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Aluno: Jovert Nunes Freire Grupo: Grupo 55 / PIGEAD - Polo: APsjo212 - Data: 07/10/13. Disciplina: STCD Tarefa 4: Produção de Texto Componentes da Estrutura da Conversação. “FALA MUUUUITO” - por Jovert Nunes Freire e Márcia Noélia Éler. - Falando sobre a tarefa de STCD desta semana, acredito que um dos motivos da solicitação de uma gravação em áudio, seja a dificuldade em fazer a demonstração da "sobreposição" num texto escrito de um fórum ou... - Concordo com você, nessa tua "tomada de turno" inicial, mas... - Só um instante ², Márcia Éler. Deixa-me terminar o raciocínio, em seguida você pode retomar o turno. - Mas, eu só queria complementar dizendo que a "sobreposição" também pode se transformar num "reparo", sem querer te reparar, é claro! - Ah, entendi, então queira me desculpar, a tua "sobreposição" foi oportuna. Falando em "reparo", acredito que seja um dos processos mais delicados em uma interação, não é mesmo, Gaspar? ¹ - Sim, é verdade. A reparação é um ponto crítico em uma conversação, principalmente em discussões acadêmicas, onde SISTEMA DE TUTORIA EM CURSOS A DISTÂNCIA

PIGEAD - STCD - Tarefa 4: Produção de texto de componentes da estrutura da conversação

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Que tal reconhecer, na prática, os elementos de uma conversa? Pra isso, você deverá gravar um conversa informal com pelo menos 4 participantes e transcrever um trecho de 3 a 4 minutos que contenha pelo menos 2 elementos de conversação (tomada de turno, sobreposição, reparo, e formulação), e você deve apontá-los na sua transcrição. Alternativamente, ao invés de uma conversa sua, você pode transcrever a conversa de um filme ou livro, desde que tenha a mesma duração e que você possa encontrar os mesmos elementos.

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Aluno: Jovert Nunes Freire

Grupo: Grupo 55 / PIGEAD - Polo: APsjo212 - Data: 07/10/13.

Disciplina: STCD

Tarefa 4: Produção de Texto Componentes da Estrutura da Conversação.

“FALA MUUUUITO” - por Jovert Nunes Freire e Márcia Noélia Éler.

- Falando sobre a tarefa de STCD desta semana, acredito que um dos motivos da solicitação

de uma gravação em áudio, seja a dificuldade em fazer a demonstração da "sobreposição"

num texto escrito de um fórum ou...

- Concordo com você, nessa tua "tomada de turno" inicial, mas...

- Só um instante ², Márcia Éler. Deixa-me terminar o raciocínio, em seguida você pode

retomar o turno.

- Mas, eu só queria complementar dizendo que a "sobreposição" também pode se transformar

num "reparo", sem querer te reparar, é claro!

- Ah, entendi, então queira me desculpar, a tua "sobreposição" foi oportuna. Falando em

"reparo", acredito que seja um dos processos mais delicados em uma interação, não é

mesmo, Gaspar? ¹

- Sim, é verdade. A reparação é um ponto crítico em uma conversação, principalmente em

discussões acadêmicas, onde sempre acontece um embasamento referencial de alto teor de

conhecimento, entre ideias notáveis de pensadores possuidores de grande saber. - Nesse caso,

fazer uso da polidez é um excelente recurso para apaziguar os ânimos ao fazer o reparo. Você

acha que é isso mesmo, Márcia? ¹

- Sim, e um bom exemplo foi o ocorrido no início da nossa conversação, quando eu te

interrompi educadamente. Certo, Jovert? ¹

- Bem... concordo mais ou menos, pois você poderia ter aguardado a vez para tomar o turno.

Nesse sentido, você não foi tão polida assim.

- Nem você está sendo agora.

- Você tem razão, Márcia. Queira me desculpar, estou reparando. Foi uma iniciativa infeliz

para deixar um exemplo de reparo aos nossos colegas, que se transformou em uma

autocorreção da minha parte ³.

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- Sendo assim, você pode aproveitar e dar um exemplo de “reformulação” ao modificar um

conceito inicial.

- Certo, vou tentar. Então, a ideia original era comentar somente sobre a gravação do áudio

com relação ao componente sobreposição, mas o assunto evoluiu e reformulamos para

comentar sobre todos os componentes que estruturam uma conversação ⁴, segundo Grice.

Concorda, Gaspar?

- Bem, se formos observar com cuidado, nossa conversação está repleta de componentes

estruturais como, por exemplo...

- Deixa que eu dê um exemplo? Foi graças a minha sobreposição inicial que ocorreu esta

conversação, senão seria apenas um monólogo muito chato, por sinal. Veja bem, não estou

dizendo que o Jovert fala demais... Mas, pensando bem, ele “fala muuuuito”!

- Kkkkkkkkkkiakiaka. Márcia, você não perde a “deixa”, não é verdade?

- Fazer piada, de forma oportuna, também ajuda o desenvolvimento de uma conversa. Vocês

gostaram?

- Sim, acho que o bom humor ajuda a estimular o expectador a permanecer atento e você,

Jovert?

- Eu também acho. Pelo menos eu prefiro textos bem humorados.

- Vou me intrometer nessa conversação, pois não concordo, com vocês!

- Olá, Louise, bem-vinda à discussão. Qual a tua discordância?

- Acho que no meio de uma discussão acadêmica, não cabe fazer piada.

- Agora, quem discorda sou eu. Isto é uma discussão acadêmica e fizemos piada, portanto, há

um fato gerador comprovado e vou defender essa tese. Quais são as hipóteses possíveis?

- Pois é, Louise, concordo com a Márcia, esse é um recurso que tem sido usado com sucesso

por palestrantes, para manter a atenção e a motivação dos expectadores.

- Como nós estávamos colocando, em pequenas doses não faz nenhum mal!

- Concordo com a Márcia. Em pequenas doses, como um bom remédio...

- Ou um veneno...

- Agora quem fez piada foi você, Louise! ²

- Vocês têm razão, concordo que, mantendo o bom humor ³, estejamos favorecendo a

cognição e a memorização.

- Finalmente, Louise. Agora temos uma unanimidade. Mas, memorização já é outro assunto,

não é mesmo, Jovert?

- Esse novo assunto fica para a próxima “conversação”. Pessoal, acho que encerramos por

aqui, na esperança de termos dado conta do recado e atingido o objetivo da tarefa.

- Valeu colegas e Américo!

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RECONHECIMENTO DOS ELEMENTOS DE UMA CONVERSA

O texto escolhido é uma obra original e inédita, criada por mim e co-produzida com a parceria

da colega Márcia Noélia Éler, que me autorizou ao uso irrestrito. A obra também contém

personagens fictícios. O texto está repleto de exemplos de elementos componentes que

estruturam uma conversação face-a-face e foi produzido baseado no material instrucional da

Etapa 4 - STCD e também da leitura de material complementar, referentes ao entendimento

dos “Estudos sobre os atos de fala” de Austin (1955), no “Princípio da Cooperação

Conversacional” de Grice (1957, 1975, 1981) e na “Politeness: some universals in language

use” (Teoria da polidez) de Brown e Levinson (1978, reeditado e republicado em 1987).

Conforme foi destacado em negrito no texto transcrito da conversação original, abaixo estão

separados apenas alguns dos trechos escolhidos para servirem como exemplo dos

componentes da estrutura da conversação, embora existam outros exemplos no texto:

TOMADA DE TURNO

¹ “em uma interação, não é mesmo, Gaspar?”

¹ “Você acha que é isso mesmo, Márcia?”

¹ “Certo, Jovert?”

Toda conversação tem uma estrutura de tomada de turno, onde o Falante expõe suas ideias e

os Interlocutores, inicialmente ouvem e aguardam a ocasião adequada ou a permissão ou,

ainda, o “chamado”, para tomar o turno por sua vez. Nessa troca de atores há também a troca

de papel, passando o Falante a ser Interlocutor e o Interlocutor escolhido a ser o Falante da

vez. Assim, os participantes organizam-se para falar. Em um fórum de Ead ou mesmo em um

Chat, regras devem ser estabelecidas antecipadamente para determinar quem deve falar e

quem deve aguardar sua vez em silêncio. É importante que o Falante saiba dar “deixas” de

que está cedendo o turno, evitando que o seu Interlocutor “roube” o turno, utilizando-se de

uma sobreposição. Em uma sala de aula, é o professor quem controla as tomadas de turno e

em um ambiente virtual de aprendizagem, o tutor comanda as trocas de turno ou apenas

monitora evitando excessos. Em geral ambos costumam fazer perguntas dirigidas aos

Interlocutores, dando as “deixas” de que o turno foi cedido. A principal finalidade desse

controle é estruturar melhor a conversação de modo que, haja bom entendimento por todos do

que está sendo discutido, evite que alguns falantes monopolizem a conversação como Falante,

permita que todos tenham chances equivalentes, e que haja uma coerência ao tema tratado na

discussão.

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SOBREPOSIÇÃO

² “num texto escrito de um fórum ou...

- Concordo com você, nessa tua "tomada de turno" inicial, mas...

- Só um instante, Márcia Éler”

² “como um bom remédio...

- Ou um veneno...

- Agora quem fez piada foi você, Louise.”

No trecho destacado acima, houve duas sobreposições sequenciais, onde o Falante é

interrompido pelo Interlocutor, que passa a ser o Falante. Mas este também é interrompido

pelo novo Interlocutor, que retoma a vez e volta a ser o Falante. A sobreposição ocorre

quando dois atores de uma conversação pretendem falar ao mesmo tempo, não respeitando o

componente descrito na Tomada de Turno. As sobreposições podem acontecer quando, por

entender erroneamente que o Falante “deu a deixa” cedendo o turno o turno, o Interlocutor

assume a vez. Também ocorre quando o Interlocutor deseja mesmo “roubar o turno” e

interrompe o outro participante muitas vezes de forma brusca, tomando a vez e assumindo o

papel de falante, como aconteceu sequencialmente no exemplo citado. Em geral, essas

sobreposições são curtas, pois diferentemente do exemplo escolhido nesta tarefa, a partir

dessa ocorrência um dos participantes costuma se calar e permitir que o outro assuma o turno.

REPARO:

³ “...que se transformou em uma autocorreção da minha parte.”

³ “...concordo que, mantendo o bom humor...”

O reparo em uma conversação ocorre quando algo precisa ser imediatamente esclarecido,

acrescentando uma informação a um comentário recente. A principal finalidade é a de

realinhar os participantes de uma conversa com o ponto de vista do falante. Em conversas

informais, é bastante comum a pessoa mudar de ideia, de acordo com a evolução da

conversação e se autocorrigir. Em situações instrucionais, porém, é o professor/tutor quem,

em geral, realiza as correções. Na criação e composição da conversação transcrita neste

trabalho, foram feitas várias tentativas de aproveitar os momentos das ocorrências referentes a

cada elemento da estrutura da conversação, para destacá-lo na própria conversa. Porém,

existem muitos desses elementos que permaneceram sem destaque, com o intuito evitar

excesso de elementos visuais na demonstração.

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REFORMULAÇÃO:

⁴“...reformulamos para comentar sobre todos os componentes que estruturam uma

conversação...”

Na conversação, reformular uma ou mais falas anteriores significa sintetizar, unificar ou

extrair a essência de um bloco de falas, servindo para esclarecer um determinado conteúdo e

diminuir a necessidade de correções, esclarecendo conteúdos implícitos ou, ainda, oferecendo

uma interpretação a uma fala e esperando por uma validação ou uma nova correção. As

reformulações são freqüentes nos discursos instrucionais, mas, em nossa conversação

preparada, assumiu o aspecto de uma conclusão e ocorreu apenas uma vez, de forma clara.

Referências Bibliográfica:

BEVILAQUIA, Diego V. & BARRETO, Cristine - Conversação e discussões instrucionais

- Disponível em: http://pigead.lanteuff.org - Acesso (restrito) em 06 out. 2013.

MELO, Luana Antero e COSTA, Marcelo Augusto Mesquita da Costa - Polidez e

Impolidez: Um levantamento histórico do seu estudo - Disponível em:

http:www.uefs.br/erel2009/anais/luanamelo_marcelocosta.doc - Acesso em 07 out. 2013.