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Biomas do Brasil

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Apresentação de slides sobre os Biomas do Brasil, especificamente para uma introdução no Ensino Médio/Fundamental.

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Biomas do Brasil

Um bioma é um conjunto de tipos de vegetação que abrange

grandes áreas contínuas, em escala regional, com flora e fauna

similares, definida pelas condições físicas predominantes nas

regiões. Esses aspectos climáticos, geográficos e litológicos

(das rochas), por exemplo, fazem com que um bioma seja

dotado de uma diversidade biológica singular, própria.

No Brasil, os biomas existentes são (da maior extensão para a

menor): a Amazônia, o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga,

o Pampa e o Pantanal.

A seguir, conheça cada bioma do Brasil.

Mata Atlântica

Mata Atlântica

• É abastecida pela alta umidade vinda do oceano (floresta pluvial);

• Dotada de alta biodiversidade, como são em geral as florestas tropicais;

• Seu relevo é acidentado e o solo, raso, frequentemente ocorrendo o afloramento das rochas.

• Foi gravemente suprimida pela extração de pau-brasil (litoral da Bahia), plantações de cana-de-açucar(nordeste) e extração de ouro (Minas Gerais).

Ecossistemas florestais e ecossistemas

associados de Mata Atlântica

As florestas estacionais semideciduais são dotadas de dupla

estacionalidade climática: uma estação com chuvas intensas

de verão, seguidas por um período de estiagem. Além disso, a

sua decidualidade é determinada pela temperatura mínima

máxima e equilíbrio hidrológico. Em geral, ocupam ambientes

que transitam entre a zona úmida costeira e o ambiente

semiárido.

Exemplo: Parque Nacional do Iguaçu, cruzado pelo rio

Paraná.

Pinheiro-bravo

(Podocarpus lambertii )

Aroeira-de-bugre (Lithraea brasiliensis)

Cedro-canjerana (Cabralea

canjerana)

Xaxim

(Dicksonia sellowiana)

As Florestas Estacionais Deciduais ou Caducifólias

ocorrem em grandes altitudes e baixa temperatura. com mais de 50% dos indivíduos despidos de

folhagem no período desfavorável. embora o clima seja ombrófilo, há uma curta época muito fria, o que

ocasiona, provavelmente, a estacionalidade fisiológica dos

indivíduos da floresta. É uma das mais ameaçadas, com poucos remanescentes em regiões da

Bahia, Minas Gerais,

Santa Catarina

e Rio Grande do Sul.

Angico-vermelho (Parapiptadenia rigida Brenan)

Grapia

(Apuleia leocarpia)

Gravatá (Bromelia pinguam)

Arquipélago de Fernando de Noronha - PE

A Floresta Ombrófila Mista é conhecida como Mata de Araucária, pois o pinheiro

brasileiro constitui o andar superior da floresta, com sub-bosque bastante denso. Um

ecossistema com chuva durante o ano todo, normalmente em altitudes elevadas, e que

contém espécies de angiospermas mas também de coníferas. Reduzida a menos de 3%

da área original sobrevive nos planaltos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e

Paraná, e em maciços descontínuos, nas partes mais elevadas de São Paulo, Rio de

Janeiro e Sul de Minas Gerais.

Detalhe das folhas e flores da

araucária (Araucaria angustifolia)

É uma conífera terrestre de solo

seco, perenifólia, heliófita,

usualmente dióica. As flores

femininas são estróbilos, conhecidos

popularmente como pinhas, e as

masculinas são amentos ou cones

cilíndricos com escamas coriáceas

que protegem os sacos de pólen.

Floresta Ombrófila DensaFloresta ombrófila densa é uma

mata perenifólia, ou seja: sempre

verde com dossel de até 50 m, com

árvores emergentes de até 40 m de

altura. Possui densa vegetação

arbustiva, composta por

samambaias, arborescentes,

bromélias e palmeiras. As

trepadeiras e epífitas (bromélias e

orquídeas) cactos e samambaias

também são muito abundantes. A

precipitação bem distribuída

durante o ano, determina uma

situação bioecológica praticamente

sem período seco (0 a 60 dias no

ano).

Parque Nacional da Serra do Mar (SP-RJ)

Floresta Ombrófila Densa no Rio Grande do Sul

Gralha picasa

(Cyanocorax chrysops)

Macuco (Tinamus solitarius)

Inhambu-xororó (Crypturellus parvirostris))

Saracura-do-mato (Aramides saracura)

Tiê-sangue

(Ramphocelus

bresilius)

Sanhaço-de-encontro-azul (Thraupis cyanoptera)

Araponga (Procnias nudicollis)

Muriqui-do-norte

(Brachyteles

hypoxanthus)

)

Sagui-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata)

Mico-leão-dourado:

(Leontopithecus rosalia)

Mão-pelada (Procyon cancrivorus)

Coati-do-nariz-branco (Nasua narica)

Gato-do-mato

(Leopardus

tigrinus)

Cachorro-vinagre (Speothos venaticus)

Suçuarana (Puma concolor)

Caxinguelê

(Sciurus

aestuans)

Ouriço-cacheiro (Coendou prehensilis)

Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)

Teiú (Tupinambis merianae)

Jacaré-de-papo-amarelo

(Caiman latirostris)

Brachycephalus tridactylus

Surucucu (Lachesis muta)

Setenta por cento da população brasileira concentram-se em cidades a até

200 km da costa e disputam espaço com esse bioma, cuja ocupação

histórica remonta aos principais ciclos econômicos que levaram a uma

intensa perda da Mata Atlântica.

Desde o início da colonização, a mata atlântica foi o ecossistema que mais

sofreu com a ação humana. A extração do pau-brasil (usado como fonte de

corante vermelho para tecidos), o ciclo da cana-de-açucar e o do café, a

mineração, a extração de madeiras nobres, a pecuária, a caça predatória e a

ocupação de cidades foram os principais fatores da devastação ecológica

dessa região. Restam apenas cerca de 7%, pouco mais de 10.000 km2,

transformados em parques estaduais e nacionais, protegidos por lei.

Cerrado

O Cerrado, a savana brasileira, varia quanto a sua fisionomia em

relação à cobertura arbórea, indo desde os campos limpos (estes seus

vazios), onde só ocorrem gramíneas nativas, até o cerradão, formação

predominantemente arbórea e densa. Ocupa os estados se Mato

Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais e quase todo o

estado de Goiás e de Tocantins.

Tatu-bola

(Tolypeutes matacus)

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, distribuindo-se por

todo o Brasil central, com uma área original de dois milhões de

quilômetros quadrados, aproximadamente 20% do território do país.

No Cerrado vive um grande número de espécies que só ocorrem ali,

as chamadas espécies endêmicas. Os Cerrados ocupam áreas elevadas

do Planalto Central Brasileiro, sobre solo ácido e rico em alumínio.

Durante seis meses o Cerrado torna-se verdejante devido às

frequentes chuvas que vão de outubro a abril. Nos meses restantes,

torna-se pronunciadamente seco e susceptível a queimadas, às vezes

espontâneas. Por isso o fogo no cerrado parece ter um ciclo mais ou

menos regular e algumas espécies vegetais dependem dele para a

reprodução e floresce apenas após uma queimada.

Ema

(Rhea americana)

As árvores permanecem vivas

graças a raízes profundas e aos

caules subterrâneos ou a

presença de uma cutícula

espessa, rica em súber (cortiça)

no caule, que age como

isolante térmico. Além de

árvores esparsas, há arbustos e

gramíneas. Os caules das

árvores são tortuosos, com

folhas coriáceas; comumente,

as raízes longas atingem as

reservas de água subterrânea.

Em condições naturais o solo é

muito ácido, com baixo

conteúdo de cálcio e magnésio,

e grande quantidade de

alumínio, o que dificulta a

absorção de nutrientes.

Mutum-do-nordeste

(Crax faciolata)

De acordo com a hipótese do escleromorfismo oligotrófico, a elevada

toxicidade do solo e a baixa fertilidade das plantas levariam ao nanismo

e à tortuosidade da vegetação. Além disso, a variação do clima nas

diferentes estações (sazonalidade) tem efeito sobre a quantidade de

nutrientes e o nível tóxico do solo. Com baixa umidade, a toxicidade se

eleva e a disponibilidade de nutrientes diminui, influenciando o

crescimento das plantas. Outra hipótese propõe que devido às

queimadas periódicas, as gemas (ponto de crescimento na ponta dos

caules) sofrem queimadas. Com isso as gemas laterais crescem e

provocam a curvatura do caule. Após a passagem do fogo, as folhas e

gemas (aglomerados de células que dão origem a novos galhos) sofrem

necrose e morrem. As gemas que ficam nas extremidades dos galhos

são substituídas por gemas internas, que nascem em outros locais,

quebrando a linearidade do crescimento.

Barbatimão (Stryphnodendron adstringens)

Guariroba

(Syagrus

oleracea)

Catuaba (Erythroxylum catuaba)

Epidendrum

nocturnum

Cyrtopodium eugenii

Ipê-do-cerrado (Handroanthus ochraceus)

Murici (Byrsonima crassifolia)

Pequizeiro (Caryocar brasiliense)

Lixeira

(Curatella americana)

Jacarandá (Jacaranda cuspidifolia)

Jatobá (Hymenaea courbaril)

Urucum (Bixa orellana)

Tamanduá-

bandeira

(Myrmecophaga

tridactyla)

Jaguatirica

(Leopardus

pardalis)

Onça-pintada (Panthera onca)

Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)

Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)

Siriema (Cariama cristata)

Tucano-toco (Ramphastos toco)

Anu-preto (Crotophaga ani)

Arara-canindé (Ara ararauna)

Jibóia (Boa constrictor)

Falsa coral (Apostolepis assimilis)

Cágado-cabeçudo (Bufocephala vanderhaegei )

Tracajá (Podocnemis unifilis)

Guyruita cerrado

Piau (Lepturinus obtusidens)

Matrinxã (Brycon sp)

Lambari (Astynax bimaculatus)

Pacupeva (Mylossoma orbignyanum)

Ocupação humana

A povoação humana do cerrado remonta ao início do Holoceno

(11.000 anos AP). Vestígios arqueológicos demonstram intensa

ocupação de vários grupos com tradições diferentes vindos do norte,

pela mata amazônica; do oeste, beirando a Cordilheira dos Andes e

do leste, fugindo do colonialismo europeu, o que causou intensos

conflitos e pressões ambientais na região. É impossível definir,

devido à imprecisão e lacuna dos vestígios arqueológicos, toda a

configuração étnica anterior ao século XVIII.

Máscaras do ritual

Iakuigade

Bakairi/Kurã

Sabe-se que devido ao cerrado ser uma região biogeográfica com

grande variedade de frutos comestíveis – disponíveis tanto na épocas

das chuvas quanto no estio, à larga oferta de abrigos naturais e a um

ciclo climático estável aliado a um biológico bastante homogêneo, foi

possível aos povos originários que colonizaram a região adaptar-se

culturalmente aos seus padrões biológicos, geográficos e climáticos ao

longo do tempo.

Ritual de

exumação e

adorno dos

mortos

Bororó /

Boé

Prova da grande diversidade de povos que habitam ainda a região do

cerrado é a presença de várias línguas provenientes de diferentes

troncos e famílias linguísticas, a saber: tupi-guarani, macro-jê, karib,

guaikuru, aruak etc. Atualmente, mais de vinte e cinco povos

indígenas remanescentes habitam a região, muitos ainda em processo

de reconquista de suas terras e recuperação populacional.

Cerâmica, atividade tipicamente feminina

Karajá/Iny

Ademais, a fartura de caça e pesca (na época da seca), terras férteis

das beiras de rio, presença de insetos, abelhas, tartarugas, e outras

espécies complementava a alimentação nas épocas de escassez.

Enfim, os recursos disponíveis neste bioma eram amplamente

utilizados pelos povos originários.

Parori´wa - Festa de Nominação Masculina.

Xavante/ A’uwe

Temas para tatuagens e pinturas

corporais e para cerâmica

Kadiwéu

O Cerrado possui alta densidade de nascentes que

alimentarão ao norte a bacia Amazônica, ao sul a bacia

Platina e a leste a bacia do São Francisco. Devido a sua

formação aberta, o Cerrado foi vorazmente consumido desde

a década de 1950 pela agricultura e pecuária, tornando-se um

celeiro mundial. Conciliar o uso econômico com a

conservação é um desafio, notoriamente exposto no Cerrado.

Essa ávida ocupação, além das frequentes queimadas propositais e da existência de poucas áreas protegidas em reservas, fez com que grande parte da vegetação nativa fosse perdida, levando o Cerrado à lista de hotspots, uma das 25 regiões prioritárias para a conservação em todo o mundo. A caça predatória e a extração de madeira também ameaçam esse ecossistema.

Semente da guariroba

(Syagrus oleracea)

Bibliografia

BRUNO, S.F. 100 Animais ameaçados de Extinção no Brasil e o que você pode fazer para

evitar.

LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER,F. Biologia. São Paulo: Ática, 2009.

LORENZI, H. Árvores brasileiras, Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas

nativas do Brasil. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2010.

LORENZI, H. & GONÇAVES. E. Morfologia vegetal, Organografia e dicionário ilustrado e

Morfologia de Plantas vasculares. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2010.

http://www.brasil.gov.br/sobre/meio-ambiente/geografia

http://www.biomasdobrasil.com/

http://ww.w.1papacaio.com.br/modules.php?op=modload&name=Sala_aula&file=index&do=

showgall&gid=105&offset=18&orderby=titleA

Buscas Google Imagens e Flickr.

“América arvoredo

Sarça selvagem entre os mares

De polo a polo balouçavas

Tesouro verde, a tua mata.”

Pablo Neruda, Canto Geral