INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CURSO LICENCIATURA EM LETRAS – PORTUGUÊS

Ano: 2017

Semestre: 1º

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Curso: Licenciatura em Letras - Português - 8º - Período

Unidade curricular: Estágio Supervisionado III– Etapa III

Estagiário(a): Caren Malta de Resende Cruvinel

Escola Concedente: Frei Leopoldo de Castelnuovo

Endereço: Rua Centenário, 578, Santa Marta

Turma/Nível: 1º ano do ensino médio

Professor: Nilcéia Caetano Resende

Data: março/ 2017

Duração da aula: 2 hs

2. TEMA CENTRAL

Variações Linguísticas - Gírias

3. OBJETIVOS

Objetivo Geral:- Refletir sobre as variações da língua no decorrer do tempo.

Objetivos Específicos:- Valorizar as diferenças culturais e linguísticas.- Diferenciar contextos que exigem uso de diferentes níveis de formalidade da língua portuguesa.- Usar a linguagem com autonomia e sem preconceitos

4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

- As variações lingüísticas.

- Variações em diferentes situações comunicativas.

- Nível de linguagem.

- Variação lingüística etária.

- Gírias como forma de expressão e caracterização do meio cultural.

5. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM (INICIAL - MOTIVAÇÃO, DE DESENVOLVIMENTO E DE AVALIAÇÃO)

5.1 Atividade inicial (motivação):

A atividade desenvolvida para chamar a atenção dos alunos para o assunto estudado será a

apresentação de trechos de duas músicas:

- A Gíria é a Cultura do Povo – Bezerra da Silva, 2002.

- A Dama e o Vagabundo – Oriente, 2011.

5.2 Atividade de desenvolvimento:

- Iniciar a aula apresentando o assunto “Gírias”, lembrando aos alunos que essa aula é uma

continuação da aula anterior em que a professora regente falou sobre as variações lingüísticas e

os diversos tipos de linguagem.

- Tocar um trecho da música A Gíria é a Cultura do Povo e em seguida um trecho da música A

Dama e o Vagabundo, visando à caracterização e conceituação da gíria e como as gírias vem

sendo utilizadas em diferentes épocas.

- Após a exibição das músicas, os alunos devem ser estimulados a comentá-las, buscando,

através de seu cotidiano as gírias utilizadas atualmente pelos jovens e as gírias utilizadas por

outras gerações de familiares, com vistas a favorecer uma reflexão sobre a variação lingüística

etária e do meio cultural.

- Objetivando apresentar as variações em diferentes situações comunicativas explicar que a

gíria é caracterizada como uma linguagem especial, que surge como um signo de grupo, a

princípio de domínio exclusivo de uma comunidade social restrita, seja ela polícia, dos

estudantes, de outros grupos específicos como nerds, skatistas, sambistas ou com jargões de

determinadas profissões. E quanto maior for o sentimento de união que liga os componentes

dessa pequena comunidade, mais se as gírias se destacarão como elemento identificador,

diferenciando o falante na sociedade e servindo como meio ideal de comunicação, além de

forma de auto-afirmação.

Demonstrar também que algumas gírias são mais comuns, e que, fazem parte de várias

comunidades linguísticas, passado a incorporar-se à linguagem corrente, perdendo, assim, o seu

caráter restrito.

- Em seguida distribuir um texto contendo a letra das duas músicas para a realização da

atividade de avaliação.

- Durante a correção oral da atividade proposta, enfatizar que o aluno deve observar o meio em

que se encontra e utilizar a linguagem que o favorecerá, pois a utilização da gíria não exclui o

ensino da linguagem formal, pois a mesma é necessária quando vamos realizar uma prova, uma

entrevista de emprego ou mesmo para conversar com pessoas que não fazem parte de nosso

meio cultural.

5.3 Atividade de avaliação:

A avaliação se dará por meio da observação da compreensão da necessidade de adequação da

linguagem (da informal para a formal e vice versa) por parte dos educandos, a partir das

correções orais das atividades baixo:

Atividade 1:

Identificar, no texto, as gírias utilizadas em seu grupo ou social e formar frases com as mesmas;

Atividade 2:

Substituir as gírias por expressões da linguagem formal nas frases criadas.

6. METODOLOGIA E RECURSOS DIDÁTICOS

Os recursos utilizados para aula serão:

- aparelho de som;

- quadro e giz;

- textos.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/319983610/Marcos-Bagno-Preconceito-Linguistico-pdf> Acessado em 10/03/2017.

BATISTA, João. O Uso da Gíria em Contraste com a Linguagem Formal . Disponível em: <https://pt.linkedin.com/pulse/o-uso-da-g%C3%ADria-em-contraste-com-linguagem-formal-jo%C3%A3o-batista> Acessado em 10/03/2017.

FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de. MARUXO JR., José Hamilton. Língua Portuguesa: linguagem e interação. Ed. Ática. São Paulo, 2014.

ORIENTE. O Vagabundo e a Dama. Áudio e vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JLtBi--FJL8> Acessado em 09/03/2017.

SILVA, Bezerra da . A gíria é a cultura do povo. Áudio e vídeo disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=5Osx4YZzxmg > Acessado em 09/03/2017.

8. ANÁLISE CRÍTICA (OBSERVAÇÕES – PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS)

Este item deverá ser preenchido após a aula, com os pontos positivos e negativos da mesma. Observações do professor/estagiário sobre a aula.

_____________________________________________

Assinatura do(a) Professor(a) Regente

Em, ______ /______ /______

_____________________________________________

Assinatura do(a) Estagiário

Em, ______ /______ /______

_____________________________________________

Assinatura da Coordenadora de Estágio

Em, ______ /______ /______

ANEXO A

A Giria é a Cultura do Povo

Bezerra da Silva

Compositor: Elias Alves Junior, Wagner Chapell

Toda hora tem gíria no asfalto e no morroporque ela é a cultura do povo

Pisou na bola conversa fiada malandragemMala sem alça é o rodo, tá de sacanagemTá trincado é aquilo, se toca vacilãoTá de bom tamanho, otário fanfarrão

Tremeu na base, coisa ruim não é mole nãoTá boiando de marola, é o terror alemãoResponsa catuca é o bonde, é cerolTô na bola corujão vão fechar seu paletó

"Toda hora tem gíria...

Se liga no papo, maluco, é o terrorBota fé compadre, tá limpo, demorouSai voado, sente firmeza, tá tranquiloParei contigo, contexto, baranga, é aquilo

Tá ligado na fita, tá saradoDeu bode, deu mole qualé, vacilouTô na área, tá de bob, tá boladoBabou a parada, mulher de tromba, sujou

"Toda hora tem gíria...

Sangue bom tem conceito, malandro e o cara aíVê me erra boiola, boca de siríPagou mico, fala sério, tô te filmando É ruim hem! O bicho tá pegando

Não tem caô, papo reto, tá pegadoTá no rango mané, tá lombradoCaloteiro, carne de pescoço, paga pauTô legal de você sete-um, gbo, cara de pau

ANEXO B

O Vagabundo e A DamaOriente

Ele chegou da pista,viu a cama e foi cochilarEla acordou,abriu a janela,e viu o sol nascendo no marEle abriu a geladeira,de novo pão com mortadelaEla comeu croissant,ovomaltine e nutella

Ela fazendo dietaEle larica no postoEle nas roda de freestyleEla na novela das oitoEle catando a roupa do cesto pra poder sairEla no Victoria's Secret morango com chantily

[...]Ela no carro da amigaEle dentro do buzãoEla indo pro circoE ele pra fundição[...]

Ele se apresentouEla sorriuEle chego juntinho no ouvidoEla caiuEle ratinho de desenroloEla beleza indescritívelE começa a históriaDe um amor impossível

Ela quer conhecer a vida, e ele conhecer o mundoA dama e o vagabundo (2x)Ela presa no condomínio, e ele solto pelo mundoA dama e o vagabundo (2x)Ela co'a agenda apertada, ele vivendo cada segundoA dama e o vagabundo (2x)Afinal, todas as dama se amarra num vagabundo

"Circo ou fundição? Pra onde vamos agora?" (ela)Lugar nenhum, tá tranquilo, vamo fica aqui foraAgora que tô contigo, a parada é a seguinteTem um depósito aqui perto, que a cerva é um e vinte

E passaram em frente a uma festa e decidiram ir pra láTinha showzin do oriente e era 10 conto pra entrarEle meteu a mão no bolso pros seus trocados contarEla falou "não precisa deixa que eu vou pagar"

Curtiram uma noite punk, logo se identificaramChegaram agarradinhos e assim juntos ficaramEla arrepio na nuca, ele com as costas arranhadasVoltaram juntos pra Nikit vendo o sol nascer na barca

Chegaram no terminal, a noite ia acabarEra difícil despedir, mais ela deu o celularNo dia seguinte, ele acorda com uma vontade de ligarEla recebe a chamada, da claro é claro a cobrar

Marcaram uma praiana, ele foi de caminhãoEla levou barraca,tanga,e cremin pro cabeloEle chego tranquilão, sem fazer nem um esforçoFora a bermuda e a lupa, só tinha um conto no bolso

Curtiram mais do que antes, foi tipo um dia perfeitoEla deitou pra pegar sol, e ele foi cair de peitoO mar tava grande, e ela queria mergulharEle esticou a mão pra ela pra ajudar ela a entrar

Ela só pensando nele, fantasiando as novelaEle na altinha tonteando por que só pensava nelaCombinaram de almoçar, ele falou padariaEla falou que não ia, que um restaurante servia

Aí ela apresentou ele ao famoso OutbackPagou o almoço todo, com o seu talão de chequesEle penso em italiano, e em suquin de cajuEla na coca infinita, e costelinha com barbecue

Ele chegando em casa celular toca é quem?Ela ligando pra ver se ele tinha chegado bemEla lidava com fatos, ele lidava com a sorteE o amor impossível só foi ficando mais forte

[...]Aí um dia ela liga, e ele pergunta: qual vai?Ela marca num restaurante pra apresentar pro paiEle boto um cinto, e uma blusa socialChego lá com ela sorrindo, e o sogro com cara de mau

Começou a perguntar o que da vida ele queriaEle queria a vida inteira e o sogro não entendiaPerguntou de faculdade e o que é que ele faziaRespondeu sou mc e o sogro olhou com irônia

Saiu de lá sabendo que não tinha sido boa impressãoDepois disso começa a novela e toda a bolaçãoO pai dela veio cheio de caô e de proibiçãoE pra vê-la depois disso todo dia era uma missão

E até hoje as vezes na madruga no quarto delaOuve-se um barulho de pedrinha na janelaQuando ela abre olha pra baixo, dá um sorriso profundoAdivinha, visita pra dama, o vagabundo