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UNIVAP Professor Gedalias - UNIVA PROCEDIMENTOS ARGUMENTATIVOS Objetivo: Demonstrar que não existe texto ingênuo, pois sempre há uma intenção e para que ela seja atingida, a construção do texto tem que ser adequada, tendo Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.

Procedimentos argumentativos

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PROCEDIMENTOS ARGUMENTATIVOSObjetivo:

Demonstrar que não existe texto ingênuo, pois sempre há uma intenção e para que ela seja atingida, a construção do texto tem

que ser adequada, tendo Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.

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O“Somente o indivíduo capaz de instalar-se dentro da sociedade em que vive, com discurso próprio, é que poderá considerar-se parte dessa mesma sociedade e, portanto, reivindicar seus direitos e lutar para que ela realmente seja democrática.”

Maria Thereza Fraga Rocco

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Tomando como exemplo a citação acima, pode-se afirmar que o bom texto é aquele em que seu autor consegue passar a

mensagem, expor as ideias de forma adequada.

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Como organizar o texto argumentativo?No caso do texto argumentativo, para organizá-lo de uma maneira clara e objetiva, deve-se considerar uma estrutura básica, composta por três partes: Introdução: é o ponto de partida do texto, onde se apresenta, de maneira clara, o assunto a ser tratado, ou seja, encaminha o Leitor expondo qual a ideia a ser defendida.Desenvolvimento: é a parte do texto em que ideias, conceitos e informações são apresentados para comprovar o que foi exposto na introdução.Conclusão: é a parte do texto que resume o que já foi dito, expondo claramente uma avaliação final do assunto discutido.Portanto, existe uma forma já consagrada para a organização desse tipo de texto. Consiste em estruturarmos o material de que dispomos em três partes, momentos principais: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. (INFANTE, 1998).

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Leia o texto a seguir:

Não O uso do piercing me passa a idéia do “ter que ter”, do ter que usar “porque minha tribo está usando”. Algo como a caneta Montblanc para os executivos. Mesmo pensando na questão por um ângulo puramente estético, o piercing não me agrada. Eu ainda prefiro, por exemplo, os inúmeros aros no pescoço das africanas, ou os ossos e argolas dos poucos índios que nos restam. Além de me parecerem mais consistentes em sua beleza particular, tais enfeites têm significado cultural que ultrapassa uma fase da vida. Sabemos que as nossas tribos adolescentes não duram mais que alguns anos e que cada indivíduo deverá se inserir em muitas outras “tribos” ao longo de sua vida. As cicatrizes permanentes que os fetiches adolescentes dos

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(CONTINUAÇÃO)últimos tempos têm acarretado (tatuagens, piercings ou cicatrizações) aumentam a responsabilidade dos adultos, no sentido de reforçar no jovem a informação e o compromisso consciente com suas escolhas, além do imediato e dos modismos, mesmo que seja um simples piercing (simples mesmo?). Tais escolhas passam também pelas questões relativas à saúde, hoje cada vez mais entendida como um valor cultural. Também me parece que, além de deixar uma marca indelével, o piercing – dependendo do lugar em que for colocado – não é propriamente higiênico. Alguns entendem o uso de enfeites perfurando o corpo como manifestação do antagonismo próprio do adolescente, questionamento ou crítica à sociedade, ou tentativa de chocar. Para

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I (CONTINUAÇÃO)mim, isso carece de solidez: tem mais jeito de regras e normas, ou apego exagerado ao modismo. O espírito transformador e crítico é a colaboração mais rica que a juventude tem para dar à sociedade. Sociedade que pede, hoje, atitudes prioritárias em relação à AIDS, às drogas e à responsabilidade social, por parte de jovens mais autônomos e mais conscientes. Afinal... eu não gostaria que minhas filhas usassem piercings, porque é um símbolo que definitivamente não me atrai. Mas como essa é uma opinião pessoal, se alguma delas insistir em pendurá-los pelo corpo, eu de minha parte vou continuar usando minha caneta Bic, ou outra qualquer que estives à mão. (Pais e Teens, n° 3.).

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Depois de apresentar seu ponto de vista no 1º parágrafo, o autor procura fundamentá-lo com argumentos, para isso cria três parágrafos de desenvolvimentos das ideias e, em cada um, aborda um aspecto. No 2°, por exemplo, o autor trata do piercing relacionado à estética, já no 3° parágrafo, muda o foco para o aspecto da saúde, pois o autor vê dois tipos de perigo que envolvem o uso de piercing, como falta de higiene, que gera problemas de saúde e cicatrizes permanentes. E, finalmente, como foi apresentado, é comum haver uma conclusão, isto é, o fechamento das ideias do texto, que geralmente o autor confirma seu ponto de vista, retomando alguns aspectos desenvolvidos anteriormente. Sendo assim, observe o último parágrafo do texto, pois o autor reafirma nele sua opinião sobre o piercing, sendo contra o modismo.

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O 1° parágrafo: Os piercings são um modismo.

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ENTO 2° parágrafo: Os piercings não possuem valor estético, pois não

estão ligados aos valores de nossa cultura.3° parágrafo: O jovem no futuro poderá querer mudar de “tribo”; o piercing é anti-higiênico.4° parágrafo: O uso do piercing não constitui uma forma concreta de antagonismo ou de transformação social.

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5° parágrafo: O autor afirma dar às filhas liberdade de escolha para usar ou não piercings; pessoalmente, continuará evitando modismos.

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Resumindo, verificamos que o texto está assim organizado:

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1. Introdução embromatória

Texto com muitas palavras que dão voltas para chegar à ideia central da frase. Esta incorreção leva a outras, pois com muitas palavras desnecessárias fica mais fácil causar ambiguidade e redundância.

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Incorreções Existe uma variedade de incorreções que os estudiosos da comunicação listaram e nomearam. De modo geral, muitas dessas falhas, frequentemente encontradas nos textos, principalmente nos textos argumentativos, decorrem do uso incorreto de pronomes relativos e conectivos em geral, do emprego de expressões coloquiais, da redundância, da ambiguidade, da ausência de organização das ideias, produzindo textos sem parágrafos definidos. As incorreções mais comuns são:

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2. IntromissãoEsta incorreção é muito comum nos trabalhos acadêmicos dos alunos de terceiro grau, que ainda não desenvolveram critério de escrita técnica. Aparece caracterizado pelo uso da primeira pessoa, de expressões como “Do meu ponto de vista/eu acredito que/ na minha opinião” e discurso de ordem pessoal [ideologia e crença].

3. Abstração grosseiraExpressar-se com palavras deselegantes, ou de baixo calão, fazendo com que ocorram julgamentos de valor, comparações e mesmo diminuição do valor alheio [do conhecimento, das crenças...].

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Incorreções mais comuns...

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4. Ausência de objetividadeEsta incorreção é comum nas dissertações de alunos do terceiro grau, principalmente quando escrevem sobre algo, cujo tema não está sob total domínio de entendimento e saber. Fala-se muito, sobrecarrega-se o texto com palavras e ao final a mensagem não é transmitida.

5. Economia de palavrasAo contrário da anterior, este é um problema que atinge boa parte dos textos produzidos no dia-a-dia dos alunos de segundo e terceiro graus. Escreve-se algo incompleto porque imagina-se que o leitor vai adivinhar o que se quis dizer. Toda mensagem deve estar completa em sua estrutura essencial.

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Incorreções mais comuns...

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6. Uso de vícios de linguagemUsar expressões como a nível de, no sentido de que, entre outras que causem acúmulo de palavras sem nada acrescentar ao texto.

7. Uso incorreto dos pronomes relativosUsar onde em qualquer situação em que não cabe o advérbio de lugar e sim um pronome relativo [quase sempre]; usar o mesmo, da mesma no lugar do pronome possessivo ou pronome relativo cujo(a)s, o(a)s qual(is), entre outros.

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Incorreções mais comuns...

8. Predominância de gerúndio (endorreia)Uso frequente de verbos no gerúndio, quando se pode usar verbos no presente, expressando de forma direta a ideia ou a mensagem.