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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E BIBLIOTECONOMIA Curso de Biblioteconomia Disciplina: Introdução à Linguística Docente: Ms. André Marques do Nascimento Aluna: Carla L. Ferreira ATIVIDADE DE PESQUISA “SAUSSURE E SUA CONCEPÇÃO DE SIGNO LINGUISTICO” Resumo (Extrato) do texto SAUSSURE, Ferdinand. Curso de lingüística geral. 28ª ed. São Paulo: Cultrix, 2000. p. 79-93. O signo lingüístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica. Esta não é o som material, coisa puramente física, mas a impressão (empreinte) psíquica desse som, a representação que dele nos dá o testemunho dos nossos sentidos; tal imagem é sensorial, e, se chegamos a chamá-la “material”, é somente neste sentido, e por oposição ao outro termo de associação, o conceito, geralmente mais abstrato. O caráter psíquico de nossas imagens acústicas aparece claramente quando observamos nossa própria imagem. O signo lingüístico é, pois, uma entidade psíquica de duas faces. Chamamos signo a combinação do conceito e da imagem acústica: mas, no uso corrente, esse termo designa geralmente a imagem acústica apenas. A idéia da parte sensorial implica a do total. O signo lingüístico exibe duas características primordiais: a arbitrariedade do signo e o caráter linear do significante. Na arbitrariedade do signo, a idéia de “mar” não está ligada por relação alguma interior à seqüência de sons m-a-r que lhe serve de significante; poderia ser representada igualmente bem por outra seqüência. Esse princípio domina toda a lingüística da língua; suas conseqüências são inúmeras. Utilizou-se a palavra símbolo para designar o signo lingüístico ou, mais exatamente, o que chamamos de significante. Este tem como característica não ser jamais completamente arbitrário; ele não está vazio, existe um rudimento de vínculo natural entre o significante e o significado. Com arbitrário, quer-se dizer que o significante é imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com o qual não tem nenhum laço natural na realidade. No segundo princípio, o da linearidade do significante, todo o mecanismo da língua depende dele, e é demasiadamente simples, todavia, fundamental e suas conseqüências são incalculáveis. Seus elementos se apresentam um após o outro, sendo que houve uma escolha de qual elemento usar, e eles terão de ser coerentemente justapostos de forma linear. Esse

SAUSSURE E SUA CONCEPÇÃO DE SIGNO LINGUISTICO

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Trabalho da disciplina de Introdução à linguistica. 2009. Resumo e Pesquisa. Referência: SAUSSURE, Ferdinand. Curso de lingüística geral. 28ª ed. São Paulo: Cultrix, 2000. p. 79-93.

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Page 1: SAUSSURE E SUA CONCEPÇÃO DE SIGNO LINGUISTICO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E BIBLIOTECONOMIA

Curso de Biblioteconomia

Disciplina: Introdução à Linguística

Docente: Ms. André Marques do Nascimento

Aluna: Carla L. Ferreira

ATIVIDADE DE PESQUISA

“SAUSSURE E SUA CONCEPÇÃO DE SIGNO LINGUISTICO”

Resumo (Extrato) do texto

SAUSSURE, Ferdinand. Curso de lingüística geral. 28ª ed. São Paulo: Cultrix,

2000. p. 79-93.

O signo lingüístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem

acústica. Esta não é o som material, coisa puramente física, mas a impressão (empreinte)

psíquica desse som, a representação que dele nos dá o testemunho dos nossos sentidos; tal

imagem é sensorial, e, se chegamos a chamá-la “material”, é somente neste sentido, e por

oposição ao outro termo de associação, o conceito, geralmente mais abstrato. O caráter

psíquico de nossas imagens acústicas aparece claramente quando observamos nossa própria

imagem.

O signo lingüístico é, pois, uma entidade psíquica de duas faces. Chamamos signo a

combinação do conceito e da imagem acústica: mas, no uso corrente, esse termo designa

geralmente a imagem acústica apenas. A idéia da parte sensorial implica a do total. O signo

lingüístico exibe duas características primordiais: a arbitrariedade do signo e o caráter

linear do significante. Na arbitrariedade do signo, a idéia de “mar” não está ligada por

relação alguma interior à seqüência de sons m-a-r que lhe serve de significante; poderia ser

representada igualmente bem por outra seqüência. Esse princípio domina toda a lingüística da

língua; suas conseqüências são inúmeras. Utilizou-se a palavra símbolo para designar o signo

lingüístico ou, mais exatamente, o que chamamos de significante. Este tem como

característica não ser jamais completamente arbitrário; ele não está vazio, existe um

rudimento de vínculo natural entre o significante e o significado. Com arbitrário, quer-se

dizer que o significante é imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com o qual

não tem nenhum laço natural na realidade.

No segundo princípio, o da linearidade do significante, todo o mecanismo da língua

depende dele, e é demasiadamente simples, todavia, fundamental e suas conseqüências são

incalculáveis. Seus elementos se apresentam um após o outro, sendo que houve uma escolha

de qual elemento usar, e eles terão de ser coerentemente justapostos de forma linear. Esse

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caráter aparece imediatamente quando os representamos pela escrita e substituímos a sucessão

do tempo pela linha espacial dos signos gráficos.

IMUTABILIDADE E MUTABILIDADE DO SIGNO

IMUTABILIDADE

Como se transmitem as instituições? Eis a questão mais geral, que engloba a da

imutabilidade. A massa não tem poder sobre a escolha do significante, sendo, pois imposto

pela sociedade, a massa ainda que fosse mais consciente do que é, não poderia discutir. Um

sistema de quarenta letras pode, a rigor, ser substituído por outro. O mesmo poderia suceder à

língua se ela encerrasse um número limitado de elementos; mas os signos lingüísticos são

inumeráveis. Uma língua constitui um sistema complexo. A língua forma um todo com a vida

da massa social e esta, sendo naturalmente inerte, aparece antes de tudo como um fator de

conservação. Se a língua tem um caráter de fixidez, não é somente porque está ligada ao peso

da coletividade, mas também porque está situada no tempo. Ambos os fatos são inseparáveis.

MUTABILIDADE

Uma língua é radicalmente incapaz de se defender dos fatores que deslocam, de minuto

a minuto, a relação entre o significado e o significante. É uma das conseqüências da

arbitrariedade do signo. Não está limitada por nada na escolha de seus meios, pois não se

concebe o que nos impediria de associar uma idéia qualquer com uma seqüência qualquer de

sons.

A língua é para nós a linguagem menos a fala. É o conjunto dos hábitos lingüísticos que

permitem a uma pessoa compreender e fazer-se compreender. Em nenhum momento, e

contrariamente à aparência, a língua existe fora do fato social, visto ser um fenômeno

semiológico. Sua natureza social é um dos seus caracteres internos; sua definição completa

nos coloca diante de duas coisas inseparáveis, a língua e a massa falante.

Biografia do autor, como fonte para a pesquisa no site (Obs. A biografia foi

sintetizada em cronograma por datas):

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u267.jhtm

26/11/1857, Genebra, Suíça – Nascimento

1875- Estudou física e química na Universidade de Genebra

1877- aos 21 anos publicou o livro "Memória sobre as Vogais Indo-Européias"

1890- defendeu sua tese de doutorado, "Sobre o Emprego do Genitivo Absoluto em

Sânscrito"

1881- assumiu a cátedra de lingüística comparada na Escola de Altos Estudos de Paris

Page 3: SAUSSURE E SUA CONCEPÇÃO DE SIGNO LINGUISTICO

1886- tornou-se membro da Sociedade Lingüística de Paris

1887- foi para Leipzig, na Alemanha, completar seus estudos

1891- transfere para a Universidade de Genebra, lecionando lingüística indo-européia e

sânscrito até 1906

A partir de 1906- passou a professor titular de lingüística

1913- Falecimento

1915- foi publicado o "Curso de Lingüística Geral", considerado a obra fundadora da

lingüística moderna, organizado pelos seus discípulos Charles Bally e Albert Sechehaye.

Saussure foi professor na Universidade de Genebra até sua morte, aos 55 anos