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Etapa I Caderno V Etapa I – Caderno V

Resumo caderno v PACTO

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Etapa I – Caderno V

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Introdução

A proposta do texto que segue é a de

levantar algumas questões práticas e

temas relacionados à gestão do

trabalho pedagógico, de modo que,

juntos, possamos refletir e apresentar

algumas sugestões. Pode ser de muita

ajuda se, além de sua participação,

alunos e seus familiares, a direção da

escola, o corpo técnico e os

funcionários tiverem acesso a estes

debates.

Vamos lá?

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1. Gestão democrática da educação e gestão democrática da escola1.1. Gestão democrática da educação ou gestão democrática da escola?

• Gestão da educação e a gestão da escola se interpenetram e se definem mutuamente

• A educação, como direito social, conforme definido no art. 6o da Constituição Federal de 1988, e também como direito político e direito civil, é fator indispensável da sociabilidade, sendo por isso mesmo definida como direito público subjetivo (CURY, 2012).

• CF (1988) prescreveu e a LDB (1996) regulamentou a gestão democrática como um dos princípios fundamentais da educação, ao lado de outros seis princípios, a saber: igualdade, liberdade, pluralismo, gratuidade e valorização dos profissionais da educação.

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• A gestão democrática é processo de construção social que requer a participação de diretores, pais, professores, alunos, funcionários e entidades representativas da comunidade local como parte do aprendizado coletivo de princípios de convivência democrática, de tomada de decisões e de sua implementação.

• “quando buscamos construir na escola um processo de participação baseado em relações de cooperação, no trabalho coletivo e no partilhamento do poder, precisamos exercitar a pedagogia do diálogo, do respeito às diferenças, garantindo liberdade de expressão, a vivência de processos de convivência democrática, a serem efetivados no cotidiano, em busca da construção de projetos coletivos”(BRASIL/MEC/ SEB, 2004, p. 26).

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1.2. Gestão democrática da escola pública e autonomia: origens e contextualização

• O problema do estabelecimento de medidas ou de políticas semouvir diretamente os interessados está relacionado ao argumentode que, dadas as dimensões do país e de sua população, é difícilfazê-lo.

• Daí as eleições em diversos níveis, por meio das quais escolhemos vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e o presidente

• É com base nessas prerrogativas e nesse poderque se elaboram e se definem políticas, não só deeducação, mas também de saúde, habitação,saneamento, transportes, etc., às vezes atéouvindo a população por meio de abaixo-assinados ou de manifestações de representantesmais próximos delas, como sindicatos,associações, etc. A isso se chama democraciarepresentativa.

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• O fato de uma decisão ter sido tomada e mesmo colocada em prática não implica que seja inquestionável e indiscutível. Se tal decisão tem consequências diretas ou indiretas para a vida profissional ou pessoal de uma pessoa ou de uma

coletividade, estas têm o direito constitucional de colocá-la em discussão,

visando a modificá-la.• Uma coisa é o amparo legal para exercer

esse direito. Outra, é transformá-lo em prática. E fazer dessa prática uma atividade sistemática, tendo em vista dialogar e deliberar coletivamente sobre questões que são importantes para o funcionamento da escola e para as pessoas que nela trabalham e estudam, o que não significa estabelecer um clima de animosidades, pois o processo deve ser conduzido com ponderação e respeito pelas opiniões divergentes. A isso se chama “gestão democrática da escola

• A expressão “gestão democrática da escola pública” foi legalizada pela Constituição Federal de 1988 (inciso VI do artigo 206) e referendada posteriormente pela LDB 9.394/96 (inciso VIII do artigo 3).

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2. A direção da escola e a gestão democrática

• As eleições para diretor garantem a democracia na escola?

• Dourado (1998) esclarece que as formas mais comuns de provimento do cargo nas escolas públicas brasileiras dos anos 1980 compreendiam cinco categorias, uma poderia ser considerada mais próxima da gestão democrática: a escolha por meio de eleição direta.

• Uma segunda categoria — a indicação da direção por meio de listas triplas ou sêxtuplas

— satisfaria, de alguma forma, o critério, a livre indicação dos votantes ficaria, ao final, submetida à escolha do mandatário a quem seriam encaminhadas as listas. A eleição de diretores tem sido praticada em sistemas estaduais e municipais de educaçãodesde a década de 80, respondendo, na década de 90, por mais de 30% das formas de provimento utilizadas, o que significa que foi acolhida nesses sistemas em substituição à indicação política.

De acordo com Paro (1996),embora a eleição dos diretores possa representaralguns avanços, não tem, por si só, condições de reverter processos tradicionais de gestão.

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• Embora a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(LDB 9.394/1996) garantam atualmente a gestão democrática, a eleição dediretores de escolas públicas de educação básica não é objeto de definição legal noplano federal.

• A Constituição Federal de 88 dispõe, em seu artigo37, alínea II, que “a investiduraem cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso públicode provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade docargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargoem comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”, o quepraticamente elimina a eleição de diretores nos sistemas públicos de ensinobrasileiro em que há concursos específicos para tal cargo.

• Do ponto de vista político, nãofavorece a criação de vínculos entre o diretor e os usuários da escola, mas entre ele e o Estado.

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Quem começa a fazer a gestão democrática?

• Qualquer membro da escola, assimcomo

um familiar, pode desencadear oprocesso. Basta, para isso, que umaquestão levantada por um incidente naescola (uma festa, uma briga, aproposta de uma atividade), ou trazidapor um familiar (um questionamentosobre a avaliação, por exemplo), ouresultante de algo que ocorreu nasredondezas do prédio seja p osta emdiscussão.

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3. O Conselho Escolar e a gestão democrática .E

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• Trata-se de uma estratégia a ser considerada na implantação da gestão democrática da escola. O Conselho Escolar é composto de gestores da escola, professores, funcionários, alunos e pais de alunos e, por isso, citado como exemplo de democratização da gestão. As propostas de instituição de Conselhos Escolares surgiram em alguns Estados por volta do final da década de 1970.

• A Constituição, pela sua natureza, não sepronuncia sobre os Conselhos Escolares. Quem ofaz é a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, em seusartigos 14 e 15, em que se refere tanto àelaboração do Projeto Político-Pedagógico (art.14, inciso I) quanto aos Conselhos Escolares (art.14, inciso II), mas não institui normas específicasa respeito, atribuindo tal responsabilidade aossistemas estaduais e municipais de ensino

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• Então o Conselho Escolar é uma garantia da democracia?

• A escola institui o Conselho Escolar em moldes democráticos, usando de

sua autonomia relativa tendo em vista a participação de todos osusuários nas discussões e deliberações, como coletivo, são necessáriasprecauções, pois não é a composição em si que define o caráterdemocrático das deliberações, mas sim o processo por meio do qual asdecisões são tomadas.

• Na medida em que a instalação do Conselho daescola cabe a ela, escola, é legítimo queprofessores, alunos, pais, direção e corpo técnicotenham a prerrogativa de elaborar as regras paraseu funcionamento e para o acompanhamento ecumprimento das decisões.

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• Devemos ter alguns cuidados para que o Conselho funcione democraticamente!

• O primeiro é o de garantir que seus membros sejam eleitos pelos pares

• O terceiro cuidado é o de transformar o desenrolar das próprias reuniões num espaço de aprendizagem de como decidir coletivamente.

• O quarto cuidado refere-se ao entendimento, por parte de professores, pais, alunos e funcionários

• O segundo cuidado refere-se à necessidade de que os membros do Conselho tenham conhecimento claro de seus direitos e deveres.

• O Conselho somente exercerá seu papel deinstância máxima de deliberação democrática sea comunidade escolar tiver claro que a escola éespaço de disputa de poder, onde podem estarem jogo visões diferentes e até conflitantes doque é educar, do que é qualidade de ensino, docomo lidar com as situações que surgem no dia adia.

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3.1. Como a comunidade do entorno da escola participa do Conselho Escolar?

• Quaisquer pessoas ou grupo delasdevem ter acesso às informaçõespedagógicas e administrativas daescola e ter plena liberdade delevantar, para fins de discussão edeliberação, temas e questões queafetam a vida da escola, seufuncionamento. Cabe ao ConselhoEscolar não apenas incentivar taisdebates e decisões, mas também fazê-lo com relação à apresentação deproblemas sobre os quais deve sepronunciar (inclusive por meio deredes sociais, com o que seria muitofacilitado e incentivado o processo departicipação

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4. O Grêmio Estudantil e a gestão democrática

• A sua instituição e o seufuncionamento são definidos nalegislação federal específica (Lei7.398, de 04/11/1985, e Lei 8.069, de13/07/1990). A primeira (a Lei doGrêmio Livre) dispõe sobre aorganização de entidadesrepresentativas de estudantes daeducação básica e a segunda(Estatuto da Criança e doAdolescente) dispõe no seu artigo 53,inciso IV, sobre a garantia do direitode estudantes se organizarem eparticiparem de entidades estudantis

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- O que é protagonismo juvenil?

• “a participação de adolescentes noenfrentamento de situações reais naescola, na comunidade e na vida socialmais ampla, cujo foco é a criação deespaços e condições que propiciem aoadolescente empreender ele próprio aconstrução de seu ser em termospessoais e sociais” Costa (2001, p. 9)

• A ideia não é a de que os jovens, sejamos participantes do Grêmio, ou osdemais que frequentam a escola,deixem de lado ou valorizemnegativamente a solidariedade e ovoluntariado, mas, ao contrário, quelhes confiram conteúdo político,tentando entender e discutir, com aspessoas e grupos para os quais sevoltam, as condições sociais eeconômicas que os conduziram àexclusão de direitos e benefícios sociais,assim como as possibilidades dedesenvolverem ações, eles próprios,que visem à superação das condiçõespromotoras de sua exclusão.

• Os jovens participantes do grêmio nãoapenas cultivam sua condição cidadã,como também contribuem para que osque são alvos

de suas ações participem da mesma condição.

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5. Os desafios da prática: a gestão democrática da escola pública entre o proposto e o realizado

• Nem sempre quando se fala em democracia na escola se faz a democracia na escola!

• Deve-se considerar que a gestão democrática somente se torna possível se a escola dispuser de autonomia para praticá-la. Autonomia é a capacidade de alguém ou de uma instituição de decidir por si mesma os rumos a seguir

• O que dificulta a autonomia escolar no Brasil?

• A primeira dificuldade diz respeito ao caráter patrimonialista da cultura nacional, que se manifesta em várias esferas de nossa vida.

• Decorre dessa concepção, por exemplo, adisposição dos que têm poder ou influência socialde mandar e exigir obediência, como se isso fossenatural e inerente à sua condição. Ou de secomportar, nas relações sociais, como seestivessem acima da lei e dos direitos alheios,podendo agir como bem entenderem, como donose senhores

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Mas então alguma burocracia é necessária?

Mas então alguma burocracia é necessária?

• Numa sociedade democrática, deve haver expressão de decisões estabelecidas também democraticamente.

• A autonomia na vida em sociedade é, portanto, sempre relativa, dado que o bem coletivo impõe a restrição da autonomia individual.

• No que concerne à autonomia pedagógica, vale ressaltar que ela deve se fazer sobre uma base curricular nacional mínima.

• Assim, a autonomia verdadeira não é a concedida por alguém ou por uma instituição, no caso presente o Estado. Ela se institui no jogo de embates pelo poder e é, por essa razão, produto de uma construção histórica. É conquista e não favor.

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6. A gestão do trabalho pedagógico: o PPP em ação 6.1. O Projeto Político-Pedagógico (PPP)

• Quem define para onde a escola deve rumar?

• Que tipo de cidadãos queremos formar?• Em que direção a nossa escola deve ir? • Que atividades e disciplinas devem ser organizadas para que se chegue neste lugar? • Como devem ser distribuídos o tempo e os espaços de ensino e de aprendizagem? • Quais os critérios de aprovação ou reprovação dos alunos nas suas séries?

• Estas são algumas questões que devem ser definidasno Projeto Político-Pedagógico das escolas.

• O PPP é uma exigência legal, é a definição dasregras do jogo no âmbito da escola.

• É por meio dele que a comunidade escolar(professores, alunos, técnicos educacionais,comunidade e família) define como deve seraquela escola, como ela deve ser organizada.

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• A professora Ilma Veiga, uma das mais importantes pesquisadoras brasileiras sobre gestãoescolar, define assim o PPP:

• O projeto político-pedagógico busca um rumo, umadireção. É uma ação intencional, com um sentidoexplícito, com um compromisso definidocoletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico daescola é, também, um projeto político por estarintimamente articulado ao compromissosociopolítico e com os interesses reais e coletivos dapopulação majoritária. [...] Na dimensãopedagógica reside a possibilidade da efetivação daintencionalidade da escola, que é a formação docidadão participativo, responsável, compromissado,crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de sedefinir as ações educativas e as característicasnecessárias às escolas de cumprirem seus propósitose sua intencionalidade (VEIGA, 1995).

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6.2. A sala de aula e a vivência pedagógica democrática

• Mas na sala de aula também é necessário fazer a democracia?

• Na sala de aula, o PPP se coloca “em ação”, mas também na sala de aula a democracia deve ser um exercício, como uma atitude permanente de ampliação das capacidades de intervenção humana sobre a realidade.

• Sendo assim, considerando o direito de todos à formação humana integral, torna-se possível e necessário repensar os diferentes procedimentos de ensino, de modo que eles se orientem pela ideia de democracia e que a busquem como um fim.

• As metodologias de ensino e de aprendizagem a serem trabalhadas em sala de aula devem.

• Levar a pensar a partir da prática educativa daescola/do chão da escola, de seus sujeitos na suadiversidade; incluindo a sistematização, análise eregistro de experiências (exemplo: rodas de diálogosobre as diretrizes a partir do material produzido;mosaico da juventude, dentre outras) (BRASIL/MEC,2013, p. 4).

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• Então a democracia também aparece nas formas do professor dar aula? Como?

• Diferentes são as possibilidades detrabalho didático, mas é a assunção dealguns princípios, políticos epedagógicos, que pode conduzir àdemocratização do saber, e no espaçode sala de aula cabe ao docente odelicado exercício da mediação entreos alunos e a cultura elaborada e, emparticular, da manutenção do ambientedialógico e cooperativo, pois somenteassim se ampliam as capacidadeshumanas e se constroem a democraciae o espírito colaborativo entre osdiscentes.

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• Reflexão e ação Junte-se a outros colegas e procure fazer um levantamento de situações vividas na escola pelos participantes do grupo que poderiam ser objeto de discussões sistemáticas e de decisões tomadas coletivamente em benefício da escola e/ ou dos envolvidos.

• Se esse processo de discussão e decisão coletiva não aconteceu, examine com membros do grupo as razões pelas quais isso não ocorreu.

• Se, ao contrário, o processo ocorreu, quais os resultados para a escola e para os envolvidos?

• E quais as reações dos colegas?• Que sugestões esse grupo poderia oferecer

para que, em novas situações ocorridas na escola, o processo de discussão e de deliberação possa acontecer?(pag18)

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• Reflexão e ação

• Tente realizar com um grupo de colegas a identificação de ações de caráter patrimonialista presentes no interior da escola ou na relação desta com os pais.

• Faça o mesmo com exemplos concretos de “autonomia concedida” e autonomia efetiva nas escolas onde atuam. Junto com um grupo de colegas, troquem e registrem suas experiências relativas à forma como os pais com que têm contato se manifestam a respeito dos três aspectos que, segundo Paro, condicionam a participação deles na vida escolar.

• Com base no que discutiram, proponham formas pelas quais possam ser rompidas e superadas as práticas patrimonialistas existentes na escola, assim como formas de articulação com os familiares dos alunos que ajudem a superar os condicionantes que dificultam sua participação. (pag. 38/39)