1
10 DRE de Santa Maria – Compromisso com a Educação de Excelência O valor da educação A educação básica já ocupa lugar de destaque na agenda nacional. Embora tardia, a prioridade que vem sendo conferida à formação e à qualificação dos 48 milhões de brasileiros em idade escolar se reflete no aumento paulatino da parcela do PIB investida no setor. De 3,9% em 2000, alcançou-se a marca de 4,7% em 2008, ou R$ 140 bilhões, já perto de cumprir a meta simbólica de 5% neste ano. Não basta, contudo, aumentar as verbas da educação para aplicar-lhe essa espécie de choque de compromisso com a qualidade que se faz necessário. É crucial trabalhar com metas mensuráveis, como as cinco lançadas pelo Movimento Todos Pela Educação, com prazo para 2022, e endossadas por esta Folha em 2007: todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno com aprendizado adequado à sua série; todo jovem com o ensino médio concluído até os 19 anos; e investimento em educação ampliado e bem gerido. Por ora, melhorou mais a qualidade das estatísticas do que os indicadores que delas derivam. O país possui hoje 91% de crianças e jovens na escola, uma taxa razoável. Menos de um terço, porém, demonstra ter aprendido o conteúdo esperado na série em que se encontra. A situação alcança o limiar da emergência no caso da matemática ao final do ensino médio: só 9,8% dos estudantes sabem o que deveriam saber. A formação secundária, mínimo esperado para as necessidades técnicas do desenvolvimento nacional, só é “Um Gol de Educação na Copa de 2014” Secretaria de Educação saiu na frente nos prepa- rativos para a Copa de 2014. Um projeto capi- taneado pelo Centro Inte- rescolar de Línguas (CIL) vantagens: motiva os alunos a dominarem um idioma estrangeiro e prepara a cidade para ser uma das sedes da Copa de 2014. “Ao movimentar mais de dois mil estudantes, o projeto ajuda Brasília a entrar no clima de cidade-sede”, explica Eunice. A idealizadora do projeto e professora de inglês do Centro Interescolar de Línguas (CIL) há 17 anos, Ana Cristina da Silveira Chaves, lembra que, desde 2007, a Secretaria de Educação incentiva ações de voluntariado na prática escolar. “Acreditamos que alunos de escolas públicas, falando um idioma estrangeiro fluentemente e com conteúdo será um excelente cartão de visitas do nosso país para o restante do mundo na ocasião da Copa de 2014”, explica. Para a profes- sora o projeto motiva os educadores e os alunos além de reduzir a evasão escolar. “É uma excelente oportunidade de mostrar a qualidade da educação no Brasil”, acredita. A seleção dos alunos acontece após o término do primeiro bimestre, no final de abril, e levará em conta aspectos como iniciativa, responsabilidade e desempenho escolar. A idéia é formar o grupo antes da Copa 2010, para que os alunos se motivem vendo a atuação dos voluntários, na África do Sul, ainda que pela televisão. Os voluntários, que em quatro anos estarão nos níveis avançados dos idiomas, vão receber uma formação específica para o evento de 2014, começando desde já. As aulas terão foco em aspectos culturais, geográficos, políticos e até de culinária de outros países, sem esquecer, é claro, da história do futebol. “Durante esses quatro anos, nossos alunos e professores desenvolverão perfil para o trabalho voluntário, auto-estima e tolerância às diferentes culturas”, diz Ana Cristina. A quer formar, ao longo dos próximos quatro anos, um grupo de 2014 estu- dantes para atuar como voluntários na recepção a visitantes estrangeiros que vierem a Brasília para o mundial de futebol. A capital federal é uma das cidades que vai sediar os jogos. Para participar do projeto “Um Gol de Educação na Copa de 2014”, os voluntários devem estar matriculados nos níveis básicos (1,2 e 3) dos cursos de Inglês, Francês ou Espanhol em uma das oito escolas públicas de línguas do DF. Duas dessas escolas estão no Plano Piloto e as demais em Taguatinga, Ceilândia, Guará, Brazlândia, Sobradinho e Gama. Para a Secretária de Educação do DF, Eunice Santos, o projeto tem duas grandes completada por 45% dos jovens de 19 anos (idade correta para concluir o ensino médio). E não se criou, até o presente, instrumento confiável para aferir a alfabetização efetiva até 8 anos. Além disso, a intenção de dotar todos os professores de diploma universitário está longe de realizar-se. Os percentuais se aproximam do satisfatório apenas no ensino médio (95%) e fundamental 2 (85%). No fundamental 1, há meros 58%. Países que deram um salto na educação, como Coreia do Sul, assumiram a prioridade de recrutar docentes entre os melhores profissionais formados pelas universidades. Pode-se reformar de tudo no ensino, mas ele jamais será de qualidade sem bons professores. E estes não serão atraídos por salários medíocres. Lei sancionada em 2008 fixou um piso salarial nacional para docentes, hoje no valor de R$ 1.024,67 (inferior até à renda média do Brasil, R$ 1.117,95). No entanto, seis Estados (GO, TO, RO, CE, PE e RS) ainda pagam salários aquém disso. Sobre as escolas municipais não há dados, mas se presume que a situação seja ainda mais grave. A educação brasileira não sairá do buraco em que se encontra enquanto a sociedade e os governantes por ela eleitos não se convencerem de que ser professor não é sacerdócio, mas profissão absolutamente estratégica para o desenvolvimento do país. Jane Rocha e Netto Costa Agência Brasília Projeto é apresentado a alunos do Centro Interescolar de Línguas (CIL) do Guará Meta do Brasil: Todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola Atraído pela repercussão do curso de Juventude, Diversidade e Convivência Escolar realizado em 2009, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) firmou parceria com a SEDF e vai disponibilizar professores especializados para a próxima edição do curso que está com as inscrições abertas a até 31/03. A segunda edição do curso Juventude, Diversidade e Convivência Escolar busca repetir a iniciativa bem sucedida iniciada no ano passado. Em 2010, estão sendo disponibilizadas 640 novas vagas. As aulas serão ministradas em quatro pólos, sediados no Plano Piloto, Sobradinho, Taguatinga e Gama. A carga horária será de 180 horas, divididas entre aulas presenciais, com professores especialistas nos temas abordados, e horas indiretas dedicadas a leitura, educação à distância (EAD), elaboração e execução de diagnósticos. Para a secretária de Educação, Eunice Santos, a parceria firmada com o PNUD dará mais força e representatividade ao trabalho já desenvolvido, refletindo cada vez mais na qualidade do curso com resultados positivos a médio e longo prazo. O curso conta o apoio da Rede de Informação Tecnológica Latino- Americana (RITLA) teve em sua primeira edição a participação de 640 cursistas, destes 427 concluíram satisfatoriamente. As inscrições estão sendo feitas até 31/03 nas Diretorias Regionais de Ensino. Podem se inscrever profissionais da educação das carreiras magistério público, assistência e especialistas da educação. O curso é totalmente grátis. Curso de convivência escolar

O reg 10

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: O reg 10

10 DRE de Santa Maria – Compromisso com a Educação de Excelência

O valor da educaçãoA educação básica já ocupa lugar de

destaque na agenda nacional. Emboratardia, a prioridade que vem sendoconferida à formação e à qualificação dos48 milhões de brasileiros em idade escolarse reflete no aumento paulatino da parcelado PIB investida no setor. De 3,9% em2000, alcançou-se a marca de 4,7% em2008, ou R$ 140 bilhões, já perto decumprir a meta simbólica de 5% nesteano.

Não basta, contudo, aumentar asverbas da educação para aplicar-lhe essaespécie de choque de compromisso coma qualidade que se faz necessário. Écrucial trabalhar com metas mensuráveis,como as cinco lançadas pelo MovimentoTodos Pela Educação, com prazo para2022, e endossadas por esta Folha em2007: todas as crianças e jovens de 4 a17 anos na escola; toda criançaplenamente alfabetizada até os 8 anos;todo aluno com aprendizado adequado àsua série; todo jovem com o ensino médioconcluído até os 19 anos; e investimentoem educação ampliado e bem gerido.

Por ora, melhorou mais a qualidadedas estatísticas do que os indicadores quedelas derivam. O país possui hoje 91%de crianças e jovens na escola, uma taxarazoável. Menos de um terço, porém,demonstra ter aprendido o conteúdoesperado na série em que se encontra.

A situação alcança o limiar daemergência no caso da matemática ao finaldo ensino médio: só 9,8% dos estudantessabem o que deveriam saber. A formaçãosecundária, mínimo esperado para asnecessidades técnicas dodesenvolvimento nacional, só é

“Um Gol de Educação na Copa de 2014”

Secretaria de Educaçãosaiu na frente nos prepa-rativos para a Copa de2014. Um projeto capi-taneado pelo Centro Inte-rescolar de Línguas (CIL)

vantagens: motiva os alunos a dominaremum idioma estrangeiro e prepara a cidadepara ser uma das sedes da Copa de 2014.“Ao movimentar mais de dois milestudantes, o projeto ajuda Brasília aentrar no clima de cidade-sede”, explicaEunice.

A idealizadora do projeto e professora

de inglês do Centro Interescolar deLínguas (CIL) há 17 anos, Ana Cristinada Silveira Chaves, lembra que, desde2007, a Secretaria de Educação incentivaações de voluntariado na prática escolar.“Acreditamos que alunos de escolaspúblicas, falando um idioma estrangeirofluentemente e com conteúdo será um

excelente cartão de visitas do nosso paíspara o restante do mundo na ocasião daCopa de 2014”, explica. Para a profes-sora o projeto motiva os educadores eos alunos além de reduzir a evasãoescolar. “É uma excelente oportunidadede mostrar a qualidade da educação noBrasil”, acredita.

A seleção dos alunos acontece apóso término do primeiro bimestre, no finalde abril, e levará em conta aspectos comoiniciativa, responsabilidade e desempenhoescolar. A idéia é formar o grupo antesda Copa 2010, para que os alunos semotivem vendo a atuação dos voluntários,na África do Sul, ainda que pela televisão.

Os voluntários, que em quatro anosestarão nos níveis avançados dos idiomas,vão receber uma formação específica parao evento de 2014, começando desde já.As aulas terão foco em aspectos culturais,geográficos, políticos e até de culinária deoutros países, sem esquecer, é claro, dahistória do futebol. “Durante esses quatroanos, nossos alunos e professoresdesenvolverão perfil para o trabalhovoluntário, auto-estima e tolerância àsdiferentes culturas”, diz Ana Cristina.

Aquer formar, ao longo dos próximosquatro anos, um grupo de 2014 estu-dantes para atuar como voluntários narecepção a visitantes estrangeiros quevierem a Brasília para o mundial defutebol. A capital federal é uma dascidades que vai sediar os jogos.

Para participar do projeto “Um Golde Educação na Copa de 2014”, osvoluntários devem estar matriculados nosníveis básicos (1,2 e 3) dos cursos deInglês, Francês ou Espanhol em uma dasoito escolas públicas de línguas do DF.Duas dessas escolas estão no Plano Pilotoe as demais em Taguatinga, Ceilândia,Guará, Brazlândia, Sobradinho e Gama.

Para a Secretária de Educação do DF,Eunice Santos, o projeto tem duas grandes

completada por 45% dos jovens de 19anos (idade correta para concluir o ensinomédio). E não se criou, até o presente,instrumento confiável para aferir aalfabetização efetiva até 8 anos.

Além disso, a intenção de dotar todosos professores de diploma universitárioestá longe de realizar-se. Os percentuaisse aproximam do satisfatório apenas noensino médio (95%) e fundamental 2(85%). No fundamental 1, há meros 58%.

Países que deram um salto naeducação, como Coreia do Sul,assumiram a prioridade de recrutardocentes entre os melhores profissionaisformados pelas universidades. Pode-sereformar de tudo no ensino, mas elejamais será de qualidade sem bons

professores. E estes não serão atraídospor salários medíocres.

Lei sancionada em 2008 fixou um pisosalarial nacional para docentes, hoje novalor de R$ 1.024,67 (inferior até à rendamédia do Brasil, R$ 1.117,95). Noentanto, seis Estados (GO, TO, RO, CE,PE e RS) ainda pagam salários aquémdisso. Sobre as escolas municipais nãohá dados, mas se presume que a situaçãoseja ainda mais grave.

A educação brasileira não sairá doburaco em que se encontra enquanto asociedade e os governantes por ela eleitosnão se convencerem de que ser professornão é sacerdócio, mas profissãoabsolutamente estratégica para odesenvolvimento do país.

Jane Rocha e Netto CostaAgência Brasília

Projeto é apresentado a alunos do Centro Interescolar de Línguas (CIL) do Guará

Meta do Brasil: Todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola

Atraído pela repercussão do cursode Juventude, Diversidade eConvivência Escolar realizado em 2009,o Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento (PNUD) firmouparceria com a SEDF e vai disponibilizarprofessores especializados para apróxima edição do curso que está comas inscrições abertas a até 31/03.

A segunda edição do cursoJuventude, Diversidade e ConvivênciaEscolar busca repetir a iniciativa bemsucedida iniciada no ano passado. Em2010, estão sendo disponibilizadas 640novas vagas. As aulas serão ministradasem quatro pólos, sediados no PlanoPiloto, Sobradinho, Taguatinga e Gama.A carga horária será de 180 horas,divididas entre aulas presenciais, comprofessores especialistas nos temasabordados, e horas indiretas dedicadasa leitura, educação à distância (EAD),elaboração e execução de diagnósticos.

Para a secretária de Educação,Eunice Santos, a parceria firmada como PNUD dará mais força erepresentatividade ao trabalho jádesenvolvido, refletindo cada vez maisna qualidade do curso com resultadospositivos a médio e longo prazo.

O curso conta o apoio da Rede deInformação Tecnológica Latino-Americana (RITLA) teve em suaprimeira edição a participação de 640cursistas, destes 427 concluíramsatisfatoriamente.

As inscrições estão sendo feitas até31/03 nas Diretorias Regionais deEnsino. Podem se inscrever profissionaisda educação das carreiras magistériopúblico, assistência e especialistas daeducação. O curso é totalmente grátis.

Curso deconvivência escolar