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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ CAMPUS DE UNIÃO DA VITÓRIA FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS COLEGIADO DE GEOGRAFIA FABIANE SNICER O ESPAÇO URBANO E O DESENVOLVIMENTO DAS PEQUENAS CIDADES: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO REALIZADO NA CIDADE DE PAULA FREITAS, PARANÁ. UNIÃO DA VITÓRIA PR 2015

O ESPAÇO URBANO E O DESENVOLVIMENTO DAS PEQUENAS CIDADES: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO REALIZADO NA CIDADE DE PAULA FREITAS, PARANÁ

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – CAMPUS DE UNIÃO DA VITÓRIA

FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS

COLEGIADO DE GEOGRAFIA

FABIANE SNICER

O ESPAÇO URBANO E O DESENVOLVIMENTO DAS PEQUENAS CIDADES: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO REALIZADO

NA CIDADE DE PAULA FREITAS, PARANÁ.

UNIÃO DA VITÓRIA – PR

2015

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Fabiane Snicer

O ESPAÇO URBANO E O DESENVOLVIMENTO DAS PEQUENAS CIDADES: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO REALIZADO

NA CIDADE DE PAULA FREITAS, PARANÁ.

Trabalho Final de Estágio Supervisionado (TFES) apresentado ao Colegiado de Geografia da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória (UNESPAR/FAFIUV) como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Geografia.

Orientadora: Prof.ª Ms: Maricler W. Kovalzcuk

União da Vitória 2015

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho á minha família, em especial ao

meu pai Ivo e minha mãe Carmen, aos meus amigos

de faculdade, que estiveram ao meu lado em todos

os momentos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido a vida, a saúde, e sempre

estar guiando meus passos, para que hoje pudesse estar concluindo mais uma

etapa da minha vida.

Agradeço a minha família pelo apoio, pela compreensão, em especial, pai e

mãe, que em nenhum momento mediram esforços para me ajudar no que

precisava.

Agradeço a minha orientadora Professora Maricler, que esteve direcionando

esse trabalho pra que fosse concluído da melhor forma possível, e pelo enorme

incentivo.

Agradeço aos meus amigos que estiveram apoiando, e por jamais me deixarem

desistir, agradeço pelos momentos vividos em todos esses anos, pela confiança,

pela amizade, que vamos levar sempre em nossos corações.

E de forma geral a todo corpo docente do colegiado de Geografia que sempre

estavam dispostos a nós ajudar.

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CONQUISTANDO O IMPOSSÍVEL

Jamily

Acredite é hora de vencer

Essa força vem de dentro de você

Você pode até tocar o céu se crer

Acredite que nenhum de nós

Já nasceu com jeito pra super-herói

Nossos sonhos a gente é quem constrói

É vencendo os limites

Escalando as fortalezas

Conquistando o impossível pela fé

Campeão, vencedor

Deus dá asas faz teu vôo

Campeão, vencedor

Essa fé que te faz imbatível

Te mostra o teu valor

É vencendo os limites

Escalando as fortalezas

Conquistando o impossível pela fé.

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O ESPAÇO URBANO E O DESENVOLVIMENTO DAS PEQUENAS CIDADES: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO REALIZADO NA CIDADE DE PAULA FREITAS – PR.

Fabiane Snicer (Graduação em Geografia – UNESPAR/FAFIUV)

Orientadora: Prof.ª Ms. Maricler Wollinger Kovalczuk (Geografia – UNESPAR/FAFIUV)

RESUMO:

Neste trabalho foi realizado um levantamento de dados sobre o espaço urbano da pequena cidade de Paula Freitas, como ocorreu sua urbanização e a forma em que ocorre o seu desenvolvimento, bem como as conceituações básicas de cidade, pequeno cidade e o surgimento das mesmas. Trás um breve relato sobre a história de Paula Freitas, uma cidade ainda bastante nova com apenas 51 anos de existência, vendo sendo desenvolvida aos poucos, fazendo com que seu crescimento populacional também seja bastante lento. As primeiras civilizações começaram a se levantar com força a partir da década de 70, antes disso Paula Freitas tinha uma grande importância no setor ferroviário, onde na cidade se encontrava a estação Paula Freitas, construída para facilitar o transporte da madeira. Paula Freitas é umas das menores cidade da Macrozona de União da Vitória, e o menor município pertencente a região Amsulpar, que é composta por nove municípios da região sul do Paraná. O trabalho aborda também o processo de aprendizagem no ensino da Geografia, as possibilidades de se trabalhar com essa temática no ensino, e suas múltiplas maneiras de aplicá-la em sala de aula, através dos recursos didáticos.

Palavras Chaves: Pequena Cidade, Espaço Urbano, Urbanização, Desenvolvimento.

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LISTA DE IMAGENS

IMAGEM 01- ESTAÇÃO PAULA FREITAS....................................................... 20

IMAGEM 02- PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES........................................................ 21

IMAGEM 03- DENSIDADE DEMOGRÁFICA DE PAULA FREITAS................. 27

IMAGEM 04- COMPARTIMENTAÇÃO URBANA.............................................. 28

IMAGEM 05- FOTO AÉREA DA CIDADE DE PAULA FREITAS (1)................. 33

IMAGEM 06- FOTO AÉREA DA CIDADE DE PAULA FREITAS (2)................. 33

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LISTA DE MAPAS

MAPA 01: MAPA DO BRASIL............................................................................. 22

MAPA 02: MAPA DO PARANÁ........................................................................... 22

MAPA 03: MAPA DE PAULA FREITAS............................................................... 22

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01: DEMONSTRATIVO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA....................... 18

TABELA 02: COORDENADAS UTM DOS PONTOS EXTREMOS....................... 23

TABELA 03: POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PAULA FREITAS, 1970-

2000........................................................................................................................

25

TABELA 04: POPULAÇÃO DE PAULA FREITAS – PROJEÇÃO 2012-2017.... 25

TABELA 05: PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO URNANA 2012-2017...................... 26

TABELA 06:COMPARTIMENTOS MUNICIPAIS DE PAULA FREITAS.............. 29

TABELA 07: CARACTERÍSTICAS DOS COMPARTIMENTOS URBANOS......... 30

TABELA 08: DEMANDA DE SOLO URBANO 2007-2017.................................... 32

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................

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1. DEFINIÇÕES E CONCEITUAÇÕES DE CIDADE..................................... 11

1.1. PEQUENAS CIDADES............................................................................... 13

1.2. SURGIMENTO DAS CIDADES.................................................................. 16

1.3. HISTÓRIAS DE PAULA FREITAS.............................................................. 19

1.4. LOCALIZAÇÃO........................................................................................... 22

2. PROCESSO DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO EM

PAULA FREITAS..................................................................................................

25

2.1. COMPARTIMENTAÇÃO MUNICIPAL........................................................ 28

2.2. COMPARTIMENTAÇÃO URBANA............................................................. 29

2.3. PERÍMETRO URBANO.............................................................................. 31

2.4. DENSIDADE DE OCUPAÇÃO URBANA.................................................... 31

3. GEOGRAFIA E ENSINO............................................................................ 34

3.1. O ENSINO DA GEOGRAFIA NO BRASIL.................................................. 34

3.2. PROCESSO DE APRENDIZAGEM E RELAÇÃO PROFESSOR /

ALUNO..................................................................................................................

36

3.3. A RELAÇÃO DA TEMÁTICA COM A REALIDADE SO

ALUNO...................................................................................................................

37

3.4. RECURSOS DIDÁTICOS NO ENSINO DA GEOGRAFIA......................... 38

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 41 CONSULTAS ELETRÔNICAS............................................................................... 44 RELATÓRIO DE ESTÁGIO................................................................................... 45 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 46 PROCESSO DE APRENDIZAGEM, RELAÇÃO PROFESSOR / ALUNO E A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA GEOGRAFIA...................................................

48

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 52 ANEXOS 01 – (PLANOS DE AULA)...................................................................... 53 ANEXOS 02 – (TERMO DE ENCAMINHAMENTODE ESTÁGIO).......................

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INTRODUÇÃO

As pequenas cidades são inúmeras em todo território brasileiro, por suas

características humanas e físicas, consideradas algumas vezes como “cidades do

interior” ou “cidades rurais”, porém não deixando de seremurbanas, pois existe toda

uma estrutura arquitetônica de edificações, casas, ruas, avenidas, praças; entre

outras inúmeras características que alegam as singularidades das pequenas

cidades.

As pequenas cidades normalmente são definidas pelos aspectos

populacionais e extensão territorial de forma geral. Porém existe uma grande

dificuldade em relação à definição do conceito ou classificação de pequena cidade,

pois diversos autores adotam uma linha de pesquisa diferente, cada qual com suas

singularidades, não existindo um consenso entre os autores. Porém o objetivo do

presente trabalho é abordar as principais ideias, e assim classificando e

conceituando de forma ampla uma pequena cidade.

A proposta do presente trabalho é identificar o espaço urbano das pequenas

cidades, sua composição a relação com o meio social e o processo de

desenvolvimento das mesmas. Para atingir os principais objetivos que foram

propostos no trabalho, o mesmo foi dividido em três capítulos, para melhor o

entendimento e esclarecimento das principais ideias.

O primeiro capítulo se refere aos pressupostos teórico-conceituais de

cidades, pequenas cidades e urbanização, com reflexões fundamentais a respeito

dos temas abordados, também nesse capitulo trás a história da cidade abordada na

pesquisa e sua localização.

O segundo capítulo com base nos dados do Plano Diretor Municipal de

Paula Freitas vem tratar do processo de formação de desenvolvimento urbano em

Paula Freitas, as compartimentações municipais e urbanas, também abrange o

perímetro urbano a densidade de ocupação urbana.

O terceiro capítulo se refere ao ensino da geografia no Brasil, o processo de

aprendizagem e a relação professor/aluno, também vem trazer sobre a relação da

temática com a realidade do aluno, ou seja, sobre o espaço urbano das pequenas

cidades, dessa forma trazendo o modo em que se pode trabalhar esse conteúdo

dentro das salas de aula relacionando-os com os mais distintos recursos didáticos

no ensino da geografia.

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1. DEFINIÇÕES E CONCEITUALIZAÇÕES DE CIDADE

Manfio e Benaduce (2011, p.73) apud Moreira (2007)

A cidade nasce a partir de uma divisão social do trabalho, que surge com o aperfeiçoamento das técnicas, possibilitando um aumento da produtividade do trabalho, com a geração dos excedentes na produção, parte da população se disponibiliza para a realização de atividades agrícolas. (MANFIO E BENADUCE, 2011, p.73) apud (MOREIRA, 2007).

Com base na citação do autor, entende-se que a cidade nasce a partir da

divisão do trabalho, onde uma população se concentra em determinado território,

para a realização de atividades, para o próprio sustento, partindo do território físico,

uma área delimitada.

Segundo Manfio e Benaduce (2011, p.74) apud Carlos (1992) a cidade é um

aglomerado de pessoas e de objetos como prédios, casas, ruas; porém a cidade não

pode ser pensada somente por esse ângulo, pois dentro do conteúdo social, a

cidade envolve varias dimensões, como economia, política e cultura, desde a sua

estruturação e desenvolvimento desses aspectos.

A cidade é uma realização humana com a criação que vai se constituindo ao longo do processo histórico e que ganha materialização concreta e diferenciada em função de determinações históricas específicas. (MANFIO E BANADUCE, 2011, p.73-74) apud (CARLOS, 1992).

Ou seja, a cidade entra num aspecto físico e social, onde ela é concreta e

ao mesmo tempo invisível, pensando nos processos sociais, como os sentimentos e

a rotina da vida no dia-a-dia.

Manfio e Benaduce (2011, p.74) apud (Carlos 1992) ainda cita:

A cidade é um modo de viver, de pensar, mas também de sentir. O modo de vida urbano produz ideias, comportamentos, valores, conhecimento, formas de lazer, e também uma cultura.

Em sua definição Carlos é bastante retórico, onde é necessário que existam

um conjunto de aspectos, para que se possa definir uma cidade, ele parte do

pressuposto social, além do pressuposto físico, onde fala das aglomerações

concretas, da estrutura arquitetônica, como casas, prédios, ruas, praças; nesse

aspecto entra a parte da gestão política, onde é necessários alguns órgãos públicos,

como prefeitura, postos de saúde, escolas etc.; Também a economia em que se

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embasa a cidade, como setor industrial, ou setor agropecuário. Dessa forma a

definição se torna mais completa, na abordagem dos mais específicos aspectos,

num âmbito geral físico e humano.

Geiser (1995, p.23) Afirma que: A cidade é um objeto conceitual abstrato,

embora construído sobre uma base material formada por edificações, arruamentos,

monumentos, etc.

Entende-se assim que Geiser em seu ponto de vista, é muito complexo

delimitar um conceito propriamente único para cidade, tendo em vista os múltiplos

aspectos relacionados entre si, como destaca Carlos, Geiser em sua perspectiva

delimita cidade como uma base material, porém em uma outra ocasião ele trás a

área social de uma cidade onde delimita como município, fazendo parte desse

contexto, as relações humanas. [...] “Os municípios brasileiros, bem como suas

sedes, variam ao extremo quanto ao conteúdo, dimensão e população, etc.”.

(Geiser, 1963, p. 7)

[...] A cidade é formada por: “estruturas morfológicas, arranjos organizados de volumes e sub-parcelamentos que expressam formas de acesso e propriedade, situados em um determinado suporte físico [...] A cidade flui por seus espaços vazios. A cidade é o espaço da rua, vista como centro e cenário da vida cotidiana. A rua é um ponto de fixação do homem ao seu universo urbano, ponto de onde vivencia a cidade, seu espaço concreto e familiar. E essa rua, apesar de aparentemente ser um espaço bastante ordinário, dependendo de sua dimensão ou de seu calçamento, ou de seu uso, pode variar enormemente. Uma rua estreita e sinuosa, repleta de veículos, pessoas, sons e odores difere de uma avenida larga e bem arborizada. A maneira como percorremos essa rua, como pedestres ou de automóvel, a que hora do dia também nos trará uma noção diferente desse espaço. Às edificações e aos espaços livres, associam-se o suporte físico, a vegetação e os elementos de publicidade, que concorrem para a estruturação e qualificação do ambiente (LADIM, 2004, p.26-28).

Nas as citações de Ladim, percebe-se que a autora conceitua cidade a partir

de estrutura morfológica, onde a população se organiza em determinado território,

onde o espaço é moldado e urbanizado, podendo considerar assim que só pode ser

considerada cidade, quando a urbanização desse espaço, formando assim uma

cidade urbanizada.

[...]ela é uma imagem, uma criação mental e social; está na mente das

pessoas, nas relações de uso que se estabelecem entre os cidadãos, e entre estes e os elementos citados. A paisagem não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores e sons. (LADIM, 2004, p. 29).

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Na teoria parece fácil definir cidade: Um local com forte densidade humana,

com formações estruturais arquitetônicas. Mas com a expansão da urbanização e a

modernização nos meios rurais, ficou mais difícil de definir e distinguir esses dois

fatos geográficos, cidade e campo. Porém foram estabelecidos alguns critérios para

definição de cidade, os principais são: Número total de habitantes, densidade

populacional, critério morfológico e critério funcional.

Como no Brasil a criação de cidades é um ato político, transformando aglomerações em sedes municipais, vê-se nesse conjunto aquelas com complexidade mínima de atividades, acrescida das funções administrativas mediante as prefeituras e câmaras municipais. Mas, dependendo de suas localizações, estas sempre estarão na periferia do sistema urbano (SANTOS, 1982, p. 74).

Santos coloca que são necessárias algumas exigências mínimas, para que

seja viável a criação de uma cidade, além de aglomerações de construções, são

necessários que exista funções administrativas básicas, como por exemplo,

prefeitura, câmara municipal, atendimento de saúde, escolas.

1.1 PEQUENAS CIDADES

Pensar em pequena cidade, primeiramente deve-se partir dos seus

principais conceitos, o que define uma pequena cidade, dentre os aspectos físicos e

humanos. Assim como o conceito de cidade se têm uma grande dificuldade de

delimitar, acontece o mesmo com conceito de pequena cidade.

Como cita o autor Endlich (2006, p.85).

O conceito de pequenas cidades é daquelesde difícil elaboração. As localidades assim denominadas oferecem elementos para se discutir não só o conceito de pequenas cidades como o próprio conceito de cidade [...] ENDLICH (2006, p.85).

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa) uma

pequena cidade é definida por conter até 100 mil habitantes, com base nesse dado,

segundo o IBGE, no Brasil, das 5,507 cidades, 4,646 são consideradas pequenas, e

dentro do estado do Paraná, das 399 cidades, 323, são pequenas cidades (IBGE

2000).

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Santos (1979, p.71) aponta que:

A cidade local é a dimensão mínima a partir da qual as aglomerações deixam de servir às necessidades da atividade primária para servir as necessidades inadiáveis da população com verdadeira especialização do espaço.

Santos (1993) cita as cidades pequenas com no máximo 20 mil habitantes,

embora entenda que só pode ser definido a partir de um certo estágio de

desenvolvimento. Sobre o conceito de pequena cidade, existe uma grande

dificuldade, pelo simples fato das suas especificidades e heterogeneidades.

Cabe, todavia, levantar uma questão: podemos classificar as cidades com mais de 20.000 habitantes como médias? Um dos problemas que se apresentam nas ciências humanas é o do uso e interpretação das séries estatísticas, pois o número, em momentos distintos, possui significado diferente. O que chamávamos de cidade média em 1940/50, naturalmente não é cidade média dos anos 1970/80. No primeiro momento, uma cidade com mais de 20.000 habitantes poderia ser classificada como média, mas hoje, para ser cidade média uma aglomeração deve ter população em torno dos 100.000 habitantes. Isto não invalida o uso de quadros estatísticos, mas sugere cautela em sua interpretação (SANTOS, 1993, p. 70-71).

As pequenas cidades são vistas como lugares mais calmos, com índices de

violência bastante baixos, onde normalmente a vizinhança toda se conhece, com

uma riqueza de simplicidade não vista em grandes cidades. A paisagem de uma

pequena cidade é diferenciada, normalmente é raro prédios de vários andares,

condomínios fechados e sim é normal casas simples e aconchegantes, com

arquitetura simples e sofisticada, nas ruas e nas praças é presentes grande números

de árvores, gramas e flores, com aspecto de cidade do interior. A economia de uma

pequena cidade é normalmente baseada na agropecuária e pequenas indústrias e

comércio local, devido esse fator, é grande o numero de desemprego nas pequenas

cidades, fazendo com que normalmente os jovens, vão em busca de emprego em

cidades vizinhas e maiores. Alguns fatores fazem com que a infraestrutura das

pequenas cidades sejam pobres, como por exemplo, saúde e educação.

Normalmente não existem hospitais de grande porte para tratamentos e

aparelhagem modernas, fazendo com que os cidadãos vão em busca de melhor

estrutura em cidades maiores. O mesmo acontece com a educação, onde a

pequena cidade oferece apenas a educação básica, não existem universidades para

os jovens continuarem os estudos, então eles saem das cidades onde nasceram e

vão para uma cidade maior em busca de emprego e uma instituição de ensino.

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Dessa forma é indiscutível que nas pequenas cidades existem fatores tanto

positivos como negativos, o mesmo acontece nas cidades de médio porte e nos

grandes centros urbanos. Simplificando a cidade é um lugar de vivência de um

aglomerado de pessoas, onde são realizadas atividades econômicas pra

manutenção da cidade e geração de empregos.

Os pequenos centros urbanos não são iguais entre - si, pois possuem conteúdos diferentes que em alguns casos geram relações hierárquicas entre elas. Cidades com atividades comerciais e equipamentos de serviços públicos e privados um pouco mais diversificados funcionam como pólos microrregionais (Endlich, 2006, p.52).

Além de surgirem várias polêmicas sobre o conceito de pequena cidade, a

outro fator que intriga muitos dos autores, quando tentam responder sobre a

classificação de urbano e rural, visando que os municípios têm suas sedes bastante

pequenas. Sendo assim, segundo José Eli da Veiga, a qualificação de cidades deve-

se ir além de números de habitantes, e, sobretudo o critério desse contexto está

ligado as relações dessa localidade no modo de vivência, definindo então se urbano

ou rural. Como por exemplo, o modo que a população emprega seu tempo nas

atividades que são realizadas no dia-a-dia, hábitos urbanos, valores urbanos. As

pequenas sedes de cidades perderam o caráter de vida campestre, de vida não

agitada, que não existe violência, poluição, áreas periféricas, pois são problemas

não específicos somente de grandes metrópoles, e problemas estes, que cada vez

mais estão se alastrando por todo território em escala nacional. Os números de

cidades pequenas no país é bastante relevante, visando também que toda cidade

nasce pequena, porém, os poderes públicos não dão um incentivo convincente a

essas pequenas cidades que surgem tão necessitadas de um olhar específico.

[...] a célula-máster que atende às necessidades de uma população; tais necessidades variam em função da densidade demográfica, das comunicações e da economia da região, bem como do comportamento sócio - econômico de seus habitantes. Porém, cada uma dessas cidades constitui um caso específico quando se leva em conta sua função principal. (SANTOS, 1981, p. 15).

Santos (1988, p. 46) esclarece que “as cidades pequenas ou grandes,

enquanto lugares, são singulares e uma situação não é semelhante a outra, e cada

lugar combina de maneira particular variáveis que podem ser comuns a vários

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lugares”. As cidades pequenas podem ser mais bem administradas e planejadas,

pois apesar de se encontrarem em uma dimensão de espaço isolada, são muitas

das vezes relacionadas ás transformações do modelo de consumo.

As transformações verificadas no campo alteraram o padrão desses pequenos lugares centrais, criando pelo menos quatro caminhos ao longo dos quais evoluíram: I – Prósperos lugares centrais em áreas agrícolas nas quais a modernização não afetou radicalmente aestrutura fundiária e o quadro demográfico [...] II – Pequenos centros especializados. [...] III – Pequenos centros transformados em reservatórios de força de trabalho ou que assim nasceram [...] IV – Pequenos centros em áreas econômica e demograficamente esvaziadas por um processo migratório que desequilibra ainda maisuma estrutura etária, afetando ainda a proporção dos sexos (CORRÊA, 2004, p. 75-76).

Roberto Lobato Corrêa (1991, p.14) mostra que as cidades com população

entre 10.000 e 15.000 mil habitantes, tem suas atividades voltadas às atividades

rurais, e poucas atividades urbanas.

1.2 SURGIMENTO DAS CIDADES

O surgimento das cidades é bastante antigo, apesar de não existir uma data

precisa, autores apontam que tenha sido por volta de 3500 a.C. A explicação da

origem das cidades se dá a partir de uma ordem geográfica natural, nas regiões com

predomínio de climas semi áridos, os grupos tiveram a necessidade de se fixarem

em lugares próximos aos rios, como rio de Eufrates e rio Nilo, para terem acesso

rápido e fácil a água, e por ser áreas várzeas que eram propícias ao

desenvolvimento da agricultura.

Lopes (2009, p.02,03) apud (Sjoberg 1972) define que:

Foi a aproximadamente 5.500 anos que o homem começou a viver em núcleos, tendo as primeiras cidades se formado por volta do ano 3.500 a C, na região situada entre os rios Tigre e Eufrates. Ali, a existência de solo fértil, grande oferta de água um cruzamento de estradas permitiram o desenvolvimento e a comunicação entre povosde diferentes culturas,contribuindo para o crescimento e a transformação de povoados em cidades. (LOPES (2009), p.02,03) apud (SJOBERG, 1972)

As primeiras cidades surgiram na mesopotâmia, (hoje Iraque) foi onde

ocorreu o centro da difusão do fato urbano para o Egito antigo, em seguida surgiram

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às cidades do vale do Rio Nilo, e do Indo, da região mediterrânea e na Europa, por

fim então, as cidades da China e do Novo mundo. No continente americano,

desencadeou a sua urbanização a partir da Mesopotâmia, surgiram cidades, perto

de 500 a.C., as quais atingiu se auge no primeiro milênio d.C.

Apesar das primeiras cidades tenham surgidos há mais de 3.500 anos a.C.,

o processo de urbanização moderno teve inicio no século XVIII, em consequência da

Revolução Industrial que teve inicio no continente europeu. A Inglaterra foi o primeiro

país a se urbanizar na chamada Era moderna, no ano de 1850, aproximadamente

50% da população pertencia à área urbana, já outros países a urbanização só

aconteceu a partir da segunda metade do século XIX, através do aceleramento e

crescimento do setor industrial.

Do ponto de vista histórico, trata-se de um fenômeno recente. Todavia, neste curto espaço de tempo, a segunda metade do século passado, a população urbana passou de 19 milhões para 138 milhões, com uma taxa de crescimento média anual de 4,1%. A cada ano, em média, foram acrescidos 2.378.291 habitantes às cidades, fazendo com que a população urbana, em meio século, apenas, aumentasse 7,3 vezes. No período inicial do processo de urbanização acelerado, a taxas de fecundidade ainda estavam relativamente altas e, certamente foram fundamentais para o seu ritmo, apesar do seu declínio ter se iniciado logo na segunda metade da década de sessenta. Sem dúvida, foram as migrações internas as grandes responsáveis pela grande aceleração do processo de urbanização. Estima-se que, entre 1960 e o final dos anos oitenta, auge do ciclo migratório, saíram do campo para as cidades quase 43 milhões de pessoas, considerando, inclusive os “efeitos indiretos da migração”, ou seja, os filhos tidos pelos migrantes rurais nas cidades. (BRITO, Fausto. PINHO, Breno, 2012. Pg. 07)

No Brasil o processo de urbanização ocorreu principalmente na segunda

metade do século XX, através da expansão da economia cafeeira, e com o

acelerado surto da industrialização. Neste período os principais fatores que

contribuíram para o processo de urbanização, foi o grande ciclo de migrações

internas, principalmente a rural-urbano. Com a chegada da Revolução Industrial no

final do século XIX, principalmente na região de São Paulo e Rio de Janeiro, com a

inserção de fábricas de tecidos e calçados, de mão de obra fácil, onde os principais

trabalhadores eram imigrantes da Itália. Nesse período o aumento da população

brasileira foi bastante notório como se pode observar na TABELA 01. Esse aumento

populacional contribuiu de maneira bastante relevante para o processo de

urbanização no Brasil.

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Tabela 01: Demonstrativo da População Brasileira:

Brasil, População Total e Urbana e Grau de Urbanização –Médio Anual da População Urbana, 1940-1970.

Período Total Urbana Grau de Urbanização

1940 41.236.315 12.880.182 31,24

1950 51.944.397 18.782.891 36.16

1960 69.930.293 312.214.700 44,64

1970 93.139.037 52.084.984 55,92

1980 119.502.716 80.436.419 67.31

1991 146.825.475 110.990.990 75,59

2000 169.544.443 137.697.439 81,22

2010 190.755.799 160.925.792 84,36

FONTE: IBGE, Censo Demográfico de 1940,1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010.

Nas primeiras décadas da colonização foram fundadas inúmeras vilas em

Pernambuco, na Bahia e São Paulo. Então em 1549 o Rei de Portugal veio ao Brasil

para construir a primeira cidade, e determinou que as vilas que fossem atingindo

certo nível de desenvolvimento, receberia o título de cidade. A partir da república,

todas as vilas passavam a serem chamadas de cidade, no caso as sedes

municipais, e o território tanto urbano como o rural, ficou designado por município.

No Brasil a primeira cidade fundada foi a de Salvador no dia 29 de março de 1549,

inclusive foi a capital brasileira de 1549 a 1763, pois era a principal parada de

embarcações vindas de Portugal, uma das razões que levou Salvador a ser capital

do Brasil.

1.3 HISTÓRIA DA CIDADE DE PAULA FREITAS

O Município de Paula Freitas até o século XVII era habitado por índios da

família Caigangue, que viviam próximo ao Rio Iguaçu, e sobreviviam principalmente

da pesca, caça e colheita de frutos. No inicio do século XVII e XVIII, os índios foram

afugentados pelas expedições de imigrantes que chegavam à região, através do Rio

Iguaçu que era o único meio que dava acesso a região.

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O Rio Iguaçu faz parte da história do município de Paula Freitas, pois foi um

grande aliado para o povoamento da cidade, foi através dele que a região começou

a ser habitada, após a descoberta do vau. O vau foi descoberto em União da Vitória

pelo tropeiro Pedro Siqueira Cortes, no dia 12 de abril de 1842, durante uma

expedição rumo aos campos de Palmas, tornando assim possível a travessia dos

rebanhos bovinos que vinham do Rio Grande do Sul e tinham como destino a cidade

de Sorocaba São Paulo, tornando a viagem mais rápida e mais fácil.

O tropeirismo contribuiu de forma significativa para o povoamento da região,

pois durante as viagens que duravam meses, os tropeiros pernoitavam em fazendas

com locais de pastagens e açudes para os animais se alimentarem e beber água. A

região do Ronda, hoje atual Rondinha era a principal parada dos tropeiros que ali se

recompunham da viagem.

Os primeiros moradores da região conhecida por Estácios na época, no

século XIX, estabeleceram-se próximo ao Rio Iguaçu, Rio Macaco, Rio Jararaca e

Rio Vargem Grande. O primeiro morador do distrito foi Manuel Estácio de Paula, que

era um grande proprietário de terras na região.

As principais atividades econômicas na época eram extração da erva-mate,

a exploração da madeira e a pecuária. Em 1905, com a chegada da estrada de ferro,

foi construída no distrito uma estação ferroviária (imagem 01) chamada Estação

Paula Freitas, em homenagem á Antonio de Paula Freitas, que foi o engenheiro que

projetou a estação.

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IMAGEM 01- Estação Paula Freitas

Estação de Paula Freitas, inaugurada em 26 de fevereiro de 1905. Acervo Antonio Lara. (WWW.estacoesferroviarias.com.br) acesso em 07 de setembro de 2015.

Por este motivo depois de algum tempo o distrito de Estácios passa a ser

chamado de Paula Freitas. Nessa época também se instalou a primeira serraria para

beneficiamento da madeira, próximo a margem do Rio Iguaçu e também próximo a

estação, para facilitar o transporte. A partir da década de 20, fixaram-se as primeiras

famílias , que auxiliaram no desenvolvimento da região, são elas; Marés de Souza,

Gasparin, Lara, Cordeiro, Marques, Afonso, Campos, Bueno, Schwartz, Gabardo,

Hermann, entre outras.

À medida que o distrito foi se desenvolvendo, criaram-se novas atividades

econômicas, como os primeiros comércios, armazéns e moinhos. O distrito de

Carazinho foi criado em 1917, por meio da Lei nº 1.724, que pertencia ao município

de União da Vitória. Em 1921, o antigo distrito de Carazinho passa a ser

denominado distrito judiciário de Estácios.

No dia 20 de outubro de 1938, de acordo com a Lei nº 7.573, então foi

elevado oficialmente a categoria de vila, chamada de Paula Freitas. Em 30 de

novembro de 1963, a vila foi elevada a categoria de município através da Lei

municipal nº 4.788. Então se oficializou o nome de município de Paula Freitas,

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juridicialmente subordinado ao município de União da Vitória. A data de posse do

primeiro prefeito foi em 08 de dezembro de 1964, que é data comemorada o dia do

município. Nos dias atuais o município possui 21 localidades e é conhecida como a

capital da melancia.

IMAGEM 02 – Primeiras civilizações na cidade de Paula Freitas

FONTE: acervo pessoal Mauro Feliz dos Santos

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1.4 LOCALIZAÇÃO CIDADE DE PAULA FREITAS

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Paula Freitas é um município tem uma população estimada de 5.737

habitantes segundo censo de 2014, é uma área de aproximadamente 421,409 km²,

que pertence à Mesorregião Sudeste Paranaense, cujos 17.010 km² são repartidos

em 21 municípios, sendo habitados por 398 mil paranaenses. Dentre as quatro

microrregiões que formam o Sudeste, Paula Freitas ocupa a microrregião de União

da Vitória, da qual ocupa o extremo leste. É ainda o único município dessa

microrregião situado a leste da capital regional (União da Vitória), confrontando com

a parte sul da microrregião de Irati; a fronteira sul do município é o Rio Iguaçu, que

aí separa os estados do Paraná e de Santa Catarina.

A cidade de Paula Freitas está localizada no cruzamento do paralelo,

26º12´30” Sul com o meridiano 50º56´17'' Oeste, com altitude de 754 metros. O

município estende-se entre os pontos extremos cujas coordenadas constam na

Tabela 02.

Tabela 02: Coordenadas UTM dos pontos extremos:

Coordenadas UTM dos Pontos Extremos do Município de Paula Freitas Ponto extremo Coordenadas X Coordenadas Y

Norte 510.402 7.118.037

Sul 509.929 7.092.311

Leste 500.689 7.103.092

Oeste 530.370 7.104.205

Fonte: Calculado pela consultoria sobre base cartográfica fornecida pela Copel – Plano Diretor Municipal de Paula Freitas, 2008.

O município de Paula Freitas está localizado na várzea do Rio Iguaçu,

ocupando terrenos, exceto no extremo noroeste,onde estão os primeiros

contrafortes da Serra da Esperança, nos quais se situa o ponto mais alto do

município, com a cota 1.184m. A região serrana, no entanto, ocupa pouco mais de

10% do território municipal (cerca de 45 km², num total de 429 km²)

A economia do município de Paula Freitas apresenta uma ruralidade muito

forte, sendo o setor primário da economia do município. As principais produções,

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são culturas mecanizadas de grãos, principalmente soja e milho, a partir da década

de 1990 também teve um grande avanço na fumicultura. E também teve a instalação

das indústrias de madeiras, mas ainda são números bastante pequenos.

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2. PROCESSO DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO EM PAULA FREITAS PARANÁ

Apesar do município de Paula Freitas tenha sido criado na década de 1960,

mas somente começou a comparecer como ente independente a partir de 1970,

sendo o primeiro censo a divulgar dados do município.

A população total se manteve estacionada, nas ultimas três décadas do

século XX, como mostra a tabela 03, depois começou a crescer num ritmo bem

lento.

Tabela 03: População do Município de Paula Freitas, 1970 - 2000

População: 1970 1980 1991 2000

Urbana N.D 650 1.470 2.200

Rural N.D 3.869 3.195 2.860

Total 4.695 4.519 4.665 5.060

N.D= Dado não disponível. Fonte: IPEA, ipeadata. Consulta no site: www.ipea.gov.br em abril de 2007.

Plano Diretor Municipal de Paula Freitas, 2008.

Levando em consideração as taxas de crescimento geométricos apontados

na última tabela, pode-se estimar uma tendência populacional para 5.911 habitantes

no ano de 2017, na tabela a seguir pode-se observar a evolução anual da

população.

Tabela 04: População do Município de Paula Freitas, projeção 2012 á 2017.

População 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Urbana 3.182 3.263 3.344 3.426 3.508 3.590

Rural 2.468 2.438 2.408 2.379 2.350 2.321

Total 5.650 5.701 5.753 5.805 5.858 5.911

Dados retirados do Plano Diretor Municipal de Paula Freitas, 2008.

Uma vistoria realizada in loco, pela consultoria do Plano Diretor Municipal de

Paula Freitas em junho de 2007, contatou que o centro urbano de Paula Freitas

juntamente com as áreas periféricas, como loteamentos, existe 605 moradias, onde

pode-se considerar uma população efetivamente urbana, e todo crescimento

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populacional é absorvido pelos núcleos urbanos do município. Na tabela 05, pode-se

observar a projeção populacional e a taxa de urbanização do município.

Tabela 05: Projeção da população urbana do município de Paula Freitas, 2012-

2017 e taxa de urbanização.

Ano 2007 2012 2017

População 2.776 3.182 3.590

Taxa de

urbanização

51,4% 56,3% 60,7%

Dados retirados do Plano Diretor Municipal de Paula Freitas, 2008.

Paula Freitas deverá continuar a permanecer no rol de pequenos municípios

do sudeste do Paraná, sendo o município menor da microrregião de União da

Vitória, que têm 21 municípios. Tudo indica que as localidades de Rondinha e

Vargem Grande tendem a ter um crescimento populacional maior em relação à

cidade-sede de Paula Freitas, podendo até incluí-las na rede urbana da microrregião

de União da Vitória.

Como mostra na tabela 04, a população entre rural e urbana vai sofrer

bastante os reflexos desse aglutinado crescimento, com respeito aos perímetros

urbanos e de expansão urbana.

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IMAGEM 03: Densidade demográfica de Paula Freitas

Fonte: Plano Diretor Municipal de Paula Freitas,2008 (Prancha 12)

f

Paula Freitas tem uma densidade média de 12,6 hab./km², é notável que as

regiões próximas ao Rio Iguaçu, tem uma diminuição na sua densidade, e ocorre

uma concentração próximaà linha que representada pelo antigo traçado da PTR –

153. Na localidade da Rondinha, a densidade fica acima de 147 hab./km².

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2.1 COMPARTIMENTAÇÃO MUNICIPAL

Tendo em vista a ocupação humana da cidade de Paula Freitas, pode-se

atribuir três grandes macrozonas habitadas e mais uma macrozona pouco povoada,

mais de grande importância ambiental.

IMAGEM 04 - Compartimentos Municipais – Síntese Municipal

Fonte: Plano Diretor Municipal de Paula Freitas, 2008. (Prancha 31)

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Na tabela a seguir será relacionado às comunidades ás macrozonas.

Tabela 06: Compartimentos Municipais de Paula Freitas

Compartimentação Comunidades Pertencentes

Oeste São Carlos, Paula Freitas, Maria Anisia, Rondinha, Canudos,

Luzia, Colônia Macacos, Cachoeira

Centro Poço Preto, Faxinal, Palmital, Palmital Jararaca, Bela Vista

Leste Carazinho, Ronda Jararaca, Cerro do Leão, Rio das Antas, Linha

D’ Ana, Vargem Grande

Serra da Esperança Morro do Taió

Dados retirados do Plano Diretor Municipal de Paula Freitas, 2008.

É notável que a macrozona sudeste abriga a imensa maioria da população

urbana com atividades econômicas variadas, já as demais regiões são visivelmente

rurais.

2.1 COMPARTIMENTAÇÃO URBANA

A população urbana de Paula Freitas tem pouco mais de 2500 pessoas,

tornando uma das menores cidades do estado do Paraná, sua organização espacial

forma uma rede de núcleos urbanos interligados, o que possibilita identificarmos

cinco compartimentos urbanos distintos.

A rede de áreas urbanas de Paula Freitas estrutura-se ao longo da PRT –

153 rodovia que dá acesso á sede municipal, dando continuidade a Rua Gustavo

Schwartz, no sentido nordeste - sudoeste. Nessa forma de rede fica bastante notável

a separação espacial entre os núcleos dependentemente entre os usos existentes

nas áreas de caráter urbano.

No sentido nordeste pela rodovia encontra-se a vila de Vargem Grande,

originária de uma antiga estação ferroviária que há anos esta desativada e também

é o centro da região colonial de Paula Freitas. Essa vila possui grande importância

histórica e na sociedade de Paula Freitas.

No sentido sudoeste, cerca de 3 km de ocupação rural, surge uma pequena

concentração de residências ao longo da rodovia, que tem denominação Canudos,

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que vai se estendendo por mais 2 km até chegar na comunidade de Rondinha.

Rondinha é um conjunto habitacional urbano estritamente ligado a rodovia, é uma

ocupação de caráter ordenado, e um conjunto social promovido pela cohapar.

Logo adiante próximo ao núcleo urbano de Paula Freitas, o loteamento

Maria Anísia, cerca de 2,5 km da BR 476 e pela Rua Gustavo Schwartz onde

concentram-se boa parte das atividades industriais e prestação de serviços públicos.

O conjunto urbano Maria Anísia pertence ao conjunto urbano da cidade de Paula

Freitas num ponto de vista institucional, onde a comunidade usufrui dos serviços

urbanos locados na sede, apesar de estar á 2 km da sede municipal. Na região

localizada nos fundos do loteamento, localizam-se as unidades de habitação social

com as residências de casas populares.

Entre Maria Anísia e a cidade de Paula Freitas, habita um número pequeno

de famílias, do qual pertencem ao contexto urbano da sede.

No núcleo urbano de Paula Freitas, são existentes pouco mais de 800

habitantes, onde se concentra boa parte do comércio, prestação de serviços e os

serviços públicos municipais.

Ligada ao centro encontra-se o compartimento São Carlos, ocupação

alongada junto ao eixo da avenida com mesmo nome do compartimento, assim

como Maria Anísia, esse compartimento é totalmente dependente dos serviços do

núcleo de Paula Freitas.

Tabela 07: Características dos compartimentos urbanos de Paula Freitas

Compartimento: Área Urbana: Domicílios: População: Densidade:

Macrozona- Paula Freitas 42 ha 215 820 19 hab./ha

Macrozona- São Carlos 15 ha 65 236 16 hab./ha

Macrozona- Maria Anísia 29 ha 120 414 14 hab./ha

Macrozona- Rondinha 30 ha 150 585 19 hab./ha

Macrozona- Vargem Grande 17 ha 55 205 12 hab./ha

133 ha 605 2.260 17 hab./ha

Dados retirados do Plano Diretor Municipal de Paula Freitas, 2008.

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2.3 PERÍMETRO URBANO

A estrutura das populações urbanas de Paula Freitas seguindo um eixo

rodoviário tende a formação de uma grande ocupação linear e une os diferentes

núcleos com a expansão da malha viária. Por ser bastante reduzida a população nos

núcleos urbanos e as relativas grandes distancia que os separam impossibilitam que

ocorra o fenômeno chamado conurbação, é um termo que designa a unificação

dasmalhas urbanas de duas ou mais cidades, que passama formar um aglomerado

urbano contínuo, mantendo, entretanto, suas autonomias político-administrativas.

Paula Freitas comporta quatro perímetros urbanos isolados: Paula Freitas

(sede), São Carlos, Maria Anísia, Rondinha e Vargem Grande; e uma área de

transição urbano-rural ao longo da parte mais consolidada da rede, da Av. São

Carlos até a Rondinha, onde se pode encontrar atividades industriais e agricultura

urbana previstas nos projetos estruturantes.

2.4 DENSIDADE DE OCUPAÇÃO URBANA

A análise da densidade urbana de uma cidade é feita a partir da existência

de uma densidade legal, que é obtida a partir do perímetro urbano legalmente

constituído e a existência de uma densidade efetiva, considerando as áreas com uso

efetivamente urbano, e também não podem ser consideradas a expansão urbana

futuras.

Em Paula Freitas pode-se verificar uma situação bastante comum entre os

municípios da região, onde o perímetro urbano legal é bastante superior às

necessidades de expansão urbana, obtendo-se assim, uma densidade muito baixa.

Na sede Paula Freitas juntamente com a Av. São Carlos a densidade fica em média

9,5 hab./há, já em Rondinha a densidade fica próxima aos padrões de ocupações

rurais densas, em torno de 1hab/há.

Na tabela 07, pode-se observar que as densidades efetivas das ocupações

urbanas são bastante parecidas entre si, e não atingem a faixa de 20 hab./há e 30

hab./ha que é a média comum entre as cidades do sudeste paranaense. Dessa

maneira pode-se dizer que todas as áreas analisadas possuem densidades muito

baixas, o que resulta na grande quantidade de terrenos e lotes vazios.

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Em função da pequena população urbana de Paula Freitas, e seu vagaroso

crescimento que foi projetado para os próximos 10 anos, não existe preocupação

pela demanda de áreas para que esse crescimento urbano possa se concretizar,

pois essa grande área de terrenos vazios é capaz de comportaro novo contingente

populacional.

Tabela 08: Estimativa de demanda de solo urbano de Paula Freitas, 2007- 2017.

Ano

Estimativa Pop. Urbana

Número de Domicílios

Demanda por Área (2007)

(densidade efetiva média)

Demanda por Área (2007) (padrão de parcelamento do solo)

2007 2.776 743 --------------- --------------

2012 3.182 851 23,8 ha 13,9 ha

2017 3.590 960 47,9 ha 28,0 ha

Dados retirados do Plano Diretor Municipal de Paula Freitas, 2008.

Na tabela acima se pode observar a demanda do uso do solo urbano para

os próximos 10 anos, com relação a inúmeros lotes vazios existentes, mantendo o

numero de uma família por lote padrão, a demanda para os 10 anos alcança 21% do

total das áreas efetivamente urbanas.

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IMAGEM 05: Foto aérea da cidade de Paula Freitas, Fevereiro de 2014. (1)

FONTE: Acervo da Prefeitura Municipal de Paula Freitas,2014.

IMAGEM 06: Foto aérea da cidade de Paula Freitas, Fevereiro de 2014. (2)

FONTE: Acervo da Prefeitura Municipal de Paula Freitas,2014.

Nas imagens acima é possível observar a cidade de Paula Freitas nos dias

atuais, fotografada no ano de 2014.

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3 GEOGRAFIA E ENSINO

3.1 O ENSINO DA GEOGRAFIA NO BRASIL

A geografia como disciplina nas escolas, surgiu precisamente em 1837, no

colégio Pedro II, com o objetivo de contribuir na formação do cidadão, numa

ideologia de nacionalismo patriótico. Então a disciplina da geografia ensinava as

riquezas naturais e humanas presentes no território brasileiro. Os primeiros

professores a ministrar as aulas de geografia vinham de outras profissões, como

advogados e até mesmo sacerdotes.

Alunos do 6° ano tinham conteúdos relacionados á América, mares, vulcões

da América em forma abrangente, depois o conteúdo delimitava-se ao Brasil e suas

regiões, só então era aplicados os conteúdos da Europa, Ásia, África e Oceania.

Em 1930, o ensino de geografia ganha uma nova dimensão, em 1929 é

fundado o curso livre Superior de Geografia, como principal objeto criar condições

para que o ensino da geografia buscasse seu verdadeiro papel na disciplina de

nacionalização. Alguns anos depois são formados os primeiros geógrafos no país.

Nesse período ocorreram fatos importantes para a geografia como:

Surgimento dos cursos superiores de geografia na USP em 1934 e também no

Distrito Federal UDF em 1935, a fundação da AGB (associação dos geógrafos

brasileiros) também em 1935, criação do conselho nacional de geografia em 1937 e

criação do IBGE em 1939. A partir de então a geografia ganha total força tanto como

disciplina escolar como ciência.

Com o passar do tempo, a geografia vai cada vez mais se aproximando da

geografia moderna em busca do verdadeiro método e objetivo, nesse período a

influencia vem da geografia de Vidal de La Blache, geografia essa que domina tanto

as escolas como as universidades, com um ensino sobre paisagens naturais e

humanizadas, o principal método usado era a descrição e a memorização dos

elementos que compõe a paisagem, onde a tarefa do aluno era descrever os fatos

sociais e naturais, associando o homem como o principal elemento nessa relação.

A partir de 1931, são introduzidos novos conteúdos nos anos iniciais como:

população, raças, línguas, religiões e a economia brasileira, onde na época era a

principalmente a agricultura o centro econômico do país.

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Nessa fase também começa a produção dos livros didáticos, onde dois

principais autores se destacam: Miguel Delgado de Carvalho e Aroldo de Azevedo.

A geografia de Miguel Delgado de Carvalho contribuiu para o que se pode denominar enobrecimento ou civilidade da mentalidade territorial no Brasil. Seus trabalhos didáticos ofereceram aos que escolarizavam num país em franca expansão e urbanização, e cheio de imigrantes, um elemento de identidade territorial cívica nacional, uma identidade para além da roça, do engenho de açúcar, da fazenda de café e gado, da aldeia, da província. Por meio da ideia de um todo Histórico-geográfico, participou das discussões que forneceram identidades macrorregionais, tudo isso como típicos artefatos mentais de confecção pela cultura urbana central que procedia ás representações do país quando procurava afirmar-se como nação. (BARROS, 2008, p. 322).

Aroldo de Azevedo seguia o mesmo caminho. De 1940 a 1970 foi um dos

maiores influenciadores do ensino da geografia no Brasil. Alguns anos seguintes o

ensino da geografia passa por uma grande revolução, com a revisão de alguns

conteúdos, mas não deixando de lado os verdadeiros objetivos e a didática de

ensino. O objetivo ainda era o engrandecimento das riquezas do país e o método

era ainda a memorização.

A escola então se torna um centro de formação da mão de obra para as

indústrias, assim, a escola se reduz ao treinamento profissional. A partir da década

de 1970 o governo militar passa a considerar a disciplina perigosa na medida em

que contribuía na formação e pensamentos críticos e alunos contestadores, então

por isso em 1971 a geografia é excluída dos currículos oficiais e substituída pela

disciplina de estudos sociais, nas universidades a geografia começa a ganhar força,

passando a ser a ciência do espaço. Nos anos 80 a geografia influencia as

propostas curriculares voltadas para as quintas, sextas, sétimas e oitavas séries,

com conteúdos voltados a relação de trabalho e produção, onde o ensino era em

torno das ideologias políticas, econômicas e sociais na relação entre sociedade,

trabalho e natureza.

Segundo Clarice Cassab (2009), os professores na maioria dele formados

nas escolas clássicas de geografia, e num regime educacional em que tudo vinha

pronto, tanto currículo, metodologia e planejamento, tiveram grande dificuldade em

colocarem em prática o ensino de geografia.

A elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) serviu para

orientação no ensino da geografia, onde ficou oficializada uma geografia de

fundamentação fenomenológica e o ensino era a partir de teorias construtivas,

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estimulando o aluno à habilidade de perceber o espaço através de referências

concreto.

3.2 PROCESSO DE APRENDIZAGEM E RELAÇÃO PROFESSOR / ALUNO

Segundo Vygotsky a uma distinção no sentido e no significado da palavra

contribuição em relação ao ensino, segundo Emerson (2002) a contribuição do

professor para com o aluno vai ser uma ferramenta fundamental para estimular o

processo de internalização com uma reconstrução interna, propondo uma

consciência individual, mas ao mesmo tempo podendo interferir no caráter social do

aluno.

Vygotskydiz que a aprendizagem é um elemento importante que intervêm a

relação do homem com o mundo, até mesmo podendo interferir no seu

desenvolvimento. Dentro da geografia essa aprendizagem requer um olhar atento

para a geografia cotidiana dos alunos, pois implica numa dimensão do conhecimento

geográfico e o espaço vivido com a prática social dos alunos.

Dentro desse parâmetro afetivo, Henri Wallon também trás contribuições

significativas para o processo ensino-aprendizagem. Abigail e Laurinda trazem

conceitos essenciais que Wallon prioriza na teoria do desenvolvimento como:

processos de interação, de concepção e evolução afetiva.

No processo de ensino-aprendizagem deve-se ter uma relação fundamental

com o papel da afetividade, a compreensão é um elemento importante para

aumentar a eficiência, assim fazendo com que o professor obtenha sucesso,

atingindo seus objetivos, sendo que um dos principais objetivos é desenvolver o

aluno na forma cognitiva e afetiva, preparando-o para á sociedade e a realidade em

que esta inserida.

[...] ainda que timidamente, já se percebe um movimento na direção de novas práticas pedagógicas baseadas numa outra relação com o conhecimento, em novas formas de relacionamento com os alunos e em maneiras mais democráticas de avaliação, posto que mais abertas ao diálogo (TRINDADE, 2007, p. 115).

Essa afirmação de Trindade (2007) faz com que possamos perceber a

importância do ensino da geografia nos dias atuais, tendo como um objetivo principal

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a formação do cidadão. A geografia diferente das demais ciências engloba toda uma

conjuntura social e física, sendo uma disciplina totalmente indisciplinar uma vez que

o professor de geografia tem a missão de educar e preparar esse aluno, conforme o

seu espaço social.

A preocupação com a interdisciplinaridade deve trazer uma nova visão didático-pedagógica do ensino de Geografia à forma-ação do ser humano. Como interdisciplinar, o ensino de Geografia torna-se um espaço de interação, integração e compartilhamento de competências e saberes (SOUZA; CHIAPETTI, 2007, p. 235).

Portanto ao pensarmos geografia como ciência, podemos compreendê-la

como uma ciência que nos permite conhecer o mundo, estando então nas mãos dos

professores, a missão de tornando a sala de aula num laboratório, para que ele

consiga de forma lúdica e teórica ao mesmo tempo, adquirir esse conhecimento,

através das múltiplas formas que o professor pode ensinar, e o aluno aprender.

3.3 A RELAÇÃO DA TEMÁTICA COM A REALIDADE DO ALUNO

O tema abordado em sala de aula (Industrialização e Urbanização) pode ser

relacionado com a realidade cotidiana dos alunos. Santos (2000) cita que: “Os

lugares são, pois, o mundo, que eles reproduzem de modos específicos, individuais,

diversos. Eles são singulares, mas são também globais, manifestações da

totalidade-mundo, da qual são formas particulares.” (p.112). Entendemos que apesar

do ambiente escolar se dar em um determinado local, é possível fazer relação com a

convivência efetiva do aluno, fazendo a interação desses ambientes. Partindo desse

pressuposto é permitido fazer vinculação de certos temas discutidos dentro da

geografia. O tema sobre urbanização e industrialização, nós permite inúmeras

formas de se trabalhar dentro da sala de aula, é primordial que o professor

correlacione o espaço urbano em que o aluno está inserido, além de trabalhar, a

realidade em que o aluno não está inserido, para que ele consiga fazer a divergência

entre estes espaços. Como por exemplo: Um aluno que vive em uma pequena

cidade, ao trabalhar urbanização, o professor terá mais facilidade que lidar com as

temáticas relacionadas aos centros locais, podendo exemplificar com o próprio lugar

em que o aluno vive, porém é necessário que o professor tenha a engenhosidade de

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uma didática alternativa, para que ele possa trabalhar sobre as grandes metrópoles,

já que não é a realidade do aluno, e assim reciprocamente.

Neste sentido, é relevante, ainda que não suficiente, para os professores de Geografia enfrentar o desafio de se considerar, entre outras, a “cultura geográfica” dos alunos. Na prática cotidiana, os alunos constroem conhecimentos geográficos. É preciso considerar esses conhecimentos e a experiência cotidiana dos alunos, suas representações, para serem confrontados, discutidos e ampliados com o saber geográfico mais sistematizado (que é a cultura escolar) (CAVALCANTI, 2005, p. 68).

De acordo com a citação de Cavalcanti (2005), podemos observar que a

prática cotidiana vai permitir que o aluno venha adquirir um conhecimento geográfico

mais amplo, fazendo com que o melhor método de ensino seja o espaço geográfico

vivido pelo aluno cotidianamente.

3.4 RECURSOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Recursos didáticos são conceituados como um conjunto de materiais

utilizados para fins pedagógicos, que buscam uma melhor mediação de

conhecimento de conteúdos com os alunos podendo ser todo tipo de objeto material

(giz, livro didático, maquete, globo terrestre, entre outros) ou imaterial (tonalidade de

voz e expressões corporais); os recursos didáticos modernos são formados por

componentes eletrônicos e computacionais (FISCARELLI, 2008).

Fiscarelli (2008) também ressalta que a proposta curricular nacional,

incentiva o professor a utilizar os recursos didáticos, principalmente os relacionados

às novas tecnologias.

Sobre a expectativa da utilização dos recursos didáticos pelo professor, a

autora comenta que há receio na questão da viabilidade, adaptação ao conteúdo e à

realidade escolar. Para a prática em sala de aula, o professor necessita de maior

preparo e eficiência, pois assim como o recurso pode ajudar, ele também pode

atrapalhar o docente se ele não souber utilizá-lo corretamente.

Para que aja uma boa eficiência na utilização desses recursos tecnológicos,

são oferecidos aos professores cursos de capacitação, para que o professor se

adapte ao conteúdo e a realidade da sala de aula; esses cursos são de suma

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importância, pois se esses recursos não forem utilizados corretamente, irá

“atrapalhar”, em vez de beneficiar ao aluno.

Alguns principais recursos didáticos usados dentro de sala de aula, e de que

forma são trabalhados como: Globo terrestre, bússolas, jogos, maquetes,

fotografiasetc.; Esses são alguns dos recursos que podem ser utilizados pelos

professores, tanto nos anos iniciais, ensino fundamental e até mesmo no médio.

Recursos que promovem o conhecimento do aluno de forma lúdica e interativa. O

professor deve estar atento antes de aplicar esse tipo de aula, dependendo da serie

deve-se ter cuidado redobrado na preparação da aula.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por tudo o que foi visto nesse presente trabalho, pode-se concluir que o

espaço urbano da cidade de Paula Freitas vem ocorrendo pausadamente, seu

desenvolvimento e seu crescimento populacional é bastante peculiar visto que faz

seu desenvolvimento iniciou-se a pouco mais de 45 anos. Com relação ao conceito

de pequena cidade, é possível observar que Paula Freitas ainda está abaixo dessa

conceituação, pois segundo Santos (1993) uma cidade pequena pode ter até 20 mil

habitantes, o que está longe de ser a realidade da cidade de Paula Freitas.

Ao observarmos a história de Paula Freitas, podemos perceber que sua

localização foi intencionalmente econômica, quando nos primórdios o Rio Iguaçu era

único meio de transição dos tropeiros que faziam suas tropeadas até a cidade de

Sorocaba em São Paulo, e mais tarde a construção da estação ferroviária próximo

ao Rio Iguaçu, para facilitar o transporte.

Desde o início do seu desenvolvimento até os dias de hoje, o processo de

urbanização é bem lento, mas é possível observar que esse pregresso vem

evoluindo no decorrer dos anos, e esses números tende a aumentarem devido as

instalações de indústrias madeireiras e cerealistas, com isso a expectativa é o

aumento de geração de emprego e consequentemente o crescimento populacional.

Por fim podemos compreender que o processo das pequenas cidades em si

é bastante particular, mas a perspectivas é que nas próximas décadas, muitas

pequenas cidades, deixem de pertencer a essa escala, passando pra cidades

médias.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

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INTRODUÇÃO

Estágio realizado no Colégio Estadual do Campo João de Lara, localizado

na PR 153, bairro Rondinha na cidade de Paula Freitas PR. O estágio foi realizado

no 7º ano B, regido pela professora Sra. Ivoneide Montipó. As aulas foram

ministradas nas terças e quintas – feira, do dia 18 de agosto de 2015 á 10 de

setembro de 2015, no período vespertino, totalizando 12 aulas ministradas. O tema

abordado foi sobre urbanização e industrialização.

O colégio João de Lara foi fundado em 1964, obra realizada pelo Governo

Ney Braga, onde inicialmente funcionava de forma multisseriada, em uma pequena

estrutura, onde o professor realizava as funções da direção, orientação, serviços

gerais, além da docência. Seu primeiro nome foi Escola Isolada Rocha Pombo. Mais

tarde passou a ser chamada Casa Escolar João de Lara, em homenagem ao doador

do terreno, Senhor João de Lara Sobrinho. A partir de 1991, com a municipalização

das Series Iniciais na maioria das escolas do Estado, no mesmo prédio passou a

funcionar a Escola Municipal Paulo Ider Hermann, atendendo alunos do Pré-Escolar

e 1ª a 4ª série no período da tarde.

No ano de 1994 passou a ser chamada de Escola Estadual João de Lara -

Ensino Fundamental. A partir de 2008 a escola passou a ser chamada Colégio

Estadual João de Lara devido à implantação do Ensino Médio. Atualmente o Colégio

é dirigido pelo diretor Ivair José Montipó, eleito de forma democrática no mês de

novembro de 2008.

No turno matutino é oferecido o Ensino Fundamental e Médio para 144 alunos

regularmente matriculados.

No período vespertino temos 82 alunos matriculados. A equipe de trabalho é

composta por 26 professores sendo um diretor, duas pedagogas, uma secretária,

um agente educacional ll e 4 agentes educacionais l.

O colégio funciona em prédio próprio, fazendo uso, no período da manhã de

sete salas, e no período da tarde cinco salas, temos também uma pequena

biblioteca, um laboratório de informática com 12 computadores, sala dos

professores, almoxarifado, cozinha, uma lavanderia, 3 banheiros (1 feminino, 1

masculino e 1 para os professores). Uma sala adaptada para o funcionamento da

sala de recursos.

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O espaço externo do Colégio é composto por áreas cobertas, em uma parte,

fica cinco mesas próximas á cozinha, nas quais as crianças fazem o lanche. Em

outra, há um pequeno palco utilizado para apresentações dos trabalhos dos alunos.

Ainda no espaço externo há uma quadra poliesportiva coberta.

Para melhorar a estrutura física, foram construídas no ano de 2007, duas novas

salas de aula pelo Governo do Estado.

No que diz respeito aos materiais, atualmente a escola possui 9 televisores, 16

computadores, 2 impressoras a laser, 2 multi funcional, sendo uma com fax e outra

scanner, 1 impressora matricial, 1 aparelho de fax, 1 aparelho de telefone sem fio, 3

micro-system, 2 mimeógrafos a álcool, 1 retroprojetor, 1 projetor de slides, mapas

variados, fitas de vídeo, CDs Room, globos e outros materiais próprios de cada

disciplina.

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PROCESSO DE APRENDIZAGEM RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO E A

IMPORTANCIA DO ENSINO DA GEOGRAFIA

É necessário que exista uma comunicação clara dentro da sala de aula,

onde o professor trabalhe não só com o conceitual, mas também trabalhe com a

formação humana, considerando a primeira leitura, que vem de um âmbito familiar.

O tema abordado que foi trabalhado em sala de aula (Industrialização e

Urbanização) pode ser relacionado com os ensinamentos de Bronfenbrenner.

Bronfenbrenner se refere em seus discursos de um meio ambiente global em

que o individuo esta inserido e é nesse ambiente onde ocorrem os processos

desenvolvimentais. Nesse âmbito pode-se inserir o processo de industrialização e

urbanização, onde o meio ao longo do tempo, foi modificado e desenvolvido,

ocorrendo no século XIX a Revolução Industrial conseguintemente o grande

crescimento populacional formando então os grandes centros urbanos.

Bronfenbrenner identifica três pontos que são essenciais para o

desenvolvimento da criança, em relação à sua influencia no âmbito familiar; como o

trabalho dos pais, a rede de apoio social e a comunidade em que sua família esta

inserida. A partir dessa discussão podemos inserir no tema industrialização, onde

me primeiro momento a criança relaciona seu conhecimento familiar, o que se

aprendeu dentro de casa, um conhecimento empírico, embasado num recorte local,

normalmente na cidade em que reside. Bronfenbrenner ainda complementa dizendo

que a educação dos pais dada á criança, depende claramente da sociedade, da

cultura e das crenças da qual estão inseridos, contudo dentro da sala de aula, o

papel do professor é abranger uma escala maior desse conhecimento, começando

pela escala regional, nacional e por fim na escala universal.

O processo através do qual a pessoa desenvolvente adquire uma concepção mais ampliada, diferenciada e válida do ambiente ecológico, e se torna mais motivada e mais capaz de se envolver em atividades que revelamsuas propriedades, sustentam ou reestruturam aquele ambiente em níveis de complexidade semelhante ou maior de forma e conteúdo – validade ecológica (BRONFENBRENNER, 2002, p. 23)

No estágio também foi trabalhado a respeito das cidades, trazendo um

recorte geográfico local. Nesse aspecto, Vygotsky aponta importantes apontamentos

sobre a formação de conceitos, no caso, o tema cidades, se trata de uma

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abordagem bastante complexa, pois envolve um ponto de vista geográfico e um

sistema amplo de conceitos, e isso requer muita atenção na hora de transmitir essas

definições. Vygotsky cita que não se pode transmitir ao aluno um conjunto de

definições prontas, e que muitas das vezes o aluno relaciona esses conceitos com

outras cidades do mundo e do Brasil, e não conseguem relacionar essas definições

dentro das suas próprias cidades locais, e que algumas vezes essas abordagens

nem fazem parte do conteúdo curricular da escola.

A experiência pedagógica nos ensina que o ensino direto de conceitos sempre se mostra impossível e pedagogicamente estéril. O professor que envereda por esse caminho costuma não conseguir senão uma assimilação vazia de palavras, um verbalismo puro e simples que estimula e imita a existência dos respectivos conceitos na criança, mas na prática, esconde o vazio. Em tais casos, a criança não assimila o conceito, mas a palavra, capta mais de memória que de pensamento e sente-se impotente diante de qualquer tentativa de emprego consciente do conhecimento assimilado. No fundo, esse método de ensino de conceitos é a falha principal do rejeitado método puramente escolástico de ensino, que substitui a apreensão do conhecimento vivo pela apreensão de esquemas verbais mortos e vazios. (VYGOTSKY, 2001, p. 247)

Ainda acordo com Vygotsky, os professores de geografia, precisam ter em

mente que essa disciplina foi inserida na história, como uma área cientifica onde tem

como pretensão de analisar a realidade geográfica, essa área pode ser entendida

como um conjunto de conceitos e teorias formando assim a linguagem geográfica.

Essa linguagem geográfica é entendida por Vygotsky não no sentido em que o aluno

só assimile essas informações, mas que ele forme um pensamento que permita com

que ele analise a sua própria realidade através de uma perspectiva geográfica, ou

seja, que ele relacione com seu cotidiano. Dentre alguns conceitos principais

Vygotsky também cita a degradação ambiental, tema esse que foi abordado nas

últimas aulas de estágio. Com base nas afirmações do autor, podemos observar a

importância de conceituar a degradação ambiental, e conduzir ao aluno para que ele

possa relacionar essa degradação em sua cidade, seu bairro; observando os

problemas urbanos que estão á sua volta, assim o aluno fará uma correlação no

espaço geográfico que está inserido. E não apenas fazer essa relação, mas quando

se trata de impactos ambientais, é necessário que o professor esteja preparado para

repassar ao seu aluno, a conscientização de se preservar e conservar com o

objetivo de que esse aluno cresça tendo em mente a importância de proteger o meio

em que ele vive.

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No processo de ensino-aprendizagem Wallon orienta que se deve ter uma

relação fundamental com o papel da afetividade. A compreensão é um elemento

importante para aumentar a eficiência, assim fazendo com que o professor obtenha

sucesso, atingindo seus objetivos, sendo que um dos principais objetivos é

desenvolver o aluno na forma cognitiva e afetiva, preparando-o para á sociedade e a

realidade em que esta inserida,uma vez que o professor de geografia tem a missão

de educar e preparar esse aluno, conforme o seu espaço social.

Wallon também da ênfase para o desenvolvimento do aluno dentro do

contexto no qual o individuo está inserido, como por exemplo, o ambiente familiar.

O plano segundo o qual cada ser se desenvolve depende, portanto, de disposições que ele tem desde o momento de sua primeira formação. A realização desse plano é necessariamente sucessiva, mas pode não ser total e, enfim, as circunstâncias modificam-na mais ou menos. Assim, distinguiu-se do genótipo, o fenótipo, que consiste nos aspectos em que o indivíduo se manifestou ao longo da vida. A história de um ser é dominada pelo seu genótipo e constituída pelo seu fenótipo. (Wallon, 1995, pp. 49-50)

Ele coloca que a primeira formação da criança vem da família onde ela

cresceu, e a segunda formação acontece quando a criança chega ao ambiente

escolar, onde o professor tem o papel fundamental de moldar esses conceitos,

instigando o aluno a formar seu próprio pensamento crítico referente ao meio em

que está inserido. A geografia nos permite o estudo do espaço físico, abrangendo:

relevos, hidrografias, geologia, vegetação etc.; Porém vai além da área física

quando nos permite o estudo da sociedade humana em geral.

Portanto ao pensarmos geografia como ciência, podemos compreendê-la

como uma ciência que nos permite conhecer o mundo em que vivemos e sua

constante transformação, fazendo relação desde o surgimento do mundo, até os

dias atuais da moderna globalização.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em um primeiro momento foi feito uma introdução, onde foi exposto sobre a

temática abordada no estágio supervisionado, relatando sobre o colégio escolhido

para a realização do mesmo, trazendo um breve relato da sua história e a atual

direção. Em sequencia foi abordado e correlacionado alguns autores com a temática

escolhida, tendo em vista suas perspectivas em relação ao tema e o dia-a-dia do

aluno.

O tema discutido em sala de aula, no estágio supervisionado, veio se

assemelhar com a temática do projeto de pesquisa TCC, onde ficou mais fácil e

claro trabalhar com os conteúdos.

O estágio supervisionado se tornou bastante construtivo, pois a prática torna

a teoria mais fielmente verdadeira, onde nos permite o conhecimento do dia-a-dia

dasala de aula, assim faz com que possamos entender e conhecer a realidade de

forma objetiva e dinâmica.

Em suma é possível concluir que a urbanização e industrialização permitem

ao educador múltiplas formas de metodologias para lecionar ao aluno, sendo que a

geografia consiste em uma ciência em que o objeto de estudo é o espaço em que

estamos inseridos, possibilitando diversas oportunidades de relacionar as questões

didáticas, com o dia-a-dia.

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ANEXOS

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PLANO DE AULA 01

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICA: Fabiane Snicer

COLÉGIO: Estadual do Campo João de Lara

MUNICÍPIO: Paula Freitas

PROFESSORA REGENTE: Ivoneide Montipó

SÉRIE: 7º ano

DATA: 18/08/2015

NÚMERO DE AULAS: 01

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

- Industrialização e urbanização brasileira.

- A industrialização brasileira.

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL:

- Explicar como aconteceu a industrialização e urbanização no Brasil.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Apontar como e quando se iniciou a industrialização no Brasil;

- Explicar os principais processos que possibilitaram o desenvolvimento da

industrialização.

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula teve início às 16h15min, com a minha apresentação á turma, e falando

sobre os conteúdos trabalhados nas próximas aulas, de início foi trabalhado com

eles sobre a industrialização e urbanização do Brasil, o início da industrialização

com a produção cafeeira, a vinda de imigrantes europeus, e o desenvolvimento

da infraestrutura, conforme a explanação as alunos iam interagindo com boa

participação em sala de aula.

7. BIBLIOGRAFIA

- Geografia: Espaço e vivência: A organização do espaço brasileiro, 7° ano/ levon

Boligian.. [ET AL.] 4° edição. – São Paulo: Saraiva, 2012.

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PLANO DE AULA 02

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICA: Fabiane Snicer

COLÉGIO: Estadual do Campo João de Lara

MUNICÍPIO: Paula Freitas

PROFESSORA REGENTE: Ivoneide Montipó

SÉRIE: 7º ano

DATA: 20/08/2015

NÚMERO DE AULAS: 02

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

- Industrialização e urbanização brasileira.

- Características da industrialização brasileira;

- Concentração e desconcentração industrial;

- A urbanização brasileira;

- População urbana do Brasil.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL:

- Explicar como aconteceu a industrialização e urbanização no Brasil.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Explicar sobre as principais características da industrialização brasileira;

- Explanar sobre a concentração e desconcentração das indústrias no Brasil;

- Relatar sobre o inicio da urbanização no Brasil;

- Explanar sobre a população urbana no Brasil.

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula teve início às 15h: 20min, sendo duas aulas conjugadas, foi dado

seqüência ao conteúdo abordado, trabalhando sobre as principais

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características das indústrias brasileiras, como a concentração e

desconcentração industrial, e iniciando um novo tema do livro didático sobre a

urbanização brasileira, as principais temáticas abordadas foram: A população

urbana no Brasil e a urbanização e industrialização, após feito a explanação

destes temas, foi passado aos alunos 9 questões do livro didático, referente ao

que foi estudado na aula passada e na presente aula, ele deram início para

terminarem na próxima aula.

5. BIBLIOGRAFIA

- Geografia: Espaço e vivência: A organização do espaço brasileiro, 7° ano/

levon Boligian.. [ET AL.] 4° edição. – São Paulo: Saraiva, 2012.

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PLANO DE AULA 03

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICA: Fabiane Snicer

COLÉGIO: Estadual do Campo João de Lara

MUNICÍPIO: Paula Freitas

PROFESSORA REGENTE: Ivoneide Montipó

SÉRIE: 7º ano

DATA: 25/08/2015

NÚMERO DE AULAS: 01

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

- A industrialização e Urbanização brasileira.

- O que é cidade?

- A história da cidade de Paula Freitas.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL:

- Explicar como e quando aconteceu a industrialização e urbanização no

Brasil.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Trazer uma breve explicação do que são cidades;

- Relatar sobre a história do município de Paula Freitas.

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula teve início às 16h: 15min, foi dado um tempo para que os alunos

concluíssem o trabalho que foi iniciado na semana passada, assim que todos

terminaram, iniciei outra temática, sobre o que é cidade, usei o auxilio do livro

didático, para melhor explicar, então entreguei a cada um, um resumo sobre a

história da cidade de Paula Freitas, trazendo algumas imagens antigas da

cidade. E foi feito então relatos de curiosidades com os alunos sobre a cidade.

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5. BIBLIOGRAFIA

- Geografia: Espaço e vivência: A organização do espaço brasileiro, 7° ano/

levon Boligian.. [ET AL.] 4° edição. – São Paulo: Saraiva, 2012.

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59

PLANO DE AULA 04

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICA: Fabiane Snicer

COLÉGIO: Estadual do Campo João de Lara

MUNICÍPIO: Paula Freitas

PROFESSORA REGENTE: Ivoneide Montipó

SÉRIE: 7º ano

DATA: 27/08/2015

NÚMERO DE AULAS: 02

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

- A industrialização e urbanização do Brasil.

- Rede e hierarquia Urbanas;

- Rede Urbana;

- Hierarquia Urbana;

- Conurbação;

- As Regiões metropolitanas;

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL:

- Explicar como e quando aconteceu a industrialização e Urbanização no

Brasil.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Abordar as principais redes urbanas no Brasil, e caracterizar suas hierarquias;

- Explicar o que conurbação;

- Abordar sobre as regiões metropolitanas e explanar sobre empresas de

planejamento.

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula teve início às 15h: 20min e foi passado o conteúdosobre as principais

redes urbanas no Brasil e suas hierarquias. Os alunos acompanharam no livro

didático, e com a participação da leitura no livro, onde juntos foi feito a

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60

explanação do conteúdo.

5. BIBLIOGRAFIA

- Geografia: Espaço e vivência: A organização do espaço brasileiro, 7° ano/

levon Boligian.. [ET AL.] 4° edição. – São Paulo: Saraiva, 2012.

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61

PLANO DE AULA 05

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICA: Fabiane Snicer

COLÉGIO: Estadual do Campo João de Lara

MUNICÍPIO: Paula Freitas

PROFESSORA REGENTE: Ivoneide Montipó

SÉRIE: 7º ano

DATA: 01/09/2015

NÚMERO DE AULAS: 01

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

- A industrialização e Urbanização do Brasil.

- Problemas sociais e ambientais.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL:

- Explicar como aconteceu a urbanização no Brasil.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Abordar os principais problemas sociais e ambientais da cidade de Paula

Freitas.

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula teve início às 16h: 15min, foi abordada a temática sobre os problemas

sociais e ambientais que ocorrem nos centros urbanos, foi passado a eles

algumas definições com o auxilio do livro didático, depois então foi feito um

debate com os alunos para vermos os problemas tanto ambientais e sociais que

acontecem na cidade de Paula Freitas, o debate foi bem proveitoso, onde todos

manifestaram suas opiniões.

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5. BIBLIOGRAFIA

- Geografia: Espaço e vivência: A organização do espaço brasileiro, 7° ano/

levon Boligian.. [ET AL.] 4° edição. – São Paulo: Saraiva, 2012.

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PLANO DE AULA 06

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICA: Fabiane Snicer

COLÉGIO: Estadual do Campo João de Lara

MUNICÍPIO: Paula Freitas

PROFESSORA REGENTE: Ivoneide Montipó

SÉRIE: 7º ano

DATA: 03/09/2015

NÚMERO DE AULAS: 02

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

-A industrialização e urbanização do Brasil.

- Representação da cidade de Paula Freitas em forma de desenho.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL:

- Explicar como e quando aconteceu a industrialização e urbanização no Brasil;

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Estimular a percepção e ludicidade, através da representação do centro urbano

da cidade de Paula Freitas através de desenho.

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula teve início às 15h: 20min levei para a turma dois quadros de fotos aéreas

da cidade de Paula Freitas, uma imagem bastante antiga, de quando Paula

Freitas começou a se instalar as primeiras famílias na cidade, e outro quadro

recente, mostrando a atualidade. Entreguei a cada aluno duas folhas A4, na quais

eles fizeram o antes e depois da cidade em forma de desenho, foram bastante

caprichosos em seus desenhos e saiu trabalhos bem legais por parte da maioria.

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5. BIBLIOGRAFIA

- Geografia: Espaço e vivência: A organização do espaço brasileiro, 7° ano/ levon

Boligian.. [ET AL.] 4° edição. – São Paulo: Saraiva, 2012.

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PLANO DE AULA 07

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICA: Fabiane Snicer

COLÉGIO: Estadual do Campo João de Lara

MUNICÍPIO: Paula Freitas

PROFESSORA REGENTE: Ivoneide Montipó

SÉRIE: 7º ano

DATA: 08/09/2015

NÚMERO DE AULAS: 01

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

-A industrialização e urbanização do Brasil.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL:

- Explicar como e quando aconteceu a industrialização e a urbanização no

Brasil.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Realizar uma revisão de todos os conteúdos para realização da prova.

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula teve início às 16h: 15min, nessa aula foi feito uma revisão de todo os

conteúdos que foram trabalhados nos decorrer das últimas aulas, para a

realização da prova na aula seguinte. No decorrer da aula os alunos iam

tirando suas dúvidas.

5. BIBLIOGRAFIA

- Geografia: Espaço e vivência: A organização do espaço brasileiro, 7° ano/

levonBoligian.. [ET AL.] 4° edição. – São Paulo: Saraiva, 2012.

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PLANO DE AULA 08

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ACADÊMICA: Fabiane Snicer

COLÉGIO: Estadual do Campo João de Lara

MUNICÍPIO: Paula Freitas

PROFESSORA REGENTE: Ivoneide Montipó

SÉRIE: 7º ano

DATA: 10/09/2015

NÚMERO DE AULAS: 02

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

-A industrialização e urbanização do Brasil

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL:

- Explicar como e quando aconteceu a industrialização e a urbanização no

Brasil;

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Através de uma avaliação, verificar os conhecimentos adquiridos sobre os

conteúdos aplicados nas ultimas aulas, sobre a industrialização e urbanização.

4. METODOLOGIA – PROCEDIMENTOS

A aula teve início às 15h: 20minentão foi entregue a avaliação aos alunos, li as

perguntas com todos os alunos e então realizaram a prova utilizando as duas

aulas pra todos concluírem.

5. AVALIAÇÃO

- Avaliação com 10 questões, com peso 10,0 para obtenção de nota parcial

para soma de média do bimestre.

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6. BIBLIOGRAFIA

- Geografia: Espaço e vivência: A organização do espaço brasileiro, 7° ano/

levon Boligian.. [ET AL.] 4° edição. – São Paulo: Saraiva, 2012.