Upload
cleide-magali-dos-santos
View
248
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIASociologia Urbana
Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana: os movimentos sociais urbanos, os meios de consumo coletivo, a estruturação social do território na sociedade capitalista e o papel do estado na urbanização.
2
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
Déc. de 1960: uma ideologia planificadora
inaugura-se a pesquisa urbana na França, inicialmente em resposta a uma política estatal que evoca ciências sociais à uma contribuição efetiva voltada ao controle do desenvolvimento urbano.
A INSTITUCIONALIZAÇÃO:
3 linhas de pesquisa desenvolvidas em resposta as questões formuladas sob encomenda estatal, e inspiradas principalmente na produção norte-americana
3
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
3 linhas de pesquisas:
A primeira linha dirigida aos economistas, solicita formas de controle do acelerado processo de urbanização;
A segunda é de cunho culturalista e versa sobre como favorecer a adaptação das famílias no ambiente urbano; a resposta é formulada por uma psico-sociologia culturalista, corrente representada por Paul-Henri Chombart de Lauwe, principalmente através de aplicação e análise de questionários.
A terceira visa identificar formas de superar os entraves entre os poderes locais e a racionalidade do planejamento tecnocrático
4
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
Outras correntes de pesquisa paralelas às institucionalizadas:
(i) trabalhos que encaram o urbanismo como disciplina, inspirados, sobretudo, na semiologia urbana de Kevin Lynch e contrários ao urbanismo funcionalista e tecnocrático.
(ii) surgem as primeiras pesquisas francesas sobre forma urbana e história do urbanismo (Choay,1965; Kopp, 1967) e lançam-se as bases para a pesquisa histórica sobre arquitetura urbana, que será materializada no final da década de 1970 (Castex, Depaule, Panerai, 1977).
5
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
A ruptura
No final da década de 1960, há um enfraquecimento da ideologia planificadora, A cidade é assumida, como espaço de consumo coletivo e reprodução da força de trabalho... NOVOS TEMAS e OUTROS AUTORES:
ação dos bancos no setor imobiliário (Combes, Latapie, 1974); enquetes sobre promotores imobiliários (Topalov, 1974); enquetes sobre as construtoras (Combes, 1978); história da produção de moradias (Lescure, 1982; Topalov, 1987); debate acerca das teorias de renda funidária (Lipietz, 1974; Lafont, Leborgne, 1977; Topalov, 1984), políticas públicas em matéria de equipamentos coletivos (Dagnaud,1978); políticas habitacionais e reprodução da força de trabalho (Magri, 1977); movimentos populares e o problema da moradia (Castells, 1973).
6
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
Assim, no final da década de 1960, Castells, Lojkine, Ledrut e Lefebvre propõem novos marcos para a renovação da reflexão sobre a cidade.
7
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
Jean LojkineSociólogo Francês (1939-...) Associado de Filosofia (1964), doutorado em sociologia estado (1975), diretor de pesquisa em sociologia no CNRS, Centro para o Estudo dos Movimentos Sociais, EHESS, Paris Sua pesquisa se concentra em parte do processo de produção de segregação urbana (papel das políticas urbanas a partir de 1969 a início de 1980); em segundo lugar, a "revolução da informação" e seu impacto no mundo do trabalho, as relações laborais, e critérios de gestão em empresas e administrações.
Discute a questão do Estado na sociedade de capitalismo avançado, com base na hipótese de que a urbanização, como uma forma desenvolvida da divisão social do trabalho, é um dos maiores determinantes do Estado do Bem-estar Social. Analisa o papel do Estado na urbanização capitalista, a relação da política urbana e suas dimensões com a luta de classes e a questão dos movimentos sociais urbanos diante do Estado.
8
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
Henri Lefebvre
Sociólogo francês (1901-1991). Com estudos em várias áreas (da vivencia nas cidades e da sociologia rural) se destacou como interprete do pensamento de Marx, ressaltando a importância do caráter histórico das ideias de Marx acerca da influencia do fator econômico na historia.Marx enfatizou o homem como sujeito da sua historia. Neste intuito, onde questiona a vida cotidiana da sociedade moderna a partir de sua expressão mais manifesta: o espaço.
9
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
Suas teses no âmbito da sociologia urbana ressaltam a ação das forças produtivas sobre o espaço físico.
Introduziu os conceitos de espaço “percebido”, “concebido” e “vivido”
espaço percebido: corresponde à ‘prática espacial’ que assegura a continuidade numa relativa coesão. A prática espacial é diferente conforme os conjuntos espaciais próprios de cada formação social
espaço concebido: diz respeito as representações sociais
espaço vivido: refere-se ao espaços de representação.É o espaço dos habitantes,dos usuários, que tentam apropriar o espaço pelas imagens e símbolos que o acompanham.
10
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
“A vida cotidiana corresponde à vida privada, que é única, mas ao mesmo tempo é semelhante à de todos os outros indivíduos”.
Uma de suas principais obras foi O Direito à Cidade na obra manifesto “Le droit à la ville” publicado em 1968. Nessa obra, o autor repudia a postura determinista do urbanismo moderno: tem ciência de que os problemas da sociedade não podem ser todos reduzidos à questões espaciais, muito menos à prancheta de uma arquiteto.
11
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
Manuel CastellsSociólogo espanhol nasceu em 1942 na cidade de Hellín. Lecionou na Universidade de Paris entre 1967 e 1979.Foi nomeado professor de Sociologia e Planejamento Regional, pesquisador em uma Universidade em Barcelona e professor de comunicação em uma universidade da Califórnia.
Publicou 20 livros e fez parte do Grupo Especializado de Alto Nível Sobre Sociedade da Informação.
12
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
A PESQUISA URBANA MARXISTA NA FRANÇA:
A CONTRIBUIÇÃO DE MANUEL CASTELLS
13
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
Manuel Castells, livro A questão urbana (1972)
...seu pensamento influencia a América Latina, sendo que grande parte da produção intelectual voltada a discutir as contradições urbanas inerentes ao crescimento capitalista das cidades, movimentos urbanos e classes sociais.
A questão urbana é uma obra polêmica, e que há necessidade de abordagem de outros autores (Lefebvre, Lojkine, Harvey) do mesmo período como forma de construir um quadro teórico mais consistente, no sentido de identificar convergências, divergências e posicionamentos acerca da questão urbana.
14
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
Castells define sua obra como um conjunto de 3 operações intelectuais entrelaçadas:
(i) um apanhado crítico da contribuição das ciências sociais aos estudos da urbanização;
(ii) a partir disso a e construção de um esquema teórico baseado na versão althusseriana da teoria marxista, visando entender os processos sociais subjacentes à problemática urbana e
(iii) uma série de investigações empíricas, sobre políticas urbanas especialmente
15
UNEB Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
teses fundamentais da obra:
(i) a problemática urbana é fundamental em nossas cidades e foi tratada de forma ideológica pelas ciências sociais, há necessidade de identificação dos problemas concretos e do estabelecimento de categorias de análise;(ii) o marxismo não abarcou os problemas urbanos porque esses formam parte da esfera da reprodução; (iii) o papel central do Estado diante do novo processo de urbanização exige uma teoria que integre a análise do espaço, das lutas sociais e dos processos políticos, por isso a necessidade da referência à teoria marxista.
16
Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
Castells (1983, p. 14) destaca que o termo urbano aparece empregado como um objeto ideológico e não teórico, campo das lutas de classes.
Defendendo uma abordagem sociológica da urbanização, Castells salienta que o estudo da urbanização deve considerar as relações entre forças produtivas, classes sociais e formas culturais, as quais abarcariam o espaço
17
Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana
A segunda parte da obra aborda a questão da ideologia urbana como prática
“[...] específica que apreende os modos e formas de organização social enquanto característicos de uma fase da evolução da sociedade, estritamente ligada às condições técnico-naturais da existência humana e, finalmente a seu quadro de vida. É esta ideologia que, em última análise, fundamentou amplamente a possibilidade de uma “ciência do urbano”, compreendida como espaço teórico pela especificidade de seu objeto.” (p.126)
18
Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
A terceira parte da obra trata da estrutura urbana como temática central:
Nela o autor identifica e estabelece uma crítica concisa às principais correntes teóricas que analisam o urbano: organicista evolucionista (ecologia humana), culturalista e historicista.
Tendo por base os conceitos fundamentais do materialismo histórico, Castells destaca a necessidade de analisar o espaço enquanto expressão da estrutura social, que abarca os sistemas econômicos, políticos e ideológicos.
19
Sociologia Urbana Profa. Dra. Cleide MagáliUnidade II
A politização da questão urbana-Parte1
. CRÍTICAS À “QUESTÃO URBANA”
o ponto mais marcante da crítica ao livro A questão urbana se refira à adoção da cidade,
do urbano, fundamentalmente como espaço do consumo coletivo e da reprodução da força de trabalho, em sobreposição à cidade como lócus da produção.