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Curso Esquema I FAT/PAULASOUZA/FATEC S.J.Rio Preto 2010 Evolução das Idéias Pedagógicas Maria Cristina Bortolozo de Oliveira Martins

Um pouco de Teoria do Currículo

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material de apoio elaborado para a disciplina e Didática, ministrada em 2010 para o curso Esquema I - FAT/PaulaSouza/FATEC, em São José do Rio Preto

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Page 1: Um pouco de Teoria do Currículo

Curso Esquema I –FAT/PAULASOUZA/FATEC

S.J.Rio Preto 2010

Evolução das Idéias Pedagógicas

Maria Cristina Bortolozo de Oliveira Martins

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Abordagem Tradicional

Ensino – Aprendizagem:

• situações sala de aula• alunos “instruídos” e “ensinados”• aprendizagem: um em si mesma• tarefas: exercitação• Eixo central: sistema ensino-aprendizagem segundo hierarquia de tarefas, proposto em termos de uma linguagem objetiva, esquematizadora e concisa.

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Ensino

•Importância aos modelos;

•Centrado no professor;

•Educação: instrução;

•Verbalismo do professor X memorização do aluno

(relação vertical);

•Escola é agência sistematizadora da cultura

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conhecimento

• Inteligência: capacidade de acumular e reproduzir informações;

• transmitido a um sujeito fragmentado;

• Educação bancária.

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Escola:

• facilita a adaptação das novas gerações;

• currículo instrumento por excelência deste

processo de controle social e eficiência (inculcar

valores, condutas e hábitos considerados

adequados);

• currículo organizado com características de

ordem, racionalidade e eficiência;

• Avaliação: reprodução/punição.

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Educar = transmitir conhecimentos, comportamentos,

práticas sociais para o controle social.

Professor: detém conhecimento - planeja, programa e

controla processo educativo X Aluno: agente passivo.

Currículo (método): meios, programas e materiais, para

atingir resultados pré-determinados - levantar

necessidades, plano escolar sob o enfoque sistêmico,

instrução programada, seqüências instrucionais, ensino

prescritivo individualmente e avaliação por desempenho.

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Ser Humano• Adulto: homem acabado – pronto;

• aluno – adulto em miniatura; receptor passivo; tábula rasa

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Atividades didáticas

• padronizadas, rotineiras e estáticas;

• fracionadas, disciplinas, exercícios de fixação;

• sem relação com a realidade/cotidiano

• instrumento de doutrinação

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diploma

hierarquia

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Primeiras tendências/respostas (dentro da ordem capitalista):

a) propunha elaboração de um currículo que valorizasse os interesses dos alunos – Dewey e Kilpatrick/no Brasil:Escola Nova.

b) voltada para a construção científica de um currículo que desenvolvesse aspectos desejáveis da personalidade adulta – Bobbit - tecnicismo.

Predominam dos anos 20 até início dos anos 70. Problemas surgidos foram objeto de preocupação de Ralph Tyler e Harold Rugg sem muito sucesso.

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Até 1957: supremacia da racionalidade técnica

teoria doplanejamento

(teorias administrativas)

fazer currículo é Pensar em planejamento

Objetivo: estruturas:controle (arma de) é a avaliação.

É regulador/não emancipa

Pressupunha: currículo por objetivos

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Início dos anos 60Operacional: permite trabalhar com

operações tomada de decisões técnica facilitada: divisão pelas dimensões mais importantes.

imagem

burocratizante

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Humanismo(Carl Rogers)

• Centrada no sujeito: ser único – ser respeitado;

possui capacidade de desenvolver-se, autogestão;

sentimentos e experiências (fator de seu

crescimento);

• Aluno: arquiteto de si mesmo

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Professor• Facilitador;

• Ênfase nas relações inter-pessoais;

• Conteúdo privilegia experiências dos alunos;

• Preocupado com o desenvolvimento da personalidade

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Método não diretivo• base: confiança e respeito ao aluno;•Professor se abstém de intervir no campo cognitivo e afetivo do aluno;• facilita a comunicação do aluno consigo mesmo (estruturar comportamento experiencial);• favorecer a iniciativa, responsabilidade, autodeterminação e discernimento.

autonomia: estabelecer regras para si mesmo

XHeteronomia: regras ditadas por outros

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Conhecimento: inerente à atividade humana

Curiosidade: natural para o conhecimento

“Por aprendizagem significativa, entendo , aquilo que provoca profunda modificação no indivíduo. Ela é penetrante, e não se limita a um aumento de conhecimento, mas abrange todas as parcelas de sua existência.”

(Carl Rogers)

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Alexander Neil

• Escola impõe sentimento de culpa;

• Meta da existência é ser feliz (encontrar interesse)

• Método não diretivo;

• recursos tem pouca importância;

• Notas, prêmios e exames: abolidos

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ComportamentalSkinner

•O ser humano não é livre;

•É um produto do processo evolutivo;

•É conseqüência das influências ou formas do meio ambiente

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• realidade: fenômeno objetivo que pode ser

modificada pelo Homem;

• meio ambiente altera o comportamento;

• reforço: ocasião de resposta, a própria resposta,

conseqüências reforçadoras;

•Ambiente controlador

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indivíduo: peça numa máquina planejada

e controlada, realizando a função que se espera que realize, de maneira eficaz;

Conhecimento: experiência planejada;

resultado direto da experiência; já construído na realidade exterior; processos mentais (cognitivos) não são relevantes para a aprendizagem – ontogênese do comportamento (evolução)

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Educação:• transmissão cultural: de comportamentos, ética,

práticas sociais, habilidades desejadas;

• Escola: agência de controle social;

• Ensino-aprendizagem: prática controlada e planejada; exercitação X erro;

• Professor: planejador de contingências de reforço, considera economia de tempo, esforços e custos;

• Aluno: recipiente de informações

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Metodologia- tecnologia na educação;- individualização;- ênfase na programação;- instrução programada: estímulos e respostas;- reforços: modelagem e manutenção de comportamentos.

Avaliação: constatação se o aluno atingiu os objetivos; três fases: a) início: pré-testagem; b) no decorrer do processo; c) final do processo: verificação de comportamentos adquiridos.

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a) idéias tradicionais: escola eficaz;

b) idéias humanistas: liberdade na

escola;

c) utópicas: fim das escolas.

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Anos 60: Michel Young• Ressignificar o currículo;

• Sociologia da Educação – Sociologia do Currículo;

• Nova Sociologia da Educação (NSE):Inglaterra

Horizonte: socio-político-cultural do currículo

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No Brasil:

• crítica social dos conteúdos;

• educação popular ou da cultura das camadas populares;

Anos 60 Lei 4024 (1961): concepção de currículo é rol de disciplinas (grade curricular);

Lei 5692 (1971): concepção fechada, hermêutica;

Nova LDBN: currículo como prática social: ênfase na Educação como processo/espaço formativo

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Abordagem sóciocultural

• Viver é conviver;

• Somos seres em relação, incompletos;

• Conhecimento é o resultado do processo de dar respostas aos desafios;

• Educação: prática de uma teoria do conhecimento (Paulo Freire): frente a um problema o ser humano se questiona, questiona o outro e o mundo, pesquisa e busca respostas, testa hipóteses e as reformula.

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Nesse movimento dialógico, intervém no mundo, o conhecimento nasce da ação, da relação dos seres humanos com o mundo e entre si.

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Currículo críticoênfase na formação

(sentido processual)

Palavras chaves:- aprofundamento conceitual e crítico

redimensionando o que se aprende/voltar-se para;

- em grupo se faz reflexão rica;

- sistematização da reflexão e dodebate do tema de currículo.

Reflexão

Debate

Estudo

*para desenvolver o “ser sujeito”

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*Reflexão: ouvir a voz dos silenciados/

cotidiano (chão) da escola;

*Ser sujeito:

• 1º momento: ser capaz de pensar a sua prática -

ficar no senso comum é manter-se na consciência

ingênua;

• 2º momento: desvelar as teorias que estão

subjacentes à prática – quanto mais eu fundamento,

mais eu desvelo

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• 3º momento: voltar à prática e transformando

(isso dá dimensão política ao ser sujeito)

Transformarcom

certas ênfases

tecnológica

*** emancipar as camadas menos favorecidas

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Resumindo

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Paradigma Tecnicista (tradicional):

Interesse científico trabalho-técnica-informação

Interesse de controle. Pesquisa para fornecer informações que

permitam manter o controle, processos objetivos e

objetivados.

Enfoque empírico-analítico: Ciências exatas: hipótese

ontológica de um mudo previamente estruturado, primazia

do método, rigor sacrifica a realidade em função da lógica.

Pressupostos: neutralidade e universalidade da teoria

(axiomas ou princípios básicos são abstratos e

descomprometidos de um contexto específico),

decomposição do todo em variáveis mensuráveis e

controláveis, abandono do particular e único em favor do

generalizável e reaplicável.

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paradigma técnico-linear (Tradicional*comportamental*).

adoção de postura “científica” em detrimento da

valorização do senso comum e valorização do professor;

distanciamento das situações reais da sala de aula.

Preparar indivíduos pra desempenhar funções

específicas em situações específicas com conteúdos

para se atingir estes objetivos. Transforma os seres

humanos em meio de produção, e o aluno é matéria-

prima.

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Paradigmas alternativos (abordagem sóciocultural e

cognitivistas):

Poder-emancipação-crítica

• Criação e manutenção da sociedade, tomada de

posição em relação a objetivos. Motiva a pesquisa o

interesse libertador de condicionantes e permite

recriar as instituições.

• Enfoque praxiológico: apreender o fenômeno em

seus movimentos e relações com a realidade

objetivando a transformação, envolve compreensão

dos determinantes históricos.

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Paradigma Democrático:Linguagem – consenso - interpretaçãoMediação da qual depende a transmissão institucionalizada da cultura, foco no consenso, motivos práticos de auxiliar na interpretação da intersubjetividade. Enfoque histórico-hermenêutico:-capacidade humana de inventar e usar símbolos e produzir conhecimento por métodos interpretativos-históricos, por meio de processo dialógico-consensual; orientação para ação.- Conceito básico: intersubjetividade.

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paradigma circular-consensual, Maxine Greene e William F. Pinar

Enfoque histórico-hermenêutico, onde o currículo está

centrado nas experiências dos alunos e nas suas

necessidades manifestas ou latentes.

Conhecimento é resultado de auto-reflexão do sujeito.

O papel do professor é de orientador, ir junto. O

mais importante é a comunicação e o consenso. Foi

criticado por centrar-se no aqui e agora e ignorar

o saber sistematizado.

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Paradigma dinâmico-dialógico

Foco no emancipatório, enfoque praxiológico; ruptura epistemológica.

Michael Apple e Henry Giroux são os principais porta-vozes.

Três premissas básicas oriundas dos neomarxistas inspiram este paradigma:

1)Currículo deve ver historicamente situado e culturalmente determinado;

2)Currículo é ato político e objetiva a emancipação das classes populares;

3) crise do currículo não é conjuntural, ela é estrutural.