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FICHA FORMATIVA Nº 2 GRUPO I Lê o texto sobre a exposição As Idades do Mar. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado após o texto. De seguida, responde aos itens que se lhe seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. A IDADE DOS MITOS Ilustram-se aqui algumas das narrativas matriciais 1 do universo e da humanidade, fontes conservadas através de tradições transpostas para a escrita e suporte permanente do imaginário visual. A mitologia clássica divulgou o universo dos deuses e heróis eternizados nos textos gregos atribuídos a Homero e nos romanos de Virgílio e Ovídio – Odisseia, Eneida e Metamorfoses. Os seus mares agitados são povoados por divindades de referência humana, como Vénus, deusa nascida da espuma das ondas, ou Neptuno e Anfitrite, casal que governa os mares. Aí também vivem fantásticos seres, como nereidas, tritões e sereias. Referido na Bíblia em vários episódios, o mar também é cenário nos milagres de santos na Europa católica em mitos fomentados pela Contra-Reforma, como os episódios da vida de S. Francisco Xavier. A IDADE DO PODER O mar foi cenário de jogos de poder determinados por ambições económicas e políticas que obrigaram à formação de grandes esquadras confrontando-se para o seu domínio. Multiplica-se a representação de conjuntos poderosos de navios pertencentes às potências marítimas europeias, tanto em circulações comerciais como em batalhas. Tal figuração desenvolve-se sobretudo a partir da época das grandes navegações oceânicas, quando o conhecimento científico substitui as visões medievais geradas pela imaginação. Ao princípio, concedia-se à representação de navios a função de cenário para temáticas religiosas. Mas as Províncias Unidas protestantes desenvolveram uma pintura ostentatória 2 , laica 3 , que pretendia ilustrar e divulgar os seus sucessos no mar contra o domínio dos Habsburgos da Espanha católica. Em meados do século XVII, os motivos preferenciais da afirmação de poder pela Holanda são os confrontos com a Inglaterra, a nova potência naval europeia. INSTITUTO DOS PUPILOS DO EXÉRCITO Serviço Escolar Ano Letivo de 2016 / 2017 ANO: 9ºano TURMA: B Disciplina de Português Ano Letivo 2016 / 2017 2º Período

Teste de preparação 1

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Page 1: Teste de preparação 1

FICHA FORMATIVA Nº 2

GRUPO I

Lê o texto sobre a exposição As Idades do Mar. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado após o texto. De seguida, responde aos itens que se lhe seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

A IDADE DOS MITOS

Ilustram-se aqui algumas das narrativas matriciais1 do universo e da humanidade, fontes conservadas

através de tradições transpostas para a escrita e suporte permanente do imaginário visual. A mitologia

clássica divulgou o universo dos deuses e heróis eternizados nos textos gregos atribuídos a Homero e nos

romanos de Virgílio e Ovídio – Odisseia, Eneida e Metamorfoses. Os seus mares agitados são povoados por

divindades de referência humana, como Vénus, deusa nascida da espuma das ondas, ou Neptuno e

Anfitrite, casal que governa os mares. Aí também vivem fantásticos seres, como nereidas, tritões e sereias.

Referido na Bíblia em vários episódios, o mar também é cenário nos milagres de santos na Europa

católica em mitos fomentados pela Contra-Reforma, como os episódios da vida de S. Francisco Xavier.

A IDADE DO PODER

O mar foi cenário de jogos de poder determinados por ambições económicas e políticas que obrigaram

à formação de grandes esquadras confrontando-se para o seu domínio. Multiplica-se a representação de

conjuntos poderosos de navios pertencentes às potências marítimas europeias, tanto em circulações

comerciais como em batalhas. Tal figuração desenvolve-se sobretudo a partir da época das grandes

navegações oceânicas, quando o conhecimento científico substitui as visões medievais geradas pela

imaginação.

Ao princípio, concedia-se à representação de navios a função de cenário para temáticas religiosas. Mas

as Províncias Unidas protestantes desenvolveram uma pintura ostentatória2, laica3, que pretendia ilustrar

e divulgar os seus sucessos no mar contra o domínio dos Habsburgos da Espanha católica. Em meados do

século XVII, os motivos preferenciais da afirmação de poder pela Holanda são os confrontos com a

Inglaterra, a nova potência naval europeia.

INSTITUTO DOS PUPILOS DO EXÉRCITO Serviço Escolar

Ano Letivo de 2016 / 2017

ANO: 9ºano TURMA: B

Disciplina de Português

Ano Letivo 2016 / 2017 2º Período

Page 2: Teste de preparação 1

A IDADE DO TRABALHO

Trabalhos relacionados com o mar apontam atividades continuadas de resposta a necessidades

fundamentais, tanto as de sobrevivência material (a pesca como fonte de alimento) como as das

comunicações com outras terras (os comércios que implicam o movimento dos portos como lugares

de abrigo e trânsito de pessoas, bens, serviços e culturas).

Os areais e os lodos junto ao mar também guardam meios de subsistência, que por vezes

evidenciam a dureza da sobrevivência humana, em contraponto com a representação do negócio. A

pesca prolonga-se no comércio, feito nas lotas ou nos centros urbanos, onde chegam às populações

os alimentos do mar. Fecha-se assim o ciclo do trabalho.

A IDADE DAS TORMENTAS

A morfologia dos mares agitados e dos acontecimentos meteorológicos a eles associados, matéria

de assombro e pavor que os pintores foram registando, relativiza a dimensão humana perante a sua

violência destruidora.

Num jogo entre objetivos documentais e representações cenicamente fantasiadas, estas pinturas

centram -se tanto no motivo das tormentas como no dos naufrágios que delas resultam, numa luta

entre a força monumental da Natureza e a audácia humana para nela navegar.

O sentimento trágico é acentuado na representação dos naufrágios, com o desaparecimento das

embarcações e das pessoas e bens. O cenário do mar pode assim propiciar reflexões éticas e políticas

sobre o drama social da perda do pescador enquanto sustento da família e suscita também meditações

transcendentes sobre a vida dos homens como povo ou sobre a definitiva solidão existencial do

indivíduo.

http://www.museu.gulbenkian.pt (texto adaptado)

VOCABULÁRIO

1- Matricial – que gere uma matriz ( modelo)

2- Ostentatório - exibicionista

3- Laica – que não é religiosa

1. As afirmações A a G referem-se a informações do texto. Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações surgem

no texto. Começa a sequência pela letra E. A._____ Determinadas províncias protestantes usam a pintura para difundir os seus êxitos no mar.

B. _____As imagens criadas pela imaginação na época medieval são substituídas por outras

influenciadas pelo conhecimento científico.

C. _____Os quadros passam a representar, por exemplo, o comércio nas lotas ou nos centros das

cidades.

D. _____ O mar é referido nos textos bíblicos como cenário de milagres.

E. __1__ Algumas das lendas fundadoras do universo e do ser humano são alvo de ilustração.

F. _____ O cenário do mar desencadeia reflexões sobre os dramas sociais e o sentido da vida humana.

G. _____ O registo pictórico da violência destrutiva do mar acentua o poder das forças da natureza.

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2. Associa cada elemento da Coluna A ao único elemento da Coluna B que lhe corresponde, de acordo com o sentido do texto. Escreve as letras e os números correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

COLUNA A COLUNA B

(a) Idade dos Mitos

(b) Idade do Trabalho

(c) Idade do Poder

(d) Idade das Tormentas

(1) Era representada nas pinturas como um tempo de confronto entre

o Homem e o poder do universo que o rodeava.

(2) Época em que o mar se destaca como fonte de recursos essenciais e veículo de comunicação.

(3) Período que valoriza o mar sobretudo como espaço de fuga e de recreio. (4) Etapa em que o mar é representado como um lugar habitado por

divindades e seres fantásticos.

(5) Época de afirmação das grandes potências marítimas.

3. Seleciona a opção que corresponde à única afirmação falsa, de acordo com o sentido do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. A. O pronome «que» (linha 7) refere-se a «Neptuno e Anfitrite».

B. O pronome «que» (linha 18) refere-se a «uma pintura ostentatória, laica».

C. O pronome «que» (linha 27) refere-se a «meios de subsistência».

D. O pronome «que» (linha 33) refere-se a «matéria de assombro e pavor».

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PARTE B

Lê o excerto apresentado de Os Lusíadas de Luís de Camões. Se necessário, consulta o vocabulário fornecido.

De seguida, responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens apresentados. Salvo indicação em contrário, utiliza as tuas próprias palavras.

122 De outras belas senhoras e Princesas Os desejados tálamos1 enjeita,

Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezas 1tálamos: leitos conjugais, núpcias. Quando um gesto suave te sujeita.

Vendo estas namoradas estranhezas2, 2namoradas estranhezas: loucuras da O velho pai sesudo, que respeita paixão

O murmurar do povo e a fantasia Do filho, que casar-se não queria,

123 Tirar Inês ao mundo determina, Por lhe tirar o filho que tem preso, Crendo c’o sangue só da morte indina Matar do firme amor o fogo aceso. Que furor consentiu que a espada fina Que pôde sustentar o grande peso Do furor Mauro, fosse alevantada Contra ũa fraca dama delicada?

124 Traziam-na os horríficos algozes Ante o Rei, já movido a piedade; Mas o povo, com falsas e ferozes Razões, à morte crua o persuade. Ela, com tristes e piedosas vozes, Saídas só da mágoa e saudade Do seu Príncipe e filhos, que deixava, Que mais que a própria morte a magoava,

125 Pera o céu cristalino alevantando,

Com lágrimas, os olhos piedosos (Os olhos, porque as mãos lhe estava atando Um dos duros ministros rigorosos); […]

Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de A. J. da Costa Pimpão,5.ª ed., Lisboa, MNE – IC, 2003.

1. Identifica o episódio a que pertencem as estâncias transcritas, indicando em que plano narrativo

e parte da estrutura interna se insere .

2. Refere o comportamento de D. Pedro constante da estância 122 e explicita o modo como o

narrador o justifica.

3. Perante as «namoradas estranhezas» (est. 122, v. 5), D. Afonso IV toma uma decisão: «Tirar Inês

ao mundo determina» (est. 123, v.1).

Identifica o recurso estilístico utilizado para transmitir essa decisão, justificando a sua utilização.

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4. Através da pergunta retórica que conclui a estância 123, o narrador mostra-se indignado.

Explicita os motivos dessa indignação 5. Com base na estância 124, explica a luta interior no espírito do rei. 6. Indica o principal motivo da dor de Inês na situação em que se encontrava.

PARTE C Lê as estrofes 122 e 123 do Canto III de Os Lusíadas, a seguir transcritas, e responde, de forma completa

e bem estruturada, ao item apresentado. Em caso de necessidade, consulta o glossário que é

apresentado a seguir ao texto.

TEXTO C

De outras belas senhoras e Princesas Os desejados talamos1 enjeita2, Que tudo, em fim, tu, puro amor, desprezas Quando um gesto suave te sujeita. Vendo estas namoradas estranhezas, O velho pai sesudo, que respeita O murmurar do povo, e a fantasia Do filho, que casar-se não queria,

Tirar Inês ao mundo determina, Por lhe tirar o filho que tem preso, Crendo c’o sangue só da morte indina3 Matar do firme amor o fogo aceso. Que furor consentiu que a espada fina, Que pode sustentar o grande peso Do furor Mauro4, fosse alevantada Contra ũa fraca dama delicada?

Luís de Camões, Os Lusíadas, ed. preparada por António José Saraiva, 2.a ed., Porto, Livraria Figueirinhas, 1999

VOCABULÁRIO: 1 tálamos – leitos nupciais ou conjugais. 2 enjeita – rejeita.

3 indina – indigna. 4 Mauro – mouro.

Redige um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um máximo de 100 palavras, no qual explicites o conteúdo das estrofes 122 e 123. O teu texto deve incluir:

• uma parte introdutória, em que identifiques o episodio a que pertencem as estrofes e as personagens históricas nelas mencionadas; • um desenvolvimento, no qual indiques a decisão referida na segunda estrofe e as razões que, segundo o narrador, motivaram essa decisão; • uma parte final, em que refiras o sentimento expresso pelo narrador com a interrogação final e a razão que originou esse sentimento.

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequencia delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2009/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 70 e um máximo de 100 palavras –, há que atender ao seguinte: – a um texto com extensão inferior a 23 palavras e atribuída a classificação de 0 (zero) pontos; – nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (um ponto) do texto produzido.

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GRUPO II- Funcionamento da Língua

1. Classifica a forma verbal sublinhada na frase seguinte, indicando tempo, modo e pessoa.

O povo não perdoou Inês de Castro.

2. As palavras abaixo foram distribuídas pelos grupos A, B, C e D, segundo o seu processo de formação. A cada grupo corresponde um processo diferente.

GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D

psicologia

herbívoro

ortografia

agricultura

hospitalizar

realização

calmamente

saltitar

desfazer

compor

amoral

infiel

abonecar

envelhecer

avermelhar

amanhecer

Integra, nos grupos A, B, C ou D, cada uma das dez palavras seguintes, de acordo com o respetivo processo de formação.

Apodrecer biblioteca chuviscar crueldade ensurdecer Ilegal morfologia paredão prever reconto

GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D

1. Qual das frases complexas seguinte contém uma oração subordinada completiva? Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

(A) Esta é a história de Inês de Castro, que foi rainha depois de morta. (B) O rei queria que o seu filho se casasse com outra mulher. (C) A compreensão de que Inês precisava não lhe foi concedida. (D) Este é um acontecimento que revolta o poeta.

2. Transforma cada par de frases simples numa frase complexa, utilizando conjunções e locuções conjuncionais das subclasses indicadas entre parênteses. Faz as alterações necessárias.

a) Inês preferia o desterro à morte. Assim poderia cuidar dos seus filhos. (locução subordinativa causal) b) Os portugueses chegarão à Índia. Os portugueses alcançarão o estatuto de heróis. (conjunção subordinativa condicional)

5. Lê a frase apresentada. Inês de Castro foi posta diante do rei pelos algozes.

Reescreve a frase na ativa, respeitando, na frase que escreveres, o tempo e o modo.

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GRUPO III- Expressão escrita

Escolhe um dos temas propostos: Tema A

O texto A foca a ligação entre Portugal e o mar. Para muitos autores, o mar está associado a mistérios por desvendar.

Escreve um texto narrativo, correto e bem estruturado, com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras, em que imagines uma aventura misteriosa que tenha o mar como cenário.

Na tua narrativa, deves incluir, pelo menos, um momento de descrição de uma personagem.

Tema B

Diz-se que Os Lusíadas narra a história de uma nação que descobriu um mundo novo. Apesar de se ter chamado à conquista espacial a maior aventura do Homem, Rómulo de Carvalho

(escritor português) afirma que a maior aventura do Homem continua a ser a dos Descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI.

Redige um texto de opinião, que possa ser publicado num jornal escolar, em que, considerando as diferenças e as semelhanças entre estas duas aventuras (os Descobrimentos e a conquista espacial), apresentes o teu ponto de vista sobre qual foi a mais ousada. Independentemente do tema escolhido, o teu texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240

palavras.

Observações relativas ao Grupo III: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2013/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras- há que atender ao seguinte: -um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até dois pontos); -um texto com extensão inferior a 60 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.

Bm trabalh!!!