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Utilizando a literatura infantil na construção de aprendizagens significativas Para agradar em cheio nossos novos alunos da classe de alfabetização, nada como utilizar o livro “Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela”, de Werner Holzwarth e Wolf Erlbruch. Conheci este livro por indicação de Lica Araujo, que possui um blog sobre alfabetização muito interessante e recheado de ideias para fabricarmos. (oficinasdealfabetizacao.blogspot.com) No livro, a toupeira passa o tempo todo procurando quem fez cocô em sua cabeça quando saía da sua toca e por meio das conversas e análises dos formatos dos cocôs de vários bichos chega, com a ajuda de duas moscas, à conclusão de que foi o cachorro o responsável pelo acontecido e inclusive “dá o troco” no mesmo. É fato que as crianças chegam à escola cheias de receios e também de expectativas para saberem quem será sua nova professora, quais as atividades farão e afoitas para aprender a ler e escrever. É importante ressaltar que todas possuem suas hipóteses em relação ao processo de leitura e de escrita, as quais certamente, não são iguais umas das outras. Podemos também encontrar crianças que nunca frequentaram a escola e estejam num processo bem inicial em que haja o desconhecimento das letras do alfabeto, bem como o nome das mesmas, por exemplo. Pensando dessa forma, o livro citado poderá ajudar o professor a garantir um ambiente bem agradável e descontraído, pois a história chama a atenção das crianças que gostam desses assuntos “nojentos” e divertem-se bastante. Paralelamente, muitas reflexões sobre o sistema de escrita serão oferecidas. As crianças entrarão em contato com diversos animais: toupeira, lebre, mosca, cabra, cachorro, porco, vaca, cavalo e pomba. É importante que o professor trabalhe inicialmente com o portador do texto original, o livro. E depois, de acordo com o

Registro corrida das iniciais

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Page 1: Registro corrida das iniciais

Utilizando a literatura infantil na construção de aprendizagens significativas

Para agradar em cheio nossos novos

alunos da classe de alfabetização, nada

como utilizar o livro “Da pequena toupeira

que queria saber quem tinha feito cocô na

cabeça dela”, de Werner Holzwarth e

Wolf Erlbruch. Conheci este livro por

indicação de Lica Araujo, que possui um

blog sobre alfabetização muito

interessante e recheado de ideias para

fabricarmos. (oficinasdealfabetizacao.blogspot.com)

No livro, a toupeira passa o tempo todo procurando quem fez cocô em sua cabeça

quando saía da sua toca e por meio das conversas e análises dos formatos dos cocôs de

vários bichos chega, com a ajuda de duas moscas, à conclusão de que foi o cachorro o

responsável pelo acontecido e inclusive “dá o troco” no mesmo.

É fato que as crianças chegam à escola cheias de receios e também de expectativas

para saberem quem será sua nova professora, quais as atividades farão e afoitas para

aprender a ler e escrever.

É importante ressaltar que todas possuem suas hipóteses em relação ao processo de

leitura e de escrita, as quais certamente, não são iguais umas das outras. Podemos

também encontrar crianças que nunca frequentaram a escola e estejam num processo

bem inicial em que haja o desconhecimento das letras do alfabeto, bem como o nome

das mesmas, por exemplo.

Pensando dessa forma, o livro citado poderá ajudar o professor a garantir um

ambiente bem agradável e descontraído, pois a história chama a atenção das crianças

que gostam desses assuntos “nojentos” e divertem-se bastante. Paralelamente, muitas

reflexões sobre o sistema de escrita serão oferecidas.

As crianças entrarão em contato com diversos animais: toupeira, lebre, mosca, cabra,

cachorro, porco, vaca, cavalo e pomba. É importante que o professor trabalhe

inicialmente com o portador do texto original, o livro. E depois, de acordo com o

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imaginário, inclusive das crianças, possa desdobrar-se em outras atividades, como:

desenhos, modelagens, jogos...

No caso da minha turma especificamente, tenho algumas informações sobre os alunos

e sei que muitos ainda possuem a dificuldade em reconhecer e nomear as letras do

alfabeto, escrever seus nomes e identificar numerais. Dessa forma pensei que o livro

também pudesse ajudá-los no desenvolvimento dessas aquisições: fazendo

pseudoleituras dos nomes dos animais, relacionando-os aos seus próprios nomes,

contando e reconhecendo a qual animal os cocôs pertencem, identificação dos sons

iniciais e finais dos bichos, entre outros.

Para identificação de algumas letras iniciais montei o jogo: “Corrida das Iniciais”. Este

é constituído de um tabuleiro, marcadores e um dado.

Para o jogo escolhi 6 animais do livro cujas iniciais são diferentes uma das outras.

T= toupeira

L= lebre

M= mosca

C= cachorro

P= pomba

V= vaca

Usaremos um dado e em cada face a letra inicial de cada bicho.

O tabuleiro possui um percurso (saída/chegada), composto pelas imagens dos bichos

escolhidos para o jogo. Estes foram colados aleatoriamente tomando-se o cuidado

para que o mesmo animal não apareça um ao lado do outro. Como são seis bichos, serão

necessários cinco conjuntos de bichos.

Page 3: Registro corrida das iniciais

Para jogar, cada participante coloca seu marcador na saída e escolhe-se quem será o

primeiro a lançar o dado. O jogador joga o dado e avança para a primeira figura que

começa com a letra sorteada e passa a vez para o próximo jogador. Vence o jogo

aquele que alcançar o final do percurso.

Para que as crianças consigam jogar este jogo é necessário que estejam familiarizados

com os animais da história através de atividades anteriores e principalmente através

da exploração do livro em si.

O objetivo do jogo ao lançar o dado é refletir a qual animal pertence aquela letra, ou

seja, T é de toupeira, M é de mosca.

Novas reflexões podem ser exploradas após o jogo ou em outros momentos, como:

Qual a letra do cachorro? Em nossa turma tem alguém cujo nome comece com esta

letra? Quais objetos na sala começam com a letra “T” de toupeira? Dentre os objetos

que estão na mesa, quais são os que terminam do mesmo jeito que “mosca”?

Alfabetizar dentro de um contexto letrado faz com que a criança possa explorar seus

conhecimentos prévios, além de aprender com outras crianças do grupo. Utilizar livros

de literatura infantil e propor situações a partir destes, torna o ambiente

alfabetizador propício às descobertas e aprendizagens totalmente significativas.

Ana Lúcia Pinto Antunes