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Seminário de Seguros de RC: Conceitos e as Coberturas Securitárias de Conformidade com as Novas Exigências e Interesses da Sociedade Brasileira

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Palestra ministrada por Walter Polido, Polido e Carvalho Consultoria em Seguros e Resseguros Ltda., no Seminário de Seguros de Responsabilidade Civil realizado dia 26 de agosto de 2014, em São Paulo

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Seguros de Responsabilidade Civil

Contemporâneos: Conceitos e as

Coberturas Securitárias de

Conformidade com as Novas

Exigências e Interesses da

Sociedade Brasileira

Palestrante: Walter Polido

São Paulo, 26 de agosto de 2014

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Ementa

Os temas tratados nas palestras precedentes: nanotecnologia; ogm;

resíduos sólidos; poluição pela prospecção de petróleo; clinical

trials. Temas que faltaram: campos eletromagnéticos; sílica;

radioisótopos; interrupção e falha de suprimento de serviços e/ou

utilidades; concausas em sinistros ambientais; etc.

As ondas da responsabilidade civil

Novos conceitos ou novos significados para Perdas e Danos

A evolução dos seguros RC no Brasil: o que estamos fazendo e o que

é preciso mudar?

Procedimentos: mercado atrasado vs. mercado moderno

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As ondas da responsabilidade civil

• Louis Josserand > França, século XIX >>> RC Objetiva

• Ondas: ora focada na “culpa”; no “fato”, na “consequência”, na “pessoa da

vítima”

• RC pressuposta >>> dignidade da pessoa humana (Giselda Hironaka)

• No medo do homem (Roger Silva Aguiar > RC: a culpa, o risco e o medo) >>>

compreender mais para temer menos

• “O medo que faz parte da responsabilidade não é aquele que nos aconselha a não

agir, mas aquele que nos convida a agir”. Hans Jonas (O princípio responsabilidade:

ensaio de uma ética para a civilização tecnológica)

• Ulrich Beck >>> a sociedade de risco, rumo a uma outra modernidade. “A despeito

de um passado vigente, tornar visível o futuro que já se anuncia no presente”. “Ao

ocuparem-se com riscos civilizacionais, as ciências sempre acabaram por abandonar

sua base de lógica experimental, contraindo um casamento polígamo com a

economia, a política e a ética – ou mais precisamente: elas convivem numa espécie

de “concubinato não declarado”.

• Seguro de RC >>> necessidade social

• Globalização e seus efeitos nocivos e benignos

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A base jurídica atual (mínima)

• Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar

dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

• Art. 787. No seguro de responsabilidade civil, o segurador garante o pagamento de perdas e danos

devidos pelo segurado a terceiro.

• Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, é obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos

especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano

implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Reflexos > Comportamento do Mercado Segurador Nacional :

O CC/1916 sequer mencionava Danos Morais

O Mercado continua seccionando Danos Morais (exclui – cobertura acessória – sublimita -

sobretaxa). Idem para Danos Estéticos

Apólice de reembolso > não oferece garantia absoluta de indenidade ao segurado

Perdas e danos > ampliação dos conceitos. Danos corporais e materiais + Perdas Financeiras

(art. 402, CC/2002)

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Novos conceitos para Danos

Conceito atual Danos Corporais (Pessoais) > lesão física, doença ou morte +

perdas financeiras diretamente decorrentes

Novos Direitos?

Direitos da Personalidade > arts. 11 ao 21 do CC/2002 (nome; imagem; fama,

vida privada)

Danos estéticos (efeito patrimonial > arts. 949 e 950, CC/2002 e

extrapatrimonial > Súmula 387 do STJ)

Perda de Chance ou de Oportunidade

Dano Existencial; Dano Sexual; Prejuízo Juvenil

Prejuízo do Lazer; Perda de Tempo do consumidor

Expectativa criada no consumidor enseja responsabilidade civil uma vez

frustrada

Danos Materiais > danos a bens tangíveis + perdas financeiras diretamente

decorrentes. Suficiente para os dias atuais?

E o Mercado Segurador Nacional, como tem procedido?

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Responsabilidade do Corretor de Seguros neste contexto

• CC/2002 – art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com

diligência e prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as

informações sobre o andamento do negócio. Parágrafo único. Sob

pena de responder por perdas e danos, o corretor prestará ao cliente

todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do risco do

negócio, das alterações de valores e de outros fatores que possam

influir nos resultados da incumbência. (redação dada pela Lei n.º

12.236/2010)

• Responsabilidade do Segurado

• Responsabilidade da Seguradora

• Responsabilidade do Órgão Regulador do sistema

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A evolução dos seguros RC no Brasil: o que é preciso

mudar?

Clausulados e a estrutura (Modelo ultrapassado: CG + CE + CP versus Modelo moderno: CG +

CP) > Vantagens da mudança: transparência e clareza; organização; localização facilitada;

objetividade. O Segurado é o maior beneficiado >>>>> próximo slide

Cada Seguradora elabora o seu próprio clausulado. Este é o padrão internacional. Compete ao

Judiciário punir eventuais abusos. A homologação ou a imposição de clausulados pelo Órgão

Regulador não libera a discussão judicial da abusividade de cláusulas contrárias aos interesses do

consumidor (REsp 229078/SP, STJ). Quando o Estado padroniza, de fato ele prejudica os

consumidores, ao invés de protegê-lo >>>> vários exemplos no Brasil (ogm; terrorismo; bug

do milênio; tabela de prazo curto; LMG com valor inferior à soma dos LMI’s isolados; apólice

de reembolso; estrutura anacrônica das bases contratuais; etc.; etc. ...)

Massificar somente aquilo que pode ser massificado. Há segmentos que não podem ser

parametrizados numa planilha de computador e nem tampouco vendidos no balcão do banco por

profissional não especializado no segmento

UNDERWRITING ESPECIALIZADO >>> Chave para a modernização do Mercado Brasileiro!

Escalada dos sinistros: em frequência e em valores. Coberturas mais amplas = maior número

potencial de reclamações de sinistros amparados pelo seguro RC, mas com o consequente

incremento do interesse pela contratação. Cenário já encontrado em outros mercados neste

segmento. Não é novidade para as Seguradoras estrangeiras aqui instaladas, portanto

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Produto Padronizado vs Clausulado “all risks”

COBERTURAS: Operações Comerciais e/ou Industriais; Poluição Súbita e acidental; Existência, uso e conservação de

imóveis, móveis e instalações; Carga e Descarga em locais de Terceiros; Incêndio e explosão com danos a terceiros; Obras de

manutenção dos imóveis e/ou instalações, até o valor de 10% do LMI da apólice; Equipamentos móveis nas adjacências dos

locais segurados; Participação em feiras e exposições no Brasil e Exterior (convenção especial); Danos pelo transporte de

mercadorias; Demonstrações de produtos em locais de terceiros; Eventos programados pelo Segurado inerentes à sua

atividade; Atuação do serviço contra incêndio; Atuação do serviço de segurança próprio ou terceirizado; Comestíveis e bebidas

não alcoólicas fornecidos nos restaurantes da empresa; Instalação, montagem, manutenção e assistência técnica durante a

execução desses serviços em locais de terceiros e relativos aos produtos distribuídos - próprio Segurado e Contratados;

Guarda ou custódia de bens pessoais de empregados, estagiários, bolsistas e visitantes; Guarda de veículos de terceiros,

empregados, bolsistas e estagiários; ambulatórios médicos e odontológicos existentes nas dependências seguradas;

Contingentes Veículos Terrestres; Veículos alugados para o transporte de empregados, bolsistas e estagiários; RC Subsidiária

pelo Transporte de mercadorias de propriedade do Segurado por Terceiros, inclusive poluição súbita; Morte e invalidez de

empregados, prepostos, bolsistas e estagiários (RC Empregador); Visitas temporárias ao Exterior, a serviço, de diretores e

empregados (convenção especial); Condenações por Tribunais Estrangeiros, para exposições de riscos no exterior; Coberturas

para Danos Morais concedida automaticamente e juntamente com danos pessoais e danos materiais; Coberturas para perdas

financeiras diretas e indiretas em relação a todos os riscos cobertos pela apólice; Despesas com a Defesa do Segurado; RC

Produtos e Operações Completadas, sendo: produtos fabricados, vendidos ou distribuídos direta ou indiretamente; Erro de

projeto de produtos – TN e Exterior; Instalações e montagens de produtos distribuídos, depois da entrega (operação

completada); Manutenção e assistência técnica depois da entrega – 0peração completada; Cobertura para inadequação do

produto e do trabalho prestado – desde que cause dano físico a outro bem; Danos Morais de forma automática; Extensão de

cobertura a países estrangeiros com foro estrangeiro; Exportações indiretas.

Texto único na apólice: com informações precisas na Especificação da Apólice (substituem muitas das atuais cláusulas)

Dois limites: LMI/LA >>> 1 para RC Operacional e 1 para RC Produtos/Operações Completadas. Sem possibilidade de

ocorrer o acúmulo dos LMI’s em sinistros

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Produto Padronizado vs Clausulado “all risks”

Para a concessão do mesmo nível de cobertura concedido pelo Novo Clausulado All Risks será necessário

contratar mais de sete “Coberturas Básicas” – assim consideradas as de RC Operações Comerciais e/ou

Industriais (com cobertura limitada aos danos causados dentro dos imóveis segurados); RC Empregador; RC

Prestação de Serviços em Locais de Terceiros (só garante os danos ocorridos durante a prestação dos

serviços); RC Produtos; Produtos no Exterior; RC Guarda de Veículos de Terceiros; RC Contingente-Veículos;

mais infinidade de Cláusulas com Coberturas Adicionais ou Cláusulas Específicas, assim como:

Extensões de coberturas ao Exterior; Erro de Projeto de Produtos – TN e Exterior; Despesas de Defesa do

Segurado; Lucros Cessantes ou perdas financeiras diretas (não garante as indiretas); RC Subsidiária para

transportes de mercadorias; Redes de Distribuição de produtos; Roubo ou Furto de bens de empregados sob

a guarda do segurado; Danos ao proprietário das instalações ou montagens; Erro de projeto de Instalação ou

Montagem; Circulação de Equipamentos nas Adjacências; Veículos contratados para transportes de

empregados; Produtos Incidentais; Danos Morais; Poluição Acidental e Súbita; Brigada de Incêndio; etc.

Questionamentos:

1) Quem pode afirmar que este modelo protege melhor o consumidor de seguros RC no país?

2) Quem pode afirmar que entre um clausulado e outro de cobertura básica/modalidade não se

apresenta nenhum tipo de lacuna de cobertura, perceptível apenas quando ocorre o sinistro?

3) Quem pode garantir que o segurado, leigo em seguro, desejará contratar infinidade de coberturas

acessórias, ainda que elas tenham sido indicadas de forma diligente pelo Corretor dele?

4) Como enquadrar todo e qualquer risco de RC em determinado produto padronizado e portanto

estanque?

5) Por que nos distanciamos dos países desenvolvidos em matéria de clausulados e de underwriting

em seguros de RC?

6) Por que os Segurados e os Corretores de Seguros aceitam o standard atual?

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Procedimentos: mercado atrasado vs. mercado moderno

Riscos Excluídos e sujeitos a coberturas acessórias: defesa do segurado; LC e perdas

financeiras; danos morais; danos a terceiros vizinhos às indústrias (?); impossibilidade de a

seguradora indicar advogados especializados na defesa dos segurados; erro de projeto de

produtos; objetos pessoais de empregados; equipamentos nas adjacências do imóvel

industrial; etc.

Underwriting e Clausulados com este nível de redação: “reclamações por avarias, perdas e

danos causados aos imóveis em estado precário de conservação, bem como as

reclamações por danos preexistentes (trincas, umidade, infiltração, etc.) em imóveis vizinhos à

obra objeto do seguro ou de propriedade do segurado” - sem inspeção prévia - [apólice de

RC Obras]

Em apólice de RCG com várias modalidades e respectivos LMI's determinar que em razão

de um mesmo evento atingido mais de uma modalidade, simultaneamente, a Seguradora

indenizará apenas o valor do LMG que ela determinou e inferior à soma dos respectivos

LMI's. É ilegal e abusiva a determinação.

Apólices Claims Made para riscos sujeitos a long-term exposures e de Ocorrências para

riscos sujeitos ao pronto conhecimento dos eventuais sinistros.

Padrão Internacional >>> Apólices de riscos industriais com dois LMI’s/LA, sendo um

para risco operacional e outro para RC Produtos-Operações Completadas

Riscos ambientais >>>> apólices stand alone

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Novo standard necessário

• Conhecer os fundamentos dos seguros de RC: profissionalização acentuada,

inclusive de underwriting (subscritores das Seguradoras; corretores de seguros;

analistas de sinistros; reguladores de sinistros; advogados que prestam serviços

ao mercado; cativas de segurados)

• Dispor de clausulados objetivos e conformes à realidade contemporânea

• Promoção de debates sobre os temas e demonstração de produtos efetivos de

coberturas: sociedade consumidora; magistrados; escolas

• Criar produtos de fato e não “cláusulas particulares” com coberturas parciais.

Exemplos: Products Recall; Clinical Trials; E&O; Seguros Ambientais

• RC Produtos-Operações Completadas > revisão das bases atualmente

comercializadas

• Acompanhar e antever a evolução não só jurídica, como também dos interesses da

sociedade consumidora

Não é impossível alcançar essas premissas, mesmo a curto prazo. Os Corretores de

Seguros têm o dever de exigi-las

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Tel: (11) 5181 1312 - (11) 9 9454 4435

E-mail: [email protected]

[email protected]

Site: www.polidoconsultoria.com.br

Polido e Carvalho Consultoria em

Seguros e Resseguros Ltda.

Rua Barão do Triunfo, n.º 88, sala 206

Brooklin Paulista

04602-000 - São Paulo – SP