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Resumo direito-empresarial
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Resumo de Direito Empresarial Elaborado por Diego Macedo G. Costa
http://diegomgcosta.blogspot.com
Elaborado por Diego Macedo G. Costa
- Teoria dos Atos de Comércio: vigorava a teoria dos atos de comércio, cujo objetivo
era fornecer os elementos necessários para a identificação do sujeito das regras do
direito comercial – o comerciante.
Nesta teoria, a caracterização do comerciante se dava em função da atividade
desempenhada (atos de comércio regulamentados pelo ordenamento jurídico).
Comerciante = atividade que exerce.
- Teoria de Empresa: recepcionada pelo Código Civil de 2.002, objetiva fornecer os
elementos necessários para a identificação do empresário, ou seja, o sujeito das regras
do direito comercial (hoje, chamado por direito empresarial).
A caracterização do empresário está na forma/ modo como irá exercer a atividade.
Empresário = forma como exerce a atividade.
Do Empresário:
1) Conceito e caracterização do empresário: art. 966 do C.C. (Livro II, Parte
Especial).
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Empresário é todo aquele que exerce profissionalmente uma atividade econômica
organizada para produção ou circulação de bens ou de serviços.
Produtor de bens: se caracteriza por transformar ou montar.
Circulador de bens: se caracteriza por fazer a intermediação entre o produtor do bem e
o consumidor final.
Prestador de serviços: se caracteriza pela prestação.
Circulador de serviços: se caracteriza por fazer a intermediação dos serviços entre o
prestador e o consumidor final. Exemplo: uma agência de turismo.
Pela teoria de empresa recepcionada pelo nosso Código Civil de 2.002 em substituição a
teoria dos atos de comércio, o empresário será caracterizado em função da forma pela
qual ele irá exercer sua atividade.
Portanto, será considerado empresário quem exercer sua atividade econômica com
profissionalismo e de modo organizado.
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Profissionalismo: presume a presença de três elementos:
1) habitualidade: consiste no exercício não esporádico da atividade.
2) pessoalidade: significa exercer diretamente a atividade, ou seja, atuará com
pessoalidade aquele que houver sido contratado para a exploração da atividade, ainda
que sua execução fique a cargo de empregados ou colaboradores.
Exercer (contratado) ≠ Executar.
3) monopólio das informações: caberá ao empresário deter todas as informações
relevantes da atividade que explora (riscos, conhecimentos da atividade).
Atividade econômica: o animus (propósito) da obtenção de lucro. Atividade com fins
lucrativos.
Organização: caberá ao empresário organizar os elementos necessários para a
exploração de sua atividade (ou seja, de sua empresa). São necessários 4 elementos:
- capital: $;
- mão de obra: empregados;
- insumos: matéria prima;
- tecnologia: é o know how.
Exceções ao conceito de empresário:
- Art. 966, parágrafo único do CC: não será considerado empresário quem exercer
profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística, ainda que para tanto
atue com profissionalismo, fins lucrativos e de modo organizado.
Exemplo: médicos, advogados, arquitetos (profissões intelectuais que decorrem de uma
ciência).
Salvo se, no exercício da profissão for constituído elemento de empresa.
Elemento de empresa: pode se dizer que o elemento de empresa é caracterizado
quando o sujeito deixa de se dedicar preponderantemente ao exercício da profissão
intelectual para gerir a estrutura por ele organizada para o exercício da profissão
intelectual.
- Art. 971, do CC: não será considerado empresário quem exercer uma atividade rural e
não houver optado por sua inscrição na junta comercial.
Neste caso, não importa a forma, importa a inscrição na junta comercial (a natureza do
registro na junta comercial é constitutiva).
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode,
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer
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inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que,
depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a
registro.
Espécies de empresários:
2) Espécies de empresários:
- pessoa física: empresário individual.
- pessoa jurídica: de direito privado, sendo uma sociedade empresária (≠ sociedade
simples = não é considerada empresária).
2.1. Empresário Individual: empresário individual é a pessoa física que irá exercer
com profissionalismo uma atividade econômica organizada, ou seja, é a pessoa física
que explora uma empresa (empresa = atividade).
Portanto, de acordo com a teoria de empresa recepcionada pelo nosso Código Civil, a
palavra empresa é tomada em seu perfil funcional, ou seja, como sinônimo da atividade
econômica organizada, exercida com profissionalismo pelo empresário.
Requisitos para o empresário individual (art. 972, do CC): não se confunde com os
sócios da sociedade.
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da
capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
- capacidade civil: os absolutamente e relativamente incapazes não podem ser
empresários.
Exceção (art. 974 do CC): o incapaz pode se inscrever na junta comercial como
empresário individual, sendo necessária a autorização judicial, em duas hipóteses:
herança; ou incapacidade superveniente.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido,
continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor
de herança.
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das
circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la,
podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes
legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao
tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo
tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
- não estar impedido por lei: exemplos: os funcionários públicos; militares na ativa;
falidos não reabilitados; estrangeiros não residentes no Brasil; e os membros auxiliares
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do comércio (leiloeiros, tradutores públicos, trapicheiros – exercem funções
administrativas em armazéns).
Observação: é condição para que um membro auxiliar do comércio inicie a sua
atividade a sua previa matrícula na junta comercial.
Alienação de bens imóveis: o empresário casado independentemente do regime de
bens adotado é livre para alienar ou gravar de ônus real (exemplo: hipotecar) os bens
imóveis utilizados na exploração de sua empresa, sem que para tanto seja necessária a
anuência de seu cônjuge – art. 978 do CC.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer
que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou
gravá-los de ônus real.
2.2. Sociedade Empresária: é a pessoa jurídica de direito privado que irá explorar sua
atividade na forma própria de empresário (atuar com profissionalismo, exercer uma
atividade econômica com fins lucrativos de modo organizado) – art. 982, do CC.
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por
objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a
sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
Exceções (serão sociedades simples): não será considerada empresária (sociedade
empresária) a sociedade que mesmo atuando com profissionalismo e de modo
organizado:
a) exercer uma profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística, salvo se
constituído elemento de empresa – art. 966, parágrafo único.
b) exercer uma atividade rural e não tiver seus atos constitutivos (contrato ou estatuto
social) arquivados na junta comercial – art. 984, do CC.
c) adotar como tipo societário a cooperativa – art. 982, parágrafo único do CC.
Nos termos do art. 977, do CC, faculta-se aos cônjuges contratar sociedade entre si,
exceto se casados no regime de comunhão universal ou no regime de separação
obrigatória.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde
que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação
obrigatória.
Obrigações dos empresários:
3) Obrigações dos empresários:
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3.1. Registro (art. 967, do CC): o empresário está obrigado a se inscrever no registro
público de empresas mercantis (junta comercial) de sua respectiva sede antes de iniciar
a exploração de sua atividade.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Observação: a competência de atuação de uma junta comercial é limitada a
circunscrição territorial da unidade federativa em que ela se encontra localizada
(Estados e Distrito Federal).
A natureza do registro é, em regra, declaratória, pois não será a inscrição na junta que
tornará o sujeito empresário, mas sim a forma pela qual ele se predispõe a exercer a sua
atividade. Entretanto, sendo a atividade exercida rural, a natureza do registro será
constitutiva, pois só se submeterá ao regime jurídico do direito empresarial aquele que
optar por sua inscrição na junta comercial.
3.2. Escrituração: o empresário deverá manter regularmente escriturados os livros que
lhe são obrigatórios.
Exemplos: art. 100, da Lei das S/A – livro de registro de ações, livro de transferência de
ações; art. 19, da Lei de Duplicatas – livro de registro de duplicatas; Lei do Simples –
livro Caixa, livro inventário.
O Livro Diário: trata-se de livro contábil cuja escrituração mecanizada ou eletrônica é
exigida de todos os empresários e visa retratar as variações verificadas no patrimônio do
empresário em intervalo que não exceda há 30 dias.
Exceção: nos termos do art. 1.179, parágrafo 2, do CC, o pequeno empresário assim
definido em razão do seu baixo faturamento, conforme LC n. 123/ 06, está dispensado
deste dever.
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de
contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros,
em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço
patrimonial e o de resultado econômico.
§ 1º Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos
interessados.
§ 2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o
art. 970.
3.3. Balanço (art. 1.179, do CC): o empresário deverá levantar anualmente Balanço
Patrimonial e Balanço de Resultado Econômico (hoje, é a Demonstração de Resultado
Econômico).
- Balanço Patrimonial: bens, direitos e obrigações.
- Demonstração de Resultado Econômico (lucro ou prejuízo): despesas, custos e
receitas.
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Exceção: o pequeno empresário está dispensado em levantar os Balanços - art. 1.179,
parágrafo 2, do CC.
3.4. Sigilo dos livros empresariais: nenhuma autoridade, juiz, ou tribunal, sob
qualquer pretexto, poderá ordenar ou fazer diligência para verificar se o empresário
observa ou não, na escrituração de seus livros, as formalidades prescritas em lei.
Exceção1: ressalta-se, entretanto, que o juiz poderá autorizar a exibição integral dos
livros quando necessária para resolver questões relativas à sucessão, sociedade ou
comunhão, administração ou gestão por conta de outrem ou em caso de falência.
Exceção2: as autoridades fazendárias poderão no exercício da fiscalização do
pagamento de impostos exigirem, nos termos da lei, a exibição dos livros empresariais.
Estabelecimento empresarial:
4) Estabelecimento empresarial:
4.1. Conceito (art. 1.142, do CC): é um conjunto de bens corpóreos e incorpóreos
organizado pelo empresário para a exploração de sua empresa. Trata-se, portanto, de
uma universalidade de fato indispensável para a exploração da atividade pelo
empresário.
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para
exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
4.2. Alienação do estabelecimento empresarial:
Trespasse: é o contrato de alienação do estabelecimento empresarial. O objeto do
trespasse é o “estabelecimento” (≠ diferentemente da cessão de quotas, pois não há
mudança da titularidade do estabelecimento empresarial).
Formalidades do contrato de trespasse:
- deverá ser averbado na junta comercial (averbação do contrato de trespasse);
- deverá ser publicado na imprensa oficial.
Em regra, o empresário é livre para alienar o seu estabelecimento empresarial.
Todavia, se não lhe restarem outros bens que garantam a satisfação de todos os seus
credores, a eficácia da alienação dependerá do prévio pagamento destes ou da anuência
expressa ou tácita de todos os seus credores no prazo de até 30 dias a contar de suas
respectivas notificações.
No caso de os credores não se manifestarem, o art. 1.145, do CC admite a anuência de
forma tácita.
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a
eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores,
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ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua
notificação.
A manifestação contrária a alienação de apenas um dos credores veda a alienação.
A alienação irregular é ineficaz (não produz efeitos para os credores).
A alienação irregular do estabelecimento é um ato de falência (o juiz poderá decretar a
sua “quebra”) – art. 94, inciso III, alínea c, da lei de falências (Lei n. 11.101/ 05).
Sendo a alienação feita de forma regular → Sucessão.
Sucessão – art. 1.146, do CC:
O adquirente do estabelecimento empresarial é o responsável pelas dívidas que tenha
conhecimento (o alienante é solidariamente responsável). Em relação às dividas
tributárias e trabalhistas não importa se de conhecimento do adquirente.
O adquirente do estabelecimento empresarial responde por todas as dívidas relacionadas
ao negócio explorado, desde que devidamente contabilizadas (ressalvadas as dívidas de
natureza tributária ou trabalhista), permanecendo o alienante solidariamente responsável
pelo prazo de até 1 ano, a contar em relação às dívidas já vencidas da publicação do
trespasse; e em relação às demais (dívidas vincendas) da data de seus respectivos
vencimentos.
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos
anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o
devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos
créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
Concorrência:
Salvo autorização do adquirente, o alienante não poderá a ele fazer concorrência nos 5
anos subseqüentes à transferência.
Concorrência = atuar no mesmo mercado (leva em consideração a distância, poder
aquisitivo, etc).
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode
fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
Sociedades:
1) Classificação das sociedades:
As pessoas jurídicas podem ser divididas em:
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- Pessoas jurídicas de direito privado: regime jurídico de direito privado.
a) associações;
b) fundações;
c) sociedades: exploram atividade com fins lucrativos (empresário – direito
empresarial);
d) organizações religiosas;
e) partidos políticos.
- Pessoas jurídicas de direito público: regime jurídico de direito público.
As sociedades podem ser divididas em:
- Sociedades personificadas: possuem personalidade jurídica (sujeitos de direitos e
obrigações).
Titularidade obrigacional: significa ser sujeito de direitos e obrigações (implica em
poder contratar).
Titularidade processual: a sociedade poderá promover ações judiciais.
Titularidade patrimonial: significa ter patrimônio próprio (patrimônio autônomo: os
bens da sociedade não se confundem com os bens de seus sócios). Os sócios possuem o
direito ao benefício de ordem (ou seja, os sócios são executados de forma subsidiária à
sociedade).
Espécies de sociedades:
a) Sociedade empresária: atos arquivados na junta comercial. Acesso a recuperação de
empresas;
b) Sociedade simples.
Tipos ou formas societárias: determinar o grau de responsabilidade dos sócios.
a) nome coletivo (N/C): responsabilidade ilimitada;
b) comandita simples (C/S): responsabilidade limitada e ilimitada para alguns sócios.
c) comandita por ações (C/A): responsabilidade limitada e ilimitada para alguns sócios.
Sempre será uma sociedade empresária.
d) limitadas (LTDA): responsabilidade limitada.
e) anônimas (S/A): responsabilidade limitada. Sempre será uma sociedade empresária.
f) cooperativas: sempre será uma sociedade simples.
- Sociedades não personificadas:
a) em comum;
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b) em conta de participação.
2) Sociedades personificadas: são aquelas que possuem personalidade jurídica,
gozando desta forma de titularidade obrigacional (é sujeito de direitos e de obrigações,
ou seja, pode contratar), titularidade processual (pode demandar em juízo = legitimidade
para promover ações na justiça) e titularidade patrimonial (possui patrimônio próprio e
distinto do patrimônio de seus sócios).
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro
próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).
Os atos constitutivos deverão ser registrados e arquivados em órgão próprio e na forma
da lei.
Em razão da personificação, a sociedade adquire patrimônio autônomo que não se
confunde com os bens particulares de seus sócios. Portanto, os credores desta sociedade
deverão, em caso de inadimplência, buscar a satisfação de seus créditos nos bens que
integram o patrimônio da sociedade, não podendo, em regra, cobrar diretamente dos
sócios pelas dívidas da sociedade, uma vez que estes têm responsabilidade subsidiária,
ou seja, gozam do chamado “benefício de ordem”.
Entretanto, a autonomia patrimonial não é absoluta em nosso ordenamento jurídico,
razão pela qual, demonstrada em juízo a má utilização ou o uso abusivo do instituto da
personalidade jurídica por parte dos sócios da sociedade, poderá o juiz desconsiderar a
personalidade jurídica e permitir que os efeitos de certas e determinadas relações
obrigacionais atinjam diretamente os bens particulares dos sócios da sociedade.
Nos termos do art. 50 do CC, o abuso na utilização do instituto poderá ser caracterizado
pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Trata-se da teoria da
desconsideração da personalidade jurídica (teoria maior).
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte,
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Por fim, ressalta-se que certos credores, em razão de sua posição hipossuficiente frente
à sociedade com quem contratam terão a possibilidade de buscar a satisfação de seus
créditos diretamente nos bens particulares de seus sócios, em virtude de simples
inadimplência da sociedade.
Para tanto, será desconsiderada a personalidade jurídica pelo tribunal, mediante a
aplicação da teoria menor.
2.1) Espécies:
As sociedades personificadas serão classificadas quanto sua espécie tendo por critério
principal a forma pela qual explorarão a sua atividade.
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a) Sociedade empresária: é a espécie de sociedade personificada que irá explorar a sua
atividade na forma própria de “empresário” (art. 982 do CC), ou seja, com
profissionalismo e de modo organizado.
Exceções:
- não será empresária a sociedade que exercer profissão intelectual de natureza
científica, literária ou artística, salvo se constituído elemento de empresa.
- não será empresária a sociedade que exercer uma atividade rural e não houver optado
pela inscrição de seus atos constitutivos na junta comercial.
- não será empresária a sociedade que adotar como tipo societário a cooperativa.
A sociedade empresária para ser constituída deverá obrigatoriamente adotar um dos
tipos societários regulados pelo Código Civil, exceto a cooperativa.
b) Sociedade simples: é a espécie de sociedade personificada que irá explorar a sua
atividade de forma não empresarial, ou seja, sem profissionalismo ou de modo não
organizado.
A sociedade simples ao ser constituída poderá, ou seja, é facultado adotar um dos tipos
societários regulados pelo Código Civil, exceto sociedade por ações (comandita por
ações e sociedade anônima).
Caso a sociedade simples opte por não adotar nenhum tipo societário específico
(sociedade simples pura ou sociedade simples em simples) ela será regida pelas regras
que lhe são próprias (arts. 997 a 1.038, do CC) e que atribuem responsabilidade
ilimitada a seus sócios.
2.2) Tipos ou formas societárias:
As sociedades personificadas adotarão um tipo ou uma forma societária que determinará
as regras específicas a serem observadas pela sociedade, seja ela da espécie simples ou
empresária, tais como a extensão da responsabilidade dos sócios pelas dívidas sociais.
Sociedade em Nome Coletivo:
- Disciplina jurídica (legal): arts. 1.039 a 1.44, do CC.
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo,
respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios,
no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a
responsabilidade de cada um.
Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo e, no que
seja omisso, pelas do Capítulo antecedente.
Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no art. 997, a
firma social.
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Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso
da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.
Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a sociedade,
pretender a liquidação da quota do devedor.
Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:
I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente;
II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do
credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato dilatório.
Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas
enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da falência.
Na falta de regra específica, rege-se supletivamente pelas regras das sociedades simples.
- Características dos sócios: somente pessoas naturais.
- Responsabilidade dos sócios:
Quanto ao momento:
Responsabilidade direta;
Responsabilidade subsidiária: decorre da personalidade jurídica.
Quanto ao grau (decorre do tipo societário):
Responsabilidade limitada;
Responsabilidade ilimitada.
Quanto à solidariedade:
Responsabilidade solidária: para todas as demais sociedades.
Responsabilidade não solidária: somente acionista.
Sociedade em nome coletivo: responsabilidade subsidiária, ilimitada e solidária.
- Administração da sociedade:
A administração da sociedade somente será feita pelos sócios (privativamente pelos
sócios).
Observação: sempre que na sociedade o sócio responder de forma ilimitada a
administração é privativa dos sócios.
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- Nome empresarial:
Razão social (“firma”): é a espécie de nome empresarial formada exclusivamente pelo
nome civil de um ou mais sócios que participem da sociedade, acrescido do tipo
societário adotado.
Exemplo: Macedo e Costa LTDA.
Denominação: é a espécie de nome empresarial formada por qualquer expressão
lingüística acrescida da atividade exercida pela sociedade e do tipo societário adotado.
Exemplo: Couro Bom Indústria e Comércio de Sapatos LTDA.
Sociedade em nome coletivo: somente poderá adotar razão social.
Sociedade em Comandita Simples:
- Disciplina jurídica: arts. 1.045 a 1.51, do CC.
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias:
os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários.
Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em
nome coletivo, no que forem compatíveis com as deste Capítulo.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios
da sociedade em nome coletivo.
Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de
lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão,
nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio
comanditado.
Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para
negócio determinado e com poderes especiais.
Art. 1.048. Somente depois de averbada a modificação do contrato, produz efeito,
quanto a terceiros, a diminuição da quota do comanditário, em conseqüência de ter sido
reduzido o capital social, sempre sem prejuízo dos credores preexistentes.
Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-
fé e de acordo com o balanço.
Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode o
comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado aquele.
Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do
contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão quem os represente.
Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade:
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I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044;
II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das categorias de
sócio.
Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários nomearão
administrador provisório para praticar, durante o período referido no inciso II e sem
assumir a condição de sócio, os atos de administração.
Na falta de norma específica, reger-se supletivamente pelas regras da sociedade em
nome coletivo (art. 1.039 a 1.44, do CC).
- Característica dos sócios:
Duas categorias de sócios (marca da sociedade em comandita):
a) sócio comanditado: necessariamente pessoa física (natural), responsabilidade
subsidiária, ilimitada pelas dívidas da sociedade e de responsabilidade solidária.
b) sócio comanditário: poderá ser pessoa física ou jurídica. Responsabilidade
subsidiária, limitada e de responsabilidade solidária (não são acionistas!)
- Administração: privativa do sócio comanditado.
- Nome empresarial: apenas razão social, composto apenas pelo nome do sócio
comanditado. Caso o sócio comanditário tenha o seu nome utilizado na formação da
razão social ou venha a praticar atos de gestão pela sociedade, responderá
ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Sociedade em Comandita Por Ações:
- Disciplina legal: arts. 1.090 a 1.092, do CC.
Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações,
regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações
constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou denominação.
Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como
diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade.
§ 1º Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de
esgotados os bens sociais.
§ 2º Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de
tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem
no mínimo dois terços do capital social.
§ 3º O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas
obrigações sociais contraídas sob sua administração.
Art. 1.092. A assembléia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar o
objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o
capital social, criar debêntures, ou partes beneficiárias.
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Regência supletiva: a lei das sociedades anônimas (lei n. 6.404/76).
- Características dos sócios:
a) acionista diretor: pessoa física, com responsabilidade subsidiária, ilimitada e
solidária.
b) acionista: pessoa física ou jurídica, com responsabilidade subsidiária, limitada e não
solidária.
- Nome empresarial: razão social ou denominação.
Sociedade Limitada:
Disciplina jurídica: arts. 1.052 a 1.087, do CC.
1) Regência Supletiva: art. 1.053, do CC.
Em regra, pelas regras da sociedade simples. Porém, o contrato da sociedade limitada
(expressa disposição no contrato social) poderá estabelecer a lei das sociedades
anônimas para reger de forma supletiva.
Observação: a legislação veda contribuições que consistam em serviços – art. 1.055,
parágrafo 2, do CC.
2) Nome Empresarial: razão social ou denominação.
3) Capital Social: é o montante total de recursos a que os sócios se comprometem em
transferir do seu patrimônio pessoal para a formação do patrimônio da sociedade.
Subscrição é o ato pelo qual determinada pessoa se compromete em contribuir para a
formação do capital social, recebendo da sociedade em contrapartida participação
societária (quotas ou ações, dependendo do tipo de sociedade).
Integralização é o ato pelo qual o sócio cumpre com sua obrigação de contribuir para a
formação do capital social.
3.1) Formação: o capital de uma sociedade limitada poderá ser formado mediante
contribuições em dinheiro, bens ou créditos, sendo, entretanto, vedada contribuição que
consista em serviços – art. 1.055, parágrafo 2, do CC.
Não há qualquer previsão legal que exija a integralização de um percentual mínimo no
ato da constituição da sociedade, tampouco que fixe prazo máximo para esta
integralização.
Em se tratando de conferência de bens, não há qualquer previsão legal que exija a
nomeação de peritos ou empresa especializada para a elaboração de laudo de avaliação
do bem conferido, mas todos os sócios permanecerão solidariamente responsáveis pela
exata estimação atribuída ao bem durante o prazo de até 5 anos.
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3.2) Sócio Remisso (art. 1, 058, do CC): é aquele que não cumpre com os seus deveres
de sócio previstos em lei ou em contrato social. Verificada a sua mora, poderão os
demais sócios tomar suas cotas para si ou transferi-las a terceiros, hipótese em que o
remisso será expulso da sociedade.
3.3) Cessão de quotas (art. 1.057, do CC): é o ato pelo qual se formalizará a
transferência total ou parcial das quotas detidas por um determinado sócio a outro sócio
ou a terceiro não sócio.
Em regra, a cessão de quotas é livre (entre sócios ou terceiros).
A cessão de quotas entre sócios sempre será livre.
A cessão de quotas a terceiros é livre, desde que não haja oposição de sócio ou de sócios
titular ou titulares de mais de ¼ (25%) do capital social.
4) Administração:
Os poderes de gestão e representação de uma sociedade são privativos de seus
administradores.
Composição: no mínimo uma pessoa física, sócio ou não sócio, residente no país e
designado (eleito) no contrato social ou em ato em separado (ata de assembléia de
sócios).
Prazo de mandato: prazo indeterminado ou determinado.
Impedimentos: nos termos do art. 1.011, parágrafo 1, do CC, não poderá administrar
sociedades, além dos impedidos por lei especial (exemplo: funcionários públicos), os
condenados por crimes cuja pena vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos, tais como prevaricação, suborno, peculato, bem como, condenados por crime
falimentar, contra a ordem econômica, dentre outros, enquanto perdurarem os efeitos da
condenação.
5) Conselho Fiscal: trata-se de órgão facultativo nas sociedades limitadas, cuja
principal função é auxiliar os sócios na fiscalização dos administradores da sociedade.
- fiscaliza os administradores.
- facultativo nas sociedades limitadas.
Composição:
- formado por no mínimo 3 membros (pessoas físicas, sócios ou não sócios, residentes
no país e eleitos pela assembléia anual de sócios).
Impedimentos: art. 1.011, parágrafo 1, do CC.
Além dos impedidos, nos termos do art. 1.011, parágrafo 1, não poderá fazer parte do
Conselho Fiscal:
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- os administradores e empregados da sociedade.
- cônjuge ou parente até 3 grau do administrador da sociedade.
6) Exclusão por justa causa: art. 1.085, do CC.
Observação: dissolução total é a extinção da sociedade (rompimento dos vínculos).
- a exclusão por justa causa é a hipótese de dissolução parcial da sociedade limitada, de
forma extrajudicial (simples alteração do contrato).
- é necessário o preenchimento de 3 requisitos:
a) aprovação de sócio ou sócios detentores da maioria do capital social.
b) prática de ato de inegável gravidade.
c) expressa previsão no contrato social.
Observação: o sócio majoritário jamais poderá ser excluído por simples alteração
contratual (extrajudicialmente).
Sociedade Anônima (S/A) - Lei n. 6.404/76:
1) Considerações gerais:
- A sociedade anônima é uma sociedade por ações.
- A sociedade anônima (sociedade por ações) somente poderá ser adotada pelas
sociedades empresárias.
- A sociedade anônima tem como ato constitutivo um estatuto (sociedade institucional).
Sociedade Institucional = Estatuto Social.
- Espécies de sociedades anônimas:
a) companhia aberta: possuem qualquer valor mobiliário negociáveis no mercado de
capitais.
A ação é uma espécie de valor mobiliário = instrumento para adquirir recursos
negociáveis no mercado de valores mobiliários (exemplos de mercados de valores
mobiliários: a bolsa de valores; mercado de balcão organizado).
A companhia aberta, nos termos do art. 4, da LSA, é a espécie de sociedade anônima
que possui os seus valores mobiliários (exemplos: ações; debêntures; bônus de
subscrição; e commercial papers) ofertados ao público em geral no mercado de valores
mobiliários, também chamado de mercados de capitais, no qual a bolsa de valores e o
mercado de balcão são espécies.
Observação: as companhias abertas deverão ser registradas junto a CVM (Comissão de
Valores Mobiliários), submetendo-se a posterior fiscalização deste ente governamental.
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b) companhia fechada: é aquela que não possui os seus valores mobiliários admitidos
a negociações no mercado de capitais, razão pela qual, não estará registrada na CVM.
- A sociedade anônima somente adotará como nome empresarial a denominação.
2) Constituição:
Requisitos (art. 80, da LSA):
a) subscrição da totalidade das ações representativas do capital social por no mínimo 2
pessoas (princípio da pluralidade de sócios).
b) integralização, em dinheiro, de no mínimo 10% do preço de emissão das ações
subscritas.
c) depósito do valor da integralização no Banco do Brasil ou em qualquer banco
autorizado pela CVM.
Exceções:
a) sociedades unipessoais:
Exemplos:
- empresa pública;
- subsidiária integral: é sociedade unipessoal que tem todas as ações representativas de
seu capital detidas por um único acionista, pessoa jurídica sediada no Brasil – art. 251,
da LSA. Exemplo: a Transpetro (100% da Petrobrás).
b) em se tratando de instituições financeiras (bancos; corretoras e distribuidoras de
valores mobiliários), bem como seguradoras, será necessária a integralização de no
mínimo 50%.
3) Valores mobiliários:
Valores mobiliários são títulos emitidos pelas companhias para captação de recursos,
representando para aquele que o adquire um investimento.
Títulos (Características)
Ação:
- é uma espécie de valor mobiliário (captar recursos);
- emitidas por companhias abertas ou fechadas;
- com ou sem valor nominal fixado em seu estatuto;
- representa parcela do capital social da companhia emissora;
- conferindo ao seu titular direitos de sócio da companhia.
- espécie de ações (determinar a extensão dos direitos de sócio):
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a) ação ordinária: é uma ação que confere ao seu titular direitos comuns que, em regra,
são atribuídos aos sócios de qualquer sociedade, sem vantagens ou restrições.
b) ação preferencial: é aquela que irá atribuir ao seu titular vantagens (exemplo:
prioridade no recebimento de dividendos, fixo ou mínimo), ou restrições (exemplo:
supressão do direito de voto, ou restrições aos direitos comuns de sócios). Até o limite
de 50% das ações emitidas.
c) ação de fruição: é aquela emitida pela companhia em substituição as ações
ordinárias ou preferenciais que tiveram o seu valor amortizado.
- forma de ações (como se dará a transferência de ações): somente serão nominativas.
Quanto à forma, todas as ações de uma companhia serão sempre nominativas, uma vez
que, é vedado no Brasil a emissão de ações ao portador ou a emissão de ações
endossáveis.
Debênture:
- é uma espécie de valor mobiliário;
- emitida por companhias aberta e fechadas;
- emitidas com valor nominal;
- confere ao seu titular direito de crédito contra a companhia emissora, nos termos
estabelecidos na escritura de emissão e, se houver, no certificado de debêntures.
Parte Beneficiária:
- é uma espécie de valor mobiliário;
- emitidas somente por companhias fechadas;
- sem valor nominal;
- confere ao seu titular um direito de crédito eventual, consistente em uma participação
de até 10% nos lucros sociais.
Bônus de Subscrição:
- é uma espécie de valor mobiliário;
- emitida apenas por companhias de capital autorizado – art. 168, da LSA;
- confere ao seu titular um direito de preferência na subscrição de novas ações que
venha a ser emitidas pela companhia.
4) Companhia de capital autorizado:
- é a única que emite bônus de subscrição.
Aumento do capital da companhia: depende de reforma do estatuto social (competência
da assembléia geral).
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Aumento do capital da companhia de capital autorizado: não requer reforma estatutária.
A companhia de capital autorizado é aquela que possui em seu estatuto social uma
autorização para que o seu capital possa ser aumentado dentro de certos limites, sem
que para tanto seja necessário a reforma estatutária, conforme deliberação da assembléia
geral ou do conselho de administração.
5) Órgãos societários:
a) Assembléia Geral: acionistas.
=> Órgãos de administração: subordinados a Assembléia Geral.
b) Conselho de Administração:
=> (subordinado)
c) Diretoria: subordinado ao Conselho de Administração.
d) Conselho Fiscal: fiscaliza os órgãos de administração (conselho de administração e
diretoria).
Assembléia geral: trata-se de órgãos deliberativo supremo competente para decidir
sobre todo e qualquer assunto de interesse da companhia.
Competência privativa: nos termos do art. 122, da LSA, determinadas matérias só
poderão ser decididas pela assembléia geral, dentre as quais destacamos:
- reforma do estatuto social.
- eleição dos administradores e membros do conselho fiscal, bem como sua destituição a
qualquer tempo.
- prestação de contas dos administradores e demonstrações financeiras do exercício.
- operações societárias de fusão, incorporação, cisão e transformação da companhia,
bem como sua dissolução ou cessação do estado de liquidação.
Fusão: ocorre quando duas ou mais sociedades se unem, dando origem a uma nova
companhia. As companhias fundidas são extintas e são sucedidas com todos os seus
direitos e obrigações pela nova companhia.
Incorporação: ocorre quando uma determinada sociedade chamada incorporadora
absorve total ou parcialmente o patrimônio de uma ou mais sociedades, chamadas de
incorporadas. Sendo a incorporação total a incorporada será extinta, sendo sucedida em
todos os seus direitos e obrigações pela incorporadora.
Cisão total: a sociedade cindida será extinta, tendo o seu patrimônio totalmente vertido
para duas ou mais sociedades (são solidárias pelas dívidas da sociedade cindida).
Acarreta na extinção da sociedade cindida.
Cisão parcial: apenas uma parcela do patrimônio da sociedade é cindido.
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Transformação: é a simples alteração do tipo societário adotado.
Espécies de Assembléia:
a) ordinária (AGO): é aquela que será realizada anualmente, nos 4 primeiros meses
seguintes ao encerramento do exercício social, tendo por competência deliberar sobre:
- prestação de contas dos administradores e demonstrações financeiras do exercício;
- destinação dos lucros sociais; e
- eleição, se for o caso, dos administradores e membros do conselho fiscal.
O exercício social é o período de 12 meses, cuja data de encerramento deve ser fixada
pelo estatuto da companhia (não precisa coincidir com o ano fiscal). Porém,
excepcionalmente, uma companhia poderá ter exercício social menor que 12 meses,
tendo em vista o momento de constituição da companhia.
b) extraordinária (AGE): é aquela que será realizada a qualquer tempo, sendo
competente para deliberar sobre todo e qualquer assunto de interesse da companhia,
exceto as matérias de competência da AGO.
Nos termos do art. 131, da LSA, a diferença entre as espécies de assembléia é a matéria
e não o período de sua realização.
Órgãos de Administração:
a) Conselho de Administração: trata-se de órgão deliberativo, em regra, facultativo
para as companhias.
O Conselho de Administração é órgão obrigatório nas: Companhias Abertas; Capital
Autorizado; Economia Mista.
b) Diretoria: trata-se de órgão de administração obrigatório para todas as companhias
cujos membros terão poderes para executar todos os atos regulares de gestão pela
companhia, podendo representá-la perante terceiros.
Conselho Fiscal: trata-se de órgãos obrigatório em todas as companhias que poderá ou
não estar em funcionamento e tem por competência auxiliar os acionistas na fiscalização
dos administradores da sociedade.
Títulos de Crédito:
1) Classificação:
1.1) Circulação:
a) ao portador: é aquele que não possui expresso na cártula (títulos) o nome do
beneficiário do crédito, razão pela qual, qualquer pessoa que esteja portando o título
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será considerada seu legitimo possuidor. Portanto, os títulos ao portador circularão pela
simples tradição (entrega do título). Existe somente um exemplo: o cheque, sendo que a
partir de R$ 100,00, será nominativo.
b) nominativos: é aquele que possui expresso na cártula o nome do beneficiário do
crédito, acrescido da cláusula a ordem, hipótese em que circulará pelo endosso
(exemplo de endosso: assinatura no verso do título, quando especifica o nome é um
endosso em preto), ou da cláusula não a ordem, hipótese em que circulará pela cessão
de créditos.
Endosso: é o ato cambial pelo qual o credor (endossante) de um título nominativo a
ordem o transfere a terceiro (endossatário), vinculando-se ao seu pagamento como co-
obrigado (se o devedor principal não pagar, poderá ele, o endossante, for cobrado).
Efeitos do endosso:
- transfere o título e o respectivo crédito do endossante para o endossatário.
- vincula o endossante ao pagamento do título como co-obrigado (co-devedor).
O protesto do título por falta de pagamento dentro do prazo legal é ato indispensável /
necessário para que o endossatário, titular o crédito, possa exigir do endossante (co-
obrigado) o seu pagamento.
O endosso parcial no Brasil é vedado (considerado nulo).
Modalidades de endosso:
- em branco: é a modalidade de endosso no qual o endossatário não é identificado no
título.
Em regra, o endosso em branco se dá pela simples assinatura do endossante no verso da
cártula.
- em preto: é aquele em que o endossatário tem o seu nome expressamente identificado
pelo endossante no título. O endosso em preto poderá se dar no verso ou anverso do
título (face).
1.2) Hipóteses de emissão:
Exemplos de causas distintas:
- compra e venda;
- prestação de serviços;
- empréstimo;
- locação.
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Natureza não causal: não importa a causa que deu origem. Título não causal é aquele
que poderá ser emitido para documentar qualquer espécie de crédito, não importando a
causa que lhe tenha dado origem. Exemplos: cheque; e nota promissória.
Natureza causal: importa a causa que deu origem. Título causal é aquele que só poderá
ser emitido para documentar determinados créditos, cuja causa esteja prevista e seja
autorizada por lei.
Exemplos: duplicata de serviços (decorre de uma prestação de serviços); e duplicata
mercantil (decorre do contrato de compra e venda).
1.3) Estrutura:
- Ordem de pagamento:
Emitente = sacador;
Banco = sacado; e
Lojistas = tomador.
Exemplos: cheque; e duplicata.
Cheque:
Sacador ≠ Tomador ≠ Sacado (Banco).
Sacador = Tomador (pouco usual).
Sacador = Sacado (cheque administrativo).
Duplicata:
Sacador (é o vendedor que emite a duplicata).
Sacado (é o comprador que recebe a ordem para pagar a duplicata).
Tomador (é o vendedor).
Na duplicata, sempre: Sacador = Tomador.
Com o endosso, o crédito é transferido do endossante (tomador = credor originário) para
o endossatário (banco).
- Promessa de pagamento: Exemplo (único): nota promissória.
Emitente (promitente devedor = devedor principal) → (promessa de pagamento)
Tomador (é o credor).
Aceite: é o ato cambial pelo qual o sacado reconhece, ou seja, aceita a ordem de
pagamento que lhe foi dada pelo sacador, vinculando-se ao título como devedor
principal.
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O aceite, que deverá ser lançado pelo sacado no anverso do título, é um ato inerente as
ordens de pagamento, inexistindo, portanto, aceite em notas promissórias.
Na Letra de câmbio o aceite é um ato facultativo.
Na duplicata (presunção de vinculação do comprador) o aceite é um ato obrigatório.
No cheque, o aceite é um ato vedado.
a) letra de câmbio: na letra de câmbio, o aceite é um ato facultativo, pois o sacado
poderá recusar a ordem que lhe foi dada pelo sacador, desvinculando-se do pagamento
do título sem que para tanto lhe seja exigida qualquer justificativa.
Na recusa = não vinculação do sacado ao pagamento do título + vencimento antecipado
do título (tendo em vista o protesto por falta de aceite = o sacador é obrigado ao
pagamento).
b) duplicata: na duplicata, o aceite é um ato obrigatório, pois presumisse que o sacado
esteja vinculado ao pagamento do título, ainda que não tenha lançado expressamente o
seu aceite na duplicata.
Ação de cambial de cobrança (execução judicial) → na Duplicata com aceite (basta a
apresentação do título de crédito); ou na Duplicata sem aceite (além do título,
comprovante de entregadas mercadorias ou comprovante dos serviços prestados, e o
protesto por falta de pagamento).
Todavia, o sacado poderá recusar a ordem que lhe foi dada pelo sacador (vendedor das
mercadorias ou prestador dos serviços) se justificar as razões de sua recusa em uma das
hipóteses taxativamente previstas no art. 8 (duplicata mercantil) ou no art. 21 (duplicata
de prestação de serviços) da lei n. 5.474/68, a saber:
- não recebimento das mercadorias ou recebimento de mercadorias com avarias se
expedidas por conta e risco do vendedor.
- vícios, defeitos ou diferenças na quantidade ou na qualidade das mercadorias
entregues.
- divergências nos preços ou prazos pactuados.
c) cheque: nos termos do art. 6, da lei n. 7.357/85, é vedado o aceite no cheque, razão
pela qual, o banco sacado jamais poderá se vincular através do aceite ao cheque emitido
por seu correntista.
2) Aval: é garantia prestada em um título de crédito, ou seja, é o ato cambial pelo qual o
avalista garante obrigação assumida pelo avalizado em um título de crédito. Somente
existe em títulos de crédito.
≠
Fiança = é também uma garantia, porém é um contrato acessório (não existe fiança em
títulos de crédito).
Características do aval:
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- autonomia: o aval por ser um ato cambial é autônomo em relação à obrigação
avalizada, razão pela qual, eventuais vícios que acarretem na nulidade, anulabilidade ou
ineficácia da obrigação garantida não contaminarão o aval prestado, que permanecerá
plenamente válido e eficaz.
- equivalência: o avalista de uma obrigação cambial responde nas mesmas condições
que o devedor por ele avalizado, não havendo, portanto, entre eles, benefício de ordem.
Ação de Execução da Nota Promissória: contra o devedor principal (prazo de 3 anos
contados do vencimento do título); ou contra o co-devedor (prazo de 1 ano contados do
protesto); ou contra o avalista (equivalência do prazo do devedor principal ou co-
devedor).
Ação de Regresso da Nota Promissória: prazo de 6 meses contados do pagamento.
Aval parcial: nos termos do art. 897, parágrafo único do CC, é vedado o aval parcial.
No entanto, as regras sobre títulos de crédito constantes no CC só serão aplicadas
quando omissa a lei especial que discipline de forma especifica o título de crédito em
sua espécie.
Portanto, nos cheques, nas letras de câmbio, nas notas promissórias e nas duplicatas, o
aval parcial é plenamente válido e eficaz.
Anuência do cônjuge: sendo o avalista casado, exceto no regime de separação total
necessitará da anuência conjugal para que possa prestar o aval.
3) Cheque (lei n. 7.357/85):
Juros: é vedada a inserção no cheque de cláusula que estabeleça pagamento de juros –
art. 10 da lei dos cheques.
Aceite: é vedado o aceite do banco sacado em cheque emitido por seu correntista.
Aval: o pagamento do cheque poderá ser garantido no todo ou em parte por aval
prestado por terceiro exceto o banco sacado – art. 29 da lei dos cheques.
Prazo de apresentação: o prazo de apresentação é o período de 30 (cheques emitidos
na mesma praça) ou 60 (cheques emitidos em praças distintas) dias em que o credor
deverá apresentar o título para pagamento no banco sacado.
A perda do prazo de apresentação não acarretará na perda do direito de se apresentar o
título para pagamento do banco sacado, tampouco a perda do direito de se executar o
emitente caso o cheque seja devolvido, mas implicará na perda do direito de se cobrar
de eventuais co-devedores.
Falência – lei n. 11.101/05:
1) Conceito: falência é uma forma de execução concursal do empresário devedor que se
encontre juridicamente insolvente.
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- execução concursal;
- empresário devedor;
- insolvência jurídica (presunção de insolvência).
2) Pressupostos da falência:
2.1) qualidade do devedor - art. 1, da lei de falências: empresário devedor (pessoa
física – empresário individual; ou jurídica – sociedade empresária).
Exceções: empresários que não podem falir – art. 2:
- empresários absolutamente excluídos da falência- inciso I, do art. 2: empresas públicas
e sociedades de economia mista.
- empresários relativamente excluídos da falência (no primeiro momento não poderão
falir):
instituições financeiras (liquidação extrajudicial pelo Banco Central), seguradoras,
consórcios,
operadoras de planos privados de assistência à saúde.
2.2) insolvência jurídica:
a) impontualidade injustificada – art. 94, inciso I: o empresário devedor poderá ter a sua
falência decretada quando não pagar na data do vencimento, obrigação líquida superior
a 40 salários mínimos, representada em título executivo devidamente protestado.
Ressalta-se que a impontualidade deverá ser injustificada, ou seja, só falirá o empresário
que deixar de pagar sem que haja uma relevante razão de direito para tanto.
b) execução frustrada – art. 94, inciso II: o empresário devedor poderá ter a sua falência
decretada quando executado judicialmente por qualquer quantia não paga, não deposita,
nem são nomeados bens a penhora no prazo legal.
c) atos de falência – art. 94, inciso III: são os atos descritos na legislação.
2.3) sentença da falência: o empresário devedor terá como último pressuposto para que
se torne falido a sentença da falência.
Com a decretação da falência, o falido fica inabilitado para o exercício de qualquer
atividade empresarial, perde o direito de administrar os seus bens e sobre eles dispor,
além disso, sendo empresário pessoa jurídica, a falência será causa de sua dissolução.
3) Juízo falimentar (juízo universal):
Com a decretação da falência todas as ações que envolvam bens ou interesses da massa
falida serão atraídas para o juízo falimentar – juízo universal, exceto:
- reclamações trabalhistas.
- execuções fiscais.
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- ações em que a massa falida seja autora ou litisconsorte ativo.
4) Ordem de pagamento:
Arrecadação de bens → venda dos bens (leilão, propostas fechadas ou pregão) → $
realização do pagamento aos credores.
Créditos concursais:
a) créditos trabalhistas limitados a 150 salários mínimos por empregados; e créditos
decorrentes de acidentes de trabalho (créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão
pagos como créditos quirografários).
b) créditos com garantia real (até o limite do valor do bem gravado).
c) créditos tributários.
d) créditos com privilégio especial (exemplo: promitente comprador de unidade
condominial).
e) créditos com privilegio geral.
f) créditos quirografários (créditos trabalhistas que excedam 150 salários mínimos).
g) multas contratuais e decorrentes de infrações legais.
h) créditos subordinados.
5) Reabilitação do falido: a reabilitação consiste na extinção de todas as obrigações
decorrentes da falência e será verificada nas seguintes hipóteses:
- pagamento de todos os credores.
- pagamento, após a realização de todo o seu ativo, de mais da metade dos credores
quirografários, sendo facultado ao falido o depósito complementar da quantia necessária
para o alcance deste percentual.
- decurso do prazo de 5 anos a contar do encerramento da falência, se não houve
condenação por crime falimentar.
- decurso do prazo de 10 anos se houve condenação por crime falimentar.
Recuperação de empresas:
Recuperação de empresas é o benefício concedido pela lei n. 11.101/05 em substituição
à concordata que tem por finalidade auxiliar o empresário devedor a superar o momento
de crise econômico-financeira pela qual atravessa.
Requisitos – art. 48:
- ser empresário regular a mais de 2 anos.
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- não ser falido (se o foi no passado, o reabilitado).
- não ter sido nem ter administrador que tenha sido condenado por crime falimentar.
- não ter se beneficiado pela concessão de sua recuperação judicial nos últimos 5 anos,
ou nos últimos 8 anos se beneficiado por recuperação com base em plano especial para
micro empresas e empresas de pequeno porte.
Os créditos tributários não se submetem aos efeitos da recuperação (quer judicial, quer
extrajudicial).