fá

Maior, Mi bemol Maior e Do menor. As duas últimas nos chamam a atenção por

contrariarem a tendência natural em atribuir a um caráter triste uma tonalidade menor e

a um caráter alegre, uma tonalidade maior. O aboio61 (Nadja), em modo maior, é:

introspectivo, solitário, típico de tonalidades menores; já o frevo (Meyse), também pela

60 Encarte do CD “Brassil plays Brazil”. 61 Segundo o endereço http://www.brasilfolclore.hpg.com.br/aboioderoca.htm: Aboio de gado: sua

origem é um mistério, alguns pesquisadores encontram semelhanças nas musicas dos antigos gregos, na origem oriental tendo como semelhanças com cantos melopaicos na África mulçumana na Costa do Marfim. É canto solo, cantado livremente, essencialmente homófono, praticado pelo vaqueiro do Norte e do Nordeste. São geralmente cantos silábicos, sem letras, embora algumas vezes cheguem a formar uma quadra, que termina com o canto de uma sílaba, longo e melancólico. As melodias do aboio-de-gado são lentas e improvisadas, livres de uma medida rítmica determinada. O canto é entoado numa linha melódica também livre, conforme a fantasia do vaqueiro. O aboio não é considerado como um divertimento e sim como uma coisa séria, velhíssima, respeitada. O aboio é utilizado pelos vaqueiros para guiar o gado para determinado local, em estradas, durante comitivas de gado muito comuns ainda no inicio do Século XX, nos campos para atrair a atenção de animais que se encontram escondidos.

Page 59: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

49

própria definição59, é associado a grupo, multidão, alegria e aqui é encontrado em modo

menor.

3.2.2. Andrea

É um baião62 para Andréa, uma de suas filhas.

Estruturalmente é assim definida:

Seção Compassos

Introdução 1 - 4

A 5 – 20

B 21 – 28

A’ 29 – 44

B’ 45 – 53

Coda 54 - 60

62 Segundo MARCONDES (1998): Originalmente, no mundo rural, “pequeno trecho musical

executado pelas violas nos intervalos do canto no desafio”, compondo o chamado rojão. segundo o folclorista Luis da Câmara Cascudo. Surgiu coma gênero de música popular urbana em 1946 com o sucesso da composição Saião, de Luiz Gonzaga com versos do advogado cearense Humberto Teixeira: “Eu vou mostrar pra vocês/Como se dança o baião...”. Caracterizado musicalmente, conforme observação do maestro Batista Siqueira, por introdução percussiva que evita a sincopa “, a que se sucede a” frase melódica depois de pequena pausa’, o baião transformou-se no inicio da década de 1950 em ritmo internacional de massa (o baião instrumental Delicado, executado ao cavaquinho por seu autor, Valdir Azevedo, receberia versões orquestrais dos maestros norte-americanos Stan Kenton e Percy Faith na década de 1950), contribuindo ate mesmo para a menção especial a música do filme o Cangaceiro, de Lima Barreto, no Festival de Cannes, Franca, em 1953. Passando então a sofrer no exterior a concorrência das imitações desvirtuadas (o Baião de Ana, cantado pela atriz Silvana Mangano no filme italiano Arroz amargo, 1949, de Giuseppe de Santis era de autores locais, V. Roman e F. Gionda). e no próprio Brasil, a do ritmo do rock-and-roll, que viria a dominar o mercado internacional desde os anos de 1960, o baião sai de moda para figurar apenas, sem maior destaque, entre os gêneros cultivados nos forrós. Ate a advento da bossa nova, foi o gênero brasileiro mais influente no exterior — as pesquisas de ritmos latino-americanos feitas pelos produtores discográficos nos E.U.A. incluíram o baião — em grandes sucessos internacionais, como Save the last dance for me, de Doc Pomus e Mort Shuman (1960), lançada pelo grupo The Drifters, têm marcação rítmica do baião, inclusive utilizando o triângulo. O próprio pop rock inglês tipificado pelos Beatles tem forte influência do baião em sua marcação rítmica, bastando conferir gravações de sucesso corno She loves you, de John Lennon e Paul McCartney (1963).

Page 60: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

50

Todo trecho rítmico corresponde ao baião. A introdução apresenta o

ritmo predominante da peça com a tuba fazendo o papel de zabumba. A primeira nota

de cada compasso da tuba, é encurtada e a nota seguinte acentuada. Encontramos o

trompete 2, trompa e trombone, em contratempos com notas notadamente curtas. É a

“batida” do baião transcrita para quinteto de metais (Figura 53).

Figura 53

Na seção A – compassos 4 ao 20 - encontramos o tema. É apresentado

em uma frase de oito compassos – compassos 4 ao11; e repetida – compassos 12 ao 19

com variações rítmicas – compassos 12, 15, 17 e 18. É interpretado, pelo trompete 1,

com um reforço na segunda colcheia de cada tempo do compasso. Na repetição, a partir

do compasso 12, algumas colcheias são dobradas em semicolcheias (Figura 54).

Figura 54

Em A’ – compassos 29 ao 44 - a frase é exposta uma única vez, sendo a

repetição substituída por escalas descendentes no trombone, trompete 1, trompa e

Page 61: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

trom

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Page 62: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

52

Figura 58

Cada seção possui um tema diferente e contrastante, na melodia, caráter

e acompanhamento. O tema de A, rítmico, é contrastante com o tema de B, que se

apresenta em caráter melódico e acompanhamento63 em forma coral.

Interpretativamente, podemos dividir a peça em duas partes:

O segundo tema (Figura 59) começa anacrusticamente no compasso 21,

mas é preparado a partir do compasso 19. É uma frase de oito compassos num grande

legato. A melodia acompanhada dá lugar a um coro, sem percussão, onde todos os

instrumentos tocam elementos semelhantes.

Figura 59

63 Ver Schoenberg (1993). Cap. 6. Pp. 107 a 113.

Rítmica Introdução, A, A’ e Coda

Melódica B e B’

Page 63: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

53

3.2.3. Mida

A canção foi dedicada à esposa do maestro DUDA, Dona Cremilda.

Sua estrutura resume-se à:

A obra é monotemática, e a diferença entre as seções encontra-se nas

diversas instrumentações com a qual o tema é apresentado.

A introdução apresenta o motivo gerador da melodia nos compassos 2 e

4 – no trombone e tuba - e nos compassos 5 ao 8 – nos trompetes (Figura 60). Todos

estes motivos assemelham-se com o início do tema – compasso 10 – no trompete 1

(Figura 61).

Seção Compassos

Introdução 1 – 9

A 10 – 26

Transição 27 - 29

A’ 30 - 52

Page 64: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

54

Figura 60

Figura 61

Na seção A – compassos 10 ao 26 - o trompete 1 desenvolve o tema

acompanhado pelo grupo (Figura 62) e em A’ – compassos 30 ao 52 - o trompete 2,

trompa e trombone repetem o tema (Figura 63).

Figura 62

Page 65: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

55

Figura 63

3.2.4. Dorinha

O terceiro movimento da suíte é um isquenta-muié, escrito para Dorinha:

filha do Maestro DUDA.

Estruturalmente, a peça obedece ao seguinte esquema:

A Introdução pode ser dividida em duas partes: a primeira uma cadência,

apresentada pelo trompete 1, pelo trombone e pela tuba nos compassos 1 ao 5; e

segunda parte – compassos 6 ao 13, com a “batida” do isquenta-muié.

A dinâmica f, nos dois primeiros compassos, em todos os instrumentos é

logo decrescida na mínima pontuada permitindo sobressair os arpejos dos solistas. O

trompete 1 enfatiza a segunda nota do grupo ligando-a com a próxima nota (Figura 64).

O trombone segue o mesmo princípio, mas decresce no final dos arpejos encaminhando

Seção Compassos

Introdução 1 – 13

A 14 – 34

B 35 – 46

Page 66: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

56

a nova dinâmica, em um coro a cinco vozes no compasso 3. A tuba conclui a primeira

parte da introdução.

Figura 64

O isquenta-muié é introduzido no compasso 6, por todo o grupo, com as

colcheias sempre curtas. A partir do compasso 10, com a mudança do ritmo, a tuba

acentua a segunda nota do compasso, permanecendo assim até o final da peça (Figura

65).

Figura 65

O primeiro tema, escrito em terças, é exposto pelos trompetes com

semelhante interpretação (Figura 66).

Figura 66

Page 67: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

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Page 68: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

58

3.2.5. Nadja

O quarto movimento da suíte é um aboio64 dedicado à sua nora Nadja.

Estruturalmente segue o esquema abaixo:

A introdução traz as colcheias de parte fraca de tempo com um ligeiro

reforço. No compasso 3, a penúltima colcheia - nota dó - apresenta-se sensivelmente

mais curta destacando o reforço na nota seguinte (Figura 69).

64 Definição extraído do site: http://www.brasilfolclore.hpg.com.br/ em 10/08/2001: Sua origem é um mistério, alguns pesquisadores encontram semelhanças nas musicas dos antigos gregos, na origem oriental tendo como semelhanças com cantos melopaicos na África mulçumana na Costa do Marfim. É canto solo, cantado livremente, essencialmente homófono, praticado pelo vaqueiro do Norte e do Nordeste. São geralmente cantos silábicos, sem letras, embora algumas vezes cheguem a formar uma quadra, que termina com o canto de uma sílaba, longo e melancólico. As melodias do aboio-de-gado são lentas e improvisadas, livres de uma medida rítmica determinada. O canto é entoado numa linha melódica também livre, conforme a fantasia do vaqueiro. O aboio não é considerado como um divertimento e sim como uma coisa séria, velhíssima, respeitada. O aboio é utilizado pelos vaqueiros para guiar o gado para determinado local, em estradas, durante comitivas de gado muito comuns ainda no inicio do Século XX, nos campos para atrair a atenção ode animais que se encontram escondidos.

Seção Compassos

Introdução 1 – 4

A 5 – 12

B 13 – 20

A’ 21 - 28

Transição 29 -33

Coda 34 - 42

Page 69: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

59

Figura 69

A seção A – compassos 5 ao 12 - é a exposição do tema pelo trompete 1

com reforço em todas as notas de parte fraca de tempo. O restante do grupo executa

notas longas conduzindo a harmonia (Figura 70).

Figura 70

Na seção B – compassos 13 ao 20 - o tema é exposto em forma coral

contrastando com a seção anterior (Figura 71).

Figura 71

Page 70: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

60

Na transição, mantendo o mesmo caráter das cadências dos movimentos

anteriores, o arpejo predomina. As mínimas pontuadas, sempre com decrescendo,

possibilitam liberdade de execução ao trompete 1, que mantendo o caráter da melodia,

executa a cadência com as notas ligadas (Figura 72).

Figura 72

3.2.6. Meyse

Mais um movimento dedicado a uma filha. Meyse é um frevo que

finaliza a suíte. A estrutura da peça define-se conforme esquema abaixo:

A peça é escrita em um bloco sonoro compacto, lembrando as bandas de

frevo que circulam pelas ruas do Recife, onde vários instrumentos de sopro e percussão

tocam sempre juntos e sem amplificação obrigando os músicos a permanecerem

tocando ao mesmo tempo.

Seção Compassos

A 1 – 18

B 19 - 38

Page 71: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

61

Ambos os temas tem uma melodia principal e uma melodia secundária -

perguntas e respostas. Encontramos a melodia em agrupada em dois instrumentos,

excetuando a tuba, que desde o início é a responsável pelo baixo (Figura 73).

Figura 7365

Em nenhum momento a dinâmica e andamento sofrem mudanças.

O primeiro tema, seção A – compassos 1 ao 18 - em f, apresenta as notas

de maior duração, quando não ligadas, sempre encurtadas num sentido mais percussivo

que melódico. As notas ligadas sempre são acentuadas.

O segundo tema, seção B, é apresentado pelo trompete 2 e trompa com

notas ligadas e dinâmica mf nos primeiros compassos – 19 a 29. O restante da melodia

permanece com as mesmas características interpretativas referentes ao primeiro tema

(Figura 74).

65 A melodia principal começa com os dois trompetes. Nos compassos 4 e 5 trompa e trombone executam a melodia na ausência dos trompetes.

Page 72: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

62

Figura 74

A volta ao início, sem repetição, conduz a peça ao final do

movimento e da suíte. No último compasso a colcheia é curta e a semínima em

dinâmica ff.

Page 73: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

63

3.3. Concertino para trompete

3.3.1. Considerações Gerais

Esta obra foi escrita originalmente para trompete e piano para o recital de

formatura do Doutorado do Professor Nailson Simões na Catholic University, em

Washigton – EUA, e dedicada a Charles Schlueter66.

A adaptação para quinteto foi realizada pelo próprio Maestro DUDA. É a

primeira peça, de todas as analisadas até o momento, que possui uma estrutura maior,

com vários temas no primeiro movimento. A parte solo apresenta considerável grau de

dificuldade, com momentos de lirismo contrastando com passagens virtuosísticas. Cabe

aqui mencionar a presença de Marcos Carneiro da Silva como trompete 2 na gravação.

O Maestro Duda considera o movimento lento desta peça como sua melhor obra.

3.3.2. Primeiro Movimento

Este primeiro movimento pode ser entendido como uma fantasia. Cada

uma das seções, conforme esquema abaixo, é melodicamente independente da anterior

ou da próxima. O caráter nordestino, de raiz, firma-se aqui como uma marca da obra do

Maestro DUDA através do maracatu e do frevo.

66 Ver Considerações Históricas.

Page 74: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

64

Formalmente temos:

A introdução consiste em uma pequena cadência para o trompete 1. A

primeira nota, um dó semicolcheia, é impulsionado à próxima nota reforçando seu

caráter anacrústico. Assim acontece também nas últimas colcheias das tercinas neste

mesmo compasso. No compasso 2, as semicolcheias em anacruse do sol sustenido,

também são reforçadas. Este mesmo sol sustenido é levemente encurtado e a última nota

do compasso é apoiada como anacruse do compasso 3 (Figura 75).

Figura 75

Na seção A – compassos 4 ao 19 - predominam as semicolcheias em

andamento rápido e sempre ligadas. Após cada grupo de semicolcheias, executadas pelo

trompete solo ou pelos trompetes 1 e 2, as semibreves são decrescidas. As últimas

Seção Compassos

Introdução 1 – 3

A 4 – 19

Transição 20 - 25

B 26 - 40

C 41 - 73

Coda 74 - 83

Page 75: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

65

semicolcheias do compasso 14 (Figura 76), assim como as últimas semínimas do

compasso 10 (Figura 77) e 18 (Figura 78) são impulsionadas em um sentido

anacrústico.

Figura 76

Figura 77

Figura 78

A transição – compassos 20 ao 25 - é um maracatu67. Os instrumentos

graves, representando os tambores, em f, marcam o ritmo da dança. A partir do

compasso 20, a instrumentação torna-se mais densa, com a inclusão progressiva de

todos os instrumentos do grupo. O motivo merece considerações: as três primeiras notas

são executadas por todo o grupo, em uma duração intermediária entre o destacado e o

67 Extraído do site: http://www.maria-brazil.org/maracatu.htm em 30/12/2001 :

Maracatu é o carnaval de grupo de Pernambuco, no nordeste do Brasil. Os grupos são denominados “nações”, por exemplo: Nação do Leão Coroado, significando um grande grupo homogêneo. Maracatu de O é composto de uma pequena percussão com diversos tipos de instrumentos: agogô e chocalhos. Mulheres dançam e homens cantam. Eles desfilam ao ritmo dos tambores, vestidos com belas roupas decoradas. O solista canta uma canção e o coro de mulheres respondem com o refrão. O porta standarte é seguido pelo rei e pela rainha do maracatu. Os homens carregam sombrinhas decoradas com franjas simbolizando o sol. Como frente de na de mulheres grupo de dançarinos carregam um boneco chamado calunga. Este boneco é supostamente um feiticeiro.

Page 76: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

66

valor integral. A mesma colcheia, quando entre duas semicolcheias, tem seu valor é

reduzido (Figura 79).

Figura 79

A seção B - compassos 26 ao 40 - contrasta em caráter com a seção

anterior. As notas mais curtas em um grande bloco compacto de som cede lugar a uma

canção apresentada pelo trompete solo e acompanhada pelos demais instrumentos. A

trompa permanece em estilo “baixo d’Alberti” por toda a seção.

Podemos dividi-la em duas partes: solo acompanhado – compassos 26

ao 33 (Figura 80) e acompanhamento solando – compassos 34 ao 37 (Figura 81). Os

compassos 38 ao 40 conduzem à nova seção.

Figura 80

Page 77: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

67

Figura 81

Nos intervalos, inclusive na trompa, as notas mais graves são apoiadas

numa clara intenção anacrústica contribuindo para a expressividade da melodia. As duas

frases, independente da instrumentação, formam um grande legato.

O frevo, seção C, a partir do compasso 41, acelera até o compasso 44

onde encontramos o andamento definitivo. As escalas apresentadas pelos trompetes 1 e

2 são executadas em duplo destacado68 (Figura 82). As colcheias do compasso são todas

encurtadas.

Figura 82

O trompete solo apresenta todo o tema do frevo. Toda a articulação

baseia-se em notas ligadas e notas em duplo destacado, conforme grafado. No motivo

duas semicolcheias-colcheia ligadas, no compasso 49, a última nota é encurtada. O

mesmo acontece no motivo semicolcheia-colcheia-semicolcheia, onde a nota de maior

68 Articulação que pronuncia o grupo de notas em uma seqüência de dha-gha-dha-gha. Segundo Arban (1982), “Este tipo de efeito destacado é extremamente importante para tocar-se escalas e arpejos em ritmo duplo.”

Page 78: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

68

duração é sempre encurtada – compasso 58 (Figura 83). Neste ponto, todo o grupo

executa esta última nota com mesma concepção interpretativa (Figura 84).

Figura 83

Figura 84

A seção final, a coda do movimento, traz uma seqüência de escalas onde

o trompete solo executa todos os grupos de semicolcheias numa alternância de duas

ligadas e duas notas articuladas em duplo destacado. No compasso 81, a nota de maior

duração é encurtada. (Figura 85).

Page 79: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

69

Figura 85

3.3.3. Segundo Movimento

Em forma de canção, este segundo movimento explora as nuances

expressivas do trompete solo e do quinteto. A dinâmica sonora percorre do mf ao ff.

A estrutura do movimento fica assim definida:

A introdução apresenta escalas nos trompetes 1 e 2. Estas sofrem um

ligeiro aumento de intensidade à medida que as notas caminham para o grave (Figura

86).

69 Os inícios o os finais das seções coincidem: os últimos compassos da seção A – compassos 35 e 36, coincidem com os dois primeiros de A’ – compassos 35 e 36. Consideramos como seção a melodia completa sem preparação.

Seção69 Compassos

Introdução 1 – 4

A 5 – 20

B 21 – 35

A’ 35 - 50

B 51 – 64

Coda 65 - 68

Page 80: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

70

Figura 86

A seção A – compassos 5 ao 20 - aparece como uma melodia

acompanhada, onde todos os instrumentos atuam em função do solista. O tema é

apresentado com reforços nas notas graves decrescendo nas notas mais agudas e

crescendo nas escalas descendentes. Nos compassos 6, 8, 9 e 10, o motivo começa na

segunda colcheia. A primeira colcheia é um prolongamento do compasso anterior

(Figura 87).

Figura 87

No acompanhamento, a trompa reforça as notas mais graves (Figura 88).

Figura 88

Page 81: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

71

No último compasso da seção, a tuba apresenta um crescendo na escala

descendente e um decrescendo na última nota (Figura 89).

Figura 89

Na seção B – compassos 21 ao 35 - encontramos o andamento acelerado

definido pela própria expressão poco affretando. A mudança de caráter pode ser notada

no acompanhamento, agora rítmico, pela presença de pausas e notas repetidas em

destacado. Uma intervenção melódica ocorre no compasso 27, onde o trompete solo

finaliza a primeira parte da frase. Este fragmento é exposto em uma dinâmica mf com

decrescendo no final (Figura 90).

Figura 90

Page 82: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

72

Na reexposição A’ – compassos 35 ao 50 - encontramos o tema da seção

A orquestrado para todo o grupo com dinâmica f e com apoios e reforços conforme

analisado anteriormente (Figura 91).

Figura 91

A coda do movimento – compassos 65 ao 68 - traz grupos de duas

colcheias onde a segunda sempre é encurtada. A nota final é executada com menor

intensidade sonora em relação à nota anterior (Figura 92).

Figura 92

Page 83: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

73

3.3.4. Terceiro Movimento

Este terceiro movimento é um exercício de virtuosidade, baseado em

escalas em andamento muito rápido. Estruturalmente segue o quadro abaixo:

Não faz sentido analisar separadamente as seções. Ambas se

assemelham tanto na construção melódica e harmônica quanto na concepção

interpretativa.

A introdução apresenta o elemento melódico de toda a peça: escalas em

semicolcheias. Os trompetes 1 e 2 executam as escalas ligadas com um crescendo à

medida que as notas tornam-se graves. A escala em fusas do trompete 1 sofre um

decrescendo e a colcheia do segundo tempo é executada em destacado. O

acompanhamento em notas curtas mantém-se por toda a peça (Figura 93).

Seção Compassos

Introdução 1 – 4

A 5 – 25

B 26 - 35

Coda 37 - 53

Page 84: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

74

Figura 93

Toda a melodia está acompanhada de ligaduras. As notas mais graves são

reforçadas num sentido anacrústico - grafado com sinais de ( - ) (Figura 94). A dinâmica

é inversamente proporcional à direção das escalas: quando a escala é descendente, o

volume aumenta; quando ascendente, o volume diminui (Figura 95).

Figura 94

Figura 95

Page 85: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

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Page 86: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

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76

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Page 87: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

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mento rápido

os 46 ao 107

so 51. Uma

(Figura 100)

mento inter

e 65. A col

3 - é constru

mesmos mo

mpetes no c

o, semicolch

7 - a trompa

a pequena in

).

rpretativo d

lcheia mais

uída como u

otivos, com

compasso 4

heias reforç

a apresenta

ntrodução à

digno de no

grave, após

um grande b

uma exceç

43. O carát

çadas e colc

o tema prin

à seção pod

ota: o motiv

s notas de m

77

bloco

ção na

ter da

cheias

ncipal

de ser

vo no

menor

Page 88: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

acent

trom

trom

F

O

tuada, lemb

F

A

mpetes e um

mpa retoma a

F

Figura 101

O acompan

brando um b

Figura 102

A partir do

m contrapon

a segunda p

Figura 103

nhamento é

bolero tradic

o compasso

nto em unís

arte do tem

é apresenta

cional (Figu

o 67, o te

ssono de tro

ma (Figura 10

ado em co

ura 102).

ema é apr

ompa e trom

03).

olcheias cu

resentado e

mbone. No

urtas e sín

em oitava

o compasso

78

ncope

pelos

75 a

Page 89: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

o inc

trom

execu

104)

escal

duas

com

70 O fparte.

A

cremento de

mpetes e trom

uta o mesm

.

F

N

las sempre

semicolche

acentos (Fi

F

frevo complet Este frevo se

A partir dest

e instrumen

mbone e no

mo ritmo em

Figura 104

Na seção C

ligadas e d

eias encurta

igura 105).

Figura 105

o possui uma

erá desenvolvi

te ponto, um

ntos que ex

o compasso

m dinâmica f

– compasso

duas diferen

ada, e a segu

forma AB, e

ido na forma A

m aumento

xecutam o t

88 em dia

f, refletindo

os 108 ao 1

ntes articula

unda, a resp

neste caso, enAB como Júni

da densidad

ema a parti

nte, até o c

o o ponto c

25 - temos

ações: a prim

posta de trom

ncontra-se incior na suíte Te

de sonora é

ir do comp

compasso 9

culminante d

um frevo in

meira com

mbone e tub

completo por emas Nordesti

conseguido

asso 83, co

1. Todo o g

da seção (F

ncompleto70

a colcheia

ba em sínco

possuir apenainos.

79

o com

om os

grupo

Figura

0 com

entre

opes e

as uma

Page 90: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

por u

uma

comp

Os ú

encu

(Figu

71 Ent

A

um breve co

região ext

passos muit

F

3.5 A

A

ltimos comp

D

urtadas (Fig

ura 108).

F

trada sucessiv

A coda da p

oral em f –

tremamente

to apoiadas

Figura 106

5. Marquinh

A peça é est

Ambas as se

passos, na r

Do ponto de

ura 107), e

Figura 107

a de vozes em

peça começ

– compassos

e aguda do

(Figura 106

hos no frevo

truturalment

eções apres

repetição da

e vista interp

exceto quan

m um bloco de

Seç

A

B

a – compas

s 129 ao 13

o instrumen

6).

o

te bitemátic

entam um t

a frase, difer

pretativo, a

ndo ligadas

e acordes (n. d

ção Compa

A 1 – 1

B 15 – 3

sso 125 - co

33 - que fin

nto com a

ca, conform

tema de oit

rem para co

as notas de m

à mesma n

do a.).

assos

14

35

om uma pir

naliza com o

s colcheias

me a tabela ab

to compasso

oncluir a seç

maior duraç

nota no com

râmide71 se

o trompete

s iniciais d

abaixo:

os que se re

ção.

ção estão se

mpasso seg

80

guida

1 em

destes

epete.

empre

guinte

Page 91: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

inclu

glissa

e resp

F

N

usive a percu

F

ando (Figur

F

A

pondido pe

Figura 108

Nota-se acen

ussão (Figu

Figura 109

No compas

ra 110).

Figura 110

A seção B –

los trompet

ntos nas no

ura 109).

sso 14, segu

– compassos

tes (Figura 1

otas em co

undo tempo

s 15 ao 35 -

111).

ontratempo

o, a nota é a

- é um diálo

em todos o

antecipada

ogo propost

os instrume

por um peq

to pelo trom

81

entos,

queno

mbone

Page 92: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

acent

trom

inclu

“bati

F

N

tos conform

mpetes aprese

F

O

usive a perc

ida” do frev

F

Figura 111

Nesta segun

me a figur

entam escal

Figura 112

Os acentos

cussão (Figu

vo, mas acen

Figura 113

ndo seção,

ra abaixo (

las sempre l

na interve

ura 113), e

ntuando em

“diálogo”,

(Figura 112

ligadas.

nção de to

e cabe ressa

m conformida

o trombon

2). Contrar

odo grupo

altar a percu

ade com o g

ne executa

riando esta

são execut

ussão semp

grupo.

a melodia

a proposiçã

tados por t

pre executan

82

com

o, os

todos,

ndo a

Page 93: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

do p

origi

dinâm

princ

o gru

instru

da pe

N

próprio inst

inal. Não tr

mica ff para

3.6

3

A

cipal no iníc

upo. A seçã

umentos. U

eça, assim d

Na repetição

trumentista,

ranscrevere

a todo o gru

6. Coletânea

.6.1 Os Mo

A primeira p

cio da seção

ão B – com

Uma pequena

definida:

o, antes do f

, pois não

emos o sol

upo.

a 93

onges de St.

peça da col

o A – comp

mpassos 21

a introdução

Seç

Introd

A

B

Co

final, o trom

se encont

o. A coda

Thomas

letânea é um

passos 5 ao

ao 38 - traz

o e uma cod

ção Com

dução 1

A 5

B 21

da 40

mbone impro

tram referê

final é um

m choro. O

20 - que lo

z novo tem

da também

mpassos

- 4

- 20

- 38

- 44

ovisa uma m

ências ao f

m acorde d

trombone a

ogo após é r

ma apresenta

curta comp

melodia. Cr

fato na par

de resoluçã

apresenta o

repetido por

ado por tod

letam a estr

83

riação

rtitura

o em

tema

r todo

dos os

rutura

Page 94: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

prim

no se

seção

ligad

pelo

(Figu

A

meiro é a col

eu valor (F

o (Figura 11

F

F

N

duras nas se

trombone

ura 117).

A Introduçã

lcheia após

igura 114).

15).

Figura 114

Figura 115

Na seção A

emicolcheia

são acomp

ão – compa

a semicolch

O segundo

A – compas

s na parte f

panhados po

assos 1 ao 4

heia, em sín

o ponto é o

ssos 5 ao 20

fraca de tem

or todos os

4 - traz doi

ncope e liga

o decrescend

0 - o tromb

mpo (Figura

s instrumen

is pontos d

adas. A colc

do nas míni

bone aprese

116). Os ac

ntos, com e

ignos de no

cheia é encu

imas no fin

enta o tema

centos prop

exceção da

84

ota: o

urtada

nal da

a com

postos

a tuba

Page 95: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

articu

melo

o gru

notas

119)

F

F

O

ulação, acen

odia em nota

F

A

upo com di

s de maior v

.

Figura 116

Figura 117

O tema é r

ntuação e d

as ligadas.

Figura 118

A seção B –

inâmicas, a

valor encurt

repetido pe

dinâmicas (

– compasso

rticulações

tadas e nota

elos trompe

Figura 118

os 21 ao 38

e acentos i

as de menor

etes, trompa

). A trompa

- traz novo

idênticos em

r valor refor

a e trombo

a encerra a

o tema apres

m todas as

rçadas sono

one com m

seção com

sentado por

vozes e co

oramente (F

85

mesma

m uma

r todo

om as

Figura

Page 96: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

citad

acent

semi

F

A

dos anterior

tos pontuad

colcheias a

F

Figura 119

A coda – c

rmente, em

dos e as m

s notas são

Figura 120

ompassos 4

todos os

mínimas em

executadas

40 ao 44 - a

instrumento

m decrescen

cada uma m

apresenta o

os. A sínco

ndo. No com

mais curta q

s elementos

ope – comp

mpasso fin

que a anterio

s interpreta

passo 40 -

nal, no grup

or (Figura 1

86

ativos,

com

po de

120).

Page 97: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

em c

um te

peça

desta

A em

articu

3

E

N

compasso te

ema escrito

O

. Na introd

acam-se do

F

O

m uma gran

ulação difer

.6.2. Sauda

Estruturalm

Na seção A

ernário e din

o em bloco,

O aspecto d

dução – com

restante do

Figura 121

O tema prin

nde ligadur

renciam as f

ade

mente, a peça

A – compass

nâmica mf.

compasso q

de liberdad

mpassos 1

grupo (Figu

ncipal da pe

ra. Pequena

frases (Figu

Seç

Introd

A

B

C

Co

a pode ser a

sos 6 ao 36

Em oposiçã

quaternário

de melódica

ao 5 - os

ura 121).

ça é apresen

as variações

uras 124 e 1

ção Com

dução 1

A 6

B 37

C 46

da 55

assim defini

- encontram

ão, B – com

e dinâmica

a e rítmica

instrumento

ntado pelo

s melódicas

25).

mpassos

- 5

- 36

- 45

- 53

- 58

ida:

mos melodi

mpassos 37 a

f.

pode ser no

os que exe

trompete 1

s (Figuras 1

ia acompan

ao 45 - apre

otado em to

ecutam colc

em toda a

122 e 123)

87

nhada,

esenta

oda a

cheias

seção

e de

Page 98: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

distin

interp

seme

F

F

F

F

A

nto do ante

pretada com

elhantes (Fig

Figura 122

Figura 123

Figura 124

Figura 125

A seção B

erior. O term

mo . Tod

gura 126).

– compass

mo “swing

do o grupo

sos 37 ao 4

” denota a

interpreta

45 - aprese

flexibilidad

o trecho co

enta um ele

de rítmica -

om articulaç

emento mel

- a figura

ções e dinâm

88

ódico

é

micas

Page 99: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

c

63 - u

revis

expli

F

3

C

com um úni

E

O

uma seção d

Os

são original

A

icitada pelo

Figura 126

.6.3. Thaís

Como já cita

ico tema.

Estruturalme

tema é expo

dedicado ao

s flugelhorn

optamos po

A liberdade

o uso de or

ado, é refer

ente definid

osto na seçã

os solos de t

ns foram in

or preservar

interpretati

rnamentos

Seç

Introd

A

B

Co

rência à sua

da como:

ão A - comp

trompete 1

ndicados e u

r a indicação

iva é a mai

e mudança

ção Com

dução 1

A 6

B 32

da 65

a neta Thaís

passos 6 ao

e trompa.

utilizados n

o original.

is important

as de ritmo

mpassos

- 5

- 31

- 63

- 69

s. A obra é

31 - e B – c

na maior pa

te caracterí

nos solos,

uma bossa-

compassos

arte da peç

stica desta

que podem

89

-nova

32 ao

a. Na

peça,

m ser

Page 100: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

obser

grafa

falta

instru

origi

do s

interp

refor

instru

carát

enco

rvadas no t

adas pelo co

de precisã

umentos ob

inal (Figura

F

F

Na

soli execut

pretativas

rçadas, deix

umentação:

ter: pela prio

As

ntram-se ap

trompete 1

ompositor m

ão nas mes

bedecem às

128).

Figura 127

Figura 128

a seção A –

tam as lig

encontrada

xam de ter

com o us

orização da

s caracterís

penas no tre

e na trom

mais como

smas (Figu

mesmas ar

– compasso

gaduras e

as nas rev

valor nesta

o dos fluge

a melodia pe

sticas citada

echo onde o

mpa principa

uma forma

ura 127). A

rticulações e

s 6 ao 31 -

acentos de

isões anter

peça. Os f

elhorns, ins

ela bossa-no

as – dimin

s trompetes

almente na

a de sugestã

A unidade

e dinâmicas

todos os in

e forma id

riores, com

fatores que

strumentos

ova.

nuição de v

s são utilizad

seção B. A

ão que uma

acontece q

s não impre

nstrumentos

dêntica. As

mo notas e

contribuem

de som do

valores den

dos (Figura

As ligadura

ordem dev

quando todo

essas na par

s que partic

s caracterí

encurtadas

m para isto

oce e suave

notas e refo

a 129).

90

as são

vido à

os os

rtitura

cipam

sticas

e/ou

são a

e; e o

orços,

Page 101: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

t

o

t

d

comp

(Figu

ligad

72 Umtrecho

Fig

3

U

traz três pla

o diálogo;

trompetes e

diretamente

D

M

passos 1 ao

ura 130); o

dos (Figura

ma exceção poo.

gura 129

.6.4. Phillip

Um frevo co

anos sonoro

no segundo

e no terce

e ligada à pe

Definimos a

uitos são o

o 17 - é exe

mesmo não

131).

ode ser notad

ppe no frevo

ompleto, co

os: no prime

o a trompa

iro plano

ercussão.

ssim a estru

os detalhes

ecutada com

o acontece e

da no segundo

Seç

A

B

o

m dois tem

eiro os trom

e o trombo

a tuba e p

utura da peç

dignos de

m todas as n

em B – com

o tempo do c

ção Compa

A 1 – 1

B 18 - 3

mas claros e

mpetes semp

one, també

percussão.

ça:

consideraçõ

notas separ

mpassos 18

ompasso 4, o

assos

17

36

distintos. A

pre atuando

m juntos, r

A tuba é

ões: a prim

radas72, ou s

ao 36 - que

o que não inv

A instrumen

juntos prop

respondend

o baixo e

meira seção,

seja, não lig

e possui mo

valida concepç

91

ntação

pondo

o aos

e está

, A –

gadas

otivos

ção do

Page 102: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

desta

anter

nas s

se en

i

Fig

Fig

O

acado pelos

O

riormente: o

semicolchei

ncontra acen

Fig

N

interpretativ

Fig

gura 130

gura 131

segundo e

trompetes.

motivo ab

o motivo s

ias e uma re

ntuada – com

gura 132

Na seção B,

va acima pe

gura 133

e terceiro

baixo (Figu

semicolchei

edução do v

mpasso 7.

apesar dos

ermanece.

compassos

ura 132), t

a-colcheia-

valor na col

s motivos em

da peça

traz elemen

semicolche

lcheia. A se

m ligaduras

são execut

ntos interpr

ia com um

emínima em

s (Figura 13

tados em d

retativos ci

m reforço so

m síncope se

33), a conce

92

duplo

itados

onoro

empre

epção

Page 103: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

form

trom

Toda

(Figu

semi

interv

explí

73 Tra

3.7

O Capibargrande traterceiro m

A

mal fica assim

N

mpete 1 respe

as as entrada

ura 134) per

colcheia de

valo de séti

ícito e encon

anscrição do E

7. Serenata

ribe é o rioabalho sinfô

movimento fo

A obra é co

m definida:

Na introduçã

ectivamente

as em semib

rmitindo qu

este é reforç

ima. Para m

ntra-se em t

Encarte do CD

no Capibar

o que cercaônico, evocaoi arranjado

onstruída c

Seçã

Introdu

A

B

A’

Coda

ão, o motiv

e acompanh

breves são a

ue o motivo

çada sonora

marcar este a

todas as rep

D “Brassil play

ribe

a a cidade dando e desco para quin

omo uma m

ão C

ução

a

vo gerador é

hando a prog

acentuadas

gerador fiq

mente, com

apoio a nota

petições do r

ys Brazil” esc

do Recife. Acrevendo o cteto de meta

melodia ac

Compassos

1 - 5

6 - 24

25 - 33

34 – 39

41 -44

é apresentad

gressão harm

e seguidas

que destacad

mo um impu

a foi grafad

referido mo

crito por Ricar

A peça é pacentro da ciais.73

ompanhada

do pela trom

mônica – co

por um dec

do (Figura

ulso para a n

da com um (

otivo.

rdo Cânzio.

arte de um idade, cujo

a e sua estr

mpa, trompe

ompassos 1

crescendo rá

135). A prim

nota seguint

( ) este ap

93

rutura

te 2 e

ao 3.

ápido,

meira

te em

poio é

Page 104: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

comp

impu

parte

final

ligad

F

F

N

passos 6 ao

ulsionadas p

e da frase –

para visual

dura, menor

F

Figura 134

Figura 135

Na seção A

o 14, e rep

para a nota

– compasso

lmente cham

, foi adicion

Figura 136

A – compa

pete a mes

a seguinte c

s 6 ao 9 -

mar a atenç

nada ao ace

assos 6 ao

sma nos co

com idéia d

é executad

ção para a v

nto ( ).

24 - o tro

ompassos 1

de anacruse

a em uma

valorização

ompete 1 e

15 ao 22 a

e (Figura 1

grande liga

das colchei

expõe o tem

as colcheia

136). A prim

adura. Na e

as, uma seg

94

ma –

s são

meira

edição

gunda

Page 105: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

anacr

indic

rápid

a ree

quint

inten

A

ruses da mí

F

E

cação nos m

F

A

das e acorde

exposição d

teto nos com

F

C

nsidade nas

As semicol

ínima que se

Figura 137

Efetivament

manuscritos t

Figura 138

A seção B

es caracteris

do tema pe

mpassos 29

Figura 139

Característic

mínimas e

cheias do

e segue (Fig

te a marcaçã

traz a indica

– compass

sticamente r

ela trompa

e 30 (Figur

ca marcan

e semibreve

compasso

gura 137).

ão rítmica d

ação de “bo

sos 25 ao 3

rítmicos em

e trombone

ra 139).

nte na int

es. Isto ocor

14 mais u

da percussã

olero rápido

33 - é um

m andamento

e. Nesta se

terpretação

rre por sere

uma vez fu

ão começa n

o” conform

pequeno tr

o mais rápid

eção, a perc

é um d

em estas as

funcionam

no compasso

me a Figura 1

recho de es

do, o que co

cussão refo

decrescendo

s notas de m

95

como

o 7, a

138.

scalas

onduz

orça o

o de

maior

Page 106: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

duraç

livrem

140)

a con

partit

que

grup

frase

semi

anda

ção, notas

mente sem

.

F

A

ncepção da

tura as colc

tal element

o (Figura 14

F

N

eados se m

breves são

amento em u

menores

a pressão d

Figura 140

A reexposiç

valorização

cheias estar

to é encont

41).

Figura 141

Na volta à

mantém con

acentuada

uma semibr

e mais si

da intensida

ão – compa

o da colchei

rão grafada

trado torna

letra A – c

nforme já d

as e decres

eve com fer

ignificativa

ade de som

assos 34 ao

ia como exp

s com as in

-se caracter

compasso 7

descrito. N

cem rapida

rmata, em sf

s melodica

m de uma se

39 - de tro

posta pelo tr

nflexões, po

rística da c

7 - o andam

Na coda, se

amente, term

sfz crescend

amente pod

emibreve su

mpa e trom

rompete. N

ois devido

concepção i

mento, as a

emelhante á

minando se

do com vibra

dem fluir

ustentada (F

mbone, não s

Na edição fin

à constânci

interpretativ

articulações

á introduçã

em alteraçã

ato (Figura

96

mais

Figura

segue

nal da

ia em

va do

e os

ão, as

ão de

142).

Page 107: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

Prof.

5 da

anun

Reci

74 Dec

F

3.8

F

. Nailson Si

manhã, por

P

nciando o c

fe e Olinda

claração conce

75 Segundo Zé Pereira,Azevedo Pasurgiram ouhttp://www.Zé Pereira -origem portzabumbas e

Figura 142

8. Nairam

Frevo comp

imões confi

rtanto, é um

Pelas caract

começo da

.

edida através

http://www.1 conjunto de

aredes, que putros instrumetropicalnet.co- período quetuguesa teria tambores...

posto pelo M

irma74: “Na

m legítimo Z

terísticas é

festa. Uma

de correio ele

23-rio.com/v_e bumbos e tpercorria as rentos, como c

om/arcos/ eme marcou époc

introduzido o

Maestro DU

iram nasce

Zé Pereira75

um frevo d

a excelente

etrônico.

_bras/rjgb-a0itambores lideruas da cidadcuícas, tambo

m 09/09/2001: ca nos carnavo hábito de a

UDA, dedic

u no sábado

.”

de rua: uma

alusão ao

i.htm em 09/0erado pelo sade, animandoorins e pandeEm Recife, navais antigos d

animar a folia

ado ao seu

do de carnav

a fanfarra c

Zé Pereira

09/2001: Em apateiro Joséo o Carnavaleiros75. Ou aia madrugada depois que uma carnavalesc

neto, Naira

val por volt

omo introd

a do carnav

1852 surgiu o Nogueira del. Em seguidanda conformedo Sábado de

m sapateiro deca ao som das

97

am. O

ta das

dução,

val do

o e a e e e s

Page 108: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

segui

exce

refor

rápid

exce

D

A

ida pela tro

ção da tuba

F

N

rçadas sonor

F

E

das e síncop

ção das sín

De forma bi

A introduçã

ompa e tro

a (Figura 14

Figura 143

No compas

ramente por

Figura 144

Em ambas

pes, são exe

ncopes de s

temática, a

Seçã

Introdu

A

B

ão apresenta

mbone. As

3).

sso 6, as se

r todo o gru

as seções

ecutados co

semicolchei

peça aprese

ão Com

ução

9

2

a a fanfarra

s mínimas l

egundas co

upo (Figura

os temas c

om acentos

a-colcheia-

enta duas se

mpassos

1 - 8

9 - 24

5 - 48

a, primeiram

ligadas são

olcheias das

144).

característic

em todas a

semicolchei

eções assim

mente pelos

sempre de

s tercinas,

os dos frev

as notas (Fi

ia, onde as

definidas:

s trompetes

ecrescidas,

são apoiad

vos, em esc

igura 145),

notas men

98

s em

com

das e

calas

com

nores

Page 109: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

são

articu

veze

76 Enc

reforçadas

uladas em d

F

F

3.9

Foi escrittrompista grande amfoi escritaapós a sua

A

s, com uma

carte do CD B

e as maio

duplo destac

Figura 145

Figura 146

9. Tema par

ta em homde Pernam

migo de DUa imediatama morte.76

A obra resu

a pequena in

BRASSIL Plays

ores são en

cado. A din

ra um tromp

menagem a mbuco que mUDA, que o mente após a

ume-se a u

ntrodução e

s Brazil. Escri

ncurtadas (

âmica em to

petista

Onildo Fmorreu comchamava dea sua morte

uma frase d

uma coda p

ito por Ricard

(Figura 146

oda a peça t

Farias, um m quarenta e

e Chet Bakee e executa

de dezessei

pequena.

do Cânzio.

6). Todas

tende ao f.

grande troe dois anos.er do Nordeda em uma

s compasso

as escalas

ompetista e. Ele foi umeste. A obra

a igreja dias

os repetida

99

são

e m a s

duas

Page 110: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

instru

d’Alb

uma

sono

como

grup

A

A

umentos em

berti, com t

F

F

pequena m

ramente e

o uma anacr

F

O

o cresce e a

A estrutura d

A obra é e

m intensidad

todas as not

Figura 147

Fazendo a

melodia de

a nota em

ruse. Um de

Figura 148

O único mo

acentua as c

define-se po

Seçã

Introdu

A

Cod

executada c

des menore

tas mais gra

ligação entr

muita expr

parte fraca

ecrescendo

omento de d

olcheias (Fi

or:

ão Co

ução

da 2

com a dinâm

es. A tromp

aves do moti

re as repeti

ressividade.

a de tempo

na mínima

dinâmica f e

igura 149).

ompassos

1 - 4

5 - 27

28 - 31

mica do so

pa apresenta

ivo reforçad

ições das fr

As notas m

é impulsio

finaliza o p

e acentos ap

olo em mf

a em toda a

das (Figura

rases, o trom

mais grave

onada para

pequeno solo

parece na co

e o restante

a obra um b

147).

mpete 2 ex

s são refor

a próxima

o (Figura 14

oda, onde to

100

e dos

baixo

xecuta

çadas

nota,

48)

odo o

Page 111: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

grava

acom

77 Enc

F

3.1

3

O inconfuMonette dMonette. E

C

ação. O so

mpanhament

3

Es

carte do CD “

Figura 149

10. Suíte M

.10.1. Cons

undível som dedicada aEle utiliza fo

Cabe destac

olo é expo

to a cargo d

.10.2. Ciran

struturalmen

“Brassileiro” e

Monette

siderações G

das compoao famoso fformas e eve

carmos a p

osto pelo tr

de dois trom

nda

nte definimo

escrito por Ri

Seç

Introd

A

B

A

Co

Gerais

osições de Dfabricante

entos nordes

participação

rompete so

mpetes, trom

os a peça co

cardo Cânzio.

ção Com

dução 1

A 8

B 24

A’ 32

da 49

DUDA aparamericano

stinos.77

do trompe

olo e pelo

mpa, tuba e p

omo:

.

mpassos

- 7

- 23

- 31

- 47

- 50

rece na invo de tromp

etista Charl

trombone

percussão.

entiva Suítepetes David

les Schluet

solo, fican

101

e d

ter na

ndo o

Page 112: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

escal

comp

(Figu

comp

1, tro

terça

divid

notas

meló

em te

A

la simuland

passo 2 co

ura 150). N

passos 5 e 6

ompete 2 e t

F

Fig

O

as, é expost

dido em du

s de maior

ódica com d

empo fraco

introdução

do um gli

om muitas

Notamos um

6 as semínim

trompa (Fig

Figura 150

gura 151

tema da pr

to pelo trom

uas partes: a

valor – co

dinâmica mf

(Figura 153

o, grandiosa

issando. O

tercinas e

m reforço ex

mas são refo

gura 151).

rimeira seç

mpete solo

a primeira,

olcheias e s

f, dentro de

3).

a e em dinâ

tema da

apoio harm

xplícito nas

orçadas em

ão começa

e trombon

em dinâm

emínima -

e uma grand

âmica forte

introdução

mônico do

s duas últim

um sentido

anacrustica

ne solo. O

mica pp e ca

encurtadas

de ligadura

e, começa c

o começa e

restante d

mas notas d

o anacrústic

amente no

acompanha

aráter rítmi

(Figura 15

com reforç

com uma gr

efetivament

dos instrum

da quiáltera

o pelos trom

compasso 8

amento pod

ico, apresen

52); e a seg

o nas semín

102

rande

te no

mentos

. Nos

mpete

8, em

de ser

nta as

gunda

nimas

Page 113: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

comp

(Figu

i

c

Fig

Fig

Um

passo 16 é

ura 154).

Fig

A

interpretativ

colcheia sem

Fig

gura 152

gura 153

m pequeno

apresentad

gura 154

A segunda s

vo digno d

mpre é encu

gura 155

motivo, em

da em dinâ

seção, B –

de nota: n

urtada e a se

m f, separa

âmica mf c

compassos

na célula s

emicolcheia

a a repetiçã

com reforço

24 ao 31 -

semicolchei

a reforçada s

ão do tema

o na segun

- em 2/4, tr

ia-colcheia-

sonorament

que a part

nda semicol

raz um elem

-semicolche

te (Figura 1

103

tir do

lcheia

mento

eia, a

55).

Page 114: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

prim

as no

exata

semi

Ques

respo

78 Con79 Dep

3

Es

A

meiramente p

otas em part

a do que s

breves são

stionado sob

ondeu:

Por duas mesma madiferentes primeira v

Fig

nsideramos copoimento info

.10.3. Balad

struturalmen

primeira se

pelo trompe

te fraca de t

eja esse re

todas decr

bre o porqu

razões: a aneira – o ênfases e n

vez!79

gura 156

omo motivo o ormal concedid

da

nte este mov

eção, A – c

ete solo seg

tempo em to

eforço, visto

rescidas, nã

ue da muda

primeira éagrupamen

nuances; e a

material meló

do ao autor em

Seç

A

B

A

C

vimento pod

ompassos 1

uido pelo tr

oda melodia

o que é m

ão somente

ança entre

é que tentonto de nota

a segunda: e

ódico dos doism 29/10/2002

ção Compa

A 1 - 1

B 17 - 2

A’ 25 - 3

C 36 - 5

de ser repre

1 ao 16 - tra

rombone so

a (Figura 15

modificado e

pelos solis

os motivos

o nunca tocas permite eu nunca le

s primeiros cona UNIRIO.

assos

6

25

36

56

esentado com

az o tema p

olo. O tromp

56). Não tem

em todas o

tas, mas po

, o Prof. C

car algumaliberdade

embro como

ompassos.

mo:

principal ex

pete solo re

mos uma m

os motivos7

or todo o g

Charles Schl

a coisa da para usar

o toquei na

104

xposto

eforça

medida

78. As

grupo.

lueter

Page 115: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

m

p

trom

(Figu

p

O

menor valo

proposição

Fig

No

mbone solo o

ura 158), e d

Fig

O

participa no

Fig

O acompanh

or num sent

da interpret

gura 157

os compass

o grupo tam

diminui a in

gura 158

O trombone

os decrescen

gura 159

hamento ta

tido anacrú

tação do tro

sos 10 e 12

mbém refor

ntensidade s

e é discreto

ndos nas sem

ambém inte

ústico (Figu

ompete solo

, no acomp

rça as notas

sonora ao se

o quanto a

mibreves (F

erpreta com

ura 157), se

e em uma i

panhamento

s executada

e encaminha

ao reforço

Figura 159).

m muita ênf

empre em l

intensidade

o, durante o

as em parte

ar para o ag

das notas

.

fase as not

egato, conf

sonora men

o decrescend

e fraca de t

gudo.

já citadas,

105

as de

forme

nor.

do do

empo

, mas

Page 116: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

notas

clara

comp

ausên

(Figu

Na

s não ligad

amente na se

Fig

A

passo 25 re

ncia do vib

ura 161).

a seção B –

das e a orq

egunda colc

gura 160

partir do co

etornar à c

brato, a orq

– compasso

questração

cheia do com

ompasso 21

oncepção i

questração m

os 17 ao 25

disfarçam

mpasso 17 (

1 o caráter d

nterpretativ

mais transp

5 - a intens

os reforços

(Figura 160

de Big Band

va da prime

parente, e a

sidade sono

s sonoros,

0).

d vai se des

eira seção,

a intensidad

ora, o vibra

como o n

sfazendo pa

notamos a

de sonora m

106

to, as

otado

ara no

aqui a

menor

Page 117: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

agora

trom

outra

– com

Fig

O

a em comp

mpete e o tro

as por todo

mpassos 38

Fig

gura 161

compasso

passo terná

ombone. No

o grupo, ass

e 39 - conf

gura 162

36, seção C

ário, acomp

otamos a dim

sim como, a

forme visto

C – compas

panhamento

minuição do

a ausência d

na figura 16

ssos 36 ao

rítmico e

o valor de a

do decresce

62:

56 - é uma

solo em u

algumas not

endo nas mín

a variação d

uníssono en

as e o refor

nimas pontu

107

de A,

ntre o

rço de

uadas

Page 118: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

108

Em seguida, o retorno à B – compasso 17 - não traz novos elementos

interpretativos. A coda é um grande acorde onde o trompete solista executa um arpejo

terminado com um grande crescendo.

3.10.4. Valsa

Este terceiro movimento da suíte, foi composto originalmente como

Andrezza e foi gravado no Cd Brassil plays Brazil, como peça independente. Nesta

gravação o solo foi interpretado pelo Prof. Nailson Simões, no trompete, e pelo Prof.

Radegundis Feitosa, no euphonium.

A estrutura do movimento pode ser representada pelo quadro abaixo:

Neste movimento, os solistas apresentam toda a melodia. Ao restante do

grupo cabe o acompanhamento e pequenos fragmentos melódicos que preparam a

repetição de uma frase – o motivo no compasso 9 - delimita a melodia entre o trompete

solo e o trombone solo (Figura 163) ou a chegada de uma nova seção – o motivo

melódico no acompanhamento termina a seção A e prepara a seção B (Figura 164).

Seção Compassos

Introdução 1 - 5

A 6 - 24

B 25 - 50

Coda 52 - 56

Page 119: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

em to

O tro

a not

Fig

Fig

N

odas as voz

ompete 1 re

ta final do c

gura 163

gura 164

Na introduçã

zes. Todo o

força a colc

compasso 4

ão – compa

grupo exec

cheia que pr

– o Ré colc

assos 1 ao

cuta em con

recede o sal

cheia (Figur

5 - destaca

njunto os de

lto de interv

ra 165).

amos a inten

ecrescendos

valo do-sol

nsidade son

s no compas

- compasso

109

nora f

sso 3.

o 2 - e

Page 120: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

110

Figura 165

Na seção A – compassos 6 ao 24 - o início da melodia, exposta pelo

trompete solo, mantém o tempo anterior, ou seja, nenhuma intenção de cadenza pôde

ser notada. Muitos são os pontos de reforço nas notas de parte fraca de tempo num

sentido anacrústico. Este reforço torna-se mais efetivo quando a nota precede um salto

de intervalo (Figura 166).

Figura 166

O trombone solo expõe parte do tema com a mesma concepção

interpretativa do trompete solo (Figura 167).

Figura 167

O acompanhamento realizado pelo grupo com intensidade menor em

relação ao solo. Acompanha a ligadura proposta pelos solistas e enfatiza pequenos

Page 121: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

111

motivos melódicos quando o solo está executando notas de grande duração ou pausas

(Figura 168). Após a intervenção, o acompanhamento decresce a intensidade sonora.

Figura 168

Na segunda seção, B – compasso 25 ao 50 - a melodia principal está no

trompete solo com o trombone solo sublinhando o tema.

O trompete solo interpreta este tema como ternário com mínima

pontuada como unidade, ou seja, um só pulso. Podemos concluir isto devido à ênfase

nas cinco últimas colcheias transformando-as numa grande anacruse (Figura 169).

Figura 169

Para o acompanhamento, nesta seção, a concepção interpretativa

permanece a mesma comentada na seção A.

Page 122: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

112

Após as repetições, a coda traz um grande bloco sonoro em dinâmica f.

Os solistas relembram o início do primeiro tema se encaminhado para o fim do

movimento.

3.10.5 Boi-Bumbá

O esquema formal do movimento pode ser assim representado:

A introdução traz um elemento interpretativo digno de nota: os apoios em

notas que antecedem saltos de intervalos (Figura 170).

Figura 170

A seção A – compassos 2 ao 8 - traz o trompete solo apresentando o tema

do Boi-Bumbá, no registro grave do instrumento em andamento lento, quase um

lamento.

80 Consideramos D como uma seção, pois contém a seção B’ e C, literalmente como uma redução de duas seções em uma, assim optamos por não adotar como B’’ ou C’. (n. do a.)

Seção Compassos

Introdução 1

A 2 - 8

B 9 - 26

C 27 - 58

B’ 59 -74

D80 75 - 88

Coda 89 - 97

Page 123: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

113

No compasso 9, o motivo abaixo anuncia uma nova seção (Figura 171).

Neste caso, as notas de maior valor são encurtadas – colcheias, e as notas de menor

valor são reforçadas – semicolcheias. Não notamos nenhum acento.

Figura 171

A parte que cabe à tuba, na maior parte da peça, é executada – as

colcheias, em destacado (Figura 172).

Figura 172

A seção B – compassos 9 ao 26 - é destinada aos improvisos, neste caso

“improvisos” escritos. O trompete solo em semicolcheias ligadas seguido pelo trombone

solo em quiálteras sem ligaduras. O restante do grupo intervém na entre as frases do

trompete solo e delimitando os solos, sempre decrescendo (Figura 173).

Page 124: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

114

Figura 173

O tema da seção B agora está com o quinteto, em B’81, diferentemente

dos solos, o grupo atribui à melodia elementos interpretativos já notados anteriormente

como notas encurtadas e notas reforçadas conforme a figura 174.

Figura 174

A seção D – compassos 75 ao 98 - é um “caos organizado”, com todos as

melodias das seções anteriores apresentadas paralelamente. A polirritmia entre trompete

solo, trombone solo e quinteto, transcreve a percussão do Bumba-meu-Boi, onde os

instrumentos de percussão executam dois – trompete solo, contra três – trombone solo

(Figura 175).

81 Consideramos como B’ pois o tema de B é o tema principal desta seção, porém em outra orquestração.

Page 125: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

115

Figura 175

Na coda – compassos 89 ao 97 - notamos a ausência de elementos

melódicos, a parte da tuba representa percussão – como se todos percussionistas

executassem o mesmo ritmo. Acordes em tercinas e dinâmica ff concluem o movimento

e a peça.

Page 126: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

116

3.11. Fantasia para Trompete e Trombone (Toada82)

A estrutura formal da peça pode ser definida conforme o esquema

abaixo:

Na introdução – compassos 1 ao 8 - em dinâmica f, a melodia é

apresentada pelo trompete solo é logo repetida pelo trombone. As notas de maior valor,

neste caso semibreves, são sempre decrescidas. A intervenção do grupo – compasso 2 -

também em dinâmica f, reforça as semínimas e decresce nas mínimas (Figura 176).

82 MARCONDES (1998) p. 776, toada é: s.f. Segundo Renato Almeida, é “outra forma do romance

lírico brasileiro [...] canção breve, em geral de estrofe e refrão, em quadras. Melancólica e sentimental, o seu assunto, não exclusivo, mas preferencial, é o amor, sobretudo na toada cabocla. Para Oneyda Alvarenga, o gênero existe em quase todo o território nacional e musicalmente não tem o caráter definido e inconfundível da moda caipira. [...} a palavra Toada seja empregada mais no seu sentido genérico corrente na língua (o mesmo de Moda) ou como designação de qualquer canto sem destinação imediata. De qualquer modo parece que a Toada não tem características fixas que irmanem todas as suas manifestações. O que se poderá dizer para defini-la é apenas o seguinte: com raras exceções, seus textos são curtos - amorosos, líricos, cômicos – e fogem á forma romanceada, sendo formalmente de estrofe e refrão.” Musicalmente apresentam características muito variadas, ainda que as do Centro e Sul se irmanem “pela melódica simples, quase sempre em movimento conjunto, por um ar muito igual de melancolia dolente que corre por quase todas elas e pelo processo comum da entonação a duas vozes em terça.” [...] É sempre ligada à forma musical e não à disposição poética. Escrevendo sobre o maracatu recifense, esclarece Guerra-Peixe: “em sentido absolutamente restrito, chama-se ‘toada’ o texto de um cântico, ‘música’, a melodia sobre a qual se apóia a toada. Alargando o conceito, porém ‘toada’ indica o conjunto de ambas as partes, isto é, texto e melodia.

Seção Compassos

Introdução 1 - 8

A 9 - 31

B 32 - 53

C 54 - 87

Coda 88 - 92

Page 127: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

solo

O te

refor

(Figu

notas

inten

solo

83 Nescada c

F

A

apresenta e

ema quando

rço de nota

ura 177).

F

O

s de menor

nção anacrú

no compass

F

ste caso as trêcolcheia em p

Figura 176

A seção A –

este como um

o executado

as ou agru

Figura 177

O acompanh

r valor, nes

ústica (Figur

so 27 (Figur

Figura 178

ês primeiras carte fraca de t

– compassos

ma grande f

o pelo trom

upamento d

hamento, e

ste caso as

ra 178), inte

ra 179) e co

colcheias functempo funcion

s 9 ao 31 -

frase ligada

mpete solo

destas numa

m dinâmica

últimas co

enção esta q

ompasso 30

cionam como na como anacr

traz o prim

a, interromp

traz elem

a intenção

a mp, subli

olcheias, en

que encontr

83 (Figura 1

anacruse da nruse da próxim

eiro dos tem

ida apenas p

mentos interp

explicitam

inha o tem

contram-se

ramos explí

180).

nota Ré, enquma nota.

mas. O trom

para respira

rpretativos

ente anacrú

ma principal

reforçadas

ícita no trom

uanto na Figur

117

mbone

ações.

como

ústica

. As

s com

mpete

ra 181,

Page 128: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

p

N

a

s

m

e

e

p

F

F

N

pelo seu ca

Nos primei

apresentar

segundo pl

mantendo-s

encontram-

F

O

executado c

permitindo

Figura 179

Figura 180

Na seção B

aráter rítmic

iros compa

o caboclinh

lano com

se assim o

se grafados

Figura 181

O tema, em

como grafad

que o elem

– compass

co, ainda o

assos – 32

ho em dois

trompa, tr

caráter rí

conforme a

intervalo de

do na Figur

ento rítmico

sos 32 ao 5

trompete so

ao 42 - o

s planos: o

rombone e

ítmico (Fig

a figura aba

e sexta, com

ra 182 e a se

o esteja pres

53 - contras

olo e o trom

tema não

primeiro c

tuba com

gura 181).

aixo:

meça no com

emibreve qu

sente.

stante com

mbone solo

aparece, c

com os doi

mo uma pe

Os reforço

mpasso 43. U

ue se segue

a seção an

expõem o

cabe ao qui

is trompete

equena resp

os que not

Um orname

em decresc

118

nterior

tema.

inteto

s e o

posta,

tamos

ento é

cendo

Page 129: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

semi

send

respo

trom

acent

F

O

colcheia-co

o a colcheia

F

A

ostas. Na p

mpete solo e

tuadas e as

Figura 182

O último m

olcheia-sem

a encurtada

Figura 183

A seção C –

primeira par

trombone

escalas são

motivo da se

icolcheia, n

(Figura 183

– compassos

rte – comp

solo reforça

ligadas (Fi

eção encon

nos trompete

3).

s 54 ao 87 -

passos 54 a

ada pelos tr

gura 184 e

ntra-se no c

es 1 e 2, co

é um frevo

ao 68 - a m

rompetes no

185).

compasso 5

m as duas p

o completo,

melodia é a

o quinteto.

0. A síncop

primeiras lig

com pergun

apresentada

As síncope

119

pe de

gadas

ntas e

a pelo

es são

Page 130: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

p

d

F

F

N

principal re

de parte fra

Figura 184

Figura 185

Na segunda

spondida a

ca de tempo

parte – co

seguir pelo

o reforçadas

ompassos 7

o trompete s

s (Figura 18

70 ao 87 -

solo e tromb

86)

o grupo pr

bone solo. N

ropõe a me

Notamos as

120

elodia

notas

Page 131: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

comp

trom

finai

F

N

passos 90 e

mpa, permite

s (Figura 18

F

Figura 186

Na coda, re

e 91 - o dec

em que trom

87).

Figura 187

etornamos a

crescendo n

mbone e tu

ao andame

nos instrume

uba destaqu

nto da seç

entos solo e

uem um pe

ão A em d

e trompetes

equeno solo

dinâmica f.

s 1, trompet

o nos comp

121

f. Nos

te 2 e

passos

Page 132: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

de Pe

trom

Inter

anter

tamb

84 Tra

3.1

“ernambuco8

3

E

N

mpetes e n

rpretativame

riormente, a

bém no acom

F

anscrição do en

12.Temas N

“Os Temas 84...”

.12.1. Brun

Este primeir

Na seção A

na seção B

ente, encon

as notas de

mpanhamen

Figura 188

ncarte do CD

Nordestinos

Nordestino

no

ro movimen

Seç

A

B

A – compas

B – comp

ntramos na

e maior valo

nto (Figura

“Brassileiro”

os de DUDA

nto, monotem

ção C

A

B

sos 1 ao 19

passos 20

primeira s

or são encu

188).

” escrito por R

A, buscam o

mático, obe

Compassos

1 - 19

20 - 33

9 - a expos

ao 33 -

eção um c

urtadas, não

Ricardo Cânzi

os gêneros

edece a segu

sição do tem

pelo solo

aráter rítmi

o somente n

io.

musicais típ

uinte estrutu

ma é feita

o do trom

ico. Como

na melodia

122

ípicos

ura:

pelos

mbone.

visto

, mas

Page 133: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

rítmi

execu

r

s

ú

A

ico ocorre n

utadas quas

F

N

realça as no

seguinte e à

última colch

F

A mudança

nos compas

se como um

Figura 189

No solo do

otas de men

à diminuiçã

heia do com

Figura 190

do caráter

ssos 9 e 10,

m legato (Fig

trombone,

nor duração

o do valor d

mpasso com

rítmico par

, com dimin

gura 189).

seção B –

o – semicol

desta. No ac

m decrescend

ra melódico

nuição da d

– compasso

lcheias, atra

companham

do nas mínim

o dentro do

dinâmica pa

s 20 ao 33

avés da liga

mento vale n

mas (Figura

o mesmo m

ara pp e as

3 - a articu

adura à col

notar o acen

a 190).

123

motivo

notas

ulação

lcheia

nto na

Page 134: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

l

p

d

t

c

execu

3

S

O

ligaduras es

para respir

devido ao a

O

trompetes 1

compassos

F

F

D

utam semín

.12.2. Meli

Sua estrutura

Observamos

stão present

ações. A i

alto grau de

Os reforços

1 e 2 - comp

15 ao 30 - é

Figura 191

Figura 192

Durante o s

nimas no seg

ssa

a pode ser r

s dinâmica

tes em todas

indicação d

liberdade in

nas notas

passos 1 ao

é linear, sem

solo da tro

gundo e terc

S

resumida co

sonora mf

s as frases,

de andamen

nterpretativ

de parte

o 14 (Figura

m inflexões

ompa (Figu

ceiro tempo

eção C

A

B

onforme o es

em toda o m

em todo o g

nto não é

a que o grup

fraca de te

a 191). O so

(Figura 192

ura 192), o

os em stacat

Compassos

1 - 14

15 - 30

squema aba

movimento

grupo, interr

precisa, ap

po demonst

empo são e

olo da tromp

2).

s trompete

tto. No com

aixo:

o, assim com

rompidas ap

penas referê

tra.

encontrados

pa, na seção

s e o trom

mpasso 31 re

124

mo as

penas

ência,

s nos

o B –

mbone

etorna

Page 135: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

125

a melodia inicial que encerra o movimento. Cabe ressaltar o solo do trompete 1 a partir

do compasso 9 com jazz swing.

3.12.3. Rafael

Este movimento é o mais curto, em tempo de gravação, da suíte Temas

Nordestinos. O desafio acontece entre a trompa e o trombone, a trompa inicia propondo

o tema – anacruse do compasso 1, que é respondido pelo trombone – compassos 15 ao

22.

A estrutura da peça pode ser assim resumida:

Seção Compassos

A 1 - 21

B 22 - 30

Coda 33 - 40

Encontramos na seção A – compassos 1 ao 21 - os desafios. Na seção B –

compassos 22 ao 30 - encontramos um segundo tema e a coda – compassos 33 ao

40 que finaliza o movimento.

A dinâmica em sua maior parte em mf, não excedendo o f. Mesmo

durante os solos a dinâmica do acompanhamento não diminui, visto que o objetivo

do mesmo é percussivo (Figura 193).

Page 136: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

c

c

s

f

F

T

colcheias da

F

A

compassos

somente o v

figura abaix

F

Figura 193

Trompa e tr

a melodia (F

Figura 194

Ainda na se

7 ao 14 - e

violão perm

xo (Figura 1

Figura 195

rombone, n

Figura 194)

ção A – co

e este poder

manece toca

195).

na exposiçã

).

ompassos 1

ria ser com

ando. Notam

ão do desa

ao 21 - en

mparado à pa

mos crescen

afio, sempre

ncontramos

ausa entre o

ndos e refo

e ligam as

um novo te

os desafios

rços confor

126

duas

ema -

onde

rme a

Page 137: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

t

a

c

s

E

(

85 Segtromp

N

trompa. A f

abaixo (Fig

F

3

P

M

N

com articul

solista, alt

Encontramo

(Figura 198

gundo Maestropete e piano qu

Na seção B

frase toda l

ura 196).

Figura 196

.12.4. Mari

Podemos res

Marilian é um

Na seção A,

lações idênt

ternando a

os as colch

8).

o DUDA em uando do nasc

– 22 ao 30

ligada com

ilian85

sumir estrut

Seçã

A

B

m frevo trad

, o tema é i

ticas (Figur

articulações

heias reduz

sua entrevista

cimento de sua

- a melodi

ornamento

turalmente o

ão Com

A 1

21

dicional, um

inicialmente

ra 197). A p

s em liga

zidas de s

a – em 09/01/a primeira net

a é apresen

s em algum

o moviment

mpassos

- 20

1 - 42

m frevo de s

e apresentad

partir do co

adura com

eu valor e

/2002, a obra ta em 07/1976

ntada pelos

mas notas co

to como sen

salão.

do pelo trom

ompasso 2 o

m articulaçõ

e contratem

foi originalm6.

trompetes e

onforme gr

ndo:

mpetes e tr

o trompete

ões destac

mpos acentu

mente compost

127

e pela

afado

ompa

1 é o

cadas.

uados

ta para

Page 138: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

t

g

c

F

F

N

trompete 2

graves – tr

compasso 1

F

N

– compasso

Figura 197

Figura 198

Nos compas

e a trompa

rombone e

7 e 18 (Fig

Figura 199

Na seção B

os 21 ao 29

ssos 17 ao

apresentam

tuba com

ura 199).

o trompete

- é apresent

20 – uma

m um motiv

m articulaçõ

1 ainda se

tada com m

pequena tr

vo que é res

ões idêntica

destaca com

uitas ligadu

ransição pa

pondido pe

as a que fo

mo solista.

uras e acento

ara a seção

elos instrum

foi proposta

A primeira

os (Figura 2

128

B: o

mentos

a nos

frase

200).

Page 139: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

t

d

d

B

e

F

A

trompete 1,

duplo stacat

F

O

dinâmicas p

B, repete-se

em ff.

F

Figura 200

A segunda p

, trompa e e

tto com as c

Figura 201

O acompanh

propostas p

e uma única

Figura 202

parte da se

eventualmen

colcheias en

hamento, em

elos solista

a vez a seç

eção B – c

nte o tromb

ntre duas se

m ambas as

s dentro de

ção A finali

compassos 3

bone execut

micolcheias

seções perm

e um caráter

zando conf

30 ao 35 -

tam as esca

s encurtada

manece fiel

r rítmico. A

forme abaix

- virtuosísti

alas e arpejo

s (Figura 20

às articulaç

Ao final da

xo na Figura

129

ica: o

os em

01).

ções e

seção

a 202

Page 140: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

f

m

v

Na p

– co

princ

203)

86 Enc

3

“f

filho do Pro

marcha enq

vindas ao ca

A

J

primeira seç

ompassos 1

cipal.

N

, e escalas c

F

carte do CD B

.12.5. Júnio

“frevo de ru

of. Nailson

quanto os i

arnaval.

A estrutura d

Júnior é um

ão os tromp

ao 5. Na

Notamos es

com semico

Figura 203

Brassileiro esc

or

ua tocado p

Simões. Na

integrantes

do movimen

m frevo com

petes propõ

segunda se

scalas ligad

olcheias dest

crito por Ricar

Seção

A

B

pelas band

a gravação,

do BRASS

nto pode ser

mpleto, com

em a melod

eção a trom

das nos trom

tacadas na s

rdo Cânzio.

o Comp

1 -

20

das de meta

a percussão

SIL brincam

r assim defi

perguntas e

dia e a tromp

mpa e o tro

mpetes e tr

seção B (Fig

passos

- 19

- 37

ais86” dedic

o executa u

m com sau

inida:

e respostas

pa e o trom

ombone exp

rompa, na s

gura 204).

cado ao tam

uma marcaç

udações de

em duas se

mbone respon

põem a me

seção A (F

130

mbém

ão de

boas

eções.

ndem

elodia

Figura

Page 141: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

as es

205)

semi

F

A

stejam exec

, seja como

F

F

C

colcheia-co

Figura 204

As síncopes

cutando, sej

síncope de

Figura 205

Figura 206

Como em

olcheia-sem

são sempr

a como res

e todo o grup

toda a

icolcheia, a

e acentuada

sposta do tr

po no final

revisão, e

a colcheia en

as, independ

rombone e d

de cada seç

encontramos

ncurtada (Fi

dente dos i

da tuba na

ção (Figura

s também,

igura 207).

nstrumento

seção A (F

206).

, no elem

131

s que

Figura

mento

Page 142: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

sono

F

A

ro menor, m

Figura 207

A segunda s

mas manten

seção, em r

ndo o mesmo

relação à pr

o caráter em

rimeira, é a

m toda a peç

apresentada

ça.

a em um vo

132

olume

Page 143: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

133

CAPÍTULO IV - PADRÕES MUSICAIS

4.1 Definição

A revisão interpretativa definiu aquilo que o ouvinte mais facilmente

identifica os aspectos da música ou propriedades sonoras, por exemplo: os crescendos,

acentos e alterações de andamento. As partituras foram editadas e agora fornecem

diversas informações musicais para tornar a execução mais fiel ao pensamento musical

do BRASSIL.

Os padrões musicais são os elementos interpretativos comuns à maioria

das obras revisadas. Estes elementos são traduzidos em esquemas gráficos, de nossa

autoria, para uma melhor visualização.

O ouvinte agora é a referência, mas agora estaremos no nível estésico,

tratando de sensações um tanto quanto abstratas, tais como leveza, suavidade, clareza e

outras, cujas definições não possuem um caráter concreto por si mesmas, mas resultam

de comparações, ou seja, algo somente pode ser leve se comparado a algo pesado.

São três as abordagens encontradas após as revisões: a primeira diz

respeito aos planos sonoros estabelecidos pelo grupo. Partindo do princípio que

encontramos poucas, ou nenhuma indicação de dinâmica nas partituras originais,

podemos concluir que todo o processo foi concebido pelo próprio grupo. O segundo diz

respeito ao equilíbrio - necessariamente os agudos não têm que soar mais forte que os

graves - uma prática comum à maioria dos instrumentistas de metal; e a terceira: a

condução da música, não somente a condução da melodia, mas a condução da música

como um todo, um bloco sonoro em movimento.

Page 144: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

134

4.2. Planos sonoros

A música aceita algumas analogias para uma melhor compreensão do

objeto de estudo. Ao falar em planos sonoros utilizaremos o quadro da Mona Lisa

pintado por Leonardo da Vinci. Adotaremos dois planos: o plano A, a imagem da

mulher e o plano B, o fundo do quadro (Figura 208).

Figura 208

A B

No plano A situa-se o objeto principal e deste ponto em diante todo o

“fundo” do quadro tem a função de realçar, de fazer convergir os olhares ao objeto

principal.

Definimos assim uma situação hipotética para a música respeitando a

analogia acima: dividiremos os planos sonoros em: melodia (Plano A) e

acompanhamento87 (Plano B). Ambos se completam e cabe ao acompanhamento

87 A quantidade de planos pode variar conforme a experiência do receptor.

Page 145: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

135

proporcionar uma base firme e consistente para o desenvolvimento da interpretação

musical.

A alternância de instrumentos que apresentam as melodias dentro das

obras do Maestro DUDA faz com que todos sejam solistas e também acompanhadores.

Como o fundo do quadro (Plano B) tem sua importância em fazer convergir à atenção

do observador ao objeto, no BRASSIL o acompanhamento coloca-se nesta posição

seguindo em caráter e estilo a proposta do(s) solista(s). A tarefa de acompanhamento

pode parecer menos importante, o que não é verdade, pois um solo bem sucedido não

aconteceria com um acompanhamento instável, grosseiro e vaidoso que não tem uma

visão ampla da obra, do quadro musical: “Os bons músicos de metal sabem que as

indicações de dinâmicas não têm valor absoluto, senão relativo”.88

Os planos sonoros são paralelos e distintos, e cada plano pode conter um

ou mais instrumentos (Figura 209). O plano 1 deve ser entendido com melodia

principal, o plano 2 como contrapontos eventuais ou pequenos fragmentos melódicos, e

o plano 3 com a base harmônica e rítmica. Os instrumentos podem, ou não, alternar-se

entre os planos bastando para isso apresentar uma melodia principal.

Figura 209

1

2

3

O receptor do evento sonoro percebe os planos ao mesmo tempo (Figura

210), mas em destaque percebe o plano 1 – a melodia principal.

88 PISTON, Walter. (1984) p. 239.

Page 146: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

136

Figura 210

1 2 3

Os gráficos a seguir foram construídos com base no programa Cool Edit,

um editor de áudio, que nos possibilitou o gráfico 2 mostrando as variações de

intensidade sonora no tempo, representando os volumes do evento sonoro percebido

pelo receptor e a partitura revisada do Tema para um Trompetista. 89

A figura 211 compara (1) a partitura e (2) um gráfico do nível da

execução em decibéis. Os compassos foram definidos para melhor compreensão do

processo de análise.

89 A escolha da introdução do “Tema para um Trompetista” foi aleatória, e a partir daí o resultado obtido das análises tornam-se válidos, por indução, para todas as músicas objetos desta pesquisa, ou seja, tornam-se assim regras sobre a concepção interpretativa do BRASSIL. (n. do a.)

Page 147: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

137

Figura 211

Compasso 1 Compasso 2 Compasso 3 Compasso 4

1

2

Podemos estabelecer uma intensidade mínima - área hachurada90, em

toda a seção (Figura 212). A partir desta área hachurada, os picos de intensidade

correspondem aos elementos musicais que são destacados sonoramente, ou seja, passam

ao plano 1 (Figura 209). Comparar com a partitura da figura 211.

Figura 212

Claramente notamos que esses pontos coincidem com as notas da tuba no

primeiro tempo de cada compasso e com as colcheias da trompa em parte fraca de

tempo (Figura 211).

90 A altura desta área determina a intensidade sonora do trecho. Em nosso casso: p.

Page 148: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

138

No compasso 4, a adição de instrumentos incrementa o volume total sem

extrapolar a dinâmica total em mp.

O exemplo comentado pode ser estendido para todas as obras revisadas.

4.3. Equilíbrio

Segundo Nailson Simões91:

Existe um problema acústico inerente ao funcionamento dos instrumentos que se refere à melhor projeção das notas agudas, as quais soam mais que as notas graves. Para equilibrar o som, a fim de neutralizar este problema, principalmente na família dos metais, geralmente devemos dar ênfase às notas mais graves.

Poderíamos ir um pouco mais longe e afirmar que além do problema de

natureza física do instrumento, falsos conceitos sobre respiração, resistência labial e

extensão, fazem com que alguns trompetistas tenham um grande desequilíbrio entre as

regiões graves e agudas. Sobre o assunto Piston escreve:

A produção de notas agudas é questão de tensão labial, que se ajuda com um bocal e calibre do instrumento. Os trompetistas que tocam música de baile com freqüência tocam até o sol, o décimo segundo harmônico, e chegam inclusive mais alto, porém não podem conseguir isto sem sacrificar a qualidade, especificamente nos registros médios e graves. A situação traz reminiscências da execução clarino do século XVIII. Enquanto que o executante do clarino era um especialista no registro agudo (...) Seria incompreensível debilitar este aspecto tão valioso da execução do trompete para conseguir ampliar a extensão acima.92

O trecho acima transcrito é válido para todos os instrumentos de

metal. É tão particular aos instrumentistas de metal que, por exemplo, não encontramos

nos instrumentos de corda um problema de tal ordem.

Vamos examinar dois casos: o primeiro caso envolvendo o equilíbrio na

música do BRASSIL, pode ser notado na introdução do “Tema para um Trompetista”,

91 SIMÕES (2001) p.40. 92 PISTON (1984) Pp. 276.

Page 149: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

139

na parte da trompa. As colcheias mais graves são reforçadas, podendo soar mais que as

colcheias agudas, resultando em um som equilibrado. Caso fossem executadas ambas as

notas com a mesma importância, devido à projeção do instrumento no agudo, a nota

mais grave seria sacrificada (Figura 213).

Figura 213

O segundo caso comentado ocorre no solo do trompete na introdução do

Primeiro movimento do Concertino93. Observemos que as notas que antecedem um

salto de intervalo possuem mais intensidade sonora conforme o gráfico de nível de

dinâmica. A comparação entre a partitura, já revisada e o gráfico proporciona a visão

completa do equilíbrio sonoro (Figura 214). As notas de menor valor e mais graves são

reforçadas sonoramente.

93 Os trechos foram escolhidos aleatoriamente.

Page 150: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

140

Figura 214

4.4. Movimento

Segundo o Dicionário Aurélio Eletrônico o termo movimento é definido

como: “Filos. Processo de mudança ou alteração das relações internas ou externas de

um sistema.94” Este processo de mudança implica em movimento, caso contrário não

haveriam alterações. O movimento acontece em um sistema organizado que

denominamos ritmo. Segundo Lussy: “É o ritmo que imprime à matéria sonora uma

forma determinada e concreta, vale dizer: sua vida e sua energia espiritual.”95 E

segundo Thurmond:

Se o ritmo é dependente do movimento, segue-se que mais movimento, em música, é mais ritmo, e conseqüentemente mais expressão; desde então, “expressão” em música – igualmente em qualquer arte – pode ser definida como qualidade ou impressão de movimento, calor e vida resultando de mudanças rítmicas96.

No gráfico da Figura 215 identificamos os pontos de maior intensidade

sonora (ver Planos Sonoros). Estes reforços acontecem somente nas notas em parte

fraca de tempo, nos contratempos, transformando estas notas em anacruses e

94 Dicionário Aurélio Eletrônico (1999) 95 LUSSY (1955) p. 8. 96 THURMOND (1991) p. 38.

Page 151: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

141

contrariando o sentido tético de cada compasso97. Esta intenção anacrústica move a

música sempre para frente, em uma sensação de movimento.

Figura 215

Compasso 1 Compasso 2 Compasso 3 Compasso 4

1

2

A Teoria do Agrupamento de Notas98 levantou diversas situações de

micro e macro agrupamentos musicais - desde células até frases completas, num resgate

de concepções oriundas dos gregos e abandonadas em nosso tempo. O Prof. Charles

Schlueter é uma entusiasta desta teoria e esta concepção foi trazida e incorporada

através do Prof. Nailson Simões à música do BRASSIL.

Nas revisões, principalmente nos frevos, a célula semicolcheia-colcheia-

semicolcheia, possui a colcheia encurtada. Isto ocorre para realçar a semicolcheia

seguinte, reforçando o sentido de movimento (Figura 216).

97 THURMOND (1991) op.cit. p. 39. A teoria originou-se da curiosidade do autor em saber determinar porque determinados músicos, no palco, apresentavam-se deforma mais cativante e viva do que outros. (n. do a.) 98 THURMOND (1991) op. cit.

Page 152: O Brassil e a Música do Maestro DUDA para Quinteto de Metais

fazem

as in

como

descr

ampl

brasi

99 Luc100 TH

F

4.5

O

m parte de u

nter-relações

o criação ar

A

ritos, num

liando a Te

ileira.

cinha no FrevoHURMOND (

Figura 21699

5 Considera

Os três tópi

um todo. Te

s entre eles

rtística, com

As obras são

verdadeiro

eoria do Ag

o. 1991) op. cit.

9

ações Finais

icos analisa

entar separá

s fazem par

mo obra de a

o concebida

o exemplo

grupamento

s

ados (Plano

á-los seria d

rte de um u

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CONCLUSÃO

A história do BRASSIL é, de certa forma, um reflexo da história da

música brasileira: repleta de dificuldades, mas, ao mesmo tempo com uma determinação

sem limites. Através da música do Maestro Duda o grupo alcançou parte de sua

identidade; suas composições foram sempre um estímulo na construção do pioneiro

trabalho de pesquisa que o grupo desenvolveu no Brasil. O relacionamento DUDA vs

Grupo BRASSIL tornou-se, acima de tudo, uma parceria compositor/intérprete em prol

da música, onde o Maestro DUDA permitiu aos integrantes do grupo uma total

liberdade de criação, do ponto de vista interpretativo, baseado nas notas por ele escritas.

Ao final, pudemos concluir que:

- no Capítulo I – Considerações Históricas – identificamos os momentos

marcantes na trajetória do BRASSIL e as pessoas que influenciaram na concepção

interpretativa do grupo, e neste aspecto, a maior contribuição partiu do Professor

Nailson Simões, sempre empenhado na divulgação da música brasileira, e do Professor

Charles Schlueter, que com sua concepção musical contribuiu para fundamentar

tecnicamente a maneira do grupo interpretar, no período compreendido entre o início do

trabalho em João Pessoa, em 1980, e a gravação do terceiro Cd, em 1996. Ocupamo-nos

em restaurar outras gravações, em K7 e fita de rolo, inclusive o disco gravado na

viagem à França em 1983, fornecendo um amplo material sonoro das diversas fases do

BRASSIL.

- no capítulo II – Metodologia – definimos o aspecto teórico de todo o

processo de revisão, que resultou nas partituras editadas. Aos interessados, esses

capítulos poderão ser utilizados como referencial para outras revisões musicais.

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144

- em Edição e Revisão Interpretativa das obras – capítulo III – o objeto

desta pesquisa foi analisado, do ponto de vista interpretativo. Realizamos uma

transcrição interpretativa, através de sinais musicais, aproximando as partituras do

Maestro DUDA da concepção musical do grupo. Pudemos concluir aqui, que o grupo é

fiel aos princípios estilísticos e filosóficos da Escola de Trompete de Boston, que hoje

está presente em diversas faculdades e orquestras do Brasil.

- nos Padrões Musicais – capítulo IV – buscamos as semelhanças

encontradas nas revisões formando um resumo da concepção interpretativa do grupo.

Definimos como: Planos Sonoros, Equilíbrio e Movimento. Estes três tópicos

analisados fisicamente através de programas de edição de áudio, confirmaram

fisicamente todos os aspectos musicais da interpretação do grupo.

- a obra do Maestro DUDA para quinteto de metais despertou um grande

interesse em diversos grupos. A boa receptividade deve-se, em parte, à riqueza das

composições do Maestro DUDA. Em todos os momentos, o Maestro mostra um

domínio do idiomatismo dos instrumentos.

Durante todo o processo de pesquisa procuramos nos concentrar no lado

prático da mesma. As partituras editadas e revisadas interpretativamente foram

utilizadas em apresentações pelo Art Metal Quinteto, do Rio de Janeiro e foi o maior

exemplo de apoio ao projeto. Entre 2000 e 2002, o quinteto se apresentou em eventos

acadêmicos, promovidos pela UNIRIO onde foram interpretadas as obras que foram

objetos desta pesquisa, uma preciosa colaboração. Também, o Quinteto Metal Capixaba

– Vitória (ES) mostrou-se receptivo à proposta do trabalho, funcionando como um

laboratório em que estivemos testando se a revisão atingiu o objetivo de se aproximar da

concepção interpretativa do BRASSIL.

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O produto final desta pesquisa proporcionou ao Maestro DUDA a

assinatura de um contrato com a Alafia Editora, sediada em Hillsborough County,

Flórida – EUA, para lançamento de suas obras no mercado americano a partir deste ano,

começando pela Suíte Monette.

Finalmente concluímos também que as partituras agora possuem mais

informações musicais tornando-as mais acessíveis e aproximando a obra do maestro

DUDA de todos interessados pela música brasileira: estudantes, profissionais, maestros,

professores ou leigos, que poderão utilizar todo esse material para exemplificar

musicalmente uma forma de interpretar.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Quaratino). Buenos Aires. Ricordi Americana. 3ª edición, 1955, Pp. 215. MAGNANI, Sérgio. Expressão e Comunicação na Linguagem da Música. Belo

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ANEXOS

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ANEXO 1 - Maestro DUDA: Vida e obra

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Segundo MARCONDES101

Maestro DUDA (José Ursicino da Silva). Reg., comp., arranj.., instr. Goiana PE 23/12/1935 —. Começou a estudar música aos oito anos com Alberto Aurélio de Carvalho, regente da Banda Saboeira, de Goiana. Dois anos depois passou a integrar a banda e fez sua primeira composição, o frevo Furacão. Aos 15 anos foi para Recife PE integrar a Jazz Band Acadêmica, sendo também contratado para a Orquestra Paraguari da Rádio Jornal do Comércio. No ano seguinte teve pela primeira vez uma música de sua autoria gravada, o frevo Taradinho, interpretado pela Jazz Band Acadêmica, trazendo do outro lado Cigana mentirosa (Genival Macedo), pela Copacabana. Em 1953, já como arranjador e regente da Orquestra Paraguari, teve seu maracatu Homenagem à Princesa Isabel classificado em segundo lugar no Festival de Música Carnavalesca promovido pela câmara municipal do Recife. No mesmo ano assumiu o departamento de música da TV Jornal do Comércio, fazendo, em 1960 cursos de música sacra e regência na Escola de Artes da Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte musicou para o teatro Um americano no Recife, direção de Graça Melo, além de outras pecas dirigidas por Lúcio Mauro e Wilson Valença. A partir de 1962, passou a integrar a Orquestra Sinfônica do Recife, como oboísta e corne-inglês, e no ano seguinte formou sua própria orquestra de bailes. Em 1967 foi para São Paulo SP, contratado pela TV Bandeirantes, retornando a Recife em 1970. Organizou em 1971 nova orquestra para bailes carnavalescos, com a qual realizou algumas gravações e, no mesmo ano, obteve a classificação máxima do Festival do Frevo realizado pela Rede Tupi, com o frevo de rua Quinho. Sua orquestra foi escolhida várias vezes como a melhor do ano e em 1975 gravou, para a Rozenblit, um álbum com vários frevos, em homenagem ao Diário Pernambucano. Também compôs choros, gravados por Severino Araújo e sua Orquestra, e Osmar Milani e sua Orquestra, além de sambas, gravados por Jamelão. Compôs ainda a série de frevos que denominou Familiar (1970). a Suíte 2001, para quinteto de sopro, a Suíte pernambucana de bolso, a Suíte nordestina para banda e orquestra e O poema sinfônico, para metais, freqüentemente incluídos em repertórios de bandas de todo o país. Recebeu o prêmio de melhor arranjador de música popular brasileira, em 1980, em concurso promovido pela TV Globo, Shell e Associação Brasileira de Produtores de Discos. Suíte Nordestina abriu o concerto oficial da Semana da pátria, no dia 7 de setembro de 1982, transmitido para todos os Estados do Brasil pela TV Educativa, executado pela Orquestra do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, e a Banda Sinfônica do Estado da Guanabara. Em 1985, representou o Brasil com sua orquestra na Feira das Nações, em Miami, Flórida, E.U.À. Na comemoração dos 138 anos do Teatro Santa Isabel, em Recife, em 1988, apresentou sua obra Música para metais nº 2 com a participação do trompetista Charles Schlueter, da Orquestra Sinfônica de Boston (E.U.A.). Durante vários anos consecutivos foi eleito o melhor arranjador de música do Nordeste.

101 MARCONDES (1998) op.cit. Pp. 250-251

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ANEXO 2 - ENTREVISTA COM O Maestro DUDA

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Rio de Janeiro, 09 de janeiro de 2002. Vamos conversar sobre as obras analisadas... Sobre a Suíte BRASSIL... Zinzinho nos States: Minha filha Lucinha estava nos Estados Unidos, ela era casada com o Nailson, eles estavam em Boston por causa do Mestrado dele. Ela ligou e pediu para eu fazer uma música para o “Zinzinho” (apelido pelo qual ela o chamava). Perguntei: Pode ser um choro? Ela disse que sim! Na introdução botei o tema de In the mood, gravado por Glenn Miller e após o chorinho... Gizelle: Minha filha aniversariou hoje! Fiz esta música para o Radegundis, uma valsa moderna... Movimento: Na década de 50, existiam muitas rádios no Recife, as rádios tinham uma orquestra, corpo de artistas para as novelas e etc. O diretor da Rádio Jornal do Comércio, Amarílio de César, me pediu para fazer uma música. Fiz um choro que não tinha nome e quando o diretor olhou a partitura, escolheu o nome: Movimento... Gilmacy: Foi a primeira esposa de meu filho Marquinhos. Essa música foi estreada no casamento de Radegundis, na igreja, foi tocada duas vezes... Lucinha no frevo: Minha filha também. Compus esta música em 1975. Mais tarde fiz o arranjo para quinteto... O nome Suíte BRASSIL foi colocado pelos próprios integrantes do quinteto. Saindo deste primeiro disco, agora no segundo disco temos a Suíte Recife... A Suíte Recife foi feita para piano e trompete, se não me engano foi para uma apresentação que o Nailson veio fazer aqui no Rio de Janeiro. Nessa Suíte Recife, eu fiz uma música para uma filha, foi um baião, depois fiz uma música para minha mulher, uma canção, depois fiz um baiãozinho para outra filha, fiz um aboio para completar a suíte, para uma nora e terminei com um frevo para outra filha. Aí, não tinha colocado nome, para mim era a suíte para as mulheres lá de casa! Quando o Nailson foi tocar ele disse: Eu não vou botar este nome! Ele mudou e quando eu vi era Suíte Recife. Foi tocada no aniversário da OEA, em Washington, quando do aniversário de cem anos da mesma [...] por um quinteto formado por Nailson e Radegundis e outros americanos. Eles tocaram diversas músicas no programa e encerraram com a Suíte Recife, já com o arranjo para quinteto. Isso aí mereceu para mim meia página no Washington Post, a crítica elogiando a qualidade da música, a técnica da orquestração... A apresentação foi no dia 23, o jornal saiu no dia 24 de abril de 1990. [...] Ser elogiado pelo jornal mais famoso do mundo com meia página de elogios!!! É formada por Andréa: uma filha; Mida: que é o apelido carinhoso pelo qual chamamos Dona Cremilda; Dorinha: uma filha, que hoje já é avó; Nadja: uma nora... Para mim, ela continua sendo nora, apesar de terem se separados! Ex-esposa de Nino [...] e Meyse: uma filha que deve estar com trinta ou trinta e um anos... É um frevo de rua? “O frevo da Suíte Recife foi feito para piano e trompete, assim como foi feito Marillian, depois que fiz o arranjo para quinteto.”

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Na seqüência do disco... o Concertino. O Concertino foi Nailson quem pediu. Ele estava fazendo o Doutorado dele e queria uma música. No Mestrado, em Boston, eu tinha feito além do Zinzinho, fiz a fantasia para 5 trompetes sendo três trompetes e dois flugels. Esta fantasia foi feita para o mestrado dele, até trouxe um filme para mim em VHF, na mesa, quem entregou o diploma a ele foi o Miles Davis. Schlueter também tocou nesta primeira audição, da Fantasia para 5 trompetes, na formatura dele (Nailson). No doutorado, em Washington, ele pediu: Faz um concertino para eu tocar em minha formatura! Aí eu fiz o Concertino, e para mim, o segundo movimento é a coisa mais linda do mundo. O que foi pensado em cada movimento? Não pensei em nada não! Fiz o primeiro movimento normal. Depois fiz um movimento lento, que é o segundo. Tem que terminar com um movimento Allegro, que tenha bastante execução. Pensei: Vou terminar com um frevo, pois o frevo é uma música de difícil execução e rápida. Mas então me lembrei que no primeiro movimento eu já tinha colocado um frevo. No primeiro movimento eu botei: Lento, Maracatu e Frevo. O primeiro movimento tem quatro movimentos... É uma Fantasia... “É. Aí pensei: No primeiro movimento já tem frevo e eu não vou tirar porque está bonito! Vou fazer uma polka!” A Música para Metais nº 1? A história da Música para Metais nº 1: Eu estava em São Paulo. O professor Gilberto Gagliardi disse: DUDA, eu tenho um grupo de metais na orquestra sinfônica. Faça uma música para a gente tocar! Uma música sua! Eu perguntei: Como é o grupo? 4 trompetes, 4 trombones, 4 trompas, 1 tuba e a percussão. Passei um bocado de tempo em São Paulo e quando voltei para o Recife achei a cidade completamente diferente. Foi uma surpresa para mim: O prefeito derrubou até igreja! Abriu avenida onda não tinha, derrubou casas! Bate-estacas trabalhando... aí fiz a Música para Metais, para grupo grande de metais. A música não tinha nome. Chamei o Maestro Vicente Fittipaldi e disse: Fiz uma música para metais e não botei cordas nem instrumentinis, só metais! Ele disse: Ótimo! Eu dei a partitura para ele, que escreveu elogios (...) de próprio punho, ele fez a descrição do que era a peça. Ele sugeriu o nome: Música para Metais. A primeira audição, quem regeu fui eu... aquele solo enorme de trompa... aquilo é o terror das trompas porque ele é muito agudo. Quem foi o solista foi o trompetista (Chico), ele era trompista também... e não conseguia tirar o agudo... falhou no agudo! Foi muito aplaudido. Foi no Teatro do parque, onde hoje eu dirijo a Banda do Recife. A banda está atuando?

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Está. Eu passei quatro meses fora, pois estava de licença médica (...) no final do ano voltei e fizemos diversos concertos. A banda é grande, uma banda sinfônica! Tem 14 clarinetas, flautim, 2 flautas, requinta, clarone, 2 oboés, 8 saxofones ( 1 soprano, 3 altos, 3 tenores e um barítono), bombardino, dois fagotes, 4 trompas, 8 trombones, 6 trompetes, 3 tubas, 1 baixo-eletrônico e percussão. O Sr. escreve todos os arranjos? Eu uso a banda como orquestra sinfônica. Outras pessoas não sabem usar, usam a banda como uma banda. Eu uso como orquestra sinfônica! A partitura normalmente como uma orquestra sinfônica. Eu divido os clarinetes: metade é primeiro violino e metade segundo violino. Os sax-altos são as violas, os tenores os cellos, e o barítono reforça os baixos com o fagote. (...) Eu escrevo a maioria dos arranjos. Depois, Marquinhos no frevo... Marquinhos no frevo é porque meu filho, Marquinhos, que tocava trompete no quinteto... eu tinha feito o frevo dele quando ele era pequeno. Em 1971, fiz o frevo Quinho... Então, Marquinhos casou-se com Gilmacy e o primeiro filho também se chama Marcos. O pai Marcos Carneiro da Silva e o filho Marcos José Carneiro da Silva. Fiz o frevo e botei o nome de Marquinhos [...] frevo para o neto. Foi feito para Radegundis [...] para trombone e piano. Ele tocou (a peça) no Carneggie Hall. É uma peça realmente difícil de tocar no trombone. Não é todo trombonista que toca aquilo não! Quando o Sr. escreve pensa no descanso para os metais? “Quando escrevo para metais tenho que pensar que ele não vai tocar feito cantiga de grilo, tem que ter um descanso [...] Escrever para instrumento de sopro você tem que pensar na respiração, no lábio que vai cansar..”. Depois vem a Coletânea 93. Por que este nome? Aquele nosso amigo que trabalhava na embaixada, em Washington, conseguiu um contrato para tocarmos em um hotel nas Ilhas Virgens, no Caribe [...] o quinteto do Nailson, ele e Radegundis já estavam no Brasil. Eu disse: Arranja para tocarmos lá! Disse Nailson: Como? Nós vamos tocar com repertório do quinteto! Aí ele disse: DUDA, você vai no saxofone, para tocar com o teclado. Nailson tocava piston e na caixa clara, Radegundis tocava trombone e surdo. Mais contrabaixo e violão. Ficamos dois meses naquele hotel. Foi mais ou menos em 92 ou 93. Viajamos no dia 12 de dezembro, passamos o Reveillon lá e retornamos no dia em que começou o carnaval. [...] O hotel era tão grande que tinha sete quadras de tênis. Passávamos o dia todo dormindo, estudando, tomando banho de piscina, jogando bola... tocávamos de 20:00 até 0:00 hs. As vezes na entrava ninguém no salão e ficávamos sem tocar, principalmente durante a semana.

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As músicas da coletânea: Eu já tinha feito “Thaís”, uma bossa-nova. Thaís é filha de Marquinhos do segundo casamento, com a segunda Nadja que entrou na família [...] Lá no Caribe, tocávamos Thais. O Valdo fez uma letra retratando o nascimento dela. Aí fiz o arranjo para quinteto. Como todos nós estávamos numa solidão muito grande, éramos os únicos brasileiros. Parecíamos uns monges... aí fiz o choro: “Os Monges de St. Thomas”. Quando foi passando o tempo foi apertando a saudade de casa. Eu não estava acostumado a passar tanto tempo fora. Foi quando fiz “Saudade”. Fiz a melodia e uma letra. Quando os meninos ouviram disseram: Que música bonita! [...] solo de flugel. Depois fiz o arranjo para o quinteto. Acho que fiz o arranjo lá mesmo! E Phillippe? “Phillippe é um neto, filho de Meyse. Ele anda muito comigo, todos dizem que um neto de algibeira. É um frevo diferente, é o final da Música para Metais nº 3.” Agora a Serenata no Capibaribe... A Serenata no Capibaribe eu fiz quando o teatrólogo Carlos Carvalho. Ele me disse que estava com uma peça e perguntou se eu não queria musicá-la. Nos intervalos do ensaio da orquestra com vários temas: tem um tema que é um choro, tem um lugar que é três, tem lugar que é quatro, uma mistura danada! Foi uma melodia para teatro... parecida com um bolero. Dimas Sedícias, na época timpanista da orquestra, disse que a peça estava parecendo uma serenata. Foi ele quem deu a sugestão do nome. Fiz um arranjo para quinteto e dei para o Nailson. É mais um beguine que um bolero! E Nairam? Nairam é filho do Nailson. Na sexta-feira de carnaval estávamos tocando na praia de Boa Viagem até 4:00. Quando terminou cada um foi para sua casa... eu estava em casa deitado quando tocou o telefone e me deram o recado que o menino tinha nascido, no sábado de Zé Pereira! A música dele tinha que ser um frevo, um frevo que começasse com uma fanfarra que anunciasse o carnaval. De todos os meus frevo, é o único que começa com fanfarra. No disco 3: a Suíte Monette... No encontro de metais em São Luiz do Maranhão. Monette, Schlueter e o trombonista Per Brevig vieram. Eu também fui convidado a participar do encontro. Monette nunca tinha ouvido o quinteto tocar. Eu tinha feito Andrezza – uma neta, a valsa para trompete e piano, depois fiz o arranjo para quinteto e dois solistas: Schlueter e Radegundis. Per Brevig e Nailson tocavam no quinteto, ficou então um septeto. Quando David Monette ouviu o quinteto BRASSIL tocando música brasileira com todas as suas melodias, variações rítmicas... aquilo foi estranho para ele, uma americano não está acostumado a ouvir música brasileira. Ao ser apresentado à Monette disse que faria uma música para ele [...] Tempos depois eu estava em recife quando recebi um telefonema da diretora da Orquestra Sinfônica de Curitiba, a Sra. Cloris, encomendando uma música nordestina

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para orquestra [...] Perguntei: Pode ser uma suíte com uns quatro ou cinco movimentos? [...] O terceiro movimento estava pronto: “Andrezza”... Na suíte passou a se chamar valsa... Isto mesmo. E agora para começar. O que eu faço? Vou começar com o que? Sou pernambucano e teria que começar com uma música pernambucana, mas não pode ser frevo... Eu estava com raiva de Pernambuco! Estava me mudando para João Pessoa. Estava brigado com o governo, com o governador Miguel Arraes. Eu fui à Assembléia Legislativa me despedir de Pernambuco. Eu não tinha condições de continuar morando no Recife e o governo não apoiava meus projetos para eu sobreviver. Decidi morrer de fome em outro lugar! Minha filha Lucinha morava em João Pessoa, Marquinhos também morava em João Pessoa. Disse: Vou morar em João Pessoa! Na Assembléia Legislativa, os deputados prometeram ir ao governador solicitar aprovação dos meus projetos. Me pediram um prazo de uma semana. O governador respondeu: Deixem ele ir embora!!!! O neto dele, Deputado Federal Eduardo Campos, era na época Secretário de Finanças, poderia ter resolvido! O pai dele era escritor e meu amigo, um fã! A Câmara Municipal me concedeu o Título de Cidadão do Recife, o quinteto e a Banda Municipal tocaram na entrega. Recebi o título no dia 12 e no dia 13 mudei para João Pessoa. Televisão e jornal mostrando toda a mudança... Enquanto ele for governador eu não volto!! Eu estava com raiva de Pernambuco. Não iria fazer mais música de Pernambuco! Colocarei trompete e trombone solistas acompanhados pela orquestra sinfônica... No primeiro movimento, para não dizer que não sou pernambucano, fiz uma Ciranda [...] É um ritmo pernambucano de beira de praia. No segundo movimento me lembrei do Monette ... ele é americano, vou fazer um tema bem jazzístico [...] Balada: identificando que é o Monette. A Valsa Andrezza, retrata o Brasil de 1920, uma valsa bem brasileira. O final da Balada é uma valsa americana. Fiz um terceiro movimento bem brasileiro. Para identificar meu encontro com Monette, no último movimento fiz um Bumba-meu-boi porque nosso encontro foi lá em São Luiz do Maranhão. O Bumba-meu-Boi começa sempre com alguém abrindo o tema e depois a percussão entra. Na partitura está escrito 8ª acima em relação ao que foi gravado... Na hora da gravação Nailson gravou oitava abaixo e ficou mais bonito! O Bumba é uma música com duínas e tercinas fazendo o ritmo característico do Boi. Eu botei o trompete em duínas e o trombone em tercinas, separados na primeira vez e todos juntos quando volta. No final... eles tem um instrumento grande, parece uma cuíca, muito grave. Botei o ritmo para a tuba. Este tema é de um sucesso de público que você não avalia. Eu acho que o tema é muito lógico... você ouve e sai assobiando a música. A gravação da orquestra sinfônica com a Orquestra Sinfônica da Paraíba ficou muito boa. [...] E a Toada? Esta toada, no disco, está como Toada. O Nailson colocou Toada porque ele não sabia. O título da música é Fantasia para Trompete e Trombone. [...] Quando nasceu Natália, a última filha de Marquinhos... tinha que ter uma música para ela, uma toada. Fiz o arranjo, mas ficou muito pequeno para tocar... Vou colocar um caboclinho aqui!

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Aproveitei um tema do Boggie-Woggie... dentro deste coloquei uma melodia de cego, aqueles cantadores cegos do interior... com a harmonia do Boggie-Woggie. Eu tinha feito um frevo para homenagear Capiba: Cidadão Frevo, digo fiz o frevo para a Toada depois retirou e gravou-o. É uma fantasia para três ritmos: toada, caboclinho e frevo. A música estava sem nome. A única coisa escrita era o nome do ritmo: toada, mas não tinha escrito o ritmo dos outros: caboclinho e frevo. Somente quando terminei pus o nome Fantasia para Trompete e Trombone. Temas Nordestinos... Nasciam os meninos e eu fazendo um tema para cada um. Eu fiz três temas: Bruno: um neto, cheio de energia, para ele fiz um Côco. Veja que ele tem compasso em 3, em 1, em 7. Melissa: irmã de Bruno, muito quieta... o primeiro tema é uma valsa moderna... a segunda parte é muito antiga, dizíamos que a Melissa era tão bonita, mas tão quieta, que parecia uma velha. Rafael: fiz um “isquenta mui锸 a mãe dele, Dorinha, na Suíte Recife, também é um “isquenta muié”. Quando o quinteto foi para a Inglaterra gravar o disco, Nailson juntou os três temas com Marillian, o primeiro frevo que eu fiz, e Júnior que é o frevo final da Música para Metais nº 1, fiz uma segunda parte e o frevo estava pronto. Nas suas partituras, manuscritas, tem muito poucos sinais de interpretação musical... Porque? “Isto é no ensaio. É no ensaio que fazemos a interpretação.” O músico fica a vontade? Eu deixo a vontade... Escrevi uma música para os 500 anos do Brasil, e quando entreguei ao maestro ele reclamou da falta de indicações. Eu disse: A interpretação é sua, as notas que eu quero estão todas aí! Se você faz uma música cantada o cantor não vai dar a interpretação dele? O que você acha da interpretação do BRASSIL da sua música? “Espetacular. Eles já sabem o meu gosto. Quando eles ensaiavam uma música minha, eu parava dizendo como deveria ser. Se acostumaram!”