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Reflexões sobre o Estado no Brasil Contemporâneo

Reflexões sobre o Estado no Brasil Contemporâneo

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Page 1: Reflexões sobre o Estado no Brasil Contemporâneo

Reflexões sobre o Estado no Brasil Contemporâneo

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“Um estado existe onde há um mecanismo político de governo (instituições como um Parlamento ou Congresso, além de servidores públicos)

controlando determinado território, cuja autoridade conta com o amparo de um sistema legal e da capacidade de utilizar a força militar para

implementar suas políticas. Todas as sociedades modernas são estados-nações, ou seja, estados nos quais a grande massa da população é composta

por cidadãos que se consideram parte de uma única nação.” (GIDDENS, 2005, p. 342).

Durante os Jogos

Olímpicos no Rio 2016...

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O Estado Moderno é um concentrador de poder:

Político – define a partir de suas instituições o

futuro da sociedade.

Econômico – capacidade de reter para

si uma parcela significativa das

riquezas produzidas.

Repressivo – possui o

monopólio da violência.

Art. 6 É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria (...) (Lei 10.826, de 22/12/2003).

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O Tamanho do Estado Brasileiro

“O Brasil é o País com a maior carga tributária em toda América Latina e Caribe. Estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela que brasileiros pagam o equivalente a 33,4% do tamanho da economia em taxas e impostos. Proporcionalmente, o montante é mais de 50% superior à média da região. (…) Um novo estudo sobre estatísticas tributárias confirma a percepção dos brasileiros de que a carga tributária é elevada. Em 2014, brasileiros desembolsaram o equivalente a um terço do Produto Interno Bruto (PIB) para pagar impostos, taxas e contribuições. Essa é a maior carga entre 22 países listados e o dado brasileiro está mais de dez pontos porcentuais superior à média de 21,7% registrada na América Latina e Caribe. O indicador brasileiro tem girado entre 32% e 33% do PIB desde 2005.” (Estado de São Paulo 16/03/2016).

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“Para Foucault, a característica fundamental da racionalidade política moderna não é nem a constituição do Estado nem o surgimento do individualismo burguês, e

tampouco o esforço constante para integrar os indivíduos na totalidade política. 'A característica maior de nossa racionalidade política radica, a meu ver, neste fato:

esta integração dos indivíduos em uma comunidade ou em uma totalidade é o resultado de uma correlação permanente de uma individualização cada vez maior e

a consolidação desta totalidade.' (Castro, 2009, p. 378).”

No Brasil, o Estado não se desenvolve numa correlação com a individualização, mas pela cooptação dos indivíduos na ordem burocrática. O estamento burocrático no

poder se fortalece na medida em que inclui os milhares que ficam de fora das ações do Estado.

“Suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014 divulgado nesta quinta-feira (30/06/2016) pelo IBGE mostra que 5,9 milhões de domicílios pobres do País (com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa) (44% dos domicílios deste tipo) estão fora do Cadastro Único, instrumento do governo federal, em parceria com Estados e municípios, que tenta identificar, selecionar e incluir famílias pobres em programas sociais. É por meio desse cadastro que famílias têm acesso a benefícios como Bolsa Família e Tarifa Social de Energia Elétrica.” (O Estado de São Paulo, 06/07/2016).

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Segundo projeção do IBGE em 15/08/2016, o Brasil possuía mais de 206 milhões de habitantes.

O Estado não conhece cada indivíduo em sua particularidade, mas pretende conhecê-lo ao integrá-lo numa totalidade, ou seja, como

população.

É através de dados sobre a população que se torna possível ao Estado conhecer a realidade. A conduta individual será objeto da ação do Estado na medida em que esta resultar em efeitos na população. A crítica à ação do Estado também pode ser feita através dos efeitos produzidos ou não

produzidos na população.

“A taxa de acesso à universidade entre os brasileiros mais ricos é parecida com a dos outros países latino-americanos. Já a dos brasileiros

mais pobres é a menor em toda a América Latina. Por consequência, acabamos com muita gente pouco qualificada no mercado de trabalho.”

(Amorim, 2016, p.112).

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Estado Democrático: Equilíbrio entre os três poderes.

Poder Executivo:

Administração – Promoção da Ordem Social.

Poder Legislativo:

Institui o Direito – Promoção dos direitos e dos

deveres.

Poder Judiciário:

Mantém o direito -Resolução de

conflitos

Garantia de direitos individuais contra o arbítrio do Estado

(Art. 5º da Constituição Federal)

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Formas de ocupação de cargos no Estado Brasileiro:

Representação: através da eleição dos mandatários do poder executivo e dos representantes do poder legislativo;

Meritocracia: através de concursos públicos que pretendem contratar os mais aptos; cargos de confiança (funções de direção, chefia ou assessoramento) que são preenchidos por servidores públicos;

Indicação: através de relações com partidos ou políticos que indicam para cargos de comissão (funções de direção, chefia ou assessoramento), que não são ocupados por servidores públicos e que podem ter pouca vinculação com a meritocracia.

“Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) revela que a administração pública federal — incluindo Executivo, Legislativo e Judiciário federais — gasta hoje R$ 3,47 bilhões por mês com funcionários em cargos de confiança e comissionados. O valor representa 35% de toda a folha de pagamento do funcionalismo público na esfera federal, que é de R$ 9,6 bilhões mensais.” (O Globo, 27/05/2016).

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“C. F: Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade, (…).”

Porém, nem todos no Brasil são iguais, principalmente se participam do estamento burocrático, acabam por possuir regras próprias, como a da

previdência, por exemplo.

“No caso da Previdência dos trabalhadores da Iniciativa Privada, (o déficit em 2015) atingiu R$ 90,3 bilhões para 32,7 milhões de beneficiários. Portanto, o governo e cada um de nós através de nossos impostos – tivemos de complementar a aposentadoria de cada aposentado do INSS em R$ 2.761,00. (…) Em 2015, o déficit da (previdência do setor público federal) chegou a R$ 93 bilhões, beneficiando apenas 980 mil aposentados e pensionistas. (…) (Para cobrir o déficit) pagamos a cada um quase R$ 95 mil por ano.” (Amorim, 2016, p. 75-76).

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Referências

AMORIM, Ricardo. Depois da Tempestade. São Paulo: Prata, 2016.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 15 ago. 2016.

BRASIL. Regulamento nº 108826, de 22 de dezembro de 2003. Regulamento Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências.. Brasília, Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm>. Acesso em: 15 ago. 2016.

CASTRO, Edgardo. Vocabulário Foucault. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

LEAL, Luciana Nunes. Quase metade dos domicílios de baixa renda no País está fora de programas sociais federais. O Estado de São Paulo. São Paulo, 06 jul. 2016. Disponível em: <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,quase-metade-dos-domicilios-de-baixa-renda-no-pais-esta-fora-de-programas-sociais-federais,10000080618236>. Acesso em: 15 ago. 2016.

NAKAGAWA, Fernando. Brasil tem maior carga tributária da América Latina, diz OCDE. O Estado de São Paulo. São Paulo, 16 mar. 2016. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tem-maior-carga-tributaria-da-america-latina--diz-ocde,10000080218608>. Acesso em: 13 ago. 2016.

SOUTO, Luiza. Cargos de confiança custam R$ 3,5 bi por mês, aponta TCU. O Globo. Rio de Janeiro, p. 0-0. 27 maio 2016. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/brasil/cargos-de-confianca-custam-35-bi-por-mes-aponta-tcu-1983838152>. Acesso em: 15 ago. 2016.