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Estórias Antigas by Mozambican Writers edited by Ingrid Schechter Copyright 2014 Mozambican Writers Smashwords Edition Edição Smashwords, Notas de Licença Obrigada por baixarem este ebook. Sintam-se livres para partilharem-no com os vossos amigos. Este livro pode ser reproduzido, copiado e distribuído para fins não comerciais, basta que permaneça na sua forma original. Agradecimentos A editora desta colecção teve o privilégio de trabalhar como voluntária da CUSO/VSO na Universidade Pedagógica Sagrada Família em Moçambique por um período de um ano. Ela agradece ao Pe. Ézio Bono e toda a Unisaf pelo apoio e encorajamento.

Estorias antigas

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Estórias Antigas

by

Mozambican Writers

edited by Ingrid Schechter

Copyright 2014 Mozambican Writers

Smashwords Edition

Edição Smashwords, Notas de Licença Obrigada por baixarem este ebook. Sintam-se livres para partilharem-no com os vossos amigos. Este livro pode ser reproduzido, copiado e distribuído para fins não comerciais,

basta que permaneça na sua forma original.

Agradecimentos A editora desta colecção teve o privilégio de trabalhar como voluntária da

CUSO/VSO na Universidade Pedagógica Sagrada Família em Moçambique por um período de um ano. Ela agradece ao Pe. Ézio Bono e toda a Unisaf pelo apoio e

encorajamento.

Índice Analítico

Karingana wa KaringanaO Macaco e o CoelhoO Jogo da CozinhaO Jogo de Olhar sem PiscarA Hiena DoentiaO Leão e o CoelhoO Coelho vai a FestaO Macaco que Comeu a sua própria CaudaPor que Não Matamos as nossas Mães?A CorridaO Macaco e o Cágado O Fim de uma AmizadeA Dança do CabritoObediência ao ReiKu Do Teku…Por que a Rã é tão Feia?Os Três AmigosA Estória do Coelho e o TigreO Homem e o LeãoRapaz Feio e Urso VelhoA Menina CuriosaO BancoO PedreiroA BonecaO Feitiço e o BatuqueO Homem que Casou Duas MulheresNa Sala de AulaContribuidores

Karingana wa Karingana

Numa noite, o frio fazia-se sentir em todo o lado. A avó estava feliz. Mauro e Nuno também. Não havia cães a ladrar. As cigarras estavam a cantar alegremente. Elas podiam ser ouvidas facilmente.

Somente a Maria estava triste e quieta. Os seus lindos olhos estavam vermelhos. A sua cara estava molhada. Ela estava pensativa. Ela acabava de perder os seus parênteses.

“Está tudo bem… oh Maria, não esteja triste. Mamã e papá são agora estrelas brilhantes no céu. Eles são capazes de ti ver a partir de lá. Olha, podes ver aquelas estrelas sorrindo para ti?” disse a avó.

“Elas são tão brilhantes” Maria disse.“Hmmm … hmmm, já viste?” a avó murmurou gentilmente.“Oh avó, sinto saudades da mãe” ela disse.“Conte-me uma estória avó” disse Maria, grudando os seus olhos na sua avó. A

Maria estava muito cansada. Ela esteve chorando todo o dia, “ Oh, oh querida!” “Que tipo de estória gostarias que eu te contasse?" a avó sussurrou para ela. "Hmmm … hmmm conte-me a estória do coelho esperto, avó….” ela falou,

olhando na fogueira. Os dois irmãos mais velhos estavam no silêncio. Eles estavam acocorados ao lado da fogueira.

“Então vamos a isso, minha querida…“Karingana wa karingana,” disse a avó, sorrindo para ela. “Karingana,” Mauro e

Nuno quebraram o seu longo silêncio.A avó contou a seguinte estória:A muito, muito tempo quando os animais pensavam, tinham sentimentos e

emoções, eles comportavam-se como humanos. Os relatos de guerras e batalhas ouviam-se por todos os lados. Os animais lutavam para descobrir quem seria o rei. Pássaros, tais como: águias, falcão, pelicanos, flamingos e pavão também tentavam escolher o seu rei. Assim, eles decidiram que se houvesse um pássaro com chifres, este automaticamente deveria ser o rei. A coruja ouviu a tal estória. Ela mentiu que tivesse chifres e foi eleita o rei dos pássaros. A raça das corujas governou por mais do que um e meio milhões de anos. Este mandato terminou quando numa festa duas corujas beberam demasiado vinho que os induziu à luta. Durante esta luta eles retiraram-se os falsos chifres, tendo, por conseguinte, sido descobertos e lhes retirado o trono.

Várias espécies de animais debateram e escolheram os reis e as rainhas que governaram e lhes foi retirados o poder. Conflitos entre animais eram frequentes. Não havia nenhuma regra para aniquilar ou caçar o inimigo. As cobras podiam matar as impalas e as zebras.

Leões ferozes podiam matar gazelas inocentes. Era um total caos. Assim, os elefantes e os rinocerontes decidiram convocar todos os animais para uma reunião, onde iam resolver os conflitos da selva. Milhões de animais compareceram na reunião.

Depois de muitos dias de debate, todos os animais decidiram eleger o leão como rei da selva. O rei do pântano, o crocodilo contestou. Entretanto, ninguém o escutou. Assim, o leão governou a selva por mais do que cinco milhões de anos.

Séculos passaram, leões oprimiam e matavam muitos animais para servi-los de alimentos. O leão governou ferozmente. Ele despediu os seus conselheiros, incluindo o elefante e o coelho. Então, alguns animais organizaram-se e derrubaram o rei. Depois de um longo debate, eles decidiram colocar o elefante como o rei. Milhões de anos volvidos, o elefante governou a selva honestamente. O coelho era conselheiro de o elefante. No entanto, depois de várias gerações de vida fácil, o coelho tornou-se um preguiçoso.

Um dia, Sr. Coelho estava faminto. Então, ele decidiu visitar o seu amigo, o Sr. Macaco. O coelho era um animal esperito. Assim, ele decidiu ver o macaco na hora do almoço. Quando o coelho chegou, o macaco estava a cozinhar quatro ovos para sua refeição.

“Boa tarde Macaco, é sempre um prazer vê-lo de novo” disse o coelho.“Amado Coelho o prazer é todo meu “ respondeu o Macaco. Mas, na mesma

hora, sorriu sarcasticamente.“Não posso viver em paz pelo menos num simples almoço? Será que tenho de

ser visitado justamente quando estou para comer os meus ovos? Não podia atrasar nem um pouco?” ele pensou.

Parecia que o macaco estava a tentar inventar uma desculpa para persuadir o coelho a deixar a sua casa, antes que ele tirasse os ovos da panela. Eles continuavam a conversar por ai duas horas. O Macaco tentando inventar mais uma desculpa.

“Agora sei o que vou fazer para me livrar deste homem chato, fingirei que vou a casa de banho e depois ficarei muito tempo por lá, até que ele desista de me esperar e vá embora.”

Pois, o Macaco foi a casa de banho e ele ficou por ai quase umas duas horas, todavia o Coelho não saía. Durante esse tempo, o Coelho levou três ovos e os comeu. Quando o Macaco voltou da casa de banho, ele descobriu que apenas um ovo tinha restado. O Macaco começou a chorar e reclamando acerca da sua perda.

“Oh Sr. Coelho, já não somos mais amigos. Tu traíste-me! Aqueles ovos que eu estava a cozinhar, eram para a galinha chocar.”

O Macaco estava muito zangado e ele decidiu que reportaria o caso ao rei.Três meses passaram, o rei redigiu uma carta para convocar o coelho para

averiguar os factos. Então, o coelho ficou mais de três meses em casa. E quando ele chegou estava muito sujo.

“Nós convocamo-lo a três meses. Por que é que não compareceste cedo?” perguntou o rei.

“Sua majestade, não fiz de propósito, mas eu estava a cozinhar feijão para depois semear. Por essa razão levei muito tempo para comparecer” respondeu o esperto coelho. O rei começou a rir e ele disse:

“Muito interessante, coelho, gostaria de saber como é possível semear feijões cozidos?”

“Ora, se eu não posso semear feijões cozidos, como é possível a galinha do macaco chocar ovos cozidos?” respondeu o coelho. O rei ficou surpreso e não soube o que fazer.

“Se tu fosses o rei elefante, o que tu dirias, querida?” a avó sorriu para a neta.“Eu diria que você é a melhor avó do mundo” Maria abraçou a sua avó com

firmeza. A pequena menina não ficou mais triste. A noite continuou. Os pássaros anunciaram que era meia-noite. Maria era a menina mais feliz do mundo.

O Macaco e o Coelho

Era uma vez, o macaco e o coelho eram amigos próximos. Um dia, o macaco estava faminto. Ele não pôde resistir a sua fome. Ele decidiu andar a procura de alimento na vizinhança. Enquanto, ele dava uma volta, ele encontrou o seu amigo coelho cozendo oito ovos.

O macaco não sabia como se dirigir ao seu amigo e pedir alguns ovos. Então, ele escondeu-se. Esperando por uma oportunidade para roubar alguns ovos. Então, o coelho deixou a sua panela com ovos. Ele fora em algures, não no entanto tão longe da sua refeição.

“Esta é a oportunidade que eu preciso” disse o macaco.Por alguns minutos, o macaco levou quatro ovos da panela. Pouco minutos

depois, o coelho voltou. Ele percebeu-se que estava a faltar quatro ovos. Ele ficou perplexo! Entretanto, ele não podia fazer nada, porque ele não soube quem roubou os seus ovos. Embora, ele tenha suspeitado o macaco.

Um dia, o coelho estava também faminto. Ele decidiu dar uma volta. De repente, ele viu o seu amigo macaco cozinhando feijões no lume, ele come-os todos. Quando o macaco descobriu ficou furioso e disse,

“Hooo… meu amigo, olha o que tu fizeste! Eu estava cozinhando os feijões para que pudesse os semear. Agora não tenho nenhuma escolha. Tenho de reportar isto à entidade superior da comunidade.” Assim ele fê-lo.

A entidade superior imediatamente marcou uma reunião. O macaco e o coelho devia estar lá. Uma vez todos estavam lá, o maior da comunidade disse:

“ Sr. coelho, podes nos explicar qual é o problema.” O coelho disse, “Sim. De facto, eu comi os feijões, porque da última vez meu amigo também comeu os ovos que eu cozinhei. Aqueles ovos eram para a minha poder chocar.” O maior ficou surpreso e perguntou:

“Como uma galinha pode chocar ovos cozidos? Sereno e tranquilo o coelho respondeu:“Se não é possível uma galinha chocar ovos cozidos, então como se pode semear

feijões cozidos.”O maior riu-se, “Ho, ho, ho, ho, ho, ho !”No final ele percebeu que o macaco estava a tentar enganá-los. Por via disso, o

maior da comunidade evacuou-os da ali.

O Jogo da Cozinha

Era uma vez, o coelho e macaco eram amigos. Um dia, numa época de fome, o coelho decidiu convidar o seu amigo para participar de um jogo.

O coelho disse, “ Vamos fazer um jogo, cada um de nós deve cozinhar!”O macaco perguntou, “ Como vai ser o jogo?”O coelho respondeu, “ Temos de acender lume, encher a panela com água, de

seguida colocarmos a panela no lume.”O espertalhão coelho disse, "Serei o primeiro a entrar na panela. Quando eu bater

a tampa da panela, tu abres a panela para eu poder sair e você entrar!"Daí o macaco concordou.Então, o coelho entrou primeiro na panela, e quando a água começou a aquecer,

ele bateu a tampa da panela, e o macaco abriu.Porém, quando chegou a vez do macaco, o coelho levou uma pedra grande e

colocou-a em cima da tampa e, seguidamente, sentou-se em cima da tampa.Quando a água começou a ferver, o macaco bateu a tampa, mas o coelho não

abriu. Daí o macaco morreu, e o coelho comeu o seu amigo!

O Jogo de Olhar sem Piscar

A muitos, muitos anos passados, o coelho e cobra eram grandes amigos. Um dia, eles decidiram passear pela selva. Durante o passeio eles conversavam. O coelho era o mais esperto que a cobra, e a cobra sabiam disso!

Enquanto andavam, eles discutiam sobre quem seria capaz de ficar muito tempo olhando para o outro, sem pestanejar e sem se cansar. A cobra disse, “ Vamos pôr isto em prática. Eu sou o melhor! Irei ganhar! Irei olhar em ti sem pestanejar." Então, o coelho concordou em participar do jogo.

A cobra e coelho começaram a se olharem um para o outro. Olharam-se por muitos minutos e a cobra se cansou! Cansada a cobra, com muita gentileza ela retirou o seu corpo da pele e deixou-a ali com o coelho. O coelho continuou com os olhos bem abertos olhando a cobra por muitas horas.

O coelho era o animal muito esperto, todavia naquele dia a sua esperteza acabou! Por isso, até hoje o coelho dorme com os olhos abertos.

A Hiena Doentia

Era uma vez, nos tempos passados, numa era de fome, uma hiena elegante fingiu que estava doente e que não podia conseguir sair da casa. Assim, muitos animais foram visitar a hiena na sua casa, mas nenhum deles saía da casa da hiena!

Numa linda tarde, o coelho foi visitar a hiena. Chegado lá, quase a entrar na caverna da hiena, de repente parou e viu que só tinha pegadas da entrada, não tinha pegadas de saída. Então, ele parou de fora e gritou:

“Como estás amigo hiena? Como está a sua saúde, meu melhor amigo? Que tal está a melhorar?"

“Não te preocupes amigo coelho. Entra e vem me dar a sua gostosa companhia!"

“Oh não! não tenho muito tempo agora e tu tens aí muitos visitantes…”“Não te engane, amigo coelho. Ninguém está aqui. E não é bom para mim

ficar sozinho enquanto estou doente.”“Tu estás a mentir, estou a ver somente pegadas dos animais que entraram na

caverna, mas não vejo pegadas da sua saída…”A hiena imediatamente ficou quieta e o coelho disse:“Tchau, meu amigo, irei visitar-te noutro dia.”E o coelho pôs-se a correr.

O Leão e o Coelho

Um dia, o leão deu ordem a todos os animais da floresta para não comerem mangas na sua quinta. Somente ele tinha a permissão de comer as mangas, porque ele era o rei.

O coelho ficou perplexo com o que o leão disse. Ele decidiu vingar-se. Ele foi até perto da casa do rei e gritou:

“Ajuda-me, ajuda-me, socorro, …”De repente o guarda apareceu e perguntou:“Que fazes aqui? Tu estás a perturbar o repouso do rei.”O coelho respondeu:“Tenho más notícias para o rei, ele precisa de me ouvir.”Os guardas começaram a rir, e eles disseram, “É obvio que o rei não precisará

de ouvir qualquer que seja o que pretendes dizer e nem irá querer te ver aqui.”O coelho insistiu mais uma vez:“Se não o quer chamar, é melhor amarar-me nesta árvore por favor, porque

vem aí uma tempestade que nos irá destruir todos."Depois de os guardas ouvir o que o coelho disse, eles correram para informar

o leão. O leão rapidamente veio e perguntou:“Será que é verdade o que tu disseste?”O coelho respondeu:“Se não for verdade, eu juro, você pode tirar os meus olhos e cortar a minha

língua.”O leão facilmente acreditou no que o coelho disse, então ele disse ao coelho

que o amarasse primeiro naquela árvore, seguidamente amarasse os seus guardas também.

O coelho ouviu o que o rei disse e os amarou todos. Enquanto ele tentava amarar o último guarda, ele fingiu estar preocupado, acerca quem o podia amarar, e questionou:

“Quem vai me amarar? Quem vai me amarar?”“ Quieto, fecha a tua boca, não digas nada!” respondeu o guarda.Depois de todos estarem amarados, o coelho dirigiu-se à mangueira e comeu

as mangas o quanto ela pôde. Por conseguinte, colocou as mangas na sacola e escapuliu-se cantando:

“Vocês são realmente ignorantes, vocês são burros, e o que eu sou? Eu sou tão esperto…!”

Depois de um tempo, o leão percebeu-se que o coelho estava mentindo, porque ele somente queria comer as mangas. Assim, ele também decidiu se vingar do coelho. Entretanto, o leão nunca mais encontrou o coelho.

O Coelho vai a Festa

Era uma vez, os animais decidiram organizar uma festa. A festa não era para todos os animais, mas sim, era para animais com chifres.

O coelho soube da festa e preparou-se para ir. Só que, ele descobriu que a festa não era para todos os animais. Era apenas para um tipo de animais, os animais que tinham chifres.

O coelho, usando sua esperteza, procurou chifres e colou na sua cabeça usando uma cola. Depois de colar, ele foi à festa.

Na festa havia muita bebida, muita comida e havia também música. O coelho comeu, bebeu e dançou. Depois de tanto beber, comer e dançar, o coelho caiu no chão, num sítio que fazia tanto calor. Posto isto, a cola sentiu o aquecimento e começou a derreter. Os chifres descolaram-se e saíram da cabeça!

Assim, todos os animais descobriram que o coelho havia falsificado chifres para poder entrar na festa. Dai, eles puxaram as orelhas do coelho até ficarem grandes, e depois ele fugiu.

Eis a razão do coelho ter orelhas grandes!

O Macaco que Comeu a sua própria Cauda

Era uma vez, o coelho era grande amigo do macaco. Um dia, o coelho disse, "Vamos passear a procura de coisa para comer.” O macaco aceitou, mas era uma armadilha para ele.

Como o coelho queria mostrar ao macaco que ele era muito esperto, ele já tinha falado com os donos do milho para pegar o macaco. Eles foram à machamba de milho e eles divertiram-se comendo maçaroca de dono. De acordo com o plano, o esperto coelho começou a gritar, “Ladrão! ladrão! O vosso milho está a acabar!” Ele saltou e fugiu.

De repente, os donos da machamba apareceram e encontraram o macaco a tentar fugir. Porém, o macaco tinha uma cauda comprida que o dificultava correr. Os donos seguiram o macaco dizendo, “ Pare! Pare! Nós já ti vimos, tu és o macaco.” O macaco continuou a fugir.

No entanto, uma vez que o macaco não conseguia correr muito por causa da cauda, os donos da machamba conseguiram capturar o macaco, e começaram a chicoteá-lo. Ele não pôde suportar a dor e disse, “ Eu estava com o meu amigo coelho. Foi ele quem me convidou.”

Os donos cortaram a cauda do macaco, e lhe disseram, “ Vá e diga ao teu amigo que te cortamos a cauda.”

Assim, eles foram à casa do coelho cozinhar a cauda do macaco para comerem juntos. O coelho convidou ao macaco para o almoço e ele aceitou. Quando lá chegou, eles comeram. No final da refeição, o coelho perguntou ao macaco se sabia o que acabavam de comer.

O tolo de macaco respondeu, “ Não, não sei.”O coelho disse-lhe que tinham comido a sua cauda e ele depois correu. É por isso que o coelho e o macaco são inimigos!

Por que Não Matamos as nossas Mães?

Era uma vez, o coelho e o macaco eram amigos. Todos momentos, quando um tivesse algo dividiam-se. Eles estavam sempre juntos e partilhavam os seus segredos não importava o que acontecesse.

Um dia, o coelho disse, “ Meu ilustre amigo, por que não matamos as nossas mães? Depois vamos apoderar-se dos seus alimentos.”

O macaco imediatamente aceitou. Ele pensou que a ideia fosse excelente, porque a estação de seca estava se aproximando.

Assim, o macaco foi a casa da sua mãe e matou-a apoderando-se dos seus alimentos. Contudo, o coelho não matou a sua mãe. Ele apenas escondeu-a.

A tarde, no mesmo dia, o coelho levou um pouco de alimentos e foi ter com o seu amigo. Quando ele viu o macaco, ele gritou, “ Que mãe preguiçosa eu tinha! Aquela feiticeira. Fiz bem por ter matado. Ele não tinha alimentos suficientes para nós, mesmo para a sua pessoa. Eu teria de levar alimentos para ela, no tempo da seca…”

O macaco lamentou acerca do seu amigo e deu todos os alimentos ao seu amigo, que os levara da sua mãe. Depois dividiram por igual como sempre.

Então, a seca chegou e os alimentos tornaram-se escassos. O macaco sempre lamentava acerca da morte da mãe e ele sentia-se fraco e faminto. Ele não podia ir a casa da sua mãe alimentar-se porque a mãe estava morta.

O coelho fingiu estar na mesma situação. Ele poderia dizer ao seu amigo que ia beber água, para que não pudesse sentir tanta fome. Enquanto, ele realmente ia ao encontro da mãe, para poder alimentar-se.

O macaco começou a suspeitar, porque seu amigo estava a engordar. Ele decidiu segui-lo para onde ele sempre ia beber a água. O coelho chegou ao rio, o macaco não acreditou o que os seus próprios olhos viam. O coelho estava a cantar uma canção estranha:

Querida mãe, querida mãeNão sou como o macacoEle não tem amor pela sua própria mãeEle matou-a!Sou coelho, seu filhoAmo-a demaisAbra a porta e alimente-me!A porta abriu, o macaco viu a mãe do coelho. O coelho tinha-o traído e ele

queria se vingar. Então, quando a seu amigo partiu, ele aproximou-se e cantou:Querida mãe, querida mãeNão sou como o macacoEle não tem amor pela sua própria mãeEle matou-a!Sou coelho, seu filhoAmo-a demais

Abra a porta e alimente-me!A mãe do coelho não reconheceu a sua voz, por isso não respondeu. O macaco

tentou tantas vezes, mas não teve resposta.No dia seguinte, quando o coelho voltou, a sua mãe disse-lhe o que aconteceu,

mas ele não acreditou.O macaco continuou a cantar a canção na sua casa até que ele conseguiu

cantar bem.Ele regressou ao rio e contou:Querida mãe, querida mãeNão sou como o macacoEle não tem amor pela sua própria mãeEle matou-a!Sou coelho, seu filhoAmo-a demaisAbra a porta e alimente-me!Desta vez, a mãe do coelho respondeu e o macaco matou-a logo na primeira

oportunidade. Quando o coelho descobriu que a mãe não estava, ele sentou perto da fogueira para esconder as suas lágrimas. Embora o macaco soubera que ele estava a chorar, ele não disse nada.

Desde aquele dia, o coelho e o macaco não são mais amigos, porque o coelho traíra o seu amigo.

A Corrida

Era uma vez, o coelho encontrou o caracol, e lhe disse, “Tu não és capaz de correr! O que tu sabes é rastejar no solo.”

Então, o caracol disse, “ Venha no domingo e tu verás.”O caracol preparou milhões de pedaços de papéis e escreveu algumas palavras

por cada papel, com a mesma mensagem em todos os papéis.O caracol deu os papéis aos seus amigos e lhes disse para se esconderem atrás

da selva, por onde o coelho e o caracol passarão, e que “Quando o coelho vem me chamando, um de vocês dirá: Eu sou o caracol."

No domingo o coelho chegou lá e encontrou o caracol e disse, “Vamos competir, mas ganharei.”

Naquele momento o caracol escondeu-se atrás da selva e deixou o coelho correr. Ao longo da corrida, o coelho chamava, “ Caracol, caracol,” e um dos caracóis escondidos na selva respondia, “ Eu sou o caracol, eu sou o caracol.”

Finalmente, o coelho estava muito cansado e sentou-se no chão e disse “Caracol, estou cansado e tu ganhaste.”

Assim, o caracol ganhou por causa da sua esperteza.

O Macaco e o Cágado

Era uma vez, quando os animais falavam, um macaco e um cágado eram amigos, mas o macaco era muito avarento!

Um dia, o cágado decidiu visitar o seu melhor amigo. Quando o cágado chegou a casa do macaco, ele tinha preparado mesa para o almoço. Ele disse ao amigo para que fosse lavar as mãos antes do almoço. O cágado estava muito entusiasmado para a refeição, dai que correu até ao rio.

Depois do cágado ter lavado as suas mãos, ele arrastou-se com as quatro patas de volta a casa do macaco. Quando chegou lá, o macaco pediu ver as suas mãos. Ele reclamou que as mãos do cágado estavam cheias de areia! Então, o cágado não foi permitido comer, caso não fosse lavar as suas mãos outra vez.

Contudo, enquanto o cágado fosse embora, o macaco ficava comer toda a comida até que toda ela acabasse.

Dias depois, o cágado convidou o macaco para uma corrida de doce kilometros. O cágado queria provar que ele era o mais esperto do que o macaco. Então, ele colocou um cágado por cada dois kilometros, onde era suposto que tivesse uma pequena paragem. Ele colocou também um outro cágado onde iniciaria a corrida. O cágado ficou nas matas no fim da linha.

Quando a corrida começou, o macaco jurou que terminaria a corrida deixando o cágado a uma distância esmagadora. Dai que, ele apostou com a sua própria casa!

“Um, dois e três!” e a corrida começou. Como corria o macaco, ele zombava o cágado.

“Tu réptil rastejante, tu nunca me vencerás, mesmo eu estando morto!” ele disse.

Surpreendentemente, aos cento e oitenta metros, o macaco viu o cágado vinte metros a sua frente. O macaco ficou assustado e correu o mais rápido quanto podia para ganhar o passo. O macaco correu tão rápido, mas de todas as vezes que chegasse perto dos duzentos metros para pequena paragem, ele via um cágado em sua frente.

Isto foi acontecendo ao longo de toda a corrida. Quando terminaram o macaco estava exaustado e com uma respiração deficiente. Lá estava o cágado!

O cágado perguntou ao macaco quem era o mais esperto entre eles. O cágado ganhou a corrida e também ganhou a casa do macaco!

O Fim de uma Amizade

A muitos, muitos anos, quando os animais falavam, o macaco e a tartaruga eram grandes amigos. A tartaruga comia muito, e o macaco não queria comer com outros animais.

Um dia, o macaco convidou a tartaruga para almoçarem juntos na sua casa. De propósito, o macaco serviu a comida na mesa, a tartaruga não conseguia atingir a altura da mesa. O macaco comeu sozinho, e a tartaruga voltou para sua casa faminta e aborrecida.

Naqueles dias havia uma escassez de água. Quando os animais precisassem de comer deviam lavar as suas mãos no rio.

Um dia a tartaruga queria vingar-se do que o macaco o fez. No seu aniversário, ela convidou o seu amigo macaco para celebrarem juntos a festa do aniversário. Assim, convidou o macaco ao rio para que fossem lavar as suas mãos, e de seguida fosse de volta para casa almoçar.

Na volta, o macaco usava as suas quatro patas para andar, de tal sorte que sujavam outra vez. A tartaruga disse ao macaco que já estava cansada e não podia ir de volta ao rio juntos. Então, o macaco tinha de ir sozinho. Isto porque não podia comer com as mãos sujas.

Ao longo do caminho de volta ao rio, o macaco lembrou-se como a tartaruga comia tanto, e poderia comer toda a comida sozinha. Pois, o macaco desistiu e foi a sua casa ficar.

Na verdade, a tartaruga queria vingar-se acerca do que o macaco a fizera antes. Ela comeu tudo o que tinha cozinhado e a sua amizade acabou!

A Dança do Cabrito

Um dia, um cabrito perdeu-se na selva. E ele encontrou-se com o lobo.O cabrito disse, “Sr. Lobo eu sei que queres me comer. Porém, gostaria de

morrer feliz."O lobo perguntou ao cabrito, “ Morrer feliz? Como?”O cabrito respondeu, “ Gostaria de morrer dançando.”Então, o lobo pegou na sua guitarra e começou a tocar. O cabrito começou a

dançar.Perto do local, havia cães. Eles aproximaram-se para ver o que estava a

acontecer. O lobo teve medo de cães e deixou a guitarra e fugiu.E o cabrito continuou a dançar, porque estava livre das garras do lobo.

Obediência ao Rei

Nos tempos passados, o rei da selva era o leão. Ele enviou muitos animais para parar com barulho que vinha de uma pequena lagoa. Mas, eles não conseguiram parar com o barulho das rãs naquela lagoa.

O elefante voluntariou-se em parar com o barulho. O elefante foi enviado como um guarda. No meio da noite, o barulho começou e o elefante começou a matar as rãs. No dia seguinte, ele fez o mesmo.

Depois de poucas semanas, o rei estava feliz porque o elefante acabara com o barulho.

Mas depois de um mês, ele viu muitos insectos na sua quinta. O rei leão pediu ao elefante que chamasse as rãs para comerem os insectos. O elefante foi e disse calmamente que tinha morto todas as rãs.

O elefante disse, “ Lamento… lamento, eu matei. eu matei-as!"Então o rei leão disse, “Eu pedi com que fosses parar com o barulho não para

matares as rãs.”O elefante foi posto na prisão por muitos anos. O rei disse a todos animais que

obedecessem exactamente o que ele diz.

Ku Do Teku…

Era uma vez no campo, quando os animais pudessem falar, um homem velho e bondoso foi a selva a procura de lenha. Era um dia lindo, o sol estava a brilhar e os pássaros estavam a cantar. Era um dia de festa na selva! Ao longo do percurso, de repente o velho ouviu uma voz gritando, “Socorro,.. ! Quem me ajuda!”

Ele foi ao local de onde a voz vinha e viu uma enorme cobra com uma grande pedra em sua encima.

“ Oh! O velhote! Esta pedra pesada está sobre mim e não consegui sair daqui. Pode me ajudar?" pediu a cobra ao velho.

Então, o velho retirou a pedra, mas de repente a cobra disse, “ Oh, já não somos mais amigos, comer-te-ei.”O velho gritou, “Oh! Pare! Não me coma. Por que não vamos ter com o

“maluco”? Tenho a certeza que ele nos ajudar a resolver o problema.”Eles foram ter com o maluco e eles contar a ele o que aconteceu. Então o

maluco disse, “Está bom, agora vamos voltar ao local onde tudo isto aconteceu."Assim, eles voltaram ao local onde a cobra estava quando o velho passava por

ali.“Agora Sr. Cobra, mostra-nos onde você estava quando o velho veio!” disse o

maluco. A cobra foi ali e o maluco disse ao velho que colocasse a pedra de volta onde

primeiramente estava. E o velho fê-lo. Finalmente, o maluco virou para o velho e disse, “Agora vamos embora e deixe a cobra onde estava”.

Nota: ku do teku é uma expressão usada em Cicopi para chamar a atenção o ouvinte no inicio da estória.

Por que a Rã é tão Feia?

A muitos anos atrás, o lagarto e a rã eram amigos. Então, um dia eles decidiram procurar uma namorada na cidade, porque ambos estavam solteiros.

A rã sentia inveja da pele brilhante do lagarto.Ela perguntou: “O que é que fizeste para poderes passear com a pele bonita desse jeito? Olha-

me, eu sou tão feia e com rugas. Podes ajudar-me a fazer alguma coisa acerca da minha pele, para poder ser como a sua?”

O lagarto respondeu: “Por que não? Agora me escuta: põe água na panela e coloca-a no fogo. Perto

de ti… "Mas a rã disse, “Já sei, eu sei. Pode deixar comigo meu amigo.”

A rã partiu, sem querer ouvir mais nada. Então, ela chegou à casa e colocou a água na panela. Quando a água começou a ferver, ele lançou-se dentro da panela, e a sua pele queimou e sua cauda desapareceu.

Em vez de a rã ser brilhante e bonita como o lagarto, ela tornou-se mais feia ainda.

Os Três Amigos

Era uma vez três rapazes amigos que não sabiam falar português. Cada um apenas sabia dizer duas palavrinhas! O primeiro sabia dizer, “ Somos nós,” o segundo “ Sim senhor,” e o último “A razão explica.”

Um dia estavam a passear quando de repente encontraram um homem morto no caminho. Eles pararam para ver o que estava a acontecer com aquele homem.

Minutos depois, chegaram quatro polícias e perguntaram aos três amigos, "Quem matou este homem?" O primeiro respondeu dizendo, “Somos nós.”

O polícia perguntou outra vez, “"Foram vocês quem matou este homem?” O outro rapaz respondeu, “Sim senhor,” e o último disse, “A razão explica.”

Depois disso, os polícias prenderam os três rapazes e foram levados à prisão.

A Estória do Coelho e o Tigre

Havia um coelho que tinha três esposas. Cada uma delas tinha a sua própria casa.

Um dia o marido disse, “Minhas esposas, tenho de ir a África do Sul a procura de emprego. Vocês vão ter que ficarem sozinhas. Mas, deve ter atenção: cuidado com o tigre mau."

Então, a casa da primeira esposa era feita de palha. O tigre chegou lá e bateu à porta.

“Com licença, abra à porta por favor.” “Não, nunca, porque tu vais querer me comer!”“Eu vou destruir a sua casa. Eu sou tão forte do que a sua casa feita de palha."Então, o tigre destruiu a casa. A casa caiu e o coelho correu.Assim, o tigre foi a casa da segunda esposa. A casa era feita de paus. O tigre

bateu à porta.“Abra a porta por favor.”“Não, nunca, porque tu vais querer me comer! Tu és menos útil na

sociedade!” “Quero destruir a sua casa agora. Hoje tu és meu, és o meu prato favorito!”O tigre destruiu a casa, também o coelho correu.O tigre foi a casa da terceira esposa do coelho, a casa era feita de betão. O

tigre bateu à porta. “Abra a porta por favor.”“Não, nunca, porque tu vais querer me comer!”“Mas tenho uma encomenda para ti. Eu acabei de chegar da África do Sul, e o

seu marido enviou muito dinheiro. Entregando-me para que pudesse lhe dar."“Achas que sou uma tola? Que vergonha! Não abrirei a minha porta.”“ Então vou destruir a sua casa!”Contudo, ele não podia destruir a casa, pois ela era tão forte. O tigre estava

muito furioso. Dai que, subiu no telhado da casa, e atirou-se para o chão em cima de fogão. E ele caiu dentro da panela que continha água quente, onde o tigre morreu.

O Homem e o Leão

Era uma vez, um homem que estava a andar pela selva. Durante a sua caminhada, deparou-se de repente com um leão! O homem, assustado, não soube o que fazer.

O leão estava a descansar no capim quando inesperadamente viu o homem! Espantado o leão viu aí uma refeição, uma vez que o seu estômago roncava de tanta fome. O homem conseguiu fugir e subir numa árvore. Estando lá em cima ele insultava o leão.

O leão, sabendo que a finalidade daquele homem seria de descer, ficou debaixo da árvore esperando do homem que serviria da sua refeição. Passado algum tempo, o leão dormiu mas como o homem não tinha certeza se o leão havia dormido ou não, ele permaneceu lá em cima. Depois de algumas horas, o homem por sua vez, começou a dormitar. O sono atacou-o bem que de repente caiu para cima do leão que também estava a dormir. O leão assustado, acordou e se pôs a correr. O homem também se pôs a correr na mesma direção com o leão. Quando descobriu que estava a correr na mesma direção com o leão, mudou de direção e escapou assim da morte!

Rapaz Feio e Urso Velho

Era uma vez, havia um menino que era muito feio, e um urso velho. O menino vivia com a sua avó. As crianças não gostavam de brincar com ele. Eles expulsavam-no, “Vá, vá, saia daqui. Vá embora. Nós não gostamos de ti. Tu és feio!”

Então, o menino feio não tinha ninguém com quem brincar. A sua avó amava-o demais, ele estava sempre a fazer bolos e assava castanha para ele. Naquela área, havia cajueiro, e quando os cajus ficassem amadurecidos, vinha um urso velho.

Aquele urso não permitia ninguém arrancar os cajus. Quando os meninos tentassem arrancar o urso começava a gritar, "Grrr, grrr, e grrr!" Então eles tinham medo de ser comido pelo urso.

Um dia, o menino feio entrou na casa dizendo, "Avó, avó, estou com fome. Vou pegar algumas nozes. Eu não tenho medo do velho urso. "

A avó chorou, “Oh, meu menino, tu não deves! O urso vai pegar-te e comer-te!”

O menino feio não quis ouvir, ele foi ao local onde tinha o cajueiro. Havia tantos cajus, ele recolhe-os. Depois de recolher os cajus, o menino feio sentou-se num chão e começou a comer os cajus. O urso apareceu no mesmo local, mas o menino feio não ficou com medo.

O urso perguntou, “O que estás a fazer?”“Estou a comer os cajus.”“Estes cajus são meus e não deves come-los.”“ Estes não são seus”“Estes são meus. Se tu não corres, comer-te-ei!”“Os cajus não são seus, e se calhar pode ser mais velho em relação a mim,

mas não é tão corajoso.”“O urso disse, “Eu sou corajoso.”O menino feio disse, "Ok, dir-te-ei que farei. Primeiro, tu tentaste assustar-me,

e então vou tentar-te assustar também. E quem não tiver medo, leva todos os cajus.”O urso riu-se, “Ho, ho, ho, hooo… ! tu pensas que podes me assustar? Ok,

vamos lá ver.”O urso tentou primeiro e o menino ficou impávido a comer cajus

normalmente. Ele não mostrou nenhum medo.Assim, o menino correu a sua avó pedir arco e flechas. Depois de levar, ele

voltou e trepou a árvore. Dai chamou o urso, “Vem cá! Vou assusta-lo!" Quando o urso se aproximou, ele levantou as suas patas de frente e abriu a

boca riu-se, “Há, há, haaaa…!" perto do menino. O menino atirou a flecha e matou o urso.

O menino correu para a casa. “Oh, avó! Todos os meninos da zona podem colectar os cajus, porque matei o urso. Atingi o urso com a flecha e ele morreu!"

A Menina Curiosa

Há muito, muito tempo, havia uma menina jovem que estava prestes a ser casada. Ela esperava e procurava por um rapaz para lhe casar. Depois dum tempo, um rapaz apareceu e eles ficaram juntos.

Durante este tempo, eles começaram a preparar o que tinha que ser feito antes do casamento. A mãe da menina lhe ensinou como fazer os trabalhos de casa. Ela não se esqueceu dos valores morais e costumes que devia aprender tanto dos pais do marido como também do seu marido. Mas a menina tinha dois defeitos: ela era curiosa gananciosa.

Quando chegou a hora de ir viver com os pais do marido, a mãe dela voltou a lhe explicar o que ela podia fazer e o que não podia fazer.

Um dia, a sua sogra estava para ir ficar um tempo na machamba deles. Ela deu a menina uma certa quantidade de feijão. “Olha, toma este feijão, cozinha para o jantar,” disse a sogra. Depois ela se retirou do lugar e saiu da casa.

Como a menina comia muito, ela achou que a quantidade de feijão não seria suficiente, mas ela não disse nada, porque queria que a sua sogra saísse. Ela era muito curiosa e ambiciosa, e queria protestar que o feijão não era suficiente mas o marido dela também fosse á machamba.

Portanto, ela foi para onde a sua sogra guardava as suas coisas na casa. Ela não sabia que a sua sogra tinha coisas secretas guardadas lá, mas ela abriu todos os recipientes, do primeiro até ao último. Não era fácil abri-los, mas ela usou a sua força e conseguiu. Surpreendentemente, ela encontrou una hiena dentro, porque a sua sogra era bruxa! A menina ficou assustada e ela quis fugir, mas a hiena correu mais rápido para fechar aporta e lhe impedir de fugir.

De noite, quando a sua sogra regressou para casa e viu o que tinha acontecido, ela sentiu-se envergonhada.

“Como tiveste coragem de fazer isto?” disse a sua sogra. “É como se estivesse nua em público e enfrente do meu filho." A menina curiosa estava calada sem nada para dizer. Logo que o marido dela chegou, ele mandou ela de volta para sua casa com tudo que ela tinha conservado desde que se casaram.

Agora a menina curiosa não está casada porque todos os meninos conhecem a sua história!

O Banco

Era uma vez, um coelho descobriu um banco na cidade. O código para entrar era “Fechar.” E o código para sair era “Abrir.” O coelho foi para o banco e roubou algum dinheiro.

A sua volta do banco, ele encontrou o seu amigo o macaco. O macaco perguntou-lhe, “Onde é que adquiriste esse dinheiro?”

O coelho respondeu, “Eu adquiri no banco. Se tu quiseres entrar lá, diga “Fechar” a porta abrirá. E diga “Abrir” a porta fechar-se-á.”

“Ok, entendi,” disse o macaco.O macaco foi ao banco e disse “Fechar” e a porta abriu-se. Depois ele disse,

“Abrir” e a porta fechou-se. Ele levou mais dinheiro do que o coelho.Quando ele quis sair, disse “Abrir”, mas a porta não abriu. Então ele ouviu

uma voz vindo de fora. Ele entrou dentro do saco de dinheiro.O proprietário do banco pediu um dos seus assistentes para carregar o saco. O

assistente disse, “Isto está pesado.”“Por que isto está pesado? Isto é apenas o saco de dinheiro.”O proprietário foi ajudar o seu assistente a carregar o saco. E ele disse, “Isto

está realmente pesado.”Quando eles abriram o saco, eles viram o macaco. Eles tiraram-lhe do saco e

começaram a bater-lhe estupidamente. Depois, eles atiraram-lhe fora do banco.Então o macaco voltou com as mãos vazias.

O Pedreiro

Um dia, um pedreiro, que trabalhava numa companhia de construção de um edifício, renunciou o seu trabalho. Ele queria estar livre, de tal sorte que ele poderia passar o seu tempo com a sua família. O seu patrão aceitou a sua renúncia. Contudo, antes de o pedreiro deixar a companhia, ele precisou dele para fazer o último trabalho. O pedreiro aceitou o pedido do patrão, embora não quisesse trabalhar para a companhia nunca mais.

O pedreiro disse, com as suas mãos atrás, “Eu tenho pensado acerca da minha família hoje. E eu… eu … cheguei a uma conclusão que preciso passar mais tempo com eles.” Ele coçou a sua cabeça com as suas mãos. “Então gostaria de … quero dizer… parar de trabalhar, percebes.”

“Parar de trabalhar? Você é tão bom trabalhador. E você quer nos deixar?" “Eu não estou a vos deixar, mas … isto as vezes acontece, percebes.”“Ok, eu entendo, mas eu gostaria que fizesse o último trabalho. Eu tenho um

importante projeto. Somente você pode fazer.”“ Sim, mas eu … ok farei.”O pedreiro queria deixar a companhia o mais cedo possível. Ele fez um

trabalho rápido mas mau trabalho. Ele comprou os materiais falsos e baratos, que se pode comprar em mercados locais. Ele alugou meninos das estradas, cuja experiência apenas foi adquirida a poucos meses atrás, quando eles brincavam em construir uma pequena e feia casa fora da imundice.

Como resultado, os pilares da casa eram muito fracos. As pessoas que viveriam naquela casa estariam em perigo. Se a casa se destruísse em pedaços eles poderiam morrer.

Depois de construir a casa, o pedreiro chamou o seu patrão para dar uma olhada na casa. O seu patrão foi para lá e disse, “Meu querido amigo, há muito tempo que você está trabalhando para minha companhia. Você sempre fez um bom trabalho. Você sempre foi fiel e nunca me desapontou.”

O pedreiro abraçou o patrão, “Eu sei. Eu sempre tentei agrada-lo.” O patrão apontou a casa e disse, “Eu gostaria de o agradecer, oferecendo-o esta casa!”

A Boneca

Era uma vez, havia um casal que se apoderou de um grande campo agrícola. Eles tinham muito amendoim no seu campo agrícola. Muitos animais acostumavam comer as suas culturas na quinta. O coelho era tão esperto que poderia marcar o casal de qualquer modo quando eles fossem ao campo agrícola. Todos os animais com quatro patas iriam ao campo agrícola comer as culturas desta família. No entanto, o coelho gritaria, "Bandits! Bandits!” logo que o casal fosse ao campo agrícola. Assim, os animais fugiam do casal. Isto aconteceu muitas vezes.

Com o passar do tempo, o casal percebeu-se que as suas culturas estavam sendo destruídas pelos animais. Eles decidiram por uma boneca com cola em todo seu corpo, com o intuito de proteger as suas culturas. Eles pensaram que a boneca podia assustar os animais.

Na verdade, a boneca assustou todos os animais, excepto o coelho. Os animais foram ao campo agrícola no dia seguinte e eles decidiram não irem outra vez, porque eles pensavam que a boneca os pegaria. Porém, o coelho foi bastante corajoso de voltar dois dias depois de ter colocado a boneca. Quando o coelho chegou ao campo agrícola, ele aproximou-se do campo agrícola e disse a boneca, “Se eu te dar um tapa com a minha mão direita, tu morrerás.” O coelho deu tapa a boneca e sua mão ficou colada na boneca.

Assim, o coelho disse outra vez, “Se eu te dar um tapa com a minha mão esquerda, tu morrerás.” O coelho deu um tapa a boneca e a sua mão esquerda ficou colada na boneca. O coelho disse a boneca, “Se eu te chutar com as minhas duas patas, tu morrerás meu amigo.” E o coelho fez isso, e ficou colado na boneca. O coelho continuo a dizer a boneca, “Se eu te dar uma cabeçada a tua cabeça quebrar e tu vais morrer.” Outra vez, o coelho ficou colado na boneca. Dai, todas as partes do corpo do coelho colaram na boneca.

No mesmo dia, o casal e a sua filha de doce anos de idade foram ao campo agrícola e eles encontraram o coelho colado na boneca. Eles deram o coelho a rapariga para ser cozinhado em casa. Então, a rapariga levou o coelho para casa dar a sua irmã mais velha para cozinhar.

Quando ela chegou a casa, ela disse a irmã mais velha para cozinhar o coelho. Mas, o coelho deu diferentes ordens a rapariga. O coelho disse que elas eram para cozinhar o grande galo que a família tinha, vestir o coelho com o fato do homem da família e servir o galo. Logo que o coelho comer, elas eram para abrir as janelas da casa. Assim, as raparigas cozinharam o galo. Depois de elas acabarem de cozinhar, elas deram o fato do pai ao coelho e serviram-lhe. Quando o coelho estava comendo, as raparigas abriram as janelas da casa. O coelho colocou os ossos da carne dentro do bolso do casaco.

Antes de o coelho acabar de comer, o casal chegou. Quando o coelho os ouviu a falarem, ele saltou para fora da janela e fugiu. Eles deram ordem o cão que apanhasse o coelho. Logo que o cão aproximasse ao coelho, ele dava os ossos ao cão que ele tinha colocado no bolso. O cão parou para comer os ossos. O coelho correu

tão rápido como podia. Ele desapareceu completamente. Ele correu por cima da imundice e saltando-a. Ele apareceu fora da escuridão, e parou exatamente no passeio, os cães e as pessoas estavam correndo. Quando eles apanharam o coelho, eles não puderam reconhece-lo, eles perguntaram ao mesmo coelho, “Tu viste um coelho correndo por aqui?” O coelho respondeu, “Não!”

E é o fim da estória.

O Feitiço e o Batuque

Karingana wa karingana!Em Vilanculos havia um rio chamado Phumo. Muitas crianças acostumavam

brincar nas margens do rio. Quando eles quisessem atravessar o rio, eles deviam cantar primeiro para que a água baixasse.

-karinganaUma vez, era um dia de calor escaldante. Um grupo de criança foi ao rio

brincar. De repente, o feiticeiro usando sua magia capturou uma das crianças! Depois de alguns minutos as outras crianças aperceberam-se que faltava uma criança. Eles foram de volta para casa e disseram aos seus pais.

-karinganaDepois de capturar a criança, o feiticeiro meteu-a dentro de um batuque, para

que ela cantasse sempre quando o feiticeiro tocasse o batuque. Então, ele andou pelas casas e dizendo: “Se vocês me derem uma garrafa de bebida, eu tocarei o meu batuque e vocês se divertirão com a canção.”

-karinganaO feiticeiro bebeu a sua bebida por alguns dias e ele nunca pagava por ela!

-karinganaUm dia, ele entrou em casa da família da criança, por engano, e disse: “Se

vocês me derem uma garrafa de bebida, eu tocarei o meu batuque e vocês se divertirão com a canção.” A família da criança deu-lhe a bebida.

- karinganaPor sorte, uma das irmãs ouviu e reconheceu a voz da sua irmã! Como não

tinha tanta certeza, ela quis certificar se era mesmo a irmã ou era um engano. Assim, ele deu muita bebida, até que o feiticeiro ficasse muito embriagado. Ela abriu o batuque e viu que realmente era a irmã! Assim ela tirou a irmã do batuque.

Assim, ela recuperou a irmã. Então, ela decidiu vingar-se. Ela colocou um enxame de abelhas dentro do batuque e fechou. Uma hora e meia depois, o feiticeiro levantou-se e levou o seu batuque. Como sempre, ele foi numa outra casa e disse: “Se vocês me derem uma garrafa de bebida, eu tocarei o meu batuque e vocês se divertirão com a canção.”

-karinganaDesta vez, não havia nenhum som. Ele ficou surpreso. Ele quis ver o que

estava a acontecer. Ele abriu o batuque, e de repente ele foi atacado pelas abelhas todo o seu corpo. Por fim, ele morreu.

-karingana

O Homem que Casou Duas Mulheres

Era uma vez, um homem que casou duas mulheres. Das duas mulheres, ele amava verdadeiramente a segunda esposa.

Como a prova do seu amor por esta segunda mulher, o homem construiu uma casa confortável a material convencional. Mas, a primeira esposa não era considerada. Era vista como uma coisa qualquer. Ela dormia numa casa horrível feita de material precário. Na verdade, ela era tratada como animal.

Então, todos os dias, quando ela estivesse a fazer seus trabalhos caseiros, ela cantava a seguinte canção para esquecer a sua dor:

wa yingawa yingawa yizwa mbuti mbe!lava va ku randziwava etlela mungomenilowo wa maxapawa yingalava va ku nyenyiwa wa etlela rangenile ga timbuti mbe!wa yingawa yinga

Nota: Esta estória tradicional, eu ouvi através da minha avó em Xitswa, minha língua materna. Dai, eu traduzi em Português e em Inglês. Para algumas palavras, como a primeira estrofe da canção, é impossível encontrar palavras similares em Inglês ou mesmo em Português.

Na Sala de Aula

Depois de aprender primeiro o Português, os alunos Moçambicanos estudam Inglês de 7ª a 12ª classes, mas nunca são tão velhos para não gostarem das estórias tradicionais das suas infâncias! Como mencionamos em cima, estas estórias são recebidas com muito entusiasmo e alegria mesmo pelos alunos mais velhos e professores do ensino secundário. Talvez haja alegria do reconhecimento, e também um alívio por saberem que a escola e educação não devem significar rejeição da cultura local.

Literacia e material escrito são claramente dados importância na escola, o que é uma maneira de trazer a forte tradição de narrar e escutar na sala de aula.

A maior parte das estórias são curtas, e escritas em português básico, o que as torna mais acessíveis para os alunos. Sei que os professores quase nunca terão cópias suficientes para todos os alunos, ou podem apenas ter uma cópia. Eis as seguintes sugestões para integrar leitura, escuta, fala, e mesmo escrita, para o uso na sala de aula.

O professor vai sem dúvidas usar a sua discrição se existem debates em inglês, em português, ou na língua local.

Tirar prazer, entender, e se expressar livremente deve constituir os objectivos.1. O professor lê a estória em voz alta, depois coloca uma série de perguntas

(primeiro que exprimem factos, depois que exprimem opiniões) para os estudantes debaterem em grupos.

2. Os melhores estudantes lêem a estória em voz alta nos pequenos grupos, depois os alunos debatem em grupo.

3. O professor lê parte da estória em voz alta, depois pergunta os estudantes se a reconhecem ou não, e como pode continuar.

4. Isto faz com que os alunos recontem a estória individualmente, tanto para os pequenos grupos como para toda a turma.

5. É muito divertido ter uma estória contada várias vezes, em línguas diferentes. Vais descobrir que em cada turma existem bons contadores de estórias, e verás que há uma participação muito ativa.

6. Toda a estória pode ser seguida dum debate em torno “da moral da estória,” e haverá interpretações muito diferentes. O que é muito aceitável, e tem um valor educacional em si.

7. Ditar algumas frases da estória, talvez resumindo ou simplificando um pouco. Depois pedir a turma para ler de modo a ouvires.

8. Mesmo com apenas um lápis e um papel, alguns alunos podem tentar ilustrar as estórias. Textos com imagens nas paredes são um bom estímulo para ler, e pastilha é um bom substituto para Bluetack!

9. Será um pouco encorajador para os alunos começarem a sugerir mais estórias domésticas que conhecem, e num nível mais alto podem tentar escrevê-las num inglês simples, trabalhando em grupos e se ajudando.

Com um pouco de acompanhamento eles serão capazes de lê-las em voz alta.

10. Um objectivo ambicioso seria para que a turma compilasse o seu próprio livro de estórias, e conservar como um recurso para aulas vindouras.

Contribuidores

Aniseto António BanzeDamas Calisto CalegeSabir Ibraimo Abdul CarimoErgílio Daniel ChemaneHelder Justino ChiembeleÁngelo Alberto CossaIsva Cigna DiogoGraça Rafael Daniel DzuculeMilton Ernestina da GlóriaStepson Fabião MabutoNilsa André MapolissaVenáncio Paulo MassangoJorge Fernando MuchaveEdite Filósia NaifeJaime Francisco NhaguilunguanaNelson Estevão NhamuaPaulino Samuel NhataveÁngela Dionísia ParruqueJemuce PinheiroDércio Vasco RoqueDércio Salomão Armando Salomão.João Alexandre SarmentoCarlos Sebastião Sevene.Joana Rafael UaciqueteEdio Eugenio Xavier Jackson Caetano Jossefa Zavala