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Vet 145 Parasitologia Veterinária Alexandre de Oliveira Tavela Médico Veterinário UFV Doutorando em Medicina Veterinária - UFV

Protozoologia - vet145

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Aula inicial Protozoologia 2011

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Alexandre de Oliveira TavelaMédico Veterinário – UFV

Doutorando em Medicina Veterinária - UFV

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Eucariotos e constituídos por uma só célula.

O sub-reino Protozoa é constituído por cerca de 65.000espécies conhecidas.

50% são fósseis.

Aproximadamente 25.000 são de vida livre.

10.000 espécies são parasitos de animais.

Apenas cerca de 30 espécies acometem o homem.

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Dependendo da sua atividade fisiológica, algumasespécies possuem fases bem definidas:

TROFOZOÍTO: é a forma ativa do protozoário, na qual ele sealimenta e se reproduz.

CISTO: é a forma de resistência ou inativa. O protozoário secretauma parede resistente (parede cística) que o protegerá quandoestiver em meio impróprio ou em fase de latência.Freqüentemente há divisão nuclear interna durante a formaçãodo cisto.

GAMETA: É a forma sexuada, que aparece em algumas espécies.O gameta masculino é o microgameta, e o feminino é omacrogameta.

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A movimentação dos protozoários é feita comauxílio de uma ou da associação de duas ou maisdas organelas abaixo:

◦ Pseudópodes;

◦ Flagelos;

◦ Cílios.

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Trypanosoma cruzi

Entamoebahistolytica

Balantidum coli

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1) Assexuada:

◦ a) Divisão binária ou cissiparidade;

◦ b) Brotamento ou gemulação

◦ c) Endodiogenia: formação de duas ou mais células-filhas porbrotamento interno.

◦ d) Esquizogonia: divisão celular seguida da divisão docitoplasma, constituindo indivíduos isolados. Esses rompem amembrana da célula-mãe e continuam a se desenvolver. Maiseficiente que a divisão binária, produzindo mais células-filhas.

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2) Sexuada:

◦ Conjugação: união temporária de doisindivíduos, com troca mútua de materiaisnucleares;

◦ Singamia ou fecundação: união demicrogameta e macrogameta formando oovo ou zigoto, o qual pode dividir-se parafornecer um certo número de esporozoítos.

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Mais de 40 espécies do gênero Giardiaestão descritas.

É o flagelado mais comum do tubodigestivo humano – cerca de 280 milhõesde casos novos por ano (dados da OMS).

Técnicas moleculares definiram um totalde 6 genótipos: A, B, C, D, E e F◦ Genótipo A apresenta dois subgenótipos: AI e

AII◦ AI tem sido implicado em casos de

transmissão zoonótica.

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São arredondados na extremidadeanterior e afilados dos na posterior;

Apresentam a face ventral achatada ea face dorsal convexa;

Na face ventral apresenta um discoadesivo bilobado responsável pelaadesão nas células do hospedeiro.

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Transmissão: através da ingestão decistos, veiculados através de:

◦ Água sem tratamento ou deficientementetratadas (só com cloro);

◦ Alimentos contaminados, sendo que estespodem ser contaminados por moscas ebaratas;

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A Giardia sp. é um parasito monoxeno de ciclo biológicodireto.

A via de infecção normal é a oral: ingestão de cistos.

Em voluntários humanos, verificou-se que um pequenonúmero de cistos pode causar a infecção (10 a 100).

Após a ingestão do cisto, o desencistamento ocorre no meioácido do estômago e é completado no duodeno e jejuno,onde ocorre a colonização do parasito.

Este se reproduz por divisão binária.

O ciclo se completa com o encistamento do parasito e a suaeliminação nas fezes.

Quando há diarréia, é possível encontrar trofozoítos nasfezes.

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Ciclo fecal-oral;

Doença altamente contagiosa;

Infecção se dá pela ingestão de cisto maduros;

Cistos são resistentes no meio ambiente por longosperíodos;

Os cistos são transmitidos pelas fezes por 1 a 2 semanasapós a infecção;

Trofozoítos também podem ser eliminados pelas fezes(especialmente em gatos), mas raramente sobrevivem porum período significativo fora do hospedeiro.

É uma zoonose; É uma zoonose;

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O cisto ingerido se rompe noestômago, liberando 2 trofozoítos, osquais colonizam o intestino delgado.

Os danos ocorrem devido a destruiçãode células epiteliais do duodeno,causando lesões nas microvilosidades,o que reduz a área de absorção dointestino e prejudica a digestão.

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Clínico:◦ Diarréia, vômitos, perda de apetite e dor abdominal.

Laboratorial:◦ Exame de fezes para identificação de cistos ou

trofozoítos.◦ Exame microscópico direto de esfregaço de fezes:

pouco sensível (<20%).◦ Flutuação em sulfato de zinco.

◦ PCR – permite detectar um único parasita e diferenciarespécies e cepas.

O diagnóstico da giardíase apresentadificuldades devido aos animais infestados nãoeliminarem cistos continuamente.

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Casos sintomáticos ou risco detransmissão para humanosimunodeprimidos.

Metronidazol ou Quinacrina – inibiçãoda síntese de DNA do parasito.

Todos os indivíduos de umdeterminado ambiente devem sertratados para evitar reincidência.

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Vacina: ◦ Nome comercial – GiardiaVax

◦ Distribuída no Brasil pela Fort Dodge SaúdeAnimal Ltda.

◦ Característica – Vacina contendo trofozoítosinativados.

◦ Forma de aplicação – Injeção subcutânea comsegunda dose de 2 a 4 semanas após aprimeira.

◦ Revacinação anual recomendada.

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Vacinação (de acordo com o fabricante...)◦ Reduz a quantidade de parasitas eliminados nas feses;

◦ Reduz a proporção de cistos eliminados – menorresistência ao ambiente;

◦ Reduz o potencial de transmissão zoonótica entre cãoe homem; Pode ser particularmente importante quando os

proprietários tiverem uma condição imune comprometida.

Contras◦ Não impede infecção, no máximo reduz a eliminação

de cistos e sinais clínicos.

◦ Na maioria das vezes é assintomática.

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Humanos:◦ Higiene pessoal e para com os alimentos;◦ Utilização de água tratada.

Animais:◦ Controle da população de animais

errantes;◦ Higienização diária dos recintos;◦ Higienização periódica dos comedouros e

bebedouros;◦ Utilização de água com o mínimo de

tratamento.

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Protozoários que apresentam um ou mais flagelos esomente uma mitocôndria longa percorrendo todo ocorpo celular.

Os flagelos se originam numa depressão (bolso flagelar).

Junto à base dos flagelos a mitocôndria diferencia-senuma organela denominada de cinetoplasto.

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Tripanossomose bovina

◦ Tem grande importância na devido as perdas econômicas.

Doença do sono ou Tripanossomose Africana Humana

◦ Doença freqüentemente fatal; acomete animais e o homem.

Tripanossomose eqüina ou “Mal das cadeiras”

◦ Infesta uma ampla variedade de hospedeiros.

◦ Patogenicidade variável – doença aguda e fatal até crônica e assintomática.

Durina

◦ Acomete eqüinos e asininos.

◦ Transmissão venérea.

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Áreas de ocorrência de T. vivax

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Agentes etiológicos:◦ Trypanosoma vivax◦ Trypanosoma brucei◦ Trypanosoma congolensis

Febre e perda de peso;

Síndrome hemorrágica (sistemadigestório e mucosas);

Rebanho: Queda da fertilidade, aborto,crescimento retardado.

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Tripanonossomas no sangue,linfonodos, baço e líquor.

Dilatação linfóide, esplenomegalia,anemia hemolítica.

Anemia:◦ Proporcional a carga parasitária.

Degeneração celular e infiltradosinflamatórios.◦ Músculos esqueléticos, SNC e miocárdio.

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Ruminantes:◦ Anemia, linfoadenomegalia, letargia, fraqueza,

febre, perda do apetite.◦ Morte por ICC devido à anemia e miocardite.

Equinos:◦ (T. brucei): Quadros agudos ou crônicos, pode

ocorrer edema dos membros e genitais.

Suínos:◦ (T. congolense): Quadros moderados a crônicos.

Cão e Gato:◦ Susceptíveis ao T. brucei e ao T. congolense.

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Detecção microscópica dos parasitasno sangue;

Sorologia;

Detecção do DNA por PCR.

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Agente etiológico:Tripanosoma evansi

Única espécie do subgênero Trypanozoon da seçãoSalivaria que ocorre na América Latina.

Não completa o ciclo de vida na mosca tse-tsé e requeroutros insetos sugadores ou então morcegos para umatransmissão mecânica.

Infesta uma ampla variedade de hospedeiros.

Patogenicidade variável – doença aguda e fatal atécrônica e assintomática.

Introduzida nas Américas por eqüinos contaminados doscolonizadores espanhóis.

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Hospedeiros◦ Animais domésticos e silvestres.

Animais mais acometidos◦ Cavalo, camelo, cão, búfalo.

Bovinos e Suínos também são acometidos, masgeralmente desenvolvem sinais menos severos que osequinos.

Suscetibilidade intermediária – ovelha, cabra e cervo.

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Anemia hemolítica (brusca);

Febre progressiva;

Anorexia;

Caquexia;

Edema das regiões inferiores do corpo e das patas erebaixamento da região traseira do corpo;

Manifestações no SNC◦ Incoordenação motora, paralisia dos membros pélvicos.

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Acomete eqüinos e asininos;

Transmissão venérea – monta natural.

Os animais apresentam edemaabdominal ventral e genital eemagrecimento progressivo.

Ocorrência rara nas Américas.

É mais importante na Ásia e África.

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T. brucei gambiense e T. b. rhodesiense◦ Doença do sono ou Tripanossomíase Africana Humana

Doença frequentemente fatal; acomete animais e ohomem.

Ameaça ~60 milhões de pessoas em 35 países da África.

OMS – 1999 tem 45 mil casos reportados (300 a 500 milpessoas infestadas).

Duas formas:◦ aguda – mais virulento

subespécie T. b. rhodesiense (África Oriental, Moçambique)

◦ crônica – menos virulento subespécies T. b. gambiense (África Ocidental, Angola e Guiné-Bissau)

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Onde há presença de vetores existe a possibilidadede infecção.

Área endêmica Brasil: 1/4 território

◦ 8 milhões de pessoas infectadas

◦ (MG,RS,GO,SE,BA)

◦ 25 milhões de pessoas expostas ao risco deinfecção.

HI: espécies hematófagas:

◦ Triatominae (barbeiros).

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Fase aguda

◦ Geralmente assintomática ou inaparente.

◦ Infecção local.

◦ Infecção disseminada.

◦ Sinais clínicos: febre, cefaléia, mialgia, adenite, morte em 10% doscasos por meningoencefalite ou miocardite aguda.

Fase crônica

◦ Baixa parasitemia.

◦ Aumento de tamanho do coração, dilatação dos ventrículos, miosite noesôfago, côlon ou intestino delgado.

◦ Destruição dos neurônios ganglionares ocorrendo alterações notrânsito esofágico e intestinal e hipertrofia muscular levando amegaesôfago, megacôlon.

Cura espontânea é possivel em cada estágio.

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Tratamento do hospedeiroinfectado;

Controle de vetores:◦ Drogas pour on: deltametrina.◦ Armadilhas impregnadas com

inseticidas.◦ Controle biológico.

Controle no transporte de animais(regiões endêmicas).

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