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“Preservando a biodiversidade e buscando o equilíbrio local” CONSERVAÇÃO DE MATA NATIVA NAS PROPRIEDADES RURAIS

Apresentação boletim

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“Preservando a biodiversidade e buscando o equilíbrio local”

CONSERVAÇÃO DE MATA NATIVA NAS PROPRIEDADES RURAIS

CONSERVAÇÃO DEMATA NATIVA NAS PROPRIEDADES RURAIS

“Preservando a biodiversidade e buscando o equilíbrio local”

Anderson de Souza GalloCleberton Correia Santos

Indiana Bersi DuarteKátia Priscilla Morinigo

Nathalia de França Guimarães

Universidade Estadual de Mato Grosso do SulUnidade Universitária de Glória de Dourados

Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia2012

APRESENTAÇÃO

As florestas são de grande importância na manutenção do

ambiente, pois contribuem para a conservação do solo, água, ar e fauna,

desta forma trazendo harmonia ao local onde estão inseridas.

As ações do homem ao decorrer dos anos vem agredindo no que se

refere à biodiversidade presente em determinados espaços, assim trazendo

grandes consequências para a vida na terra.

Diante desses fatos, a Universidade Estadual de Mato Grosso do

Sul vem através deste boletim tentar trazer aos produtores rurais a

importância da presença e conservação da Mata nativa em suas

propriedades. E também apresentar procedimentos para implantação da

mesma em comunidades.

O que é mata nativa?Mata nativa é uma comunidade vegetal que se origina de um

processo natural em um determinado local, ou seja, surge sem a interferência do homem.

Quais os benefícios da mata nativa?

Nas florestas temos a formação dos maciços vegetais e assim esta

cobertura que provem desta vegetação são de grande importância em

relação a proteção dos recursos hídricos e ainda o solo, devido que essa

cobertura faz com que a água das chuvas chegue com menor impacto ao

solo.

Assim evitando possíveis erosões, e consequentemente

amenizando possíveis gastos com a produção.

Quando não há presença de uma comunidade vegetal, a água da chuva chega com grande força ao solo, desta forma em alguns casos trazendo grandes custos, pela ocorrência das enxurradas a sementes, defensivos agrícolas, matéria orgânica e nutrientes são levados e depositados em reservatórios, diminuindo a vazão dos recursos hídricos e causando a poluição dos mesmos.

No interior das áreas que contam com a presença das árvores os raios que são emitidos que pelo sol chegam com menor intensidade, devido a interceptação pela copa dos maciços florestais.

Ainda a cobertura florestal protege o solo do calor, favorecendo a vida presente no solo, estas que são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, colaborando na ciclagem de nutrientes e bom desenvolvimento vegetal.

As florestas protegem ainda o solo, a fauna silvestre contra a ação excessiva dos ventos, no que se refere ao solo protege contra a erosão eólica, que por sua vez leva as partículas do solo e em relação à fauna protege contra os fortes ventos e proporcionando um ambiente favorável aos mesmos.

E aquelas propriedades que não apresentam mata nativa...

Quando a mata nativa é destruída, as consequências são muitas: o

solo pode sofrer erosão e fica menos fértil, os rios podem receber sedimentos

e terem seu volume diminuído (assoreamento), bichos e plantas são

prejudicados, pois perdem abrigo, alimento e podem não ser mais encontrados

na região, além que o proprietário corre o risco de enfrentar problemas em

relação a multas ambientais.

Nos últimos 35 anos, mais da metade da área original do Cerrado brasileiro foi degradada, com taxas de desmatamento maiores do que as observadas na Amazônia.

. Você sabia??

O que diz a lei:

Devido sua importância, a mata

nativa é protegida por lei. O Código

Florestal Brasileiro determina que seja

obrigatória a conservação e caso não

tenha, a implantação da mesma, de

acordo com o tamanho da propriedade.

Assim a legislação exige a

recuperação da vegetação nativa quando

ela já tiver sido removida ou muito

alterada.

Devido sua importância, a mata

nativa é protegida por lei. O Código

Florestal Brasileiro determina que seja

obrigatória a conservação e caso não

tenha, a implantação da mesma, de

acordo com o tamanho da propriedade.

Assim a legislação exige a

recuperação da vegetação nativa quando

ela já tiver sido removida ou muito

alterada.

O que fazer para não perder a diversidade de espécies nativas ??

Formação de viveiros

Tendo em vista que a produção de mudas de espécies nativas além de ser

uma alternativa para a diversificação de atividades e de geração de renda nas

propriedades rurais apresenta-se como importante estratégia de

conservação das espécies nativas.

Rede de sementes

Onde pode ser utilizadas técnicas de coleta de sementes em diversas

localidades e assim em seguida fazer uso em áreas a serem reflorestadas ou

apenas aumentar a diversidade local e consequentemente contribuir para

que não haja a perda da diversidade de espécies.

Nos últimos quatro séculos, pelo menos 640 espécies de plantas e animais foram extintos, ou seja, desapareceram completamente da Terra.

Plantio de espécies exóticas

Para que não ocorra a necessidade da derrubada das espécies nativas nas

propriedades rurais, é interessante o plantio de árvores exóticas, como

exemplo o eucalipto. Desta forma estes podem ser extraídos para

diversos fins, evitando a retirada de espécies nativas.

Você sabia ???

ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DE ÁREA DE MATA NATIVA (Reflorestamento)

1 - As espécies florestais selecionadas para o plantio deverão ser nativas da

própria região. Recomenda-se utilizar o maior número possível de espécies,

pois a diversidade contribui na melhor ciclagem de nutrientes, maior

atratividade à fauna, maior proteção ao solo dos processos erosivos e maior

resistência à pragas e doenças.

2 - Se houver atividade pecuária, as áreas de plantio deverão ser isoladas por

meio de cercas que impeçam a entrada de animais, tendo em vista que estes

podem danificar as mudas e solo através do pisoteio e ainda alimentar-se das

mudas até então implantadas.

3 - Caso ocorram formigas cortadeiras, será indispensável adotar medidas

de controle antes, durante e após o plantio. Lembrando que estas podem

se alimentar das folhas e assim prejudicar o desenvolvimento das mudas.

4 - As mudas deverão ser manuseadas sempre pela embalagem e nunca

pelos ramos superiores.

5 - Durante o transporte prolongado, as mudas deverão ser irrigadas e

protegidas contra o vento.

6 - No caso de plantio manual de mudas grandes, as covas deverão ser abertas

com dimensões mínimas de 40 x 40 x 40 cm. No caso de plantio com tubetes,

as dimensões podem ser de 30 x 30 x 30 cm.

7 - A terra resultante da abertura da cova deverá ser misturada com esterco de curral

curtido, torta de mamona ou outro fertilizante orgânico, em uma proporção de até

20% do volume da cova.

8 - As embalagens das mudas (saquinhos ou tubetes) precisam ser retiradas antes

do plantio, tomando o cuidado para não desmanchar o torrão (pedaço de terra que

envolve as raízes). Saquinhos podem ser cortados com canivete ou faca, removendo

totalmente e deixando a embalagem fora da cova. No caso de tubetes, a retirada das

mudas é feita colocando-os de cabeça para baixo e batendo suavemente na borda.

9 - Se a extremidade da raiz principal da muda estiver torcida, ela deverá ser podada,

bem como as raízes laterais.

10 - No centro da cova preenchida pela mistura, abre-se uma coveta com as mesmas

dimensões do torrão. Coloca-se a muda nessa coveta, completando-se os espaços

vazios ao seu redor com o restante da mistura.

11 - O colo da muda (zona que separa o caule da raiz) deverá ficar no nível da

superfície do terreno, evitando-se amontoar terra sobre o caule (tipo vulcão).

12 - A terra restante após o plantio deverá ser disposta em coroa ao redor da muda

com um raio mínimo de 20 cm (um palmo), propiciando um melhor armazenamento

da água de chuva.

13 - Quando terminar a jornada de trabalho, deverão ser recolhidos tubetes, sacos

plásticos e outros resíduos. As mudas que sobrarem deverão retornar ao viveiro.

14 - As operações de manutenção, que deverão se prolongar pelo prazo

mínimo de 18 meses após o plantio, são fundamentais para o

desenvolvimento das mudas. Nesse período, são indispensáveis o combate a

formigas, a execução de capinas periódicas num raio mínimo de 60

centímetros ao redor das mudas (coroamento) e roçadas freqüentes para

evitar a concorrência de outras plantas.

15 - Também é recomendável adotar medidas de prevenção contra incêndios,

irrigar em caso de estiagem e realizar adubações de cobertura.

16 - Após o plantio devem ser realizadas visitas para monitoramento e assim

realizar observações onde seja possível a visualização de mudas que possam

estar danificadas e fazer a reposição destas se for o caso.

ALTERNATIVA – TURISMO RURAL

A mata nativa presente ou implantada na propriedade rural pode ser

considerado um atrativo natural, portanto, se o produtor deseja explorá-la

sustentavelmente para o turismo, deve manter uma trilha limpa para

acesso à atração.

Além da manutenção da trilha, é necessário que a visitação dos turistas

somente seja feita e permitida, com o acompanhamento de um monitor ou

condutor que conheça o local. Dessa forma, além de oferecer mais

segurança para a visitação, o proprietário justifica a cobrança de taxa de

manutenção ambiental ou taxa de entrada.

Tomando essas precauções, fica assegurada uma visita sem maiores

problemas e com menor possibilidade de acidentes.

Nome Popular Nome Científico Nome Popular Nome Científico

Carobinha Jacaranda puberula Goiabeira Psidium guajava

Cedro Rosa Cedrella fisilis Ingá da folha peluda Inga SP

Copaíba Copaifera Langsdorffii Jacarandá Branco Jacaranda cuspidifolia

Figueira Branca Ficus guaranítica Lobeira Solanum lycocarpum

Guabiroba Campomanesia

xanthocarpa

Paineira Chorisia speciosa

Guaiuvira Patagonula americana Urucum Bixa orelana

Ipê Roxo Tabebuia heptaphyla Pinheiro do Paraná Araucária angustifólia

Jatobá Hymenea courbaril Aroeira Preta Myracroduon urundeuva

Jequitibá rosa Cariniana legalis Embaúba do Brejo Cecropia pachystachya

Pau Brasil Caesalpinia echinata Guapuruvu Schizolobium parahyba

Unha de vaca Bauhinia forficata Tamanqueiro Aegiphilla sellowiana

Açoita Cavalo Luehea grandiflora Paineira Chorisia speciosa

Angico vermelho Anadanthera macrocarpa Urucum Bixa orelana

Embaúba do Brejo Cecropia pachystachya Candeia Gochnatia polymorpha

Goiabeira Psidium guajava Monjoleiro Acacia polyphilla

Ingá da folha peluda Inga sp Bracatinga Mimosa scabrela

Jacarandá Branco Jacaranda cuspidifolia Lobeira Solanum lycocarpum

Tabela 1. Espécies usadas para reflorestamento