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Valores Morais A prática do bem é uma premissa básica da felicidade porque o bem é um prêmio a si mesmo, ou seja, bondade não é um meio para atingir um fim que não o próprio. Mas, este fim baseado no fazer o bem tem uma ligação direta com a moral religiosa, pois tem em si a intenção pela perfeição, numa ordem inatingível que nos atrai a todo instante para essa busca. Fazer o bem traz benefícios emocionais à pessoa: satisfação pessoal, vontade de viver o presente, tranquilidade interior, felicidade, inteligência emocional, pensamento positivo, tudo isso é provocado pelo próprio movimento que é realizado na direção daquilo que consideramos perfeito. A questão é que quando imaginamos ter atingindo a perfeição através de nossas ações, isso nos escapa, pois o nosso esforço quase nada tem de bom e as ações que fazemos tem um objetivo muito claro, a recompensa. Assim, o bem que fazemos aos outros não passa de mero interesse pessoal para realização do nosso próprio bem. O que existe de extraordinário numa ação que busca algo em troca. Para São Tomás de Aquino a ética está presente no direito natural ou Jus naturalismo. Existe uma lei eterna – uma lei que governa todo universo e que existe na lógica do surgimento desse universo. A lei natural que existe no

Valores morais

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Valores Morais

A prática do bem é uma premissa básica da felicidade porque o bem é um

prêmio a si mesmo, ou seja, bondade não é um meio para atingir um fim que

não o próprio. Mas, este fim baseado no fazer o bem tem uma ligação direta

com a moral religiosa, pois tem em si a intenção pela perfeição, numa ordem

inatingível que nos atrai a todo instante para essa busca.

Fazer o bem traz benefícios emocionais à pessoa: satisfação pessoal, vontade

de viver o presente, tranquilidade interior, felicidade, inteligência emocional,

pensamento positivo, tudo isso é provocado pelo próprio movimento que é

realizado na direção daquilo que consideramos perfeito. A questão é que

quando imaginamos ter atingindo a perfeição através de nossas ações, isso

nos escapa, pois o nosso esforço quase nada tem de bom e as ações que

fazemos tem um objetivo muito claro, a recompensa. Assim, o bem que

fazemos aos outros não passa de mero interesse pessoal para realização do

nosso próprio bem. O que existe de extraordinário numa ação que busca algo

em troca.

Para São Tomás de Aquino a ética está presente no direito natural ou Jus

naturalismo. Existe uma lei eterna – uma lei que governa todo universo e que

existe na lógica do surgimento desse universo. A lei natural que existe no

homem é um reflexo (ou uma “participação”) dessa lei eterna que rege o

universo.

Já para Santo Agostinho, o homem se revela por aquilo que ama. Quando ama

o Sumo Bem, procura ordenadamente usar, com moderação os bens deste

mundo para um dia possui-los. Não é possível, portanto, compreender a ética

agostiniana fora da perspectiva do amor.

Do ponto de vista da ciência esses valores são positivados através de normas

preestabelecidas onde o cumprimento destas pode garantir a felicidade, o bem

estar social entre outros benefícios, mas isso basta? Existem outras

possibilidades para a felicidade? Para além dessas garantias transitórias e

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fugazes, existe um vazio a ser preenchido, um vazio da imperfeição do agir

humano, insatisfação permanente do homem e sua inquietude diante do mundo

que não lhe satisfaz, este talvez a ciência não consiga explicar, pois, parece

não fazer parte de seu objeto de estudo.

Essa discursão leva a um novo embate entre a fé e a razão (Fides et Racio),

onde para muitos o assunto resume-se em um debate infindável, pois centra-se

apenas num ponto ou em outro e deixam de lado aspectos fundamentais, como

por exemplo: avaliar qual o objeto de estudo da fé e da ciência e em que

contexto se aplica a intervenção de uma de outra. Os valores Morais pode ser

objeto de estudo tanto da fé quanto da ciência, mas em contextos diferentes,

pois, os objetos de estudos não são os mesmo e o que é objeto de estudo de

uma não pode ser da outra.

Para alguns religiosos pensar em ética é pensar em Deus, pois Ele é que

exerce a dupla função de legislador e juiz que sanciona o que e Bem e Mal e

julga quem escolhe livremente o Mal. Aqui não há espaço para discutir que

espécie de Bem estamos falando.

Mas, com o advento do Iluminismo, Deus foi destronado e colocado em seu

lugar o homem. Ele, o homem, é agora o deus do próprio homem. Não há mais

afirmações categóricas, distorções da vontade, repressões e neuroses

produzidas pela noção de pecado.

Tanto a moral laica, quanto a secular se movimenta em outras direções no

sentido de encontrar novos significados do ethos. O que temos são

interpretações discordantes resultantes do próprio objeto de estudo, que são

pontos de partidas para a interpretação da ética.

A ética secular confia na razão humana como origem da liberdade, a ética

religiosa confia na fé como produtora da salvação;

A ética secular prega a liberdade individual do aqui e agora, a ética religiosa

afirma normas universais já presente nos sábios chineses, em Aristóteles, nos

estóicos, em Kant.

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A ética secular prega a liberdade sexual e confia no preservativo contra as

doenças, a ética religiosa propõe como profilaxia a fidelidade no amor e a

espiritualidade do sexo;

Segundo o Manual de ética e filosofia politica no capitulo 1 no item ética e

conhecimento traz uma reflexão bastante interessante quando diz: Não

podemos situar a ética como dimensão cultural sem separar o conhecimento e

a religião, pois a relevância da ética como contexto próprio, definindo o ser

humano seguido da essência de sua existência nos leva a alcançar regras de

generalidades e de universalidade que ultrapassam o mero plano dos fatos

estritamente considerados.

Se entendermos que o ethos possui necessariamente significado de serviço,

não devemos nos servir dele para afirmar posições dogmáticas e fechadas,

isso vale tanto para as questões discutidas no contexto teológico e da fé como

num contexto secular ou cientifico. Falta aos religiosos e cientistas se darem a

oportunidade de conhecerem inicialmente o objeto de estudo de outras ciências

e os contextos a que se aplica determinado estudo, tal cuidado eliminaria os

preconceitos baseados em posições fechadas que ignoram aqueles que

pensam diferentes. Contudo isso não significa aceitação desta ou daquela

teoria, mas, sobretudo o respeito às posições distintas das nossas, que por um

lado enriquece o debate e por outro reafirma nesta mesma atitude a ética na

busca de novos caminhos.

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Referencias

http://conceitos.com/valores-morais/ em 12/02/2016

http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/15421/15421_5.PDF em 12/02/2016

ÉTICA MODERNA, AVM – Faculdade Integrada de Brasília – DF, p. 09