30
Semântica Lexical Capacitação em Língua Portuguesa para Operadores com Textos – Nível essencial Unidade 1

Semântica pt 1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

www.capte.pro.br

Citation preview

Page 1: Semântica pt 1

Semântica Lexical

Capacitação em Língua Portuguesa para Operadores com Textos – Nível

essencialUnidade 1

Page 2: Semântica pt 1

SemânticaSemântica O estudo das significações das palavras

é um assunto na língua portuguesa exclusivo da Semântica.

Significação: representação mental relacionada a uma forma linguística, um sinal, um conjunto de sinais, um fato, um gesto etc.; aquilo que um signo quer dizer; acepção, sentido, significado (virtual).

Sentido: cada um dos significados de uma palavra ou locução; acepção com que está sendo empregada na frase ou texto (atual).

Page 3: Semântica pt 1

Sema: Sema: unidade mínima da significação

Page 4: Semântica pt 1

LéxicoLéxico é o conjunto de palavras usadas em uma

língua ou em um texto. Quanto à língua, não existe um falante que domine por completo seu léxico, pois o idioma é vivo e vocábulos vão desaparecendo, enquanto novos surgem. Quanto ao texto, o léxico corresponde às palavras utilizadas na escrita do mesmo.

Page 5: Semântica pt 1

Campo lexicalCampo lexical (conceitos)

campo lexical é formado pelas palavras que derivam de um mesmo radical. Assim, o campo lexical ou a família da palavra “pedra”, seria: apedrejar, pedregulho, pedraria, pedreira, pedrinha, entre outros.

Page 6: Semântica pt 1

Campo lexicalCampo lexical (exemplos)

Compreende ainda as palavras que pertencem à mesma área de conhecimento:

a) Escola: professor, caderno, aula, livro, apostila, material escolar, diretor, etc.

c) Informática: web, pen drive, software, hardware, programas, gigabite, memória RAM, etc.

d) Linguagem bíblica: mandamentos, Jesus, Novo Testamento, Apocalipse, Céus, Inferno, discípulos, etc.

Page 7: Semântica pt 1

Campo semântico Campo semântico (conceito)

campo semântico é o conjunto dos significados, dos conceitos, que uma palavra possui. Um mesmo termo tem ou pode ter vários sentidos, os quais são escolhidos de acordo com o contexto abordado.

Page 8: Semântica pt 1

Campo semânticoCampo semântico(exemplos)

Assim, são exemplos de campos semânticos:

a) levar: transportar, carregar, retirar, guiar, transmitir, passar, receber.

b) natureza: seres que constituem o universo, temperamento, espécie, qualidade.

c) nota: anotação, breve comunicação escrita, comunicação escrita e oficial do governo, cédula, som musical, atenção.

d) breve: de pouca duração, ligeiro, resumido.

Page 9: Semântica pt 1
Page 10: Semântica pt 1

Propriedades semânticas No que diz respeito ao aspecto semântico

da língua, podem-se destacar três propriedades:

Sinonímia Antonímia Polissemia

Page 11: Semântica pt 1

SinonímiaSinonímia divisão da Semântica que estuda os

sinônimos, ou seja as palavras que têm significação semelhante.

A garota renunciou veementemente ao pedido para que engolisse o alimento.

A menina recusou energeticamente a solicitação para que se alimentasse.

A mocinha rejeitou impetuosamente ao apelo para que comesse.

Page 12: Semântica pt 1

SinonímiaSinonímiasinonímia é a relação das

palavras que possuem

significados comuns, e o

sentidosentido é determinado pelo

contexto linguísticocontexto linguístico.

Page 13: Semântica pt 1

AntonímiaAntonímia A garota renunciou veementemente ao

pedido para que engolisse o medicamento.

A senhora aceitou passivamente o apelo

para que cuspisse o remédio.

Page 14: Semântica pt 1

AntônimosAntônimosAssim, quando opto por uma palavra

opto também pelo seu significado

que de alguma forma remete a outro

sentido, em oposição.

Page 15: Semântica pt 1

ConceituaçõesConceituações “Sinônimos são palavras de sentidos aproximados

que podem ser substituídas uma pela outra em diferentes contextos”. Na linguagem cotidiana, as palavras furto e roubo, por exemplo, significam a mesma coisa; em linguagem jurídica, porém, roubo se aplica à situação em que a vítima também sofre algum tipo de violência. “Antônimos são palavras de sentido contrário entre si. Tão difícil como existir um par perfeito de sinônimos, é haver um par perfeito de antônimos.”

Page 16: Semântica pt 1

“Um objeto velho, por exemplo, pode ser o oposto de um objeto novo. Porém, dizer que um objeto é menos velho, em certos casos, pode ser equivalente a dizer que ele é mais novo, o que torna a antonímia relativa entre novo e velho.”

Antônimos e sinônimosAntônimos e sinônimos

Page 17: Semântica pt 1

Hipônimos e hiperônimosHipônimos e hiperônimos “Hipônimos e hiperônimos são palavras

pertencentes a um mesmo campo semântico, sendo o hipônimo uma palavra de sentido mais específico e o hiperônimo uma palavra de sentido mais genérico.”

“Comprou um computador, um monitor, um teclado e uma impressora para o escritório, pois, sem esse equipamento, não conseguiria dar conta do trabalho.”

No caso, dizemos que o computador, monitor, impressora e teclado são hipônimos de equipamento. Equipamento, por sua vez, é um hiperônimo das outras palavras.

Page 18: Semântica pt 1

HumorHumor

expressão irônica e

engenhosamente elaborada da

realidade

Page 19: Semântica pt 1

Relação das palavras no Relação das palavras no campo semânticocampo semântico Principalmente na construção de textos, é

fundamental perceber que se relacionam as palavras de sentido genérico com as de sentido restrito. Esse recurso evita que se repitam demasiadamente as palavras.

Exemplos: fruta é hiperônimo de maçã, banana, laranja, abacate etc.;

Homem, mulher, criança, adolescente é hipônimo de ser humano.

Page 20: Semântica pt 1
Page 21: Semântica pt 1

Observação: A hiperonímia tal qual a hiponímia, como uma

relação de sentido que se estabelece entre unidades lexicais, aplica-se tanto aos termos que não têm referência como também aos que têm referência.

Embora um termo hiperônimo não implique, em geral, o seu hipônimo, ocorre frequentemente que o contexto situacional ou a modificação sintagmática do termo hiperônimo o determinará no sentido de um de seus hipônimos. Essa é a origem da sinonímia dependente do contexto.

Page 22: Semântica pt 1

Semas e sentidoSemas e sentido A quantidade de semas é inversamente proporcional à

extensão do sentido da palavra. Ou seja, quanto maior o número de semas, menor será a extensão do sentido. Isto significa que o sentido será cada vez mais claro, mais

específico.

Page 23: Semântica pt 1

Sinônimos perfeitos?Sinônimos perfeitos? No entanto, não existem sinônimos não existem sinônimos

perfeitosperfeitos, porque eles não são intercambiáveis em todos os contextos. Isto significa que no discurso, o enunciador pode tornar sinônimas palavras ou expressões que em outro contexto não o são.

Exemplos: excitação altista dos preços em vez de inflação; desaquecimento da economia em lugar de recessão.

Page 24: Semântica pt 1

Semântica lexical Semântica lexical “sintática”“sintática”

A semântica lexical sugere que verbos como começar e gostar selecionam semanticamente complementos que denotam uma atividade ou um evento. Quando nenhuma atividade ou evento é especificado na forma de um complemento progressivo ou infinitivo, como em João começou o livro, é dito que o verbo força o objeto direto a mudar seu papel de entidade para uma atividade que o verbo começar requer como complemento (como, por exemplo, a escrever, ou a ler).

Page 25: Semântica pt 1

Semântica e sintaxeSemântica e sintaxe A sentença, então, por não especificar nem uma

atividade, nem um evento, força o verbo a selecionar, de seu complemento a carta, um propósito ou função, alterando o tipo do complemento para uma atividade.

A passagem de A secretária começou a carta. para A secretária começou a ler a carta. ou A secretária começou a escrever a carta ou até a A secretária começou a rasgar / esconder a carta vai depender do contexto em que a sentença está inserida, o que pouco afeta a interpretação da mesma.

Page 26: Semântica pt 1

ResumindoResumindo O léxico - a representação interna de

um estímulo - depende, em primeiro lugar, da natureza do estímulo; em segundo, da natureza do sistema representacional e, em terceiro lugar, das demandas da situação. Eis o porquê de as variações linguísticas não poderem ser estudadas descontextualizadas.

Page 27: Semântica pt 1

Uma teoria que admita representações mentais, mas que rejeite estruturas combinatórias, carece de uma explicação para a diferença entre o pensamento João ama Maria e Maria ama João. Um agente cognitivo normal tem pensamentos intrinsecamente conectados uns aos outros. Suponha-se um pensamento que envolve uma representação mental desconectada a uma estrutura combinatória. Como essa semântica lexical daria conta da diferença entre João ama Maria, que poderia significar, também, Maria ama João e o caso de Pedro ama pizza?

Page 28: Semântica pt 1

Léxico e dicionárioLéxico e dicionário As definições nada mais são que descrições

simples do significado dos diversos itens lexicais. O problema das definições (presentes em dicionários) é que a maioria dos conceitos não pode ser definida sem abarcar também os problemas ontológicos. Ontologia é o estudo do que existe. É um inventário do que existe. Um compromisso ontológico é um compromisso com a afirmação da existência de algo. Se um item lexical precisa ser definido, pressupõe-se que são necessários outros conceitos para caracterizá-lo, criando uma circularidade semântica que envolve todos as definições de todos os itens lexicais.

Page 29: Semântica pt 1

Sintetizando:Sintetizando:

O significado de uma sentença não é dado apenas pela soma do conteúdo de suas partes, mas pela soma do conteúdo de suas partes mais a estrutura que a carrega.

Page 30: Semântica pt 1

BibliografiaBibliografia

Bibliografia:Bibliografia:BRAUNER, Gustavo. Sobre a Semântica Lexical: Jerry Fodor

versus Pustejovsky. In:http://www.pucrs.br/edipucrs/online/vsemanaletras/Artigos%20e

%20Notas_PDF/Gustavo%20Brauner.pdf CEREJA, W. R. e MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens.

São Paulo: Ática, 2004.FODOR, J. The language of thought. New York: Crowell, 1975.FODOR, J. Psychosemantics. Cambridge: MIT, 1987.LOPES, I. C. e PIETROFORTE, A. V. S. A semântica lexical. In:

FIORIN, J. L. (org.). Introdução à linguística II: princípios de análise. São Paulo: Contexto, 2004, p. 111-135.

PUSTEJOVSKY, J. The generative lexicon. Cambridge: The MIT, 1995.

http://www.filologia.org.br/xiiicnlf/03/03.pdf