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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS CAMILA DE SOUSA CATALANO HELOISE CARLA DA SILVA ISABELA ARGENTÃO CICARELLI PERFIL DA DISPENSAÇÃO DA HIDROQUINONA NAS FÁRMACIAS DE MANIPULAÇÃO MAGISTRAL DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS 2011

Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

CAMILA DE SOUSA CATALANO HELOISE CARLA DA SILVA

ISABELA ARGENTÃO CICARELLI

PERFIL DA DISPENSAÇÃO DA HIDROQUINONA NAS FÁRMACIAS

DE MANIPULAÇÃO MAGISTRAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS 2011

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CAMILA DE SOUSA CATALANO

HELOISE CARLA DA SILVA

ISABELA ARGENTÃO CICARELLI

PERFIL DA DISPENSAÇÃO DA HIDROQUINONA NAS FÁRMACIAS

DE MANIPULAÇÃO MAGISTRAL DE FERNANDÓPOLIS

Monografia apresentada ao Curso de Farmácia da

Fundação Educacional de Fernandópolis como

parte das exigências para conclusão do curso de

graduação em Farmácia..

Orientadora: Profª. Esp. Valeria Cristina José Erédia

Fancio

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS – SP

2011

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CAMILA DE SOUSA CATALANO

HELOISE CARLA DA SILVA

ISABELA ARGENTÃO CICARELLI

PERFIL DA DISPENSAÇÃO DE HIDROQUINONA NAS FÁRMACIAS

DE MANIPULAÇÃO MAGISTRAL DE FERNANDÓPOLIS

Monografia apresentada ao Curso de Farmácia da

Fundação Educacional de Fernandópolis como

parte das exigências para conclusão do curso de

graduação em Farmácia

Banca examinadora Assinatura Conceito

Profª. Esp. Valéria Cristina Jose

Erédia Fancio (Orientadora)

Profª. Esp. Vanessa Maira Rizzato

Silveira

Prof. Ms. Ocimar Antônio de Castro

Aprovada em __ de novembro de 2011

Profª. Esp. Valéria Cristina Jose Erédia Fancio

Presidente da Banca Examinadora

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4

Dedicamos este trabalho primeiramente a

Deus, pela força dada para chegar até

aqui, aos nossos pais, pelo incentivo ao

decorrer desta caminhada, aos nossos

namorados pela ajuda neste projeto,

paciência e amor e aos nossos amigos,

pelo ombro amigo, pelas risadas e por

todos os momentos em que passamos

juntos.

Page 5: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos imensamente a nossos pais, que compartilharam de nossos ideais e

nos ajudaram alimentando nossos sonhos, nessa longa jornada e ainda hoje quando

esta responsabilidade já não mais lhes cabe, permanecem vigilantes, estimulando e

incentivando tudo aquilo que possa significar o meu crescimento. Assim fazemos

desta conquista um instrumento de gratidão por sempre estarem ao nosso lado em

todos os momentos em todos estes anos de estudo.

A nossos professores:

Estes os quais abriram o caminho do conhecimento durante esta longa jornada e

aqui neste trabalho têm um pouco de cada um. Obrigada.

Em especial a nossa querida Profª Esp. Valéria Cristina Jose Erédia Fancio, pela

compreensão, pelo apoio e por nos acolher nos momentos de desespero. Sem

dúvidas não poderia ter escolhido por orientadora melhor. Obrigada.

Enfim a Deus, pois sem ele nada seria possível, nos dando esperança, força,

vontade, discernimento e sabedoria. Obrigada Senhor por estar ao nosso lado em

mais esta etapa de nossa vida, que saibamos exercer com excelência esta nova

etapa que ainda esta por vir. Obrigada.

Page 6: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

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“Determinando tu algum objetivo, se-ter-á

firme em teu negócio, e a luz brilhará em

teus caminhos”

Jô 22:28

Page 7: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

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RESUMO

PERFIL DA DISPENSAÇÃO DA HIDROQUINONA NAS FÁRMACIAS DE

MANIPULAÇÃO MAGISTRAL DE FERNANDÓPOLIS

A pele é o maior órgão do corpo humano, dividida em três camadas: a epiderme,

responsável pela barreira de defesa, a derme constituída de tecido conjuntivo e logo

abaixo se localiza a hipoderme, rica em tecido gorduroso. A cor da pele se da pela

produção de um pigmento chamado melanina, produzido a partir de organelas

chamadas melanossomas, estas organelas estão distribuídas nas camadas

epidérmicas dando origem a sua cor. As desordens pigmentares ou discromias são

resultantes do aumento deste pigmento chamadas de hipercromias que podem ser

desencadeadas por fatores internos ou externos, são conhecidas como melasmas,

sardas ou efélides, hiperpigmentação pós inflamatória e lentigos solares. Existem

inúmeros tipos de tratamentos para essas desordens como o uso de agentes

despigmentantes inibidores da atividade da tirosinase como a Hidroquinona,

apresenta-se instável a processos oxidativos. Para aumentar sua estabilidade nas

formulações é necessária a adição de antioxidantes e quelantes mantendo um ph

ideal entre 3,0 e 4,5. Apresenta rápida resposta clareadora e baixo custo, em contra

partida produz efeitos adversos e colaterais como hipopigmentação em confete e

ocronose por isso têm sido banida em alguns países e substituída por outros

agentes despigmentantes. Este trabalho teve por objetivos abordar fatores que

desencadeiam a hiperpigmentação e avaliar o perfil da dispensação do princípio

ativo Hidroquinona nas farmácias de manipulação do município de Fernandópolis.

Este trabalho referencia um embasamento juntamente com levantamento de dados

através de pesquisa de campo.

Palavra – chave: discromias; hiperpigmentação; hidroquinona; manipulação.

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ABSTRACT

PROFILE OF DISPENSING HYDROQUINONE IN PHARMACIES HANDLING MASTERFUL FERNDALE

The skin is the largest organ in the human body is divided into three layers: the

epidermis, responsible for defense barrier, the dermis consisting of connective tissue

and is located just below the hypodermis rich in fat tissue. The color of the skin by

production of a pigment called melanin, produced from organelles called

melanosomes, in turn distribute the epidermal layers giving rise to its color, or

pigment dyschromia are disorders resulting from the increase of this pigment called

hyperchromia that can be triggered by internal or external factors, are known as

melasma, freckles or ephelides, post inflammatory hyperpigmentation and solar

lentigines. There are numerous types of treatments for disorders such as the use of

depigmenting agents in the synthesis of tyrosinase inhibitors such as hydroquinone,

but it has a high degree of oxidation. To increase its stability requires the addition of

antioxidants and chelating keeping your ideal pH between 3 and 4.5. It features

lightening fast response and low cost, but produces side effects like ochronosis and

confetti-like hypopigmentation so have been banned in some countries and replaced

by other depigmenting agents. This work aimed to study factors that trigger

hyperpigmentation and assess the acid Hydroquinone pharmacies in the city of

Fernandópolis.The methodology used was based on literature searches with data

collection through field research.

Keyword: dyschromia; hyperpigmentation; hydroquinone; pharmacies

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Componentes da pele ............................................................................... 17

Figura 2 - Melasma ................................................................................................... 29

Figura 3 - Lentigos solares nas mãos ....................................................................... 30

Figura 4 – Hiperpigmentação pós inflamatória após aplicação de laser para

depilação ................................................................................................................... 31

Figura 5 – Sardas e/ou éfelides ................................................................................. 32

Figura 6 - Estrutura química da Hidroquinona ........................................................... 33

Figura 7 - Ácido Retinóico ......................................................................................... 36

Figura 8 - Ácido Retinóico ......................................................................................... 37

Figura 9 - Ácido Glicólico .......................................................................................... 38

Figura 10 - Quantidade média diária dispensada de produto contendo o princípio

ativo Hidroquinona. ................................................................................................... 42

Figura 11 - Quantidade média mensal dispensada de produtos contendo o princípio

ativo Hidroquinona. ................................................................................................... 43

Figura 12 - Procura de produtos contendo este princípio ativo é maior por mulheres,

ou ambos os sexos ................................................................................................... 44

Figura 13 - Faixa etária que mais procura formulações contendo o princípio ativo

Hidroquinona ............................................................................................................. 44

Figura 14 - Contendo formulações com a hidroquinona são dispensadas com receita

médica. ...................................................................................................................... 45

Figura 15 - Concentração usual mais dispensada. ................................................... 46

Figura 16 - A Hidroquinona é mais dispensada em área facial ou corporal .............. 48

Figura 17 - Horário indicado para o uso dos produtos contendo o princípio

Hidroquinona através da atenção farmacêutica prestada. ........................................ 49

Figura 18 - O agente despigmentante mais dispensado. ......................................... 50

Figura 19 - Formulações mais prescritas contendo associações ou apenas com a

Hidroquinona. ............................................................................................................ 51

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RUV - Radiação Ultravioleta

DOPA – 3, 4 – diidroxifenilalanina

APPI - Alteração pigmentar pós-inflamatória

AHA - Alfa-hidroxiácido

HQ - Hidroquinona

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1. PELE ..................................................................................................................... 16

1.1 Funções .............................................................................................................. 17

1.2 Constituição cutânea ........................................................................................ 18

1.2.1 Epiderme ......................................................................................................... 18

1.2.2 Camada Basal ................................................................................................. 19

1.2.3 Camada espinhosa ou de malpighi............................................................... 19

1.2.4 Camada granulosa ......................................................................................... 20

1.2.5 Camada lúcida ................................................................................................ 20

1.2.6 Camada córnea ............................................................................................... 20

1.2.7 Junção dermoepidérmica .............................................................................. 21

1.3 Derme ................................................................................................................ 21

1.4 Hipoderme .......................................................................................................... 22

1.5 Anexos cutâneos ............................................................................................... 23

1.6 Pigmentações da pele ....................................................................................... 24

1.6.1 Melanócito ....................................................................................................... 24

1.6.2 Melanogênse ................................................................................................... 25

1.6.3 Hiperpigmentação cutânea ............................................................................ 26

1.6.4 Melanodermias ............................................................................................... 26

1.6.5 Distúrbios da pigmentação ........................................................................... 27

1.6.6 Melasma .......................................................................................................... 28

1.6.7 Lentigos Solares ............................................................................................ 29

1.6.8 Hiperpigmentação pós-inflamatória ............................................................. 30

1.6.9 Sardas e/ou Efélides ...................................................................................... 31

1.7 Tratamentos das desordens despigmentares ................................................ 32

1.7.1 Principais agentes despigmentantes inibidores da tirosinase .................. 33

1.7.1.1 Hidroquinona ............................................................................................... 33

1.7.1.2 Ácido Kójico ................................................................................................ 36

1.7.1.3 Acido Retinóico ........................................................................................... 37

1.7.1.4 Acido Glicólico ............................................................................................ 38

OBJETIVOS .............................................................................................................. 40

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OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 40

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 40

MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................ 41

RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 42

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 52

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53

APÊNDICES ............................................................................................................. 57

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INTRODUÇÃO

De acordo com Côrrea (2005, pág. 84) a pele é o maior órgão do corpo

humano, é divida em três camadas. A camada mais externa é a epiderme, também

responsável pela barreira de defesa, a camada intermediaria é conhecida como

derme, logo abaixo se localiza a hipoderme, rica em tecido gorduroso.

A cor da pele se da pela produção de um pigmento marrom – escura

chamada melanina. Este pigmento é produzido a partir organelas chamadas

melanossomas, presentes dentro das células dendríticas chamados melanócitos,

estas células apresentam terminações dendríticas que penetram na camada basal,

transportando os melanossomas para os queratinócitos que por sua vez se

distribuem nas camadas epidérmicas dando origem a sua cor (GOMES; DAMAZIO,

2009 p.15).

As desordens pigmentares ou discromias são resultantes do aumento de

pigmentos (hipercromia), diminuição (hipocromia) ou ausência (acromia) (FILHO,

2006 p.1226).

A hipocromia é caracterizada pela diminuição de melanina, originando

manchas mais claras do que o tom da pele, já a acromia são manchas de diferentes

formatos causadas pela ausência total de melanina (CÔRREA, 2005 p.85).

A produção excessiva de melanina causada por fatores internos ou externos

originam manchas mais escuras do que o tom da pele, chamadas de hipercromias,

conhecidas como melasmas, sardas ou efélides, hiperpigmentação pós-inflamatória

e lentigos solares (CÔRREA, 2005 p.85).

O melasma pode ser relacionado às alterações hormonais como gravidez,

uso de anticoncepcionais e também tem como fator desencadeante a exposição da

pele a luz solar ou raios ultravioletas artificiais. É caracterizada por manchas escuras

ou acastanhada na face, que se localizam nas maças do rosto, testa, nariz, lábio

superior e têmporas (CORAZZA, 2010 p. 6).

Já as sardas ou efélides tem como fator desencadeante a exposição da

pele ao sol ou em luz ultravioleta artificial, caracteriza - se por manchas pequenas

arredondadas de cor castanhas avermelhadas ou marrons claro, normalmente

surgem na infância, em pessoas de pele clara e ruivas (MIOT et. al., 2009 p. 624).

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Os casos de hiperpigmentações pós-inflamatórias são encontrados

freqüentemente em pós-operatório, cirurgias cutâneas, lesões de acne, queimaduras

e dermatites de contato causadas por processos inflamatórios. É caracterizado por

manchas irregulares de cor marrom que podem ocorrem em qualquer área da pele,

freqüentemente em fototipos mais escuros (BAUMANN, 2004 p. 69).

Os lentigos solares são hipercromias que geralmente surgem em pessoas

com mais de 50 anos, devido à exposição prolongada ao sol e também pela

incidência dos raios ultravioletas artificial. Essas manchas têm maior freqüência em

lugares como dorso das mãos e dos braços, o colo e os ombros (BAUMANN, 2004

p. 67).

Existem inúmeros tipos de tratamentos para as desordens hiperpigmentares,

porém com diferenças no mecanismo de ação: destruição seletiva dos melanócitos;

inibição da formação de melanossomas e alteração de sua estrutura; inibição da

formação de melanina; interferência no transporte dos grânulos de melanina;

alteração química da melanina; degradação de melanossomas e queratinócitos;

inibição da biossíntese da tirosinase (CORRÊA, 2005 p. 86).

Temos como agentes despigmentantes inibidores da tirosinase o Arbutin,

Albatin o Ácido Kójico, o Ácido Fítico, o Algowhite, Idebenona, Mequinol e a

Hidroquinona (VANZIN; CAMARGO, 2011 p. 244).

A Hidroquinona esta entre os principais cremes dermatológicos manipulados

na farmácia magistral é um ácido despigmentante, de rápida resposta clareadora e

baixo custo. Consiste em um composto fenólico inibidor da oxidação enzimática da

tirosina em 3,4- diidroxifenilalanina (DOPA). Sua concentração usual mais

comercializada na farmácia magistral é de 2%, pois apresenta menor risco de efeitos

colaterais, porém podem ser utilizadas em até 10%. Para tratamentos faciais

utilizam-se de 2% a 5%, e quanto os tratamentos corporais de 6% a 10%. A

Hidroquinona apresenta um alto grau de oxidação, acelerada pela exposição da luz,

presença de metais (ferro e cobre) e agentes oxidantes como o oxigênio (O2)

(VANZIN; CAMARGO, 2011 p. 254).

Para aumentar sua estabilidade e evitar o escurecimento da formulação é

necessária a adição de antioxidantes como o metabissulfito de sódio e quelantes

como o EDTA, mantendo assim seu ph ideal entre 3 e 4,5. Baixas temperaturas

podem diminuir a velocidade de oxidação, por isso recomenda-se o armazenamento

Page 15: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

15

de seus cremes em geladeira, além de serem armazenadas em bisnagas metálicas

que impedem a incidência de luz (SHIMABUKU et. al., 2009 p. 31).

Sua metabolização ocorre no fígado em dois componentes: p-benzoquinona

e glutationa consideradas substâncias carcinogênicas derivadas do benzeno, além

de produzir efeitos colaterais como hipopigmentação em confete e ocronose por isso

têm sido banida em alguns países e substituída por outros agentes despigmentantes

(VANZIN; CAMARGO, 2011 p. 256).

O presente trabalho teve como objetivos abordar fatores que desencadeiam

a hiperpigmentação e avaliar o perfil do ácido Hidroquinona nas farmácias de

manipulação magistral do município de Fernandópolis. Este trabalho serve como

ponto de partida para o aprofundamento de estudos em relação ao perfil da

Hidroquinona nas preparações magistrais, apresentando suas vantagens e

desvantagens.

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1. PELE

A superfície corpórea é constituída por um órgão ao qual chamamos de pele,

constituindo 16% do peso corporal, se tornando o maior órgão do corpo humano.

Tem como limites a boca, fossas nasais, conjuntivas, membranas timpânicas, uretra,

vagina e o ânus (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004 p. 360).

A pele é constituída por camadas de origem ectodérmica e mesodérmica,

porém funcionam interdependentes: a epiderme, e a derme. Há também uma

terceira camada composta de tecido adiposo subcutâneo chamado de hipoderme

(ELDER, 2011 p.7).

A união entre a epiderme e a derme apresenta irregularidades. Essas

irregularidades se da pelo fato da derme possuir projeções chamadas de papilas

dérmicas e a epiderme possui espessamentos denominados cristas epidérmicas,

aumentando a área de contato e a superfície de coesão entre ambas as camadas.

De acordo com sexo, idade e região anatômica, a espessura e textura cutânea

distinguem-se entre fina e espessa. Nas regiões palmares e plantares além da face

posterior do pescoço o tegumento é mais espesso, já no dorso dos pés e mãos,

antebraço, braço, seios, saco escrotal, pálpebras e face anterior do pescoço a pele é

mais fina (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004 p. 360).

A coloração característica da pele esta relacionada com as, condições do

meio, regiões do corpo e a raça do indivíduo. Em regiões como o dorso da mão,

órgãos genitais e aréolas mamárias há maior concentração de melanina e partes

expostas a radiação ultravioleta a pigmentação é mais escura. Em um individuo

negro há uma maior concentração de melanina, já em um albino existe a ausência

deste pigmento não só na pele como nos pelos. Este pigmento proporciona a

proteção da luz solar, se tornando uma defesa natural (ELDER, 2011 p.14).

Page 17: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

17

Figura 1: Componentes da pele Fonte: AZULAY, R. D. ; AZULAY. D. R.; ABULAFIA, L. A., 2011.

1.1 Funções

A pele como envoltório desempenha variadas funções com relação ao meio

externo, tendo como principal a manutenção da homeostasia, impedindo a perda da

água, promovendo assim a sudorese de termorregulação corporal controlada pelas

glândulas sudoríparas. Estas desempenham a função excretora de água e eletrólitos

com o objetivo de eliminar o calor de dentro do organismo. Com a finalidade de

proteger, a pele atua como uma barreira protetora que impede ações de agentes

Page 18: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

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biológicos, químicos e mecânicos resistindo à penetração de agentes estranhos

como substâncias tóxicas e microorganismos. Por meio de terminações nervosas

encontradas na epiderme recebem-se estímulos como dor, calor, frio, tato e pressão

do meio externo que os envia para o sistema nervoso central. Além da síntese de

vitamina D através da absorção de Radiação Ultravioleta (RUV), há também a

produção de um pigmento na epiderme chamado de melanina, que tem como função

proteger a pele contra a incidência direta desta radiação (JUNQUEIRA; CARNEIRO,

2004 p. 359).

1.2 Constituição cutânea

A pele pode ser dividida em duas camadas: a epiderme, e a derme. Já uma

terceira camada subcutânea composta por tecido adiposo, é chamada hipoderme.

Pêlos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas são chamados de anexos

cutâneos, caracterizando assim estruturas acessórias da pele (ELDER, 2011 p.7).

1.2.1 Epiderme

A porção externa da pele é chamada de epiderme, é constituído por um

epitélio estratificado pavimentoso queratinizado onde suas células se organizam de

forma coesa, aderidas umas as outras (HARRIS, 2009 p.19).

As células que compõem a epiderme são: os queratinócitos, os melanócitos,

as células de Langerhans e as células Merkel (ELDER, 2011 p.7).

A epiderme se divide basicamente em cinco camadas, à medida que os

queratinócitos se diferenciam em direção a superfície, são denominadas: camada

basal, camada espinhosa, camada granulosa, camada lúcida e camada córnea

(HARRIS, 2009 p. 19).

Page 19: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

19

1.2.2 Camada Basal

A camada basal é a camada mais profunda da epiderme, é conhecida por

sua alta capacidade de renovação celular, pois ocorre uma produção permanente de

queratinócitos, ou seja, uma produção mitótica, que à medida que se diferenciam

passam para a superfície formando a camada espinhosa ou de Malpighi, desta para

a camada granulosa, passando para a camada córnea onde as células anucleadas

serão descamadas, este processo tem duração em média de quatro semanas

(ELDER, 2011 p.7).

A camada basal é composta por basicamente dois tipos celulares:

Queratinócitos: Os queratinócitos são células que sofrem diversos

estágios de diferenciação, acumulando filamentos de queratina no citoplasma. São

de contorno ovóide, citoplasma basófilo e núcleo oval grande. À medida que se

diferenciam promovem constante renovação celular (AZULAY, R. D. ; AZULAY. D.

R. ; ABULAFIA, L. A, 2011, p. 3).

Melanócitos: São células dendríticas que apresentam um núcleo

intensamente corado. É responsável pela produção de um pigmento chamado

melanina o que resulta a cor da pele (HARRIS, 2009 p. 22).

1.2.3 Camada espinhosa ou de malpighi

É formada por células que à medida que se exteriorizam se tornam

achatadas e poliédricas, apesar de não haver mais a síntese de queratina, estes

filamentos ainda persistem no citoplasma desta célula. Embora os desmossomos

sejam encontrados na epiderme é nesta camada que ele se encontra em maior

quantidade, mantendo as células unidas e dando um aspecto espinhoso (AZULAY,

R. D. ; AZULAY. D. R.; ABULAFIA, L. A, 2011 p. 3).

Page 20: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

20

1.2.4 Camada granulosa

As células da camada granulosa são achatadas e ao migrarem da camada

espinhosa para a camada granulosa, formam algumas fileiras de células onde o

citoplasma destas, se encontra repleto de grânulos basofílicos, chamados de cerato-

hialina. Já os grânulos lamelares são vesículas secretoras que liberaram seu

conteúdo no espaço intercelular formando uma barreira lipídica responsável pela

impermeabilidade da pele, impedindo a desidratação do organismo. Esta camada se

encontra em grande atividade metabólica, sintetizando os elementos que faltam para

o surgimento da camada córnea (AZULAY, R. D. ; AZULAY. D. R. ; ABULAFIA, L. A;

2011 p. 4).

1.2.5 Camada lúcida

Esta localizada entre a camada granulosa e a camada córnea, suas células

não possuem organelas e são anucleadas, são compostas de filamentos de

queratina densamente compactados (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004 p. 360).

Esta camada está presente em regiões onde a pele é mais delgada como

nas solas dos pés e palmas das mãos, exercendo função de proteção mecânica

(HARRIS, 2009 p. 26).

1.2.6 Camada córnea

É o resultado do último processo de diferenciação dos queratinócitos, dando

origem a última camada da epiderme. São células anucleadas ricas em filamentos

de queratina (RIBEIRO, 2010 p. 22).

Page 21: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

21

São envoltas por uma barreira lipídica hidrofóbica, formando um envelope

celular, logo ocorre à destruição dos desmossomos gradativamente e, por

conseguinte a descamação tecidual das células mais externas (AZULAY, R. D. ;

AZULAY, D. R. ; ABULAFIA, L. A, 2011 p. 4).

Esta descamação ocorre devido à proliferação dos queratinócitos na camada

basal (HARRIS, 2009, p.133).

Esta camada desempenha proteção mecânica além de regular a

homeostasia (AZULAY, R. D. ; AZULAY. D. R. ; ABULAFIA, L. A, 2011 p. 4).

1.2.7 Junção dermoepidérmica

A epiderme e a derme unem-se de maneira irregular e sinuosa de forma em

que a epiderme penetra na derme através das cristas epidérmicas e a derme

salienta-se na epiderme através das papilas dérmicas, esta estrutura também

chamada de membrana basal é responsável pela adesão dermoepidérmica e serve

também como barreira semipermeável. Esta união é composta pela membrana da

célula basal e seus hemidesmossomos, lâmina lúcida, lâmina densa e sublâmina

densa (AZULAY, R. D. ; AZULAY. D. R. ; ABULAFIA, L. A, 2011 p. 5).

1.3 Derme

A derme é constituída por uma camada de tecido conjuntivo denso não

modelado onde há uma matriz extracelular composta por vários tipos de fibras

colágenas e fibras elásticas, onde estas são formadas por elastina e microfibrilas

(ELDER, 2011 p. 38).

É uma camada vascularizada, onde estão presentes os anexos cutâneos

como pêlos, glândulas sudoríparas e sebáceas, há presença de nervos, células

matrizes, fibroblastos, macrógafos e mastócitos, enquanto plasmócitos e linfócitos

Page 22: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

22

são encontrados de forma variável e transitória (AZULAY, R. D. ; AZULAY. D. R. ;

ABULAFIA, L. A, 2011 p.10).

A derme é responsável parcialmente pela termorregulação e pela defesa

imunológica em conjunto com as células Langerhans (HARRIS, 2009 p. 33).

Pode ser dividida em duas regiões distintas, uma se encontra diretamente

em contato com a epiderme, a derme papilar, e outra logo abaixo, a derme reticular

(RIBEIRO, 2010 p. 23).

Derme Papilar: é composta por finos feixes de colágeno que se arranjam

verticalmente ligando à epiderme a derme promovendo sua fixação. Esta camada

contém fibroblastos, macrófagos, plasmócitos e mastócitos dentre outras células

comuns do tecido conjuntivo (HARRIS, 2009 p. 34).

Derme Reticular: é constituída por feixes mais grossos de colágeno,

ondulados e dispostos horizontalmente que oferecem grande elasticidade e força a

pele. Nesta camada estão presentes os anexos cutâneos, como as glândulas

sudoríparas écrinas e apócrinas, glândulas sebáceas e folículos pilosos (HARRIS,

2009 p. 34).

1.4 Hipoderme

A hipoderme é a última e mais profunda camada da pele, constituída por

tecido conjuntivo frouxo aderindo de forma superficial à derme aos órgãos

subjacentes. Região altamente vascularizada, com a presença de fibras elásticas e

nervosas. (MICHALUN. M.V. ; MICHALUN. N, 2010 p.21)

A hipoderme poderá apresentar uma camada variável de tecido adiposo,

formando o panículo adiposo. Este é responsável pela reserva de energia e atua

como isolante térmico, além de absorver choques e fixar os órgãos. Dependendo da

região e grau de nutrição do organismo o acúmulo de gordura se torna maior em

regiões como o abdômen e glúteos (AZULAY, R. D. ; AZULAY. D. R. ; ABULAFIA, L.

A p.12).

Page 23: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

23

1.5 Anexos cutâneos

Os anexos cutâneos são estruturas que constituem a epiderme surgindo a

partir de modificações embrionárias; são elas: glândulas sudoríparas, glândulas

sebáceas, pêlos e unhas (AZULAY, R. D. ; AZULAY. D. R. ; ABULAFIA, L. A p. 7).

As glândulas sudoríparas localizam-se na derme, atravessando a epiderme

até chegar à superfície através de poros. O produto que essas glândulas produzem

denomina-se suor, um líquido aquoso e incolor que auxilia na regulação térmica

corpórea. Há dois tipos de glândulas sudoríparas: as apócrinas e as écrinas

(AZULAY, R. D. ; AZULAY. D. R. ; ABULAFIA, L. A p. 7).

Glândulas Sudoríparas Apócrinas: originam-se nas regiões mais

profundas da derme. São encontradas nas axilas, mamilos, regiões perineal e

pubianas, sua secreção relaciona-se com o estímulo sexual. Seu funcionamento tem

início na puberdade, devido à grande necessidade da atividade de excretar

hormônios sexuais (GOMES; DAMAZIO, 2009 p. 16).

Glândulas Sudoríparas Écrinas: Estão distribuídas por toda superfície

corpórea, principalmente nas palmas das mãos e plantas dos pés. Secretam um

líquido incolor e inodoro que através da degradação por bactérias, juntamente com

descamações epiteliais resultam ao odor característico do suor, este é basicamente

constituído de: sódio, potássio, cloreto, amônia e ácido úrico (KEDE; SABATOVICH,

2009 p. 7).

Já as glândulas sebáceas recobrem toda a superfície do tegumento com

exceção da região palmar e plantar, seus ductos geralmente desembocam na

porção terminal dos folículos pilosos. Seu produto de excreção é rico em lipídios,

proporcionando elasticidade a pele além de proteger contra o ressecamento

(GOMES; DAMAZIO, 2009 p. 15).

Os pêlos estão presentes em quase toda a superfície corpórea, se

desenvolvem a partir de invaginações da epiderme chamado folículo piloso

(AZULAY, R. D. ; AZULAY. D. R. ; ABULAFIA, L. A, 2011 p. 7). Tem como função a

proteção contra os raios solares, proteção dos olhos, fossas nasais, conduto

auditivo, função sensorial e tátil além de auxiliar no isolamento térmico (GOMES;

DAMAZIO, 2009 p. 17).

Page 24: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

24

As unhas são encontradas na superfície dorsal das falanges terminais dos

dedos das mãos e dos pés, são constituídas por queratina formando escamas

fortemente aderidas umas as outras, produzida pela epiderme. Sua porção proximal

é chamada de raiz da unha, a cutícula é formada a partir da camada córnea onde as

células sofrem diferenciação e gradualmente se queratinizam formando uma placa

córnea. A cor rósea é atribuída devido à presença de redes capilares da derme e

sua fina espessura (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004 p. 368).

1.6 Pigmentações da pele

1.6.1 Melanócito

Acredita-se que as variações, na cor da pele, sejam ganhos evolutivos e

estejam relacionadas com a regulação da penetração da radiação ultravioleta

(RUV).A cor normal da pele é influenciada principalmente pela produção de

melanina, pigmentos de outro peso molecular que se torna cada vez mais escuro de

acordo com sua concentração. Outros pigmentos exógenos como os carotenóides

também influenciam na coloração da pele. Os melanócitos são células importantes,

não só pela pigmentação da pele e dos pelos como também promovem proteção

direta aos danos causados pelas radiações ultravioletas (RVU) (MIOT et al., 2009 p.

624).

A pigmentação da pele nos humanos depende da atividade melanogênica,

sabendo que a quantidade de melanócitos por qual é a mesma, portanto se deve ao

tamanho, número, quantidade e distribuição de melanina (KEDE; SABATOVICH,

2009 p. 5).

São células dendríticas, embriologicamente derivadas dos melanoblastos, os quais se originam da crista neural, migrando para pele logo, após fechamento do tubo neural. Essa migração pode ocorrer para vários destinos, sendo que os sinalizadores para os quais direcionam tal processo, ainda precisam ser melhores caracterizados (MIOT et al., 2009 p. 624)

Page 25: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

25

Quando os melanócitos se tornam corretamente desenvolvidos distribuem-

se em diversos locais: olhos, ouvidos, sistema nervoso central, matriz dos pelos,

mucosa e pele. Na pele, localizam-se na camada basal da epiderme e podem ser

também encontrados na derme. “Projetam-se seus dendritos, através da camada

basal, onde transferem seus melanossomas aos seus queratinócitos”. A associação

dos melanócitos e queratinócitos é chamada de unidade epidérmico - melânica,

sendo constituída nos humanos por um melanócito em cerca de seis queratinócitos

(BAUMANN, 2004 p. 63).

A melanina produzida nos melanócitos e armazenada em estruturas

chamadas melanossomas. Estes são organelas elípticas onde além da síntese e

deposição de melanina, e local de armazenamento da tirosinase sintetizada pelos

ribossomos (MIOT et al., 2009 p. 624)

1.6.2 Melanogênse

A melanina é um polímero proteico que se origina da oxidação da tirosina

pela enzima tirosinase formando de hidrofenilalanina dentro dos melanócitos.

Durante este processo são formados dois tipos de melanina: as eumelaninas e as

feomelaninas (CORRÊA, 2005 p. 85).

A síntese da melanina ocorre no interior dos melanócitos em organelas

especializadas chamadas melanossomas que distribuem-se nas camadas

epidérmicas. A enzima tirosinase tem importante poder de participação nesse

processo a partir de sua ação, o aminoácido tirosina é transformado em 3,4-

diidroxifenilalanina (DOPA), produzindo a DOPA-quinona, esta passa por processos

de oxirredução, assim obtêm a melanina. Esta enzima é acumulada em vesículas no

complexo de Golgi chamadas pré melanossomas. Através dos capilares sanguíneos

a enzima tirosina penetra nos melanócitos, seguindo a síntese de melanina, sendo

assim o pré melanossoma se transforma em melanossomas e gradualmente em

grãos de melanina, após a fixação da melanina nos queratinócitos resulta a cor da

pele. A ação inibitória desta enzima dificulta a migração da melanina para os

queratinócitos, resumindo assim o mecanismo de ação da maior parte dos

Page 26: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

26

despigmentantes utilizados no tratamento de hipercromias (VANZIN; CAMARGO,

2011 p. 236).

1.6.3 Hiperpigmentação cutânea

É também chamada de melanose, causada pelo exagero da função

melanogênica da pele, tratando-se de uma coloração mais enegrecida da cútis.

Pode ser um processo fisiológico, como no caso dos cloasmas gravídicos, como

também podem ser patológicos, como ocorre nos casos de melanose devido a

outras doenças como sífilis e hanseníase. (MIOT et al., 2009, p. 624)

Também pode ocorrer um excesso de coloração da pele em decorrência do

acumulo de outros pigmentos como os biliares, e férricos. A hiperpigmentação pode

ser localizada, apresentando-se como manchas pigmentares, ou ainda podem ser

sob forma difusa, recebendo o nome de melanodermia. (NICOLETTI et al., 2002 p.

47)

1.6.4 Melanodermias

Melanodermia ou melanose é um termo geral que expressa simplesmente

aumento do conteúdo de melanina na epiderme devido à maior atividade dos

melanócitos (FILHO, 2006 p. 1226).

A melanidermia ou melanose pode estar associada a doenças internas e muitas vezes na doença de Addison, na hiperpigmentação após suprarrenalectomia, no tratamento com corticosteróide, nos tumores e hiperplasia da suprarrenais e na síndrome de Cushing há hiperpigmentação difusa da pele e mucosas. A síndrome de Albright caracteriza-se por grandes áreas hipercrômicas, osteíte fibrosa disseminada e puberdade precoce em meninas (FILHO, 2006 p. 1227).

Page 27: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

27

Finalmente melanodermia é encontrada em estados carências, como na

vitaminose A, pelagra, anemia perniciosa e desnutrição crônica. Em todas elas

observa-se aumento de melanina na camada basal e nas camadas inferiores da

espinhosa (FILHO, 2006 p. 1227).

1.6.5 Distúrbios da pigmentação

Os distúrbios da pigmentação não são normalmente considerados

problemas cosméticos. No entanto, praticamente toda mulher se preocupa com os

problemas relacionados a pigmentação da pele (BAUMANN, 2004 p. 63).

Os distúrbios da pigmentação são chamados de discromia causadas por

aumento de pigmentos (hipercromia), ou diminuição destes (hipocromia) ou ainda a

falta de pigmentação (acromia) (FILHO, 2006 p. 1226).

As discromias podem ser de natureza patológica ou não, sendo importante o

conhecimento de sua natureza para que possa ser escolhido um tratamento correto

(BAUMANN, 2004 p. 63).

A cor da pele resulta da incorporação dos melanossomas que contém

melanina, produzida pelos melanócitos, para dentro dos queratinócitos na epiderme,

e em sua degradação subseqüente (BAUMANN, 2004 p. 63).

A melanina é um pigmento que varia da cor castanha a negra, podendo ser

encontrada em animais e plantas. A diferença de cor observada na pele, cabelos e

olhos de ser humano é resultado em grande parte da distribuição de melanina

nessas regiões. As funções da pigmentação cutânea através da melanina são de

proteção contra a Radiação Ultravioleta B, dentre outras funções (FILHO, 2006 p.

1226).

A síntese de melanina ocorre nos melanócitos. Na pele estas células estão

situadas junto à camada basal da epiderme e na matriz do folículo piloso. A

melanogênese, também chamada de biossíntese da melanina, tem isso graças à

participação de um aminoácido chamado tirosina, proveniente da fenilalamina

através da via fenilalamina hidroxilase (FILHO, 2006 p. 1226).

A melanina é formada quando a enzima tirosinase catalisa a oxidação de

hidroxifenilalamina nos melanócitos (FAUSTO, 2005 p. 1286). A diihidrofenilalanina

Page 28: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

28

é chamada DOPA. A DOPA é oxidado formando a dopaquinona e formação de

melanina. Logo depois a melanina é produzida no interior dos melanossomas, ela

migra para as extremidades dos dendritos dos melanócitos. A melanina nos

melanócitos é posteriormente incorporada para dentro de outros queratinócitos

vizinhos ou para dentro da derme. Essa transferência da melanina possui

mecanismos que ainda não foram compreendidos, existindo diversas explicações

(BAUMANN, 2004 p. 63).

Existem dois tipos de melanina: a eumelanina, insolúvel, de cor castanha negra, com ação fotoprotetora e antioxidante, e a feomelanina, solúvel em solução alcalina, de cor amarela a vermelha, igualmente com efeito antioxidante. A cor do cabelo depende da proporção entre eumelanina e feomelanina. Assim, o cabelo de cor negra contém 99% de eumelanina e 1% de feomelanina; o de cor castanha e loura contém 95% de eumelanina e 5% de feomelanina; e o de cor vermelha contém 67% de eumelanina e 33% de feomelanina (FILHO, 2006 p. 86).

O excesso na produção ou redução na síntese de melanina causa

respectivamente hiperpigmentação e hipopigmentação melânicas, podendo originar

várias doenças geradas pelas difusões de uma ou mais etapas do processo de

melanogênese (FILHO, 2006 p.1226).

1.6.6 Melasma

A palavra melasma deriva do grego melas, que significa “negro”. É uma

hipermelanose comum, adquirida, simétrica, caracterizada por máculas

acastanhadas, mais ou menos escuras, de contornos irregulares, mas limites nítidos,

nas áreas fotoexpostas, que ocorrem nas maçãs do rosto, têmporas, lábio superior e

raramente no nariz. Ela pode acontecer em pessoas de ambos os sexos e raças,

porém favorecem fototipos intermediários e também em mulheres adultas com idade

fértil (MIOT et al., 2009 p. 630).

Vários são os fatores etiológicos para o desenvolvimento de melasma,

porém nenhum deles pode ser causa isolada do seu desenvolvimento. Dentre os

Page 29: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

29

fatores pode-se citar: não possuem desordem de caráter hereditário, exposição

solar,fatores emocionais, gravidez, drogas antiepilépticas e anticoncepcionais orais,

quando associado o estrógeno ao progestógeno pode ser considerado agentes

causadores (RIBEIRO, 2010 p.181).

Todavia, a predisposição genética e a exposição aos raios solares parecem

desempenhar importante papel para desenvolvimento de melasma, já que estas

lesões são mais evidentes quando à exposição solar (MIOT et al., 2009 p. 630).

Figura 2 - Melasma Fonte: FARIA, 2011

1.6.7 Lentigos Solares

Cerca de 90% de pacientes com 65 anos de idade ou mais apresentam um

ou mais lentigos solares. São causados pela exposição aguda e crônica ao sol, e as

áreas mais afetadas são dorso da mão, braços, colo e ombros. São raras em

pacientes com menos de 50 anos de idade, portanto estas manchas podem ser

chamadas “lentigos senis”. O aparecimento dessas se torna raro na pele protegida

dos raios solares (BAUMANN, 2004 p.67).

São máculas pequenas circunscritas, possui uma coloração castanha escura

a negra, normalmente com um centímetro de diâmetro (RIBEIRO, 2010 p.182).

Os lentigos solares, sardas, e lentigos simples são considerados lesões com

importante fator de risco para o surgimento do Carcinoma Baso Celular. Existem

Page 30: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

30

diversos tratamentos dessas lesões, porém não existe nenhuma evidência que

comprove que quando há um tratamento bem sucedido o risco de câncer de pele

diminua, sendo necessário que os pacientes com esse tipo de lesão sejam

submetidos a exame de rotina para verificação de um possível câncer de pele

(BAUMANN, 2004 p.67).

Figura 3 - Lentigos solares nas mãos Fonte: VIGNJEVOC, 2011

1.6.8 Hiperpigmentação pós-inflamatória

Pode ser chamada também de alteração pigmentar pós-inflamatória (APPI),

causada por uma variedade de distúrbios da pele, este tipo de hiperpigmentação é

freqüente em pacientes com a pele mais escura, porém pode afetar pessoas de

qualquer tipo de pele, na seqüência do restabelecimento de acne, dermatites de

contato causadas por processos inflamatórios, eczema, alergia podem levar ao

surgimento deste distúrbio (RIBEIRO, 2010 p.181).

A hiperpigmentação pós-inflamatória se apresenta em áreas em que houve

inflamação sob forma de regiões irregulares pigmentadas em escuro. Pode ocorrer

em qualquer área da pele, é decorrência de um aumento da síntese de melanina em

resposta a uma lesão cutânea. Pode ser difusa ou localizada e sua distribuição na

pele irá depender da localização da lesão original (BAUMANN, 2004 p.69).

Page 31: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

31

.

A APPI é difícil de tratar porque ocorre em indivíduos suscetíveis a hiperpigmentação subseqüente a inflamação. Inflamação subseqüente como induzida por peelings ou lasers, pioraria o processo. Conseqüentemente, apenas produtos tópicos não irritantes, como Hidroquinona, ácido kójico e retinóides, são potencialmente úteis para tratar essa condição. Esses agentes têm, no entanto, mínima eficácia. A melhor conduta de tratamento é prevenção solar, uso de protetor solar e paciência, porque essas lesões tendem a melhorar com o tempo (BAUMANN, 2004 p. 69).

Figura 4 – Hiperpigmentação pós-inflamatória após aplicação de laser para depilação Fonte: LIMA, 2011 a

1.6.9 Sardas e/ou Efélides

Efélides são também chamadas de sardas e constituem lesões pigmentadas

que ocorrem mais comumente na infância e em pessoas de pele clara. Normalmente

apresentam-se como pequenas manchas de cor castanho-avermelhada ou marrom-

claras, aparecendo inicialmente na infância após exposição solar. Quando presentes

as efélides acentuam-se no verão e atenuam-se no inverno. Esta característica

distingue-as dos lentigos, pois neste último, a coloração das manchas permanece

estável independente da exposição solar. As efélides resultam-se do aumento na

quantidade do pigmento de melanina dentro dos queratinócitos basais, Quando os

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32

melanócitos, estes são normais em número, porém podem ter tamanho tampouco

aumentado (KUMAR, 2005 p. 1286).

Figura 5 – Sardas e/ou éfelides

Fonte – LIMA, 2011 b

1.7 Tratamentos das desordens despigmentares

O tratamento para hiperpigmentação da pele é feito utilizando-se

substâncias despigmentantes ou clareadoras (CORRÊA, 2005 p. 86).

A determinação da pigmentação da pele é dada através da síntese da

melanina dentro dos melanossomas, que são distribuídos para os queratinócitos

dentro da unidade epidérmo-melânica. Assim, a hiperpigmentação acontece quando

essa síntese ocorre de forma inadequada (BAUMANN, 2004 p. 99).

Nas discromias da pele, o tratamento é difícil, pois muitas substâncias

efetivas são irritantes e podem em alguns casos causar descamação. Além disso, o

resultado satisfatório não se consegue de imediato, já que o processo de

despigmentação ocorre de forma gradual (CORRÊA, 2005 p.86).

Os agentes despigmentantes podem agir por diferentes mecanismos de

ação, tais como: inibição da atividade dessa enzima, inibição da formação de

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33

melanina, destruição seletiva dos melanócitos, degradação dos melanossomas e

queratinócitos (CORRÊA, 2005 p. 86).

1.7.1 Principais agentes despigmentantes inibidores da tirosinase

1.7.1.1 Hidroquinona

Figura 6 - Estrutura química da Hidroquinona Fonte: KATO; SOUZA; GOMES, 2010

A Hidroquinona (1-4-dihidroxibenzeno) é utilizada em várias formulações

para o clareamento da pele. “Ela também é um ingrediente natural em vários

produtos derivados de plantas, incluindo vegetais, frutas, grãos, café, chá, cerveja, e

vinho”. É considerada há muitos anos como a principal modalidade de tratamento da

hiperpigmentação pós-inflamatória e para o melasma (BAUMANN, 2004 p. 99).

A hidroquinona (HQ) é também utilizada no tratamento de outras manchas

dermatológicas, como as sardas, lentigos senis e dermatite de berloque (causada

por perfumes) e é o despigmentante de uso tópico mais utilizado (FRASSON;

CANSSI, 2008 p. 197).

Ela também é utilizada no tratamento de outras manchas dermatológicas,

como as sardas, lentigos senis e dermatite de berloque (causada por perfumes) e é

despigmentante de uso tópico mais utilizado (FRASSON; CANSSI, 2008 p. 197).

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34

“A ação despigmentante da HQ foi descoberta após a verificação da

despigmentação da pele de operários da indústria da borracha que utiliza o

monobenziléter da hidroquinona” (BOLDRINI, 2005 p. 8).

Ela se apresenta sob forma de cristais incolores ou brancos, finos e com

formato de agulha, é incompatível com bases e meios alcalinos, sais de ferro, e

agentes oxidantes (FRASSON; CANSSI, 2008 p. 197).

A hidroquinona é hidrossolúvel, podendo ser facilmente incorporada em

formulações, porém apresenta o inconveniente de ser oxidável, necessitando de se

adicionar substâncias antioxidantes. A hidroquinona forma cristais finos com formato

de agulha que na presença de luz escurecem (CORRÊA, 2005 p. 86).

A hidroquinona atua inibindo a conversão da tirosinase em melanina, ou

seja, ela diminui a atividade da tirosinase em até 90% (DRAELOS, 2009 p. 126).

Além disso, outros mecanismos estão envolvidos com a diminuição da

proliferação dos melanócitos pela inibição da síntese de DNA e RNA no interior

destas células, interferência na formação e degradação dos melanossomas e

destruição dos melanócito. Pode causar irritações na pele, como queimação e

vermelhidão devido o seu efeito citotóxico sobre os melanócitos (CORRÊA, 2005 p.

87).

Normalmente a hidroquinona é associada a outros agentes

despigmentantes, como o ácido glicólico, ácido Retinóico, e o ácido kójico, porém

tem utilidade clínica quando usada isoladamente (BAUMANN, 2004 p. 99).

A concentração de hidroquinona usual é de 2%, podendo ser prescrita em

concentrações de até 10%. Quanto maior a concentração maior será o risco de

surgirem efeitos colaterais e irritações na pele (FRASSON; CANSSI, 2008 p. 197).

A hidroquinona é metabolizada pelo fígado através de dois componentes: p:

benzoquinona e glutationa, que são consideradas carcinogênicas (VANZIN;

CAMARGO, 2011 p. 255).

Um dos efeitos colaterais que ela pode causar, grave, é a ocronose

exógena, que é uma hiperpigmentação fuliginosa na área que está sendo tratada.

Isso ocorre mais em pessoas de pele morena, quando a hidroquinona é utilizada em

altas concentrações, ou por períodos prolongados mesmo em baixa concentração. E

por esse motivo em alguns países foi restringido o uso da hidroquinona, como em

países africanos, países asiáticos, etc (DRAELOS, 2009, p.127).

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35

Normalmente, utilizam-se concentrações de 2% a 5% quando o seu uso for

facial e de 6% a 10% quando for aplicada no tronco e extremidades. Como a

despigmentação obtida é um processo reversível, basta que o tratamento seja

interrompido para que a síntese de melanina volte ao normal, daí a importância do

uso do filtro solar durante e após o tratamento (FRASSON; CANSSI, 2008 p. 197).

Existem várias preocupações sobre a segurança da hidroquinona, e seu uso foi abolido na Europa e é altamente regulamentado na Ásia. Essa preocupação se dá em parte porque ela é um metabólito do benzeno e possui propriedades mutagênicas em potencial. O mais sério efeito à saúde humana observado em trabalhadores expostos à hidroquinona é a pigmentação dos olhos e, em um pequeno número de casos, dano permanente da córnea (BAUMANN, 2004 p. 100).

A hidroquinona é encontrada em diversas formas farmacêuticas, como

soluções, cremes e géis, sendo estabilizadas com a adição de antioxidantes. Os

produtos comerciais que possuem hidroquinona tem validade em torno de dois anos

e os produtos manipulados de um a dois meses normalmente. Muitas vezes a

hidroquinona é associada a substâncias que não são compatíveis com ela, como

são o caso de bioativos de origem protéica, complexantes insolúveis, ou com

agentes oxidantes (BOLDRINI, 2005 p.8).

Os produtos que contém hidroquinona são eficazes na descoloração das

manchas, porém possuem dois inconvenientes, que são: irritantes para a pele e

também são facilmente oxidados. A oxidação dos produtos que contém

hidroquinona se da através do oxigênio quando está exposto à luz , que tem a perda

de elétrons da molécula, dando a forma de uma quinona que se oxida a

hidroxiquinona, dando origem a coloração marrom escura (FRASSON; CANSSI,

2008 p. 197).

Para retardar este processo de oxidação, normalmente utiliza-se uma

combinação de antioxidantes e quelantes e mantêm-se o pH na faixa adequada.

Além disso, estes produtos devem ser armazenados corretamente em embalagens

que não permitem a passagem de luz e que diminuam o contato com o ar

(BOLDRINI, 2005 p.3).

Para aumentar a estabilidade das formulações contendo hidroquinona

utilizam-se antioxidantes com o sulfito ou metabissulfito de sódio a 0,1%, ou vitamina

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36

C a 0,1%. Também podem ser utilizados agentes sequestrantes de íons e utilização

de técnicas que possibilitem uma baixa incorporação de alguns elementos

desestabilizantes, como é o caso do O2 e íons metálicos (BOLDRINI, 2005 p. 3).

A maioria das prescrições que contém hidroquinona em suas formulações

possui uma concentração de 3% a 4%, dando mais segurança e bons resultados em

relação à redução da hiperpigmentação (DRAELOS, 2009 p. 127).

O uso de hidroquinona está associado a alguns efeitos adversos como:

Irritações na pele, alergias, hiperpigmentações pós-inflamatória, hipopigmentação,

ocronose, etc (BOLDRINI, 2005 p. 3).

1.7.1.2 Ácido Kójico

Figura 7 - Ácido Retinóico Fonte: BAUMANN, 2004

O ácido kójico (5-hidróxi-2-hidroximetil-4H-piran-4-ona) é uma substância de

origem natural, obtida a partir da fermentação de fungos Aspergillus, Acetobacter e

penicillium, utilizado amplamente como aditivo em alimentos e como despigmentante

em produtos para uso tópico. Esse ácido pertence ao grupo dos ácidos fenólicos

“com duas hidroxilas e, deste modo, dois prótons ionizáveis” (OLIVEIRA et al., 2007

p. 576).

Seu mecanismo de ação é dado através da inibição não-competitiva da

enzima tirosinase, através da quelação de íons que são necessários para a atividade

dessa enzima, inibindo assim sua ação. Ele também reduz a síntese do processo de

Page 37: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

37

melanogênese, bloqueando o processo de oxidação da formação da melanina

(RIBEIRO, 2010 p. 187).

Uma das vantagens desse ácido é que ele não causa irritação na pele do

paciente, podendo ser usado durante o dia. Seu efeito é observado depois de duas a

quatro semanas de uso contínuo, mas dependendo da pele o efeito demora mais

para aparecer (CORRÊA, 2005, p. 86).

Esse ácido é utilizado em concentrações de 1% a 4%, e quando associado a

outros ingredientes ele fica mais efetivo. Normalmente os produtos que contêm

ácido kójico são usados em um período de um a dois meses, ou até que se obtenha

o efeito desejado (DRAELOS, 2009 p. 128).

Quando o ácido kójico é utilizado como produtos dermocosméticos, ele

causa um aumento da durabilidade destes produtos, graças à sua ação antibiótica e

preservativa. Por ser estável, ele apresenta vantagens em relação à hidroquinona e

outras substâncias despigmentantes (BAUMANN, 2004 p.100).

1.7.1.3 Acido Retinóico

Figura 8 - Ácido Retinóico Fonte: SANTOS, 2011

O ácido Retinóico quando utilizado topicamente é chamado tretinoína. Seu

uso se deu a partir da década de 1960 para tratamento de distúrbios do processo de

queratinização e, posteriormente, para o tratamento da acne. Recentemente passou

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38

a ser utilizado para fotoenvelhecimento e em forma de peelings (CLAUDIO;

KLINGELFUS; FERNANDES, 2011 p. 1).

A tretinoína possui ação queratolítica e esfoliante a nível celular, e estimula a

síntese de uma nova produção de colágeno. É usada no tratamento da acne,

acelerando a renovação da pele e prevenindo a formação de comedões, além disso,

também podem ser utilizada no tratamento de estrias e de melasmas. Quando

associada ao minoxidil, tem como finalidade aumentar a absorção deste último

(CLAUDIO; KLINGELFUS; FERNANDES, 2011 p.1).

Apesar de ser utilizado com freqüência como agente adjuvante no

tratamento dos distúrbios da pigmentação, seu mecanismo de ação ainda não está

completamente compreendido, mas existem alguns estudos que demonstram que o

ácido retinóico inibe a indução da tirosinase, e conseqüentemente a melanogênese,

fazendo com que esse ácido seja mais eficaz no tratamento de melasma

(BAUMANN, 2004 p.102).

Esse ácido é facilmente oxidável, portanto é recomendável o uso de

antioxidantes nas formulações. Normalmente a estabilidade do ph desse ácido varia

de 0,01% a 0,05% ou até 5,0% para tratamento de estrias (SOUZA; ANTUNES JR,

2009 p.450).

1.7.1.4 Acido Glicólico

Figura 9 - Ácido Glicólico Fonte: FIORUCCI; SOARES; CAVALHEIRO, 2002

O ácido glicólico é um (alfa-hidroxiácido) conhecido como AHA. Suas

propriedades são encontradas em alimentos naturais como a cana-de-açúcar, que

Page 39: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

39

são ideais para ser utilizados na dermocosmética. É considerado um queratinolítico,

pois tem uma pequena estrutura química que apresenta um grande poder de

penetração (PERSSONELLE, 2004 p.97).

Sua absorção está nas diferentes camadas da pele e reduz o excesso de

queratinização, levando ao afinamento da camada extrato-córneo, sendo útil na

renovação da epiderme e causando a redução visível de linhas faciais (HENRIQUES

et al., 2007 p.1).

Sua concentração é utilizada de 4%, 8%, 10% e 15%, acima dessas

concentrações ele tem efeito de “peeling”, pois o ácido glicólico tem efeito de

descamação na pele (MANCRINI, 2004 p.16).

Com adição de ácido glicólico nas formulações de hidroquinona, ocorre um

aumento da eficácia do produto, devido ao aumento da penetração deste na pele

(DRAELOS, 2009 p.129)

É considerado um agente clareador hidrofílico, por aumentar a hidratação e

a elasticidade da pele. Além disso, ele promove a estimulação direta da produção de

colágeno, elastina e mucopolissacarídeos das camadas profundas da pele

(HENRIQUES et al., 2007 p.1).

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40

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Avaliar o perfil da dispensação do princípio ativo Hidroquinona nas farmácias

magistrais de Fernandópolis - SP.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abordar aspectos sobre fatores que desencadeiam a hiperpigmentação

cutânea.

Descrever sobre os ácidos pertencentes a classe dos inibidores da

enzima tirosinase.

Page 41: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

41

MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado a partir de uma revisão descritiva com

busca sistematizada da literatura em livros, teses, dissertações, artigos periódicos e

boletins informativos, disponíveis em bibliotecas e base de dados on-line. Foi

realizado através de pesquisa de campo em 13 de agosto de 2011 um questionário

(segue em apêndice) contendo 10 questões onde os funcionários e farmacêuticos

das farmácias magistrais de Fernandópolis eram abordados, se totalizando 09

farmácias participantes.

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42

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 10: Quantidade média diária dispensada de produto contendo o

princípio ativo Hidroquinona.

Dentre as nove farmácias magistrais de Fernandópolis entrevistadas, 78%

(n=7) delas relataram que manipulam de 1 a 4 fórmulas contendo o princípio ativo

Hidroquinona diariamente, 22% (n=2) delas relataram manipular de 5 a 10, e

nenhuma delas relataram manipular mais de 10.

78%

22%

0%

1 a 4

5 a 10

Mais de 10

Page 43: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

43

Figura 11: Quantidade média mensal dispensada de produtos contendo o

princípio ativo Hidroquinona.

Das nove farmácias magistrais de Fernandópolis entrevistadas, 67% (n=6)

delas relataram dispensar de 10 a 30 formulações mensais contendo o princípio

ativo Hidroquinona, 22% (n=2) delas relataram de 40 a 60 e 11% (n=1) mais de 70

formulações mensais.

67%

22%

11%

10 a 30

40 a 60

Mais de 70

Page 44: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

44

Figura 12: Procura de produtos contendo este princípio ativo é maior por

mulheres, ou ambos os sexos

Entre as farmácias magistrais de Fernandópolis entrevistadas, 78% (n=7)

relataram que a procura de agentes despigmentante como a Hidroquinona é maior

por mulheres, já 22% (n=2) farmácias relataram que existe uma dispensação

equilibrada para ambos os sexos.

78%

22%

Mulheres

Ambos Sexos

Page 45: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

45

Figura 13: Faixa etária que mais procura formulações contendo o princípio

ativo Hidroquinona

Dentre todas as farmácias magistrais de Fernandópolis entrevistadas, 22%

(n=2) relataram que a maior procura é de 25 a 30 anos, 33% (n=3) disseram que é

de 35 a 40 anos e 45% (n=4) relataram que a maior procura de formulações

contendo o princípio ativo Hidroquinona é de pessoas de 45 a 50 anos. Nota-se que

o índice de procura por mulheres com mais idade é maior, pois se trata da faixa

etária mais atingida com problemas de hiperpigmentações cutâneas.

22%

33%

45%25 a 30 anos

35 a 40 anos

45 a 50 anos

Page 46: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

46

Figura 14: Contendo formulações com a hidroquinona são dispensadas com

receita médica.

As farmácias de manipulação magistral entrevistadas, 44% (n=4) delas

relataram que as formulações contendo o princípio ativo Hidroquinona são

dispensadas sem receita médica e 56% (n=5).

44%

56% SIM

NÃO

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47

Figura 15: Concentração usual mais dispensada.

Das nove farmácias magistrais entrevistadas, 67% (n=6) delas relataram

que a concentração mais dispensada de Hidroquinona é de 2% a 5% e 33% (n=3)

delas relataram dispensar de 6% a 10%. Com base nesses resultados comprova-se

que a maior parte das farmácias opta por dispensar Hidroquinona em menores

concentrações, evitando maiores danos, mas a outra parte continua dispensando

Hidroquinona em maiores concentrações, não se sabe com ou sem prescrição

médica.

67%

33%

2% a 5%

6% a 10%

Page 48: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

48

Figura 16 - A Hidroquinona é mais dispensada em área facial ou corporal

Das nove farmácias entrevistadas, todas elas relataram dispensar o princípio

ativo Hidroquinona para uso facial. Isso nos mostra uma divergência de resultados,

pois houve relatos de dispensações em concentrações usual para o corpo como é

mostrado na figura 15, ou seja, maiores do que indicado para tratamento facial.

100%

0%

Uso facial

Uso corporal

Page 49: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

49

Figura 17: Horário indicado para o uso dos produtos contendo o princípio

Hidroquinona através da atenção farmacêutica prestada.

Todas as farmácias entrevistadas relataram prestar atenção farmacêutica

adequada e orientar seu cliente quanto ao uso racional de formulações contendo o

princípio ativo Hidroquinona, informando-lhes sobre seus efeitos a exposição solar,

como aumento das manchas e quanto ao uso do protetor solar sempre que haver

exposição à radiação ultravioleta (RUV).

0%

100%

Manhã

Noite

Page 50: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

50

Figura 18: O agente despigmentante mais dispensado.

Nas farmácias magistrais entrevistadas, 45% (n= 4) delas relataram que nos

dias de hoje o Ácido Retinóico é o ácido mais dispensado, já 33% (n= 3) relataram o

Ácido Kójico e 22% (n= 2) relataram ser o Ácido Glicólico mais dispensado.

33%

22%

45% Ácido Kójico

Ácido Glicólico

Ácido Retinóico

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Figura 19: Formulações mais prescritas contendo associações ou apenas

com a Hidroquinona.

Todas as farmácias entrevistadas relataram que a Hidroquinona é mais

prescrita juntamente com associações, justificando assim a diminuição do uso

apenas do princípio ativo Hidroquinona, pelo seu alto risco de efeitos adversos e

colaterais.

100%

0%

Associações

Apensa Hidroquinona

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CONCLUSÃO

De acordo com a pesquisa elaborada nas farmácias de manipulação

magistrais de Fernandópolis, pode-se concluir que a Hidroquinona esta sendo

menos indicada pelos médicos. Estes têm preferido outros ácidos despigmentantes

como o ácido retinóico, ácido kójico e o ácido glicólico como tratamento, por serem

menos irritantes evitando o risco de reações adversas e efeitos colaterais, visando o

sucesso da terapêutica.

Conforme dados coletados em pesquisas bibliográficas, outros inconvenientes

de sua formulação é sua instabilidade química, pois se oxida facilmente.

Com a pesquisa realizada pode-se notar que há uma grande procura dos

agentes despigmentantes como a Hidroquinona, principalmente por mulheres com

idade de 45 a 50 anos.

Os efeitos indesejados devido à falta de orientação se comprovam na

pesquisa realizada.

A falta de conhecimento das farmácias também é evidenciada nesta

pesquisa, pois todas as formulações desenvolvidas são para o tratamento de

hipercromias faciais, onde a concentração usual é de 2% a 5%, porem houve relatos

de dispensação de Hidroquinona em contrações de 6% a 10%, deixando claros a

maior chance de efeitos adversos e fracasso no tratamento, podendo piorar as

hipercromias.

Page 53: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

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REFERÊNCIAS

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Page 56: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

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Page 57: Perfil da dispensação da hidroquinona nas fármacias de manipulação magistral de fernandópolis

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APÊNDICES

QUESTIONÁRIO

PERFIL DA HIDROQUINONA NAS FÁRMACIAS DE MANIPULAÇÃO MAGISTRAL Esse questionário visa colher informações sobre a comercialização da Hidroquinona nas farmácias magistrais de Fernandópolis.

1. Qual é a quantidade média diária dispensada de produto contendo o princípio

ativo Hidroquinona?

( ) 1 a 4

( ) 2 a 10

( ) Mais de 10

2. Qual é a quantidade média mensal dispensada de produtos contendo o princípio ativo Hidroquinona?

( ) 10 a 30

( ) 40 a 60

( ) Mais de 70

3. A procura de produtos contendo este princípio ativo é maior por mulher, ou

ambos os sexos?

( ) Mulheres

( ) Ambos os sexos

4. Quais as faixas etárias que mais procura formulações contendo o princípio

ativo Hidroquinona?

( ) 25 a 30

( ) 35 a 40

( ) 45 a 50

5. Formulações contendo este princípio ativo são dispensadas com receita

médica?

( ) SIM

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( ) NÃO

6. Qual sua concentração usual mais dispensada?

( ) 2% a 5%

( ) 6% a 10%

7. A Hidroquinona é mais dispensada para uso facial ou corporal?

( ) Facial

( ) Corporal

8. Qual horário indicado para o uso dos produtos contendo o princípio

Hidroquinona.

( ) Manhã

( ) Noite

9. Qual o agente despigmentante mais dispensado.

Resposta: _____________________________________.

10. As formulações são mais prescritas com associações ou apenas com a

Hidroquinona, como princípio ativo.

( ) Associações

( ) Apenas a Hidroquinona