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Questões de vestibulares e ENEM: Mediterrâneo Antigo História/ 2º Bimestre Professor José Knust Estudante: _________________________________________ Turma:______ 1. (Enem PPL 2012) Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Orgulho e raça de Atenas. Chico Buarque e A. Boal. “Mulheres de Atenas”. In: Meus caros amigos,1976. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em 4 dez. 2011 (fragmento) Os versos da composição remetem à condição das mulheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela época, em razão de a) sua função pedagógica, exercida junto às crianças atenienses. b) sua importância na consolidação da democracia, pelo casamento. c) seu rebaixamento de status social frente aos homens. d) seu afastamento das funções domésticas em períodos de guerra. e) sua igualdade política em relação aos homens. 2. (Uepa 2015) Leia o texto para responder à questão. Platão: A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente. Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17 Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à: a) oligarquia b) república c) democracia d) monarquia e) plutocracia 3. (Enem 2015 - adaptada) O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado). Na configuração política da democracia grega a ágora tinha por função a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade. b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados. c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade. d) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra. e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias. 4. (Enem 2014) TEXTO l Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação. TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado). TEXTO II Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo prefixados. ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985. Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV a.C.), a cidadania era definida pelo(a) a) prestígio social. b) acúmulo de riqueza. c) participação política. d) local de nascimento. e) grupo de parentesco. 5. (Enem PPL 2012) No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos, definida pelo confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora, confronto esse que concedia a essas convenções a qualidade de instituições públicas. MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de compromisso dos deputados fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.

Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

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Questões de vestibulares e ENEM: Mediterrâneo Antigo História/ 2º Bimestre – Professor José Knust

Estudante: _________________________________________ Turma:______

1. (Enem PPL 2012)

Mirem-se no exemplo

Daquelas mulheres de Atenas

Vivem pros seus maridos

Orgulho e raça de Atenas. Chico Buarque e A. Boal. “Mulheres de Atenas”.

In: Meus caros amigos,1976. Disponível em:

http://letras.terra.com.br. Acesso em 4 dez. 2011 (fragmento)

Os versos da composição remetem à condição das

mulheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela época,

em razão de

a) sua função pedagógica, exercida junto às crianças

atenienses.

b) sua importância na consolidação da democracia, pelo

casamento.

c) seu rebaixamento de status social frente aos homens.

d) seu afastamento das funções domésticas em períodos de

guerra.

e) sua igualdade política em relação aos homens.

2. (Uepa 2015)

Leia o texto para responder à questão.

Platão:

A massa popular é assimilável por natureza a um animal

escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros,

sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus

ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a tirania de um ser

incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às

pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas

contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas

contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu

caráter insuficiente. Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas.

Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17

Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade,

evidenciam uma forte crítica à:

a) oligarquia

b) república

c) democracia

d) monarquia

e) plutocracia

3. (Enem 2015 - adaptada)

O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária

preeminência da palavra sobre todos os outros

instrumentos do poder. A palavra constitui o debate

contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica.

Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo

político. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego.

Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).

Na configuração política da democracia grega a ágora

tinha por função

a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam

em prol da cidade.

b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do

Estado expostas por seus magistrados.

c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia

para deliberar sobre as questões da comunidade.

d) reunir os exercícios para decidir em assembleias

fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.

e) congregar a comunidade para eleger representantes com

direito a pronunciar-se em assembleias.

4. (Enem 2014)

TEXTO l

Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como

alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas

como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as

questões públicas por nós mesmos na crença de que não é

o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se

estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da

ação. TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso.

Brasília: UnB, 1987 (adaptado).

TEXTO II

Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada

menos que pelo direito de administrar justiça e exercer

funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas

quanto ao tempo de exercício, de tal modo que não podem

de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma

pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos

intervalos de tempo prefixados. ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.

Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no

século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV a.C.),

a cidadania era definida pelo(a)

a) prestígio social.

b) acúmulo de riqueza.

c) participação política.

d) local de nascimento.

e) grupo de parentesco.

5. (Enem PPL 2012)

No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de

uma convenção entre cidadãos, definida pelo confronto de

suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora,

confronto esse que concedia a essas convenções a

qualidade de instituições públicas. MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação

política: vínculos territoriais de compromisso dos deputados

fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.

Page 2: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

No texto, está relatado um exemplo de exercício da

cidadania associado ao seguinte modelo de prática

democrática:

a) Direta.

b) Sindical.

c) Socialista.

d) Corporativista.

e) Representativa.

6. (Enem 2009)

Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de

normas e naquela dotada de homens absolutamente justos,

os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial

ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e

incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco

devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o

lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades

morais e à prática das atividades políticas”. VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado.

São Paulo: Atual, 1994.

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite

compreender que a cidadania

a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada,

pois é condenável que os políticos de qualquer época

fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos

cidadãos tem de trabalhar.

b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos

sociais superiores, fruto de uma concepção política

profundamente hierarquizada da sociedade.

c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção

política democrática, que levava todos os habitantes da

pólis a participarem da vida cívica.

d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual

o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às

atividades vinculadas aos tribunais.

e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que

se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver

os problemas da cidade.

7. (Ufpr 2016)

Considere o excerto de poema espartano do século VII

a.C.:

[...] Pois não há homem valente no combate,

se não suportar a vista da carnificina sangrenta

e não atacar, colocando-se de perto. [...]

É um bem comum para a cidade e todo o povo,

que um homem aguarde, de pés fincados, na primeira fila,

encarniçado e todo esquecido da fuga vergonhosa,

expondo a sua vida e ânimo sofredor,

e, aproximando-se, inspire confiança

com suas palavras ao que lhe fica ao lado. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira.

In: Hélade: Antologia da Cultura Grega, Coimbra: Faculdade

de Letras da Universidade de Coimbra / Instituto de Estudos

Clássicos, 4. ed., 1982.

Com base nesse excerto, considere as afirmativas abaixo

sobre os valores ressaltados no poema e sobre

características da cidade-Estado de Esparta entre os

séculos VII e V a.C.:

1. Esparta e Atenas compartilhavam do mesmo ideal

militar expresso no poema, motivo pelo qual juntaram

esforços na Liga de Delos.

2. O poema expressa os valores esperados dos soldados

espartanos: a coragem, o espírito de combate e a

cooperação com o coletivo.

3. Para sustentar o exército, o Estado espartano formou a

Liga do Peloponeso e distribuiu as terras conquistadas

entre as cidades-Estado aliadas.

4. Esparta manteve uma elite militar, formada pela

educação rígida de suas crianças, que eram controladas

pelo Estado e separadas de suas famílias.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

8. (G1 - cps 2015)

O teatro é uma das expressões artísticas criadas na

Antiguidade, tendo desempenhado um importante papel

na sociedade da Grécia.

De fato, tanto na Tragédia como em especial na Comédia

Antiga, isto é, na comédia ateniense do século V a.C.,

observa-se a presença de intenção e reflexos políticos. O

dramaturgo equacionava nas suas peças os problemas

fundamentais da pólis, procurando oferecer possibilidades

de solução e, dessa forma, atuar pedagogicamente sobre os

cidadãos reunidos no teatro. http://tinyurl.com/pk2ryye Acesso em: 01.07.2014. Adaptado

De acordo com as informações apresentadas, é correto

concluir que o teatro grego da Antiguidade

a) legitimava o exercício do poder centralizado dos reis

absolutistas.

b) contribuía para o exercício da cidadania no regime

democrático.

c) priorizava a abordagem de temas que favoreciam a

aristocracia.

d) excluía as discussões de temas reais, enfatizando temas

mitológicos.

e) evitava se utilizar de elementos cômicos para tratar de

assuntos sérios.

9. (Ucs 2015)

Sobre a escravidão na Grécia antiga, é correto afirmar que:

I. a mão de obra escrava era a base da economia grega e o

critério adotado para determinar quem seria escravizado

era o racial. Os escravos eram provenientes da África

(negros) ou da Ásia (amarelos).

II. o uso de escravos em Atenas tinha certa importância

social, na medida em que concedia mais tempo para que

os homens livres pudessem participar das assembleias, dos

debates políticos, filosofar e produzir obras de arte.

III. os escravos, em Esparta, cidade voltada para as

guerras, eram chamados de hilotas, pertenciam ao Estado

e trabalhavam para os esparciatas – uma minoria que

Page 3: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

participava das decisões políticas e administrativas e se

dedicava única e exclusivamente à política e à guerra.

Das proposições acima,

a) apenas I está correta.

b) apenas II está correta.

c) apenas I e II estão corretas.

d) apenas II e III estão corretas.

e) I, II e III estão corretas.

10. (Uern 2015)

Observe a charge e leia o trecho.

A Ágora ou praça central era o espaço onde se reuniam os

cidadãos para discutir a vida política e decidir sobre as

ações a serem tomadas. (Vainfas, 2010.)

Ao analisarmos a charge e o texto, e tendo em vista o

contexto da Grécia Antiga e o do Brasil atual em relação à

participação política, é possível inferir que

a) em ambos os casos, apesar da ideia de democracia

preconizar a participação de todos, existiam (e existem)

limites para o exercício pleno desse direito.

b) na Grécia, cidadão era apenas aquele que participava

das gerúsias, por ser considerado “homo politicus”. No

Brasil, só se considera cidadão o indivíduo com mais de

18 anos.

c) tanto na Grécia quanto no Brasil, a democracia era (e é)

caracterizada pela participação universal, ou seja, de toda

a população votante e em dia com suas obrigações

eleitorais.

d) como no Brasil o voto atual é direto e secreto, o

processo democrático torna-se mais transparente e

incorruptível, o que não era possível na Grécia, devido ao

controle de poder dos generais.

11. (Fgv 2015)

É a partir do século VIII a.C. que começamos a entrever,

em diferentes regiões do Mediterrâneo, o progressivo

surgimento das cidades-Estados ou pólis. Elas formaram a

organização social e política dominante das comunidades

organizadas ao longo do Mediterrâneo nos séculos

seguintes. Norberto Luiz Guarinello, História Antiga, 2013, p. 77.

Adaptado

Nas pólis, é correto:

a) assinalar a crescente importância da mulher e da família

nos espaços públicos.

b) reconhecer a presença de espaços públicos, caso da

ágora.

c) destacar uma característica: a inexistência de espaços

rurais.

d) identificar a acumulação de capital pela ação do Estado.

e) apontar para a sua essência: a organização urbana

estruturada para a guerra.

12. (Fuvest 2015)

Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram

sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos

grupos no mundo mediterrânico e, mesmo quando se

instalaram e acabaram por dominá-lo, permaneceram

desunidos na sua organização política. No tempo de

Heródoto, e muito antes dele, encontravam-se colônias

gregas não somente em toda a extensão da Grécia atual,

como também no litoral do Mar Negro, nas costas da atual

Turquia, na Itália do sul e na Sicília oriental, na costa

setentrional da África e no litoral mediterrânico da França.

No interior desta elipse de uns 2500km de comprimento,

encontravam-se centenas e centenas de comunidades que

amiúde diferiam na sua estrutura política e que afirmaram

sempre a sua soberania. Nem então nem em nenhuma

outra altura, no mundo antigo, houve uma nação, um

território nacional único regido por uma lei soberana, que

se tenha chamado Grécia (ou um sinônimo de Grécia). FINLEY M. I. O mundo de Ulisses.

Lisboa: Editorial Presença, 1972. Adaptado.

Com base no texto, pode-se apontar corretamente

a) a desorganização política da Grécia antiga, que

sucumbiu rapidamente ante as investidas militares de

povos mais unidos e mais bem preparados para a guerra,

como os egípcios e macedônios.

b) a necessidade de profunda centralização política, como

a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que um

povo pudesse expandir seu território e difundir sua

produção cultural.

c) a carência, entre quase todos os povos da Antiguidade,

de pensadores políticos, capazes de formular estratégias

adequadas de estruturação e unificação do poder político.

d) a inadequação do uso de conceitos modernos, como

nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia antiga,

que vivia sob outras formas de organização social e

política.

e) a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do

patriotismo e do nacionalismo, como forma de consolidar

política e economicamente o Estado nacional.

13. (Ufpr 2015)

Considere o texto abaixo:

“O surgimento das moedas liga-se (...) a três

transformações culturais notáveis da Grécia nos idos do

século VII a.C. (...): o desenvolvimento da pólis (...) e da

vida política (...), a complexificação crescente das trocas

comerciais (...) [e] a alfabetização.” FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica:

a História e a cultura a partir dos documentos.

Campinas: Editora da Unicamp, 1995, p. 50.

Page 4: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

A partir do excerto acima e dos conhecimentos sobre a

Grécia antiga, assinale a alternativa que relaciona

corretamente a pólis, a expansão grega e o

desenvolvimento das moedas.

a) A pólis desenvolveu-se como uma cidade fortificada,

caracterizando a ocupação da Magna Grécia por Esparta.

A expansão grega ocorre devido à insuficiência de

escravos nas cidades-Estado. Nas guerras realizadas no

Mediterrâneo, milhares de prisioneiros foram feitos

escravos e vendidos nas colônias gregas, o que

intensificou a circulação de moedas.

b) A pólis era um tipo específico de organização social

encontrada em Atenas e Esparta. No período em questão,

essas duas cidades-Estado rivalizaram-se na expansão

territorial, gerando a Guerra do Peloponeso. Ao final deste

conflito, os atenienses derrotados fundaram colônias em

regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, aumentando a

circulação de moedas.

c) A pólis foi a principal forma de organização social na

Grécia, constituindo-se em cidades autônomas com

governos e leis próprias. No século VII a.C., com o

aumento demográfico e a concentração latifundiária,

houve a expansão grega para regiões do Mediterrâneo e do

mar Negro, causando intensa circulação de moedas para o

comércio marítimo e terrestre.

d) A pólis surgiu como solução para os conflitos entre

Esparta e Atenas pelo domínio do restante da Grécia,

constituindo-se como cidade autônoma fortificada, cujo

isolamento a protegia de agressões. Isso permitiu a

expansão comercial marítima de Atenas pelo

Mediterrâneo, levando à formação de colônias e ao

aumento da circulação de moedas nas trocas comerciais.

e) A pólis era um tipo de cidade-Estado que se

desenvolveu em decorrência da expansão comercial grega,

ocasionando a fundação de colônias na Magna Grécia. Por

conta de seu caráter autônomo, algumas cidades-Estado

uniram-se na Liga de Delos para conquistar territórios no

Mediterrâneo, gerando aumento na atividade comercial

grega e o uso de moedas.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

A partir do século VII a.C., muitas comunidades nas ilhas,

na Grécia continental, nas costas da Turquia e na Itália

construíram grandes templos destinados a deuses

específicos: os deuses de cada cidade.

As construções de templos foram verdadeiramente

monumentais. [...] Tornaram-se as novas moradias dos

deuses. Não eram mais deuses de uma família aristocrática

ou de uma etnia, mas de uma pólis. Eram os deuses da

comunidade como um todo. A religião surgiu, assim,

como um fator aglutinador das forças cooperativas da

pólis. [...]

A construção monumental foi influenciada por modelos

egípcios e orientais. Sem as proezas de cálculo

matemático, desenvolvidas na Mesopotâmia e no Egito, os

grandes monumentos gregos teriam sido impossíveis. GUARINELLO, Norberto Luiz. História antiga, 2013.

14. (Unesp 2015)

A relação estabelecida no texto entre a arquitetura grega e

a arquitetura egípcia e oriental pode ser justificada pela

a) circulação e comunicação entre povos da região

mediterrânica e do Oriente Próximo, que facilitaram a

expansão das construções em pedra.

b) dominação política e militar que as cidades-estados

gregas, lideradas por Esparta, impuseram ao Oriente

Próximo.

c) presença hegemônica de povos de origem árabe na

região mediterrânica, que contribuiu para a expansão do

Islamismo.

d) difusão do helenismo na região mediterrânica, que

assegurou a incorporação de elementos culturais dos

povos dominados.

e) força unificadora do cristianismo, que assegurou a

integração e as recíprocas influências culturais entre a

Europa e o norte da África.

15. (Unesp 2015)

Segundo o texto, um papel fundamental da religião, na

Grécia antiga, foi o de

a) eliminar as diferenças étnicas e sociais e permitir a

igualdade social.

b) estabelecer identidade e vínculos comunitários e

unificar as crenças.

c) impedir a persistência do paganismo e afirmar os

valores cristãos.

d) eliminar a integração política, militar e cultural entre as

cidades-estados.

e) valorizar as crenças aristocráticas e eliminar as formas

de culto populares.

16. (Uepa 2014)

“No tempo de Péricles (461-429 a.C), o comparecimento

à assembleia soberana era aberto a todo o cidadão. A

assembleia era um comício ao ar livre que reunia centenas

de atenienses do sexo masculino, com idade superior a 18

anos. Todos os que compareciam tinham direito de fazer

uso da palavra. As decisões da assembleia representavam

a palavra final na guerra e na paz, nos tratados, nas

finanças, nas legislações, nas obras públicas, no

julgamento dos casos mais importantes, na eleição de

administradores, enfim na totalidade das atividades

governamentais”. BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho.

História: Das cavernas ao terceiro milênio, 2ª Edição.

São Paulo: Editora Moderna, 2010. p. 102.

Com base nesta informação, conclui-se que, em Atenas,

no período de Péricles:

a) a democracia se consolidou e atingiu sua plenitude por

meio de princípios como o da isonomia, isocracia e

isegoria, que se definiu como a igualdade de direito ao

acesso à palavra na assembleia soberana.

b) a cidadania ateniense fundamentava-se na igualdade de

gênero, garantindo aos cidadãos o pleno direito à palavra

independente de sexo, impondo como limite a idade de

dezoito anos.

c) a relação de poder entre funcionários do Estado e a elite

política ateniense assegurava a manutenção de um regime

Page 5: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

de governo aristocrático no qual somente os homens

exerciam o direito de cidadania.

d) os cidadãos atenienses eram guiados por uma

burocracia estatal que impediu o rodízio dos cargos

administrativos, de modo que a liderança direta e pessoal

era exercida por uma minoria de homens jovens.

e) a concentração da autoridade na assembleia possibilitou

a criação de um regime de governo baseado no poder

pessoal, institucionalizando a oratória como competência

mais importante para o exercício da política nos tempos de

Péricles.

17. (Fgv 2007)

"Para ganhar o favor popular, o candidato deve conhecer

os eleitores por seu nome, elogiá-los e bajulá-los, ser

generoso, fazer propaganda e levantar-lhes a esperança de

um emprego no governo. (...) Talvez sua renda privada não

possa atingir todo o eleitorado, mas seus amigos podem

ajudá-lo a agradar a plebe. (...) Faça com que os eleitores

falem e pensem que você os conhece bem, que se dirige a

eles pelo seu nome, que sem parar e conscienciosamente

procura seu voto, que você é generoso e aberto, que,

mesmo antes do amanhecer, sua casa está cheia de amigos,

que todas as classes são suas aliadas, que você fez

promessas para todo mundo e que as cumpriu, realmente,

para a maior parte das pessoas." Marco Túlio Cícero, "Notas sobre as eleições"

As práticas políticas na antiga Roma nos fazem refletir

sobre as atuais. Essas palavras de Cícero (106-43 a.C.)

revelam

a) a concessão de favores, por parte dos eleitores, para

cativar os candidatos.

b) a necessidade de coagir o eleitorado para conseguir seu

apoio.

c) o desinteresse da população diante do poder econômico

dos candidatos.

d) a existência de relações clientelistas entre eleitores e

candidatos.

e) a pequena importância das relações pessoais para o

sucesso nas eleições.

18. (Unesp 2013)

Leia.

Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele

poderia esperar a constante aprovação de suas políticas,

expressa no voto popular na Assembleia, mas suas

propostas eram submetidas à Assembleia semanalmente,

visões alternativas eram apresentadas às dele, e a

Assembleia sempre podia abandoná-lo, bem como suas

políticas, e ocasionalmente assim procedeu. A decisão era

dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer

outro líder; o reconhecimento da necessidade de liderança

não era acompanhado por uma renúncia ao poder

decisório. E ele sabia disso. Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988.

Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense,

no século V a.C., o texto afirma que

a) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora

ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia.

b) a eleição de líderes e representantes políticos dos

cidadãos na Assembleia demonstrava o caráter indireto da

democracia.

c) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o

que revelava a participação direta dos cidadãos na

condução política da cidade.

d) os membros da Assembleia escolhiam os líderes

políticos, submetendo-se a partir de então ao seu poder e

às suas decisões.

e) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na

Assembleia, pois poderiam assim provocar impasses

políticos.

19. (Uftm 2012)

Leia os excertos da obra 100 textos de História Antiga,

organizada por Jaime Pinsky, de 1980.

Eu sou o rei que transcende entre os reis,

Minhas palavras são escolhidas,

Minha inteligência não tem rival.

Hamurábi, 1792-1750 a.C. Autopanegírico.

O fundamento do regime democrático é a liberdade [...].

Uma característica da liberdade é ser governado e

governar por turno [...]. Outra é viver como se quer; pois

dizem que isto é resultado da liberdade, já que o próprio

do escravo é viver como não quer. Aristóteles, 384-322 a.C. Política.

A partir dos textos, pode-se afirmar que

a) os fundamentos do poder político eram os mesmos para

Hamurábi e Aristóteles.

b) a democracia, segundo Aristóteles, impôs o abandono

do regime escravista.

c) Hamurábi considerava que o governante deveria ser

escolhido entre os mais sábios.

d) expressam diferentes concepções sobre as relações

entre governantes e governados.

e) a dinastia esclarecida, com doses de despotismo e

liberdade, era defendida por ambos.

20. (Fuvest 2011)

As cidades [do Mediterrâneo antigo] se formaram,

opondo-se ao internacionalismo praticado pelas antigas

aristocracias. Elas se fecharam e criaram uma identidade

própria, que lhes dava força e significado. Norberto Luiz Guarinello, A cidade na Antiguidade Clássica.

São Paulo: Atual, p.20, 2006. Adaptado.

As cidades-estados gregas da Antiguidade Clássica podem

ser caracterizadas pela

a) autossuficiência econômica e igualdade de direitos

políticos entre seus habitantes.

b) disciplina militar imposta a todas as crianças durante

sua formação escolar.

c) ocupação de territórios herdados de ancestrais e

definição de leis e moeda próprias.

d) concentração populacional em núcleos urbanos e

isolamento em relação aos grupos que habitavam o meio

rural.

e) submissão da sociedade às decisões dos governantes e

adoção de modelos democráticos de organização política.

Page 6: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

21. (Upf 2014)

Chico Buarque cantou em “Mulheres de Atenas”:

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas

Vivem pros seus maridos, orgulho e raça da Atenas

Quando amadas, se perfumam

Se banham com leite, se arrumam

Suas melenas

Quando fustigadas não choram

Se ajoelham, pedem, imploram

Mais duras penas

Cadenas.

Tomando como ponto de partida a letra da música,

podemos assinalar, sobre o papel desempenhado pela

mulher na antiguidade, que:

a) A mulher no Egito Antigo teve apenas um papel

reprodutivo, pois não possuía direitos sociais e jurídicos

que lhe garantissem qualquer forma de liberdade.

b) As mulheres hebraicas possuíam direitos políticos e

sociais equivalentes aos dos homens, derivados dos

preceitos religiosos do Pentateuco, os quais defendiam que

os homens e as mulheres são iguais, pois ambos são filhos

de Deus.

c) A mulher ateniense casada vivia grande parte do seu

tempo confinada no lar, estando submissa a um regime de

quase reclusão, privada de uma participação efetiva nas

decisões políticas.

d) A sociedade guerreira espartana privava as mulheres de

qualquer forma de liberdade, restringindo as funções

destas à educação de seus filhos e filhas.

e) Nas várias sociedades mesopotâmicas, a mulher

desempenhava um papel preponderante, pois, como era a

responsável pela procriação, cabia a ela o exercício de

mando.

22. (Uern 2013)

Apesar da cadência do samba, da presença da cultura

africana e da sensualidade dos homens e mulheres, o

carnaval não é originário no Brasil e nem do nosso

tempo... Antes de “esquentar nossos pandeiros” muitas

festas deixavam “corpos em brasa” na Antiguidade e na

Idade Média. Campos, Flávio de. A escrita da história. Volume único.

Ensino médio. Flávio Campos, Regina Claro. 2ª Ed. São Paulo:

Escala Educacional, 2009. p. 135.

Nem mesmo o processo de cristianização aboliu estas

celebrações, que estavam ligadas, basicamente,

a) às expressões culturais originárias da fusão da cultura

romana com a cultura macedônica, após as invasões

bárbaras.

b) aos rituais tribais e religiosos, transmitidos pelas leis

consuetudinárias, dos ancestrais latinos para os

representantes pagãos banidos dos feudos.

c) aos dogmas da fé católica ortodoxa, que exigiam de seus

seguidores o carnaval como um rito complementar à

sacralização do período de Natal.

d) às atividades ligadas à agricultura, já que antes de

suportar os trabalhos agrícolas e depois das colheitas, os

homens e as mulheres participavam de folias.

23. (Uern 2013)

O voto feminino na democracia contemporânea.

Em 1848, a Convenção dos Direitos Femininos, realizada

em Nova York, publicou a “declaração dos sentimentos”,

na qual defendia o direito de voto feminino. Nas ruas, as

mulheres gritavam “homens, seus direitos e nada mais,

mulheres, seus direitos e nada a menos!”, enquanto eram

agredidas com frutas estragadas. A imprensa, ou as

insultou, ou as ignorou. Como frequentemente ocorre, a

mudança de mentalidade é lenta e apenas em 1920 as

mulheres norte-americanas conquistaram o direito de voto.

(...) no Brasil, a luta pelo voto feminino também foi

árdua... Campos, Flávio de. A escrita da história. Volume único.

Ensino médio. Flávio Campos, Regina Claro. 2ª Ed. São Paulo:

Escala Educacional, 2009. p. 38-39.

As mulheres atenienses não podiam votar, participar de

assembleias, exercer cargos administrativos, comparecer

aos tribunais sem um representante masculino, nem

possuir ou herdar bens. Já em Roma,

a) a mulher tinha um papel prioritário, tanto na vida

doméstica, quanto na política, pois o sistema

organizacional vigente era o matriarcado.

b) as mulheres acompanhavam os maridos em suas

funções democráticas, sendo que seu voto tinha peso de

decisão, a partir elaboração das “Leis Licínias”.

c) a partir da sua expansão, houve uma mudança étnica e

cultural, causando um retrocesso na participação política

da mulher, que na República era considerada cidadã.

d) às mulheres romanas era privado o direito de participar

politicamente, mesmo que fossem de famílias ricas e

poderosas. Assim também acontecia com as mulheres

gregas.

24. (Mackenzie 2013)

“(...) Consta que a concubina de Péricles, Aspásia, ajudou-

o a escrever seus discursos. E a todos surpreendia ver o

grande estadista a cada manhã, ao sair de casa, despedir-

se de Aspásia com beijos.”

A elevação do espírito: 600 a.C.- 400 a.C. Rio de Janeiro,

1998.

O texto acima, referindo-se ao grande líder da cidade-

estado de Atenas, Péricles, retrata as contradições sociais

existentes, não apenas em Atenas, mas em toda a Grécia.

Sobre a sociedade grega da época, podemos afirmar que

a) As condições sociais eram idênticas tanto nas cidades-

estados que evoluíram para regimes democráticos, como

Atenas, por exemplo, quanto nas pólis oligárquicas, como

Esparta.

b) Em toda a Grécia, a sociedade era predominantemente

masculina, mas em disputas sucessórias familiares, em

alguns casos, o poder era exercido pelas mulheres.

c) A democracia, instituída pelas reformas de Clístenes,

era um sistema político que atendia aos interesses de

apenas uma minoria da população, estando excluídos os

estrangeiros, os escravos e as mulheres.

d) Em Atenas, as mulheres provenientes de ricas famílias

possuíam maior autonomia, pois eram consultadas e

Page 7: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

participavam efetivamente das decisões políticas e

assuntos relacionados ao destino da pólis.

e) A estabilidade social, advinda das reformas

introduzidas por Clístenes, não foi acompanhada por

estabilidade econômica, já que foi a partir da conquista da

democracia que os gregos iniciaram seus conflitos com os

persas.

25. (Fgv 2013)

Na Assembleia, (...) que se reunia mais ou menos 40 vezes

por ano, os atenienses discutiam e votavam os principais

problemas do Estado – declaravam guerra, firmavam

tratados e decidiam onde aplicar os recursos públicos. Do

mais pobre sapateiro ao mais rico comerciante, todos

tinham oportunidade de expressar a sua opinião, votar e

exercer um cargo no governo.

Flavio de Campos e Renan Garcia Miranda,

A escrita da história

As mulheres atenienses

a) tomavam parte dessa instância política, mas suas ações

se limitavam aos temas relacionados com a família e a

formação moral e militar dos filhos.

b) não detinham prerrogativas nas atividades públicas,

mas possuíam direito de voto nessa Assembleia quando a

decisão envolvia guerras externas.

c) participavam de todas as atividades públicas de Atenas,

mas só tinham voz nessa Assembleia se estivessem

acompanhadas pelo marido ou filho.

d) não podiam participar dessa Assembleia, da mesma

forma como não tinham direito de exercer cargos

administrativos, além da restrição a herança e posse de

bens.

e) ganharam o direito de voz e voto nessa Assembleia a

partir das reformas de Sólon, e com Clístenes seus direitos

foram ampliados.

26. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)

Leia os textos a seguir:

“Um dos princípios centrais da democracia (...) era a

capacidade e o direito do povo comum de fazer

julgamentos políticos e discursar acerca deles nas

assembleias públicas. Os atenienses tinham inclusive um

termo próprio para definir isso, isegoria, que significa não

apenas liberdade de expressão no sentido em que

entendemos isso nas democracias modernas, mas

igualdade de discursar publicamente. Esta talvez seja, na

verdade, a ideia mais característica a ter sido produzida

pela democracia, e não tem paralelo no nosso vocabulário

político.” WOOD, Ellen. Citizens to lords. A social history of western

political though from Antiquity to the Late Middle Ages.

Londres: Verso, 2008, p.39

“Aqueles que podiam votar na Atenas do século V tinham

de estar fisicamente presentes à assembleia quando esta se

reunia para expressar seu julgamento (...) Até a Guerra do

Peloponeso, como nos informa Tucídides, a maioria dos

cidadãos vivia nas áreas rurais e diversos fatores reduziam

a probabilidade de sua participação no governo ateniense.

Geograficamente, a distância até as mais longínquas

fronteiras da Ática era de cerca de 45 quilômetros; ‘a

viagem a pé ou de burro devia durar um dia inteiro’. Outra

dificuldade para os lavradores atenienses residia nas

exigências do ano agrícola, sobretudo nas épocas de lavra

e de colheita. Aqueles que faziam trabalho braçal na terra

certamente não podiam comparecer às 40 sessões anuais

da assembleia.” STARR, Chester. O nascimento da democracia ateniense.

São Paulo: Odisseus, 2005, p.57-58.

Confrontando as considerações dos dois textos sobre a

realidade política ateniense em seu período clássico

(séculos V e IV a.C.), é possível identificar:

a) uma maior liberdade de expressão na democracia

ateniense quando comparada com as democracias

modernas.

b) a impossibilidade de participação política em

democracias diretas daqueles que moram distantes do

centro político.

c) a inferioridade das instituições das democracias diretas

em relação as das democracias modernas, que impede a

plena cidadania ativa.

d) a superioridade do modelo antigo de democracia

quando comparados seus instrumentos para efetivação da

cidadania com os das democracias modernas.

e) os limites pragmáticos para a plena efetivação de um

dos princípios mais importantes para a plenitude da

cidadania em um contexto de democracia direta.

27. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)

“Não se deve ainda permitir que os chefes exerçam sua

autoridade de modo a controlá-los mais com pancadas do

que com palavras se desse modo for possível obter o

mesmo resultado. Também não se deve ter muitos

escravos da mesma nação, pois isso é o principal motivo

para que haja desavenças frequentes na sede.”

Varrão, Sobre as coisas do campo, Livro I, capítulo XVII

Retirado de: TREVIZAM, Matheus. “Tradução do De Re

Rustica I de Varrão” in: Linguagem e Interpretação na

Literatura Agrária Latina. Campinas: IEL-UNICAMP (Tese

de Doutorado), 2006. p.401-450.

Os dois conselhos do escritor romano Varrão listados

acima identificam: a) regras morais de tratamento dos escravos difundidas

entre os proprietários de escravos romanos.

b) formas costumeiras de relações entre escravos e

senhores baseadas no humanismo latino.

c) ordens que pretendiam proteger os escravos de maus

tratos de seus chefes diretos.

d) táticas que pretendiam impedir a fuga de escravos das

propriedades rurais.

e) estratégias que visavam evitar resistências e revoltas

dos escravos.

Page 8: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

28. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)

Observe às mensagens presentes nas imagens e suas

respectivas traduções para o português:

Tradução do latim: Todos os vendedores de frutas, junto

com Hélvio Vestalis, pedem o seu voto para administrador

da justiça para Marco Holconio Prisco.

Imagem 1: Pintura em uma parede na cidade romana de

Pompéia (datada como sendo do período entre 62 e 79

d.C., pouco antes do soterramento da cidade pela erupção

do Vesúvio) WALLACE, Rex E. An introduction to wall inscriptions from

Pompeii and Herculaneum. Wauconda, Ill.: Bolchazy-Carducci

Publishers, 2005, p.105, Facsimile #3. (136 pp.)

Tradução do inglês: Estudantes por Barack Obama (.com)

Imagem 2: Estudantes da George Mason University, na

Virgínia, Estados Unidos, demonstram seu apoio ao então

pré-candidato à presidência Barack Obama (2007). http://www.biography.com/people/barack-obama-

12782369/photos (foto 12) (Acessado em 24/01/2012)

As mensagens presentes nas duas imagens acima foram

produzidas em contextos históricos completamente

distintos: uma eleição local em uma cidade do Império

Romano no século I e uma eleição para presidente dos

Estados Unidos no século XXI. Não obstante, ambas as

mensagens exemplificam:

a) a relevância do apoio de grupos sociais

economicamente relevantes dentro da sociedade a

candidatos à cargos públicos em contextos de democracias

fragilizadas por realidades plutocráticas.

b) a importância da demonstração pública de apoio de

setores da sociedade para o fortalecimento da imagem dos

candidatos a cargos públicos em contextos eleitorais.

c) a necessidade de homens públicos veicularem seus

nomes entre os cidadãos para conseguirem apoio às suas

propostas de políticas públicas em contextos de

democracia direta.

d) a relevância da publicidade do nome dos candidatos a

cargos públicos para convencer grupos específicos de

eleitores em contextos de democracia representativa.

e) a importância do apoio de categorias profissionais

específicas aos candidatos a cargos públicos em contextos

oligárquicos.

29. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)

Leia o texto a seguir:

“A ideia da existência de uma História Antiga foi

desenvolvida por pensadores do Renascimento.

Pressupunha, ao mesmo tempo, uma ruptura e uma

recuperação, religiosa e cultural, entre dois mundos. Uma

ruptura que dava certo sentido à História, como a

recuperação de algo perdido, como a restauração de um

laço que tinha sido rompido durante a assim chamada

História do Meio, a História Medieval. Deste modo,

associava seu mundo contemporâneo, a Europa dos

séculos XV-XVI, com um certo passado. Para eles, era a

História antiga de seu mundo. Mas é ainda a História

antiga de nosso mundo? Muitos manuais contemporâneos

e currículos escolares e universitários ainda denominam de

História do Mundo Antigo. Mas é evidente que não se trata

de História antiga do mundo.” GUARINELLO, Norberto.

“Uma morfologia da História: As formas da História Antiga”.

Politeia: História e Sociedade. Vol.3, n.1., 2003, p.51.

Discutindo a ideia de uma “História Antiga”, o texto

aponta para:

a) a inadequação das divisões cronológicas tradicionais da

versão eurocêntrica da História para a História Mundial

em geral.

b) a associação indevida criada pelos Renascentistas entre

a Europa dos séculos XV-XVI e o passado greco-romano.

c) o equívoco renascentista em definir uma História

Antiga em contraponto a uma História Medieval.

d) a importância da presença da “História do Mundo

Antigo” nos manuais e currículos escolares.

e) a necessidade de transformar a “História do Mundo

Antigo” na “História antiga do mundo”.

30. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)

Compare as ideias dos dois textos a seguir:

“A sociedade que se formou da reunião de várias aldeias

constitui a Cidade, que tem a faculdade de se basear em si

mesma, sendo organizada não apenas para conservar a

existência, mas também para buscar o bem-estar. Esta

sociedade, portanto, também está nos desígnios da

natureza, como todas as outras que são seus elementos.

(...) É, portanto, evidente que toda Cidade está na natureza

e que o homem é naturalmente feito para a sociedade

política. (...) o homem é um animal cívico, mas social do

que as abelhas e os outros animais que vivem juntos. (...)

nenhum pode bastar-se a si mesmo. Aquele que não

precisa dos outros homens, ou não pode resolver-se a ficar

Page 9: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

com eles, ou é um deus, ou um bruto. Assim a inclinação

natural leva os homens a este gênero de sociedade.” Aristóteles. A Política. Livro I, Capítulo 1.

São Paulo: Martins Fontes, 2006, p.4-5

“(...) só existe uma sociedade política onde cada um dos

membros renunciou ao seu poder natural e o depositou nas

mãos da comunidade em todos os casos que os excluem de

apelar por proteção à lei por ela estabelecida; e assim,

excluído todo julgamento particular de cada membro

particular, a comunidade se torna um árbitro; (...) Aqueles

que estão reunidos de modo a formar um único corpo, com

um sistema jurídico e judiciário com autoridade para

decidir controvérsias entre eles e punir os ofensores, estão

em sociedade civil uns com os outros; mas aqueles que não

têm em comum nenhum direito de recurso, ou seja, sobre

a terra, estão ainda no estado de natureza, onde cada um

serve a si mesmo de juiz e de executor, o que é, como

mostrei antes, o perfeito estado de natureza. “ John Locke, Segundo tratado sobre o governo civil.

Cap.VII, seção 87. Petrópolis: Vozes, 1994.

Os trechos acima demonstram duas diferentes formas de

entender a formação da comunidade política humana,

elaboradas pelo grego Aristóteles, no século IV a.C., e

pelo inglês Locke, no século XVIII d.C.. Pode-se

considerar que as diferentes abordagens estão relacionadas

aos diferentes contextos históricos em que viveram estes

pensadores, respectivamente:

a) uma oligarquia antiga, fundamentada na ideia de que

apenas os bons devem tomar parte do governo, e uma

monarquia absolutista, baseada na ideia de renúncia do

poder natural por parte dos cidadãos.

b) uma cidade-estado antiga, fundamentada na ideia de

comunidade natural de cidadãos, e uma monarquia

parlamentar, baseada na ideia de relação contratual entre

governantes e governados.

c) uma democracia antiga, fundamentada na ideia de

representatividade, e uma democracia moderna,

fundamentada na ideia da divisão entre os poderes.

d) um império antigo, fundamentado na ideia de convívio

entre povos de diversas origens, e uma república moderna,

baseada na ideia de soberania popular.

e) uma república antiga, fundamentada na participação

popular, e um estado totalitário moderno, baseado no

controle do estado sobre a sociedade civil.

31. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)

Leia abaixo um texto que trata sobre a construção de

residências na época do Império Romano:

“(...) magníficos vestíbulos e aposentos e átrios* não são

necessários para pessoas de fortuna comum, pois visitam,

mas não são visitados. Aqueles que dependem do produto

agrícola devem ter estábulos e lojas na frente e, dentro do

edifício principal, armazéns, celeiros e apotecas**,

destinados todos, antes ao produto agrícola que à elegância

do decoro. Também as casas de banqueiros e

publicanos*** deveriam ser mais espaçosas e vistosas,

protegidas contra ladrões. Advogados e retóricos deveriam

morar com elegância e ter espaço para suas audiências.

Para aqueles que ocupam cargos e magistraturas, cujo

dever consiste em servir ao Estado, devem ser feitos

vestíbulos reais, átrios* e peristilos**** amplíssimos, com

jardins e corredores amplos e devidamente decorados com

grandeza. Além disso, haverá bibliotecas, basílicas não

muito diferentes das públicas em sua magnificência, já

que, em tais ambientes, frequentemente são tomadas

decisões públicas e julgamentos e arbítrios privados.” Vitrúvio, Sobre a Arquitetura. Capítulo 6, seção 5.

Retirado de: FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica.

A história a partir dos documentos.

2ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2003, p.115.

Glossário:

* Átrios: pátio central

** Apotecas: lugar para despensa

*** Publicanos: aqueles que ganhavam contratos

públicos, em especial de cobrança de impostos.

**** Peristilos: corredor de colunas, normalmente

coberto, que circunda um espaço normalmente descoberto

dentro da residência.

Nas considerações de Vitrúvio sobre a construção e

organização de uma residência é possível perceber:

a) a irrelevância dos fatores econômicos e sociais na

construção e organização das casas de pessoas de fortuna

comum, posto que nestes espaços não se realizam

atividades sociais relevantes.

b) a existência de um modelo arquitetônico romano

clássico, baseado nos peristilos e átrios, que se impõe

sobre a organização espacial doméstica a despeito das

hierarquias sociais.

c) a inexistência de separação entre espaços públicos e

privados nas residências daqueles que desempenham

cargos públicos no mundo romano antigo.

d) a importância de espaços privados controlados por

aqueles que desempenham cargos públicos para o

funcionamento cotidiano do Estado Romano.

e) a necessidade social de volumosos gastos para

demonstração do status social, independentemente da

classe social.

31. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)

Relacione as informações presentes nos textos a seguir:

“Todos os campos são cultivados por escravos, homens

livres ou ambos: por homens livres, quando eles mesmos

cultivam (como a maioria dos pobres com seus filhos) ou

são assalariados, sendo contratados entre os livres para

cuidar dos trabalhos maiores, a exemplo da vindima e da

colheita do feno.” Varrão, Sobre as coisas do campo. 1.17.2

“Seja bom para teus vizinhos; não permitas que os de casa

lhes façam mal. Se a vizinhança conviver contigo de bom

grado, venderás o que te pertence com maior facilidade,

darás de empreitada com maior facilidade e contratarás

trabalhadores com maior facilidade; se construíres,

contribuirão com trabalho, animais de carga e material

Page 10: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

para a construção; se algo acontecer (oxalá nada aconteça),

irão proteger-te de boa vontade.” Catão, Sobre a agricultura. 4.1.

Retirados de: TREVIZAM, Matheus.

Linguagem e Interpretação na Literatura Agrária Latina.

Campinas: IEL-UNICAMP (Tese de Doutorado), 2006,

p.401-450 e p.341-399, respectivamente.

A partir dos textos acima, é possível identificar:

a) a incapacidade das propriedades escravistas em

produzir determinados produtos que exigiam grande

quantidade de força de trabalho, como a colheita do feno.

b) a necessidade da maioria dos pobres de se tornarem

assalariados por não possuírem terras para cultivarem por

si próprios com suas famílias.

c) a servidão a que eram submetidos os camponeses que

viviam próximos a propriedades escravistas romanas.

d) a importância do trabalho sazonal do campesinato

vizinho nas propriedades escravistas romanas.

e) a independência do campesinato romano em relação às

propriedades escravistas da elite.

32. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)

Leia os textos a seguir:

Solicitar o escravo com palavras, corrompê-lo com

esperanças e promessas, trazê-lo para casa e armá-lo

contra o seu senhor não é fazer guerra a um só parente,

mas a todas as famílias. Porque esta corrupção do escravo

se não só não for castigada, mas antes aprovada por tão

grande autoridade, nenhuma parede, nenhum direito,

nenhuma lei nos guardará a vida, pois tanto o que temos

em casa, e é nosso, se puder livremente escapar e pelejar

contra nós, se trocará o domínio em escravidão, e a

escravidão em domínio. Cícero, Discurso pelo Rei Dejótaro, 11. (século I a.C.)

Em: Orações. Tradução de Antônio Joaquim. Clássicos

Jackson. vol. 2. Rio de Janeiro: W.M. Jackson, 1970, p.53

Pouco depois o prefeito da cidade, Pedânio Segundo, foi

morto por um escravo (...). Como, porém, segundo o

antigo costume, toda a família servil residente sob o

mesmo teto tivesse de ser levada ao suplício, a plebe se

amotinou, comiserada de tantos inocentes; e no próprio

Senado muitos reprovavam essa excessiva severidade (...).

C. Cássio, ao opinar, dissertou no teor seguinte: “(...) Se

decretardes a impunidade, quem se julgará defendido por

sua própria dignidade quando esta não valeu ao prefeito de

Roma? (...) Hoje que temos em nossas famílias servis

pessoas de nações diversas, de vários ritos, de religiões

diferentes ou nenhuma, só o medo pode ser coerção para

esse entulho.” Tácito, Anais, 14.42-44 (século I d.C.)

Retirado de: ARAÚJO, Sônia Regina Rebel de; CARDOSO,

Ciro Flamarion. “A sociedade romana no Alto Império.” In:

SILVA, Gilvan Ventura da; MENDES, Norma. Repensando o

Império Romano: perspectiva socioeconômica, política e

cultural. Rio de Janeiro: Mauad, 2006, p.95 e JOLY, Fábio.

“Liberdade e Escravidão na Roma Antiga”. In: FUNARI, Pedro

Paulo; SILVA, Glaydson José da; MARTINS, Ailton Luis

(org.). História antiga: contribuições brasileiras. São Paulo:

Annablume, 2008, p.139-140.

Tanto o discurso de Cícero quanto o apresentado por

Tácito ressaltam a necessidade de:

a) conservação e respeito às propriedades alheias, mesmo

quando se tratam de pessoas escravizadas.

b) diferenciação entre os escravos recém chegados e

aqueles que já estavam há gerações nas famílias.

c) unidade e severidade da classe escravocrata romana no

tratamento dos escravos.

d) perseguição e punição a todos os possíveis culpados em

casos de homicídio.

e) repressão e perseguição às religiões e ritos dos escravos

estrangeiros.

33. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)

Compare os dois textos a seguir:

Tornam-se [os escravos] mais dedicados ao serviço,

quando tratados com maior liberalidade, ou com mais

alimentos e vestimentas, ou com dispensa de tarefas, ou

ainda permitindo que apascentem na propriedade algo de

seu próprio pecúlio, e outras coisas do gênero, para que

aqueles que receberem uma ordem ou advertência mais

dura consolem-se e restitua-se sua boa vontade e

disposição para com o senhor. Varrão, Sobre as coisas do campo, cap. XVII (século I a.C.)

Retirado de: TREVIZAM, Matheus. Linguagem e

Interpretação na Literatura Agrária Latina. Campinas: IEL-

UNICAMP (Tese de Doutorado), 2006, p.401-450.

Negar-lhes totalmente os seus folguedos, que são o único

alívio do seu cativeiro, é querê-los desconsolados e

melancólicos, de pouca vida e saúde. Portanto, não lhes

estranhem os senhores o criarem seus reis, cantar e bailar

por algumas horas honestamente em alguns dias do ano, e

o alegrarem-se inocentemente à tarde depois de terem feito

pela manhã suas festas de Nossa Senhora do Rosário, de

São Benedito e do orago da capela do engenho, sem gasto

dos escravos, acudindo o senhor com sua liberalidade aos

juízes e dando-lhes algum prêmio do seu continuado

trabalho. Antonil, Cultura e opulência do Brasil

por suas drogas e minas, cap. IX (século XVII d.C.) 3.ed.

Belo Horizonte e São Paulo: Itatiaia/ Edusp, 1982

(disponível no www.dominiopublico.gov.br)

Apesar de separadas por mais de um milênio e meio, os textos

de Varrão e de Antonil, ao aconselharem donos de escravos

sobre o tratamento a ser dado a estes, demonstram a mesma

preocupação em relação:

a) ao rígido controle das atividades econômicas e

religiosas dos escravos, visando reprimir qualquer espaço

de autonomia dos escravos.

b) ao estímulo dos escravos a cultivarem o sentimento de

liberdade através de produções próprias ou de suas

práticas religiosas específicas.

c) à ilegitimidade da escravidão, exceto nas situações nas

quais os senhores tratassem seus escravos com

liberalidade.

d) à moralidade e humanismo no tratamento dos escravos,

que não podiam ser tratados como mera mão-de-obra.

e) às estratégias para o controle dos escravos que não

passem apenas pela coerção violenta.

Page 11: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

Gabarito:

Resposta da questão 1:

[C]

As “mulheres que vivem para os seus maridos” são mulheres que têm seu status social definido a partir da subserviência

aos homens. De fato, na sociedade ateniense clássica, as mulheres não possuíam os direitos de cidadania, tendo sua

importância vinculada aos afazeres domésticos e reprodutivos da sociedade. O conceito de cidadania ateniense era

excludente, privilegiando apenas os homens maiores de 21 anos e atenienses natos. Sendo assim, as mulheres atenienses

não eram consideradas cidadãs, não exerciam a democracia ateniense e, portanto, estavam abaixo dos homens na

hierarquia social.

Resposta da questão 2:

[C]

Somente a proposição [C] está correta. A questão remete ao pensamento político de Platão. Este filósofo ateniense foi

um grande crítico da democracia. Acreditava que a maioria não tinha condições de participar do debate político na ágora,

pois estava vinculada ao mundo sensível, o mundo do corpo, da opinião, da doxa e não sabia o que era justiça. Platão

defendeu a Sofocracia, isto é, o governo dos sábios, dos reis filósofos. Na concepção platônica, a busca pelo

conhecimento verdadeiro permeia todo seu sistema filosófico. Neste sistema, Platão estabelece que existem dois

mundos, o mundo sensível (representa a matéria e as sensações ao qual estamos inseridos) e o mundo inteligível

(representa as ideias, a razão). Neste sentido, para Platão somos ligados às sensações pessoais e isto nos conduzem ao

erro pois não podemos confiar nelas. Somente podemos obter a verdade por meio do mundo da inteligível. Contudo,

isto não é para qualquer um, somente para os filósofos, pois eles buscam o verdadeiro saber, assim estes sabem qual é

o melhor caminho para a ampliação do conhecimento, por conseguinte, qual o melhor caminho para fazer com que todas

as pessoas da cidade possam desenvolver seu pleno potencial. Assim, os filósofos são os únicos capazes de conhecer a

verdade e devem decidir o destino da cidade, neste contexto a democracia é um empecilho, pois não produz um consenso

absoluto, verdadeiro. Portanto, Platão estabelece uma severa crítica ao sistema democrático grego. O único sistema que

corresponde às críticas estabelecidas por Platão é o descrito na alternativa [C].

Resposta da questão 3:

[C]

A ágora era a praça pública onde os cidadãos atenienses discutiam os rumos da cidade.

Resposta da questão 4:

[C]

Os trechos “olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios

interesses, mas como um inútil” (primeiro texto) e “um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos

que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas” (segundo texto) são demonstrativos das opiniões dos

autores, que julgam a cidadania pela participação política das pessoas.

Resposta da questão 5:

[A]

Apesar do conceito de cidadania ateniense ser excludente, a democracia em Atenas era exercida de maneira direta, com

todos os cidadãos participando das decisões políticas, como retratado no texto.

Resposta da questão 6:

[B]

Apesar de a alternativa correta enfatizar privilégios na participação da vida pública dos “grupos sociais superiores”

devido a hierarquização da sociedade ateniense, quando da vigência da democracia na Atenas antiga, em termos práticos

todo homem livre, nascidos na cidade e filho de pai ateniense tinha não só o direito como a obrigação de participar da

política ateniense. Assim sendo, a alternativa E também poderia ser validada como correta.

Resposta da questão 7:

[B]

Page 12: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

A afirmativa [1] é incorreta porque apenas Esparta cultivava o ideal militar como estilo de vida. Atenas adotava o ideal

filosófico-cultural;

A afirmativa [3] é incorreta porque a Liga do Peloponeso foi formada durante a Guerra do Peloponeso, quando Esparta

liderou um levante de cidades-Estado contra Atenas.

Resposta da questão 8:

[B]

O texto destaca elementos importantes do teatro como o envolvimento do público, destacado como “cidadãos”, ou seja,

aqueles que tem responsabilidade política na cidade. A ideia de atuação pedagógica implica na possibilidade de reflexão

aberta pelo teatro, que se destacava por apresentar temáticas relacionadas a vida cotidiana dos indivíduos ou da

sociedade e seu apogeu no século V a.C. se relaciona com o desenvolvimento da democracia na cidade de Atenas.

Resposta da questão 9:

[D]

A afirmativa [I] está incorreta porque a escravidão na Grécia Antiga não se baseava no critério racial, mas sim no critério

militar, uma vez que a escravidão praticada era a escravidão de guerra.

Resposta da questão 10:

[A]

Apesar da inovação política que a democracia ateniense representou, ela trazia consigo um conceito de cidadania

excludente: mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos e, por isso, não participavam da vida

política da cidade-Estado. No Brasil atual, apesar de a Constituição brasileira prever o direito de voto a todos aqueles

com mais de 16 anos, o fato de a democracia ser indireta impede os cidadãos de definirem os rumos do país.

Resposta da questão 11:

[B]

Somente a proposição [B] está correta. O texto do historiador Norberto Luiz Guarinelo remete a Grécia no período

Arcaico. Neste contexto surgiram as pólis, as cidades estados que possuíam autonomia política. Isto significa que na

Grécia antiga não havia unidade política devido a presença das pólis, existia uma unidade cultural entre os gregos. Estas

cidades estados possuíam a ágora que consistia na praça pública, o espaço público para o debate político entre os

cidadãos. A ágora, era o espaço da cidadania e da palavra. As demais alternativas estão incorretas.

Resposta da questão 12:

[D]

A Grécia Antiga nunca chegou a ser uma Nação ou um Império (termo muito usado na Antiguidade). A Grécia era o

que chamamos de organização em cidades-Estados. Sendo assim, cada povo grego, em cada cidade-Estado, vivia a

sua maneira, de modo descentralizado ou disperso, como classifica o autor do texto que acompanha a questão.

Resposta da questão 13:

[C]

Somente a proposição [C] está correta. Com as diásporas gregas surgiram colônias gregas, ou seja, cidades gregas fora

da Grécia. Assim, com estas viagens apareceram cidades, intercâmbio cultural, uso de moedas, calendário e a escrita.

Neste cenário, nos séculos VII e VI a.C. surgiu a Filosofia Grega com os filósofos chamados de Pré-socráticos. Dentro

da Grécia surgiram as pólis, cidades estados dotadas de autonomia política com destaque para Atenas e Esparta. Em 509

a.C. surgiu a democracia em Atenas com Clístenes. As demais alternativas estão incorretas.

Resposta da questão 14:

[A]

Somente a alternativa [A] está correta. No contexto da Antiguidade Oriental surgiram grandes civilizações no “Oriente

Próximo” que deram contribuições relevantes para as ciências em geral. O Egito antigo desenvolveu a matemática,

medicina, astronomia e usou muitas pedras em suas construções funerárias como as pirâmides. A Mesopotâmia também

desenvolveu as ciências para construir suas torres denominadas zigurates. Estas civilizações antigas estabeleceram

Page 13: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

inúmeros contatos através do mar Mediterrâneo. Os gregos em suas viagens conheceram muitos povos e usufruíram

muitos dos legados destas civilizações. As demais alternativas estão incorretas.

Resposta da questão 15:

[B]

Somente a alternativa [B] está correta. A questão remete a Grécia Antiga no contexto da Antiguidade Clássica. O texto

do historiador Norberto Luiz Guarinello aponta para a construção de templos destinados aos deuses vinculados as pólis.

Cada cidade-estado, pólis, possuía suas divindades na qual se construíam templos para homenageá-las. Os templos eram

verdadeiros monumentos destinados aos deuses que representavam não apenas a elite agrária ou um determinado grupo

social, mas todos os moradores da cidade-estado, toda a comunidade. Desta forma, a religião contribuiu como um

elemento de coesão social, unificando as crenças, estabelecendo identidade e vínculos comunitários entre os residentes

das pólis. As demais alternativas estão incorretas. A religião não significou igualdade social dentro das pólis e não

eliminou diferenças étnicas.

Resposta da questão 16:

[A]

A democracia em Atenas, que era exercida de maneira direta, era excludente, porque deixava de fora uma boa parcela

da população ateniense. Na época de Péricles, a democracia ganhou “isonomia, isocracia e isegoria”, porque todos os

atenienses passaram a poder exercer opinião nas reuniões públicas.

Resposta da questão 17:

[D]

Resposta da questão 18:

[C]

O texto mostra claramente que, apesar da popularidade do líder Péricles, ele dependia da aprovação da Assembleia. A

democracia que se desenvolveu em Atenas a partir do século V a.C. é considerada direta, pois todos os cidadãos podiam

participar da Assembleia e votar ou não nas leis propostas pelos governantes, ou seja, não existia o modelo representativo

que conhecemos hoje, quando vereadores ou deputados – representantes dos cidadãos – votam as leis.

Resposta da questão 19:

[D]

O texto do Rei Hamurábi, da Babilônia (antiga Mesopotâmia, hoje Iraque), revela um governo autoritário, no qual a

última palavra é a do governante, que deve ser obedecido sem questionamentos. O texto do filósofo grego Aristóteles

fala de democracia e liberdade, que levariam os cidadãos a viver “como se quer”, não se submetendo a um governo

despótico.

Resposta da questão 20:

[C]

Ao contrário de povos mesopotâmicos ou de persas, os gregos tenderam a se organizar de maneira particular, em

cidades-estado, caracterizadas pela soberania, ou seja, por uma estruturação política independente, apesar de manterem

relações econômicas e possuírem laços culturais comuns, como a “mitologia” ou a realização dos jogos olímpicos. A

origem das cidades é normalmente associada à desagregação dos antigos “Genos”, comunidades de origem familiar.

Resposta da questão 21:

[C]

A mulher ateniense, como ressalta a música, era submissa ao homem e não tinha nenhum tipo de participação política

ou social, uma vez que sequer era considerada cidadã ateniense, já que cidadão em Atenas eram apenas os homens,

maiores de 21 anos e atenienses natos.

Resposta da questão 22:

[D]

Page 14: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

Somente a proposição [D] está correta. O carnaval é uma festa popular celebrada no Brasil tornando-se um forte

elemento da cultura nacional. No entanto, o carnaval não é uma invenção brasileira e nem se quer acontece só no Brasil.

A história do carnaval remonta à Antiguidade Oriental como a Mesopotâmia e a Antiguidade Ocidental como a Grécia

e Roma. A festa era um agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. As demais alternativas estão

incorretas considerando que a festa do carnaval não se deu por conta da fusão da cultura romana com a cultura da

macedônia, não era um ritual tribal e religioso e também não consistia em um rito complementar à sacralização do

período do natal.

Resposta da questão 23:

[D]

A proposição [D] está correta. No século V a.C. em Atenas a democracia conheceu seu auge. Mulheres, escravos e

metecos (estrangeiros) não eram considerados cidadãos. A mulher era considerada um ser inferior. Em Roma, a mulher

também não possuía direitos políticos independente da classe social que pertencia. As demais proposições estão

incorretas. Roma não era um matriarcado privilegiando as mulheres. As mulheres não acompanhavam seus maridos

para também participar das decisões políticas. Na Monarquia, República e Império Romano a mulher não era

considerada cidadã.

Resposta da questão 24:

[C]

A democracia ateniense era, ao mesmo tempo, direta e excludente, porque apenas aquelas considerados cidadãos

atenienses podiam exercê-la: homens, maiores de 21 anos e atenienses natos.

Resposta da questão 25:

[D]

O conceito de cidadania ateniense era excludente, não fazendo parte dele as mulheres, os estrangeiros e os escravos.

Resposta da questão 26:

[E]

Apesar de reivindicada como modelo e mito fundador das democracias modernas, a democracia ateniense tinha

características bastante diversas. A principal diferença reside no fato de a democracia ateniense ser direta, e não

representativa. O primeiro texto, de Ellen Wood, ressalta como a participação direta dos cidadãos comuns nas arenas

políticas fundamentava um caráter político da pratica da cidadania inexistente nas democracias atuais. Por outro lado, o

texto seguinte, de Chester Starr, ressalta os problemas práticos que existiam para a efetivação deste princípio, sobretudo

a dificuldade que muitos cidadãos deveriam ter para participar efetivamente das reuniões da Assembleia.

Resposta da questão 27:

[E]

O pequeno trecho do tratado sobre o campo de Varrão faz parte de uma lista de conselhos dados aos leitores

(presumivelmente membros da elite romana) acerca de como administrar o trabalho escravo. Os dois conselhos presentes

no trecho acima apresentam estratégias que visam diminuir o potencial de resistência e revolta dos escravos, evitando-

se a concentração de escravos de uma mesma origem étnica (que facilitaria a comunicação e a união entre os escravos)

assim como usando “economicamente” as punições corporais. É importante perceber que estes conselhos fazem parte

de uma estratégia escravista e não são meras abordagens humanistas ao tratamento dos escravos.

Resposta da questão 28:

[B]

Apesar de terem sido produzidas em contextos históricos completamente diferentes (uma eleição local em uma cidade

parte de um vasto império antigo, controlado por regime de caráter monárquico, e uma eleição prévia para candidato ao

cargo de presidente da maior potência contemporânea), ambas as mensagens tem um caráter de “propaganda eleitoral”.

A comparação entre elas mostra ainda uma outra semelhança: determinados grupos sociais tentam demonstrar para o

resto da sociedade que apoiam um candidato específico, a fim de fortalecer a imagem deste frente ao eleitorado em

geral.

Page 15: Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

Resposta da questão 29:

[A]

Resposta da questão 30:

[B]

Enquanto Aristóteles identifica a comunidade política como uma consequência direta do caráter gregário natural do ser

humano (um animal político), John Locke (assim como toda tradição jusnaturalista) identifica um estado da natureza

anárquico do qual os homens saem ao desenvolver formas de organização política – o que, para Locke, se dá de maneira

contratualista, com os homens abrindo mão de parte de suas liberdade naturais em favor da construção da comunidade

política. Isto é, enquanto para Aristóteles os seres humanos naturalmente se organizam politicamente, para Locke a

organização política é uma superação de um estado natural em que não há política. Essa diferença entre as ideias

expressas nos dois textos tem relação direta com o contexto social no qual essas ideias foram produzidas: Aristóteles

viviam na cidade-Estado ateniense do século IV a.C., no qual a participação política ativa do cidadão era uma realidade

concreta, enquanto Locke viveu na monarquia parlamentar inglesa do século XVIII, na qual o poder estava controlado

pela Monarquia e pelo Parlamento, no qual apenas representantes dos cidadãos tinham participação efetiva.

Resposta da questão 31:

[D]

O texto de Vitrúvio identifica importantes atividades sociais, econômicas e políticas que ocorriam nos espaços

domésticos romanos, distinguindo-os entre os diferentes grupos sociais e identificando como isto interferia na

construção e organização das casas. Vitrúvio identifica que aqueles que ocupavam cargos públicos precisavam dispor

de espaços similares àqueles dos espaços públicos, porque determinadas atividades políticas púbicas ocorriam em suas

casas – o que é uma informação bastante reveladora sobre o funcionamento cotidiano das atividades do Estado Romano.

Resposta da questão 31:

[D]

As propriedades escravistas romanas não utilizavam apenas trabalhadores escravos em suas produções. Especialmente

em momentos de grande necessidade de força de trabalho, como na colheita, trabalhadores assalariados eram utilizados

para aumentar a quantidade de trabalhadores na propriedade sem precisar comprar mais escravos, que ficariam sem uso

para o senhor em outras épocas do ano. Esses trabalhadores livres eram recrutados, majoritariamente, entre os

camponeses vizinhos.

Resposta da questão 31:

[E]

Os textos apresentam um aspecto bastante importante da ideologia escravista: o medo constante de uma rebelião escrava.

No texto de Cícero, o aliciamento de escravos de um senhor por seus rivais para testemunhar contra ele é visto como

fonte de problemas por estimular o rompimento da lealdade de um escravo ao seu senhor – que se fosse seguido por

todos os escravos, colocaria a própria existência da classe escravocrata em perigo. Por sua vez, Tácito nos informa sobre

o discurso de Cássio, no qual o senador romano aponta para o mesmo tipo de perigo no caso de um relaxamento das

punições a que os escravos estavam sujeitos. Comparando os dois textos, é possível perceber que a ideologia escravista

romana identificava como necessária sua união contra o perigo da rebelião escrava e a manutenção de um tratamento

severo dos seus escravos para evitar a rebelião destes.

Resposta da questão 32:

[E]

Classes escravistas em distintas realidades históricas perceberam que, apesar de fundamental para a reprodução do

sistema escravista, a simples coerção violenta extrema não é um instrumento eficaz de controle social – dado que

estimula a resistência e rebelião sistemática dos escravos. Estas classes escravistas logo desenvolveram estratégias para,

ao lado da coerção violenta, existirem outras estratégias de controle social, como a permissão para certas atividades

autônomas por parte dos escravos – sejam estas produtivas ou religiosas.