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UMA HISTÓRIA DA MÚSICA EM PORTUGAL 1940-2000 © Rui Dinis | http://a-trompa.net

Uma História da Música Portuguesa

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Page 1: Uma História da Música Portuguesa

UMA HISTÓRIA DA

MÚSICA EM PORTUGAL1940-2000

© Rui Dinis | http://a-trompa.net

Page 2: Uma História da Música Portuguesa

O nacional-cançonetismo 40-69

António Calvário

// Música ligeira incentivada pela ditadura do Estado Novo

(33-74);

// Emissora Nacional (1935); RTP (1957);

// Em 1964, 1º Grande Prémio TV da Canção Portuguesa -

António Calvário - "Oração";

//Simone de Oliveira; António Calvário; Madalena Iglésias;

Maria de Lourdes Resende; Maria Clara; Tony de Matos;

Milú; Francisco José; Luiz Piçarra; etc;

// O folclore, o fado e Amália Rodrigues.

Madalena Iglésias

Page 3: Uma História da Música Portuguesa

Nasce o rock em Portugal! 1960

Os Conchas

// Os Babies de José Cid (55-58);

// Havia também Zeca do Rock, Joaquim Costa, Nelo do

Twist, Fernando Conde…e Victor Gomes e os seus saltos “à

Tarzan” (solistas com banda de suporte);

// A 28 Out 60, Os Conchas e Daniel Bacelar gravaram “Os

Caloiros da Canção”. Foi o primeiro disco do rock'n'roll

português;

// Estava a chegar o yé-yé - tolerado mas não apoiado!

Victor Gomes

Page 4: Uma História da Música Portuguesa

O primeiro YEAH! 1961

Zeca do Rock

// Um ano depois acontece o primeiro ‘Yeah’ do rock

português;

// Zeca do Rock era José das Dores e o grito foi dado no

tema “Sansão foi Enganado” (1961);

Page 5: Uma História da Música Portuguesa

As estrelas do Yé-Yé 1964

Conjunto Mistério

// Fenómeno juvenil associado aos estudantes e aos bailes

do liceu;

// Musicalmente bastante incipientes, limitavam-se a fazer

instrumentais e versões de grupos internacionais;

// ‘Cópias’ de The Shadows e Beatles;

// Versões de tradicionais portugueses - Conjunto Mistério.

Page 6: Uma História da Música Portuguesa

Os campeões do Yé-Yé 1966

Os Claves

// O Concurso de Conjunto do Tipo do “The Shadows” (1963);

// Concurso Yé-Yé no Teatro Monumental (65/66) ganho pel’Os

Claves – 73 grupos e 350 jovens;

// Em meados dos anos 60, seriam cerca de 300 os grupos

deste tipo: Os Titãs, Os Rebeldes (moç), Os Morgans, Os Charruas

(Dany Silva; cv), Os Claves, Os Rocks (Eduardo Nascimento; ang), Os

Ekos, Chinchilas, Os Álamos, Os Sharks, Os Jets, Os Conchas, Os

Steamers; Os Tártaros, Quinteto Académico e os Sheiks.

Chinchilas

Page 7: Uma História da Música Portuguesa

O Yé-Yé d’os Rebeldes 1966

Os Rebeldes

Page 8: Uma História da Música Portuguesa

Sheiksmania... 1966

Sheiks

// Sheiks foram o principal grupo do Yé-Yé. Chegou mesmo a

haver uma espécie de Sheiksmania (Paulo de Carvalho e

Carlos Mendes);

// Por força da guerra colonial (61-74), os grupos sofriam

muitas alterações ou terminavam, mesmo. Os Sheiks não

foram exceção;

// Poucos sobressaíam: Sheiks, Chinchilas, The Jets...

Page 10: Uma História da Música Portuguesa

...O Conjunto Académico João

Paulo1965

Conjunto Académico João Paulo

Page 11: Uma História da Música Portuguesa

...os Pop Five Music Incorporated 1970

Pop Five Music Incorporated

Page 12: Uma História da Música Portuguesa

A Lenda do Quarteto 1111 1967

Quarteto 1111

// Com origem no Conjunto Mistério, o Quarteto 1111

(Estoril, 1967) assume-se com o primeiro grupo português

verdadeiramente original (com José Cid e posteriormente

com Tozé Brito);

// "A Lenda de El-Rei D. Sebastião", EP de 1967, como

segundo marco da história do rock em Portugal – transição

do ye-yé.

Page 13: Uma História da Música Portuguesa

Na Vanguarda com o Quarteto

11111970

Quarteto 1111

// Editado em 1970, “Quarteto 1111” foi retirado do mercado

pela Censura, 3 dias depois;

// Aborda temas fraturantes como a guerra colonial, a

pobreza, o racismo, etc.;

// Aproximação ao rock progressivo.

Page 14: Uma História da Música Portuguesa

...e a Filarmónica Fraude 1969

Filarmónica Fraude

// “Epopeia” de 1969 mostra uma fusão original, de uma

poética cuidada com o rock e a música tradicional;

// O grupo existiu apenas durante um ano (69) mas editou 1

álbum, 3 EPs e 3 singles;

// O grupo está na base de um outro importante marco da

música nacional: a Banda do Casaco.

Page 15: Uma História da Música Portuguesa

A transição dos Anos 70 1971

Duo Ouro Negro

// Época da transição e de inovação em vários géneros;

// 3 períodos: pré-25 de Abril; o PREC; pós-25 de Abril;

// Vilar de Mouros em 1971 (Manfred Mann e Elton John,

com Quarteto 1111, Psico, Objectivo, Pentágono, Pop Five

Music Incorporated, Sindikato);

// Profissionalização da indústria;

// Duo Ouro Negro lança "Blackground", com a colaboração

dos Objectivo e de Fernando Girão (Very Nice).

Page 16: Uma História da Música Portuguesa

A transição com...SMOOG 1972

SMOOG

Page 17: Uma História da Música Portuguesa

1976

Rão Kyao

A transição com...Rão Kyao

Page 18: Uma História da Música Portuguesa

Música de intervenção 1971

José Mário Branco

// Bastante críticos do yé-yé, os baladeiros eram os grandes

instigadores da canção de intervenção política;

// No verão de 70, um festival em Oeiras seria cancelado no

próprio dia pela PIDE, com forte ofensiva da polícia…Zeca

Afonso no alinhamento;

// 3 discos fundamentais em 71: “Cantigas do Maio” - Zeca

Afonso; “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades” -

JM Branco; “Gente de Aqui e de Agora” - Adriano C. de

Oliveira.

Adriano Correia

de Oliveira

Page 19: Uma História da Música Portuguesa

O 25 de Abril 1974

José Afonso

// Viragem importante. A liberdade de expressão transforma

toda a música - a mensagem.

// Em 74/75, o rock é ofuscado pelas canções proibidas de

outrora;

//Palcos ocupados por: Luís Cília, Fausto, Janita Salomé, José

Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco, Sérgio

Godinho, Vitorino, Padre Fanhais, José Jorge Letria, Manuel Freire, José

Barata-Moura, Brigada Vitor Jara, GAC (Grupo de Ação Cultural);

// Participação política ativa.

Page 20: Uma História da Música Portuguesa

Música Popular Portuguesa 1977

Carlos do Carmo

// Com o 25 de Abril e aproveitando a onda aglutinadora

dos baladeiros, a MPP tem também um enorme impulso;

// Acompanhando a fase seguinte, entram em cena nomes

como Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Carlos do

Carmo, Pedro Barroso, Carlos Mendes, Green Windows,

Carlos Paião, etc.

Page 21: Uma História da Música Portuguesa

A fenomenal Banda do Casaco 1977

Banda do Casaco

// Originalidade;

// Juntava a pesquisa etnográfica à música pop, durando de

74 a 84 (7 LPs);

// Projeto único e de formação variável, a Banda do Casaco

contou com várias vocalistas: Cândida Soares (Cândida

Branca-Flor), Né Ladeiras e Gabriela Schaaf).

Page 22: Uma História da Música Portuguesa

Os movimentos perpétuos de

Carlos Paredes1967

Carlos Paredes

// Carlos Paredes (1925/2004) tem um papel central na

divulgação da música popular portuguesa – guitarra

portuguesa;

// Discografia de 1967-2000;

// 1967 - "Guitarra portuguesa"

// 1971 - "Movimento perpétuo"

Page 23: Uma História da Música Portuguesa

Rock progressivo em Portugal 1973

Petrus Castrus

// Petrus Castrus (71/78) editam “Mestre” em 1973, disco

incontornável da nova música nacional - Júlio Pereira.

// Com o fim do PREC, inicia-se nova ascensão roqueira.

Estávamos em 76.

// Outros grupos: como Kamasutra, Objectivo, Beatnicks,

Albatroz, Sindikato (Jorge Palma), Xarhanga (Júlio Pereira),

Pentágono, Ananga Ranga, Psico, Arte & Ofício e

Tantra...antes do BOOM.

Page 24: Uma História da Música Portuguesa

...e os Perspectiva 1976

Perspectiva

Page 25: Uma História da Música Portuguesa

...Carlos Alberto Vidal 1976

Carlos Alberto Vidal

Page 26: Uma História da Música Portuguesa

José Cid e os 10.000 Anos 1978

José Cid

// Na transição do Quarteto 1111;

// Um papel central em toda a obra do Quarteto 1111 assim

como no lançamento da música moderna portuguesa;

// Finalizado com um disco seminal de rock progressivo;

// Consta em várias listas mundiais dos melhores discos de

rock progressivo…:”10.000 Anos depois entre Vénus e

Marte”.

Page 27: Uma História da Música Portuguesa

O punk e o pré-BOOM 1978

Aqui D’el Rock

// No fim dos anos 70, nascem novas ideias e novos grupos;

// “Música Moderna” do Corpo Diplomático (1979);

// Nascem os Trovante de Luís Represas e João Gil;

// Go Graal Blues Band (79/87) - Paulo Gonzo;

// E nasce o punk dos Faíscas e dos Aqui D’El Rock -“Há

Que Violentar o Sistema”;

// Ainda em 78 e numa onda punk, nascem Minas &

Armadilhas, Xutos & Pontapés e UHF.

Page 28: Uma História da Música Portuguesa

O BOOM do rock português 1980

Rui Veloso

Page 29: Uma História da Música Portuguesa

O BOOM do rock português 1980

UHF

// “Chico Fininho” do disco “Ar de Rock”, marca esta fase,

que duraria apenas 3 anos…

// Aceitação dos media em particular da TV (Júlio Isidro);

// Editoras fortemente disponíveis para a edição;

// Uma aceitação generalizada do público;

// Jafumega, Salada de Frutas, Taxi, Street Kids, Rádio

Macau, GNR, Adelaide Ferreira, Trabalhadores do Comércio,

Roquivários, Grupo de Baile, ,Heróis do Mar, UHF, etc.

Page 30: Uma História da Música Portuguesa

A Pop kitsch de António Variações 1983

António Variações

Page 31: Uma História da Música Portuguesa

E depois do BOOM 1987

Mão Morta

// 3 anos depois, em 84, tinha tudo voltado ao “normal”;

// Rock Rendez-Vous (80-90) - Concursos de Música

Moderna;

// Nascem novos projetos: Mão Morta, Pop Dell’Arte, Sétima

Legião, Mler Ife Dada, Anamar, BAN e Delfins;

// Novo fôlego punk: Peste & Sida, Crise Total e Mata Ratos;

// Metal com Tarântula, Ibéria, V12 e STS Paranoid (depois

do hard-rock dos Psico e Play-boys nos anos 70).

Page 33: Uma História da Música Portuguesa

O mito do X 1987

Xutos & Pontapés

Page 34: Uma História da Música Portuguesa

//Incluída na música tradicional, uma vertente mais

folclorista em alguns projectos;

// Brigada Vitor Jara (75), Vai de Roda (78), Raízes (80),

Ronda dos 4 Caminhos (83), Andarilhos (91), Gaiteiros de

Lisboa (91), Quadrilha (91), Galandum Galundaina (96), etc.

// A Influência de Júlio Pereira (desde 71 – Petrus Castrus;

Xharanga; Cavaquinho; Braguesa).

A música tradicional 1988

Júlio Pereira

Page 35: Uma História da Música Portuguesa

// Bana (cv), desde a década de 70 a abrir as portas de

Portugal aos músicos cabo-verdianos. Com mais de 50

discos editados;

//Dany Silva (cv) vive em Portugal desde 1961 (Os

Charruas; Quinteto Académico+2; Four Kings);

// Tito Paris (cv) radicado em Lisboa desde 1982.

Enraizamento africano 1981

Dany SilvaBana

Page 36: Uma História da Música Portuguesa

//Duo Ouro Negro (ang) continua a gravar até 85, quando

morre Milo;

// Waldemar Bastos (ang) edita em 83 “Estamos Juntos;

// Em 1988, Bonga regressa a Portugal, dezassete anos

depois de ter fugido clandestinamente;

// Bonga é o primeiro africano Disco de Ouro e de Platina

em Portugal.

Enraizamento africano 1989

BongaWaldemar Bastos

Page 37: Uma História da Música Portuguesa

A explosão dos anos 90 1990

Madredeus

// Explosão em várias áreas: jazz, electrónica, metal,

experimental e improvisada, tradicional, hip-hop, fado, etc;

// GNR, UHF, Rui Veloso e Mão Morta, em forte atividade;

// Manuel João Vieira instala-se com um 'agitador pop' (Ena

Pá 2000, Corações de Atum, Irmãos Catita, etc.);

// Fundador da Sétima Legião e Madredeus, Rodrigo Leão,

inicia uma carreira de sucesso;

// E Nós Pimba!

Page 38: Uma História da Música Portuguesa

A explosão dos anos 90 90

Ornatos Violeta

Page 39: Uma História da Música Portuguesa

A explosão dos anos 90 90

Clã

Page 40: Uma História da Música Portuguesa

A explosão dos anos 90 90

Sitiados

Page 41: Uma História da Música Portuguesa

A explosão dos anos 90 90

Censurados

Page 42: Uma História da Música Portuguesa

A explosão dos anos 90 90

Silence 4

Page 43: Uma História da Música Portuguesa

A explosão dos anos 90 90

Pedro Abrunhosa

Page 44: Uma História da Música Portuguesa

A explosão dos anos 90 90

The Gift

Page 45: Uma História da Música Portuguesa

A explosão dos anos 90 90

Três Tristes Tigres

Page 46: Uma História da Música Portuguesa

A explosão dos anos 90 1995

Blackout

Page 47: Uma História da Música Portuguesa

Ela é perigosa... 1995

Kussondulola

Page 48: Uma História da Música Portuguesa

Jazz em português 1987

António Pinho Vargas

//Influência da escola do Hot Clube de Portugal, mais antigo

de Portugal (1948);

// Na década de 90, começam a surgir uma série de

instrumentistas de elite: M. Laginha, B. Sassetti e Pinho

Vargas (piano); Carlos Barretto, Carlos Bica e Zé Eduardo

(contrabaixo); Mário Delgado (Guitarra); Alexandra Frazão e

José Salgueiro (bateria); Laurent Filipe (trompete); Carlos

Martins e Rui Azul (saxofone); Maria João (voz).

Page 49: Uma História da Música Portuguesa

Músicas novas e improvisadas 1995

Telectu

// Maior reconhecimento, no clássico e contemporâneo,

com nomes como Jorge Peixinho ou Emmanuel Nunes,

mas também nas músicas ditas modernas – ligações ao

jazz e à música eletrónica.

// Telectu (Jorge Lima Barreto e Vitor Rua); Carlos Zíngaro

(violinista); Rafael Toral (máquinas e eletrónica); Ernesto

Rodrigues (violinista); Sei Miguel (trompete de bolso);

Osso Exótico (David Maranha); Miso Ensemble (Miguel

Azguime).

Page 50: Uma História da Música Portuguesa

E nós...Pimba! 1994

Emanuel

// Estilo de música popular ou folclórica, com letras que

frequentemente derivam para temáticas românticas ou

mesmo de cariz sexual mais ou menos explícito.

// A expressão ganha força por volta de 1994 por acção da

canção de Emanuel , “Pimba, pimba”;

//Associado aos bailes de aldeia e com muita exposição

televisiva;

// Quim Barreiros, o verdadeiro pai do Pimba!

Page 51: Uma História da Música Portuguesa

O nascimento do Rap 1994

Black Company

// Margem Sul, Miratejo, berço do rap luso;

// Em meados de 80, a nova veia europeísta e de costas

voltadas para África...

// É neste contexto que se estreiam Da Weasel com “More

Than 30 Motherf***s” em 92 e General D em 1994, com

“PortuKKKal É Um Erro” – falhanços comerciais.

// O crescente interesse dos media faz nascer a compilação

“Rapública” (Sony, 1994);

// Com Black Company, Zona Dread, Funky D, Boss AC,

New Tribe, Líderes da Nova Mensagem e Family.

// Vende 15.000 unidades, graças ao 'vazio' de “Nadar".

Page 52: Uma História da Música Portuguesa

O nascimento do Rap 1995

General D e os Karapinhas

// Um movimento que nunca mais parou - em 95 com novos

discos de Black Company, General D e Da Weasel;

// Estendeu-se a todos os grandes centros e passados

alguns anos, o país estava ocupado pelo rap…

// Para história, entre muitos outros, foram ficando os

nomes de Sam the Kid, Valete, Xeg, NBC, Chullage, D-Mars,

NelAssassin, Boss AC, Dealema, Mind da Gap, Factor

Activo, etc.

Page 53: Uma História da Música Portuguesa

A Internet e o netaudio 2000

Hipnótica + Unixx

// Novas formas de edição (netaudio, autor), novos

formatos (digital), novas formas de distribuição e novos

processos de gravação e produção;

// T(H)REE I - Portugal, Hong Kong e Macau

// T(H)REE II - Portugal, Filipinas e Singapura

// T(H)REE III - Portugal, Coreia do Sul e Japão

Page 54: Uma História da Música Portuguesa

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